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FILOSOFIA LITERÁRIA
E X E R C ÍC IO S D E C O N T R A D IÇ Ã O E M E N S A IO S B Y S A N D R A A D R IA N A FA S O LO

TERÇA-FEIRA, 6 DE SETEMBRO DE 2005 QUEM SOU EU

A obra de arte na era de sua SANDRA ADRIA_NA


FA S O L O
reprodutividade técnica FLORIANÓPOLIS, SC,
BRAZIL
Resenha do Ensaio_ De Walter Benjamin by sandra fasolo
Poesia. Poema. Mar.
Neste texto, Benjamin ressalta a questão das teses sobre as Poemar. "O homem
tendências evolutivas da arte, nas atuais condições só ensina bem o que para ele
produtivas, como grande expoente da Escola de Frankfurt, tem poesia" Rabíndranáth
o filósofo assumiu como reflexão a teoria crítica da Thákhur_Tagore.
sociedade, a crítica marcada por influências do marxismo, VISUALIZAR MEU PERFIL
do movimento operário, arte, tecnologia, questões políticas, COMPLETO

correntes filosóficas contemporâneas, enfim, todo um


universo de acontecimentos nos mais variados âmbitos que
P O S TA G E N S A N T E R I O R E S
precederam a história e também na qual W. Benjamin
esteve imerso. Diz ele sobre a reprodutividade técnica: em Pequeno Tratado das Grandes
sua essência, a obra de arte sempre foi reprodutível. Em Virtudes: A Generosida...

contraste_ com a forma de reprodução do passado_ a Diálogo de Platão_ As Leis_


reprodução técnica da obra de arte representa um processo Livro I
novo, que se vem desenvolvendo na história Filosofia Antiga_ Ontologia
intermitentemente, através de saltos separados por longos O logos de Heráclito & Goethe
intervalos, mas com intensidade crescente. Ele cita a Resenha sobre Hegel_ Gusdorf
xilogravura, o desenho, a imprensa, a litografia, a Iluminismo_ siècle des lumières
fotografia, como exemplos de uma fácil reprodução de uma Pré-socráticos
mesma obra de arte, esta “extraída” para um número além
Tradução Heidegger
do original criando infinitas cópias deixaria de ser uma
Metafísica Livro Alfa Aristóteles
‘obra de arte’. Também o cinema esteve muito ligado à
Projeto inicial de pesquisa
reprodução da obra de arte através das imagens e da
sobre o conhecimento e...
reprodução técnica do som. Isso gera um problema de
autenticidade quanto à obra de arte, pois, diz Benjamin:
mesmo na reprodução mais perfeita, um elemento está
ausente: o aqui e agora da obra de arte, sua existência
única, e somente nela, que se desdobra à história da obra.
O que se tem na frente dos olhos não é o original, mas uma
obra existencial serial_ como ele mesmo define o objeto
reproduzido_ o qual, muito embora contenha lá suas
vantagens, não poderá nunca ser tomado no lugar do
original. Há uma percepção de mundo que não se refere

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somente a uma percepção de modo de existir, mas também


uma percepção histórica que está em toda a tradição
humana da sua época. Benjamin então se pergunta, ‘em
suma, o que é a aura?’ Para em seguida responder: a
aparição única de uma coisa distante, por mais perto que
ela esteja. Fazer as coisas ficarem mais próximas é uma
preocupação tão apaixonante das massas modernas como
sua tendência a superar o caráter único de todos os fatos
através da sua reprodutibilidade. O culto, os rituais, o
objeto de arte como ídolo se perde na reprodutibilidade, foi
assim que as mais antigas obras de arte surgiram, com o
fim de culto, para exprimir uma cultura e um significado em
determinado povo e lugar, esse modo de ser aurático nunca
se destaca completamente de sua função ritual, isto é, há
sempre um elemento teológico qualquer que seja. Com a
reprodução técnica há uma emancipação da existência da
obra de arte com fins que não o de ritual, passa a ter uma
função social. Nesse sentido, Benjamin diz que a obra de
arte tem ou um valor de culto ou de exposição, quanto
menor o valor de culto maior o valor de exposição. No
cinema isso é muito poderoso, pois o filme serve para
exercitar o homem nas novas percepções e reações exigidas
por aparelho técnico cujo papel cresce cada vez mais em
sua vida cotidiana. Em seguida, Benjamin analisa o valor de
culto e de exposição na fotografia onde se dá algo contrário,
pois quando se passa da foto para o homem que aí está este
supera a imagem fotográfica, a ‘exposição’, digamos assim,
do homem em sua existência é superior ao objeto de sua
imagem refletida num papel de gelatina. Há também um
valor de eternidade implícito nesse processo, os gregos,
pelos instrumentos e técnicas que tinham a seu dispor,
realizaram obras eternas, o que significa dizer valores
eternos, o que na reprodução em massa não pode ser
considerado sob o mesmo ponto de vista, tanto de valor
eterno num sentido abstrato, como valor eterno, no sentido
concreto de durabilidade. Houve também controvérsias
quanto ao valor da pintura e da fotografia no século XIX.
Aqui Benjamin coloca uma questão que realmente mostra a
crise da arte, pois saber se a invenção da fotografia não
havia alterado a própria natureza da arte era sem dúvida
mais importante do que saber se a fotografia poderia ter
algum valor artístico como uma pintura o tinha. Fotografar
um quadro é um modo de reprodução; fotografar num
estúdio um acontecimento fictício é outro, pois a arte
contemporânea será tanto mais eficaz quanto mais se
orientar em função da reprodutibilidade e, portanto, quanto

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menos colocar em seu centro a obra original.’ No passado, o


artista plástico possuía um domínio sobre os conteúdos,
objetivos e aspectos plásticos de sua obra, o publico visado
pelo artista era também, de uma forma geral, reduzido a um
determinado grupo, isto veio a se alterar na arte
contemporânea, pois a perda de controle autoral, o
alargamento do público alcançado e a transformação
inerente da própria materialidade da obra plástica devido a
sua fácil reprodução forneceram ao artista, de uma forma
geral, outros valores, não mais de culto, mas de exposição e
distração. Vive-se uma transferência destes novos valores
do dia-a-dia para o campo das suas mais íntimas
preocupações. O domínio da vida comum já não é
claramente dissociável dos conceitos de tecnologia, e assim,
por conseqüência, a arte também não. Onde antes a obra
existia como entidade física e única, encontra-se agora
descentralizada, multiplicada em inúmeras versões,
disponível ao mundo. Já não é possível ao artista reclamar
apenas para si os direitos de criação, pois ela se faz ao nível
da interação pública. Quanto ao dadaísmo, Benjamin diz
que este tentou produzir através da pintura_ ou da
literatura_ os efeitos que o público procura hoje no cinema,
pois as manifestações dadaístas asseguravam uma distração
intensa, transformando a obra de arte no centro de um
escândalo, a qual tinha uma exigência: suscitar a
indignação pública que atingia, pela agressão, o espectador.
Assim, a arte pode servir para contínuas associações de
idéias ou pode corresponder aos perigos existenciais mais
intensos com os quais se confronta o homem
contemporâneo, como em relação ao cinema que não nos
mostra o real e também não permite associações de idéias
devido à mudança muito rápida de imagens. Benjamin
conseguiu pensar e escrever inúmeros ensaios unindo
várias dimensões do ser humano num século marcado por
grandes transformações sócio-políticas, econômicas,
culturais, morais, éticas, etc., sobretudo, analisou o que se
“perde” e o que se “ganha” com a evolução do mundo.
Deixamos uma reflexão ao leitor a partir de Benjamin: o
partilhante não seria, num outro sentido, como uma obra de
arte original?

P O S TA D O P O R S A N D R A A D R I A _ N A FA S O L O À S T E R Ç A - F E I R A ,
SETEMBRO 06, 2005

1 COMENTÁRIOS:

3 de 4 21/03/2017 11:45
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CA disse...

Estou neste momento a fazer uma analise do texto de walter


benjamim, "a obra de arte na era da reprodutividade
técnica" e durante a minha pesquisa deparei-me com as
seguintes dúvidasque gostaria de ver esclarecidas com a
sua ajuda:

1. A queda da aura deriva da reprodutividade técnica pode


compreender-se como uma reativação do principio
originário da imagem como divisão?

2. E o que o autor quer dizer com "imagem como divisão"?

os melhores cumprimentos,

Mariana Ferreira
4:03 PM

P O S TA R U M C O M E N T Á R I O

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