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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA CÍVEL

DO TERMO JUDICIÁRIO DA COMARCA DA ILHA DE SÃO LUIS/MA.

Gratuidade da Justiça
(art. 5º, LXXIV, CF)

JOSE DO ROSÁRIO DESTERRO FILHO, brasileiro,


motorista, RG nº. 243374941 SESP/MA, inscrito no CPF/MF sob o nº.
710.675.823-04, residente e domiciliado na Rua 16, Quadra 40, bloco “C”, nº 08,
Cidade Olímpica, São Luís/MA, CEP 65058-130, vem perante V. Excelência,
com fulcro no art. 319 do CPC, propor a presente

AÇÃO DE COBRANÇA

em face de MARAJO COMERCIO E TRANSPORTE LTDA.,


pessoa jurídica de direito privado, com CNPJ nº 41.146.861/0001-60, com sede à
Rodovia BR 230/101, KM 31, 2050, Bairro de Manguinhos, Município de
Bayeux, Estado da Paraíba, CEP 58.309-600 e TECOP – TERMINAL DE
COMBUSTÍVEIS DA PARAÍBA LTDA. pessoa jurídica de direito privado,
com CNPJ nº 04.501.662/0003-68, com sede à Rodovia PA 483, s/n, KM 18,
Distrito Industrial, Bairro Mucurupi, Município de Barcarena/PA, CEP 68.445-
000, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas:

I
DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA

A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com


insuficiência de recursos para pagar as custas, as despesas processuais e os
honorários advocatícios tem direito à gratuidade da justiça, na forma da lei.
Presume-se verdadeira a alegação de insuficiência deduzida exclusivamente por
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pessoa natural. A assistência do requerente por advogado particular não impede a
concessão de gratuidade da justiça. (NCPC, art.98, §§ 3 e 4, respectivamente).

Como bem ensina ARAKEN DE ASSIS 1: “À concessão do


benefício da justiça gratuita, nos termos postos na Lei nº 1.060/1950,
fundamentalmente interessa que a situação econômica da parte não lhe permita
atender às despesas do processo. É IRRELEVANTE A RENDA DA PESSOA
[...] parecendo pouco razoável exigir que alguém se desfaça de seus bens para
atender às despesas do processo”.

Com brilhantismo que o Des. José Stelio Nunes Muniz na


Apelação Cível nº 0219392009 destacou: “Não importa se a parte solicitante do
benefício possua patrimônio ou rendimentos altos, se constituiu advogado
particular ou está na absoluta miséria para que seja beneficiária da justiça
gratuita. Considera-se necessitado, nos termos da lei, aquele que no momento da
promoção da demanda não possua condições econômicas para suportar as custas
processuais sem a privação de sua subsistência ou da sua família. Não há
qualquer vinculação da concessão do benefício a um limite de renda mensal
percebida pelo beneficiário, mas sim, repise-se, à impossibilidade de dispor de
determinado valor, no momento da promoção da demanda, para pagamento das
despesas processuais sem causar prejuízo ao seu próprio sustento ou da sua
família.
No mesmo pensar o Des. Jorge Rachid Mubaráck Maluf, na
Apelação Cível 0202092008, concedeu o benefício a um juiz de direito ao
argumento de que “não se pode simplesmente afirmar que o salário de
magistrado é suficiente para a manutenção familiar sem avaliar as reais
condições em que vive”. A propósito:

APELAÇÃO CÍVEL. IMPUGNAÇÃO AO PEDIDO DE ASSISTÊNCIA


JUDICIÁRIA. MAGISTRADO. POSSIBILIDADE. I. A Lei n° 1.060/50 confere o
benefício da justiça gratuita mediante simples afirmação da parte de que não está em

1
Araken de Assis . Garantia de acesso à justiça; benefício da gratuidade, ob. cit. p. 84.

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condições de arcar com as custas do processo e honorários de advogado, sem
prejuízo da própria manutenção ou de sua família. II. Mostram-se indevidas as razões
para se indeferir o pedido de assistência judiciária sob o argumento de ser a parte
magistrado, uma vez que obrigá-lo a arcar com as custas e despesas processuais
poderia prejudicar o seu sustento e de sua família, já que não se pode simplesmente
afirmar que o salário de magistrado é suficiente para a manutenção familiar sem
avaliar as reais condições em que vive. (TJMA. AC nº 0202092008. Des.
Jorge Rachid Mubaráck Maluf. J 31.10.2008. p 16.04.2010).

AÇÃO DE IMPUGNAÇÃO AO PEDIDO DE ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA.


PESSOA NATURAL. BASTA SIMPLES AFIRMAÇÃO. PROMOTORA DE JUSTIÇA.
POSSIBILIDADE. NÃO IMPORTA O CARGO E OS RENDIMENTOS AUFERIDOS.
NECESSITADA NA FORMA DA LEI. I. Para a concessão do benefício da assistência
judiciária basta a simples afirmação da parte de que não está em condições de pagar
as custas do processo e os honorários advocatícios, sem prejuízo próprio ou de sua
família. Inteligência do art. 4º da Lei n.º 1.060/50. II. Não importa se a parte
solicitante do benefício possua patrimônio ou rendimentos altos, se constituiu
advogado particular ou está na absoluta miséria para que seja beneficiária da justiça
gratuita. III. Considera-se necessitado, nos termos da lei, aquele que no momento da
promoção da demanda não possua condições econômicas para suportar as custas
processuais sem a privação de sua subsistência ou da sua família. IV. Apelação
conhecida e desprovida. (AC 0219392009. Des. José Stelio Nunes Muniz. p
08.03.2010).

Na remota hipótese de negativa do benefício suso, os requerentes


pleiteiam o pagamento das custas processuais e dos honorários advocatícios para
o final do processo pela parte perdedora, garantindo o direito constitucional do
acesso ao Judiciário (CF/1988, art. 5º, inc XXXV e LXXIV). Novamente o
TJMA:
AGRAVO DE INSTRUMENTO. EXECUÇÃO DOS HONORÁRIOS DE
SUCUMBÊNCIA. RECOLHIMENTO DE CUSTAS AO FINAL DO PROCESSO.
POSSIBILIDADE. ACESSO A JUSTIÇA. ALEGAÇÃO DE IMPOSSIBILIDADE DE
ARCAR COM AS CUSTAS E DESPESAS PROCESSUAIS. RECURSO CONHECIDO E
IMPROVIDO. UNANIMIDADE. I O pagamento de custas ao final do processo, muito
embora, não tenha previsão legal expressa, é frequentemente admitido pela
jurisprudência. II. O deferimento do pedido de pagamento das despesas processuais
em momento posterior visa garantir o direito constitucional do acesso ao Judiciário,
na forma quer dispõe o art. 5º, incisos XXXV e LXXIV da CF, e não implica em
prejuízo para o Estado, já que os valores devidos terão a sua respectiva correção
monetária. III. O agravante não se encaixa na condição de autor da ação coletiva
principal, logo não é amparado pela isenção legal do art. 12, inciso X da Lei Estadual
9.109/2009. IV. Decisão agravada mantida. V. Agravo de Instrumento conhecido e
improvido. Unanimidade. (AI 0190592016, Des. Raimundo José Barros de
Sousa, j 13.06.2016).

PROCESSO CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. JUSTIÇA GRATUITA.


INDEFERIMENTO PELO JUÍZO A QUO. RECOLHIMENTO DAS CUSTAS AO FINAL
DO PROCESSO. POSSIBILIDADE. AGRAVO PARCIALMENTE PROVIDO. I. À época

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do ajuizamento da demanda e prolação do decisum agravado, ainda estava em vigor
adisposição contida no artigo 4º, da Lei 1.060/50, que exigia a declaração da parte de
que não teria condição de arcar com às custas processuais e honorários advocatícios
sem prejuízo próprio e de sua família. II. Na espécie dos autos, embora não constem
elementos que ratifiquem a afirmativa de pobreza formulada pela agravante, deve ser
possibilitado que as custas processuais sejam recolhidas ao final do processo.
Precedentes do TJMA. Agravo parcialmente provido. (TJMA. AI 0186242016,
Des. José de Ribamar Castro, j a 27.06.2016, DJe 01.07.2016).

AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECOLHIMENTO DE CUSTAS AO FINAL


DO PROCESSO. PESSOA FÍSICA. ALEGAÇÃO DE IMPOSSIBILIDADE DE CUSTEAR
AS DESPESAS NO MOMENTO. EXCEPCIONALIDADE. DEFERIMENTO. I. É possível
o deferimento do pedido de recolhimento das custas ao final do processo, que, na
prática, significa a concessão provisória da gratuidade da justiça, sendo, pois, bem
aceito pela jurisprudência pátria. II. O deferimento do pedido de pagamento das
despesas processuais em momento posterior visa garantir o direito constitucional do
acesso ao Judiciário, na forma que dispõe o art. 5º, incisos XXXV e LXXIV da CF.
(AI 0145122016, Des. Jorge Rachid Mubárak Maluf, 1T, j 07.07.2016,
DJe 19.07.2016).

Assim, o autor informa que não dispõe de recursos financeiros


suficientes para arcar com as custas processuais sem prejuízo próprio ou de seus
familiares, pleiteando os benefícios da justiça gratuita. Ou, não sendo esse o
entendimento, que as custas e os honorários advocatícios sejam pagos ao final do
processo, pela parte perdedora.

II
DOS FATOS

O requerente é motorista profissional, com Carteira Nacional de


Habilitação na categoria “E”. Ele prestava serviços regularmente a MARAJO
COMERCIO E TRANSPORTE LTDA., empresa no ramo de transporte
rodoviário de carga, exceto produtos perigosos e mudanças, intermunicipal,
interestadual e internacional, conforme comprovante de inscrição e de situação
cadastral em anexo.

Pela prestação de serviço a requerida efetuava o pagamento


adiantado de 50% (cinquenta por cento), ficando o restante para depois da
entrega da mercadoria no destinatário. Entretanto, a pessoa jurídica descumpriu

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com sua obrigação com a pessoa física, deixando de pagar os 50% (cinquenta por
cento) remanescentes, em quatro oportunidades, vejamos:

A primeira a 23.04.2015. O autor carregou o caminhão de “Coque


de Petróleo”, na Tecop - Terminal de Combustíveis da Paraíba Ltda - Tecop
Terminal de Combustíveis da Paraíba Ltda (Rod Pa - 483, S/N, Km 18 D Distrito
Industrial, Murucupi, Barcarena, PA, CEP 68445-000, Brasil) com destino de
entrega a Itapicuru Agro Industrial S.A (Cimento Nassau), situada na BR 316,
KM 466, Vila Nassau, s/n, Município de Codó. Pelo serviço ficou acordado a
quantia de R$ 2.898,72 (dois mil, oitocentos e noventa e oito reais e setenta e
dois centavos). Ele recebeu metade do valor, ficando pendente R$ 1.449,36
(hum mil, quatrocentos e quarenta e nove reais e trinta e seis centavos),
conforme NOTA FISCAL Nº 000101516.

A segunda a 19.05.2015. O autor carregou o caminhão de “Coque


de Petróleo”, na Tecop - Terminal de Combustíveis da Paraiba Ltda - Tecop
Terminal de Combustíveis da Paraíba Ltda (Rod Pa - 483, S/N, Km 18 D Distrito
Industrial, Murucupi, Barcarena, PA, CEP 68445-000, Brasil) com destino de
entrega a Itapicuru Agro Industrial S.A (Cimento Nassau), situada na BR 316,
KM 466, Vila Nassau, s/n, Município de Codó. Pelo serviço ficou acordado a
quantia de R$ 4.864,60 (quatro mil, oitocentos e sessenta e quatro reais e
sessenta centavos). Ele recebeu metade do valor, ficando pendente de R$
2.432,30 (dois mil, quatrocentos e trinta e dois reais e trinta centavos),
conforme NOTA FISCAL Nº 000104771.

A terceira a 27.05.2015. O autor carregou o caminhão de “Coque


de Petróleo”, na Tecop - Terminal de Combustíveis da Paraíba Ltda - Tecop
Terminal de Combustíveis da Paraíba Ltda (Rod Pa - 483, S/N, Km 18 D Distrito
Industrial, Murucupi, Barcarena, PA, CEP 68445-000, Brasil) com destino de
entrega a Itapicuru Agro Industrial S.A (Cimento Nassau), situada na BR 316,

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KM 466, Vila Nassau, s/n, Município de Codó. Pelo serviço ficou acordado a
quantia de R$ 4.872,40 (quatro mil, oitocentos e setenta e dois reais e
quarenta centavos). Ele recebeu metade do valor, ficando pendente de R$
2.436,20 (dois mil, quatrocentos e trinta e seis reais e vinte centavos),
conforme NOTA FISCAL Nº 000106069.

A quarta a 25.06.2015. O autor carregou o caminhão de “Coque


de Petróleo”, na Tecop - Terminal de Combustíveis da Paraíba Ltda - Tecop
Terminal de Combustíveis da Paraíba Ltda (Rod Pa - 483, S/N, Km 18 D Distrito
Industrial, Murucupi, Barcarena, PA, CEP 68445-000, Brasil) com destino de
entrega a Itapicuru Agro Industrial S.A (Cimento Nassau), situada na BR 316,
KM 466, Vila Nassau, s/n, Município de Codó. Pelo serviço ficou acordado a
quantia de R$ 4.843,80 (quatro mil, oitocentos e quarenta e três reais e
oitenta centavos). Ele recebeu metade do valor, ficando pendente de R$
2.421,90 (dois mil, quatrocentos e vinte e um reais e noventa centavos),
conforme NOTA FISCAL Nº 000109658.

O certo é que as demandadas deixaram de pagar ao autor a


quantia de R$ 8.739,76. O credor tentou todos os meios amigáveis para o
recebimento da dívida, mas não obteve êxito. Não restando alternativa que não
buscar a prestação jurisdicional com o fito de ter o seu direito assegurado e os
danos sofridos reparados.

Eis os fatos.

III
DO DIREITO

A Lei 11.442/2007 dispõe sobre o Transporte Rodoviário de


Cargas (TRC) realizado em vias públicas, no território nacional, por conta de
terceiros e mediante remuneração, os mecanismos de sua operação e a
responsabilidade do transportador.
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As relações decorrentes dessa modalidade de contrato é de
natureza comercial, não ensejando a caracterização de vínculo de emprego,
sendo competência da Justiça Comum o julgamento de ações oriundas dos
contratos de transporte de cargas (Lei nº 11.442/2007, art.5º, §único).

Sobre o tema:

RECURSO INOMINADO. COBRANÇA. TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE


CARGA. COMPETÊNCIA DO JUIZADO ESPECIAL PARA PROCESSAR E JULGAR A
DEMANDA. ARTIGO 5º, PARÁGRAFO ÚNICO DA LEI 11.442/2007. PRETENSÃO DO
RECORRENTE DE REALIZAÇÃO DE AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO.
IMPOSSIBILIDADE DE IMEDIATO JULGAMENTO DA LIDE. SENTENÇA
REFORMADA. 1. Nos termos do artigo 5º, parágrafo único da Lei 11.442/2007,
compete à Justiça Comum o julgamento de ações oriundas dos contratos de
transporte de cargas. Note-se que a expressão Justiça Comum constante do
dispositivo legal antes mencionado deve ser interpretada como excludente da Justiça
Especializada do Trabalho, e não como excludente do Juizado Especial que, muito
embora nominado especial, integra a Justiça Comum. […] (TJPR. RI nº 0001953-
48.2014.8.16.0014. Relª. Giane Maria Moreschi. J 19.02.2016). [g.n]

No caso, o autor comprova a prestação de serviço de transporte as


requeridas por meio das notas fiscais referentes a cada serviço, tornando liquida
a dívida, equivalente a R$ 8.739,76, devendo ser acrescida de juros moratórios e
correção monetária.

Assim, nas ações de cobrança, trazendo o autor provas que


demonstram cabalmente o seu crédito, compete ao devedor provar os fatos
impeditivos, modificativos ou extintivos do direito do credor (CPC, art.373, II).

A propósito:

APELAÇÃO CÍVEL. CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE


TRANSPORTE DE CARGAS. PAGAMENTO A MENOR. NOTAS DOS SERVIÇOS
PRESTADOS. PRESCRIÇÃO QUINQUENAL. INTELIGÊNCIA DO ART. 206, § 5º, I DO
CÓDIGO CIVIL. PROVA DA PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS. INEXISTÊNCIA DE
CONDIÇÃO IMPEDITIVA DO DIREITO AO CRÉDITO. PAGAMENTO DEVIDO .
Considerando a previsão contida no art. 206, § 5º, I do Código Civil, aplica-se a
prescrição quinquenal à pretensão de cobrança de dívida líquida constante em notas
de prestação de serviços. Havendo provas de que houve a efetiva prestação dos

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serviços de transporte noticiado na inicial e não tendo a parte contratante se
desincumbido da obrigação de demonstrar a existência de fato impeditivo,
modificativo ou extintivo do direito da parte contratada, conforme preceitua o art.
333, II do CPC/1973, legítima é a cobrança aviada, mas cujo valor exato deverá ser
objeto de apuração em liquidação de sentença. (TJMG. AC 1.0105.038164-0.
Des. Arnaldo Maciel. J 19.09.2016)

COBRANÇA. CONTRATO DE TRANSPORTE DE CARGA.


CONHECIMENTO DE TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE CARGA. DÍVIDA CERTA,
LÍQUIDA E EXIGÍVEL. JUROS DE MORA. INCIDÊNCIA. Uma vez demonstrado o
cumprimento do contrato de transporte de carga, devem ser quitados os
conhecimentos de transporte rodoviário de carga, sob pena da incidência de juros de
mora desde o vencimento, uma vez que se trata de mora ex re, sendo a dívida certa,
líquida e exigível.(TJMG. AC 1.0027.08.176710-8. Des. Fernando Caldeira
Brant. J 12.03.2012)

CIVIL E PROCESSO CIVIL. AÇÃO DE COBRANÇA. PRESTAÇÃO DE


SERVIÇO TRANSPORTE DE CARGA. CRÉDITO COMPROVADO. FATO
IMPEDITIVO, MODIFICATIVO OU EXTINTIVO. ÔNUS DO RÉU DEVEDOR. ARTIGO
333, II, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. RECURSO NÃO-PROVIDO. Nas ações de
cobrança, trazendo a parte autora as provas que demonstram cabalmente o seu
crédito, compete ao devedor requerido fazer prova dos fatos impeditivos,
modificativos ou extintivos do direito do credor, inteligência do art. 333, II, do
Código de Processo Civil. Negaram provimento ao apelo. (TJMG. Ac
1.0027.08.173052-8. Des. Sebastião Pereira de Souza. J 01.04.2011)

Desse modo, comprovada a prestação de serviço pelo autor, resta


configurado o crédito devido pelas requeridas no importe de R$ 8.739,76, com
juros moratórios e correção monetária.

IV
DOS PEDIDOS

Pelo exposto, a Autora requer, se digne Vossa Excelência:

a) O deferimento dos benefícios da justiça gratuita, pois o autor


não dispõe de recursos financeiros suficientes para arcar com as custas
processuais sem prejuízo próprio ou de suas famílias, conforme art. 98 e
seguintes do NCPC; art. 5º, LXXIV e LXXVII da CF/88 c.c art.2º, caput e §
único, e art. 4º da Lei 1.060/1950. Ou, na remota hipótese de negativa do
benefício, pleiteia-se o pagamento das custas processuais e dos honorários

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advocatícios para o final do processo pela parte perdedora, garantindo o direito
constitucional do acesso ao Judiciário (CF, art. 5º, XXXV e LXXIV).

b) a designação de audiência prévia de conciliação (CPC/2015,


art. 319).
c) a citação das requeridas, para que apresente defesa, querendo,
no prazo legal, sob pena de revelia.

d) ao final, seja julgado PROCEDENTE a pretensão autoral, para


condenar as demandadas ao pagamento R$ 8.739,76, acrescido de juros
moratórios e correção monetária.

e) a condenação das requeridas ao pagamento das custas


processuais e honorários advocatícios de 20% sobre o valor da condenação, nos
termos do parágrafo terceiro do art. 85 da Lei nº 13.105/2015.

f) produção de qualquer prova admitida em Direito, especialmente


pericial e documental, conforme art. 369 do CPC/2015.

Dar-se a causa o valor de R$8.739,76 (oito mil, setecentos e trinta


e nove reais e setenta e seis centavos).

E. deferimento.

São Luís/MA, 11 de julho de 2017.

Vinicius Feitosa
OAB/MA 12.033.

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