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Agência Nacional de Águas

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A Agência Nacional de Águas (ANA) é uma autarquia federal, vinculada ao


Ministério do Meio Ambiente, e responsável pela implementação da gestão dos
recursos hídricos brasileiros.

Foi criada pela lei 9.984/2000 e regulamentada pelo decreto nº 3.692/2000. Já


a lei das águas (lei nº 9.433/97) instituiu a Política Nacional de Recursos
Hídricos e criou o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos
(SINGREH).

Tem como missão regular o uso das águas dos rios e lagos de domínio da
União e implementar o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos
Hídricos, garantindo o seu uso sustentável, evitando a poluição e o
desperdício, e assegurando água de boa qualidade e em quantidade suficiente
para a atual e as futuras gerações.

Em 27 de julho de 1999, na cerimônia de abertura do seminário Água, o


desafio do próximo milênio, realizado no Palácio do Planalto, foram lançadas
as bases do que seria a Agência Nacional de Águas (ANA): órgão autônomo e
com continuidade administrativa, que atuaria no gerenciamento dos recursos
hídricos. Nessa época, o projeto de criação da agência foi encaminhado ao
Congresso Nacional, com aprovação em 7 de junho de 2000. Foi transformado
na Lei nº 9.984, sancionada pelo presidente da República em exercício, Marco
Maciel, no dia 17 de julho do mesmo ano.

[editar] Finalidades

A finalidade da ANA é implementar, em sua esfera de atribuições, a política


nacional de recursos hídricos, instituída pela Lei nº 9.433, de 8 de janeiro de
1997, conhecida também como Lei das Águas – instrumento legal inspirado no
modelo francês que permite a gestão participativa e descentralizada dos
recursos hídricos.

Compete à ANA criar condições técnicas para implementar a Lei das Águas,
promover a gestão descentralizada e participativa, em sintonia com os órgãos e
entidades que integram o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos
Hídricos, implantar os instrumentos de gestão previstos na Lei 9.433/97, dentre
eles, a outorga preventiva e de direito de uso de recursos hídricos, a cobrança
pelo uso da água e a fiscalização desses usos, e ainda, buscar soluções
adequadas para dois graves problemas do país: as secas prolongadas
(especialmente no Nordeste) e a poluição dos rios.

A agência é uma autarquia sob regime especial, com autonomia administrativa


e financeira, vinculada ao Ministério do Meio Ambiente, conduzida por uma
diretoria colegiada.
Estrutura organizacional

Sua estrutura organizacional e regimental é constituída por uma diretoria


colegiada, uma secretaria-geral (SGE), uma procuradoria-geral (PGE), uma
chefia de gabinete (GAB), uma auditoria interna (AUD), uma coordenação geral
das assessorias (CGA) e oito superintendências.

A diretoria colegiada é composta por cinco membros: um diretor-presidente e


quatro diretores, todos nomeados pelo presidente da República, com mandatos
não coincidentes de quatro anos.

Missão

A Agência Nacional de Águas tem como missão implementar e


coordenar a gestão compartilhada e integrada dos recursos hídricos e
regular o acesso a água, promovendo o seu uso sustentável em
benefício da atual e das futuras gerações. Além disso, a instituição
possui outras definições estratégicas centrais.

Negócio: uso sustentável da água.

Visão: ser reconhecida pela sociedade como a referência na gestão e


regulação dos recursos hídricos e na promoção do uso sustentável da
água.

Valores: compromisso, transparência, excelência técnica, proatividade,


espírito público.

Organograma
Gestão da Rede Hidrometeorológica

A Agência Nacional de Águas opera e mantém a Rede Básica


Hidrometeorológica, composta de 4.633 estações pluviométricas,
evaporimétricas, fluviométricas, sedimentométricas e de qualidade da água,
que medem respectivamente: o volume de chuvas, a evaporação da água, a
vazão dos rios, a quantidade de sedimentos e a qualidade das águas. Tal Rede
monitora 2.176 dos 12.962 rios cadastrados no sistema de informações
ANA/Hidroweb.

Essas informações são fundamentais tanto para a tomada de decisões de


gerenciamento de recursos hídricos por parte da ANA como para o
desenvolvimento de projetos em vários segmentos da economia que são
usuários da água, como: agricultura, transporte aquaviário, geração de energia
hidrelétrica, saneamento, aquicultura.

Implementação de Programas e Projetos

No tema de implementação de programas e projetos, a Agência Nacional de


Águas atua em importantes eixos, como: apoio a ações de revitalização de
bacias e regiões hidrográficas; apoio às ações de combate à desertificação;
implementação de iniciativas visando à gestão integrada das águas superficiais
e subterrâneas; e apoio à elaboração dos planos de recursos hídricos no
desenvolvimento dos temas relacionados ao uso racional da água.
Um dos principais programas que conta com a atuação da Agência é o
Programa Nacional de Desenvolvimento dos Recursos Hídricos (Proágua
Nacional), cujo objetivo é contribuir para a melhoria da qualidade de vida da
população, especialmente nas regiões menos desenvolvidas do Brasil,
mediante planejamento e gestão dos recursos hídricos simultaneamente com a
expansão e otimização da infraestrutura hídrica, de forma a garantir a oferta
sustentável de água em quantidade e qualidade adequadas aos usos múltiplos.
A ANA trabalha com os componentes de gestão de recursos hídricos e
gerenciamento, monitoria e avaliação – este junto com o Ministério da
Integração, que conduz o componente de obras prioritárias de infraestrutura
hídrica.

Outro importante programa da Agência Nacional de Águas é o Programa


Despoluição de Bacias Hidrográficas (Prodes), que tem como objetivo
incentivar a implantação de estações de tratamento de esgotos (ETEs) para
reduzir os níveis de poluição dos rios brasileiros, por meio do pagamento pelo
esgoto tratado a prestadores de serviços de saneamento que investirem na
implantação e operação das ETEs.

A instituição também possui uma linha de atuação que se dá por intermédio de


iniciativas de revitalização de bacias hidrográficas, conservação e uso racional
da água, pois assim é possível evitar a perda de qualidade e quantidade de
água em bacias hidrográficas.

Além disso, a ANA coordena projetos de cooperação internacional. São


exemplos disso as iniciativas com recursos do Global Environment Facility
(GEF), como: GEF Amazonas, GEF Pantanal e GEF São Francisco.

Apoio à Gestão de Recursos Hídricos

Como uma de suas atribuições previstas na Política Nacional de Recursos


Hídricos, a Agência Nacional de Águas estimula e apóia iniciativas voltadas à
criação e fortalecimento de entes do Sistema Nacional de Gerenciamento de
Recursos Hídricos (Singreh) e a implantação e operacionalização da gestão
integrada de recursos hídricos. O apoio à implementação da gestão de
recursos hídricos nos estados é feito por meio da celebração de convênios de
cooperação entre a Agência e os órgãos gestores estaduais.

A ANA também trabalha na capacitação dos atores do Singreh e na promoção


e execução de projetos e programas educativos voltados para a sociedade
brasileira no que se refere à participação na gestão de recursos hídricos e à
adoção de práticas de uso racional e conservação da água.

Além disso, a ANA estimula e apoia as iniciativas voltadas para a instalação e o


funcionamento de comitês de bacia e agências de águas e para a implantação
da cobrança pelo uso dos recursos hídricos.
Os comitês de bacias hidrográficas são a base do Singreh e funcionam como
um “parlamento das águas”. Isso porque debatem a gestão da água de uma ou
várias bacias, sendo composto por representantes do Poder Público, dos
usuários das águas e das organizações da sociedade com ações na área de
recursos hídricos.

Gestão da Informação

Segundo a Lei nº 9.984, uma das competências da Agência Nacional de Águas


é organizar, implantar e gerir o Sistema Nacional de Informações sobre
Recursos Hídricos (Snirh), que é um sistema de coleta, tratamento,
armazenamento e recuperação de informações sobre recursos hídricos e
fatores intervenientes em sua gestão.

Além disso, a ANA disponibiliza e promove o intercâmbio de dados e


informações, por intermédio de Tecnologias da Informação (TI), com os
estados e as entidades relacionadas à gestão de recursos hídricos. Isso ocorre,
porque um dos princípios básicos do Snirh é a descentralização da obtenção e
produção de dados e informações pelos órgãos integrantes do Sistema
Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos.

Planejamento de Recursos Hídricos

Segundo a lei de criação da Agência Nacional de Águas, a instituição deve


promover a elaboração de estudos para subsidiar a aplicação de recursos
financeiros da União em obras e serviços de regularização de cursos d’água,
de alocação e distribuição de água e de controle de poluição hídrica. Tudo isso
se enquadra no planejamento de recursos hídricos.

De acordo com a Lei das Águas, os planos de recursos hídricos são


instrumentos da Política Nacional de Recursos Hídricos que vêm sendo
desenvolvidos pela ANA. Eles funcionam como planos diretores de longo
prazo, que visam a fundamentar e orientar a implementação da Política
Nacional de Recursos Hídricos e o gerenciamento da água, com horizonte de
planejamento compatível com o período de implantação de seus programas e
projetos. Um desses planos concluído pela instituição é o Plano Estratégico de
Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica dos Rios Tocantins-Araguaia.
Outro instrumento da Política utilizado pela Agência que está no âmbito do
planejamento é o enquadramento dos corpos hídricos em classes, o qual
estabelece o nível de qualidade (classe) a ser alcançado ou mantido num
trecho de corpo hídrico (rio, córrego, etc.) ao longo do tempo. Além disso, o
enquadramento tem o objetivo de assegurar às águas qualidade compatível
com os usos mais exigentes a que foram destinadas e diminuir os custos de
combate à poluição das águas mediante ações preventivas permanentes.
Outorga e Fiscalização

A outorga dos direitos de uso da água é um dos instrumentos da Política


Nacional de Recursos Hídricos. Em corpos hídricos de domínio da União
(aqueles que não se restringem a uma unidade da Federação) e em
reservatórios construídos com recursos da União, a Agência Nacional de
Águas é a instituição responsável pela análise técnica para a emissão da
outorga – tanto a preventiva como a de direito de uso dos recursos hídricos.

As Declarações de Reserva de Disponibilidade Hídrica (DRDH) e as outorgas


de direitos de uso da água para aproveitamentos hidrelétricos em rios de
domínio da União também são emitidas pela ANA.

Juntamente com a outorga, a Agência realiza campanhas de cadastro e


regularização de usos de recursos hídricos. Além disso, fiscaliza tais usos em
águas de domínio da União e as condições de operação dos reservatórios
visando a garantir os usos múltiplos das águas, um dos fundamentos da
Política Nacional de Recursos Hídricos.

Nesse sentido, a ANA também realiza a análise técnica das solicitações do


Certificado de Sustentabilidade de Obras Hídricas (Certoh) e a implementação
e o gerenciamento do Cadastro Nacional de Usuários de Recursos Hídricos
(Cnarh).

Usos Múltiplos

Conforme prevê a Lei nº 9.433, a gestão dos recursos hídricos deve sempre
proporcionar o uso múltiplo das águas. Assim, todos os setores usuários da
água têm igualdade de acesso aos recursos hídricos. A Política Nacional só
traz uma exceção a esta regra, que vale para situações de escassez, em que
os usos prioritários da água passam a ser o consumo humano e a
dessedentação de animais.

Como as demandas por água para os mais variados usos vêm aumentando, o
número de conflitos de interesses envolvendo a água também cresceu. Por
isso, a ANA age no sentido de mediar tais conflitos no Brasil que podem
contrapor diversos setores, como: elétrico e hidroviário, saneamento e turismo,
irrigação e elétrico, etc.

Para garantir os usos múltiplos da água, a Agência também trabalha para


prevenir ou minimizar os efeitos de secas e inundações, por meio de sua Sala
de Situação.

Art. 26. À Superintendência de Administração, Finanças e Gestão de Pessoas -


SAF compete:
I - zelar pelo patrimônio da ANA;
II - desenvolver as atividades de execução orçamentária, financeira e contábil
da ANA;
III - promover licitação para a aquisição de bens e para a execução de serviços
e obras;
IV - planejar, coordenar e supervisionar, no âmbito da ANA, a execução das
atividades relacionadas aos sistemas federais de orçamento, de administração
financeira, de contabilidade, de serviços gerais, de administração dos recursos
de informação e informática, e de pessoal, bem como as atividades de
organização e modernização administrativa;
V - prestar informações sistemáticas à Diretoria Colegiada sobre a execução
orçamentária, financeira e contábil, de forma a lhe permitir o adequado
gerenciamento dos recursos;
VI - planejar, elaborar e executar o Programa Permanente de Capacitação,
Treinamento e Desenvolvimento profissional dos servidores nas áreas técnica,
gerencial e intelectual;
VII - promover a arrecadação e o controle de recebimento de multas aplicadas
pela fiscalização em decorrência do uso irregular de recursos hídricos em
corpos d'água de domínio da União;
VIII - elaborar o Relatório de Gestão e a Prestação de Contas Anual da ANA,
submetendo-os à Diretoria Colegiada;
IX - orientar, coordenar e consolidar o processo de elaboração da proposta
orçamentária, no âmbito da ANA; e
X - apoiar, em sua área de competência, a concepção e operacionalização dos
processos de gestão de dados e informações junto ao Sistema Nacional de
Informações sobre Recursos Hídricos - SNIRH.

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