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INTRODUÇÃO:
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Aluna do 3o ano do Curso de Arquitetura e Urbanismo - UNESP
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Prof. Doutor. UNESP - Guarulhos
moradia, sendo obrigados a se deslocarem para periferia, onde o valor do lote era
mais barato. Conseqüentemente, notou-se o aumento das submoradias e dos
cortiços.
A elite dirigente, ao perceber essa situação, não fez nada para atender,
mesmo que minimamente, as necessidades dessa parcela da população. Isso
aconteceu pelos seus interesses, pois assim tinham facilmente o controle sobre eles.
Atualmente, notamos que essa dominação política e econômica na cidade
ainda é muito forte, influenciando vários aspectos da população e da cidade como
um todo. A história de formação da cidade e os interesses implícitos no sistema
fazem com que o urbanismo, como campo teórico, como planejamento, não tenha
força para se impor.
Podemos verificar, em escalas diferentes, um recorte desse processo de
urbanização em diversas outras cidades brasileiras, contudo é claro, não deixando
de lado as especificidades de cada uma.
Para esse estudo de caso, escolhemos uma cidade de porte médio no interior
do estado de São Paulo (Bauru), onde se propõe a análise da ocupação e uso do
solo. Assim, procura-se verificar como ocorreu a formação do município,
principalmente nos seus aspectos territoriais e quais foram as conseqüências atuais
desse desenvolvimento. Será também levado em consideração as leis que surgiram
para auxiliar essa formação bem como a análise de sua abrangência. Esse estudo
possibilitará compreender a dinâmica, nem sempre clara, dos processos sociais que
resultam em fatos urbanos e fazer uma abordagem crítica aos processos de
formação da cidade e da urbanização.
MATERIAL E MÉTODOS:
CRONOGRAMA
Períodos ( meses )
Fases
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RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Mesmo a pesquisa não estando finalizada, vários pontos analisados podem
ser discutidos.
No início do desenvolvimento da cidade, nota-se a formação irregular da
malha urbana. Bauru nasceu à margem direita do rio de mesmo nome pela encosta
sul menos acidentada. À margem esquerda, em terrenos mais recortados pela
hidrografia, desenvolveram-se os bairros de caráter popular.
Com os avanços da ferrovia, da industrialização e do incremento social, essa
formação aumentou e conseqüentemente seus problemas.
O alto custo dos terrenos na cidade fez com que os moradores de renda
inferior se deslocassem para a periferia, originando novos bairros. Essa formação
não possuía partido algum, sendo ampliado de forma irregular e traçado segundo a
conveniência do loteador para o maior aproveitamento de seus lotes (como
aconteceu também em outras cidades do Oeste Paulista), verificando assim, ruas
retas e quadras regulares, desprezando totalmente o sítio urbano, a topografia e as
áreas inundáveis.
O poder público nada fez. Uma das leis que foi aprovada em 1928, o Código
de Posturas, foi “extremamente liberal com os quesitos relativos ao parcelamento de
solo. Não havia necessidade de doação de área pública, nem exigência de
implantação de melhoramentos, transferindo esse ônus, para o poder público que,
em alguns casos, inclusive, assumiu a responsabilidade pela abertura e retificação
de ruas nos terrenos suburbanos edificados que não obedeceram a nenhum plano
de arruamento” (Plano Diretor da Cidade de Bauru).
Com essa omissão, ficou cada vez mais difícil para a população ter uma
moradia digna, pois esses locais possuíam falta de infra-estrutura, de saneamento,
de equipamentos sociais e principalmente de transporte coletivo, dificultando muito a
vida do trabalhador.
Atualmente, notamos uma heterogeneidade na distribuição urbana.
Verificamos um adensamento no centro e uma ocupação mais esparsa na periferia,
ramificando-se de maneira descontínua e gerando vazios urbanos. Essa baixa
ocupação, não difere muito do fenômeno que ocorre hoje em dia em várias cidades
do país.Também foi notado na periferia “ilhas” de alta taxa de ocupação, devido,
geralmente, a conjuntos habitacionais executados pela COHAB ou INOCOOP. Esse
aumento de núcleos habitacionais deu-se na década de 70, alterando as
características da ocupação urbana e até o sentido de ocupação, que passou a ser
na direção N/NE.Também foi esses núcleos que acentuaram os vazios urbanos na
cidade. Muitas leis surgiram, mas não foram tão significativas quanto a Lei Municipal
nº 2339/82, que regulamentou o Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo, fazendo
com que a implantação de loteamentos seguisse “critérios mais coerentes tanto na
escolha das áreas públicas, quanto na implantação do empreendimento impondo
maiores encargos ao loteador e exigindo garantias reais de execução das obras de
infra-estrutura e melhoramentos” (Plano Diretor da Cidade de Bauru).
Com essa formação deformada, no final da década de 80 surge as primeiras
favelas. Nos últimos anos o problema se agravou chegando em 1995 a 1.246
barracos em 13 favelas. A prefeitura com parcerias, deu início ao Programa de
Desfavelamento com vistas na erradicação das favelas. Foi conseguido uma
melhora, mas ainda não é o bastante para atender todas as famílias que
necessitam.
O poder público começou a caminhar para tentar sanar todos aqueles
problemas omitidos no começo de sua formação, mas muitos interesses estão em
jogo dificultando uma ação consistente do governo. Os planos diretores não são
cumpridos e as idéias para a melhoria da cidade não são executadas, ou quando
realizadas, são muito demoradas ou não são cumpridas na sua totalidade.
CONCLUSÕES:
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: