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Em seu texto The Cuban Missile , Graham Allison faz uma análise sobre
a Crise dos Mísseis de Cuba (16/10/1962 ‐ 28/10/1962), evento ocorrido no
contexto da Guerra Fria, onde imperava o conceito de bipolaridade.
O conceito de bipolaridade se inscreve no contexto da escola Realista das
RI, a qual tem como maiores autores Kenneth Waltz, John Measheirmer e Hans
Morghentau. A escola Realista tem como pressuposto a existência de um
sistema internacional anárquico, que tem como principal ator internacional o
Estado. Essa percepção de anarquia, que pode ser definida como o desprezo
pelas organizações internacionais e por sua interferência no sistema
internacional, é vista como principal fator para a definição da Política Externa dos
Estados.
Assim, após a Segunda Guerra Mundial, a existência de duas
superpotências ideologicamente opostas, por um lado os EUA (capitalista) e do
outro a URSS (comunista), dividiu o mundo forçando os países a se alinharem
com uma dessas potências. Essa bipolaridade se dava pelo de fato de ambos
países serem detentores de armas nucleares (ainda que os EUA tenham
adquirido essa tecnologia 4 anos antes que a URSS, esta veio rapidamente a
aprimorar seu arsenal militar), estabelecendo assim um equilíbrio de poder uma
vez que a questão da segurança é a maior problemática para a escola Realista.
A Guerra Fria se define então nesse contexto de alerta constante entre as
duas superpotências.
Neste contexto de anarquia e bipolaridade, Cuba se insere como um fator
importante para ambas potências. Localizada próxima à costa estadunidense e
alinhada à URSS, a ilha era vista como uma possível ameaça pelo EUA.
Em sua aplicação à Política Externa, por conta de sua concepção de
mundo anárquico, o Realismo possui uma tendência a questionar a diplomacia
como meio para transcender questões de power politics, entretanto, no contexto
da corrida armamentista, a coerção física e a escalada para uma guerra poderia
trazer consequências letais não só para ambos países com também para todo o
mundo.
Alisson Graham utiliza‐se de 3 modelos de tomada de decisão para a
análise da crise. No primeiro modelo Graham possui como unidade de análise o
Estado como ator unitário e racional. Neste modelo, faz‐se necessário o
conhecimento dos objetivos da ação do outro Estado para que com base nessa
informação, seja possível delimitar suas opções e as consequências de que dela
serão produtos. Assim, com o problema da instalação dos mísseis balísticos em
Cuba, de acordo com esse modelo os EUA deveriam considerar quais objetivos
a URSS queria atingir com essa ação.
In its simplest form, the RAM links purpose and action. If I know an actor’s
objective, I have a major clue to his likely action. By observing behaviour
and considering what the actor’s objective might be, when I identify an
objective that is advanced effectively by the action, I have a strong
hypothesis about why he/she did whatever he/she did. (ALLISON, 1976)