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O Impacto do Sector de Transportes e Comunicações em Moçambique
Metodologia
Para o alcançe dos objectivos pretendidos, o trabalho foi divido em fases. A primeira fase
engloba a pesquisa individual sobre o tema em análise, para posteriormente fazermos uma
compilação breve sobre o tema e, por último a constituição da estrutura do trabalho. O trabalho
constituiu-se nas seguintes fases: 1. Revisão Bibliográfica – Análise a algumas obras literárias
disponíveis nas bibliotecas; 2. Revisão ao reportes anuais do Banco Mundial – Análise a alguns
relatórios económicos do banco mundial; 3. Pesquisa à Internet – pesquisa a maior biblioteca
virtual disponível, para a aquisição de dados; 4. Cruzamento de dados – consistiu basicamente
em pegar nos dados obtidos e constituir tabelas necessárias à realização do trabalho.
Objectivos
- Caracterizar o sector de Transportes e Comunicações de Moçambique e, analisar a sua
evolução; - Abordar a importância do sector de Transportes e Comunicações para o
Desenvolvimento da Economia Moçambicana; - Analisar o impacto da evolução do sector na
Balança Comercial e no Desenvolvimento económico de Moçambique.
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O Impacto do Sector de Transportes e Comunicações em Moçambique
b. Veículos -
2. Telecomunicações
distintas tecnologias (imagens) e dados.
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O Impacto do Sector de Transportes e Comunicações em Moçambique
4. Balança Invisível
- A balança invisível, ou
Balança Comercial
Relativa aos Serviços, ou como é conhecida no país Balança dos Seviços e Rendimentos, é parte
do saldo da balançade pagamentos, que se refere a serviços e outros produtos que não resultem
na transferência de objectos físicos. Exemplos incluem serviços de consultoria, turismo, bem
patente licença receitas. Este valor normalmente é gerado pelo sector terciário.
2. Caracterização Moçambique
2.1 Aspectos Gerais
do
sector
em
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O Impacto do Sector de Transportes e Comunicações em Moçambique
Sistema Ferro-Portuário
Passado Colonial Com a função exclusiva de servir o trânsito de mercadorias de e para as
colónias inglesas do Niassalândia, Rodésia do Norte, Rodésia do Sul e do Transvaal,
constituiram-se nas últimas decádas do século XIX, os principais portos e caminhos de ferro. O
investimento de capital no sector de portos e caminhos de ferro, orientou-se no sentido de
satisfação dos interesses capitalistas do exterior, relegando para segundo plano o
desenvolvimento interno de Moçambicano. Situação Actual Em 2 de Abril de 1980, constitui-se
a Conferência Coordenadora para o Desenvolvimento da África Austral (SADCC), cujo
objectivo fundamental visava a redução da dependência económica dos países da região em
relação à República da África do Sul. Neste contexto, Moçambique assumiu a responsabilidade
por áreas de coordenação do sector de transportes e comunicações, chefiando assim a Comissão
de Transportes e Comunicações da África Austral (SATC). 1. O corredor de Nacala Situada no
norte do país compreende genericamente o porto de nacala e a linha ferréa que se estende até
uma pequena povoação perto da fronteira do Malawi, numa extensão de 615 quilometros. A
importância deste corredor vai desde a contribuição para o desenvolvimento económico dos
países da região, como contribui também para o desenvolvimento economico de moçambique,
uma vez que esta atravessa duas das mais ricas provícias do país, nomeadamente Nampula e
Zambézia. 2. Corredor de Beira Situado no centro do país, este corredor é constituido pelo
complexo ferroviário que estabelece a ligação entre o porto da Beira e a cidade de
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O Impacto do Sector de Transportes e Comunicações em Moçambique Machipanda localizada
junto à fronteira do Zimbabwe, numa extensão de 280 quilometros A função deste corredor, no
âmbito das SADC, é a de se constituir como via de acesso natural mais económica e rápida para
os países do Interland designadamente para o Zimbabwe, Zâmbia e Malawi no seu
relacionamento com o mundo de negócios. Constitui ainda uma rota viável para outros países da
região como o Botswana e Zaire. O volume de tráfego ferro-portuário conheceu um decréscimo
acentuando, em particular na década 80, devido a factores de origem política e económica que
afectaram quer Moçambique, quer Zimbabwe, Zâmbia e Malawi. No âmbito das
telecomunicações, estão em cursos projectos que visam garantir com eficiência comunicações
num sistema de micro-ondas entre Moçambique, Zimbabwe e, Malawi, além de outros projectos
de impacto regional 3. Corredor do Limpopo Situado a sul do país, conta com o porto de Maputo
e, a linha ferrea que liga à vila de Chicualacuala localizada junto à fronteira com o país vizinho o
zimbabwe. Abrangeno uma extensão de 534 quilometros, atravessa as zonas mais ricas regiões
agrícolas (Maputo e Gaza). Fazendo parte do sistema ferro-portuário que atende às necessidades
dos países do Interland , colocando-os em contacto com o mercado internacional, as estatísticas
de funcionamento demonstram um decréscimo acentuado, levando a inutilização das vias de
comunicação – levando-as a deterioração. Neste contexto desenvolveram-se vários projectos de
reabilitação deste corredor.
Transportes Rodoviários
Vias de comunicação Moçambique herdou do passado colonial uma rede de vias de comunicação
rodoviária extremamente pobre para a sua superficié, distribuição da população e potencialidades
económicas.
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O Impacto do Sector de Transportes e Comunicações em Moçambique Transporte de carga O
transporte de carga rodoviária vem desempenhando desde a década de 50 um papel
preponderante na circulação de mercadorias entre as provincias. Com o desenvolvimento da
construção de estradas asfaltadas sobretudo nos anos 60, o comércio interno e o escoamento da
produção agrícola e mineira encontrou neste sistema de transporte um meio eficaz para satisfazer
as necessidades. Este tipo de transporte participa activamente na economia moçambicana.
Transporte Aeréo
O passado e o presente É praticamente caracetrizado pela existência no passado e uma
companhia aérea, sob tutela dos Caminhos de Ferro de Moçambique, a DETA – Direcção de
Exploração dos Transportes Aéreos – que foi transformada pela actual LAM – Linhas Aéreas de
Moçambique – à 14 de Maio de 1980, destinando-se a operar a moldes comerciais. O
crescimento do trafego do transporte aéreo teve o seu expoente máximo, no ano de 1983, devido
ao impacto que a guerra teve sobre as vias de comunicação terrestre, e a pouca disponibilidade
do transporte marítimo em se tornar um transporte de passageiros. Embora, tenha registado um
decrescimo, as novas perspectiva apostam num crescimento, e a abertura de uma nova empresa
de transporte aéreo – Air Corridor –, e a entrada no mercado, duma companhia aérea
internacional, nomeadamente a Kenya Airways. seraõ pequenos passos para a completa
modernização neste meio de transporte, muito usado internacionalmente.
Comunicações
Este sector, é actualmente caracterizado pelo elevado crescimento que têm registado, desde o seu
passado colonial. O área de comunicações vem sofrendo um elevado desenvolvimento, em parte
pela entrada no mercado de duas empresas de telefonia móvel – a Mcel (empresa moçambicana)
e a Vodacom (empresa de capital sul–africano).
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O Impacto do Sector de Transportes e Comunicações em Moçambique
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O Impacto do Sector de Transportes e Comunicações em Moçambique
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O Impacto do Sector de Transportes e Comunicações em Moçambique
2006
-371,8 -168,1 105,0 -273,1 -39,8 139,7 -179,5 -1,6 15,3 -16,9 -68,8 24,9 -93,7 -1,8 0,0 -1,8 -10,8
1,7 -12,5 -3,6 2,7 -6,4 -1,3 1,0 -2,3 2,2 31,8 -29,6 -78,1 64,2 -142,3
2005
-306,6 -140,6 89,4 -229,9 -46,4 129,6 -176,1 -0,6 10,6 -11,2 -56,5 22,1 -78,6 -1,6 0,0 -1,6 -16,3
1,3 -17,6 -2,6 1,6 -4,2 -3,1 2,2 -5,3 5,0 26,3 -21,3 -43,9 58,9 -102,8
2004
-275,8 -110,7 80,0 -190,7 -38,9 95,3 -134,2 0,0 8,5 -8,5 -41,1 11,1 -52,2 0,0 0,4 -0,4 -6,2 1,5 -7,7
-0,1 1,0 -1,1 -2,5 0,5 -3,1 -10,8 9,1 -19,9 -65,5 48,2 -113,7
2003
-270 -100 90.5 -190.5 -42.2 97.6 -139.8 -3.1 7.4 -10.6 -49.1 11.8 -60.9 -3.8 0.7 -4.5 0.7 4 -3.2 -
0.1 0 -0.1 13.6 15 -1.4 -16.7 3.7 -20.4 -69.3 73.2 -142.5
2002
-223,8 -53,2 101,7 -154,9 -50,2 62,9 -113,0 -14,3 11,0 -25,3 -60,6 30,6 -91,2 -12,2 1,3 -13,5 5,1
8,4 -3,3 -0,1 0,0 -0,1 -0,2 0,0 -0,3 -15,0 3,3 -18,3 -23,1 120,2 -143,3
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O Impacto do Sector de Transportes e Comunicações em Moçambique Até 1997, o saldo da
balança comercial de serviços havia sido excedentária devido a serviços (portuários e serviços
ferroviários), e remessas de trabalhadores moçambicanos na África do Sul1. Desde então, como
se pode observar na tabela acima, o saldo foi de défice, não obstante o aumento das
transferências oficiais, e o número das remessas de trabalho, devido ao aumento das saídas de
capitais, sendo o maior componente dos pagamentos de juros. Saídas de fundos permanecerão
elevados devido ao aumento dos lucros repartidos de mega projectos.
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O Impacto do Sector de Transportes e Comunicações em Moçambique
dos
Transportes
2002
23,175,268 168,422,092 13.76 … …
2003
23,199,669 181,583,464 12.78 7.8 0.1
2004
25,231,192 194,529,011 12.97 7.1 8.8
2005
27,141,672 208,767,445 13.00 7.3 7.6
2006
29,659,426 227,141,240 13.06 8.8 9.3
Fonte: Instituto Nacional de Estátiscas Como se pode observar da tabela 1, a contribuição do
sector em análise, entre 2002 e 2006, para o PIB situa-se em média acerca do 13%. O ano de
2003, representou uma queda no impacto do sector (de 13.76% para 12.78%), mas a partir do
2004, a contribuição do sector ao PIB foi surpreendente. Por sua, vez o sector registou um
crescimento insignificativo entre os anos 2002 e 2003 (ver Figura 1), mas desde 2004 a taxa de
crescimento foi sempre superior à do PIB.
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O Impacto do Sector de Transportes e Comunicações em Moçambique
Percentagem do sector sobre o PIB Taxa de crescimento PIB Taxa de crescimento do Sector
Anos
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O Impacto do Sector de Transportes e Comunicações em Moçambique
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
Fonte: Convergência Macroeconómica Este gráfico, retirado de uma projecção económica para o
desenvolvimento económico para o país, demonstra que até 1997, a Balança Invisível (em
cinzento) se manteve positiva. Isto, como está afirmado acima, deve-se ao facto de que até 1997
o sector de Transportes e Comunicações desempenharam um papel importante para a economia
moçambicana, criando oportunidades de negócio, e de seguida o crescimento do Produto Interno
Bruto.
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O Impacto do Sector de Transportes e Comunicações em Moçambique
No entanto podemos observar na tabela a seguir que embora esteja com valores negativos, o
sector de trasnportes contribui com uma percentagem maior para a constituição do saldo da
balança.
2002
(223.80) (53.20) 101.70 (154.90) (14.30) 11.00 (25.30) 30.16
(275.80) (270.00) (100.00 (110.70) ) 80.00 90.50 (190.70) (190.50) 0.00 8.50 (8.50) 40.14 (3.10)
7.40 (10.60) 38.19
Podemos observar a partir daí que, na Balança de serviços é o sector de Trasportes que
desempenha um papel importante, registando em conjunto com o sector de comunicações
(embora este represente uma parte muito pequena) uma percentagem que cresceu desde 2002 de
30.16% para 45.64%. Grande parte do crescimento deste sector e, da sua importância deve-se
como afirmado acima, a adopção de alguns mega-projectos que impulsionaram o tráfego, o
estabelecimento de novas linhas de comunicação, entre outros.
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O Impacto do Sector de Transportes e Comunicações em Moçambique
Conclusão
O sector de transportes e comunicações é de extrema importância para o desenvolvimento
económico de qualquer economia, em grande parte devido as externalidades positivas que este
sector disponibiliza. As infra-estruturas disponibilizadas pelo investimento no sector,
disponibilizam um elevado crescimento de actividades económicas, nas áreas abrangentes.
Moçambique, beneficiado pelas sua localização geográfica, e pelas suas condições geográficas
naturais, herdou um sistema de transportes e comunicações da epóca colonial. O seu sistema de
transportes permitia que os países do “Interland” fossem beneficiados, desta forma aquando da
constituição da SADC, Moçambique tornou-se responsável pelo sector, sendo que chefia a
SATC (Comissão de Transportes e Comunicações da África Austral). Porém, a guerra civil que
se desenrolou no país até o ano de 1992, causou numa queda no crescimento deste sector, em
parte devido ao encerramento as fronteiras com o governo de Ian Smith (antiga Rodésia) que
provocou uma queda no volume de tráfego, e a própria guerra que destruiu infra-estruturas
importantes para o desenvolvimento do sector. Também as cheias de 2000, tiveram um impacto
negativo sobre o sector, uma vez que se traduziram na destuição de infra-estruturas como Pontes
e Estradas. No entanto, os megaprojectos que estão em curso, como por exemplo a reabilitação
dos sectores, promete trazer benifícios para o crescimento do sector. Interno Bruto (PIB), nos
anos de 2002 a 2006. Este sector encontra-se representado na Balança Comercial dos Serviços
(onde são representadas as transações que não envolvem as trocas físicas), e segundo as
estatisticas é o sector que mais contribui para o crescimento desta balança, sendo que até o ano
de 1997 foi uma das razões que a manteve positiva. Durante o periodo de 2002 à 2006, o sector
tem registdo um O crescimento do presente sector corresponde, em média, a 13% do crescimento
do Produto
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O Impacto do Sector de Transportes e Comunicações em Moçambique crescimento quanto à sua
contribuição, mas este é de longe o sector que mais contribui para o saldo da balança comercial.
Ficha Bibliográfica
- BARKA, Alberto da; SANTOS, Tirso dos; Geografia de MoçambiqueFísica e Economica, 3ª
edição. - African Development Indicators 2003 e 2005 – The World bank - A concretização das
metas de Convergência Macroeconómica da SADC