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A COMIDA E O HEDONISMO – O DELEITE DE SE COMER BEM

COMER COMO UM ATO DE PRAZER

O caráter primordial atribuído à alimentação, é o caráter biológico, ou seja, o da


necessidade de se alimentar.
A questão a ser abordada é a seguinte: Comer é um ato de prazer?
Há quem diga que o próprio conceito de sociedade surge a partir do momento em que
houve a socialização de alimentos, uma vez que por conta da vivência em grupo
forçasse o homem a administrar os recursos de maneira a fortalecer o mesmo. A
domesticação e a agricultura então, começaram a gerar excedentes, estes que por
sua vez eram distribuídos em banquetes para marcar a celebração de uma colheita,
neste ponto vemos na alimentação um caráter social, de agregação, atribuído à
comida.
Alguns historiadores chegam a classificar a sociedade como fundamentalmente
agrícola, principalmente a partir do século IX, levando em consideração o
estabelecimento do sistema feudal, que proporcionaria o renascimento do comércio e
um novo salto no progresso da civilização.

E aí entram as especiarias, que com as grandes navegações, ocuparam importante


papel na história da comida, porquê agregam um valor simbólico antes inexistente a
diversos alimentos. Seu comércio era destinado majoritariamente a um comércio de
luxo, iniciando-se na idade média e intensificado na era moderna. Diversos alimentos
que eram destinados à aristocracia de ambos os períodos históricos acabaram criando
uma diferenciação de status social a partir de práticas alimentares. Isso reflete até nos
dias de hoje, pois algumas especiarias são exclusividade para a elite da população
pelo fato de serem muito caras.

Atribui-se o prazer ao ato de se alimentar, por conta de estímulos nervosos que são
enviados ao cérebro quando a comida entra em contato com nossas papilas
gustativas, muitos alimentos ajudam na produção e liberação de endorfina e dopamina
(hormônios que trazem a sensação de prazer) e por conta disso, as pessoas sentem o
prazer no ato de se alimentar. Porém isso também pode ser interpretado em algumas
ocasiões aonde se desfruta de algo que seja muito cobiçado no mercado por seu difícil
acesso, isso pode também gerar além de um prazer físico, um prazer emocional e as
vezes fazer com que a pessoa a desfrutar da iguaria ponha-se inconscientemente em
um patamar acima das demais por fazer parte de um pequeno e distinto grupo da
sociedade.

O fato da sensação de saciedade quando se come, também proporciona uma


sensação de prazer.
Porém mesmo estando-se fisiologicamente saciado, é possível que se encontre prazer
nos alimentos?
A resposta é sim. Porquê nada nos é mais primitivo do que a transformação do sabor,
começando pelo levar o alimento ao fogo após seu domínio, a utilização de sal.

A humanidade tem por natureza um instinto de busca pela amplificação dos sabores
para a proporção do prazer ao comer, um exemplo prático disso além dos adventos do
sal e do fogo, são as ervas descobertas através do erro e acerto, como a cebola, o
alho a salsa e etc.

Instintivamente ela se manifesta todas as vezes que os humanos


contemporâneos param diante da seção de condimentos, ervas e especiarias
dos supermercados em busca de novos sabores. Porem, com as atuais
facilidades de transporte e conservação destes ingredientes culinários, eles
tem sua variedade multiplicada continuamente nas prateleiras de
supermercados o que gera certa dificuldade na hora da escolha daquele que
mais se adéqua a proposta culinária pretendida pelo consumidor.

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