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GOVERNO REGIONAL
Cursos de Educação e
SECRETARIA REGIONAL DA EDUCAÇÃO
Formação
Escola Básica dos 2º e 3º Ciclos do Estreito de Câmara de Lobos Decreto Legislativo
N.º do Código do Estabelecimento de Ensino 3102-202 Nº de Telefone: 291945614/15 Fax: 291947271
Página Web: http://www.ebecl.com
Regional nº 17/2005/M,
de 11 de Agosto
GUIÃO DE LEITURA
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Proposição (canto I - estrofes Questionário:
1-3)
1. Explica a origem e a importância do
1
título “Os Lusíadas”.
AS armas e os Barões assinalados
Que da Ocidental praia Lusitana 2. Explica a função da Proposição.
Por mares nunca de antes navegados 3. Explica a condição que o poeta
Passaram ainda além da Taprobana, enuncia para conseguir realizar o
Em perigos e guerras esforçados que se propõe. Justifica com uma
Mais do que prometia a força humana, passagem do texto.
E entre gente remota edificaram
4. Indica a finalidade do poeta ao
Novo Reino, que tanto sublimaram;
evocar heróis da Antiguidade
2 Clássica e entidades da mitologia.
E também as memórias gloriosas 5. Analisa a Proposição, tendo em
Daqueles Reis que foram dilatando conta os elementos da epopeia.
A Fé, o Império, e as terras viciosas 6. Compara o início d’Os Lusíadas – As
De África e de Ásia andaram devastando,
armas e os Barões assinalados –
E aqueles que por obras valerosas
Se vão da lei da Morte libertando, com o começo da Eneida de Virgílio
Cantando espalharei por toda parte, – Arma virumque cano (“eu canto
Se a tanto me ajudar o engenho e arte. as armas e o varão ilustre”).
7. Esclarece os feitos através dos
3 quais os portugueses se tornaram
Cessem do sábio Grego e do Troiano célebres.
As navegações grandes que fizeram;
8. Na estância 3, o poeta alude a
Cale-se de Alexandro e de Trajano
A fama das vitórias que tiveram; heróis da Antiguidade Clássica.
Que eu canto o peito ilustre Lusitano, Nomeia-os e identifica os atos
A quem Neptuno e Marte obedeceram. heroicos em que se distinguiram.
Cesse tudo o que a Musa antiga canta, 9. Demonstra que a alusão a Neptuno
Que outro valor mais alto se alevanta. e a Marte pretende reafirmar a
superioridade do povo português.
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Início da narração e Concílio dos Deuses (Canto I – estância 19 a
41)
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A gente vem perdida e trabalhada;
Já parece bem feito que lhe seja 34
Mostrada a nova terra que deseja. Estas causas moviam Citereia,
29 E mais, porque das Parcas claro entende
«E porque, como vistes, têm passados Que há-de ser celebrada a clara Deia
Na viagem tão ásperos perigos, Onde a gente belígera se estende.
Tantos climas e céus exprimentados, Assi que, um, pela infâmia que arreceia,
Tanto furor de ventos inimigos, E o outro, pelas honras que pretende,
Que sejam, determino, agasalhados Debatem, e na perfia permanecem;
Nesta costa Africana como amigos; A qualquer seus amigos favorecem.
E, tendo guarnecido a lassa frota,
Tornarão a seguir sua longa rota.» 35
Qual Austro fero ou Bóreas na espessura
30 De silvestre arvoredo abastecida,
Estas palavras Júpiter dizia, Rompendo os ramos vão da mata escura
Quando os Deuses, por ordem Com impeto e braveza desmedida,
respondendo, Brama toda montanha, o som murmura,
Na sentença um do outro diferia, Rompem-se as folhas, ferve a serra
Razões diversas dando e recebendo. erguida:
O padre Baco ali não consentia Tal andava o tumulto, levantado
No que Júpiter disse, conhecendo Entre os Deuses, no Olimpo consagrado.
Que esquecerão seus feitos no Oriente
Se lá passar a Lusitana gente. 36
Mas Marte, que da Deusa sustentava
31 Entre todos as partes em porfia,
Ouvido tinha aos Fados que viria Ou porque o amor antigo o obrigava,
Ũa gente fortíssima de Espanha Ou porque a gente forte o merecia,
Pelo mar alto, a qual sujeitaria De antre os Deuses em pé se levantava:
Da Índia tudo quanto Dóris banha, Merencório no gesto parecia;
E com novas vitórias venceria O forte escudo, ao colo pendurado,
A fama antiga, ou sua ou fosse estranha. Deitando pera trás, medonho e irado;
Altamente lhe dói perder a glória
De que Nisa celebra inda a memória. 37
A viseira do elmo de diamante
32 Alevantando um pouco, mui seguro,
Vê que já teve o Indo sojugado Por dar seu parecer se pôs diante
E nunca lhe tirou Fortuna ou caso De Júpiter, armado, forte e duro;
Por vencedor da Índia ser cantado E dando ũa pancada penetrante
De quantos bebem a água de Parnaso. Co conto do bastão no sólio puro,
Teme agora que seja sepultado O Céu tremeu, e Apolo, de torvado,
Seu tão célebre nome em negro vaso Um pouco a luz perdeu, como enfiado;
D' água do esquecimento, se lá chegam
Os fortes Portugueses que navegam. 38
E disse assi: – «Ó Padre, a cujo império
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Tudo aquilo obedece que criaste:
Sustentava contra ele Vénus bela,
Se esta gente que busca outro Hemisfério,
Afeiçoada à gente Lusitana
Cuja valia e obras tanto amaste,
Por quantas qualidades via nela
Não queres que padeçam vitupério,
Da antiga, tão amada, sua Romana;
Como há já tanto tempo que ordenaste,
Nos fortes corações, na grande estrela
Não ouças mais, pois és juiz direito,
Que mostraram na terra Tingitana,
Razões de quem parece que é suspeito.
E na língua, na qual quando imagina,
Com pouca corrupção crê que é a Latina.
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39 Mercúrio, pois excede em ligeireza
«Que, se aqui a razão se não mostrasse Ao vento leve e à seta bem talhada,
Vencida do temor demasiado, Lhe vá mostrar a terra onde se informe
Bem fora que aqui Baco os sustentasse, Da Índia, e onde a gente se reforme.»
Pois que de Luso vêm, seu tão privado;
Mas esta tenção sua agora passe, 41
Porque enfim vem de estâmago danado; Como isto disse, o Padre poderoso,
Que nunca tirará alheia enveja A cabeça inclinando, consentiu
O bem que outrem merece e o Céu No que disse Mavorte valeroso
deseja. E néctar sobre todos esparziu.
Pelo caminho Lácteo glorioso
40 Logo cada um dos Deuses se partiu,
«E tu, Padre de grande fortaleza, Fazendo seus reais acatamentos,
Da determinação que tens tomada Pera os determinados apousentos.
Não tornes por detrás, pois é fraqueza
Desistir-se da cousa começada.
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Questionário:
1. Explica a relação que se estabelece entre a narração e a ação.
2. Caracteriza Júpiter.
3. Aponta as razões do pai dos deuses para apoiar os portugueses.
4. Baco, apoiado por alguns deuses, constitui a força oponente aos desígnios de Júpiter.
Explica as razões que o movem.
5. Vénus lidera as forças que apoiam a decisão de Júpiter. Refere os motivos que
justificam esse apoio.
6. Faz a caracterização física e psicológica de Marte, tenho em conta as estâncias 36 e
37.
7. Explicita as razões psicológicas que levam Marte a ser favorável aos Portugueses.
8. Determina a importância do Concílio dos Deuses.
Questionário:
1. Analisa a descrição física e psicológica do gigante Adamastor.
2. Podemos distinguir dois momentos no discurso do Adamastor. Justifica.
3. Explica a mudança de comportamento de Adamastor.
4. Explicita as profecias do Gigante.
5. Resume a história amorosa do Gigante Adamastor.
6. Analisa a evolução do estado de espírito dos marinheiros portugueses, em
particular de Vasco da Gama.
7. Este episódio tem um caráter circular, uma vez que no final são retomados
elementos iniciais. Justifica esta afirmação.
8. Explica a simbologia deste episódio.