You are on page 1of 177

CENTRO UNIVERSITÁRIO PLINIO LEITE

MESTRADO PROFISSIONAL EM ENSINO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE E


DO AMBIENTE

MARIA INÊS NOGUEIRA DE SOUZA BENFENATTI

A Terapia Nutricional no Hospital Universitário Sul Fluminense: uma


reflexão sobre a necessidade da capacitação de acadêmicos da
saúde para equipe multiprofissional

Niterói
2008

i
CENTRO UNIVERSITÁRIO PLINIO LEITE

MESTRADO PROFISSIONAL EM ENSINO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE E


DO AMBIENTE

MARIA INÊS NOGUEIRA DE SOUZA BENFENATTI

A Terapia Nutricional no Hospital Universitário Sul Fluminense: uma


reflexão sobre a necessidade da capacitação de acadêmicos da
saúde para equipe multiprofissional

Dissertação apresentada ao Centro


Universitário Plínio Leite como
requisito parcial a obtenção
do título de Mestre em Ensino de
Ciências da Saúde e do Ambiente,
linha de pesquisa: Ensino e Saúde.

ORIENTADOR: Prof. Dr. Fábio de Oliveira Martinez Alonso

Niterói
2008

ii
MARIA INÊS NOGUEIRA DE SOUZA BENFENATTI

A Terapia Nutricional no Hospital Universitário Sul Fluminense: uma


reflexão sobre a necessidade da capacitação de acadêmicos da
saúde para equipe multiprofissional

Dissertação apresentada ao Centro


Universitário Plínio Leite como
requisito parcial a obtenção
do título de Mestre em Ensino de
Ciências da Saúde e do Ambiente,
linha de pesquisa: Ensino e Saúde.

Aprovado em 14 de novembro de 2008.

BANCA EXAMINADORA

_________________________________________________________________
Prof. Dr. Fábio de Oliveira Martinez Alonso (Orientador)
Centro Universitário Plínio Leite

_________________________________________________
Profª. Drª. Carmen Silveira
Centro Universitário Plínio Leite

_________________________________________________
Profª. Drª. Teresinha Goulart
Hospital dos Servidores do Estado

iii
“....Se tentares viver de amor, perceberás que, aqui

na terra, convém fazeres a tua parte. A outra,

não sabes nunca se virá, e não é necessário

que venha. Por vezes, ficarás desiludido,

porém jamais perderás a coragem, se

te convenceres de que, no amor,

o que vale é amar...”

(Chiara Lubchi)

iv
AGRADECIMENTOS

A DEUS por todas as maravilhas que realiza em minha vida;

A meus pais, Coracy de Souza Ramos e Leci Nogueira de Souza, pelo carinho por

terem me ensinado que o amor e a sabedoria são as únicas coisas que ninguém nos

tira na vida;

A meu marido Fernando de Almeida Benfenatti e meu filho Rodrigo Nogueira de

Souza Benfenatti, pelo amor, carinho, por compreenderem a minha ausência e pela

força das palavras certas nos momentos mais difíceis;

A minhas irmãs, irmãos e seus familiares pelo carinho e amor;

A família focolare em especial meu núcleo pelo carinho, amor e pela força constante

em todos os momentos em que por um acaso eu tenha pensado em desistir ou tenha

fraquejado;

Ao Prof. Dr. Fábio de Oliveira Martinez Alonso, pelo exemplo de profissionalismo

pelas orientações seguras e precisas, bem como pela sua competência e

reconhecimento acadêmico e profissional, os quais puderam dar um ar de

contribuição mais acadêmico e principalmente pela compreensão;

Ao Reitor da Universidade Severino Sombra Américo Carvalho, a Superintendente

do Hospital Universitário Sul Fluminense Márcia Gabriel mantiveram as suas

instituições de portas abertas para a aplicação deste trabalho, e os membros do

Comitê de Ética em Pesquisa desta instituição que foram eficientes no processo de

aprovação deste projeto.

v
Aos Professores do programa de mestrado, em especial as professoras Carmem

Silveira e Maylta Brandão pela compreensão e pelo auxílio na condução do

mestrado.

A Terezinha Goulart por aceitar com carinho participar da banca.

Aos acadêmicos do curso de medicina, farmácia e enfermagem por terem

respondido os questionários sem os quais este trabalho não teria sido realizado;

Aos professores e enfermeiros Sebastião Jorge Cunha Gonçalves e Tânia Barroso

Barreto e a professora e médica Thais Maria Niemeyer da Rocha Monsoures;

A Melissa Manna Marques e Gustavo Lopes Peixoto, por todo carinho,

companheirismo, e por não me deixarem desistir;

Aos amigos da jornada de mestrado, em especial a Sandra, Silvania, Cristina,

Seliane pela compreensão e pela amizade;

Às companheiras de caminhada, Alessandra Amorim, Cristiane Telles, Gisele Vieira,

Sônia Mendes, Ethel Valdez, Yara Vargas, Letícia Boechat, Paula Conde, Dulce

Couto pela compreensão e pela amizade;

Aos amigos de trabalho do INCA em especial e Cristiane Ferreira que na fase final

deste trabalho com grande carinho e amizade muito me ajudaram;

Aos meus familiares e amigos em especial a Mariana Curto, que com grande carinho

durante este período torceram por mim;

À minha prima Carolina Henriques, pelo carinho e pela ajuda na construção do

abstract.

vi
RESUMO

A desnutrição é um problema que atinge uma em cada três pessoas no mundo. O


estado nutricional comprometido leva a desnutrição hospitalar, é um grave problema
de saúde no Brasil e tende a se agravar durante a internação do paciente. Pacientes
hospitalizados podem ter necessidades nutricionais especiais em função da
desnutrição e dos desequilíbrios metabólicos impostos pelas doenças, e
principalmente no estágio crítico da enfermidade, sendo importante implementar a
terapia nutricional (TN). A TN é um conjunto de procedimentos terapêuticos para a
manutenção ou recuperação do estado nutricional do paciente, por meio da Nutrição
Enteral e/ ou Parenteral ou ainda oral, deve ser administrada de modo seguro e
eficaz, por ser uma terapêutica complexa é de fundamental importância a atuação da
equipe multiprofissional de terapia nutricional (EMTN), em todas as fases da
terapêutica, desde avaliação ao monitoramento. O objetivo deste trabalho é a
capacitação acadêmica e profissional sobre a equipe multiprofissional de terapia
nutricional no âmbito hospitalar promovendo assim a melhoria global do atendimento
ao paciente internado no Hospital Universitário Sul Fluminense (HUSF), através de
programas de extensão e de educação a distância. Por meio de estudo prospectivo,
foram analisados 178 prontuários de pacientes internados na clinica médica do
HUSF no período de março a novembro de 2007. As variáveis analisadas foram:
sexo, idade, peso, diagnóstico de internação, medicação prescrita, estado do
paciente, preocupação com estado nutricional, exames laboratoriais prescritos e
dieta utilizada. Foram aplicados 69 questionários que foram auto-respondido nos
meses de novembro e dezembro de 2007, pelos acadêmicos matriculados na
Universidade Severino Sombra (USS), do 10º e 11º períodos do curso de medicina
que realizam suas atividades de internato no HUSF e dos acadêmicos do 7º e 8º
períodos do curso de farmácia e de enfermagem que realizam estágios
supervisionados no HUSF. A partir da análise dos dados levantados nos
questionários se permitiu a identificação do conhecimento e o nível de interesse dos
estudantes sobre TN e EMTN. Os produtos finais são: promoção do curso de
extensão intitulado, A Terapia Nutricional hospitalar: com ênfase na importância da
Equipe Multiprofissional de saúde e o desenvolvimento do “weblog” culminando na
construção de um ambiente virtual interativo com abordagens de temas em TN e
EMTN baseado em material técnico científico, que visa despertar o interesse e
capacitar os acadêmicos, desenvolvendo o conhecimento dos profissionais e
estudantes de saúde no HUSF.

Palavras-chave: capacitação, desnutrição hospitalar, equipe multiprofissional,


estado nutricional, terapia nutricional.

vii
ABSTRACT

Malnutrition is a problem that affects one in every three people in the world. The
endangered nutritional condition leads to hospital malnutrition, which is a serious
problem in Brazil and tends to worse during patient’s admission. Admitted patients
may have special nutritional needs due to malnutrition and metabolic imbalances
imposed by the diseases, especially in the critical stage of the disease, so it is
important to implement the nutritional therapy (NT). NT is a group of therapeutic
procedures to maintain or recover patient’s nutritional condition, through enteric
and/or par enteric and oral nutrition, which must be administrated in a safe and
effective way, because it is a complex therapy, so it is essential to have a
multiprofessional nutritional therapy team (MNTT) in all the stages of the therapy,
from evaluation to tracking. The aim of this work is the academic and professional
training of the multiprofessional nutritional therapy team in the hospital environment,
which furthers the global improvement of the patient admitted in the Hospital
Universitário Sul Fluminense (HUSF), through extension and distance learning
programs. Through this prospective research, we examined 178 records of patients
admitted in HUSF between March and November, 2007. The examined aspects were:
sex, age, weight, admission diagnosis, prescribed medication, patient’s condition,
concern about nutritional condition, prescribed lab exams and diet. Sixty nine
questionnaires were applied, and they were answered in November and December,
2007 by the Medical School 10th and 11th term students of the Severino Sombra
University (USS), which are interns in the HUSF and Pharmacology and Nursing
School 7th and 8th term students, who are under supervised internship in HUSF. From
the analysis of the questionnaires, it was possible to identify the students’ knowledge
and interest about NT and MNTT. The final products are: extension course entitled
“Hospital Nutritional Therapy”, with emphasis in the importance of health
multiprofessional team and the development of a weblog, leading to the creation of a
virtual interactive environment, approaching issues in NT and MNTT, with links and
technical-scientific material, which aims to increase the interest and training, develop
the knowledge of the health professionals and students in HUSF.

Key-words: training, hospital malnutrition, multiprofessional team, nutritional


condition, nutritional therapy.

viii
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 01

1.1. Estado nutricional ........................................................................................... 01

1.2. Desnutrição hospitalar ................................................................................... 07

1.3. Terapia Nutricional ......................................................................................... 12

1.4. Equipe Multiprofissional de Terapia Nutricional ......................................... 27

1.5. Educação em Saúde e a Capacitação Profissional .................................... 35

2. JUSTIFICATIVA ................................................................................................. 43

3. OBJETIVOS ....................................................................................................... 45

3.1. Objetivo geral .................................................................................................. 45

3.2. Objetivos específicos ..................................................................................... 45

4. METODOLOGIA ................................................................................................. 47

4.1. Local do estudo ............................................................................................. 47

4.2. Contexto do estudo ...................................................................................... 49

4.3. Material e métodos ........................................................................................ 51

5. RESULTADOS E DISCUSSÂO ........................................................................ 56

5.1. Da Etapa I, atividade 1 - Análise de prontuários ........................................ 56

5.2. Da Etapa I, atividade 2 - Questionário aplicado aos estudantes ............... 65

5.3. Etapa II, atividade 1 - O curso de extensão proposto: o produto final da

pesquisa .................................................................................................................. 78

ix
5.4. Etapa II, atividade 2 - Construção “espaço virtual” no modelo “weblog”

sobre terapia nutricional e equipe multiprofissional de terapia nutricional: o

produto final da pesquisa ..................................................................................... 84

6 – CONCLUSÃO .................................................................................................... 90

7 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................ 93

ANEXOS

x
1

1. INTRODUÇÃO

1.1. Estado nutricional

A alimentação é condição essencial para a sobrevivência humana. Os

indivíduos ao se alimentar não estão satisfazendo somente suas necessidades

fisiológicas, mas também as muitas necessidades psicossociais, as de ordem

psicológica particular, mas também de ordem cultural segundo o nível intelectual,

condições de vida e da forma de se relacionar com a alimentação (BARBOSA, 2005).

Além do aspecto nutritivo, a alimentação traz consigo diversas significações e

implicações na vida das pessoas (CORREIA, 2001).

O índice de pacientes hospitalizados que não se alimentam suficientemente

para atingir suas necessidades calórico-protéicas devido aos mais variados fatores,

como a doença de base, dor, náuseas, vômitos, ansiedade, inapetência, disfagia,

depressão, incapacidade funcional, tratamentos agressivos como cirurgias, rádio e

quimioterapia, e mesmo pelo ambiente hospitalar, pois a internação constitui

momentos de dor, medo, angústia e insegurança. A inadequação alimentar no

período de internação do paciente resulta no comprometimento do estado nutricional,

do estado geral, e na resposta aos tratamentos, além de promover complicações que

são entre duas e vinte vezes maiores, quando comparados aos enfermos nutridos

(CORREIA, 2001).

A hospitalização acarreta ao paciente sofrimento, com uma expressiva

ansiedade, medo do desconhecido e um desconforto devido ao afastamento da


2

família, de amigos, além da distância dos seus pertences e de toda sua realidade

cotidiana. Durante o tempo de internação aliado a estes fatores e somado ao

dinamismo da vida cotidiana hospitalar, muitas vezes os pacientes apresentam

dificuldade de se alimentar, levando ao risco nutricional (POLAK, 2001).

O conceito de “complicações associadas ao estado nutricional do paciente

hospitalizado” é definido como o risco aumentado de morbimortalidade em

decorrência do seu estado nutricional, freqüentemente denominado “risco nutricional”

(SILVA & BARROSO, 2002a).

Entre o conjunto de condições encontradas dentro do hospital que contribuem

para a piora do estado nutricional do paciente, destacam-se: peso e altura não

aferidos, logo a desnutrição não identificada; não observação da ingestão alimentar

por parte dos pacientes; intervenção cirúrgica em pacientes desnutridos sem

instituição de terapia nutricional; uso prolongado de hidratação venosa associada ao

jejum prolongado que nessa condição leva a atrofia da mucosa intestinal contribui

para o aumento da permeabilidade e translocação bacteriana da luz para os

linfonodos mesentéricos nos pacientes admitidos nas unidades hospitalares. A

ausência de terapia nutricional em estados hipermetabólicos e retardo no início da

terapia nutricional o que reflete na ausência de rastreamento e triagem nutricional

dos pacientes em regime hospitalar (BAXTER & WAITZBERG, 1997).

Avaliar o estado nutricional do paciente internado pode ser um desafio, pois

vários estudos mostraram a alta prevalência de desnutrição intra-hospitalar,

evidenciando a necessidade de intervenção nutricional rápida. Para se fazer essa


3

intervenção, é necessário conhecer o paciente, conhecer sua história e verificar o

seu estado nutricional (LUKASKI, 1987).

A grande vantagem da avaliação nutricional (AN) é diagnosticar o estado

nutricional dos pacientes, como também verificar e acompanhar o aproveitamento da

dietoterapia empregada no paciente, devido às alterações metabólicas e nutricionais

no período de internação, se recomenda a realização da AN na admissão do

paciente e também rotineiramente durante o período de internação. As informações

obtidas, na AN, são usadas de forma essencial, para se planejar a terapia nutricional

(LUKASKI, 1987).

O estado nutricional do paciente hospitalizado tem reconhecida influência

sobre a evolução clínica do paciente, o esforço para reconhecer e identificar

pacientes portadores de risco nutricional deve ocorrer. Para avaliar o estado

nutricional de pacientes hospitalizados, vários métodos de avaliação nutricional têm

sido propostos, tais como os testes de avaliação clínica, bioquímica, antropometria,

exames de composição corporal e bioimpedância elétrica. Mas nenhum dos métodos

pode ser indicador único ou ser considerado isoladamente como método

predominante, por apresentarem limitações, que tem como fator mais importante o

fato de serem influenciados por fatores independentes do estado nutricional (SILVA,

2001).

O exame físico para verificação nutricional é realizado de forma sistêmica e

progressiva, da cabeça aos pés, com o objetivo de determinar as condições

nutricionais do paciente (WAITZBERG & FERRINI, 2001).


4

A antropometria e exames laboratoriais fornecem muitas informações valiosas

ao se avaliar o estado nutricional do paciente. A entrevista inicial e o exame físico

são muito importantes, pois propiciam o contato com o paciente (WAITZBERG &

FERRINI, 2001).

A antropometria teve seu início no final do século XIX e mede de maneira

estática os diversos compartimentos corporais, como as medidas de peso, altura,

pregas cutâneas e circunferências dos membros (WAITZBERG & FERRINI, 2001).

Nos exames laboratoriais se determinam os marcadores do estado

nutricional, através das moléculas que guardam relação com as diferentes

modificações do estado nutricional. A mensuração das modificações de marcadores

do estado nutricional fornece medidas objetivas e alterações dos mesmos (BOTTONI

et al, 2001).

Para determinar ou monitorar corretamente o estado nutricional é importante

integrar os dados de composição corpórea com avaliação de ingestão de nutrientes,

estado clínico, familiar, social, e história médica, além dos perfis bioquímicos

(WAITZBERG & FERRINI, 2001; BOTTONI et al, 2001).

A avaliação nutricional subjetiva é um método clínico desenvolvido e validado

por BAKER e col. (1982) que é capaz de identificar pacientes cirúrgicos em risco

nutricional. DETSKY e col. (1987) padronizaram a avaliação clínica, criando uma

versão em forma de questionário denominado avaliação subjetiva global (ASG), que

considera não apenas alterações da composição corporal, mas também alterações

funcionais do paciente e esta é a grande diferença deste método para os demais

métodos utilizados na prática clínica (SILVA & BARROS, 2002a).


5

A simplicidade do processo da ASG, o baixo custo e por não ser invasivo,

como também por ser realizado à beira do leito torna o método de fácil execução e

repetibilidade excelente. O que facilita a atuação dos membros da equipe

multiprofissional de terapia nutricional na execução da metodologia. Desde que todos

os profissionais participem de treinamento adequado, pois a prática diária da ASG só

alcançará seus objetivos com sucesso se for realizada com precisão, que

dependendo da capacidade do observador em detectar as significativas modificações

do estado nutricional. Originalmente a ASG foi desenvolvida e validada para

pacientes cirúrgicos, porém por ser um método facilmente executado e de boa

reprodutividade, cada vez mais se torna método de escolha, para outras situações

clínicas como para pacientes geriátricos, nefropatas, hepatopatas, com neoplasias e

HIV positivo, em alguns destes casos o método é utilizado com adaptações e

apresenta como principal objetivo identificar os pacientes com maior risco nutricional

(SILVA, 2001 a; SILVA & BARROS, 2002b).

Nos últimos anos o interesse e a preocupação com o estado nutricional de

pacientes hospitalizados vêm em uma crescente, devido ao maior conhecimento

sobre os efeitos da desnutrição sobre a morbimortalidade deste pacientes. Apesar de

saber da importância de se diagnosticar o estado nutricional nem sempre a avaliação

nutricional é realizada quando da admissão do paciente, nem continuada durante o

período de internação para controle mais racional do tratamento terapêutico,

recuperação do estado nutricional e até mesmo do reestabelecimento da saúde

(OLIVEIRA et al, 2005a).


6

A Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral, preocupada em

investigar o estado nutricional e o índice de desnutrição hospitalar no Brasil, realizou

um estudo epidemiológico transversal, o Inquérito Brasileiro de Avaliação Nutricional

(IBRANUTRI) que foi um estudo multicêntrico realizado em hospitais da de rede

pública do País, atingindo 12 Estados e o Distrito Federal, envolvendo 4000

pacientes hospitalizados, no ano de 1996, este estudo mostra o desconhecimento e

o descaso da equipe de saúde com relação ao grau de nutrição, pois 81,2% dos

pacientes internados não tinham qualquer referência sobre seu estado nutricional

anotado nos prontuários, apesar de 75% dos pacientes estarem a menos de 50

metros de uma balança de peso corpóreo. (WAITZBERG, CAIAFFA, CORREIA,

1999).

Diante do cenário que apresenta um grande contingente de pacientes em risco

nutricional ou mesmo desnutridos no Brasil, a terapia nutricional tem conquistado, a

cada dia, um maior reconhecimento de sua importância, tanto para a recuperação do

estado nutricional quanto para a sua manutenção. Quando bem indicada, melhora os

resultados clínicos, reduzindo o tempo de internação e os custos com a saúde. É

sabido que pacientes bem nutridos respondem melhor aos diversos tipos de

tratamentos (BARBOSA, 2005).

A deterioração do estado nutricional do paciente hospitalizado deve ser

prevenida com a utilização efetiva do programa de terapia nutricional, que procura

prevenir ou minimizar as complicações. A perda ponderal, excedendo 10% do peso,

antes da doença, pode comprometer a habilidade do paciente em combater

infecções e, em tais casos, a terapia nutricional está indicada (CORTÊS et al 2003).


7

O estado nutricional do paciente hospitalizado está associado com sua

evolução clinica, uma vez que a capacidade de reagir ao processo patológico

depende em grande parte do estado nutricional (PIETRO et al, 2006).

1.2. Desnutrição hospitalar

A desnutrição independe da idade é um problema de saúde e social

importante, sendo uma em cada três pessoas no mundo consideradas desnutridas

ou em risco nutricional, atingindo 20% das populações de países em

desenvolvimento. É especialmente comum entre aqueles com acesso inadequado à

educação para a saúde e saneamento básico (WHO, 2000).

Na busca da definição de desnutrição Waitzberg, Correia, Rodrigues (2001),

observaram não haver uma nomenclatura uniforme para atender às diferentes

condições de faixas etárias e manifestações clínicas, mais descrevem uma

uniformização dos conceitos realizados pelo Comitê de nutrição da Organização

Mundial de Saúde (OMS),

“Em 1971,o comitê de nutrição da OMS unificou o conceito de


desnutrição com a nomenclatura de “desnutrição prótico-calórica” que
compreende as diferentes fases da desnutrição de moderadas a
grave” (OMS apud, Waitzberg, Correia, Rodrigues, 2001,p 385).

Caldwell (1981) propôs uma definição funcional que bem se aplica ao doente

hospitalizado: “Desnutrição é um estado mórbido secundário a uma deficiência ou

excesso, relativo ou absoluto de um ou mais nutrientes essenciais, que se manifesta


8

clinicamente ou é detectado por meio de testes bioquímicos antropométricos,

topográficos ou fisiológicos” (CALDWELL, 1981).

A situação da desnutrição se agrava no âmbito hospitalar, pois muitas vezes o

paciente com a saúde debilitada já é desnutrido no momento da internação para o

tratamento clínico ou cirúrgico (WEINSIER et al, 1979).

Segundo Cortês e col. (2003), são múltiplos os fatores de risco que

predispõem à desnutrição dos pacientes hospitalizados, tais como apresentado no

quadro 1.

Quadro 1: Fatores de risco para desnutrição dos pacientes hospitalizados.

Fatores Causas

cirurgia recente ou trauma,


Problemas clínicos septicemia,
doença crônica e
efeitos de radio ou quimioterapia

anorexia e outros transtornos alimentares,


Distúrbios gastrointestinais disfagia,
náusea recorrente,
vômitos ou diarréia profusa, pancreatite,
doença inflamatória intestinal, fístulas
gastrointestinais e
síndrome do intestino curto

dieta restrita,
Dietas anormais recente diminuição na ingestão alimentar

alcoolismo
uso de drogas
Problemas psicossociais pobreza
isolamento

Fonte: CORTÊS et al, 2003


9

Estudos de final da década de 70 e início da década de 80 mostram que 30 e

50% dos pacientes hospitalizados já apresentavam algum grau de desnutrição

(BOLLET, 1973; WEINSIER et al, 1979 e BUSBY, MULLEN, MATHEWS, 1980).

Estudo mais recente randomizado, realizado em um hospital geral, investigou

o padrão nutricional na admissão e concluiu que 78,3% apresentavam-se

desnutridos (PABLO et al, 2003).

Os efeitos da desnutrição na morbidade e mortalidade têm sido mencionados

desde Hipócrates, e com o passar dos anos a desnutrição intra-hospitalar que é

freqüente e deletéria tem sido identificada. Nos últimos 20 anos, vários estudos têm

demonstrado, em todo o mundo, as conseqüências da desnutrição para pacientes

hospitalizados. Apesar do advento dos antimicrobianos, da biologia molecular e dos

métodos diagnósticos por imagens sofisticados, a nutrição parece ter sido deixada

para segundo plano, ou até mesmo esquecida, a tal ponto que a prevalência da

desnutrição hospitalar continua alta. A desnutrição hospitalar é um grave problema

de saúde no Brasil e tende a se agravar durante a internação do paciente (SILVA,

2001b).

O termo “desnutrição protéico-calórica” refere-se a um antigo conceito

baseado principalmente em medidas objetivas do estado nutricional, tais como

avaliação da ingestão oral, peso corporal e perda de peso, antropometria, dosagem

de proteínas hepáticas, avaliação da imunidade celular e avaliação da composição

corporal (SILVA & BARROS, 2002a).

A desnutrição no ambiente hospitalar seria mais bem descrita como processo

contínuo que se desencadeia com a ingestão inadequada de nutrientes em relação


10

as suas necessidades e progride através de uma seqüência de alterações funcionais

que precedem as alterações na composição corporal (SILVA & BARROS, 2002a).

Allison (2000) sugere que a definição de desnutrição intra-hospitalar deve ser

baseada na repercussão clínica, onde desnutrição seria um estado de deficiência

energética, protéica ou de qualquer outro nutriente específico, que implicasse em

alteração mensurável de função corporal, associada a uma pior evolução da doença

e que fosse especificamente reversível pela terapia nutricional. A presença de

alterações funcionais parece ser um fator mais importante na ocorrência de

complicações associadas à desnutrição do que a presença de alterações da

composição corporal isoladamente. Estas alterações se manifestam principalmente

em distúrbios funcionais no trato digestivo, sistema imune e função muscular, que

normalmente são a causa de morbimortalidade destes pacientes (ALLISON, 2000).

A desnutrição protéico-calórica ou desnutrição protéico-energética ocorrem

quando as necessidades nutricionais de proteína e de combustíveis energéticos, ou

ambos, não podem ser supridos pela dieta (WAITZBERG, CORREIA, RODRIGUES,

2001).

De acordo com o IBRANUTRI (1999) quase a metade (48,1%) dos pacientes

em regime hospitalar no país apresentavam-se desnutridos, no momento do

inquérito, sendo 12,6% desnutridos graves e 35,5% desnutridos moderados. Foi

observado também níveis diferentes de desnutrição por unidade hospitalar e a

desnutrição hospitalar varia de acordo com a região estudada, nos estados do

norte/nordeste a média de pacientes desnutridos em graus moderado e grave é mais

alta. O IBRANUTRI (1999) identificou ainda que o tempo médio de permanência de


11

internação hospitalar para os pacientes eutróficos foram de 6 dias, enquanto, os

pacientes desnutridos ficaram em média 13 dias internados. (WAITZBERG,

CORREIA, RODRIGUES, 2001).

Os pacientes hospitalizados desnutridos apresentavam risco de complicações

e óbito de duas a vinte vezes maior do que a população eutrófica, além de

apresentarem maior tempo de internação o que vem a refletir em um maior custo

hospitalar, estes fatos foram bem documentados pelo IBRANUTRI em 1999

(WAITZBERG, CORREIA, RODRIGUES, 2001).

Na América Latina, no início do século 21, o padrão nutricional de pacientes

hospitalares foi investigado através de estudo multicêntrico denominado Estudo

Latino-Americano de Nutrição - ELAN, envolvendo 9348 pacientes hospitalizados

com mais de 18 anos. Esse trabalho objetivou avaliar a prevalência de desnutrição

hospitalar. A desnutrição foi evidenciada em 50,2% dos pacientes estudados, sendo

11,2% com desnutrição severa. A conclusão do trabalho demonstrou que é alta a

prevalência de desnutrição na América Latina. Evidenciou também que a atenção da

equipe médica para a desnutrição é pequena (CORREIA & CAMPOS, 2003).

Os pacientes tornam-se nutricionalmente em risco, quando a desnutrição

resulta em aumento da morbidade específica. Portanto, a identificação precoce de

pacientes desnutridos ou em risco de desnutrição, através da triagem e avaliação

nutricional, assim como a oferta, precoce, de nutrição apropriada para as condições

clínicas do paciente, permite prevenir, e em alguns casos interromper e reverter o

processo de desnutrição já instalado, evitando suas conseqüências deletérias

(KONDRUP, 2001)
12

Um importante contingente de pacientes hospitalizados desnutridos que não

esteja recebendo assistência nutricional adequada, parece existir. Vale ressaltar que

algumas vezes, o paciente não aceita alimentação por via oral em quantidade e

qualidade adequadas, estando este fato relacionado tanto a alteração do ambiente

quanto á condição clínica do mesmo. Logo, a intervenção da equipe multiprofissional

de terapia nutricional é necessária a fim ofertar corretamente a melhor e mais

adequada terapia nutricional (OLIVEIRA et al, 2005b; PIETRO et al, 2006).

1.3. Terapia Nutricional

Na História da humanidade desde os mais remotos relatos, a terapia

nutricional faz-se presente, como nos desenhos rupestres observados em cavernas,

que sugere a preocupação com alimentação saudável e curativa. Nesses, a

preocupação dos indivíduos retratados era traduzida por ofertar preparados líquidos,

chás ou caldos, à enfermos deitados e inválidos. Na evolução da humanidade,

paralela a evolução dos cuidados médicos, o ato de curar sempre esteve aliado à

nutrição. Em artigos médicos antigos já se encontram escritas observações acerca

de terapia farmacológica, técnicas cirúrgicas e cuidados gerais de assepsia e

nutrição. Ofertar nutrientes cuidadosamente selecionados e elaborados para

pacientes em repouso ao leito se associava a esperança do pronto restabelecimento

(WAITZBERG & CAMPOS, 2004).

Os primórdios da terapia nutricional parenteral (TNP) datam de mais de 350

anos atrás, historicamente a nutrição parenteral (NP) segura e eficaz tenha se


13

iniciado em 1916, quando Harvey (1628) descobriu a circulação sanguínea.

Passadas algumas décadas, em 1665, Wren publicou estudos sobre infusão IV de

vinho e opiáceos em cães. Em seus estudos, ele notou que o álcool recebido por

esta via exercia o mesmo efeito inebriante que o ingerido oralmente por humanos

(HARVEY, 1628; WRETLING, 1993; KFOURI, 1998; VINNARS & WILMORE, 2003).

Um outro pioneiro, Courten, infundiu em 1712, óleo de oliva em um cão, em dose de

aproximadamente 1 g/Kg de peso. O cachorro morreu com sintomas semelhantes

aos da síndrome respiratória aguda, causada na maioria das vezes por embolia

pulmonar gordurosa (COURTEN, 1712). Ainda seguindo os anseios de nutrir por via

intravenosa pacientes que estariam impedidos de serem nutridos pelas vias

fisiológicas, em 1832, Latta, um médico escocês, foi o primeiro a infundir água e sais

em um paciente com cólera, o qual se recuperou e sobreviveu (LATTA, 1831).

O assunto suporte nutricional, a partir da década de 1960, passou a ser um

assunto obrigatório no polígono da cultura médica mundial. A nutrição, por estar

ligada a todos os aspectos somáticos do indivíduo, aos distúrbios do metabolismo de

qualquer ordem, às alterações relacionadas a órgão e sistemas, à manutenção do

perfil imunológico do indivíduo e à resistência ao trauma e à infecção, ocupa um

espaço importante na prática clínica atual (KFOURI, 1998; ASPEN, 1998; ASPEN,

2002).

A partir de 1962 estudos e experimentos foram intensificados com o objetivo

de demonstrar que a nutrição parenteral total era possível, prática, segura e eficaz.

Foi utilizada a concentração de nutrientes já conhecida como essenciais, para

promover o crescimento e desenvolvimento de cães-de-caça. Ficou demonstrado ser


14

possível alimentar animais unicamente por veia e por longos períodos de tempo, sem

excessivos riscos e sem comprometer o crescimento e desenvolvimento (KFOURI,

1998; ASPEN, 1998; ASPEN, 2002).

A necessidade de se manter nutrido o paciente que está inapto a alimentar-se

constitui um importante fator terapêutico clínico e contou com grande avanço no

início da década de sessenta quando o arsenal terapêutico voltado à nutrição recebe

importante auxilio graças ao desenvolvimento de técnicas farmacológicas que

proporcionam oferecer nutrientes com formulações nutritivas especiais para uso por

via parenteral ou enteral (WAITZBERG & CAMPOS, 2004).

O início da nutrição clínica contemporânea é talvez melhor identificado como a

descoberta da nutrição parenteral na Universidade da Pensilvânia, em 1968, quando

apresentou-se a oportunidade de alimentar uma criança recém-nascida com atresia

quase total do intestino delgado por veia. Ficou demonstrado a partir desse estudo,

que a administração de todos os nutrientes exclusivamente por via venosa, a

nutrição parenteral total (NPT) em humano, poderia prover os requerimentos basais

do adulto para manutenção nutricional e proporcionar a quantidade e qualidade de

nutrientes necessários para crescimento e o desenvolvimento de uma criança

(DUDRICK, 1995; ASPEN, 2002; THE MERCK MANUAL, 2003). O resultado

impressionante deste trabalho que apresentou um simples relato de caso iniciou a

onda de entusiasmo pela terapia nutricional moderna que tem apenas 40 anos

(VINNARS & WILMORE, 2003).

A alimentação oral espontânea pode ser inadequada e outra inovação na área

de nutrição configura-se com a utilização de alimentos liofilizados, inicialmente


15

desenvolvidos aos astronautas, que após misturar com água seriam administrados

aos pacientes por meio de sondas nasogastricas, nascia assim a nutrição enteral no

ano de 1969 (DUDRICK, 1995; ASPEN, 2002; THE MERCK MANUAL, 2003).

Inúmeros pacientes vêm sendo beneficiados pela TN, desde o início de seu

uso clínico no final da década de 60, até a atualidade e o desenvolvimento técnico,

científico e tecnológico desta área vêm sendo observados. Juntamente, a evolução

da nutrição clínica começa a ser notada a importância desta terapia nas diversas

condições clínicas de pacientes em unidades hospitalares. A razão dessa

simultaneidade se deve ao fato da possibilidade de melhores condições para se

avaliar os pacientes no que diz respeito a seu estado nutricional, assim como a

manutenção e recuperação de pacientes graves, e/ou submetidos a cirurgias

maiores, o que resultou em um expressivo contingente de casos que antes só

apareciam esporadicamente (VINNARS & WILMORE, 2003).

No Brasil, publicações do Ministério da Saúde (MS) como o Regulamento

Técnico Para a Terapia Nutricional Parenteral, publicado na Portaria 272, de abril de

1998, e o Regulamento Técnico Para a Terapia Nutricional Enteral, fixada na

Resolução 63, de julho de 2000, traz importantes definições, tais como:

“Terapia Nutricional (TN) é definida como conjunto de procedimentos

terapêuticos para manutenção ou recuperação do estado nutricional do paciente por

meio da Nutrição Parenteral e ou Enteral” (BRASIL, 1998; BRASIL 2000).

“Terapia Nutricional Parenteral (TNP) é definida como conjunto de

procedimentos terapêuticos para manutenção ou recuperação do estado nutricional

do paciente por meio da Nutrição Parenteral” (BRASIL, 1998).


16

“Terapia Nutricional Enteral (TNE) é definida como conjunto de procedimentos

terapêuticos para manutenção ou recuperação do estado nutricional do paciente por

meio da Nutrição Enteral” (BRASIL 2000).

“Nutrição Parenteral (NP): solução ou emulsão, composta basicamente de

carboidratos, aminoácidos, lipídios, vitaminas e minerais, estéril e apirogênica,

acondicionada em recipiente de vidro ou plástico, destinada à administração

intravenosa em pacientes desnutridos ou não, em regime hospitalar, ambulatorial ou

domiciliar, visando a síntese ou manutenção de tecidos, órgãos ou sistemas”

(BRASIL, 1998).

“Nutrição Enteral (NE): alimento para fins especiais, com ingestão controlada

de nutrientes, na forma isolada ou combinada, de composição definida ou estimada,

especialmente formulada e elaborada para uso por sondas ou via oral, industrializado

ou não, utilizada exclusiva ou parcialmente para substituir ou complementar a

alimentação oral em pacientes desnutridos ou não, conforme suas necessidades

nutricionais, em regime hospitalar, ambulatorial ou domiciliar, visando a síntese ou

manutenção dos tecidos, órgãos ou sistemas” (BRASIL 2000).

Em 2001, Sforzini definiu nutrição parenteral como emulsões lipídicas

complexas óleo / água (O/A), que requerem absoluta esterilidade, estabilidade e

ausência de precipitados. Segundo a Farmacopéia Americana em sua última edição,

nutrições parenterais são consideradas preparações farmacêuticas estéreis de médio

risco. (ASPEN, 1998; BRASIL, 1998; SFORZINI, 2001; USP 28, 2005).

Segundo Cortês e col. (2003) denomina-se TN como a oferta de nutrientes

pelas vias: oral, enteral e/ou parenteral, visando à oferta terapêutica de proteínas,
17

energia, minerais, vitaminas e água, adequadas aos pacientes, que, por algum

motivo, não possam receber suas necessidades nutricionais, pela via oral,

convencional (CORTÊS et al 2003).

A indicação da TN oral, enteral e parenteral, precedida da avaliação

nutricional, é o reconhecimento da possibilidade de agir na prevenção da

desnutrição, assim como no seu tratamento. A TN é ainda capaz de reduzir

complicações infecciosas, melhorar a cicatrização de feridas e reduzir o tempo e o

custo da internação hospitalar de pacientes desnutridos (CORTÊS et al 2003).

O programa de TN beneficia os pacientes que apresentam uma das seguintes

condições: processos catabólicos quando este persistir por mais de cinco dias;

feridos ou em estresse, tão logo ocorram estabilização hemodinâmica; após

cirurgias, se não for possível ofertar nutrientes em cinco dias; estejam

significativamente desnutridos na admissão e em pré-operatória que serão

submetidos à cirurgia de grande porte e que já apresentem risco nutricional.

Atualmente existem problemas para reconhecer a desnutrição, e a habilidade para

prevenir a depleção nutricional e suas conseqüências o que ainda dificulta e retarda

o início da TN (BLACKBURN, 1994).

Na prática médica a NE apresenta várias vantagens fisiológicas, metabólicas,

de segurança e de custo/benefício, sendo o método de primeira escolha, se tolerada

(VIANNA, LAMEU, MAIA, 1986b).

A NE usualmente pode ser administrada por via oral, gástrica ou entérica;

requer sonda flexível de pequeno calibre, através de sondas nasoenterais,

nasogástricas ou ostomias que põem estar localizadas em vários locais do tubo


18

como no estomago, duodeno ou jejuno. Com o uso de solução apropriada de

alimentação enteral e fluxo constante de oferta de nutrientes. Se apenas uma parte

dos requerimentos é tolerada entericamente, nutrientes devem ser ofertados via

venosa para complementar essa deficiência. Embora não indicada para todos os

pacientes que necessitam de TN, a NE é mais fisiológica, por utilizar o TGI, segura,

fácil de manipular, e mais econômica do que a NP (WAITZBERG et al, 2001).

As indicações para a TNE são as doenças neurológicas e psiquiátricas,

doenças de orofaringe/esofágicas, doenças gastrintestinais, cardíacas, pulmonares,

neoplasias com quimioterapia ou radioterapia, pré e pós-cirúrgicos, infecção grave e

septicemia, coma e trauma intenso (WAITZBERG et al, 2001).

A NE promove a manutenção da integridade da mucosa do TGI e a prevenção

de sua hipotrofia, particularmente em pacientes pós-cirúrgicos ou pós-trauma, ou

naqueles com jejum prolongado associado com doenças crônicas. A hipotrofia da

mucosa intestinal pode ocorrer rapidamente após o estresse orgânico grave. A

presença de nutrientes no TGI pode servir como fator trófico tanto para a síndrome

do intestino curto quanto na presença de trauma grave. Assim, a alimentação enteral

precoce no curso do trauma ou doença grave pode ser sugerida não somente para

promover nutrição, mas também para manter o trofismo da mucosa gastrointestinal e

prevenir a translocação bacteriana e septicemia, esses são importantes

componentes protetores da barreira intestinal contra bactérias, endotoxinas e outras

macromoléculas antigênicas (FERREIRA & REIS, 2006).

A NE geralmente não está indicada em pacientes com obstrução intestinal

completa e o "íleo paralítico". Em pacientes com fístula intestinal proximal, a NE


19

somente deve ser empregada se a extremidade da sonda estiver posicionada distal à

fístula. Mesmo nessas condições, a NE poderá aumentar a quantidade de fluídos

secretados no TGI (do estômago, pâncreas e bile), mantendo o volume da fístula

(WAITZBERG et al, 2001), outras contra-indicações para a TNE são: refluxo

gastroesofágico, pós-operatório imediato, sangramento do tubo digestivo, fístula

digestiva baixa, pacientes que não podem ter estimulação do intestino, vesícula ou

pâncreas, nestes casos está indicada a TNP (WAITZBERG et al, 2001).

A prescrição dietética da NE é definida pela RDC 63 (2000) como a

determinação de nutrientes ou da composição de nutrientes da NE, mais adequada

às necessidades específicas do paciente, de acordo com a prescrição médica de

TNE, que também e definida na RDC 63 como a determinação das diretrizes,

prescrição e conduta necessárias para a prática da TNE, baseadas no estado clínico

nutricional do paciente (BRASIL, 2000).

De acordo com a localização da sonda determina-se o volume a ser

administrado, o fracionamento, a osmolaridade e o método de administração da dieta

enteral (CARDOSO & MARTINS, 2000a).

A relação quilo-caloria (Kcal) não proteica/g Nitrogênio recomendada pela

literatura especializada para NE é de 120 a 180 por paciente dia, sendo a forma para

se determinar a oferta calórica protéica a ser administrada na dieta enteral e definir

concentração dos macronutrientes nas fórmulas enterais (RIELLA, 1993).

As fontes de nutrientes que podem ser utilizados nas fórmulas enterais são

descritas no quadro 2 (RIELLA, 1993).


20

Quadro 2: Fontes de nutrientes para formulações enterais

Nutriente Fontes de nutrientes para formulações enterais

Carboidratos sacarose, glicose de milho, frutose (açúcar das


frutas), lactose (leite e misturas lácteas) e
amido de dextrinas (cereais)

Proteínas na sua forma intacta, hidrolisada ou


aminoácidos livres
Lipídeos triglicerídeos de cadeia longa, que são os
ácidos graxos essenciais, os triglicerídeos de
cadeia e os triglicerídeos de cadeia curta)
Vitaminas as lipossolúveis e as hidrossolúveis
Minerais os eletrólitos e os oligoelementos
Fonte: RIELLA, 1993.

As dietas enterais, geralmente são formulações classificadas segundo a

complexidade dos nutrientes e segundo os nutrientes usados (KUDSK, BLOCH,

MUELLER, 2002).

Segundo a complexidade dos nutrientes da formulações enterais podem ser

baseadas na composição protéica ou dos macronutrientes em: dietas poliméricas,

dietas hidrolizadas, dieta especializadas,

• Dietas Poliméricas: composta de nutrientes íntegros, com ou sem

lactose, possui baixa osmolaridade, menor custo, hiperprotéicas, hipercalóricas

suplementadas com fibra, etc.

• Dietas Hidrolizadas: são as dietas oligoméricas e dietas monoméricas.

• Dietas Oligoméricas: é composta de nutrientes provenientes da

hidrólise enzimática das proteínas, suplementação de aminoácidos cristalinos, possui

osmolaridade mais alta, digestão facilitada e a absorção intestinal é alta.


21

• Dietas Monoméricas ou elementares: composta por nutrientes na

forma mais simples, isenção de resíduos, hiperosmolares e de alto custo.

• Dietas Especiais: são as formulações específicas para atender as

necessidades nutricionais diferenciadas de acordo com a doença de base.

• Dietas em Módulos: predominância de um dos nutrientes (KUDSK,

BLOCH, MUELLER, 2002).

Segundo os nutrientes usados nas formulações podem ser artesanais ou

industrializadas.

• Dietas Artesanais (ou naturais): preparadas a partir de alimentos

íntegros.

• Dietas Industrializadas (ou quimicamente definidas): formuladas

integralmente pela industria farmacêutica e estão comercialmente disponível na

forma de pó (produto base de enteral, fórmulas para lactentes ou dietas modulares),

dieta líquida em lata ou embalagem tetra-pack, dieta líquida em sistema

semifechado, dieta líquida em sistema fechado. De acordo com a apresentação, o

grau de manipulação das fórmulas é variado (KUDSK, BLOCH, MUELLER, 2002).

O objetivo da seleção das dietas enterais é evidenciar as deficiências isoladas

ou globais de nutrientes, classificando os indivíduos em níveis graduados de estado

nutricional, determinar a terapêutica clínica ou dietética a ser empregada para a

correção do déficit observado e somente uma avaliação global poderá fornecer

informações úteis a acerca do estado nutricional dos indivíduos e a melhor dieta a

ser administrada (CARDOSO & MARTINS, 2000a).


22

As principais formas de administração de dietas através das sondas são:

intermitente ou contínua, cíclica ou acíclica (CARDOSO & MARTINS, 2000a).

As doses e a velocidade de administração variam conforme localização da

sonda, patologia do paciente, densidade calórica e osmolaridade da dieta,

intercorrências que na monitorização da terapia são relatadas no quadro geral do

paciente (CARDOSO & MARTINS, 2000a).

A TNP tem como objetivo oferecer por via venosa, aos indivíduos que não

podem receber alimentos via digestiva, os nutrientes necessários à manutenção dos

processos vitais em condições semelhantes às que são oferecidas à circulação, após

o processo de absorção, simulando o estágio final das hidrólises sofridas pelos

alimentos no trato digestivo, mimetizando a alimentação oral, seja na administração

de substâncias simples que compõe os macronutrientes e micronutrientes, seja na

composição das dietas referentes à quantidade total de calorias, relação

caloria/grama de Nitrogênio, requerimentos mínimos diários e soluções para doenças

específicas (VIANNA, LAMEU, MAIA, 1986a).

A NP está indicada na impossibilidade da utilização do TGI, seja por

impossibilidade de administração oral, quando a absorção de nutrientes é

incompleta, quando a alimentação é indesejável, quando a nutrição enteral é ineficaz

e está contra-indicada e, principalmente, quando as condições citadas estão

associadas ao estado de desnutrição. Atualmente suas indicações aumentaram,

sendo frequentemente utilizadas em vários pacientes de unidades de terapia

intensiva. (NOVAES, 2006).


23

As indicações da NP são realizadas em geral segundo as categorias: pré-

operatória em pacientes desnutridos, complicações cirúrgicas pós-operatória, pós-

traumática, desordens gastrintestinais graves, moléstia inflamatória intestinal,

insuficiências orgânicas e em condições pediátricas, principalmente as relacionadas

a complicações de saúde dos prematuros e neonatos (NOVAES, 2006).

As contra-indicações da NP são raras, entretanto são motivos de preocupação

devido às possibilidades de desnutrição grave, nestes casos. No caso da má

perfusão tissular, só poderá ser feita a nutrição parenteral quando a condição

hemodinâmica do paciente seja restabelecida, caso contrário há contra-indicação

absoluta. A dificuldade de acesso venoso por grandes queimaduras ou discrasia

também são motivos de contra-indicação para a NP (NOVAES, 2006).

O primeiro caso de NP no Brasil ocorreu em 1973 no Hospital das Clínicas de

São Paulo, sendo administrada para uma criança portadora de doença de Van

Gierke – glicogenose tipo 1, a NP permitiu a correção das alterações metabólicas

características da patologia e permitiu a realização da cirurgia no paciente já

estabilizado (KFOURI, 1998) .

O crescimento exponencial da NPT a partir dos anos 80 foi amparado pelo

desenvolvimento de modernas soluções de aminoácidos, vitaminas, oligoelementos,

emulsões lipídicas, cateteres especiais para melhorar o acesso ao sistema venoso

central, filtros de linha e bombas peristálticas de infusão (WAITZBERG, JÚNIOR,

CECCONELLO, 2001).

As vias de administração da NPT podem ser através da NP central a que é

administrada por meio de uma veia de grande diâmetro, geralmente a subclávia e a


24

jugular interna, que chega diretamente ao coração ou a NP periférica quando

administrada através de uma veia menor, geralmente na mão e antebraço. O que

limita e define a via de administração e a osmolaridade final da mistura nutritiva pra a

NP (WAITZBERG, JÚNIOR, CECCONELLO, 2001).

Fontes de nutrientes que podem ser utilizados nas fórmulas parenterais são:

• Carboidrato: utiliza-se a solução de glicose que é a fonte mais usada de

carboidratos, sendo a maior fonte de energia, onde 1 grama de glicose corresponde

à aproximadamente 4 kcal. A solução de glicose mais usada é a 50% porque oferece

grande quantidade de calorias em pequeno volume (CARDOSO & MARTINS, 2000b).

• Proteína: utiliza-se as soluções de aminoácidos que tem como

princípios básicos a serem considerados para determinar o padrão de solução

intravenosa de aminoácidos: o modelo protéico padrão (aminoácidos que mimetizem

a proteína natural da alimentação), a essencialidade dos aminoácidos (a mistura

deve conter todos os 8 essenciais, mais também os não essenciais e os

condicionalmente essenciais), a composição e as taxas de utilização dos

aminoácidos e principalmente o uso na forma de aminoácidos levegira (L-AA)

(CARDOSO & MARTINS, 2000b).

As formulações das soluções de aminoácidos de adultos seguem o padrão do

aminograma do homem adulto sadio de 70 kg no comércio encontra-se uma

variedade de formulações para condições especiais são elas:

Para pacientes com insuficiência renal: compostas de aminoácidos

essenciais mais a histidina que nesta condição é também essencial (CARDOSO &

MARTINS, 2000b).
25

Para pacientes hepatopatas: as soluções de aminoácidos na insuficiência

hepática devem ter maior concentração de aminoácidos de cadeia ramificada

(CARDOSO & MARTINS, 2000b).

Para pediatria: composta por aminoácidos que seguem o padrão do

aminograma do leite materno e ainda as soluções para pediatria enriquecida com

taurina (CARDOSO & MARTINS, 2000b).

• Lipídeo: utiliza-se a emulsão lipídica que fornece ácidos graxos

essenciais e energia, onde 1 grama de TCL (triglicerídeos de cadeia longa)

representa aproximadamente 9 kcal e 1 grama de TCM (triglicerídeos de cadeia

média) oferecem 8,3 kcal (CARDOSO & MARTINS, 2000b).

A oferta calórica deve constar de 2 a 5% de ácido linoleico para prevenir

deficiência de ácidos graxos essenciais (WAITZBERG & JÚNIOR & CECCONELLO,

2001).

As formulações de emulsões lipídicas podem ser compostas por uma

associação de TCL + TCM ou apenas de TCL.

A solução de glicose mais a emulsão lipídica representam as calorias não

protéicas, normalmente de 50 a 60% como carboidrato e 40 a 50% como emulsão

lipídica (WAITZBERG & JÚNIOR & CECCONELLO, 2001).

• Minerais são fornecidas como soluções de eletrólitos: cloreto de sódio e

cloreto de potássio, acetato de sódio, acetato de potássio, gluconato de cálcio (forma

salina preferida por ser menos dissociável e mais estável), sulfato de magnésio em

concentração inferior a 10% (para não precipitar com cálcio e fosfato), glicerofosfato

de sódio como fonte do íon fosfato orgânico, (mais estável e menor probabilidade de
26

precipitação) e as fontes de oligoelementos: são fornecidos as solução de

multioligoelementos com zinco, cobre, cromo, manganês, selênio, flúor, molibdênio,

cobalto e ferro (CARDOSO & MARTINS, 2000b).

• Vitaminas são ofertadas como soluções de multivitaminas tendo em sua

composição as vitaminas hidrossolúveis e lipossolúveis (CARDOSO & MARTINS,

2000b).

A TNP tem riscos e benefícios, mas acredita-se que cada vez mais a TNP tem

menos riscos e mais benefícios, desde que bem praticada. Sempre que a via

digestiva pode ser utilizada, os riscos e as complicações da TN são minimizados,

sendo que, independentemente da via de administração, a monitorização de todo o

processo da TN, é fundamental, possibilitando que as equipes multiprofissionais de

terapia nutricional acompanhem e até corrijam os seus desvios ou falhas

(WAITZBERG, JÚNIOR, CECCONELLO, 2001).

O IBRANUTRI (1999) evidenciou o quanto é negligenciado aos pacientes a

TN, pois somente 6,1% dos pacientes receberam nutrição enteral, número

considerado baixo pela literatura especializada e apenas 1,2% receberam a terapia

parenteral (WAITZBERG, CAIAFFA, CORREIA, 1999).

O ELAN (2003) mostrou que a TN não é utilizada rotineiramente e que a

vigilância governamental para a prática de TN existe só em países como o Brasil e

Costa Rica (CORREIA & CAMPOS, 2003).


27

1.4. Equipe Multiprofissional de Terapia Nutricional

A partir de 1968 hospitais investiram em equipes multiprofissonais de terapia

nutricional foi nesta ocasião que os profissionais da saúde reconheceram,

possivelmente pela primeira vez, a importância da avaliação nutricional na admissão

hospitalar e que a terapia nutricional poderia determinar a evolução e o prognóstico

do paciente (VINNARS & WILMORE, 2003).

A portaria n° 272 (1998), e a resolução RDC 63 (20 00) da Agência Nacional

de Vigilância Sanitária (ANVISA) estabelecem os requisitos mínimos exigidos para a

administração de Terapia Nutricional Parenteral e Terapia Nutricional Enteral,

respectivamente, define a “Equipe Multiprofissional de Terapia Nutricional (EMTN)

como grupo formal e obrigatoriamente constituído de pelo menos um profissional

médico, farmacêutico, enfermeiro e nutricionista, habilitados e com treinamento

específico para a prática da TN” (BRASIL, 1998; BRASIL 2000).

As atribuições da EMTN foram regulamentadas, e preconizada no anexo I da

Portaria 272 (1998) e na RDC 63 (2000), sendo importante para a EMTN ter um

coordenador técnico-administrativo e um coordenador clínico. Os coordenadores

exercem um papel importante no sucesso da EMTN, relacionado aos cuidados do

paciente e administração da equipe. As funções de cada membro bem como suas

atribuições estão relacionadas com a especificidade e o papel de cada um dos

membros da equipe deve ser definido claramente e sistematizado, para uma maior

eficiência nas atuações. A competência de cada componente da EMTN está descrita


28

integramente na portaria 272/1998 e RDC 63/2000 do Ministério da Saúde e

resumidas abaixo:

As atribuições da EMTN segundo a portaria 272/1998 e RDC 63/2000 são:

- Estabelecer as diretrizes técnico-adminstrativas que devem nortear as

atividades da equipe e suas relações com a instituição;

- Criar mecanismos para o desenvolvimento das etapas de triagem e

vigilância nutricional em regime hospitalar, ambulatorial e domiciliar, sistematizando

uma metodologia capaz de identificar pacientes que necessitam de TN, a serem

encaminhados aos cuidados da EMTN;

- Atender às solicitações de avaliação do estado nutricional do paciente,

indicando, acompanhando e modificando a TN, quando necessário, em comum

acordo com o médico responsável pelo paciente, até que seja atingido os critérios de

reabilitação nutricional pré-estabelecidos;

- Assegurar condições adequadas de indicação, prescrição, preparação,

conservação, transporte e administração, controle clínico e laboratorial e avaliação

final da TNP e TNE, visando obter os benefícios máximos do procedimento e evitar

riscos;

- Capacitar os profissionais envolvidos, direta ou indiretamente, com a

aplicação do procedimento, com a aplicação do procedimento, por meio de

programas de educação continuada, devidamente registrados;

- Estabelecer protocolos de avaliação nutricional, indicação, prescrição e

acompanhamento da TNP e TNE;


29

- Documentar todos os resultados do controle e da avaliação da TNP e

TNE visando a garantia de sua qualidade;

- Estabelecer auditórias periódicas a serem realizadas por um dos

membros da EMTN, para verificar o cumprimento e o registro dos controles e

avaliação da TNP e TNE;

- Analisar o custo e o benefício no processo de decisão que envolve a

indicação, a manutenção ou a suspensão da TNP e TNE;

- Desenvolver, rever e atualizar regularmente as diretrizes e

procedimentos relativos aos pacientes e aos pacientes e aos aspectos operacionais

da TNP e TNE (BRASIL, 1998; BRASIL 2000).

As competências de cada profissional da EMTN foram regulamentadas, e

preconizadas no anexo I da Portaria 272 (1998) do MS e na RDC 63 (2000) da

ANVISA, sendo importante para a EMTN ter um coordenador técnico-administrativo e

um coordenador clínico. Os coordenadores exercem um papel importante no

sucesso da EMTN, relacionado aos cuidados do paciente e administração da equipe.

As funções de cada membro bem como suas atribuições estão relacionadas com a

especificidade e o papel de cada um dos membros da equipe deve ser definido

claramente e sistematizado, para uma maior eficiência nas atuações. A competência

de cada componente da EMTN está descrita integramente no Anexo I da portaria

272/1998 e RDC 63/2000 bem como as atribuições do Coordenador Técnico -

Administrativo e estão descritos no anexo 1 (BRASIL, 1998; BRASIL 2000).

Os dois regulamentos Portaria 272 (1998) MS e a Resolução 63 (2000)

ANVISA, assim como as portarias 343 da ANVISA publicada em 07 de março de


30

2005, que institui no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), mecanismos para a

organização e implantação da assistência de Alta Complexidade em Terapia

Nutricional, e a Portaria 131 da ANVISA publicada em 08 de março de 2005, que

define Unidades de Assistência de Alta Complexidade em Terapia Nutricional e

Centros de Referência de Alta Complexidade em Terapia Nutricional e suas aptidões

e qualidades, estabelecem a necessidade da existência de uma EMTN formalmente

constituída e registrada para a prática da terapia nutricional parenteral e enteral,

observando ainda que a ausência desta equipe seja condição impeditiva para a

prática desta terapia (BRASIL, 2005a; BRASIL 2005b).

A necessidade de programar a TN requer a presença da EMTN para que haja

um melhor aproveitamento e sucesso da terapêutica nutricional, e está deve ser uma

regra conforme a recomendação das portarias 272, 343, 131 e RDC 63 e não uma

exceção (BRASIL, 1998; BRASIL, 2005a; BRASIL 2005b; BRASIL 2000). Neste

contexto, é fundamental para implementação adequada da TN, a existência de uma

EMTN, pois a equipe atuante resulta num maior número de informações, da mais alta

qualidade, fundamentais para garantir a eficácia da TN, assim como a segurança dos

pacientes que necessitam de tal terapia. Deve ainda ser observada que a TN é uma

atividade altamente especializada, complexa, sujeita a complicações e riscos em

todas as etapas. Sendo, portanto necessário, que a unidade hospitalar que realiza

este tipo de terapia, esteja suficientemente preparada e registrada para a oferta de

uma TN de qualidade, conforme determina a portaria 272, 343, 131 e RDC 63

(BRASIL, 1998; BRASIL, 2005a; BRASIL 2005b; BRASIL 2000).


31

Frente ao crescente interesse pela nutrição parenteral e à prevalência elevada

de desnutrição, a ASPEN (Sociedade Americana de Nutrição Enteral e Parenteral)

criou, em 1975, um comitê científico multiprofissional voltado a promover

atendimento ao paciente com melhor qualidade, favorecer educação e pesquisa em

TN e metabólica, desenvolver guias para a prática de TN e para nortear a formação

de equipes e distribuição das atribuições dos diferentes profissionais. ASPEN, pela

sua importância, também é o instrumento de certificação de profissionais para a

prática da TN nos Estados Unidos da América (SILVA, 2001).

Os métodos de aplicação da TN sofreram mudanças importantes desde seu

início na década de 60. Assim como os avanços nos conhecimentos em nutrição

clínica, disponibilidade de cateteres e sondas flexíveis e de pequeno calibre, dietas

especializadas e sistema apropriado de infusão que desta forma permitiram melhorar

os resultados. Todavia, os progressos tanto para a nutrição parenteral quanto a

enteral, podem estar associados a menores complicações graves e fatais, assim

como os fatores que garantam uma TN segura e eficiente, devido a imprescindível

presença de uma EMTN. Todos estes fatos foram a mola propulsora para que a

partir da década de 70 nos países de primeiro mundo houvesse uma expansão das

EMTN e no Brasil desde a década de 80 (BAXTER & WAITZBERG,1997).

A ASPEN no ano de 1991 nos EUA pesquisou 1680 hospitais, e encontrou

uma prevalência de 29% de EMTN nos hospitais. Em mais da metade destes, a

EMTN estava ativa a mais de cinco anos e, em 27% a EMTN existia a menos de

cinco anos.
32

Sobre as EMTN no Brasil poucos são os dados históricos relativos a

existência destas equipes nos hospitais brasileiros. Em dois estados foi inicialmente

verificado a utilização da nutrição parenteral (NP) pela Sociedade Brasileira de

Nutrição Parenteral e Enteral (SBNPE), na gestão de 1996 – 1997 que pesquisou

nos hospitais dos estados de São Paulo e Rio de Janeiro a aplicação de NP, com

enfoque na indicação, produção, uso, custos e formação de EMTN. Foram incluídos

232 hospitais neste estudo, a NP foi utilizada em 75% dos hospitais e em 20% havia

a presença da EMTN formada o que significa 15% de todos os hospitais

investigados. O estudo mostra ainda a maior existência de equipes formalmente

constituída no Rio de Janeiro (capital) sendo 35% de todos os hospitais pesquisados.

Das 35 equipes pesquisadas, 31 apresentavam outros profissionais além de médicos

entre as equipes entrevistadas, 89% apresentavam-se constituídas por pelo menos

um profissional médico, nutricionista, enfermeiro e farmacêutico, estes são dados

que fazem parte dos resultados obtidos no IBRANUTRI (WAITZBERG, CAIAFFA,

CORREIA, 1999).

Estudos da década de 70 apresentam freqüência elevada de desnutrição

hospitalar, com variação de freqüência de 30% a 50% de pacientes desnutridos e

mostrou a necessidade de TN nutricional em situações clínicas e cirúrgicas diversas,

e a necessidade de implantar a EMTN com a missão de exercer atividade

assistencial hospitalar, domiciliar e ambulatorial, atividade de educação e pesquisa

(BAXTER & WAITZBERG,1997).

A grande evolução na melhora do estado nutricional do paciente são metas

que tem sido alcançada ao longo dos anos, principalmente devido a forte convicção
33

no modelo de equipe multiprofissional, embasada na divisão de tarefas e valorização

individual, mas sempre almejando um crescimento coletivo, com busca permanente

de conhecimentos e atualização, sempre com a liderança segura e competente do

coordenador do grupo que propiciará uma melhora da qualidade das terapêuticas

(BAXTER & WAITZBERG,1997).

A organização da EMTN tradicionalmente é um esforço que envolve os

profissionais de saúde, e tem como objetivo melhorar a prática da TN, onde cada

profissional traz para a equipe conhecimentos de nutrição, avaliação e controle dos

pacientes de acordo com a disciplina respectiva (SILVA, 2001).

Em geral, os EMTN são formados por profissionais da saúde que tem como

objetivo reconhecer a política hospitalar, identificar os procedimentos e recursos

disponíveis, diagnosticar a incidência de desnutrição, quantificar os pacientes sob TN

(NPT, NE ou suplementação oral), checar os exames laboratoriais e a freqüência

com que são realizados, os tipos de soluções prescritas e custos (SILVA, 2001).

As vantagens da EMTN estão descritos em estudos, que desde a década de

70, mostraram vantagens e melhores resultados relacionados à aplicação da TN

quando realizada por EMTN. Estas vantagens foram relacionadas à redução de

complicações, de custos e melhor adequação nutricional, a normatização das

condutas, o surgimento de protocolos, controle adequado, entre outras atribuições da

EMTN, que reduz complicações gerais, infecciosas, metabólicas, gastrintestinais e

mecânicas (CORREIA & ECHINIQUE, 2001).

Outros estudos apontaram uma economia para o hospital quando compararam

os custos relacionados à TN no período anterior e posterior à formação da EMTN,


34

possivelmente em razão da redução do desperdício no preparo, padronização das

prescrições, solicitação de exames laboratoriais e uso de equipamentos adequados.

Os estudos mostraram, ainda, que é possível proporcionar melhor adequação

nutricional, e, com isso, favorecer os resultados do tratamento nutricional e aumentar

a retenção nitrogenada (CORREIA & ECHINIQUE, 2001).

Dessa forma, verifica-se que a presença da EMTN implica acompanhamento

diário dos pacientes dividido entre os membros da equipe, o que permite melhorar a

eficiência da assistência com evidentes vantagens para o paciente e a instituição

(CORREIA & ECHINIQUE, 2001).

A EMTN deve ter o compromisso de buscar sempre oferecer TN com

qualidade e segurança. Para isso, é necessário que a equipe seja composta por

profissionais especialistas que sempre se atualize (SILVA, 2001).

A qualidade dos cuidados é fortalecida quando a equipe redige e atualiza seus

protocolos e guias para o uso e administração dos inúmeros produtos nutricionais,

assim como controle da TN e clínico. De outro lado, a verificação periódica do

cumprimento das metas estabelecidas, do número de pacientes atendidos,

distribuição de NP E NE, média de permanência sob TN ou freqüência das

complicações gerais permitem avaliar a atuação da equipe, a avaliação da média de

permanência dos pacientes sob TN, por exemplo, pode ser um dos marcadores da

eficiência da indicação do tratamento adequado (SILVA, 2001).

Um programa de terapia nutricional terá pleno sucesso quando todos os

membros integrantes da EMTN se encontrarem envolvidos e trabalharem de modo

homogêneo e coeso, tendo em vista o benefício do paciente através do


35

aprimoramento de técnica de assistência nutricional, assim como a garantia da

qualidade do serviço prestado (CORREIA & ECHINIQUE, 2001).

O aumento da taxa de complicações cirúrgicas, infecciosas e mortalidade

provocada por desnutrição intra-hospitalar podendo ter encargos do sistema

financeiro, sendo então o investimento em TN uma realidade altamente vantajosa

que oferece retorno econômico, e ainda o custo da criação e manutenção da EMTN

estará justificada e é facilmente compensado pelos recursos gerados pela própria

equipe. Em artigo publicado no Brasil com grupos de pacientes cirúrgicos recebendo

TN demonstrou um custo 2,6 vezes menor. A pesquisa para o modelo ideal de TN é

baseada no binômio de qualidade e custo. A prescrição da TN tem um impacto

favorável sobre recursos financeiros e geradores de aspectos da instituição, quando

praticada por EMTN devidamente treinado (WAITZBERG & BAXTER, 2004).

1.5. Educação em Saúde e a Capacitação Profissional

Os resultados obtidos no IBRANUTRI (1999) confirmaram a situação

preocupante, pois após 25 anos de existência da TN Brasil, ela é usada de maneira

bem incipiente e vêem recomendar iniciativas educacionais de acadêmicos,

profissionais de saúde, bem como da população sobre a importância do diagnóstico,

do tratamento da desnutrição hospitalar e a implantação da EMTN (WAITZBERG,

CAIAFFA, CORREIA, 1999).

Historicamente, no Brasil, os cursos de graduação que preparam médicos,

enfermeiros, farmacêuticos dão uma importância muito pequena ao estado


36

nutricional dos doentes e sua relação direta com a evolução clinica e a economia

gerada ao sistema de saúde ao se implantar a TN e a EMTN (MELLO et al, 2003).

O processo do cuidado nutricional é um desafio interdisciplinar e a atuação de

profissionais de saúde esclarecidos é fundamental tanto para a prevenção, quanto no

tratamento da desnutrição hospitalar. Melhorar as atitudes e as práticas não é um

caminho fácil e a mudança deve iniciar na formação acadêmica. É necessário formar

profissionais de saúde que se preocupem com a nutrição dos pacientes dentro do

enfoque clínico de tratamento. Ainda que as equipes de constituição multidisciplinar

especializada em TN estejam atuando nas instituições hospitalares é importante e

necessário que todos os profissionais de saúde agreguem o cuidado nutricional na

sua prática diária, como parte fundamental da terapêutica. O papel da Universidade,

como maior meio produtor de conhecimento, será o de formar futuros profissionais

frente a estas exigências (MELLO et al, 2003).

Cursos realizados para profissionais da saúde interessados em TN foram

criados pela Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral, na tentativa de

sanar falha presente na formação profissional e preencher a lacuna deixada pelo

ensino universitário. Os cursos apresentam como objetivo principal a formação de

equipe multiprofissional, com princípios e conhecimentos em TN, estimular a reflexão

e investigação, agilizar o uso efetivo e racional de recursos disponíveis, e ação

concomitante com outros membros da equipe de saúde, promover qualidade da TN e

fortalecer a importância do trabalho em equipe (WAITZBERG & CAMPOS, 2004).


37

A educação permanente é definida como “toda e qualquer atividade que tem

por objetivo provocar uma mudança de atitudes e/ou comportamento a partir da

aquisição de novos conhecimentos, conceitos e atitudes” (DESTRO, 1995).

A aprendizagem é uma atividade contínua, que se inicia nos primeiros minutos

da vida, estende-se ao longo dela. O conceito de aprendizagem não é, portanto,

restrito ao período escolar, inicia-se na infância e percorre toda a vida (VALENTE,

2001).

O conceito de Educação Permanente em Saúde foi adotado para dimensionar

o ensino-aprendizagem no exercício do trabalho dos profissionais da saúde. Tarefa,

que não deve ser só no prolongamento do tempo ou carreira dos trabalhadores, mas

na ampla intimidade entre reflexão, formação, gestão, atenção e participação nas

áreas específicas de saberes e de práticas, mediante as intercessões promovidas

pela educação na saúde (CECCIM , 2007).

Segundo o editorial da Revista Brasileira de Educação Médica (2007) escrito

por Feuerwerker, a educação na saúde é um campo de produção de conhecimento,

necessariamente inter/transdisciplinar, em que os entrelaçamentos entre filosofia,

ciência, técnicas, tecnologias e práticas sociais se apresentam de maneira

específica. Educação na saúde é um campo de saberes e de práticas sociais em

pleno processo de constituição/construção. Muitas são as indefinições quanto ao

ensino, saúde e profissionais, a começar pela indefinição na forma de apresentar o

nome, educação em saúde ou educação na saúde. Existem muitos questionamentos

que precisam ser identificados que vai desde o campo temático em que se inclui a

educação dos profissionais de saúde, ou ainda se a educação dos profissionais de


38

saúde é o mesmo que formação dos profissionais de saúde. No que se refere à

capacitação dos profissionais de saúde, o questionamento envolve se é possível

adquirir conhecimento somente na educação formal, através da graduação ou

necessita-se de pós-graduação. Já quando se trata do campo da educação depois

de formado, quando já trabalhando, o destaque se da na valorização do campo da

educação continuada, da educação permanente e capacitação. Educação dos

profissionais de saúde tem uma importância grande na conformação de conceitos e

de práticas na área da saúde principalmente no processo que abrange a atuação

multidisciplinar (FEUERWERKER, 2007).

A educação permanente é uma necessidade premente para os profissionais

de saúde, no desenvolvimento de sua postura crítica, autoavaliação, autoformação,

autogestão, promovendo, assim, os ajustes necessários no sentido de trabalhar com

interdisciplinaridade, na transmissão de saberes e do saber-fazer in locus,

continuamente, traduzindo-se na sua prática os seu saberes (OLIVEIRA, 2007).

A Educação a Distância (EAD) no Brasil vem se consolidando como uma

estratégia eficaz para atender a necessidade social da universalização do acesso ao

ensino de qualidade e não apenas uma alternativa na modalidade de educação

(BRASIL,1998).

Segundo Moran (2005), EAD é uma modalidade de educação que se refere a

um processo de ensino-aprendizagem mediado por tecnologias, onde estudantes e

tutores estão separados física, espacial e/ou temporalmente, porém, poderão estar

conectados mediante tecnologias, sobretudo as telemáticas, a exemplo da Internet,


39

ou podendo utilizar outros meios, tais como: correio, rádio, televisão, vídeo, CD-

ROM, telefone, fax entre outras tecnologias semelhantes (MORAN, 2005).

O principal objetivo nas propostas de EAD é o de promover uma

aprendizagem autônoma. A linguagem utilizada é diferenciada, pois procura dar

ênfase a processos pedagógicos autônomos e interativos. Nesse sentido, o papel

primordial dos tutores é de manter a motivação, para que os alunos sejam instigados

e desafiados a enveredar pela aventura da construção da autonomia do próprio

conhecimento. Dessa forma, preconiza-se que o tutor desenvolva estratégias de

ensino com foco no aluno, o qual deve se identificar como principal responsável pelo

aprendizado. Seguindo esse raciocínio, o ambiente educacional virtual deve,

também, promover a criação de situações que estimulem os alunos ao

desenvolvimento de atividades que valorizem, além da autonomia, a criatividade e o

pensamento reflexivo, como fundamentos básicos para o processo de ensino-

aprendizagem. Estamos vivendo num mundo que se transforma que nos transforma

e que é transformado por nós. O resultado mais visível desse processo de

transformação tem sido a rápida obsolescência do conhecimento, mostrando a

necessidade das pessoas procurarem atualizar-se continuamente. Essa necessidade

de educação permanente consolida a idéia de que o ser humano precisa ser um

eterno aprendiz (BRASIL,1998).

Para Oliveira (2007) a educação permanente em saúde deve ser

compreendida como aprendizagem-trabalho, ou seja, ela acontece no cotidiano das

pessoas e das organizações. Deve ser realizada a partir dos problemas enfrentados
40

na realidade e leva em consideração os conhecimentos e as experiências que as

pessoas trazem em suas vidas (OLIVIERA, 2007).

O artigo escrito por Oliveira (2007) ainda mostra que a EAD apresenta-se

como uma possibilidade de democratização do saber e do fazer para profissionais da

área de saúde na formação, pois, enquanto estratégia auxilia na tomada de

consciência, por parte dos acadêmicos e profissionais, dos avanços promovidos na

área de conhecimento, gerando processos continuados de acesso a informação. A

EAD tem impulsionando crescimento, nos sentidos político-sociais, econômicos,

pedagógicos e tecnológicos dos profissionais e acadêmicos de saúde. Além de

tornar efetiva, quanti-qualitativamente, a intervenção e levar à otimização da

capacitação profissional. (OLIVIERA, 2007).

A capacitação de profissionais e estudantes através da EAD é apresenta no

ano de 1997 por Salgado, como de grande relevância.

“Nos últimos anos, vem crescendo o reconhecimento da importância da


EAD como alternativa para a formação de professores e outros
profissionais. A própria Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB)
incentiva esse tipo de estratégia, e a recente abertura trazida pela Portaria
Ministerial n° 2.253 de 18/10/01 estimulou a aprese ntação de inúmeros
projetos por diferentes Instituições de Ensino Superior e outros órgãos
como Secretarias de Educação e o próprio MEC.” (SALGADO, 1997).

Documento da UNESCO publicado em 1998 expressa que o EAD apresenta

como prioridade geral o acesso à educação permanente para todos.

“As novas tecnologias de informação tem incrementado a demanda de uma


formação permanente, do mesmo modo tem aumentado os desníveis para
chegar a aqueles que o necessitar, como e onde necessitam. CD-rom,
sistemas interativos multimídia, informativos via satélite de rádio e de
televisão, por rede informatizadas e aplicações da realidade virtual, todos
estes projetos e novas tecnologias abrem vias estupendas para promover a
educação permanente.” (UNESCO, 1994, p. 36).
41

O novo modelo cultural no qual a relação educação e conhecimento, passa a

desempenhar um papel relevante para o desenvolvimento dos profissionais através

da educação permanente, de promoção cultural e de aperfeiçoamento profissional ou

de capacitação, atendendo as exigências do alto desenvolvimento tecnológico e traz

consigo uma nova questão, que se faz presente nas discussões sobre um novo tipo

de associação entre educação e trabalho, quando se instaura e se fortalece uma

dubiedade de conceitos entre formar e informar, treinar e educar, ensinar e aprender,

fato este que aumenta a responsabilidade da EAD. (DEMO,1998)

Espaço virtual interativo no modelo de weblog (ou simplesmente blog), contém

registro freqüente de informações, que entre outras coisas serve para postar

conteúdos que são utilizados para diversos fins. Uma das vantagens das ferramentas

de blog é permitir que os usuários publiquem seu conteúdo e interaja com seus

leitores através dos comentários.

A educação continuada e permanente dos membros da EMTN é uma

exigência da Portaria 272/1998 do MS e da RDC 63/2000 da ANVISA objetivando

evitar a morbidade dos pacientes hospitalizados (BRASIL, 1998; BRASIL 2000).

Significativa redução da morbidade e do custo tem por base a educação

permanente dos profissionais da equipe que através da atualização apresentam

melhores condições para realizarem avaliação do estado nutricional dos pacientes

hospitalizados, realizar indicações precisas e precoces da NP e NE, diminuição nas

indicações desnecessárias de NP e NE, como por exemplo, entre os que não

estavam desnutridos antes da cirurgia ou entre os que ficariam menos de sete dias

em jejum, promover a monitorização diária do paciente, melhor adequar a transição


42

entre as terapias de NP, NE para a via oral, minimizar a incidência de complicações,

bem como estabelecer protocolos mais efetivos para todas as fazes da TN, isso

sinaliza para um uso mais custo-efetivo da NP e NE, com diminuição da

morbimortalidade e não aumentou tempo de estada hospitalar (MARTINEZ et al,

2006).
43

2. JUSTIFICATIVA

Atuando como professora de Terapia Nutricional (TN) e preceptora de estágio

de Atenção farmacêutica em TN no curso de farmácia no Hospital Universitário Sul

Fluminense (HUSF) que funciona como hospital de ensino da Universidade Severino

Sombra, onde é desenvolvida minha prática profissional, se observa que

procedimentos simples e objetivos, como as anotações do estado nutricional do

pacientes nos prontuários médicos não são realizados, ou são insuficientes ou

mesmo incompletos. Estes dados devidamente preenchidos pela equipe

multiprofissional de terapia nutricional (EMTN) na admissão e monitoramento do

paciente são ferramentas importantes de identificação precoce dos pacientes em

risco nutricional, e reflete ainda na ausência do envolvimento dos acadêmicos e

profissionais da saúde do HUSF com a terapia nutricional. A partir destas

observações se verificou a necessidade de uma análise, que apresente o

acompanhamento do estado nutricional dos pacientes hospitalizados, e verificar a

utilização de TN adequada, bem como delimitar o grau de conhecimento dos

acadêmicos dos cursos de medicina, enfermagem e farmácia da USS sobre TN e

EMTN.

Baseado nas ponderações de Waitzberg, Caiffa e Correia (1999), Mello e col.

(2003), e nas observações de Waitzberg e Campos (2004) sobre a importância de

profissionais capacitados e especializados na prática da TN e atuação em EMTN, e

pensando na capacitação, atualização e qualificação dos acadêmicos e profissionais,

que atuam no HUSF, surge o interesse de realizar o curso de extensão nos moldes
44

de educação permanente e a modalidade de ensino a distância através da criação de

espaço virtual com sítio na internete.


45

3. OBJETIVOS

3.1. Objetivo geral

Capacitar acadêmicos profissionamente para atuação em equipe

multiprofissional de terapia nutricional promovendo assim a melhoria global do

atendimento ao paciente internado no Hospital Universitário Sul Fluminense (HUSF),

através de programas de extensão e de educação a distância.

3.2. Objetivos específicos

● Determinar a freqüência do estado nutricional do paciente internado na

clínica Médica do HUSF.

● Identificar o grau de conhecimento dos acadêmicos de medicina, farmácia e

enfermagem que atuam no HUSF em TN.

● Desenvolver ações integradas com ensino e extensão, através da educação

permanente dos acadêmicos dos cursos de medicina, farmácia e enfermagem do

HUSF para promover e integrar a prática de terapia nutricional como um espaço

multiprofissional.

● Produzir conhecimento sobre a equipe multiprofissional de terapia nutricional

e sua contribuição para os profissionais, acadêmicos e os pacientes.


46

● Oferecer atividades que colaborem para a busca constante do conhecimento

e despertar o interesse para importância da multidisciplinaridade entre os diversos

profissionais e acadêmicos do HUSF.

● Promover o curso de educação permanente aprovado pela Coordenação de

Extensão Universitária da Universidade Severino Sombra, para os acadêmicos dos

cursos de medicina, farmácia e enfermagem do HUSF sobre A Terapia Nutricional

Hospitalar: com ênfase na importância da Equipe Multiprofissional de Terapia

Nutricional, propiciando vivenciar a atuação profissional na equipe multiprofissional

de terapia nutricional.

● Criar um “espaço virtual” no modelo de Web Blog para que os acadêmicos

dos cursos de medicina, farmácia e enfermagem do HUSF, utilizem a base de dados

como apoio técnico científico para aprendizado e discussão da atuação em equipe

multiprofissional de terapia nutricional especializada, que promove a melhoria global

do atendimento ao paciente internado.


47

4. METODOLOGIA

4.1. Local do estudo

O Hospital Universitário Sul Fluminense segundo o Memorial Institucional:

- Características

O Hospital Universitário Sul Fluminense da Universidade Severino Sombra em

Vassouras, Estado do Rio de Janeiro. Hospital Geral, Universitário de Ensino e de

Referência Regional em: Hemoterapia, Atendimento em Acidentes por Animais

Peçonhentos, Atendimento em Acidentes por Organofosforados, Unidade de Terapia

Intensiva de Adulto e Neonatal, pela secretaria de Estado de Saúde do Estado do

Rio de Janeiro, Referência Regional em Neurocirurgia, Cirurgia Cardíaca, Oncologia

e Captação de Órgãos para Transplante (USS, 2006).

É certificado pelos Ministérios de Educação e de Saúde como Hospital de

Ensino através da Portaria Interministerial número 862/GM com publicação de 07 de

junho de 2005 no Diário Oficial da União (USS, 2006).

- Instalações Físicas:

Em suas dependências físicas dispõe: de bloco hospitalar com 182 leitos,

sendo 79 leitos de Clínica Médica, 08 leitos de Nefro/Urulogia, 41 de Cirurgia Geral,

08 de Ginecologia, 13 de Obstetrícia, 33 de Pediatria, distribuídos em 17

enfermarias, 9 apartamentos, 2 enfermarias de 2 leitos, possui ainda de 8 leitos de

Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Adulto e 6 leitos de Unidade de Terapia Intensiva

Neonatal; Centro Cirúrgico composto de 5 salas de Cirurgia, 1 sala de Parto 1 sala


48

de Recuperação Pós Anestésica; Farmácia Hospitalar; Laboratório de Análises

Clínicas; Hemocentro, entre outros (USS, 2006).

- Recursos Humanos:

O quadro funcional é composto por um quadro de 84 médicos do Corpo

Clínico, 22 Médicos Residentes, 19 Enfermeiros, 5 Dentistas, 4

Farmacêuticos/Bioquímicos , 3 Fisioterapeutas, 1 Nutricionistas, 1 Fonoaudióloga, 1

Assistente Social e 1 Psicóloga. Conta ainda com corpo docente dos cursos da área

de Saúde (Medicina, Enfermagem, Fisioterapia, Farmácia, Psicologia, e Odontologia)

da Universidade Severino Sombra (USS, 2006).

- Comissões Hospitalares:

O Hospital possui diversas comissões entre elas a Comissão de Suporte

Nutricional (Enteral e Parenteral) compostas por 2 farmacêuticos, 2 médicos, 1

enfermeiro e 1 nutricionista (USS, 2006).

- Indicadores de atendimento:

Como indicadores o boletim de movimento hospitalar no ano de 2006 mostra

que a taxa de internação foi de 4.094 pacientes com média mensal de 341,17; a taxa

de ocupação total foi de 664,98 com média mensal de 55,42; a média total de 779,28

pacientes por dia e a mensal de 64,94 pacientes/dia, a média de permanência total

foi de 66,70 com média mensal de 5,56. E ainda uma média de permanência por

setores, a saber: na clínica médica o total de pacientes no ano foi de 111,55 e a

média mensal de 9,30; clínica cirúrgica 50,97 pacientes anuais e a média mensal de

4,25; na ginecologia e obstetrícia o total de pacientes no ano foi de 30,02 e a média

mensal de 2,05; na pediatria com 60,10 pacientes anual e 5,01 a média mensal; na
49

UTI adulto a média do ano foi de 56,09 e 4,67 a média mensal e na UTI neonatal foi

de 118,54 total do ano e 9,88 pacientes a média mensal (USS, 2006).

4.2. Contexto do estudo

Esta pesquisa reflexiona sobre o projeto de educação permanente, sobre a

equipe multiprofissional de saúde em promoção de uma terapia nutricional que

promova a qualidade de vida do paciente internado no HUSF, utilizando o educador,

professor, na área do ensino das ciências da saúde, estruturada em espaço formal,

isto é, no próprio HUSF e educação a distância.

O presente trabalho foi desenvolvido em etapas, a saber:

Etapa I: A primeira etapa é dividida em dois seguimentos compostas pelas:

atividade 1 que constou da análise de prontuários e a atividade 2 da aplicação de

questionário aos estudantes de medicina, farmácia e enfermagem.

- Na Atividade 1: As análises dos prontuários dos pacientes internados na

clínica médica do Hospital Universitário Sul Fluminense (HUSF), foram realizadas no

período de março a novembro de 2007, através de formulário previamente

desenvolvido (anexo 2), a coleta e registro sistemático dos dados sobre o estado

nutricional dos pacientes, o tipo de terapia nutricional e utilização de medicamentos

que são importantes para a terapia nutricional dos pacientes internados HUSF, com

o intuito de verificar a qualidade das anotações nos prontuários dos pacientes e

identificar a preocupação com o estado nutricional da equipe de saúde, que são

indispensáveis para o diagnóstico da situação e ponto de partida obrigatório para


50

qualquer planejamento consistente na área de terapia nutricional e na atuação da

equipe multiprofissional de terapia nutircional,

- Na Atividade 2: Aplicação de questionário, previamente desenvolvido (anexo

3). O questionário foi respondido no meses de novembro e dezembro de 2007, pelos

acadêmicos dos cursos de medicina, de farmácia e de enfermagem da Universidade

Severino Sombra que realizam suas atividades de internato ou estágio

supervisionado no HUSF e estão devidamente matrículados. Os acadêmicos

selecionados para responder o questionário cursam os dois últimos períodos,

segundo as matrizes curriculares, acadêmicos do curso de medicina do décimo

primeiro e décimo segundo períodos, os acadêmicos de farmácia e de enfermagem

do sétimo e oitavo períodos. O questionário foi respondido em sala de aula. O

questionário teve o intuito de identificar o conhecimento a respeito do estado

nutricional, da terapia nutricional e o nível de interesse para atuar em equipe

multiprofissional de terapia nutricional, fatores estes indispensáveis para a efetiva

atuação na equipe multiprofissional de terapia nutricional.

Etapa II: Consta de duas atividades que são os produtos finais da pesquisa, a

saber: atividade 1 realização de curso de educação permanente e atividade 2 criar

“espaço virtual”.

- Atividade 1: O curso de educação permanente será desenvolvido através do

projeto de extensão (anexo 4) no Hospital Universitário Sul Fluminense da

Universidade Severino Sombra sobre o tema Terapia Nutricional com ênfase na

atuação da equipe multiprofissional de terapia nutricional.


51

- Atividade 2: O espaço “virtual interativo” no modelo de “weblog”, conterá

registro freqüente de informações, com temas relevantes sobre terapia nutricional e

atuação da equipe multiprofissional de terapia nutricional, para discussão que motive,

desperte o interesse e conhecimento dos profissionais e estudantes de saúde para

terapia nutricional dando ênfase a importância da equipe multiprofissional de terapia

nutricional.

4.3. Material e métodos

Etapa I, atividade 1 – Análise de prontuários:

Por meio de estudo prospectivo, foram analisados 178 prontuários de

pacientes internados na clinica médica do HUSF no período de março a novembro

do ano de 2007. Os prontuários foram selecionados de forma aleatória sendo sempre

analisados os prontuários dos pacientes que encontravam-se internados as quartas

feiras, dia da semana que foram realizadas as análises dos prontuários.

A realização da coleta de dados nos prontuários, exigiu que o projeto fosse

submetido à avaliação da comissão de ética da instituição e aprovado em Julho de

2007 (anexo 5). Sendo indispensável a autorização do formulário de consentimento

livre e esclarecido dos sujeitos da pesquisa a qual o prontuário pertencia (anexo 6).

As variáveis utilizadas foram: sexo, idade, peso, diagnóstico de internação,

medicação prescrita que teria alguma relação com a terapia nutircional, estado do

paciente, preocupação com estado nutricional pelos profissionais, resultados dos


52

exames laboratoriais solicitados que poderia auxiliar no diagnóstico do estado

nutricional e tipo de dieta prescrita.

Avaliação das variáveis do formulário:

- Variável Sexo:

Que foram consideradas duas categorias: feminino e masculino.

- Variável Idade em anos completos:

Em relação à idade, optou-se por categorizar esta variável em faixas etárias,

seguindo o padrão do Sistema de Informação sobre Mortalidade do Ministério da

Saúde como descrito abaixo.

Faixas etárias: menor de 1 ano, de 1 a 4 anos, de 5 a 9 anos, de 10 a 14 anos,

de 15 a 19 anos, de 20 a 29 anos, de 30 a 39 anos, de 40 a 49 anos, de 50 a 59

anos, de 60 a 69 anos, de 70 a 79 anos e 80 anos ou mais.

- Variável Peso em quilograma (Kg):

Foram verificadas se havia ou não anotações de pesos nos prontuários.

- Variável Diagnóstico de internação:

Foram verificados os motivos que levaram a internação. As doenças

verificadas nos prontuários foram agrupadas como: doenças cardíacas, doenças

gastrintestinais, doenças pulmonares, doenças renais, doenças vasculares, diabetes,

câncer, intoxicações e as doenças que só foram observadas uma única vez foram

agrupadas como diversas doenças.

- Variável Medicação prescrita:

Foram observadas se havia prescrição de medicamentos relacionados a

terapia nutricional como as vitaminas e sulfato ferroso.


53

- Variável Estado do paciente:

Nos prontuários foram observados se os profissionais e estudantes de saúde

relatavam qualquer informação sobre o estado nutricional, que pudessem refletir

sobre o mesmo, desde anotações vagas tipo “paciente magro”, até diretas como

“paciente desnutrido”

- Variável Preocupação com estado nutricional:

Observou-se se havia por parte dos profissionais e estudantes de saúde a

preocupação com estado nutricional do paciente descrito nos prontuários.

- Variável Resultado dos exames laboratoriais solicitados:

Verificou-se se havia anotação dos resultados dos exames que pudessem

levar ao diagnóstico do estado nutricional como a dosagem de albumina sérica e

contagem de linfócitos.

- Variável Dieta prescrita:

Foram verificados quais os tipos de dietas prescritas: oral, enteral não-

industrializada, enteral industrializada ou parenteral, e ainda se houve suplementação

com módulos de nutrientes e/ou micronutrientes.

Etapa I, atividade 2 - Questionário aplicado aos estudantes:

O questionário utilizado neste trabalho foi semi-estruturado e constou de 3

perguntas descritivas e de 7 perguntas de múltipla escolha.

O contato direto com os acadêmicos para a realização deste trabalho, exigiu

que o projeto fosse submetido à avaliação da comissão de ética da instituição. Sendo

assim, a ciência dos acadêmicos, a cerca do conteúdo da pesquisa, foi explicita e


54

espontânea requerendo que os acadêmicos assinassem previamente um termo de

consentimento (anexo 7).

Foram aplicados 69 questionários e a análise dos dados levantados permitiu a

identificação do conhecimento e o nível de interesse dos estudantes sobre TN e

EMTN.

Avaliação dos questionários aplicados aos alunos:

- Na Questão sobre o que entendende por estado nutricional do paciente a

avaliação das informações referente à pergunta sobre o estado nutricional do

paciente, levou-se em consideração o que Waitzberg e col. apresentam no capitulo

17 (2000) onde o autor citado descreve como entendimento do estado nutricional “A

manutenção do estado nutricional de cada indivíduo está ligada ao equilíbrio

constante entre consumo e necessidade de nutrientes”. As respostas foram

classificadas em: entendimento muito bom, as respostas precisas segundo o

entendimento do estado nutricional apresentado por Waitzberg, como entendimento

bom as respostas que se assemelharam à apresentada por Waitzberg, pouco

entendimento as respostas que foram superficiais, muito pouco entendimento as que

tinham uma vaga resposta e nenhum entendi meto os que não responderam.

- Nas questões o que entende por terapia nutricional (TN) e o que entende por

equipe multiprofissional de terapia nutricional (EMTN): foram consideradas as

definições adotadas no Regulamento Técnico para a Terapia Nutricional Parenteral

apresentado na Portaria 272 do MS (1998), e no Regulamento Técnico para a

Terapia Nutricional Enteral fixada na Resolução 63 do MS (2000), ambos os

regulamentos definem a “TN como conjunto de procedimentos terapêuticos para


55

manutenção ou recuperação do estado nutricional do paciente por meio da Nutrição

Parenteral e ou Enteral” (BRASIL, 1998; BRASIL 2000).

Para a definição de EMTN considerou-se também os dois regulamentos que

definem a EMTN como o grupo formal e obrigatoriamente constituído de pelo menos

um profissional médico, farmacêutico, enfermeiro e nutricionista, habilitados e com

treinamento específico para a prática da TN” (BRASIL, 1998; BRASIL 2000). Para

avaliação de ambas as questões os critérios de classificação foram: muito bom, para

as respostas precisas, como bom para as que refletiam uma coincidência desta

definição, pouco quando o conhecimento da definição era vaga, muito pouco

entendimento quando o conhecimento era muito vago e nenhum entendimento

quando não foi respondida a questão.

Para ambas as atividades da Etapa I, o método de análise das variáveis

levantadas foram organizadas em banco de dados do programa EXCELL® 2003 e

foram analisadas através do mesmo programa, sendo expressas em forma de

gráficos, quadros e tabelas.


56

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1. Da Etapa I, atividade 1 – Análise de prontuários

Dos 178 prontuários analisados, 78 (44%) dos pacientes eram do sexo

feminino e 100 (56%) masculino, com idade entre 12 e 95 anos, sendo a maior

freqüência para faixa etária de 40 a 49 anos que foi de 34 (19%) dos pacientes

internados, seguida da faixa etária de 70 - 79 anos com 32 (18%) pacientes

internados (Figura 1).

25
10 a 14
15 a 19
20
20 a 29
Freqüência (%)

30 a 39
15
40 a 49
50 a 59
10
60 a 69
70 a 79
5
>80
IGINORADO
0

Figura 1 – Pacientes internados na Clínica Médica do HUSF por faixa etária.


Vassouras, março a novembro de 2007.

Ao analisar a tabela 3 que relaciona sexo com a faixa etária, constatou-se que

entre as mulheres, a faixa etária que apresentou maior número de internação foi a de

40 a 49 anos (23%), seguida da faixa etária de 70 a 79 anos (19%). Para o sexo


57

masculino, a faixa etária de 70 a 79 anos apresentou o maior número de internação

(17%) e em seguida ficaram as faixas de 40 a 49 anos e pacientes com mais de 80

anos ambas com 16%.

Tabela 3 – Pacientes Internados na Clínica Médica do HUSF, segundo sexo e faixa


etária. Vassouras, março a novembro de 2007.
Sexo

Faixa etária (anos) Feminino % Masculino % Total %

10 a 14 1 1,3 1 1,0 2 1,1


15 a 19 2 2,6 0 0,0 2 1,1
20 a 29 3 3,8 5 5,0 8 4,5
30 a 39 6 7,7 10 10,0 16 9,0
40 a 49 18 23,1 16 16,0 34 19,1
50 a 59 13 16,7 14 14,0 27 15,2
60 a 69 14 17,9 14 14,0 28 15,7
70 a 79 15 19,2 17 17,0 32 18,0
80 ou mais 5 6,4 16 16,0 21 11,8
Ignorado 1 1,3 7 7,0 8 4,5
Total 78 100,0 100 100,0 178 100,0

A tabela 4 mostra que o diagnóstico de internação mais freqüente foi de

doenças cardíacas (43 – 25%), seguida das gastrintestinais (29 – 16%), doenças

pulmonares (28 – 16%), doenças renais (18 – 9%), doenças vasculares (14 – 8%),

diabetes (15 – 8%), câncer (4 – 2%) e intoxicações (2 – 1%). A freqüência em que

duas doenças estavam associadas foi: doença cardíaca associada ao diabetes (7 – 4

%) e doenças cardíacas associadas as doenças renais (2 – 1%).


58

Tabela 4 – Pacientes internados na Clínica Médica do HUSF segundo diagnóstico de


internação. Vassouras, março a novembro de 2007.

DIAGNÓSTICO DE INTERNAÇÃO Pacientes %


DOENÇAS CARDIACAS 43 24,2
DOENÇAS PULMONARES 28 15,7
DOENÇAS RENAIS 18 10,1
DOENÇAS VASCULARES 14 7,9
DOENÇAS GASTROINTESTINAIS 29 16,3
DIABETES 15 8,4
CANCER 4 2,2
INTOXICAÇOES 2 1,1
DOENÇAS CARDIACAS / DIABETES 7 3,9
DOENÇAS CARDIACAS / DOENÇAS
RENAIS 2 1,1
DIVERSAS DOENÇAS 16 9,1
Total 178 100

Dos pacientes que apresentaram como diagnóstico de internação doenças

cardíacas o maior número de pacientes 65,1% estavam internados por apresentar

insuficiência cardíaca congestiva, seguida da hipertensão arterial 18,6%. Das

doenças gastrointestinais, a de maior prevalência foi a hemorragia digestiva (24,1%),

cirrose hepática (20,7%) e a dor abdominal (17,2%) sendo as mais representativas. A

grande maioria das doenças pulmonares 67,9% foi a pneumonia. As mais freqüentes

das doenças renais foram as insuficiências renais e as infecções do trato urinário

ambas com 44,4%. Das doenças vasculares o acidente vascular (71,4%) foi o mais

freqüente (tabela 5).


59

Tabela 5 – Pacientes internados na Clínica Médica do HUSF segundo diagnóstico de


internação. Vassouras, março a novembro de 2007.
DIAGNÓSTICO DE INTERNAÇÃO Total Freqüência (%)
INSUFICIENCIA CARDIACA CONGESTIVA 28 65,1
HIPERTENSÃO ARTERIAL 8 18,6
ARRITIMIA CARDIACA 2 4,7
HIPOTENSÃO ARTERIAL 2 4,7
DERRAME DO PERICARDIO 2 4,7
INFARTO AGUDO DO MIOCARDIO 1 2,3
TOTAL DAS DOENÇAS CARDIACAS 43 100
CIRROSE HEPATICA 6 20,7
HEMORRAGIA DIGESTIVA 7 24,1
DOR ABDOMINAL 5 17,2
DIARREIA INTENSA 3 10,3
ASCITE 3 10,3
PANCREATITE AGUDA 1 3,4
VOMITO INTENSO 1 3,4
COLITE ULCERATIVA 1 3,4
INSUFICIENCIA HEPATICA 1 3,4
ULCERA DUODENAL 1 3,4
TOTAL DAS DOENÇAS GASTROINTESTINAIS 29 100
PNEUMONIA 19 67,9
DONENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRONICA 2 7,1
EDEMA AGUDO DE PULMÃO 2 7,1
DISPINEIA 2 7,1
PNEUMOCITOSE 2 7,1
FIBROSE PULMONAR 1 3,6
TOTAL DE DOENÇAS PULMONARES 28 100
INSUFICIENCIA RENAL 8 44,4
INFECÇÃO DO TRATO URINARIO 8 44,4
SINDROME NEFROTICA 2 11,1
TOTAL DAS DOENÇAS RENAIS 18 100
ACIDENTE VASCULAR CELEBRAL 10 71,4
VASCULOPATIA 2 14,3
TROMBOFLEBITE PROFUNDA 1 7,1
TROMBOSE VENOSA PROFUNDA 1 7,1
TOTAL DAS DOENÇAS VASCULARES 14 100
DIABETES 15 32,6

CÂNCER 4 8,7
INTOXICAÇOES 2 4,3

DOENÇAS CARDIACAS / DIABETES 7 15,2


DOENÇAS CARDIACAS / DOENÇAS RENAIS 2 4,3

DIVERSAS DOENÇAS 16 34,8


60

Analisando os dados relativos as anotações de peso que constavam nos

prontuários em relação aos diagnósticos de internação, foi verificado que em 94,9%

dos prontuários não havia anotação de peso, porém dos 9 prontuários que

apresentavam anotações de peso do paciente, o maior percentual do diagnóstico de

internação foram das doenças gastrointestinais 67%, como mostra a Figura 2 e para

as doenças cardíacas, renais e pulmonares o percentual foi de 11%.

11%
11%

11%
67%

DOENÇAS GASTROINTESTINAIS DOENÇAS CARDIACAS


DOENÇAS PULMONARES DOENÇAS RENAIS

Figura 2 – Anotação de peso nos prontuários dos pacientes internados na Clínica


Médica do HUSF segundo diagnóstico de internação. Vassouras, março a novembro
de 2007.

Vários estudos, por todo o mundo, vêm chamando atenção sobre: o estado

nutricional dos pacientes hospitalizados, sendo a desnutrição hospitalar altamente

prevalente; da importância da terapia nutricional para pacientes desnutridos, em risco

de desnutrição, ou mesmo para preservação do estado nutricional do paciente

hipermetabólico, e a atuação das equipes multiprofissionais de terapia nutricional

(EMTN), como demonstram os estudos de TRAERGER, WILLIAMS, MIILLIREN,

(1986) e o ASPEN (1991) ambos realizados nos Estados Unidos da América; na


61

Inglaterra o artigo de MCKEE (2006) e o estudo de NEWTON (2001); a pesquisa de

MAISONNEUVE e col., realizada em três países de língua francesa: Suíça, França e

Bélgica (2004), o estudo de RAVASCOA e col. (2004) realizado em Portugal, e de

JOHANSEN e col. (2004) realizado na Dinamarca.

Porém os resultados desta pesquisa serão comparados a três estudos: o

IBRANUTRI realizado no Brasil no ano de 1996; no ELAN realizado em 13 Países da

América Latina em 1998 e no ELAN realizado em Cuba no ano de 2000, todos com

dados relevantes sobre inquéritos de avaliação nutricional hospitalar resumidos em

tabelas no anexo 8, que apresentam realidade mais próxima deste estudo

(WAITZBERG, CORREIA, RODRIGUES, 2001; CORREIA & CAMPOS, 2003;

PORBE`N, 2006).

Os referidos estudos apresentam como um dos fatos a falta de anotações

sobre o peso nos prontuários dos pacientes hospitalizados e corroboram com o

resultado da análise dos 178 prontuários de pacientes internados na clínica médica

feminina e masculina do HUSF que permitiram constatar que a grande maioria

(94,9%) dos prontuários não havia informação do peso dos pacientes, o IBRANUTRI

(1996) mostra que em apenas 14,6% dos prontuários o peso do paciente estava

anotado, o ELAN da América Latina (1998) apresenta que em 26,5% dos prontuários

tiveram peso de paciente registrado e o ELAN Cuba (2000) mostra que 40,6% dos

pacientes tiveram seu peso registrado no prontuário (WAITZBERG, CORREIA,

RODRIGUES, 2001; CORREIA & CAMPOS, 2003; PORBE`N, 2006).

De acordo com a Figura 3, para prescrição de medicamentos relacionados ao

estado nutricional somente 16,3% dos prontuários apresentaram tal ocorrência. Em


62

relação à prescrição de medicamentos relacionada ao estado nutricional a grande

maioria dos pacientes utilizou o complexo B isolado ou associado a outras vitaminas

ou ao sulfato ferroso (62%). O complexo B que foi o medicamento mais prescrito,

sendo prescrita para 39% dos pacientes e a vitamina K que foi prescrito para 28%

dos pacientes, e foram os dois medicamentos mais prescritos em relação ao

diagnóstico de internação. Estes dados podem se comparados com a experiência da

EMTN apresentada no trabalho de MARIE e col. 2004.

7% 3% 3%

28%

39%
3%
7% 7% 3%

ACIDO FOLICO ACIDO FOLICO/COMPLEXO B


COMPLEXO B COMPLEXO B/NIACINA
COMPLEXO B/VITAMINA C SULFATO FERROSO
SULFATO FERROSO/COMPLEXO B VITAMINA K
VITAMINA K/COMPLEXO B

Figura 3 – Medicamentos prescritos para pacientes internados na Clínica Médica do


HUSF. Vassouras, março a novembro de 2007.

No que concerne ao estado nutricional do paciente relatado nos prontuários e

também quanto ao relato da preocupação do profissional de saúde do HUSF com o

estado nutricional do paciente, foram verificados para ambos uma freqüência inferior

a 25%.
63

O INBRANUTRI (1996), o ELAN na América Latina (1998) e o ELAN Cuba

(2000), afirmam respectivamente que: 18,8%, 23% e 0,4% apresentavam relatos do

estado nutricional nos prontuários, esta baixa taxa nas anotações também foi

encontrado neste estudo onde somente em 25% dos prontuários estavam relatados

informações sobre o estado nutricional dos pacientes.

Em 44% dos prontuários foram constatadas anotações dos resultados dos

exames laboratoriais solicitados que tiveram níveis séricos de albumina e / ou

contagem de linfócitos anotados no prontuário, comparando estes dados com do

INBRANUTRI (1996) que em 23,5% dos prontuários estes exames foram anotados,

no do ELAN da América Latina (1998) havia 26,5% dos prontuários com registro

destes exames e o ELAN Cuba (2000) a ocorrência de anotações destes exames

foram de 20,0%.

O presente estudo mostra na Figura 4 a distribuição do tipo de nutrição

prescrita para os pacientes, onde se observou que 88% das prescrições foram de

nutrição oral, 5% dos pacientes encontravam-se prescrita a nutrição oral mais a

suplementação. Com o mesmo percentual de 5% das prescrições observa-se a

nutrição enteral não-industrializadas, para 1% dos pacientes foi prescrita a nutrição

enteral industrializada, e em 0,5% foi prescrita a nutrição enteral mais suplementação

e com o percentual idêntico de 0,5% foi prescrita a nutrição parenteral. Quando se

compara estes dados com o os dados do INBRANUTRI (1996), observa-se que

10,1% dos pacientes utilizaram algum tipo de terapia nutricional, sendo 6,1% de

terapia nutricional enteral e 1,2% de terapia nutricional parenteral, no do ELAN da

América Latina (1998) 8% dos pacientes utilizaram terapia nutricional, destes 6,3%
64

utilizaram terapia nutricional enteral e 2,5% utilizaram terapia nutricional parenteral, e

no ELAN Cuba (2000) 10,9% dos doentes foram beneficiadas com alguma técnica de

nutrição terapêutica, sendo que 15% dos pacientes utilizaram terapia nutricional

(parenteral e/ou enteral), observação semelhante com as encontradas nesta

pesquisa que apresenta a nutrição enteral como a mais prescrita (6,5%) e a nutrição

parenteral foi apenas 0,5% prescrita.

90% ORAL
80%
ORAL MAIS
70% SUPLEMENTAÇÃO
60% ENTERAL NÃO-
50% INDUSTRIALIZADA
40% ENTERAL
INDUSTRIALIZADA
30%
ENTERAL MAIS
20% SUPLEMENTAÇÃO
10% PARENTERAL
0%

Figura 4 – Distribuição do tipo de dieta prescrita para pacientes internados na Clínica


Médica do HUSF. Vassouras, março a novembro de 2007.

Dados observados quando se relaciona às variáveis: peso, diagnóstico de

internação, tipo de nutrição prescrita e medicamentos prescritos, se verificou que

para um único paciente com úlcera duodenal a nutrição parenteral foi prescrita. E que

o paciente com cirrose hepática, foi prescrito a nutrição oral hipossódica e vitamina K

(tabela 6), mostrando uma mínima utilização das terapias de nutrição parenteral e

enteral e de medicamentos como vitaminas e oligoelementos, quando não se tem


65

EMTN atuante que é corroborado no artigo de MARIE e col. (2004) e de JOHANSEN

e col. (2004).

Tabela 6 – Prontuários dos pacientes internados na Clínica Médica do HUSF segundo o


peso, diagnóstico de internação, tipo de dieta e medicamento prescrito. Vassouras,
março de a novembro de 2007.
Peso (Kg) Diagnóstico de Internação Tipo de Dieta Medicamento
55 ULCERA DUODENAL PARENTERAL NI
60 ASCITE ORAL/HIPOSSODICA NI
65 ICC ORAL/HIPOSSODICA NI
70 ASCITE ORAL/DIABETES/HIPOSSODICA NI
76 CIRROSE HEPÁTICA ORAL/HIPOSSODICA/HIPOPROTEICA NI
79 SINDROME NEFROTICA ORAL NI
82 DIABETES ORAL//DIABETES NI
50.8 PNEUMOCITOSE ORAL NI
71.5 CIRROSE HEPÁTICA ORAL/HIPOSSODICA VITAMINA K
Legenda: ICC - INSUFICIENCIA CARDIACA CONGESTIVA NI – Não informado

5.2. Da Etapa I, atividade 2 – Questionário aplicado aos estudantes

Dos 69 acadêmicos da Universidade Severino Sombra que auto-responderam

o questionário, 39% participantes da pesquisa eram do curso de medicina cursando

o 10º e 11º período, 32% do curso de farmácia cursando do 7º e 8º período e 29%

do curso de enfermagem cursando o 7º e 8º período (Figura 5).


66

29%

39%
Medicina
Farmácia
Enfermagem

32%

Figura 5 – Distribuição de acadêmicos da USS por Curso. Vassouras, novembro e


dezembro de 2007.

Quanto no questionário foi perguntado, o que entende por estado nutricional

(EN) do paciente, verificou-se que 33% dos acadêmicos apresentaram um bom

entendimento sobre o EN, 32% dos acadêmicos com pouco entendimento sobre EN

e 30% dos acadêmicos com muito pouco entendimento sobre EN, como apresentado

na Figura 6.

5%
33%
30%

32%

BOM POUCO MUITO POUCO NENHUM

Figura 6 - Entendimento sobre o estado nutricional dos pacientes segundo os


acadêmicos que atuam no HUSF. Vassouras, novembro e dezembro de 2007.

Estes resultados indicam uma pequena diferença entre os acadêmicos

pesquisados no que diz respeito ao EN do paciente e segundo a descrição que foi

apresentada por Waitzberg e col. (2000), pode-se observar ainda, que nenhum dos
67

acadêmicos mostrou ter muito bom entendimento sobre o EN e que só 5% dos

acadêmicos não souberam responder a questão sobre o que entende por estado EN

(figura 7).

70,0

60,0

50,0
Freqüência (%)

40,0

30,0

20,0

10,0

0,0
BOM POUCO MUITO POUCO NENHUM

Medicina Farmácia Enfermagem

Figura 7 – Entendimento sobre o estado nutricional dos pacientes segundo os


acadêmicos que atuam no HUSF, relacionados por curso. Vassouras, novembro e
dezembro de 2007.

Observou-se que 40 (58%) dos acadêmicos relatam sobre o Estado Nutricional

(EN) do paciente no prontuário.

Considerando a resposta do relato dos acadêmicos sobre o EN nos

prontuários por curso, com percentual de 45% os alunos de enfermagem foram os

que declararam uma maior proporção de relatos sobre EN no prontuário, seguida dos

alunos da medicina 42,5% e os que menos relataram foram os alunos da farmácia

12,5% como mostra a Figura 8, estes dados podem ser explicados pela maior

assistência e acompanhamento da enfermagem aos pacientes, sendo esta parte de

sua prática diária.


68

7%

45%
59%
12%

43%
34%

NÃO SIM

Medicina Farmácia Enfermagem

Figura 8 – Relato em prontuário sobre o estado nutricional dos pacientes segundo os


acadêmicos que atuam no HUSF, relacionados por curso. Vassouras, novembro e
dezembro de 2007.

A Figura 9 mostra que os alunos de medicina (61%) são os que mais solicitam

exames laboratoriais como a dosagem de albumina sérica e contagem de linfócitos

que possibilitam diagnosticar o EN, com menor participação dos estudantes de

farmácia (23%) e de enfermagem (17%). Estes dados são explicados por ser a

solicitação de exames uma atribuição especifica da equipe médica no

acompanhamento ao paciente.

17%
35%
23%

37%

61%
28%

NÃO SIM

Medicina Farmácia Enfermagem

Figura 9 – Solicitação de exames laboratoriais para diagnosticar o estado nutricional


dos pacientes, relacionando os acadêmicos que atuam no HUSF por curso. Vassouras,
novembro e dezembro de 2007.
69

Analisando as respostas sobre a opinião dos acadêmicos na interferência do

EN do paciente no sucesso das terapêuticas de base, foi verificado que 71% dos

acadêmicos acham que esta interferência é muito importante, 27,5% que é

importante e 1,4% que é indiferente.

Verificou-se que 66,7% dos acadêmicos responderam que solicitam exames

laboratoriais para diagnosticar o estado nutricional (EN) do paciente.

De acordo com a tabela 7, na distribuição por curso dos relatos dos

acadêmicos que declararam existir uma interferência muito importante do EN do

paciente no sucesso das terapêuticas de base, foi verificada uma pequena diferença

entre os acadêmicos de medicina (38,8%) e os acadêmicos de farmácia (36,7%).

Para os que relataram ser importante a interferência, observou-se 42,1% para os

alunos de medicina, 36,8% para os alunos de enfermagem e (21,1%) para os alunos

de farmácia. Apenas 1 aluno do curso de enfermagem relatou ser indiferente a

interferência para o sucesso da terapêutica de base em relação ao EN.

Tabela 7 - Distribuição da interferência do estado nutricional do paciente no sucesso


das terapêuticas de base, segundo curso dos acadêmicos que atuam no HUSF.
Vassouras, novembro e dezembro de 2007.
Graduação da importância
Curso
MUITO IMPORTANTE INDIFERENTE Total
IMPORTANTE % % %
MEDICINA 19 38,8 8 42,1 - - 27
FARMÁCIA
18 36,7 4 21,1 - - 22
ENFERMAGEM 12 24,5 7 36,8 1 100,0 20
Total 49 100,0 19 100,0 1 100,0 69

A questão que retrata a interferência do EN do paciente em relação ao tempo

de internação, segundo o curso dos acadêmicos, apresentada no tabela 8, mostra


70

que para 38% dos acadêmicos de farmácia, 32% dos alunos de medicina e 30% dos

alunos de enfermagem a questão é muito importante. Para 64,7% dos alunos de

medicina a interferência do EN do paciente em relação ao tempo de internação é

importante, entretanto para os alunos de farmácia e enfermagem o percentual de

importância foi menor de 16,6%. Foi verificado ainda que apenas dois alunos de

enfermagem relataram que o EN não interfere no tempo de internação.

Tabela 8 - Distribuição da interferência do estado nutricional do paciente no tempo de


internação, segundo curso dos acadêmicos que atuam no HUSF. Vassouras, novembro
e dezembro de 2007.
Graduação da importância
Curso
MUITO IMPORTANTE INDIFERENTE Total
IMPORTANTE % % %
MEDICINA 16 32,0 11 64,7 - - 27
FARMÁCIA 19 38,0 3 17,6 - - 22
ENFERMAGEM 15 30,0 3 17,6 2 100,0 20
Total 50 100,0 17 100,0 2 100,0 69

Na tabela 9 está apresentada a questão que relaciona o EN do paciente com o

custo da internação, segundo a visão dos acadêmicos por curso. Observa-se que

para 39% dos alunos de farmácia esta interferência é muito importante, enquanto

para os alunos de medicina e enfermagem este grau é idêntico 30,5%. Observou-se

ainda que para 42% dos alunos da medicina esta interferência é importante, bem

como para 28,6% dos acadêmicos de farmácia e enfermagem. Porém para 80% dos

alunos de medicina e 20% dos alunos da enfermagem o EN do paciente não interfere

no custo da internação.
71

Tabela 9 - Distribuição da interferência do estado nutricional do paciente no custo de


internação, segundo curso dos acadêmicos que atuam no HUSF. Vassouras, novembro
e dezembro de 2007.
Graduação da importância
Curso
MUITO IMPORTANTE INDIFERENTE Total
IMPORTANTE % % %
MEDICINA 11 30,5 12 42,8 4 80,0 27
FARMÁCIA 14 39,0 8 28,6 - 0 22
ENFERMAGEM 11 30,5 8 28,6 1 20,0 20
Total 36 100,0 28 100,0 5 100,0 69

A Figura 10 apresenta o resultado da pergunta sobre o que entende por

Terapia Nutricional (TN), dos acadêmicos que responderam esta questão somente

4% foi preciso na definição de TN segundo a Portaria 272 do MS (1998) e da RDC 63

do MS (2000), por isto classificado como muito bom. Para 28% de acadêmicos o

conhecimento sobre TN foi classificado como bom, com um vago entendimento sobre

TN tem-se 42% dos acadêmicos, sendo este o grupo com maior percentual, 22% dos

acadêmicos apresenta pouco entendimento e 4% não soube definir TN.

Fatos a serem ressaltados nesta pesquisa são os dados que apresentam o

conhecimento dos acadêmicos sobre o estado nutricional (EN) que foi encontrado

em de 30% dos questionários quando comparando os dados obtidos nas respostas

sobre relatos do EN nos prontuários que foi superior (58%), nas respostas que

indicam importância do EN do paciente no sucesso das terapêuticas de base, que

49% dos acadêmicos responderam que existe uma interferência muito importante, ou

com relação a questão da interferência do EN do paciente em relação ao tempo de

internação, onde 50% dos acadêmicos acham muito importante, ou ainda quanto a

interferência do EN no custo da internação que 36% dos acadêmicos acham muito

importante. Estes dados sugerem que os relatos sobre o EN não são realizados
72

adequadamente, que se atribui pouca importância ao EN, ou ainda a pouca

valorização por falta de consciência dos profissionais de saúde sobre a relevância do

EN na morbimortalidade, no custo de pacientes hospitalizados, dados que são

também demonstrados no INBRANUTRI (1996), em 18,8% dos prontuários haviam

relatos sobre EN, sendo 48,1% dos pacientes com desnutrição hospitalar e 12,6%

dos pacientes estavam com desnutrição grave, no o ELAN da América Latina (1998)

em 23% dos prontuários havia registro do estado nutricional, com 50,2% dos

pacientes com desnutrição hospitalar e 11,2% dos pacientes estavam com

desnutrição grave e no ELAN Cuba (2000) somente 0,4% dos prontuários

apresentavam relato do estado nutricional no prontuário e ainda 41,2% dos pacientes

com desnutrição hospitalar.

4% 4%
22%
28%

42%

Muito Bom Bom Pouco Muito Pouco Nenhum

Figura 10 – Entendimento sobre a terapia nutricional dos pacientes segundo os


acadêmicos que atuam no HUSF. Vassouras, novembro e dezembro de 2007.

Como mostra a figura 11, somente 3 (três) dos acadêmicos de farmácia

apresentaram muito bom entendimento sobre TN. Do total de acadêmicos que

responderam a questão 52,6% dos acadêmicos cursam farmácia, 31,6% de medicina


73

e 15,8% de enfermagem e apresentaram bom entendimento sobre TN. Os

acadêmicos que tiveram pouco entendimento sobre TN foram 51,7%, de medicina,

27,6% de farmácia e 20,7% de enfermagem. Os acadêmicos de enfermagem com

foram os que apresentaram maior percentual para o pouco entendimento sobre TN

(60%), seguido pela medicina com 33,3% e dos acadêmicos de farmácia apenas

6,7%. Nenhum dos alunos de farmácia deixou de responder sobre a questão da TN,

entretanto 33,3% dos alunos da medicina e 66,7% da enfermagem não responderam

a questão sobre o que entende por TN.

Quando no INBRANUTRI (1996), no ELAN da América Latina (1998) em e no

ELAN Cuba (2000) o objetivo foi de caracterizar a utilização de TN os resultados

foram 10,1%, 8,8% e 10,9% respectivamente, e com relação aos dados deste

trabalho apresentaram um número grade de acadêmicos (68%) com pouco, muito

pouco ou nenhum conhecimento sobre o TN. que podem ser atribuídos ao não

conhecimento das legislações vigentes sobre TN, e a falha na formação dos

acadêmicos no que concerne a intervenção no estado nutricional dos profissionais

através de programa de TN e faz parte do artigo de MELLO e col. 2003.

Estas situações não são diferentes na USS e no HUSF, como se pode

verificar na matriz curricular e nas ementas de disciplinas relacionadas com a TN,

pois para o curso de medicina a disciplina que apresenta o referencial teórico

relacionado a nutrição é uma unidade da disciplina de farmacologia aplicada,

ministrada no quinto período, para o curso de enfermagem este referencial está

contido na disciplina de nutrição, ministrada no quarto período, e no curso de


74

farmácia existe a disciplina de terapia nutricional com dimensão teórica e prática

ministrada no sexto período.

120,0

100,0
Freq6uência (%)

80,0

60,0

40,0

20,0

0,0
MUITO BOM BOM POUCO MUITO NENHUM
POUCO

Medicina Farmácia Enfermagem

Figura 11 – Entendimento sobre a terapia nutricional dos pacientes pelos acadêmicos


que atuam no HUSF, relacionado os por curso. Vassouras, novembro e dezembro de
2007.

Na figura 12, observa-se que 4% dos acadêmicos responderam

corretamente a questão sobre a Equipe Multiprofissional de Terapia Nutricional

(EMTN), ou seja, exatamente como a definição de EMTN segundo a Portaria 272 do

MS (1998) e a RDC 63 do MS (2000), por isto classificado como muito bom

entendimento sobre EMTN, 36,2% dos alunos tem um bom entendimento, 33,3% dos

alunos entende pouco, 23,2% dos estudantes tem muito pouco entendimento e

apenas 2,9% dos estudantes não responderam a questão sobre EMTN e então

classificados como não apresentam nenhum entendimento sobre EMTN.


75

3% 4%
23%

37%

33%

MUITO BOM BOM POUCO MUITO POUCO NENHUM

Figura 12 – Entendimento sobre a equipe multiprofissional terapia nutricional dos


pacientes segundo os acadêmicos que atuam no HUSF. Vassouras, novembro e
dezembro de 2007.

Observa-se na figura 13 que 3% dos acadêmicos responderam corretamente a

questão sobre a Equipe Multiprofissional de Terapia Nutricional (EMTN), estes foram

classificados como bom entendimento. Os acadêmicos do curso de farmácia (48%)

apresentavam um bom entendimento sobre EMTN, seguido por acadêmicos de

medicina (36%) e pelos de enfermagem (16%). O pouco entendimento sobre EMTN

foi revelado por 56% dos acadêmicos de medicina, e com percentual igual de 21,7%

os alunos do curso de farmácia e enfermagem. A grande maioria (62,5%) dos

acadêmicos de enfermagem apresentou muito pouco entendimento sobre EMTN, e

ainda um percentual de 25% para os de medicina e 12,5% para os de farmácia.

Como 50% dos acadêmicos de medicina e de enfermagem não souberam responder

sobre EMTN, foram classificados como sem nenhum entendimento sobre EMTN.
76

120,0

100,0
Freqüência (%)

80,0

60,0

40,0

20,0

0,0
MUITO BOM BOM POUCO MUITO NENHUM
POUCO

Medicina Farmácia Enfermagem

Figura 13 – Entendimento sobre a equipe multiprofissional terapia nutricional dos


pacientes segundo os acadêmicos que atuam no HUSF, relacionado os por curso.
Vassouras, novembro e dezembro de 2007.

Em relação ao desejo de fazer parte de equipe multiprofissional de terapia

nutricional (EMTN), 71% dos acadêmicos que responderam o questionário gostariam

de fazer parte da EMTN, destes acadêmicos, 29% eram acadêmicos do curso de

medicina, 41% acadêmicos do curso de farmácia e 30% acadêmicos de enfermagem,

Figura 14.

Considerando os resultados da pesquisa de WAITZBERG, CAIAFFA,

CORREIA, (1999) no que tange a formação da EMTN, observa-se que em 20% dos

hospitais existe a EMTN, bem como os resultados deste trabalho, ressalta-se que a

grande maioria (41%) dos acadêmicos tem pouco, muito pouco ou nenhum

conhecimento sobre EMTN, um dos fatores destas ocorrências podem ser atribuídas

aos cursos universitários no Brasil que não dão a devida importância na formação

dos acadêmicos no que concerne a formação de profissionais para atuação da

EMTN como referenda o artigo de MELLO e col. 2003, SILVA, 2001ª e nos

resultados enigmático apresentado por RAVASCOA e col. (2004) que mostram


77

claramente que os de profissionais de saúde estão bem conscientes dos benefícios

associados com cuidados nutricionais, bem como, estão ansiosas para mais

educação (73%). Isto sugere que eles reconhecem a sua formação insuficiente de

graduação.

25% 30%
10%

41%

65%

29%

não sim

Medicina Farmácia Enfermagem

Figura 14 – Distribuição da resposta sobre o interesse dos acadêmicos que atuam no


HUSF em fazer parte da equipe multiprofissional de terapia nutricional, relacionando
os por curso. Vassouras, novembro e dezembro de 2007.

Quando foi perguntado aos acadêmicos se gostariam de fazer parte de grupos

de discussão e de um portal interativo sobre terapia nutricional, 68,1% disseram que

sim, (figura 15) mostra, que com 38% os acadêmicos do curso de farmácia são os

apresentaram maior interesse, seguido pelos acadêmicos do curso de enfermagem

com 34% e menor interesse foi dos acadêmicos de medicina com 28%.
78

18%
34%
18%

38%
64%

28%

não sim

Medicina Farmácia Enfermagem

Figura 15 – Distribuição da resposta sobre o interesse dos acadêmicos que atuam no


HUSF em fazer parte do portal de discussão sobre terapia nutricional, relacionando os
por curso. Vassouras, novembro e dezembro de 2007.

Porém deve-se ressaltar que 71% dos acadêmicos expressaram interesse em

fazer parte de EMTN, e ainda que 68% dos acadêmicos gostariam de participar de

atividades de capacitação e discussão sobre TN e EMTN, sendo as atividades de

educação e formação de novos profissionais uma convicção expressa por SILVA

(2001a) e também por RAVASCOA e col. (2004) e foram decisivos para motivar as

atividades que fazem parte do produto final desta pesquisa.

5.3. Etapa II, atividade 1 - O curso de extensão de educação permanente

proposto: o produto final da pesquisa

O curso de extensão e educação permanente intitulado A Terapia Nutricional

hospitalar: com ênfase na importância da Equipe Multiprofissional de saúde, tem

como objetivo capacitar os profissionais da saúde e acadêmicos dos cursos de

medicina, farmácia e enfermagem a atuar na área de terapia nutricional conforme


79

Resolução Portaria 272 de 1998 e RDC 63 de 2000, aprofundando e atualizando o

conhecimento em princípios, métodos e técnicas científicas de Terapia Nutricional, e

sua interfase na atuação dos membros da equipe multiprofissional de terapia

nutricional (EMTN) para o exercício legal de cada membro da equipe.

Durante o período do curso de educação permanente serão abordados temas

sobre o estado nutricional, desnutrição hospitalar, as terapias nutricionais utilizadas

na prática clínica e no cenário das atribuições dos profissionais da EMTN, que são

tópicos de relevância, atuais e de interesse dos profissionais e acadêmicos. No

cronograma abaixo estão descritos os temas que serão abordados no curso.

Tabela 10 – Cronograma do curso de extensão intitulado A Terapia Nutricional


hospitalar: com ênfase na importância da Equipe Multiprofissional de saúde.
CRONOGRAMA

Unidade Item do Programa


I Estado Nutricional e a Avaliação Nutricional e Metabólica.
II Desnutrição Hospitalar e suas conseqüências.
III Terapia Nutricional Oral, Enteral e Parenteral.
IV Importância da Equipe Multiprofissional de Terapia Nutricional.

O programa de cada unidade do curso de extensão intitulado A Terapia

Nutricional hospitalar: com ênfase na importância da Equipe Multiprofissional de

saúde, será descrito a seguir:


80

Tabela 11 - Programa: Unidade I


Unidade I - Estado Nutricional e a Avaliação Nutricional e Metabólica.
I.1 - A importância do estado nutricional e suas implicações no paciente
hospitalizado.
I.2 – Avaliação Nutricional: métodos diretos e indiretos
I.3 – Avaliação Nutricional subjetiva global.
I.4 - Avaliação metabólica: exames laboratoriais.
I.5 – Rastreamento nutricional.

Tabela 12 - Programa: Unidade II


Unidade II - Desnutrição Hospitalar e suas conseqüências.
II.1 - A Desnutrição Hospitalar no Brasil.
II.2 – Conseqüências funcionais da Desnutrição em pacientes hospitalizados.
II.3 – Desnutrição e cicatrização de feridas.
II.4 – Função muscular e sua relação com a Nutrição e Desnutrição

Tabela 13 - Programa: Unidade III


Unidade III - Terapia Nutricional Oral, Enteral e Parenteral.
III.1 – Planejamento da terapia nutricional.
III.2 – Terapia Nutricional Oral.
III.3 – Terapia Nutricional Enteral.
III.4 - Terapia Nutricional Enteral.

Tabela 14 - Programa: Unidade IV


Unidade IV - Importância da Equipe Multiprofissional de Terapia Nutricional
(EMTN).
IV.1 - Composição da equipe segundo portaria 272 (1998) e RDC 63 (2003)
do Ministério da Saúde e da Vigilância Sanitária.
IV.2 - Atribuições dos membros da equipe.
IV.3 - Funções e importância do médico na equipe.
IV.4 - Funções e importância do farmacêutico na equipe.
IV.5 - Funções e importância do enfermeiro na equipe.
IV.6 - Vantagens da implantação da EMTN no hospital.

A proposta do curso de educação permanente deve seguir o conceito de

DESTRO, 2001; CECCIM, 2005, e deverá apresentar aos alunos do curso de


81

medicina, farmácia e enfermagem conceitos de nutrição clínica e do metabolismo

que mesmo tendo surgido no século passado, a visão moderna de terapia nutricional

(TN) seja enteral ou parenteral, tem apenas 30 anos e precisa ser discutida de forma

reflexiva (BOLLET, 1973; WILMORE, 2001). .

Na década de 60 os profissionais da saúde reconheceram pela primeira vez a

importância da avaliação nutricional na admissão hospitalar e foi neste mesmo

período que hospitais iniciaram investimentos em equipes de terapia nutricional

(BOLLET, 1973; WILMORE, 2001), no curso de educação permanente serão

abordados tópicos relevantes sobre avaliação nutricional, rastreamento nutricional e

planejamento nutricional, pois muitos estudos mostraram ser possível fazer o

diagnóstico precoce do estado nutricional do paciente, ser capaz de identificar

pacientes cirúrgicos em risco nutricional, assim instituir o melhor e mais adequado

programa de TN (DETSKY et al, 1987; BAKER et al, 1982; ASPEN,1998; ASPEN

2002).

Nas três ultimas décadas, em todo o mundo, os inquéritos nutricionais

ocorreram, no Brasil o inquérito foi realizado no fim da década de 90, na América

Latina, e em Cuba estes inquéritos ocorreram e nos primeiros anos do século 21, e

mostraram a gravidade da falta da avaliação nutricional, e ainda apresentam como

resultado o alto grau de pacientes em risco nutricional, desnutridos no ato da

internação ou que chegam nutridos no hospital e durante o período de internação

sofrem piora de seu estado nutricional (CORREIA, 2003; PORBE`N, 2006;

WAITZBER, CAIAFFA, CORREIA, 1999)


82

A avaliação nutricional simplificada mostra-se útil para identificar o grau de

desnutrição dos doentes hospitalizados, serve como guia para a melhor intervenção

durante a internação, modificando de forma positiva a evolução e o prognóstico da

desnutrição hospitalar, pois poderá prevenir e/ou minimizar a desnutrição intra-

hospitalar principalmente a sua forma grave que é uma condição séria, pois pode

trazer sofrimento prolongado para o paciente, uma vez que ocorre a possibilidade de

aumentar o índice de infecções, dificultar a cicatrizações de feridas e de cirurgias,

aumentar o tempo de internação e o custo hospitalar (BOTTONI, 2003; MARTINEZ,

2006), o curso proposto apresentará unidade com conteúdo para propiciar

conhecimento sobre a desnutrição hospitalar e o compromisso que os profissionais

de saúde devem ter para modificar este grave problema nas unidades hospitalares.

Como o primeiro passo para se implantar a TN individualizada e especializada

seja ela a terapia nutricional enteral ou parenteral, para os pacientes que dela

necessita, deverá ser a implantação do planejamento nutricional, que identificará o

perfil dos distúrbios nutricionais e proverá com quantidade e qualidade as calorias,

proteínas, os micronutrientes e aumentará a retenção nitrogenada, para os autores

(CORREIA, 2001; CORREIA et al, 2001; MELLO, 2003)

Nos hospitais existe um conjunto de condições que são promotoras da piora

do estado nutricional do paciente, algumas se destacam mais que outras pela maior

gravidade, entre estas estão a ausência de rastreamento e triagem nutricional dos

pacientes em regime hospitalar quando da admissão do paciente, bem como no

acompanhamento durante o período da internação, onde o peso e altura não são

aferidos, desnutrição não identificada; não observação da ingestão alimentar;


83

intervenção cirúrgica em pacientes desnutridos sem instituição de TN; uso

prolongado de hidratação venosa associada a longo períodos sem dieta; ausência de

TN em estados hipermetabólicos e retardo no início da TN; que culmina com e a falta

destas informações nos prontuários hospitalares que constituem a principal fonte dos

dados das condutas realizadas para o acompanhamento adequado do paciente e

assim não se tem como realizar o planejamento nutricional (CORREIA, 2001;

KUDSKBLOCH, MUELLER, 2002; MELLO, 2003).

O sistema público de saúde no Brasil, para tentar conter seus custos

hospitalares e ao mesmo tempo promover saúde com qualidade, vem promovendo

discussão em âmbito nacional com várias entidades é desta forma que a Sociedade

Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral vêm contribuindo com este processo, pois

apresenta a TN, como veículo potencial de redução de custos para o hospital, com

ações que promovam a diminuição do índice de desnutrição hospitalar (VIANNA,

LAMEU, MAIA, 1986; BAXTER & WAITZBER 1997; BARBOSA & FREITAS, 2005)

com base em todas as considerações apresentadas nos artigos, é indispensável que

no curso se apresente temas para discussão de todas as etapas do processo para

implantar a terapia nutricional oral, enteral e parenteral na prática clinica hospitalar.

A TN tem indicações precisas, mas é uma terapêutica complexa, pois

associado aos benefícios, existem complicações sérias e até fatais, especialmente

em tratamentos prolongados, por isto se torna indispensável para o pleno sucesso do

programa de TN a presença da equipe multiprofissional de terapia nutricional (EMTN)

composta por profissionais de saúde atuantes e ainda que todos os membros da

EMTN trabalhem de forma homogênea, coesa e com respaldo existente pela


84

legislação vigente nacional possam prestar serviço benéficos ao paciente (BAXTER &

WAITZBER, 1997; KFOURI,1998; BRASIL,1998; BRASIL, 2000; RAVASCOA e col.,

2004).

O estímulo para o aprimoramento, crescimento e/ou renovação de

conhecimentos na assistência nutricional no ambiente hospitalar são necessários

para promover a capacitação de acadêmicos e profissionais nesta especialidade que

será apresentada na unidade sobre a Importância da Equipe Multiprofissional de

Terapia Nutricional, que apresentará as atribuições dos profissionais médicos,

farmacêuticos, enfermeiros e nutricionistas, e a importante contribuição que os

especialistas em TN no Brasil que estão em atividade tem como responsáveis para

desenvolver idéias criativas, de forma que os acadêmicos e os profissionais de

saúde que atuam nos hospitais sejam sensibilizados, capacitados e tenham

condições técnicas - científicas para atuar nas EMTN de assistência nutricional ao

paciente com benefício para estrutura hospitalar. Uma vez que os profissionais

qualificados poderão fazer parte adequadamente das EMTN formalmente

constituídas que são amparadas pela legislação ministerial de abrangência nacional.

5.4. Etapa II, atividade 2 – Construção “espaço virtual” no modelo

“weblog” sobre terapia nutricional e equipe multiprofissional de terapia

nutricional: o produto final da pesquisa

O Protótipo do “blog” como produto final deste trabalho tem sua concepção

baseada na convicção da importância da educação a distância (EAD) através da


85

promoção de discussões técnicos científicas e troca de experiência profissional no

“espaço virtual”.

O “blog” criado que será apresentado tem como objetivo postar temas de TN e

EMTN para que os profissionais da saúde e acadêmicos dos cursos de medicina,

farmácia e enfermagem que auto-responderam o questionário e deixaram seus

endereços eletrônicos busquem aprofundar, consolidar e/ou atualizar conhecimentos,

conceitos, princípios, métodos e técnicas científicas de TN, e sua interface na

atuação dos membros da EMTN, os visitantes do “blog” podem apresentar seus

comentários que promovam discussão, esclareçam dúvidas e apresentem

experiências profissionais.

A estrutura do “blog” ocorre de tal forma que através da página principal nos

arquivos postados, os acadêmicos e/ou profissionais, ao acessar encontrem três

temas abordando os seguintes tópicos: TN, TN parenteral e enteral e EMTN, escritos

segundo a legislação vigente, livros e artigos técnicos e científicos e ainda um

espaço para comentários que promovam discussão, aprofundem conhecimento,

apresentem suas dúvidas ou mesmo apresentem opiniões e experiências sobre TN e

EMTN que incentivem a atuação na área de TN e no exercício legal como membro

desta equipe multiprofissional.

Para o acesso ao “blog” o endereço para navegação é

http://www.equipeterapianutricional.blogspot.com.

A figura 16 apresenta o organograma dos arquivos do “blog” sobre terapia

nutricional.
86

Arquivos do BLOG
Na tela Principal

TEMA TEMA TEMA


Terapia Nutricional TN parenteral Equipe
(TN) e enteral Multiprofissional de
TN

Figura 16: Estrutura Geral do “blog”

Na figura 17 encontra-se a tela principal do “blog” com o tema sobre equipe

multiprofissional de TN.

Figura 17: Tela principal – Equipe multiprofissional de TN


87

Verifica-se na figura 18 a tela principal do “blog” que apresenta o tema TN

parenteral e enteral.

Figura 18: Tela principal – Terapia Nutricional parenteral e enteral

A tela principal do “blog” com o tema TN pode ser observado na figura 19.
88

Figura 19: Tela principal – Terapia Nutricional

A estrutura completa do “blog” e os arquivos postados são encontrados no

anexo 9.

Dos 69 acadêmicos que auto-responderam o questionário, 60 acadêmicos que

representou 87% deixaram seus endereços eletrônicos (e-mails), sendo 22 (36,6%)

do curso de medicina, 21 (35%) do curso de farmácia e 17 (28,4%) do curso de

enfermagem, foram enviados para todos os e-mails o endereço do “blog” e 42 (70%)

dos acadêmicos já confirmaram o recebimento, sendo 14 (33,4%) do curso de

medicina, 16 (38,1%) do curso de farmácia e 12 (28,5%) do curso de enfermagem,


89

mais ainda é pequena a participação, pois apenas 6 dos acadêmicos que fizeram

comentários no “blog” . Porém, poucos estudos têm sido realizados principalmente

no Brasil no que tange a atividade de capacitação e formação dos novos

profissionais por meio de atividade em “espaço virtual”. Mas trabalhos que

apresentam a importância da capacitação profissional têm sido publicados no Brasil

e em muitos paises, sendo assim, trabalhos neste sentido poderão trazer uma

consolidação e atualização dos conceitos de TN e EMTN que promova um modelo

de atenção de EMTN com divisão de tarefas e valorização individual, mas sempre

almejando o crescimento coletivo, para maior segurança e eficácia da TN com uma

efetiva atuação dos membros da equipe (TRAERGER, WILLIAMS, MIILLIREN, 1986,

o ASPEN, 1991; MCKEE, 2006; NEWTON, 2001; SILVA, 2001a; MELLO, 2003;

MAISONNEUVE et al, 2004; RAVASCOA et al, 2004; JOHANSEN et al, 2004).


90

6. CONCLUSÃO

Considerando os resultados do presente trabalho realizado com pacientes

internados no Hospital Universitário Sul Fluminense (HUSF), envolveu a análise de

178 prontuários, conclui-se que:

● As informações nos prontuários quanto: ao relato de qualquer informação

sobre o estado nutricional; as solicitações de exames laboratoriais que pudessem

levar ao diagnóstico do risco nutricional do paciente foram poucas;

● Prescrições contendo medicamentos relacionados à TN como as vitaminas

e sulfato ferroso foram encontrada apenas em uma pequena quantidade de

prescrições;

● A quantidade de pacientes que se beneficiaram da terapia nutricional foi

menor que o recomendado pela literatura.

● A utilização da nutrição enteral para pacientes desnutridos em risco de

desnutrição ou que necessitam preservar o estado nutricional em pacientes

hipermetabólicos foi reduzida e menor ainda o uso de nutrição parenteral que pode

ser atribuída a não existência de metas para identificação do paciente que se

beneficiará da TN seja ela parenteral ou enteral;

Considerando o estudo realizado com 96 acadêmicos de medicina, farmácia e

enfermagem, conclui-se que:

● Sobre o conceito de EN, e das questões referentes: a importância do EN

dos pacientes na morbidade/mortalidade; no agravamento das doenças de base; no

maior período de internação e ainda o maior custo hospitalar quando o paciente esta

com o EN comprometido ou desnutrido a predominância foi do pouco conhecimento


91

dos acadêmicos dos três cursos ou mesmo um equivoco nas colocações ao

relacionar o EN com as questões propostas;

● Sobre os conceitos de TN da EMTN um grande desconhecimento

principalmente quanto as legislações vigentes no país, que tem como prováveis

causas a pouca preocupação com a TN, ou ainda atribuída a não existência de

metas para identificação de pacientes desnutridos e em risco nutricional, todas estas

situações levam a um agravamento ainda maior das complicações da desnutrição no

período de internação, e finalmente a falta de consciência dos acadêmicos dos três

cursos quanto a atuação da EMTN;

● A carência das matrizes curriculares na formação dos acadêmicos dos três

cursos que contemplem a integralidade e a complexidade de programa de TN e que

valorizem o trabalho em equipe multiprofissional, para que os profissionais possam

contribuir com seu conhecimento especifico e que se faz necessária a inserção nas

matrizes curriculares dos cursos de medicina, farmácia e enfermagem conteúdos

mais consistentes voltados para a especialidade e especificidade em TN com ênfase

em EMTN que permitam vivenciar as práticas desta terapêutica que assegurem a

interdisciplinaridade e garantam a efetiva participação dos membros da equipe da

TN.

● O grande número de acadêmicos que expressaram interesse em fazer parte

de grupos de discussão sobre TN com ênfase em EMTN, bem como de fazer parte

de EMTN e de participar de discussão no “espaço virtual” foram dados animadores e

motivadores para as atividades propostas como produtos finais.


92

Pode-se concluir finalmente que o caminho urgente e necessário para motivar

e/ou sensibilizar os profissionais e acadêmicos de medicina, farmácia e enfermagem

do HUSF sejam a participação destes no curso de capacitação no modelo de projeto

de extensão e a inserção nas discussões através do “blog” de forma a desenvolver e

aprimorar seus conhecimentos na prática de TN e assim se integrarem a EMTN, pois

como membros da equipe contribuirão com sua especificidade profissional para

diminuir a desnutrição intra-hospitalar, melhorar a resposta da terapêutica nutricional,

evitar as interações entre a terapia medicamentosa e nutricional, minimizar

complicações da nutrição parenteral e enteral e reduzir tempo de internação e

custos, assim alcançar a eficiência e eficácia na TN e melhorar a qualidade de vida

dos pacientes internados no HUSF.


93

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALLISON, S.P. Malnutrition, disease and outcome. Nutrition, v. 16, p. 590-593.


2000.

A.S.P.E.N: Board of Directors and The Clinical Guidelines Task Force. Guidelines
nutrition Suport Tean. JPEN v. 15, Supp, p. 10 - 32. 1991.

A.S.P.E.N.: National Advisory Group on Standards and Practice Guidelines for


Parenteral Nutrition. Safe Practices for Parenteral Nutrition Formulations. JPEN, v.
22, n. 2, p. 49 - 65. 1998.

A.S.P.E.N: Board of Directors and The Clinical Guidelines Task Force. Guidelines for
the use of parenteral and enteral nutrition in adult and pediatric patients. JPEN v. 26,
Supp l, p. 9SA - 32SA e 46SA. 2002.

BAKER, J.P.; DETSKY, A.S.; WESSON, D.E.; WOLMAN, S.L.; STEWART, S.;
WHITEWELL, J.; LANGER, B.; JEEJEEBHOY, K.N.. Nutritional assessment: a
comparison of clinical judgment and objective measurements. N Engl J Med. v.. 306,
p. 967 – 972, 1982.

BLACKBURN, G.L; AHMAD, A. Skeleton in the Hospital Closet-Then and Now.


Supllement to nutrition: the international journal, 11(2):193-95, 1995.

BARBOSA, J.A.G.; FREITAS, M.I.F. Representações sociais sobre a alimentação por


sonda obtidas de pacientes adultos hospitalizados. Rev. Latino-Am. Enfermagem.
Ribeirão Preto, v.13, n.2, p. 235 - 242. mar./abr. 2005

BAXTER, Y.C; WAITZBERG D.L. O Valor da Equipe Multiprofissional de Saúde na


Terapia Nutricional Especializada. Revista Brasileira de Nutrição Clínica. Belo
Horizonte, v. 12, n. 1, p. 17-20. 1997

BOLLET,A.J.; OWENS, S. Evaluation of nutritional status of selected hospitalized


patients.The American Journal of Clinical Nutrition, 26:931-38, 1973.

BOTTONI, A.; OLIVEIRA, G.P.C.; FERRINI, M.T.; WAITZBERG, D.L. Avaliação


Nutricional: Exames laboratoriais. In. WAITZBERG, D.L. Nutrição Oral, Enteral e
Parenteral na Prática Clínica. Rio de Janeiro: Atheneu, 3a ed., 2001. Cap. 17. p. 279
- 294.

BRASIL, Ministério da Educação e Cultura. Decreto n. 2.494, de 10 de fevereiro de


1998. Dispõe sobre a Educação a Distância como forma de ensino que possibilita a
auto-aprendizagem. Brasília. Ministério da Educação. 1998a.
94

______. Ministério da Saúde. Portaria 272 da Secretaria Nacional de Vigilância


Sanitária, Regulamento para a Terapia de Nutrição Parenteral. Brasília, 1998 a.

______. Ministério da Saúde. Resolução RDC 63 da Secretaria Nacional de


Vigilância Sanitária, Regulamento Técnico para a Terapia de Nutrição Enteral.
Brasília, 2000.

_______. Ministério da Saúde. Portaria 343 da Secretaria Nacional de Vigilância


Sanitária, institui no âmbito do SUS, mecanismos para implantação da assistência de
Alta Complexidade em Terapia Nutricional. Brasília, 2005a.

_______. Ministério da Saúde. Portaria 131 da Secretaria Nacional de Vigilância


Sanitária, institui mecanismos para a organização e implantação de Unidades de
Assistência e Centros de Referência de Alta Complexidade em Terapia Nutricional,
no âmbito do Sistema Único de Saúde. Brasília, 2005b.

BUZBY, G.P.; MULLEM J.L.; MATTHEWSE, D.C. Prognostic nutritional indexin


gastrointestinal surgery. American Journal Surgy. v.139, p.160-167. 1980.

CALDWELL, M. Normal Nutritional requerimentes. Surg Cluin North Am. V. 61, n. 3,


p. 489 – 507. 1981.

CARDOSO, S. P.; MARTINS, C. Nutrição por sonda. In. CARDOSO, S. P.,


MARTINS, C. Terapia Nutricional Enteral e Parenteral, Manual de Rotina
Técnica. Paraná. Nutroclínica, 2000a. Seção 7, p. 95 -191.

CARDOSO, S. P.; MARTINS, C. Nutrição Parenteral. In. CARDOSO, S. P.,


MARTINS, C. Terapia Nutricional Enteral e Parenteral, Manual de Rotina
Técnica. Paraná. Nutroclínica, 2000b. Seção 8, p. 193 – 292.

CECCIM, R.B. Educação Permanente em Saúde: descentralização e disseminação


de capacidade pedagógica na saúde. Rev. Ciências e Saúde Coletiva [online]. Rio
de Janeiro. Out./Dez. 2005, v. 10, n. 4, p. 975 – 986 [visitado em 28 de março de
2007]. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-
81232005000400020 Horário: 16:00 horas.

CORREIA, M.I.T.D. Repercussões da desnutrição sobre a morbi-mortalidade e


custos em pacientes hospitalizados no Brasil. 2001. 206 f. Tese (Doutorado em
Medicina - Cirurgia do Aparelho Digestivo) – Faculdade de Medicina - Programa de
Pós-graduação do departamento de Gastroenterologia da Universidade de São
Paulo, São Paulo.

CORREIA, M.I.T.D.; CAMPOS ACL. Prevalence of Hospital Malnutrition in Latin


America: The multicenter ELAN study. Nutrition, 19:823-25, 2003.
95

CORREIA, M.I.T.D.; ECHENIQUE, M. Custo/Benefício da Terapia Nutricional. In.


WAITZBERG, D.L. Nutrição Oral, Enteral e Parenteral na Prática Clínica. Rio de
Janeiro: Atheneu, 3a edição, 2001. Cap. 108. p. 1635-1640.

CÔRTES, J.F.F.; FERNADES, S.L.; MADURO, I.P.N.N.; BASILE, A.F; SUEN,


V.M.M.; SANTOS, J.E.; VANNUCCHI, H.; MARCHINI, J.S. Terapia Nutricional no
paciente criticamente enfermo. Revista Medicina, Ribeirão Preto, v.36 p. 394 - 398,
abr./dez. 2003.

COURTEN, W. Experiments and observations the effects of several sorts of poisons


upon animals made at Montpellier in the years 1678 an 1679 by the late Willian
Courten. Philos Trans R Soc Lond, v. 27, p. 485 – 500. 1712.

DEMO, P. Questões Para Teleducação. Petrópolis: Vozes, 1998, p.16.

DESTRO, M.R.P. Educação continuada: visão histórica e tentativa de


contextualização. Caderno Cedes Educação Continuada, v. 36, p. 21 - 27. 1995.

DETSKY, A.S.; MCLAUGHLIN, J.R.; BAKER, J.P.; JOHNSTON, N.; WHITTAKER, S.;
MENDELSON, R.A; JEEJEEBHOY, K.N. What is subjective global assessment of
nutritional status? Journal of Parenteral and Enteral Nutrition. v. 11, p. 8 -13,1987.

DUDRICK, S. Início da Nutrição Artificial e expectativas para o Futuro. Tradução de


César Faria Correia. Revista de metabolismo e Nutrição. v. 2, n.1 p. 6 - 8, 1995.

FERREIRA, T.R.A.S.; REIS, A.M.M. Terapia Nutricional Enteral. In. GOMES,


M.J.V.M.; REIS, A.M.M. Ciências Farmacêuticas: Uma abordagem em Farmácia
Hospitalar. São Paulo: Atheneu, 1a ed., 2006. Cap. 26, p. 471 - 492.

FEUERWERKER, L.C.M. Editorial. Revista Brasileira de Educação Médica. Rio de


Janeiro, v. 31, n. 1, p. 3 – 4. 2007.

HARVEY, W: Exercitatio Anatomca de Motu Cordis et Sanguinis in Animalibus.


Sumptibus F. Fitzeri, Francofurti, Italy, 1628.

JOHANSEN, N.; KONDRUPA, J.; BAKA, L.; NORREGAARDA, P.; BUNCHHB, E.;
BAERNTHSENB, E.; ANDERSENC, J.R.; LARSENC, I.H.; MARTINSENC, A. Effect
of nutritional support on clinical outcome in patients at nutritional risk. Clinical
Nutrition. v. 23, p. 539 – 550. 2004. [visitado em 04 de janeiro de 2008]. Disponível
em: http://intl.elsevierhealth.com/journals/clnu. Horário: 16:00 horas.

KFOURI, M.F. Inovação Tecnológica na Atenção Farmacêutica em Terapia


Nutricional. In. KFOURI, M.F. Terapia nutricional parenteral: alguns aspectos
importantes. São Paulo: Câmara Brasileira do Livro, 1988.
KONDRUP J. Can food intake in hospitals be improved? Clinic Nutrition. V. 20,
(Suppl 1), p. 153 –160. 2001.
96

KUDSK, K.A.; BLOCH, A.; MUELLER, C. Suporte Nutricional Enteral e Parenteral. In:
MAHAN, L.; Kathleen & ESCOTT-STUMP, S. Alimentos, nutrição & dietoterapia.
São Paulo: Roca. 10 ed, 2002, p. 448-456.

LATTA, T. Affording a view of rationale end results of his practice in the treatment of
cholera by aqueous and saline injection. (Letter to the Secretary of the Central Board
of Health, London). Lancet, v. 2, p. 274 – 277. 1931.

LUKASKI, H. C. Methods for the assessment of human body composition: traditional


and new. American Journal of Clinical Nutrition. v. 46, p. 537-556, 1987.

MAISONNEUVE, N.; RAGUSO, C.A.; GIACOBINO, A.P.; MÜHLEBACH. S.;


CORRIOL, O.; SAUBION. J.L.; HECQ, J.D.; BAILLY, A.; BERGUER, M.; PICHARD,
C. Parenteral nutrition practices in hospital pharmacies in Switzerland, France, and
Belgium. Nutrition, v. 20, Issue 6, junho, 2004, p. 528 – 535, , [visitado em 04 de
janeiro de 2008]. Disponível em: http://intl.elsevierhealth.com/journals/clnu. Horário:
17:00 horas.

MARIE, A.P.; BERTRAND, P.C.; ROULET, M. Role of a nutrition support team in


reducing the inappropriate use of parenteral nutrition. Clinical Nutrition. v. 23, p. 437.
2004. [visitado em 20 de maio de 2007]. Disponível em: http://www.co-
clinicalnutrition.com/pt/re/conutrition/abstract.00075197 Horário: 11:00 horas.

MARTINEZ, O.M.; MONTERO, H.M.; MARTINEZ, V.M.J.; SIQUIER,


H.P..;VALDUEZA, B.J.; MORALES, G.M.J.; ARBONES, F.V.M.J..; PENA, E.G.;
INAJARA, B.M.T. Evaluación de la actividad asistencial de un equipo
multidisciplinario de soporte nutricional en el seguimiento de la nutrición parenteral
total. Revista Nutrición Hospitalaria. Granada, vol. 21, n.1, p. 20 - 28. 2006.

MCKEE, R. Artificial nutrition and nutritional support in Hospital. In: Nutrition and
coexisting disease, MEDICINE. v. 34, n. 12, p 543 - 547, 2006. [visitado em 05 de
janeiro de 2008]. Disponível em: http://intl.elsevierhealth.com/journals/clnu. Horário:
14:00 horas.

MELLO, E.D.; BEGHETTO, M.G.; TEIXEIRA, L.B.; LUFT, V.C. A competência dos
profissionais em identificar a desnutrição hospitalar. Revista Brasileira de Nutrição
Clínica. São Paulo, v. 18, n. 4, p. 173 – 177. 2003.

MORAM, J.M. O que é educação a distância. Disponível em:


http://umbu.ied.dcc.ufmg.br/moodle/file.php/117/Nivel_0/Conteudo/O_que_educao_a
_distancia.pdf. [publicado em out., 2005]. Acesso em 30 de janeiro de 2008. Horário:
16:00 horas.

NEWTON, R. Changes in Parenteral Nutrition Supply When the Nutrition Support


Team Controls Prescribing. Nutrition. v. 17, n. 4, p. 347 – 350, 2001.
97

NISKIER, A. Educação à distância – A tecnologia da esperança. 2ª ed. São Paulo:


Edições Loyola, 2000.

NOVAES, M.R.C.G. Terapia Nutricional Parenteral. In. GOMES, M.J.V.M.; REIS,


A.M.M. Ciências Farmacêuticas: Uma abordagem em Farmácia Hospitalar. São
Paulo: Atheneu, 1a ed., 2006. Cap. 25, p. 449 - 469.

OLIVEIRA, A.F.; OLIVEIRA, F.L.C; JULIANO, Y.; LOPEZ, F.A. Evolução nutricional
de crianças hospitalizadas e sob acompanhamento nutricional. Revista de Nutrição.
Campinas, v. 18, n. 3, p. 341-348, maio/jun. 2005a.

OLIVEIRA, F.L.C.; SARNI, R.O.S.; SOUZA, F.I.S.; CATHERINO, P.; KOCHI, C.;
NÓBREGA, F.J. Tratamento da desnutrição em crianças hospitalizadas em São
Paulo. Revista da Associação Médica Brasileira. São Paulo, v. 51, n. 2, p. 106 -
112, 2005b.

OLIVEIRA, M.A.N. Educação à distância como estratégia para educação permanente


em saúde: possibilidade e desfio. Revista Brasileira de Enfermagem, Brasília. V.
60, n. 5, p. 585-589, set-out. 2007.

PABLO, A.M; IZAGA, M.A; ALDAY, L.A. Assessment of nutritional status on hospital
admission: nutritional scores. Europe Journal of Clinical Nutrition, v. 57, n. 7, p.
824 - 831. 2003.

PORBE`N, S.S. The state of the provision of nutritional care to hospitalized patients,
Results from. The Elan-Cuba Study. Clinical Nutrition, v. 25, p. 1015–1029, 2006.
[visitado em 04 de janeiro de 2008]. Disponível em:
http://intl.elsevierhealth.com/journals/clnu. Horário: 16:00 horas.

POLAK, Y.N.S. A sociabilidade da doença no contexto da unidade de suporte


nutricional. Revista Brasileira de Nutrição Clínica. São Paulo, v. 16, n. 1, p. 23-27,
jan/mar. 2001.

PRIETO, D.B; MERHI, V.A.L; MÔNACO, D.V; LAZARINI, A.L.G. Intervenção


nutricional de rotina em pacientes de um hospital privado. Revista Brasileira de
Nutrição Clínica. São Paulo, v. 21, n. 3, p. 181 - 187, julh/set. 2006.

RAVASCOA, P.; MARTINS, P.; RUIVO, A.; CAMILO, M.E. Survey on the current
practice of nutritional therapy in Portugal. Clinical Nutrition, v. 23, Issue 1, p. 113 –
119, fevereiro, 2004, [visitado em 04 de janeiro de 2008]. Disponível em:
http://intl.elsevierhealth.com/journals/clnu. Horário: 18:00 horas.

RIELLA, M.C., Suporte Nutricional Parenteral e Enteral, Rio de Janeiro, Editora


Guanabara Koogan S. A., 1993. Parte 2, p. 161 – 225.
98

SALGADO, M. U. C. (coord.) Proposta de reformulação curricular do Curso de


Pedagogia da Faculdade de Ciências Humanas da Fundação Mineira de Educação e
Cultura (FCH/FUMEC). Belo Horizonte: 1997 (Mimeo).

SFORZINI, A, BERSANI, G, STANCARI, A, GROSSI, G, BONOLI, A, CESCHEL,


G.C. Analysis of all-in-one parenteral nutrition admixtures by liquid chromatography
and laser diffraction: study of stability. J of Pharm and Biom. Anal v. 24, p. 1099 -
1109, 2001.

SILVA, M.L.T. Importância da Equipe Multiprofissional em Terapia Nutricional. In.


WAITZBERG, D.L. Nutrição Oral, Enteral e Parenteral na Prática Clínica. Rio de
Janeiro: Atheneu, 3a edição, 2001a. Cap. 107. p. 1627-1634.

SILVA, M.C.G.B. Avaliação Subjetiva Global. In. WAITZBERG, D.L. Nutrição Oral,
Enteral e Parenteral na Prática Clínica. Rio de Janeiro: Atheneu, 3a ed., 2001b. Cap.
15. p. 241-254.

SILVA, M.C.G.B.; BARROS, A.J.D.B. Avaliação nutricional subjetiva. Parte 1 –


Revisão de sua validade após duas décadas de uso. Arq Gastroenterol. v. 39, n.3,
p. 181-187, jul./set. 2002a

SILVA, M.C.G.B.; BARROS A.J.D. Avaliação nutricional subjetiva. Parte 2 - Revisão


de suas adaptações e utilizações nas diversas especialidades clínicas. Arq
Gastroenterol. v. 39, n. 4, p. 248 - 252, out./dez . 2002b.

TRAERGER, S.M.; WILLIAMS, G.B.; MIILLIREN, G. Total Parenteral Nutrition by a


support team: Improved quality of care. JPEN, v. 10, n. 4, p. 408 - 412. 1986.

THE MERCK MANUAL, Sec. 1, Ch. 1, Nutrition: General Consideratins. P. 1 – 3,


2003. [visitado em 28 de janeiro de 2008]. Disponível em:
http:www.merck.com/pubs/mmanual/section1/chapter1/1c. Horário: 14:00 horas.

UNESCO. Ad Hoc of Reflection. Paris: UNESCO, 1994.

USP 28. UNITED STATES PHARMACOPEIA. 28 ed. Toronto: Webcom, 2005.

USS. Universitário Sul Fluminense, Memorial do Hospital Sul Fluminense,


Vassouras, 2006.

VALENTE, J.A. Aprendizagem continuada ao longo da vida. Revista Pedagógica,


Pátio. v. 4, n. 15, p. 9-12. 2001.

VIANNA, R.; LAMEU, E.; MAIA, F. Manual de Suporte Nutricional Parenteral e


Enteral. Rio de Janeiro: Cultura Médica, 1a ed. 1986, Cap. 1. p.1.
99

VIANNA, R.; LAMEU, E.; MAIA, F. Manual de Suporte Nutricional Parenteral e


Enteral. Rio de Janeiro: Cultura Médica, 1a ed. 1986, Cap. 9. p.31

VINNARS, E; WILMORE, D. History of parenteral nutrition. Journal of Parenteral


and Enteral Nutrition. v. 27, n. 3, p. 225-231. 2003.

WAITZBERG, D.L.; BAXTER, Y.C. Costs of patients under nutritional therapy: from
prescription to discharge. Nutrition in the intensive care unit. Current Opinion in
Clinical Nutrition & Metabolic Care. V.7, n. 2, p. 189 - 198, March 2004.
[visitado em 20 de novembro de 2007]. Disponível em: http://www.co-
clinicalnutrition.com/pt/re/conutrition/abstract.00075197 Horário: 10:00 horas.

________; CAIAFFA, W.T.; CORREIA, M.I.T.D. Inquérito Brasileiro de Avaliação


Nutricional Hospitalar. Revista Brasileira de Nutrição Clínica. São Paulo, v.14, n.3,
p.124 -134, jul/set. 1999

________; CAMPOS, ACL. Nutrition Support in Brazil: Past, Present, and Future
Perspectives. Journal of Parenteral and Enteral Nutrition, v. 28, n. 3, p. 184 -191.
2004.

_______; CORREIA, M.I.T.D.; Rodrigues, J.G. Desnutrição Hospitalar no Brasil.


In. WAITZBERG, D.L. Nutrição Oral, Enteral e Parenteral na Prática Clínica. Rio de
Janeiro: Atheneu, 3a ed., 2001. Cap. 24. 385 - 397.

_______; FADUL, R.A.; AANHOT, D.P.J.V.; PLOPPER, C.; TERRA, R. M.


Indicações e Técnicas de Ministração em Nutrição Enteral. In: WAITZBERG, D.
L., Nutrição Oral, Enteral e Parenteral na Prática Clínica. Rio de Janeiro: Atheneu, 3a
ed., 2001. Cap. 35, Pág. 561 - 571.

_______; FERRINI, M.T. Exame Físico e Antropometria. In. WAITZBERG, D.L.


Nutrição Oral, Enteral e Parenteral na Prática Clínica. Rio de Janeiro: Atheneu, 3a
ed., 2001. Cap. 16. 255 - 278.

_______; JÚNIOR, P.E.P.; CECCONELLO, I. Indicações, formulações e


monitorização em nutrição parenteral total central e periférica. In: WAITZBERG,
D. L., Nutrição Oral, Enteral e Parenteral na Prática Clínica. Rio de Janeiro: Atheneu,
3a ed., 2001. Cap. 46, Pág. 735 - 751.

WEINSIER, R.L; HUNKER, E.M; KRUMDIECK, C.L; BUTTERWORTH, C.J. Hospital


Malnutrition. A prospective evaluation of general medical patients during the course of
hospitalization. American Journal of Clinical Nutrition, v. 32, n. 2, p. 418 – 426,
1979.

WILMORE, D., Uma Visão do Futuro em Nutrição Clínica. In. WAITZBERG, D.L.,
Nutrição Oral, Enteral e Parenteral na Prática Clínica. Rio de Janeiro: Atheneu, 3a
ed., 2001. Introdução.
100

WHO. WORLD HEALTH ORGANIZATION. New public health and WHO’s


Nutrition. Geneva, 2000. [visitado em 20 de maio de 2007]. Disponível em:
htpp:www.who.int/nut/. Horário: 18:00 horas.

WRETLIND, A. Parenteral Nutrition Support: History, Present and Future. Stockholm,


Sweden: Kabi; 1993.
101

ANEXO 1 – Portaria 272/1998/MS/SNVS, RDC 63/2000/ANVISA e o Anexo I de


ambas.

Portaria nº 272/MS/SNVS, de 8 de abril de 1998 (D.O.U. 23/04/98)

A Secretária de Vigilância Sanitária, do Ministério da Saúde, no uso de suas


atribuições legais, resolve:

Art. 1º Aprovar o Regulamento Técnico para fixar os requisitos mínimos exigidos para
a Terapia de Nutrição Parenteral, constante do texto Anexo desta Portaria.

Art. 2º Conceder o prazo de 180 dias para que as Unidades Hospitalares e Empresas
Prestadoras de Bens e/ou Serviços se adequem ao disposto nesta Portaria.

Art. 3º A presente Portaria entrará em vigor na data de sua publicação,


revogando-se as disposições em contrário.

Marta Nobraga Martinez

REGULAMENTO TÉCNICO PARA A TERAPIA DE NUTRIÇÃO PARENTERAL

1. OBJETIVO:

Este Regulamento Técnico fixa os requisitos mínimos exigidos para a Terapia de


Nutrição Parenteral.

2. REFERÊNCIAS:

2.1.ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (Brasil). NBR 6493 :


emprego de cores para identificação de tabulação. [S.l.] : ABNT, [1994].

2.2.ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (Brasil). NB 26 :


sinalização de segurança. [S.l.] : ABNT.

2.3 BOAS práticas para fabricação de produtos farmacêuticos. Brasília: Ministério da


Saúde, 1994.

2.4 BOECKH, H. Vestimentas e lavanderia : apostila. [S.l.] : Sociedade Brasileira de


Controle de Contaminação, 1996.

2.5 BRASIL. Lei nº 8078, de 11de setembro de 1990. Código de Defesa do


Consumidor. Diário Oficial [da República Federativa do Brasil], Brasília, v.128, n. 176,
supl., p. 1, 12 set. 1990.
102

2.6 BRASIL. Lei nº 9431, de 6 de janeiro de 1996. Dispõe sobre a obrigatoriedade do


Programa de Controle de Infecções Hospitalares nos hospitais do Brasil. Diário
Oficial [da República Federativa do Brasil], Brasília, v.134, n. 4, p. 265, 1996.

2.7 BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 1884, de 11 de novembro de 1994.


Aprova normas para Projetos Técnicos de Estabelecimentos Assistenciais de Saúde.
Diário Oficial da União [da República Federativa do Brasil], Brasília, v.132, n. 237, p.
19523, 15 dez. 1994.

2.8 BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância Sanitária. Portaria nº 500,


de 09 de outubro de 1997. Regulamento técnico de soluções parenterais de grande
volume. Diário Oficial da União [da República Federativa do Brasil], Brasília, v. 135,
n° 197, p. 22996, 13 out. 1997.

2.9 BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância Sanitária. Portaria nº 16,


de 06 de março de 1995. Determina cumprimento das diretrizes do Guia de Boas
práticas de fabricação para indústria farmacêutica e o roteiro de inspeção. Diário
Oficial da União [da República Federativa do Brasil], Brasília, v.133 , n. 47, p. 3176,
09 mar. 1995.

2.10 Martins. D. P, et at; Recomendações para o preparo de misturas estéreis.


Comitê de Farmácia da Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral. V. 15,
nº 13, supl. 1, Jun/Agos/Set 1997.

2.11 CYTRYNBAUM, H. M. Relato prático da qualificação de uma área limpa:


apostila. [S.l.] : Sociedade Brasileira de Controle de Contaminação, 1997.

2.12 ISO 9000-2: normas de gestão da qualidade e garantia da qualidade : diretrizes


gerais para a aplicação das normas ISO 9001, 9002 e 9003. [S.l.] : [s.n.], 1994.

2.13 ISO 9000-2 : sistemas de qualidade : modelo para garantia da qualidade em


produção , instalação e serviços associados. [S.l.] : [s.n.], 1994.

2.14 LAVAR as mãos. 1. reimp. Brasília : Ministério da Saúde, Centro de


Documentação, 1989. (Série A: Normas e Manuais Técnicos).

3. DEFINIÇÕES:

Para efeito deste Regulamento Técnico são adotadas as seguintes definições;

3.1. Empresas Prestadoras de Bens e/ou Serviços (EPBS): Organização capacitada,


de acordo com a Legislação vigente, para oferecer bens e/ou serviços em Terapia
Nutricional .
103

3.2. Equipe Multiprofissional de Terapia Nutricional: grupo formal e obrigatoriamente


constituído de, pelo menos um profissional médico, farmacêutico, enfermeiro,
nutricionista, habilitados e com treinamento específico para a prática da TN.

3.3. Farmácia: estabelecimento que atenda à legislação sanitária vigente (Federal,


Estadual, Municipal), com instalações e equipamentos específicos para a preparação
da Nutrição Parenteral, em área asséptica, atendendo ainda às exigências das Boas
Práticas de Preparação de Nutrição Parenteral (BPPNP), conforme Anexo II.

3.4. Nutrição Parenteral (NP): solução ou emulsão, composta basicamente de


carboidratos, aminoácidos, lipídios, vitaminas e minerais, estéril e apirogênica,
acondicionada em recipiente de vidro ou plástico, destinada à administração
intravenosa em pacientes desnutridos ou não, em regime hospitalar, ambulatorial ou
domiciliar, visando a síntese ou manutenção dos tecidos, órgãos ou sistemas.

3.5. Produtos farmacêuticos: soluções parenterais de grande volume (SPGV) e


soluções parenterais de pequeno volume (SPPV), empregadas como componentes
para a manipulação da NP.

3.6. Terapia de Nutrição Parenteral (TNP): conjunto de procedimentos terapêuticos


para manutenção ou recuperação do estado nutricional do paciente por meio de NP.

3.7. Terapia Nutricional (TN): conjunto de procedimentos terapêuticos para


manutenção ou recuperação do estado nutricional do paciente por meio da Nutrição
Parenteral e ou Enteral.

3.8. Unidade Hospitalar (UH): estabelecimento de saúde destinado a prestar


assistência à população na promoção da saúde e na recuperação e reabilitação de
doentes.

4. CONDIÇÕES GERAIS:

4.1. A complexidade da TNP exige o comprometimento e a capacitação de uma


equipe multiprofissional para garantia da sua eficácia e segurança para os pacientes.

4.2. A TNP deve abranger, obrigatoriamente, as seguintes etapas:

4.2.1. Indicação e prescrição médica.

4.2.2. Preparação: avaliação farmacêutica, manipulação, controle de qualidade,


conservação e transporte.

4.2.3. Administração.

4.2.4. Controle clínico e laboratorial.


104

4.2.5. Avaliação final.

4.3. Todas as etapas descritas no item anterior devem atender a procedimentos


escritos específicos e serem devidamente registradas, evidenciando as ocorrências
na execução dos procedimentos.

4.4. As UH e as EPBS que queiram habilitar-se à prática da TNP devem contar com:

4.4.1. Farmácia com licença de funcionamento concedida pelo órgão sanitário


competente.

4.4.2. Equipe de Terapia Nutricional constituido por uma equipe multiprofissional de


terapia nutricional (EMTN), formal e obrigatoriamente constituída de, pelo menos, um
profissional de cada categoria, que cumpra efetivamente com treinamento específico
para essa atividade, a saber: médico, farmacêutico, enfermeiro e nutricionista, com
as respectivas atribuições descritas no Anexo I.

4.4.3. As UHS e EPBS, para exercerem as suas atividades especificas, devem


cadastrar-se junto ao Orgão de Vigilância Sanitária Estadual, Municipal ou do Distrito
Federal, conforme Anexo VI.

NOTA: As UHS e EPBS que desenvolverem atividades de Terapia Nutricional estão


sujeitas as inspeções sanitárias periódicas.

4.5. As UH que não possuem as condições previstas no item anterior podem


contratar os serviços de terceiros, devidamente licenciadas, para a operacionalização
total ou parcial, da TNP, devendo, nestes casos, formalizar um contrato por escrito.

NOTA 1: Os médicos não participantes da equipe multiprofissional que queiram


indicar, prescrever e acompanhar pacientes submetidos à TNP devem fazê-lo em
consenso com uma equipe multiprofissional, conforme previsto no item 4.4.2.

NOTA 2: A EPBS que somente exercer a atividade de preparação da NP fica


dispensada de contar com a EMTN.

4.6 As Farmácias só podem habilitar-se para a preparação da NP se preencherem os


requisitos do item 4.11 e forem previamente inspecionadas.

4.7 Ao médico, de acordo com as atribuições do Anexo I, compete: indicar,


prescrever e acompanhar os pacientes submetidos à TNP.

4.8 Ao farmacêutico, de acordo com as atribuições do Anexo I, compete: realizar


todas as operações inerentes ao desenvolvimento, preparação (avaliação
farmacêutica, manipulação, controle de qualidade, conservação e transporte) da NP,
atendendo às recomendações das BPPNP, conforme Anexo II.
105

4.9 Ao enfermeiro, de acordo com as atribuições do Anexo I, compete: administrar


NP, observando as recomendações das BPANP, conforme Anexo IV.

4.10 Ao nutricionista, de acordo com as atribuições do Anexo I, compete: avaliar o


estado nutricional dos pacientes, suas necessidades e requerimentos.

4.11 As farmácias devem possuir recursos humanos, infra-estrutura física,


equipamentos e procedimentos operacionais que atendam às recomendações das
BPPNP, conforme Anexo II.

4.12 É de responsabilidade da Administração da UH prever e prover os recursos


humanos e materiais necessários à operacionalização da TNP.

4.13 Pela complexidade dos procedimentos envolvidos na TNP, existe a


possibilidade de ocorrerem complicações e riscos em todas as etapas da sua
implementação. A equipe de TN deve estar habilitada para evitar tais ocorrência,
conforme Anexo I.

4.14 Acidentes na TNP estão sujeitos às disposições previstas no Código de Defesa


do Consumidor (Lei n.º 8078, de 11/09/1990) e, em especial, nos artigos 12 e 14 que
tratam da responsabilidade pelo fato do produto e do serviço, independentemente da
responsabilidade criminal e administrativa.

4.15 O descumprimento das recomendações deste Regulamento e seus anexos,


sujeita os responsáveis às penalidades previstas na Legislação Sanitária vigente,
sem prejuízo da cível e criminal.

5. CONDIÇÕES ESPECÍFICAS:

Na aplicação deste regulamento são adotadas as seguintes condições específicas:

5.1. Indicação:

5.1.1 O médico é o responsável pela indicação da NP.

5.1.2. A indicação da TNP deve ser precedida da avaliação nutricional do paciente.

5.1.3. São candidatos à TNP os pacientes que não satisfazem suas necessidades
nutricionais pela via digestiva, considerando-se também seu estado clínico e
qualidade de vida.

5.2. Prescrição:

5.2.1.O médico é o responsável pela a prescrição da TNP.


106

5.2.2. A prescrição da TNP deve contemplar o tipo e a quantidade dos nutrientes


requeridos pelo paciente, de acordo com seu estado mórbido, estado nutricional e
requerimentos nutricionais.

5.2.3.A TNP deve atender a objetivos de curto e longo prazos.

NOTA 1: Entende-se como curto prazo a interrupção ou redução da progressão das


doenças, a cicatrização das feridas, a passagem para nutrição por via digestiva e a
melhora do estado de desnutrição.

NOTA 2: Entende-se por longo prazo a manutenção do estado nutricional normal e a


reabilitação do paciente em termos de recuperação física e social.

5.3. Preparação:

5.3.1 O farmacêutico é o responsável pela a preparação da NP.

5.3.2 A preparação da NP, que envolve a avaliação farmacêutica da prescrição, a


manipulação, o controle de qualidade, a conservação e o transporte da NP, exige a
responsabilidade e a supervisão direta do farmacêutico, devendo ser realizada,
obrigatoriamente, na farmácia habilitada para este fim e de acordo com as
recomendações das BPPNP, conforme Anexo II.

5.3.3 Os produtos farmacêuticos e correlatos adquiridos industrialmente para o


preparo da NP, devem ser registrados no Ministério da Saúde e acompanhados do
Certificado de Análise emitido pelo fabricante, garantindo a sua pureza físico-química
e microbiológica, bem como o atendimento às especificações estabelecidas.

5.3.4 Os produtos farmacêuticos produzidos em farmácia de UH e/ou EPBS devem


atender às Normas de Boas Práticas de Fabricação de Soluções Parenterais de
Grande Volumes e/ou de Produtos Farmacêuticos.

5.3.5 A avaliação farmacêutica da prescrição da NP quanto à sua adequação,


concentração e compatibilidade físico-química de seus componentes e dosagem de
administração, deve ser realizada pelo farmacêutico antes do início da manipulação.
Qualquer alteração na prescrição, que se fizer necessária, em função da avaliação
farmacêutica, deve ser discutida com o médico da equipe que é o responsável por
sua alteração formal.

5.3.6 Os produtos farmacêuticos e correlatos para preparação da NP devem ser


previamente tratados para garantir a sua assepsia externa e inspecionados
visualmente quanto à presença de partículas.
107

5.3.7 A manipulação da NP deve ser realizada em área classificada grau A ou B


(classe 100), circundada por área grau B ou C (classe 10.000), de acordo com as
Boas Práticas para Fabricação e Controle de Produtos Farmacêuticos.

5.3.8 A manipulação da NP deve ser realizada com técnica asséptica, seguindo


procedimentos escritos e validados.

5.3.9 A formulação padronizada de NP deve ter estudos de estabilidade previamente


realizados para definir seu prazo de validade.

5.3.10 A formulação padronizada adicionada de qualquer outro produto, por expressa


prescrição médica, transforma-se em uma preparação extemporânea.

5.3.11 A NP deve ser acondicionada em recipiente atóxico, apirogênico, compatível


físico-quimicamente com a composição do seu conteúdo, conforme estabelecido no
anexo III. O recipiente deve manter a esterilidade e apirogenicidade do seu conteúdo
durante a conservação, transporte e administração e ter registro no Ministério da
Saúde.

5.3.12 A NP deve ser rotulada com identificação clara do nome do paciente,


composição e demais informações Legais e específicas, conforme item 4.5.4.2. do
Anexo II para a segurança de sua utilização e garantia da possibilidade de seu
rastreamento.

5.3.13 Após a manipulação, a NP deve ser submetida à inspeção visual para garantir
a ausência de partículas, precipitações, separação de fases e alterações de cor, bem
como deve ser verificada a clareza e a exatidão das informações do rótulo.

5.3.14 De cada NP preparada devem ser reservadas amostras, conservadas sob


refrigeração (2ºC a 8ºC), para avaliação microbiológica laboratorial e contraprova.

5.3.15 As amostras para avaliação microbiológica laboratorial devem ser


estatisticamente representativas de uma sessão de manipulação n + 1 colhidas
aleatoriamente no início e fim do processo de manipulação.

5.3.16 As amostras para contraprova de cada NP preparada, devem ser conservadas


sob refrigeração (2ºC a 8ºC) durante 7 dias após o seu prazo de validade.

NOTA: Somente são válidas, para fins de avaliação microbiológica, as NP nas suas
embalagens originais invioladas ou suas correspondentes amostras.

5.4 Conservação:
108

5.4.1 Imediatamente após o preparo e durante todo e qualquer transporte a NP deve


ser mantida sob refrigeração (2ºC a 8ºC), exceto nos casos de administração
imediata.

5.5 Transporte:

5.5.1 O transporte da NP deve obedecer a critérios estabelecidos nas normas de


BPPNP, conforme Anexo II.

5.5.2 O farmacêutico é responsável pela manutenção da qualidade da NP até a sua


entrega ao profissional responsável pela administração e deve orientar e treinar os
funcionários que realizam o seu transporte.

5.6 Administração:

5.6.1 O Enfermeiro é responsável pela administração.

5.6.2 A administração da NP deve ser executada de forma a garantir ao paciente


uma terapia segura e que permita a máxima eficácia, em relação aos custos,
utilizando materiais e técnicas padronizadas.

5.6.3 A NP é inviolável até o final de sua administração, não podendo ser transferida
para outro tipo de recipiente.

5.6.4 O acesso venoso para infusão da NP deve ser estabelecido sob supervisão
médica ou de enfermeiro, por meio de técnica padronizada e conforme protocolo
previamente estabelecido.

5.6.5 A utilização da via de acesso da NP deve ser exclusiva. A necessidade


excepcional da sua utilização para administração de qualquer outra solução injetável,
só pode ser feita após aprovação formal da Equipe Multiprofissional de Terapia
Nutricional (EMTN).

5.7 Controle Clínico e Laboratorial:

5.7.1 O paciente submetido à TNP deve ser controlado quanto à eficácia do


tratamento, efeitos adversos e modificações clínicas que possam influir na qualidade
da TN.

5.7.2 O controle do paciente em TNP deve contemplar: ingressos de nutrientes,


tratamentos farmacológicos concomitantes, sinais de intolerância à NP, alterações
antropométricas, bioquímicas, hematológicas e hemodinâmicas, assim como
modificações em órgãos e sistemas cujas funções devem ser verificadas
periodicamente.
109

5.7.3 Qualquer alteração encontrada nas funções dos principais órgãos e as


conseqüentes alterações na formulação ou via de acesso da NP devem constar na
história clínica do paciente.

5.8 Avaliação Final:

5.8.1 Antes da interrupção/suspensão da TNP o paciente deve ser avaliado em


relação à:

a) capacidade de atender às suas necessidades nutricionais por via digestiva.

b) presença de complicações que ponham o paciente em risco de vida.

c) possibilidade de alcançar os objetivos propostos, conforme normas médicas e


legais.

5.9 Documentação Normativa e Registros:

5.9.1 Os documentos normativos e os requisitos inerentes à TNP são de propriedade


exclusiva da UH e/ou EPBS, cabendo à fiscalização a sua avaliação (in loco),
durante a inspeção sanitária.

5.9.2 Em caso de investigação por denúncias, irregularidades ou acidentes ocorridos


com a TNP, a fiscalização sanitária tem o direito de solicitar cópia dos documentos e
registros necessários à elucidação do problema em questão.

5.10 Inspeções:

5.10.1 As UH e as EPBS estão sujeitas a inspeções sanitárias para verificação do


padrão de qualidade do Serviço de TN, com base no Anexo I, bem como o grau de
atendimento às BPPNP (Anexo II) e BPANP (Anexo IV). 5.10.2 As inspeções
sanitárias devem ser realizadas com base nos Roteiros de Inspeção do Anexo V.

5.10.3 Os critérios para a avaliação do cumprimento dos itens do Roteiro de


Inspeção, visando a qualidade e segurança da NP, baseiam-se no risco potencial
inerente a cada item. 5.10.4 Considera-se IMPRESCINDÍVEL (I) aquele item que
pode influir em grau crítico na qualidade e segurança da NP.

5.10.5 Considera-se NECESSÁRIO (N) aquele item que pode influir em grau menos
crítico na qualidade e segurança da NP.

5.10.6 Considera-se RECOMENDÁVEL (R) aquele item que pode influir em grau não
crítico na qualidade e segurança da NP.
110

5.10.7 Considera-se item INFORMATIVO (INF) aquele que oferece subsídios para
melhor interpretação dos demais itens, sem afetar a qualidade e a segurança da NP.

5.10.8 O item N não cumprido após a inspeção passa a ser tratado automaticamente
como I na inspeção subsequente.

5.10.9 O item R não cumprido após a inspeção passa a ser tratado automaticamente
como N na inspeção subsequente, mas nunca passa a I.

5.10.10 Os itens I, N e R devem ser respondidos com SIM ou NÃO.

5.10.4 São passíveis de sanções aplicadas pelo órgão de Vigilância Sanitária


competente, as infrações que derivam do não cumprimento dos itens qualificados
como I e N nos Roteiros de Inspeção, constantes do Anexo V deste Regulamento,
sem prejuízo das ações legais que possam corresponder em cada caso.

5.10.4.1 O não cumprimento de um item I, dos Roteiros de Inspeção, acarreta a


suspensão imediata da atividade afetada até o seu cumprimento integral.

5.10.4.2 Verificado o não cumprimento de itens N, dos Roteiros de Inspeção, deve


ser estabelecido um prazo para adequação, de acordo com a complexidade das
ações corretivas que se fizerem necessárias.

5.10.4.3 Verificado o não cumprimento de itens R, dos Roteiros de Inspeção, o


estabelecimento deve ser orientado com vistas à sua adequação.

5.11 Índice dos Anexos:

Anexo I - Atribuições da Equipe Multiprofissional de Terapia Nutricional (EMTN)

Anexo II - Boas Práticas de Preparação de Nutrição Parenteral (BPPNP)

Anexo III - Recipientes para Nutrição Parenteral

Anexo IV - Boas Práticas de Administração da Nutrição Parenteral (BPANP)

Anexo V - Roteiros de Inspeção

A - Identificação da Empresa e Inspeção das Atividades da EMTN

B - Farmácia de Preparação de Nutrição Parenteral

C - Administração de Nutrição Parenteral-

Anexo VI - Ficha Cadastral das UH e EPBS para a prática da TN.


111

ANEXO I

ATRIBUIÇÕES DA EQUIPE MULTIPROFISSIONAL DE TERAPIA NUTRICIONAL


(EMTN) PARA

NUTRIÇÃO PARENTERAL

1. Objetivo:

Esta recomendação estabelece as atribuições da EMTN, especialmente para a


prática da TNP.

2. CONSIDERAÇÕES GERAIS:

2.1 Para a execução, supervisão e a avaliação permanente em todas as etapas da


TNP, é condição formal e obrigatória a constituição de uma equipe multiprofissional.

2.2 Por se tratar de procedimento realizado em pacientes sob cuidados especiais, e


para garantir a vigilância constante do seu estado nutricional a EMTN para NP, deve
ser constituída de pelo menos 01(um) profissional de cada categoria , com
treinamento especifico para esta atividade, a saber: médico, farmacêutico,
enfermeiro e nutricionista.

2.3 A EMTN deve ter um Coordenador Técnico-Administrativo e um Coordenador


Clinico, ambos integrantes da equipe e escolhidos pelos seus componentes.

2.3.1 O Coordenador Técnico-Administrativo deve, preferencialmente, possuir titulo


de especialista reconhecido na área de Terapia Nutricional.

2.3.2 O Coordenador Clínico deve ser médico e preencher, pelo menos um dos
critérios abaixo relacionados:

2.3.2.1 Ser especialista em Terapia Nutricional, com título reconhecido.

2.3.2.2. Possuir Mestrado, Doutorado ou Livre Docência em área relacionada com a


Terapia Nutricional.

NOTA: O Coordenador Clinico pode ocupar, concomitantemente, a Coordenação


Técnica-Administrativa desde que consensuado pela equipe.

3. ATRIBUIÇÕES GERAIS DA EQUIPE MULTIPROFISSIONAL DE TN

3.1. Criar mecanismos para que se desenvolvam as etapas de triagem e vigilância


nutricional, em regime hospitalar, ambulatorial ou domiciliar
112

3.2. Atender às solicitações de avaliação do estado nutricional do paciente,


indicando, acompanhando e modificando a TN, quando necessário, e em comum
acordo com o médico responsável pelo paciente, até que sejam atingidos os critérios
de reabilitação nutricional preestabelecidos

3.3 Assegurar condições adequadas de indicação, prescrição, preparação,


conservação, transporte e administração, controle clínico e laboratorial e avaliação
final, da TNP, visando obter os benefícios máximos do procedimento e evitar riscos.

3.4 Capacitar os profissionais envolvidos, direta ou indiretamente, com a aplicação


do procedimento, por meio de programas de educação continuada, devidamente
registrados.

3.5 Documentar todos os resultados do controle e da avaliação da TNP visando a


garantia de sua qualidade.

3.6 Estabelecer auditorias periódicas a serem realizadas por um dos membros da


equipe multiprofissional, para verificar o cumprimento e o registro dos controles e
avaliação da TNP.

3.7 Analisar o custo e o benefício no processo de decisão que envolve a indicação, a


manutenção ou a suspensão da TNP.

3.8 Desenvolver, rever e atualizar regularmente as diretrizes e procedimentos


relativos aos pacientes e aos aspectos operacionais da TNP.

4. ATRIBUIÇÕES DO COORDENADOR TÉCNICO-ADMINISTRATIVO

Compete ao Coordenador Técnico-Administrativo:

4.1 Assegurar condições para o cumprimento das atribuições gerais da equipe e dos
profissionais da mesma , visando prioritariamente a qualidade e efetividade da TNP.

4.2 Representar a equipe em assuntos relacionados com as atividades da EMTN.

4.3 Promover e incentivar programas de educação continuada, para todos os


profissionais envolvidos na TN, devidamente registrados.

4.4 Padronizar indicadores de qualidade para a TNP, para aplicação pela EMTN.

4.5 Gerenciar aspectos técnico-administrativos das atividades da TNP.

5. ATRIBUIÇÕES DO COORDENADOR CLÍNICO:


113

Compete ao Coordenador Clínico:

5.1. Estabelecer protocolos de avaliação, indicação, prescrição e acompanhamento


da TNP.

5.2. Zelar pelo cumprimento das diretrizes de qualidade estabelecidas nas BPPNP e
BPANP.

5.3. Assegurar a atualização dos conhecimentos técnico-científicos relacionados com


a TNP e sua aplicação.

5.4. Garantir que a qualidade dos procedimentos da TNP prevaleça sobre quaisquer
outros aspectos.

6. ATRIBUIÇÕES DOS PROFISSIONAIS MÉDICOS:

6.1 Indicar e prescrever a TNP.

6.2 Estabelecer o acesso intravenoso central, para a administração da NP.

6.3 Proceder o acesso intravenoso central, assegurando sua correta localização.

6.4 Orientar o paciente, os familiares ou o responsável legal, quanto aos riscos e


benefícios do procedimento.

6.5 Participar do desenvolvimento técnico-científico relacionado ao procedimento.

6.6 Garantir os registros da evolução e dos procedimentos médicos.

7. ATRIBUIÇÕES DOS PROFISSIONAIS FARMACÊUTICOS:

7.1. Selecionar, adquirir, armazenar e distribuir, criteriosamente, os produtos


necessários ao preparo da NP.

7.2. Qualificar fornecedores e assegurar que a entrega dos produtos seja


acompanhada de certificado de análise emitido pelo fabricante.

7.3. Avaliar a formulação da prescrição médica quanto a sua adequação,


concentração e compatibilidade físico-química dos seus componentes e dosagem de
administração.

7.4. Utilizar técnicas preestabelecidas de preparação da Nutrição Parenteral que


assegurem: compatibilidade físico-química, esterilidade, apirogenicidade e ausência
de partículas
114

7.5. Determinar o prazo de validade para cada Nutrição Parenteral padronizada, com
base em critérios rígidos de controle de qualidade.

7.6. Assegurar que os rótulos da Nutrição Parenteral apresentem, de maneira clara e


precisa, todos os dizeres exigidos no item 4.5.4.2.

7.7. Assegurar a correta amostragem da Nutrição Parenteral preparada para analise


microbiológica e para o arquivo de referência.

7.8. Atender aos requisitos técnicos de manipulação da Nutrição Parenteral.

7.9. Participar de estudos para o desenvolvimento de novas formulações para


Nutrição Parenteral

7.10. Participar de estudos de farmacovigilância com base em analise de reações


adversas e interações droga-nutrientes e nutriente-nutriente, a partir do perfil
farmacoterapêutico registrado.

7.11. Organizar e operacionalizar as áreas e atividades da farmácia.

7.12. Participar, promover e registrar as atividades de treinamento operacional e de


educação continuada, garantindo a atualização dos seus colaboradores, bem como
para todos os profissionais envolvidos na preparação da NP.

7.13. Fazer o registro, que pode ser informatizado, onde conste no mínimo:

a) data e hora de preparação da NP.

b) nome completo do paciente e número de registro quando houver.

c) número seqüencial da prescrição medica

d) número de doses preparadas por prescrição

e) identificação (nome e registro) do médico e do manipulador

7.14. Desenvolver e atualizar regularmente as diretrizes e procedimentos relativos


aos aspectos operacionais da preparação da NP.

7.15. Supervisionar e promover auto-inspeção nas rotinas operacionais da


preparação da NP.

8. ATRIBUIÇÕES DOS PROFISSIONAIS ENFERMEIROS:

Compete ao profissional enfermeiro:


115

8.1. Orientar o paciente, a família ou o responsável legal, quanto à utilização e


controle da TN

8.2. Preparar o paciente, o material e o local para a inserção do cateter intravenoso.

8.3. Prescrever os cuidados de enfermagem na TN.

8.4. Proceder ou assegurar a punção venosa periférica, incluindo a inserção


periférica central (PICC)

8.5. Assegurar a manutenção das vias de administração.

8.6. Receber a Nutrição Parenteral da Farmácia e assegurar a sua conservação até


a sua completa administração.

8.7. Proceder a inspeção visual da Nutrição Parenteral antes de sua administração.

8.8. Avaliar e assegurar a instalação da Nutrição Parenteral observando as


informações contidas no rótulo, confrontando-as com a prescrição médica.

8.9. Avaliar e assegurar a administração da Nutrição Parenteral, observando os


princípios de assepsia.

8.10. Assegurar a infusão do volume prescrito, através do controle rigoroso do


gotejamento, de preferência com uso de bomba de infusão.

8.11. Detectar, registrar e comunicar à EMTN e ou o médico responsável pelo


paciente as intercorrencias de qualquer ordem técnica e/ou administrativa.

8.12. Garantir o registro claro e preciso de informações relacionadas à administração


e à evolução do paciente, quanto ao: peso, sinais vitais, balanço hídrico, glicosuria e
glicemia, entre outros.

8.13. Efetuar e/ou supervisionar a troca do curativo do catéter venoso, com base em
procedimentos preestabelecidos.

8.14. Participar e promover atividades de treinamento operacional e de educação


continuada, garantindo a atualização de seus colaboradores.

8.15. Elaborar, padronizar procedimentos de enfermagem relacionados a TN.

8.16. Zelar pelo perfeito funcionamento das bombas de infusão.


116

8.17. Assegurar que qualquer outra droga e /ou nutriente prescritos, não sejam
infundidos na mesma via de administração da Nutrição Parenteral, sem a autorização
formal da EMTN.

9. ATRIBUIÇÕES DOS PROFISSIONAIS NUTRICIONISTAS:

9.1. Avaliar os indicadores nutricionais subjetivos e objetivos, com base em protocolo


preestabelecido, de forma a identificar o risco ou a deficiência nutricional e a
evolução de cada paciente, até a alta nutricional estabelecida pela EMTN.

9.2. Avaliar qualitativa e quantitativamente as necessidades de nutrientes baseadas


na avaliação do estado nutricional do paciente.

9.3. Acompanhar a evolução nutricional dos pacientes em TN, independente da via


de administração.

9.4. Garantir o registro, claro e preciso, de informações relacionadas à evolução


nutricional do paciente.

9.5. Participar e promover atividades de treinamento operacional e de educação


continuada, garantindo a atualização dos seus colaboradores.
117

Resolução - RDC nº 63, de 6 de julho de 2000

A Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária no uso da


atribuição que lhe confere o art. 11 inciso IV do Regulamento da ANVISA aprovado
pelo decreto 3.029, de 16 de abril de 1999, c/c o § 1° do Art. 95 do Regimento
Interno aprovado pela Resolução n° 1, de 26 de abri l de 1999, em reunião realizada
em 29 de junho de 2000, adota a seguinte resolução de Diretoria Colegiada e eu,
Diretor-Presidente, determino a sua publicação:

Art. 1º Aprovar o Regulamento Técnico para fixar os requisitos mínimos exigidos para
a Terapia de Nutrição Enteral, constante do Anexo desta Portaria.

Art. 2º Conceder o prazo de 90 (noventa) dias para que as Unidades Hospitalares e


Empresas Prestadoras de Bens e ou Serviços se adequem ao disposto nesta
Portaria.

Art. 3º Esta Resolução entrará em vigor na data de sua publicação, revogada a


Portaria SVS/MS nº 337, de 14 de abril de 1999.

Gonzalo Vecina Neto

REGULAMENTO TÉCNICO PARA A TERAPIA DE NUTRIÇÃO ENTERAL

ANEXO

1.OBJETIVO

1.1. Este Regulamento Técnico fixa os requisitos mínimos exigidos para a Terapia de
Nutrição Enteral.

2. REFERÊNCIAS

2.1. BRASIL. Lei N° 9431 de 06 janeiro de 1997. Dis põe sobre a obrigatoriedade do
programa de controle de infecção hospitalar pelos hospitais do País. Diário Oficial da
União da República Federativa do Brasil Brasília, 07 jan. 1997.

2.2. BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria GM 1884, de 11 de novembro de 1994.


Aprova normas destinadas ao planejamento, exame e aprovação de Projetos Físicos
de Estabelecimentos Assistenciais de Saúde. Diário Oficial da União da República
Federativa do Brasil Brasília, 15 dez. 1994.
118

2.3. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância Sanitária, Portaria 27, de


13 de janeiro de 1998. Aprova o Regulamento Técnico referente a informação
nutricional complementar. Diário Oficial da União da República Federativa do Brasil
Brasília, 16 jan. 1998.

2.4. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância Sanitária, Portaria 33, de


13 de janeiro de 1998. Aprova os níveis de Ingestão Diária Recomendada IDR para
Vitaminas, Minerais e Proteínas. Diário Oficial da União da República Federativa do
Brasil Brasília, 16 jan. 1998, republicado no Diário Oficial da União em 30 mar.1998.

2.5. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância Sanitária, Portaria 32, de


13 de janeiro de 1998. Aprova Regulamento Técnico para Fixação de identidade e
qualidade para suplementos Vitamínicos e ou de Minerais. Diário Oficial da União da
República Federativa do Brasil Brasília, 15 jan. 1998.

2.6. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância Sanitária, Portaria 29, de


13 de janeiro de 1998. Aprova o Regulamento Técnico para Fixação de identidade e
qualidade para alimentos para fins especiais. Diário Oficial da União da República
Federativa do Brasil Brasília, 15 jan. 1998, republicado no Diário Oficial da União em
30 mar.1998.

2.7. BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária,


Resolução n° 449, de 9 de setembro de 1999. Aprova Regulamento técnico referente
a alimentos para Nutrição Enteral. Diário Oficial da União da República Federativa do
Brasil Brasília, 13 set. 1999.

2.8. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância Sanitária, Portaria nº 451,


de 19 de setembro de 1997. Aprova Regulamento Técnico que dispõe sobre
Princípios Gerais para o estabelecimento de critérios e padrões microbiológicos para
alimentos. Diário Oficial da União da República Federativa do Brasil Brasília, 22 set.
1997, republicado no Diário Oficial da União em 02 de julho de 1998.

2.9. BRASIL. Lei n.º 8078 de 11 de setembro de 1990. Código de Defesa do


Consumidor. Diário Oficial da União da República Federativa do Brasil Brasília, 12
set. 1990.

2.10. NBR 6493 - Emprego de cores para identificação de tubulação.

2.11. NR 26 - Sinalização de Segurança.

2.12. LAVAR AS MÃOS: 1ª reimp. Brasília: Ministério da Saúde, Centro de


Documentação, 1989. (Série A: Normas e Manuais Técnicos).

2.13. ISO 9000-2 - Normas de Gestão da Qualidade e Garantia da Qualidade -


Diretrizes gerais para a aplicação das normas ISO 9001, 9002 e 9003, 1994.
119

2.14. ISO 9002 - Sistemas da Qualidade - Modelo para Garantia da Qualidade em


Produção, Instalação e Serviços Associados, dez. 1994.

2.15. BRASIL. Decreto Lei 986 de 21 de outubro 1969. Institui Normas Básicas sobre
Alimentos. Diário Oficial da União da República Federativa do Brasil Brasília, p. 9437,
11 nov. 1969.

2.16. BRASIL. Ministério da Saúde. Gabinete do Ministro. Portaria n° 2.616, de 12 de


maio de 1998. Estabelece diretrizes e normas para a prevenção e o controle das
infecções hospitalares. Diário Oficial da União da República Federativa do Brasil.
Brasília, 13.mai. 1998.

3. DEFINIÇÕES

Para efeito deste Regulamento Técnico são adotadas as seguintes definições:

3.1.Empresas Prestadoras de Bens e ou Serviços (EPBS): organização


capacitada, de acordo com a Legislação vigente, para oferecer bens e ou serviços
em Terapia Nutricional .

3.2.Equipe Multiprofissional de Terapia Nutricional (EMTN): grupo formal e


obrigatoriamente constituído de pelo menos um profissional de cada categoria, a
saber: médico, nutricionista, enfermeiro e farmacêutico, podendo ainda incluir
profissional de outras categorias, habilitados e com treinamento específico para a
prática da Terapia Nutricional-TN.

3.3.Farmácia: estabelecimento que atende à legislação sanitária vigente específica


(Federal, Estadual, Municipal e do Distrito Federal), com instalações para
fornecimento e armazenamento de NE industrializada, quando se fizer necessário.

3.4.Nutrição Enteral (NE): alimento para fins especiais, com ingestão controlada de
nutrientes, na forma isolada ou combinada, de composição definida ou estimada,
especialmente formulada e elaborada para uso por sondas ou via oral, industrializado
ou não, utilizada exclusiva ou parcialmente para substituir ou complementar a
alimentação oral em pacientes desnutridos ou não, conforme suas necessidades
nutricionais, em regime hospitalar, ambulatorial ou domiciliar, visando a síntese ou
manutenção dos tecidos, órgãos ou sistemas.

3.5.Nutrição Enteral em Sistema Aberto: NE que requer manipulação prévia à sua


administração, para uso imediato ou atendendo à orientação do fabricante.

3.6.Nutrição Enteral em Sistema Fechado: NE industrializada, estéril,


acondicionada em recipiente hermeticamente fechado e apropriado para conexão ao
equipo de administração.
120

3.7.Prescrição dietética da NE: determinação de nutrientes ou da composição de


nutrientes da NE, mais adequada às necessidades específicas do paciente, de
acordo com a prescrição médica.

3.8.Prescrição médica da Terapia de Nutrição Enteral-TNE: determinação das


diretrizes, prescrição e conduta necessárias para a prática da TNE, baseadas no
estado clínico nutricional do paciente.

3.9.Sala de manipulação de NE: sala sanitizada, específica para a manipulação de


nutrição enteral, atendendo às exigências das Boas Práticas de Preparação de
Nutrição Enteral-BPPNE (Anexo II).

3.10.Terapia de Nutrição Enteral (TNE): conjunto de procedimentos terapêuticos


para manutenção ou recuperação do estado nutricional do paciente por meio de NE.

3.11.Terapia Nutricional (TN): conjunto de procedimentos terapêuticos para


manutenção ou recuperação do estado nutricional do paciente por meio da Nutrição
Parenteral ou Enteral.

3.12.Unidade de Nutrição e Dietética (UND): unidade que seleciona, adquire,


armazena e distribui insumos, produtos e NE industrializada ou não, produz bens e
presta serviços, possuindo instalações e equipamentos específicos para a
preparação da NE, atendendo às exigências das BPPNE, conforme Anexo II.

3.13.Unidade Hospitalar (UH): estabelecimento de saúde destinado a prestar


assistência à população na promoção da saúde e na recuperação e reabilitação de
doentes.

4. CONDIÇÕES GERAIS

4.1. As UH e as EPBS que realizem procedimentos de TNE devem possuir licença


de funcionamento concedida pelo órgão sanitário competente

4.2. As UH e as EPBS interessadas em realizar procedimentos de TNE devem


solicitar o seu cadastramento, conforme Anexo V, à autoridade sanitária local.

4.3. A complexidade da TNE exige o comprometimento e a capacitação de uma


equipe multiprofissional para garantir a sua eficácia e segurança para os pacientes.

4.4. A TNE deve abranger obrigatoriamente as seguintes etapas:

4.4.1. Indicação e prescrição médica


121

4.4.2. Prescrição dietética

4.4.3. Preparação, conservação e armazenamento

4.4.4. Transporte

4.4.5. Administração

4.4.6. Controle clínico laboratorial

4.4.7. Avaliação final

4.5. Todas as etapas descritas no item anterior devem atender a procedimentos


escritos específicos e serem devidamente registradas, evidenciando as ocorrências
na execução dos procedimentos.

4.6. As UH e as EPBS que queiram habilitar-se à prática da TNE devem contar com:

4.6.1. Sala de manipulação que atenda às recomendações da BPPNE, sempre que


se optar pela utilização de NE em sistema aberto

4.6.2. EMTN - grupo formal e obrigatoriamente constituído de, pelo menos, um


profissional de cada categoria, com treinamento específico para esta atividade, a
saber: médico, nutricionista, enfermeiro, farmacêutico, podendo ainda incluir
profissionais de outras categorias a critério das UH e ou EPBS, com as respectivas
atribuições descritas no Anexo I.

4.7.A UH, que não possui as condições previstas no item anterior, pode contratar os
serviços de terceiros, devidamente licenciados, para a operacionalização total ou
parcial da TNE, devendo nestes casos formalizar um contrato por escrito.

4.7.1. Os profissionais não participantes da equipe multiprofissional, que queiram


atuar na prática de TNE, devem fazê-lo de acordo com as diretrizes traçadas pela
EMTN.

4.7.2. A EPBS que somente exerce atividades de preparação da NE, está


dispensada de contar com a EMTN, porém deve contar com uma UND sob a
responsabilidade de um nutricionista.

4.8. As UH e as EPBS só podem habilitar-se para a preparação da NE se


preencherem os requisitos do item do 4.11 e forem previamente inspecionadas.

4.9. Ao médico, de acordo com as atribuições do Anexo I, compete: indicar,


prescrever e acompanhar os pacientes submetidos à TNE.
122

4.10. Ao nutricionista, de acordo com as atribuições do Anexo I, compete: realizar


todas a operações inerentes à prescrição dietética, composição e preparação da NE,
atendendo às recomendações das BPPNE, conforme Anexo II

4.11. Ao farmacêutico, de acordo com as atribuições do Anexo I, compete:

a)adquirir, armazenar e distribuir, criteriosamente, a NE industrializada, quando estas


atribuições, por razões técnicas e ou operacionais, não forem de responsabilidade do
nutricionista ;

b)participar do sistema de garantia da qualidade referido no item 4.6. do Anexo II,


respeitadas suas atribuições profissionais legais.

4.12. Ao enfermeiro, de acordo com as atribuições do Anexo I, compete: administrar


NE, observando as recomendações das Boas Práticas de Administração de NE
BPANE, conforme Anexo III.

4.13. As UH e EPBS devem possuir recursos humanos, infra-estrutura física,


equipamentos e procedimentos operacionais que atendam às recomendações das
BPPNE e BPANE, conforme Anexos II e III.

4.14. É de responsabilidade da Administração da UH e EPBS prever e prover os


recursos humanos e materiais necessários à operacionalização da TNE.

4.15. Acidentes na TNE estão sujeitos às disposições previstas no Código de Defesa


do Consumidor (Lei n.º 8078, de 11/09/1990) e, em especial, nos artigos 12 e 14 que
tratam da responsabilidade pelo fato do produto e do serviço, independentemente da
responsabilidade criminal e administrativa.

4.16. O descumprimento das recomendações deste Regulamento e seus anexos,


sujeita os responsáveis às penalidades previstas na Legislação Sanitária vigente,
sem prejuízo da cível e criminal.

5. CONDIÇÕES ESPECÍFICAS

Na aplicação deste Regulamento são adotadas as seguintes condições específicas:

5.1. Indicação

5.1.1. O médico é responsável pela indicação da TNE.

5.1.2. A indicação da TNE deve ser precedida da avaliação nutricional do paciente


que deve ser repetida, no máximo, a cada 10 dias.
123

5.1.3. São candidatos à TNE os pacientes que não satisfazem suas necessidades
nutricionais com a alimentação convencional, mas que possuam a função do trato
intestinal parcial ou totalmente íntegra.

5.2. Prescrição

5.2.1. O médico é responsável pela prescrição médica da TNE.

5.2.2. O nutricionista é responsável pela prescrição dietética da NE.

5.2.3. A prescrição dietética deve contemplar o tipo e a quantidade dos nutrientes


requeridos pelo paciente, considerando seu estado mórbido, estado nutricional e
necessidades nutricionais e condições do trato digestivo.

5.2.4. A TNE deve atender a objetivos de curto e longo prazos.

5.2.4.1. Entende-se como curto prazo a interrupção ou redução da progressão das


doenças, a cicatrização das feridas, a passagem para nutrição normal e a melhora
do estado de desnutrição.

5.2.4.2. Entende-se por longo prazo a manutenção do estado nutricional normal e a


reabilitação do paciente em termos de recuperação física e social.

5.2.4.3. Em casos excepcionais a TNE pode substituir definitivamente a nutrição oral.

5.3. Preparação

5.3.1. O nutricionista é responsável pela supervisão da preparação da NE.

5.3.2. A preparação da NE envolve a avaliação da prescrição dietética, a


manipulação, o controle de qualidade, a conservação e o transporte da NE e exige a
responsabilidade e a supervisão direta do nutricionista, devendo ser realizada,
obrigatoriamente, na UH ou EPBS, de acordo com as recomendações das BPPNE,
conforme Anexo II.

5.3.3. Os insumos e recipientes adquiridos industrialmente para o preparo da NE,


devem ser registrados nos órgãos competentes, quando obrigatório, e
acompanhados do Certificado de Análise emitido pelo fabricante, garantindo a sua
pureza físico-química e microbiológica, bem como o atendimento às especificações
estabelecidas.

5.3.4. A NE preparada na sala de manipulação da UH e ou EPBS deve atender às


exigências das BPPNE (Anexo II).
124

5.3.5. A avaliação da prescrição dietética da NE quanto à sua adequação,


concentração e compatibilidade físico-química de seus componentes e dosagem de
administração, deve ser realizada pelo nutricionista antes do início da manipulação,
compartilhada com o farmacêutico quando se fizer necessário.

5.3.5.1. Qualquer alteração na prescrição dietética deve ser discutida com o


nutricionista responsável por esta, que se reportará ao médico sempre que envolver
a prescrição médica.

5.3.5.2. Qualquer alteração na prescrição dietética deve ser registrada e comunicada


à EMTN.

5.3.6. Os insumos, recipientes e correlatos para preparação da NE devem ser


previamente tratados para garantir a sua assepsia e inspecionados visualmente,
quanto à presença de partículas estranhas.

5.3.7. A manipulação da NE deve ser realizada em área específica para este fim, de
acordo com as BPPNE

5.3.8. A manipulação da NE deve ser realizada com técnica asséptica, seguindo


procedimentos escritos e validados.

5.3.9. O nível de qualidade da manipulação da NE deve ser assegurado pelo controle


em processo, conforme item 4.5. das BBPNE, Anexo II.

5.3.10. A NE deve ser acondicionada em recipiente atóxico, compatível físico-


quimicamente com a composição do seu conteúdo. O recipiente deve manter a
qualidade físico-química e microbiológica do seu conteúdo durante a conservação,
transporte e administração.

5.3.11. A NE deve ser rotulada com identificação clara do nome do paciente,


composição e demais informações legais e específicas, conforme item 4.5.4.2. do
Anexo II, para a segurança de sua utilização e garantia do seu rastreamento.

5.3.12. Após a manipulação, a NE deve ser submetida à inspeção visual para


garantir a ausência de partículas estranhas, bem como precipitações, separação de
fases e alterações de cor não previstas, devendo ainda ser verificada a clareza e a
exatidão das informações do rótulo.

5.3.13. De cada sessão de manipulacão de NE preparada devem ser reservadas


amostras, conservadas sob refrigeração (2ºC a 8ºC), para avaliação microbiológica
laboratorial, caso o processo de manipulação não esteja validado.

5.3.14. As amostras para avaliação microbiológica laboratorial devem ser


estatisticamente representativas + 1 de uma sessão de manipulação, colhidas
125

aleatoriamente durante o processo, caso o mesmo não esteja validado, sendo “n” o
número de NE preparadas.

5.3.15. Recomenda-se reservar amostra de cada sessão de preparação para


contraprova, devendo neste caso, ser conservada sob refrigeração (2ºC a 8ºC)
durante 72 horas após o seu prazo de validade.

5.3.16. A garantia da qualidade da NE pode ser representada pelo resultado do


controle em processo (Anexo II item 4.5) e do controle de qualidade da NE (Anexo II
item 4.6.2)

5.3.17. Somente são válidas, para fins de avaliação microbiológica, as NE nas suas
embalagens originais invioladas ou em suas correspondentes amostras.

5.4. Conservação

5.4.1. A NE não industrializada deve ser administrada imediatamente após a sua


manipulação.

5.4.2. Para a NE industrializada devem ser consideradas as recomendações do


fabricante.

5.5. Transporte

5.5.1. O transporte da NE deve obedecer a critérios estabelecidos nas normas de


BPPNE, conforme Anexo II.

5.5.2. O nutricionista é responsável pela manutenção da qualidade da NE até a sua


entrega ao profissional responsável pela administração e deve orientar e treinar os
funcionários que realizam o seu transporte.

5.6. Administração

5.6.1. O enfermeiro é o responsável pela conservação após o recebimento da NE e


pela sua administração.

5.6.2. A administração da NE deve ser executada de forma a garantir ao paciente


uma terapia segura e que permita a máxima eficácia, em relação aos custos,
utilizando materiais e técnicas padronizadas, de acordo com as recomendações das
BPANE, conforme Anexo III.
126

5.6.3. A NE é inviolável até o final de sua administração, não podendo ser transferida
para outro tipo de recipiente. A necessidade excepcional de sua transferência para
viabilizar a administração só pode ser feita após aprovação formal da EMTN.

5.6.4. A via de administração da NE deve ser estabelecida pelo médico ou


enfermeiro, por meio de técnica padronizada e conforme protocolo previamente
estabelecido.

5.6.5. A utilização da sonda de administração da NE não é exclusiva, podendo ser


empregada para medicamentos e outras soluções quando necessário.

5.7. Controle Clínico e Laboratorial

5.7.1. O paciente submetido à TNE deve ser controlado quanto à eficácia do


tratamento, efeitos adversos e alterações clínicas que possam indicar modificações
da TNE.

5.7.2. O controle do paciente em TNE deve ser realizado periodicamente e


contemplar: ingressos de nutrientes, tratamentos farmacológicos concomitantes,
sinais de intolerância à NE, alterações antropométricas, bioquímicas, hematológicas
e hemodinâmicas, assim como modificações em órgãos, sistemas e suas funções.

5.7.3. Qualquer alteração encontrada nas funções dos principais órgãos e as


conseqüentes alterações na formulação ou via de administração da NE devem
constar na história clínica do paciente.

5.8. Avaliação Final

5.8.1. Antes da interrupção da TNE o paciente deve ser avaliado em relação à:

5.8.1.1. capacidade de atender às suas necessidades nutricionais por alimentação


convencional;

5.8.1.2. presença de complicações que ponham o paciente em risco nutricional e ou


de vida e

5.8.1.3. possibilidade de alcançar os objetivos propostos, conforme normas médicas


e legais.

5.9. Documentação Normativa e Registros


127

5.9.1. Os documentos normativos e os registros inerentes à TNE são de propriedade


exclusiva da UH e ou EPBS, ficando à disposição da autoridade sanitária, quando
solicitados.

5.9.2. Quando solicitadas pelos órgãos de vigilância sanitária competente devem as


UH e ou EPBS, prestar as informações e ou proceder a entrega de documentos, nos
prazos fixados, a fim de não obstarem as ações de vigilância e as medidas que se
fizerem necessárias.

5.10. Inspeções

5.10.1. A UH e a EPBS estão sujeitas a inspeções sanitárias para verificação do


padrão de qualidade do Serviço de TN, com base no Anexo I, bem como o grau de
atendimento às BPPNE (Anexo II) e BPANE(Anexo III).

5.10.2. As inspeções sanitárias devem ser realizadas com base nos Roteiros de
Inspeção (Anexo IV).

5.10.3. Os critérios para a avaliação do cumprimento dos itens dos Roteiros de


Inspeção, visando a qualidade e segurança da NE, baseiam-se no risco potencial
inerente a cada item.

5.10.3.1. Considera-se IMPRESCINDÍVEL (I) aquele item que pode influir em grau
crítico na qualidade e segurança da NE.

5.10.3.2. Considera-se NECESSÁRIO (N) aquele item que pode influir em grau
menos crítico na qualidade e segurança da NE.

5.10.3.3. Considera-se RECOMENDÁVEL (R) aquele item que pode influir em grau
não crítico na qualidade e segurança da NE.

5.10.3.4. Considera-se item INFORMATIVO (INF) aquele que oferece subsídios para
melhor interpretação dos demais itens, sem afetar a qualidade e a segurança da NE.

5.10.3.5. Item N não cumprido após a inspeção passa a ser tratado automaticamente
como I na inspeção subsequente.

5.10.3.6. Item R não cumprido após a inspeção passa a ser tratado automaticamente
como N na inspeção subsequente, mas nunca passa a I.

5.10.3.7. Os itens I, N e R devem ser respondidos com SIM ou NÃO.

5.10.4. São passíveis de sanções, aplicadas pelo órgão de Vigilância Sanitária


competente, as infrações que derivam do não cumprimento dos itens qualificados
128

como I e N nos Roteiros de Inspeção, constantes do Anexo IV deste Regulamento,


sem prejuízo das ações legais que possam corresponder em cada caso.

5.10.4.1. O não cumprimento de um item I, dos Roteiros de Inspeção, acarreta a


suspensão imediata da atividade afetada até o seu cumprimento integral.

5.10.4.2. Verificado o não cumprimento de itens N, dos Roteiros de Inspeção, deve


ser estabelecido um prazo para adequação, de acordo com a complexidade das
ações corretivas que se fizerem necessárias.

5.10.4.3. Verificado o não cumprimento de itens R, dos Roteiros de Inspeção, o


estabelecimento deve ser orientado com vistas à sua adequação.

5.11. Índice dos Anexos:

Anexo I - Atribuições da Equipe Multiprofissional de Terapia Nutricional (EMTN)

Anexo II - Boas Práticas de Preparação de Nutrição Enteral (BPPNE)

Anexo III - Boas Práticas de Administração da Nutrição Enteral (BPANE)

Anexo IV - Roteiros de Inspeção

A - Identificação da Empresa e Inspeção das Atividades da EMTN.

B - Preparação de Nutrição Enteral

C - Administração de Nutrição Enteral

Anexo V - Informe Cadastral da UH e EPBS para a prática da TN

ANEXO I

ATRIBUIÇÕES DA EQUIPE MULTIPROFISSIONAL DE TERAPIA NUTRICIONAL


(EMTN) PARA A PRÁTICA DA TNE

1. OBJETIVO
129

Esta recomendação estabelece as atribuições da EMTN, especificamente, para a


prática da TNE.

2. CONSIDERAÇÕES GERAIS

2.1. Para a execução, supervisão e avaliação permanentes, em todas as etapas da


TNE, é condição formal e obrigatória a constituição de uma equipe multiprofissional.

2.2. Por se tratar de procedimento realizado em paciente sob cuidados especiais e


para garantir a vigilância constante do seu estado nutricional, a EMTN para TNE
deve ser constituída de, pelo menos, 1 (um) profissional de cada categoria, com
treinamento específico para esta atividade, a saber: médico, nutricionista, enfermeiro,
farmacêutico, podendo ainda incluir profissionais de outras categorias a critério das
UH e ou EPBS.

2.3. No caso do uso eventual de TNE a não existência da EMTN deve ser justificada
mediante a apresentação, pela UH, de alternativa de atuação para prévia avaliação
da autoridade sanitária.

2.4. A EMTN deve ter um coordenador técnico-administrativo e um coordenador


clínico, ambos membros integrantes da equipe e escolhidos pelos seus
componentes.

2.4.1. O coordenador técnico-administrativo deve, preferencialmente, possuir título


de especialista reconhecido em área relacionada com a TN.

2.4.2. O coordenador clínico deve ser médico, atuar em TN e, preferencialmente,


preencher um dos critérios abaixo:

2.4.2.1. ser especialista, em curso de pelo menos 360 horas, em área relacionada
com a TN, com título reconhecido.

2.4.2.2. possuir título de mestrado, doutorado ou livre docência em área relacionada


com a TN.

2.4.2.2.1. O coordenador clínico pode ocupar, concomitantemente, a coordenação


técnico-administrativa, desde que consensuado pela equipe.

2.5. É recomendável que os membros da EMTN possuam título de especialista em


área relacionada com a TN.
130

3. ATRIBUIÇÕES GERAIS DA EMTN

Compete a EMTN:

3.1. Estabelecer as diretrizes técnico-administrativas que devem nortear as


atividades da equipe e suas relações com a instituição.

3.2. Criar mecanismos para o desenvolvimento das etapas de triagem e vigilância


nutricional em regime hospitalar, ambulatorial e domiciliar, sistematizando uma
metodologia capaz de identificar pacientes que necessitam de TN, a serem
encaminhados aos cuidados da EMTN.

3.3. Atender às solicitações de avaliação do estado nutricional do paciente,


indicando, acompanhando e modificando a TN, quando necessário, em comum
acordo com o médico responsável pelo paciente, até que seja atingido os critérios de
reabilitação nutricional pré-estabelecidos.

3.4. Assegurar condições adequadas de indicação, prescrição, preparação,


conservação, transporte e administração, controle clínico e laboratorial e avaliação
final da TNE, visando obter os benefícios máximos do procedimento e evitar riscos.

3.5. Capacitar os profissionais envolvidos, direta ou indiretamente, com a aplicação


do procedimento, por meio de programas de educação continuada, devidamente
registrados.

3.6. Estabelecer protocolos de avaliação nutricional, indicação, prescrição e


acompanhamento da TNE.

3.7. Documentar todos os resultados do controle e da avaliação da TNE visando a


garantia de sua qualidade.

3.8. Estabelecer auditorias periódicas a serem realizadas por um dos membros da


EMTN, para verificar o cuprimento e o registro dos controles e avaliação da TNE.

3.9. Analisar o custo e o benefício no processo de decisão que envolve a indicação,


a manutenção ou a suspensão da TNE.

3.10. Desenvolver, rever e atualizar regularmente as diretrizes e procedimentos


relativos aos pacientes e aos aspectos operacionais da TNE.

4. ATRIBUIÇÕES DO COORDENADOR TÉCNICO-ADMINISTRATIVO


131

Compete ao coordenador técnico-administrativo:

4.1. Assegurar condições para o cumprimento das atribuições gerais da equipe e dos
profissionais da mesma, visando prioritariamente a qualidade e eficácia da TNE.

4.2. Representar a equipe em assuntos relacionados com as atividades da EMTN.

4.3. Promover e incentivar programas de educação continuada, para os profissionais


envolvidos na TNE, devidamente registrados.

4.4. Padronizar indicadores da qualidade para TNE para aplicação pela EMTN.

4.5. Gerenciar os aspectos técnicos e administrativos das atividades de TNE.

4.6. Analisar o custo e o benefício da TNE no âmbito hospitalar, ambulatorial e


domiciliar.

5. ATRIBUIÇÕES DO COORDENADOR CLÍNICO

Compete ao coordenador clínico:

5.1. Coordenar os protocolos de avaliação nutricional, indicação, prescrição e


acompanhamento da TNE.

5.2. Zelar pelo cumprimento das diretrizes de qualidade estabelecidas nas BPPNE e
BPANE.

5.3. Assegurar a atualização dos conhecimentos técnicos e científicos relacionados


com a TNE e a sua aplicação.

5.4. Garantir que a qualidade dos procedimentos de TNE, prevaleçam sobre


quaisquer outros aspectos.

6. ATRIBUIÇÕES DO MÉDICO

Compete ao médico:

6.1. Indicar e prescrever a TNE.


132

6.2. Assegurar o acesso ao trato gastrointestinal para a TNE e estabelecer a melhor


via, incluindo estomias de nutrição por via cirúrgica, laparoscópica e endoscópica.

6.3. Orientar os pacientes e os familiares ou o responsável legal, quanto aos riscos e


benefícios do procedimento.

6.4. Participar do desenvolvimento técnico e científico relacionado ao procedimento

6.5. Garantir os registros da evolução e dos procedimentos médicos

7. ATRIBUIÇÕES DO NUTRICIONISTA

Compete ao nutricionista:

7.1. Realizar a avaliação do estado nutricional do paciente, utilizando indicadores


nutricionais subjetivos e objetivos, com base em protocolo pré-estabelecido, de forma
a identificar o risco ou a deficiência nutricional .

7.2. Elaborar a prescrição dietética com base nas diretrizes estabelecidas na


prescrição médica.

7.3. Formular a NE estabelecendo a sua composição qualitativa e quantitativa, seu


fracionamento segundo horários e formas de apresentação.

7.4. Acompanhar a evolução nutricional do paciente em TNE, independente da via de


administração, até alta nutricional estabelecida pela EMTN.

7.5. Adequar a prescrição dietética, em consenso com o médico, com base na


evolução nutricional e tolerância digestiva apresentadas pelo paciente.

7.6. Garantir o registro claro e preciso de todas as informações relacionadas à


evolução nutricional do paciente.

7.7. Orientar o paciente, a família ou o responsável legal, quanto à preparação e à


utilização da NE prescrita para o período após a alta hospitalar.

7.8. Utilizar técnicas pré-estabelecidas de preparação da NE que assegurem a


manutenção das características organolépticas e a garantia microbiológica e
bromatológica dentro de padrões recomendados na BPPNE (anexo II).

7.9. Selecionar, adquirir, armazenar e distribuir, criteriosamente, os insumos


necessários ao preparo da NE, bem como a NE industrializada.
133

7.10. Qualificar fornecedores e assegurar que a entrega dos insumos e NE


industrializada seja acompanhada do certificado de análise emitido pelo fabricante.

7.11. Assegurar que os rótulos da NE apresentem, de maneira clara e precisa, todos


os dizeres exigidos no item 4.5.4 - Rotulagem e Embalagem da BPPNE (Anexo II) .

7.12. Assegurar a correta amostragem da NE preparada para análise microbiológica,


segundo as BPPNE.

7.13. Atender aos requisitos técnicos na manipulação da NE.

7.14. Participar de estudos para o desenvolvimento de novas formulações de NE.

7.15. Organizar e operacionalizar as áreas e atividades de preparação.

7.16. Participar, promover e registrar as atividades de treinamento operacional e de


educação continuada, garantindo a atualização de seus colaboradores, bem como
para todos os profissionais envolvidos na preparação da NE.

7.17. Fazer o registro, que pode ser informatizado, onde conste, no mínimo:

a) data e hora da manipulação da NE

b) nome completo e registro do paciente

c) número sequencial da manipulação

d) número de doses manipuladas por prescrição

e) identificação (nome e registro) do médico e do manipulador

f) prazo de validade da NE.

7.18. Desenvolver e atualizar regularmente as diretrizes e procedimentos relativos


aos aspectos operacionais da preparação da NE.

7.19. Supervisionar e promover auto-inspeção nas rotinas operacionais da


preparação da NE

8. ATRIBUIÇÕES DO ENFERMEIRO

Compete ao enfermeiro:
134

8.1. Orientar o paciente , a família ou o responsável legal quanto à utilização e


controle da TNE.

8.2. Preparar o paciente, o material e o local para o acesso enteral.

8.3. Prescrever os cuidados de enfermagem na TNE, em nível hospitalar,


ambulatorial e domiciliar.

8.4. Proceder ou assegurar a colocação da sonda oro/nasogástrica ou transpilórica.

8.5. Assegurar a manutenção da via de administração.

8.6. Receber a NE e assegurar a sua conservação até a completa administração.

8.7. Proceder à inspeção visual da NE antes de sua administração.

8.8. Avaliar e assegurar a administração da NE observando as informações contidas


no rótulo, confrontando-as com a prescrição médica.

8.9. Avaliar e assegurar a administração da NE, observando os princípios de


assepsia, de acordo com as BPANE (Anexo III).

8.10. Detectar, registrar e comunicar à EMTN e ou o médico responsável pelo


paciente, as intercorrências de qualquer ordem técnica e ou administrativa.

8.11. Garantir o registro claro e preciso de informações relacionadas à administração


e à evolução do paciente quanto ao: peso, sinais vitais, tolerância digestiva e outros
que se fizerem necessários.

8.12. Garantir a troca do curativo e ou fixação da sonda enteral, com base em


procedimentos pré-estabelecidos.

8.13. Participar e promover atividades de treinamento operacional e de educação


continuada, garantindo a atualização de seus colaboradores.

8.14. Elaborar e padronizar os procedimentos de enfermagem relacionadas à TNE.

8.15. O enfermeiro deve participar do processo de seleção, padronização, licitação e


aquisição de equipamentos e materiais utilizados na administração e controle da
TNE.

8.16. Zelar pelo perfeito funcionamento das bombas de infusão.


135

8.17. Assegurar que qualquer outra droga e ou nutriente prescritos, sejam


administrados na mesma via de administração da NE, conforme procedimentos
prestabelecidos.

9. ATRIBUIÇÕES DO FARMACÊUTICO

Compete ao farmacêutico:

9.1. De acordo com os critérios estabelecidos pela EMTN, adquirir, armazenar e


distribuir, criteriosamente, a NE industrializada, quando estas atribuições, por razões
técnicas e ou operacionais, não forem da responsabilidade do nutricionista.

9.2. Participar da qualificação de fornecedores e assegurar que a entrega da NE


industrializada seja acompanhada de certificado de análise emitido pelo fabricante,
no caso de atendimento ao item 9.1.

9.3. Participar das atividades do sistema de garantia da qualidade referido no item


4.6. do Anexo II, respeitadas suas atribuições profissionais legais.

9.4. Participar de estudos para o desenvolvimento de novas formulações para NE.

9.5. Avaliar a formulação das prescrições médicas e dietéticas quanto à


compatibilidade físico-química droga-nutriente e nutriente-nutriente.

9.6. Participar de estudos de farmacovigilância com base em análise de reações


adversas e interações droga-nutriente e nutriente-nutriente, a partir do perfil
farmacoterapêutico registrado.

9.7. Organizar e operacionalizar as áreas e atividades da farmácia.

9.8. Participar, promover e registrar as atividades de treinamento operacional e de


educação continuada, garantindo a atualização dos seus colaboradores.
136

ANEXO 2 - Formulário para análise de prontuários e prescrições.

Hospital Universitário Sul Fluminense

Paciente: Data: / /
Idade: Sexo: (F) (M) Peso:
Leito: Clínica: Prontuário:
Diagnóstico de Internação:

Existe relato sobre o Estado nutricional do paciente no prontuário:

Medicamentos: Algum ligado ao estado nutricional?

Exames laboratoriais:

Alguma preocupação com o estado nutricional?

Tipo de Nutrição? ( )Normal ( ) Nutrição Enteral ( ) Nutrição Parenteral


Componentes:

Observações:
137

ANEXO 3 - Questionário para aplicar aos acadêmicos.

Hospital Universitário Sul Fluminense

Acadêmico (a): ____________________________________________________________


Curso/período:______________________________________________________________

O que entende por estado nutricional do paciente?

Você relata sobre o Estado nutricional do paciente no prontuário?


( ) sim ( ) não

Você solicita exames laboratoriais para diagnosticar o estado nutricional do paciente?


( ) sim ( ) não
Caso resposta seja positiva quais?

Qual a sua opinião sobre a interferência do estado nutricional do paciente:


No sucesso das terapêuticas de base? ( ) Muito importante ( ) Importante ( ) Indiferente
No tempo de internação? ( ) Muito importante ( ) Importante ( ) Indiferente
No custo de internação? ( ) Muito importante ( ) Importante ( ) Indiferente

O que entende por Terapia Nutricional?

O que entende por Equipe Multiprofissional de Terapia Nutricional?

Você gostaria de fazer parte da Equipe Multiprofissional de Terapia Nutricional?


( ) sim ( ) não

Deseja fazer parte do portal de discussão de Terapia Nutricional? ( ) sim ( ) não

E-mail para contato: Data:


Observações:
138

ANEXO 4 - Projeto de extensão universitária de educação permanente

Universidade Severino Sombra


Pró-Reitoria de Extensão Universitária ~ Coordenadoria de Extensão e Assuntos
Comunitários

a) De acordo com as normas do MEC, este formulário não poderá sofrer alterações em sua formatação e deverá ser digitado
em letra 10 e fonte Arial.

b) Os Formulário para os Projetos de Extensão Universitária, Educação Permanente e Atividade Comunitária, poderão ser
solicitados via site www.uss.br, ou na Secretaria de Extensão. P.S.: Trazer disquete.

c) Para melhor atender as necessidade do Projeto, cabe a Coordenadoria de Extensão, informar-lhe, que o recebimento só
será aceito com 60 dias de antecedência, prazo mínimo necessário para que se cumpra as necessidades (análise,
aprovação, confecção e divulgação de material gráfico) para a realização do Projeto de Educação Permanente.

d) O Projeto deverá ser entregue em 01 via, em papel A4, juntamente com o disquete contendo o arquivo do mesmo;

e) Todas as vias do Projeto deverão ser rubricadas;

f) O Coordenador do Projeto deverá encaminhar ao final do Projeto um relatório final juntamente com impressos e fotos
que comprovem o desenvolvimento do mesmo;

g) Os certificados só serão emitidos mediante a apresentação dos documentos solicitados no item f ;

h) As informações explicativas, constantes da coluna C deverão ser apagadas após o preenchimento do conteúdo do Projeto;

Formulário Atualizado em 22-03-2005

PROJETO DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA


EDUCAÇÃO PERMANENTE

Cursos, Simpósios, Palestras, Seminários, Congressos, Jornadas, Semanas, Encontros e etc


A B C
A Terapia Nutricional hospitalar: com ênfase na
01 Título:
importância da Equipe Multiprofissional de saúde
02 Tipo de Curso: Educação Permanete
03 Unidade: Centro de Ciências da Saúde
04 Disciplina: Terapia nutricional
139

Mostrar aos profissionais e acadêmicos do


Hospital Universitário Sul Fluminense (HUSF)
como atuar na assistência nutricional.

Promover a integração das habilidades de cada


membro da equipe de saúde, assim como a
melhor comunicação entre eles.

Sensibilizar os profissionais da saúde para


05 Objetivo:
importância da equipe multiprofissional de terapia
nutricional especializada que promove assim a
melhoria global do atendimento ao paciente
internado (HUSF).

Apresentar como é importante a inserção desta


equipe multiprofissional hospitalar, para atender
com sucesso os pacientes hospitalizados, com
menor custo.
Os dados que apontam o estado nutricional dos
pacientes nos prontuários médicos devidamente
preenchidos pela equipe de multiprofissional de
terapia nutricional na admissão e monitoramento
do paciente seriam ferramentas importantes de
identificação precoce dos pacientes em risco
nutricional sendo assim é importante sensibilizar e
motivar através da capacitação as ações que
proporcionam o envolvimento dos profissionais de
06 Justificativas:
saúde e residentes do hospital com a terapia
nutricional para viabilizar a constituição formal de
uma equipe multiprofissional de terapia e a
implementação da terapia nutricional no hospital
dentro dos padrões técnicos e legais, para a
garantia da qualidade do serviço prestado e
melhor aprimoramento da técnica de assistência
nutricional para o maior benefício do paciente que
necessita desta terapia.
Terapia Nutricional, Terapia Nutricional Enteral e
Terapia Nutricional Parenteral;
Importância da equipe multiprofissional de Terapia
Nutricional (EMTN);
Atuação dos Profissionais na EMTN;
Planejamento Nutricional;
07 Conteúdo Programático Indicações, vias de acesso, formulações,
prescrições; monitoramento, complicações,
compatibilidades e interações das terapias
Nutricionais (enteral e parenteral) e
Bases da implementação e gerenciamento da
Equipe Multiprofissional de Terapia Nutricional no
hospital.
140

BAXTER YC; WAITZBER DL. O Valor da Equipe


Multiprofissional de Saúde na Terapia Nutricional
Especializada.In: Revista Brasileira de Nutrição
Clínica 1997. 12:17-20.

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria 272 da


Secretaria Nacional de Vigilância Sanitária,
Regulamento para a Terapia de Nutrição
Parenteral. Brasília, 1998.

______. Ministério da Saúde. Resolução RDC 63


da Secretaria Nacional de Vigilância Sanitária,
Regulamento Técnico para a Terapia de Nutrição
Enteral. Brasília, 2000.

_______. Ministério da Saúde. Resolução RDC


343 da Secretaria Nacional de Vigilância Sanitária.
Brasília, 2005.
08 Bibliografia:
_______. Ministério da Saúde. Resolução RDC
131 da Secretaria Nacional de Vigilância Sanitária.
Brasília, 2005.

SILVA, MLT. Importância da Equipe


Multiprofissional em Terapia Nutricional. In.
WAITZBERG, D.L., Nutrição Oral, Enteral e
Parenteral na Prática Clínica. Rio de Janeiro:
Atheneu, 3a ed., 2001. Cap. 107. 1627-1634.

VINNARS, E; WILMORE, D. History of parenteral


nutrition. Journal of Parenteral and Enteral
Nutrition, 2003. v. 27, n. 3, p. 225-231.

WAITZBERG DL; CAIAFFA WT; CORREIA MITD.


Inquérito Brasileiro de Avaliação Nutricional
Hospitalar. In: Revista Brasileira de Nutrição
Clínica, 1999. 14:124-134.
Profissionais, residentes e acadêmicos do
09 Público-alvo:
Hospital Universitário Sul Fluminense (HUSF).
10 N.º de vagas: Sem limites mínimos e no máximo 80
11 Carga Horária: 30 horas
Ser funcionário, residente ou acadêmico do
12 Pré-requisito(s):
Hospital Universitário Sul Fluminense (HUSF)
(retroprojetor, projetor de slides, data show,
13 Recursos Necessários: material gráfico e xérox – de acordo com a
quantidade de inscritos).
14 Local de realização: Centro de Estudos do HUSF
(Segundo semestre de 2008) Centro de estudos
15 Período de realização:
do HUSF, sábado de 8 as 18 horas.
141

Segundo semestre de 2008, Centro de estudos do


16 Inscrição:
HUSF
17 Coordenador(es) do Projeto: Maria Inês Nogueira de Souza Benfenatti
Graduação em Farmácia (Universidade Federal
Fluminense – UFF), 1983.
Graduação em Farmácia Industrial (UFF), 1986.
Habilitação em nutrição parenteral e enteral
(Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e
Enteral - SBNPE),1991.
Especialização em nutrição parenteral e enteral
(SBNPE), 1998.
MBA: Didática do Ensino Superior
(Centro Tecnológico, UFF), 2003
Cursando Mestrado Profissional em Ensino de
18 Currículo
Ciências da Saúde e do Ambiente do Centro
Universitário Plinio Leite-UNIPLI (UNIPLI), Inicio
2006.
Professor na Universidade Severino Sombra
Tem experiência na área de Terapia nutricional e
Farmácia Hospitalar, com ênfase em Atenção
Farmacêutica na terapia nutricional hospitalar,
atuando principalmente nos seguintes temas:
Equipe multiprofissional de Terapia Nutricional,
Assistência farmacêutica aos pacientes e
produção de nutrição parenteral e enteral.
Fábio de Oliveira Martinez Alonso, Maria Inês
Nogueira de Souza Benfenatti e palestrantes
19 Ministrante(s):
convidados (profissional de enfermagem,
medicina e nutrição).
Fábio de Oliveira Martinez Alonso:
Graduação em Farmácia pela Universidade
Federal do Rio de Janeiro (1998),
Mestrado em Ciências Farmacêuticas pela
Universidade Federal do Rio de Janeiro (2001) e
Doutorado em Bioquímica pela Universidade
Federal do Rio de Janeiro (2006).
Coordenador e docente do curso de graduação
em Farmácia do Centro Universitário Plinio Leite-
UNIPLI, Perito Criminal do Instituto de
20 Currículo
Criminalística Carlos Éboli e
Professor credenciado do programa de Mestrado
Profissional em Ensino de Ciências da Saúde e do
Ambiente do UNIPLI.
Tem experiência na área de Bioquímica, com
ênfase em Enzimologia e Tecnologia de
Fermentações, atuando principalmente nos
seguintes temas: Perícia Criminal, ensino de
Ciências da Saúde.

21 Corpo Discente envolvido: Não há


142

(Reservado à Gerência de Projetos)


22 Data da aprovação:

Deferimento do(a) Coordenador(a) de Curso


Coordenador(a) de Curso:

Deferimento do(s) Coordenador(es) do Projeto


23 Coordenador(es) do Projeto:

Deferimento da Sub-Coordenação
24 Sub-Coordenadoria de Extensão

Deferimento da Coordenação
25 Coordenadoria de Extensão:

Deferimento do Pró-Reitor
Pró-Reitoria de Extensão
26
Universitária:

Pró-Reitoria de Extensão Universitária – Av. Exp. Oswaldo de Almeida Ramos, 280 –


Pav. Ana Maria Leal de Almeida - Campus 1 - Centro Vassouras / RJ - CEP.:
27.700-000 - Tel.: (24) 2471-8358
e-mail: secretaria.extensao@uss.br
143

ANEXO 5 - Aprovação do Projeto no Comité de Ética em Pesquisa

Fundação Educacional Severino Sombra

Universidade Severino Sombra

Comité de Ética em Pesquisa

Prezada Professora,

Comunicamos que o Projeto intitulado "A terapia Nutricional no Hospital


Universitário Sul Fluminense (HUSF): uma reflexão sobre a necessidade da equipe
multiprofissional de saúde na acompanhamento do paciente.", foi APROVADO pelo
Comité de Ética em Pesquisa - CEP.
Atenciosamente

Atenciosamente

ProMVIaddi Damiào Júnior

Coordenador do CEP – USS


Praça Martinho Nóbrega, 40 - Centro - Vassouras, RJ - CEP: 27700 - 000 - PABX: (24) 2471-8200 - http://www.uss.br
144

ANEXO 6 - FORMULÁRIO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO DOS


SUJEITOS DA PESQUISA
Universidade Severino Sombra
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO SUL FLUMINENSE
Centro de Estudos Professor Severino Sombra – HUSF
Educação Permanente
FORMULÁRIO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO DOS SUJEITOS
DA PESQUISA

DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO DE EXTENSÃO


Titulo do Projeto Número do Projeto
A Terapia Nutricional no Hospital Universitário Sul Fluminense: uma reflexão sobre a

necessidade da equipe multiprofissional de saúde no acompanhamento do paciente

Coordenador Centro Curso


Maria Inês Nogueira de Souza Benfenatti Ciências da Súde Framácia

DADOS DO SUJEITO DA PESQUISA


Nome Nascimento Sexo

( )M ( )F
Naturalidade Nacionalidade Identidade Emissão Órgão expedidor CIC

Profissão Estado civil

Endereço Cidade Estado CEP

Telefone Pai Mãe

TERMO DE CONSENTIMENTO
Eu, acima identificado e abaixo assinado, fui devidamente informado e
esclarecido sobre o Projeto de Extensão/Educação Permanente do CESS/HUSF
especificado neste documento. Estou ciente que minha participação na pesquisa
será fornecer informações a respeito da saúde e dos hábitos de minha vida e de
meus familiares. Compreendi perfeitamente os esclarecimentos que recebi. Estou
ciente dos objetivos, métodos e procedimentos que serão realizados. É de livre
vontade que participo e autorizo os pesquisadores a divulgarem fotografias e os
resultados obtidos.
Data: _____ / _____ / ___________
_________________________________
Assinatura
145

ANEXO 7 - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO


Comitê de Ética em Pesquisa – USS
1- Identificação do responsável pela execução da pesquisa:

Título do Projeto: A Terapia Nutricional no Hospital Universitário Sul Fluminense: uma reflexão sobre a
necessidade da equipe multiprofissional de saúde no acompanhamento do paciente

Coordenador do Projeto: Maria Inês Nogueira de Souza Benfenatti

Telefones de contato do Coordenador do Projeto: (21)81140355, (21) 27107713 e (24) 24718357

Endereço do Comitê de Ética em Pesquisa: Praça Martinho Nóbrega, n. 40, Centro - Vassouras

2- Informações ao participante ou responsável:


1. Você está sendo convidado a participar de uma pesquisa que tem como objetivo: identificar as experiências dos profissionais
e residentes do Hospital Universitário Sul Fluminense (HUSF) em terapia nutricional no acompanhamento do estado nutricional
do paciente internado, e verificar a experiência de trabalho como membro de equipe multiprofissional de terapia nutricional
(EMTN). Segundo o observado nas entrevistas que servirá de base e norteará a realização da estrutura para o curso de
educação continuada que propiciará a capacitação e qualificação dos profissionais e residentes para o desenvolvimento e a
promoção de um programa de terapia nutricional, de acordo com critérios técnico-científicos e legais vigentes no Brasil,
priorizando a maximização da qualidade de atendimento aos pacientes, assim efetivar no HUSF uma política institucional que
resgata, valoriza, embasa e valida cientificamente a garantia do uso apropriado das terapias nutricionais, para melhorar as taxas
de morbidade e mortalidade dos pacientes, a redução de tempo de internação hospitalar bem com promover o controle dos
custos e promoção de terapias custo/efetivas, para atender com sucesso os pacientes hospitalizados, com menor custo.
Finalmente motivar os profissionais para implementação e atuação em EMTN especializada promovendo assim a melhoria
global do atendimento ao paciente internado no HUSF.
2. Antes de aceitar participar da pesquisa, leia atentamente as explicações abaixo que informam sobre o procedimento.
Nesta pesquisa os profissionais médicos, enfermeiros, nutricionistas, farmacêuticos, residentes e acadêmicos que atuam no
HUSF, responderão questionário cujas perguntas propiciarão identificar o nível de conhecimento dos profissionais sobre a
importância do estado nutricional dos pacientes e os requisitos mínimos para a atuação profissional na EMTN.
3. Você poderá recusar a participar da pesquisa e poderá abandonar o procedimento em qualquer momento, sem nenhuma
penalização ou prejuízo. Durante o procedimento de entrevista e do curso de educação continuada, você poderá recusar a
responder qualquer pergunta que por ventura lhe causar algum constrangimento.
4. A sua participação como voluntário, não auferirá nenhum privilégio, seja ele de caráter financeiro ou de qualquer natureza,
podendo se retirar do projeto em qualquer momento sem prejuízo a V.Sa.
5. Serão garantidos o sigilo e privacidade, sendo reservado ao participante ou seu responsável o direito de omissão de sua
identificação ou de dados que possam comprometê-lo.
6. Na apresentação dos resultados não serão citados os nomes dos participantes.
Confirmo ter conhecimento do conteúdo deste termo. A minha assinatura abaixo indica que concordo em participar desta
pesquisa e por isso dou meu consentimento.
Vassouras, _____de ___________________ de 20_____.

Participante:___________________________________________________________________________
Observação: O TCLE deve ser impresso em duas cópias, ficando uma delas sob responsabilidade do Coordenador e a outra sob a guarda do
participante.
146

ANEXO 8 - Tabelas 8, 9 e 10 com artigos sobre inquérito nutricional realizado em


pacientes adultos internados em hospitais do Brasil, Países da América Latina e
Cuba.

Tabela 8: Artigos sobre inquérito nutricional realizado em pacientes adultos


internados em hospitais do Brasil.

Título do
País (Ano) Objetivo Resultado Conclusão
artigo

14,6% dos pacientes tiveram peso e O INBRANUTRI revelou:


20,3% a altura registrado no Que a terapia nutricional é bem
prontuário. insipiente.
O objetivo deste estudo foi 48,1% dos pacientes estavam com A prevalência média da desnutrição
Este foi um determinar a prevalência desnutrição hospitalar. hospitalar é alta.
Inquérito ensaio de desnutrição hospitalar, 12,6% dos pacientes estavam com Atenção com estado nutricional dos
Brasileiro multicêntrico, aquilatar a preocupação desnutrição grave. pacientes é mínima, provavelmente por
de realizada em com o estado nutricional 23,5% tiveram níveis séricos de falta de consciência dos profissionais de
Avaliação hospitais de dos pacientes por parte albumina e / ou contagem de saúde sobre a relevância deste.
Nutricional 12 Estados e das equipes de saúde e linfócitos anotados no prontuário A indicação e o uso de nutrição
Hospitalar – no Distrito avaliar o uso da terapia 18,8% apresentavam relatos do parenteral e enteral são menores do que
IBRANUTRI federal. nutricional. estado nutricional no prontuário. as recomendadas pela literatura.
Brasil. Verificaram-se 4000 10,1% utilizaram terapia nutricional.
(1996). pacientes internados em 6,1% utilizaram terapia nutricional
hospitais da rede pública enteral.
1,2% utilizaram terapia nutricional
parenteral.
Fonte: WAITZBERG & CAIAFFA & CORREIA, 1999.
147

Tabela 9: Artigos sobre inquérito nutricional realizado em pacientes adultos


internados em hospitais em Países da América Latina.

Título do artigo País (Ano) Objetivo Resultado Conclusão

26,5% dos pacientes tiveram O ELAN revelou:


peso e 32,9% a altura Que a desnutrição hospitalar
registrado no prontuário. na América Latina é altamente
50,2% dos pacientes estavam prevalente.
com desnutrição hospitalar. Apesar desta prevalência,
Este foi um O objetivo deste estudo foi
11,2% dos pacientes estavam profissionais de saúde "com
ensaio determinar o estado nutricional
com desnutrição grave. consciência” sobre desnutrição
APPLIED multicêntrico, e a prevalência de desnutrição,
26,5% tiveram níveis séricos de é fraca, a terapia nutricional
NUTRITIONAL realizada em através da Avaliação
albumina e / ou contagem de não é utilizada com rotina.
INVESTIGATION hospitais de 13 Subjetiva Global na América
linfócitos anotados no As estratégias devem ser
Prevalence of países da Latina,
prontuário criadas para estimular as
Hospital América Latina: investigou a consciência da
23% apresentavam relatos do políticas governamentais e
Malnutrition in Argentina, Brasil, relação da equipe de saúde e o
estado nutricional no prontuário. atitudes educativas, à
Latin America: Chile, Costa estado nutricional, avaliou o
8,8% utilizaram terapia semelhança do que tem sido
The Multicenter Rica, Cuba, uso da terapia nutricional, e
nutricional. feito no Brasil.
ELAN Study República avaliou as políticas
6,3% utilizaram terapia As sociedades nacionais e a
Dominicana, governamentais que
nutricional enteral. FELANPE terão papel
ELAN (significa México, Panamá, regulamenta a prática de
fundamental na tarefa de
Inquérito de Paraguai, Peru, terapia nutricional de cada
enfrentar o desafio da
avaliação Porto Rico, país.
desnutrição hospitalar e as
Nutricional) Venezuela e Verificaram-se 9348
devastadoras conseqüências
Uruguai. pacientes internados em
2,5% utilizaram terapia desta.
(1998) hospitais na América Latina.
nutricional parenteral. Brasil e Costa Rica são os
únicos países onde existem
políticas governamentais
relativas à nutrição e à prática
equipes da terapia nutricional.
Fonte: CORREIA & CAMPOS, 2003.
148

Tabela 10: Artigos sobre inquérito nutricional realizado em pacientes adultos


internados em hospitais em Países da América Latina.

Título do
País (Ano) Objetivo Resultado Conclusão
artigo

40,6% dos pacientes tiveram sua O ELAN cubano revelou:


altura e peso, registrado no Que o estado atual dos cuidados
O objetivo deste
prontuário. nutricionais prestados a pacientes
estudo foi avaliar a
0,4% apresentavam anotação sobre atendidas em hospitais apresenta alta
The state of atual prática para
estado nutricional e com diagnóstico prevalência nas taxas de desnutrição
the provision diagnosticar e
de desnutrição registrado no hospitalar.
of nutritional Este foi um documentar
prontuário. Que no prontuário dos pacientes o estado
care to ensaio desnutrição
20,0% delas tiveram níveis séricos de nutricional apresenta documentação
hospitalized multicêntrico hospitalar,
albumina e / ou contagem de linfócitos insuficiente.
patients - realizado 12 em verificação do tempo
anotados no prontuário Baixas taxas de utilização de técnicas
Results from hospitais de de jejum e dos
41,2% dos pacientes com desnutrição Antropométricas e bioquímicas na
The ELAN - Cuba regimes de Nutrição
hospitalar. avaliação de paciente.
Cuba Study (2000) Artificial (parenteral /
10,9% dos doentes foram Baixas taxas de utilização Nutrição artificial
Enteral).
beneficiadas com alguma técnica de técnicas que deveriam ter apoiado os
Verificaram-se
nutrição terapêutica pacientes desnutridos durante os períodos
1905 doentes
de aumento das necessidades nutricionais.
hospitalizados.
15% utilizaram terapia nutricional Os efeitos deletérios das doenças
(parenteral e/ou enteral). relacionadas com a desnutrição foram
encontrados.
Fonte: PORBE`N, 2006.
149

Anexo 9 - “Webblog” sobre Terapia Nutricional

Terapia Nutricional

Este blog sobre terapia nutricional (TN) objetiva sensibilizar e capacitar acadêmicos
da saúde a aprimorar seus conhecimentos na prática TN e assim se integrar a
Equipe multiprofissional de TN (EMTN), pois como membro da equipe poderá
contribuir com sua especificidade profissional para diminuir a desnutrição intra-
hospitalar, melhorar a resposta da TN, minimizando complicações, reduzir tempo de
internação e custos, assim alcançar a eficiência e eficácia na TN para pacientes
hospitalizados.

Arquivo do blog

• ▼ 2008 (3)
o ▼ Setembro (3)
 Equipe Multiprofissional de terapia Nutricional
 Terapia Nutricional Parenteral e Enteral
 Terapia Nutricional

Quem sou eu
Maria Inês Nogueira de Souza Benfenatti
• Sexo: Feminino
• Atividade: Ciência
• Profissão: Farmacêutica
• Local: Niterói : Rio de Janeiro : Brasil

Interesses
• Membro da Sociedade Brasileira de nutrição parenteral e enteral Professora
Universitária
Visualizar meu perfil completo

Equipe Multiprofissional de terapia Nutricional


A partir de 1968 hospitais investiram em equipes multiprofissonais de terapia
nutricional foi nesta ocasião que os profissionais da saúde reconheceram,
possivelmente pela primeira vez, a importância da avaliação nutricional na admissão
hospitalar e que a terapia nutricional poderia determinar a evolução e o prognóstico
do paciente (VINNARS & WILMORE, 2003).
A portaria n° 272 (1998), e a resolução RDC 63 (200 0) da Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (ANVISA) estabelecem os requisitos mínimos exigidos para a
administração de Terapia Nutricional Parenteral e Terapia Nutricional Enteral,
respectivamente, define a “Equipe Multiprofissional de Terapia Nutricional (EMTN)
150

como grupo formal e obrigatoriamente constituído de pelo menos um profissional


médico, farmacêutico, enfermeiro e nutricionista, habilitados e com treinamento
específico para a prática da TN” (BRASIL, 1998; BRASIL 2000).
As atribuições da EMTN foram regulamentadas, e preconizadas no anexo I da
Portaria 272 (1998) e na RDC 63 (2000), sendo importante para a EMTN ter um
coordenador técnico-administrativo e um coordenador clínico. Os coordenadores
exercem um papel importante no sucesso da EMTN, relacionado aos cuidados do
paciente e administração da equipe. As funções de cada membro bem como suas
atribuições estão relacionadas com a especificidade e o papel de cada um dos
membros da equipe deve ser definido claramente e sistematizado, para uma maior
eficiência nas atuações. A competência de cada componente da EMTN está descrita
integramente na portaria 272/1998 e RDC 63/2000 do Ministério da Saúde e
resumidas abaixo:
As atribuições da EMTN segundo a portaria 272/1998 e RDC 63/2000 são:
- Estabelecer as diretrizes técnico-adminstrativas que devem nortear as atividades da
equipe e suas relações com a instituição;
- Criar mecanismos para o desenvolvimento das etapas de triagem e vigilância
nutricional em regime hospitalar, ambulatorial e domiciliar, sistematizando uma
metodologia capaz de identificar pacientes que necessitam de TN, a serem
encaminhados aos cuidados da EMTN;
- Atender às solicitações de avaliação do estado nutricional do paciente, indicando,
acompanhando e modificando a TN, quando necessário, em comum acordo com o
médico responsável pelo paciente, até que seja atingido os critérios de reabilitação
nutricional pré-estabelecidos;
- Assegurar condições adequadas de indicação, prescrição, preparação,
conservação, transporte e administração, controle clínico e laboratorial e avaliação
final da TNP e TNE, visando obter os benefícios máximos do procedimento e evitar
riscos;
- Capacitar os profissionais envolvidos, direta ou indiretamente, com a aplicação do
procedimento, com a aplicação do procedimento, por meio de programas de
educação continuada, devidamente registrados;
- Estabelecer protocolos de avaliação nutricional, indicação, prescrição e
acompanhamento da TNP e TNE;
- Documentar todos os resultados do controle e da avaliação da TNP e TNE visando
a garantia de sua qualidade;
- Estabelecer auditórias periódicas a serem realizadas por um dos membros da
EMTN, para verificar o cumprimento e o registro dos controles e avaliação da TNP e
TNE;
- Analisar o custo e o benefício no processo de decisão que envolve a indicação, a
manutenção ou a suspensão da TNP e TNE;
- Desenvolver, rever e atualizar regularmente as diretrizes e procedimentos relativos
aos pacientes e aos pacientes e aos aspectos operacionais da TNP e TNE (BRASIL,
1998; BRASIL 2000).
As competências de cada profissional da EMTN foram regulamentadas, e
preconizadas no anexo I da Portaria 272 (1998) do MS e na RDC 63 (2000) da
ANVISA, sendo importante para a EMTN ter um coordenador técnico-administrativo e
151

um coordenador clínico. Os coordenadores exercem um papel importante no


sucesso da EMTN, relacionado aos cuidados do paciente e administração da equipe.
As funções de cada membro bem como suas atribuições estão relacionadas com a
especificidade e o papel de cada um dos membros da equipe deve ser definido
claramente e sistematizado, para uma maior eficiência nas atuações. A competência
de cada componente da EMTN está descrita integramente no Anexo I da portaria
272/1998 e RDC 63/2000 bem como as atribuições do Coordenador Técnico -
Administrativo e estão descritos no anexo 1 (BRASIL, 1998; BRASIL 2000).
Os dois regulamentos Portaria 272 (1998) MS e a Resolução 63 (2000) ANVISA,
assim como as portarias 343 da ANVISA publicada em 07 de março de 2005, que
institui no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), mecanismos para a
organização e implantação da assistência de Alta Complexidade em Terapia
Nutricional, e a Portaria 131 da ANVISA publicada em 08 de março de 2005, que
define Unidades de Assistência de Alta Complexidade em Terapia Nutricional e
Centros de Referência de Alta Complexidade em Terapia Nutricional e suas aptidões
e qualidades, estabelecem a necessidade da existência de uma EMTN formalmente
constituída e registrada para a prática da terapia nutricional parenteral e enteral,
observando ainda que a ausência desta equipe seja condição impeditiva para a
prática desta terapia (BRASIL, 2005a; BRASIL 2005b).
A necessidade de programar a TN requer a presença da EMTN para que haja um
melhor aproveitamento e sucesso da terapêutica nutricional, e está deve ser uma
regra conforme a recomendação das portarias 272, 343, 131 e RDC 63 e não uma
exceção (BRASIL, 1998; BRASIL, 2005a; BRASIL 2005b; BRASIL 2000). Neste
contexto, é fundamental para implementação adequada da TN, a existência de uma
EMTN, pois a equipe atuante resulta num maior número de informações, da mais alta
qualidade, fundamentais para garantir a eficácia da TN, assim como a segurança dos
pacientes que necessitam de tal terapia. Deve ainda ser observada que a TN é uma
atividade altamente especializada, complexa, sujeita a complicações e riscos em
todas as etapas. Sendo, portanto necessário, que a unidade hospitalar que realiza
este tipo de terapia, esteja suficientemente preparada e registrada para a oferta de
uma TN de qualidade, conforme determina a portaria 272, 343, 131 e RDC 63
(BRASIL, 1998; BRASIL, 2005a; BRASIL 2005b; BRASIL 2000).
Frente ao crescente interesse pela nutrição parenteral e à prevalência elevada de
desnutrição, a ASPEN (Sociedade Americana de Nutrição Enteral e Parenteral) criou,
em 1975, um comitê científico multiprofissional voltado a promover atendimento ao
paciente com melhor qualidade, favorecer educação e pesquisa em TN e metabólica,
desenvolver guias para a prática de TN e para nortear a formação de equipes e
distribuição das atribuições dos diferentes profissionais. ASPEN, pela sua
importância, também é o instrumento de certificação de profissionais para a prática
da TN nos Estados Unidos da América (SILVA, 2001).
Os métodos de aplicação da TN sofreram mudanças importantes desde seu início na
década de 60. Assim como os avanços nos conhecimentos em nutrição clínica,
disponibilidade de cateteres e sondas flexíveis e de pequeno calibre, dietas
especializadas e sistema apropriado de infusão que desta forma permitiram melhorar
os resultados. Todavia, os progressos tanto para a nutrição parenteral quanto a
enteral, podem estar associados a menores complicações graves e fatais, assim
152

como os fatores que garantam uma TN segura e eficiente, devido a imprescindível


presença de uma EMTN. Todos estes fatos foram a mola propulsora para que a
partir da década de 70 nos países de primeiro mundo houvesse uma expansão das
EMTN e no Brasil desde a década de 80 (BAXTER & WAITZBERG,1997).
A ASPEN no ano de 1991 nos EUA pesquisou 1680 hospitais, e encontrou uma
prevalência de 29% de EMTN nos hospitais. Em mais da metade destes, a EMTN
estava ativa a mais de cinco anos e, em 27% a EMTN existia a menos de cinco anos.
Sobre as EMTN no Brasil poucos são os dados históricos relativos a existência
destas equipes nos hospitais brasileiros. Em 2 estados foi inicialmente verificado a
utilização da nutrição parenteral (NP) pela Sociedade Brasileira de Nutrição
Parenteral e Enteral (SBNPE), na gestão de 1996 – 1997 que pesquisou nos
hospitais dos estados de São Paulo e Rio de Janeiro a aplicação de NP, com
enfoque na indicação, produção, uso, custos e formação de EMTN. Foram incluídos
232 hospitais neste estudo, a NP foi utilizada em 75% dos hospitais e em 20% havia
a presença da EMTN formada o que significa 15% de todos os hospitais
investigados. O estudo mostra ainda a maior existência de equipes formalmente
constituída no Rio de Janeiro (capital) sendo 35% de todos os hospitais pesquisados.
Das 35 equipes pesquisadas, 31 apresentavam outros profissionais além de médicos
entre as equipes entrevistadas, 89% apresentavam-se constituídas por pelo menos
um profissional médico, nutricionista, enfermeiro e farmacêutico, estes são dados
que fazem parte dos resultados obtidos no IBRANUTRI (WAITZBERG, CAIAFFA,
CORREIA, 1999).
Estudos da década de 70 apresentam freqüência elevada de desnutrição hospitalar,
com variação de freqüência de 30% a 50% de pacientes desnutridos e mostrou a
necessidade de TN nutricional em situações clínicas e cirúrgicas diversas, e a
necessidade de implantar a EMTN com a missão de exercer atividade assistencial
hospitalar, domiciliar e ambulatorial, atividade de educação e pesquisa (BAXTER &
WAITZBERG,1997).
A grande evolução na melhora do estado nutricional do paciente são metas que tem
sido alcançada ao longo dos anos, principalmente devido a forte convicção no
modelo de equipe multiprofissional, embasada na divisão de tarefas e valorização
individual, mas sempre almejando um crescimento coletivo, com busca permanente
de conhecimentos e atualização, sempre com a liderança segura e competente do
coordenador do grupo que propiciará uma melhora da qualidade das terapêuticas
(BAXTER & WAITZBERG,1997).
A organização da EMTN tradicionalmente é um esforço que envolve os profissionais
de saúde, e tem como objetivo melhorar a prática da TN, onde cada profissional traz
para a equipe conhecimentos de nutrição, avaliação e controle dos pacientes de
acordo com a disciplina respectiva (SILVA, 2001).
Em geral, os EMTN são formados por profissionais da saúde que tem como objetivo
reconhecer a política hospitalar, identificar os procedimentos e recursos disponíveis,
diagnosticar a incidência de desnutrição, quantificar os pacientes sob TN (NPT, NE
ou suplementação oral), checar os exames laboratoriais e a freqüência com que são
realizados, os tipos de soluções prescritas e custos (SILVA, 2001).
As vantagens da EMTN estão descritos em estudos, que desde a década de 70,
mostraram vantagens e melhores resultados relacionados à aplicação da TN quando
153

realizada por EMTN. Estas vantagens foram relacionadas à redução de


complicações, de custos e melhor adequação nutricional, a normatização das
condutas, o surgimento de protocolos, controle adequado, entre outras atribuições da
EMTN, que reduz complicações gerais, infecciosas, metabólicas, gastrintestinais e
mecânicas (CORREIA & ECHINIQUE, 2001).
Outros estudos apontaram uma economia para o hospital quando compararam os
custos relacionados à TN no período anterior e posterior à formação da EMTN,
possivelmente em razão da redução do desperdício no preparo, padronização das
prescrições, solicitação de exames laboratoriais e uso de equipamentos adequados.
Os estudos mostraram, ainda, que é possível proporcionar melhor adequação
nutricional, e, com isso, favorecer os resultados do tratamento nutricional e aumentar
a retenção nitrogenada (CORREIA & ECHINIQUE, 2001).
Dessa forma, verifica-se que a presença da EMTN implica acompanhamento diário
dos pacientes dividido entre os membros da equipe, o que permite melhorar a
eficiência da assistência com evidentes vantagens para o paciente e a instituição
(CORREIA & ECHINIQUE, 2001).
A EMTN deve ter o compromisso de buscar sempre oferecer TN com qualidade e
segurança. Para isso, é necessário que a equipe seja composta por profissionais
especialistas que sempre se atualize (SILVA, 2001).
A qualidade dos cuidados é fortalecida quando a equipe redige e atualiza seus
protocolos e guias para o uso e administração dos inúmeros produtos nutricionais,
assim como controle da TN e clínico. De outro lado, a verificação periódica do
cumprimento das metas estabelecidas, do número de pacientes atendidos,
distribuição de NP E NE, média de permanência sob TN ou freqüência das
complicações gerais permitem avaliar a atuação da equipe, a avaliação da média de
permanência dos pacientes sob TN, por exemplo, pode ser um dos marcadores da
eficiência da indicação do tratamento adequado (SILVA, 2001).
Um programa de terapia nutricional terá pleno sucesso quando todos os membros
integrantes da EMTN se encontrarem envolvidos e trabalharem de modo homogêneo
e coeso, tendo em vista o benefício do paciente através do aprimoramento de técnica
de assistência nutricional, assim como a garantia da qualidade do serviço prestado
(CORREIA & ECHINIQUE, 2001).
O aumento da taxa de complicações cirúrgicas, infecciosas e mortalidade provocada
por desnutrição intra-hospitalar podendo ter encargos do sistema financeiro, sendo
então o investimento em TN uma realidade altamente vantajosa que oferece retorno
econômico, e ainda o custo da criação e manutenção da EMTN estará justificada e é
facilmente compensado pelos recursos gerados pela própria equipe. Em artigo
publicado no Brasil com grupos de pacientes cirúrgicos recebendo TN demonstrou
um custo 2,6 vezes menor. A pesquisa para o modelo ideal de TN é baseada no
binômio de qualidade e custo. A prescrição da TN tem um impacto favorável sobre
recursos financeiros e geradores de aspectos da instituição, quando praticada por
EMTN devidamente treinado (WAITZBER & BAXTER, 2004).

Bibliografia utilizada e recomendada

BRASIL, Ministério da Educação e Cultura. Decreto n. 2.494, de 10 de fevereiro de


154

1998. Dispõe sobre a Educação a Distância como forma de ensino que possibilita a
auto-aprendizagem. Brasília. Ministério da Educação. 1998a.

______. Ministério da Saúde. Portaria 272 da Secretaria Nacional de Vigilância


Sanitária, Regulamento para a Terapia de Nutrição Parenteral. Brasília, 1998 a.

______. Ministério da Saúde. Resolução RDC 63 da Secretaria Nacional de


Vigilância Sanitária, Regulamento Técnico para a Terapia de Nutrição Enteral.
Brasília, 2000.

_______. Ministério da Saúde. Portaria 343 da Secretaria Nacional de Vigilância


Sanitária, institui no âmbito do SUS, mecanismos para implantação da assistência de
Alta Complexidade em Terapia Nutricional. Brasília, 2005a.

_______. Ministério da Saúde. Portaria 131 da Secretaria Nacional de Vigilância


Sanitária, institui mecanismos para a organização e implantação de Unidades de
Assistência e Centros de Referência de Alta Complexidade em Terapia Nutricional,
no âmbito do Sistema Único de Saúde. Brasília, 2005b.

CARDOSO, S. P.; MARTINS, C. Nutrição por sonda. In. CARDOSO, S. P.,


MARTINS, C. Terapia Nutricional Enteral e Parenteral, Manual de Rotina Técnica.
Paraná. Nutroclínica, 2000a. Seção 7, p. 95 -191.

CARDOSO, S. P.; MARTINS, C. Nutrição Parenteral. In. CARDOSO, S. P.,


MARTINS, C. Terapia Nutricional Enteral e Parenteral, Manual de Rotina Técnica.
Paraná. Nutroclínica, 2000b. Seção 8, p. 193 – 292.

CORREIA, M.I.T.D.; CAMPOS ACL. Prevalence of Hospital Malnutrition in Latin


America: The multicenter ELAN study. Nutrition, 19:823-25, 2003.

CORREIA, M.I.T.D.; ECHENIQUE, M. Custo/Benefício da Terapia Nutricional. In.


WAITZBERG, D.L. Nutrição Oral, Enteral e Parenteral na Prática Clínica. Rio de
Janeiro: Atheneu, 3a edição, 2001. Cap. 108. p. 1635-1640.

CÔRTES, J.F.F.; FERNADES, S.L.; MADURO, I.P.N.N.; BASILE, A.F; SUEN,


V.M.M.; SANTOS, J.E.; VANNUCCHI, H.; MARCHINI, J.S. Terapia Nutricional no
paciente criticamente enfermo. Revista Medicina, Ribeirão Preto, v.36 p. 394 - 398,
abr./dez. 2003.

KFOURI, M.F. Inovação Tecnológica na Atenção Farmacêutica em Terapia


Nutricional. In. KFOURI, M.F. Terapia nutricional parenteral: alguns aspectos
importantes. São Paulo: Câmara Brasileira do Livro, 1988.

KUDSK, K.A.; BLOCH, A.; MUELLER, C. Suporte Nutricional Enteral e Parenteral. In:
MAHAN, L.; Kathleen & ESCOTT-STUMP, S. Alimentos, nutrição & dietoterapia. São
Paulo: Roca. 10 ed, 2002, p. 448-456.
155

LATTA, T. Affording a view of rationale end results of his practice in the treatment of
cholera by aqueous and saline injection. (Letter to the Secretary of the Central Board
of Health, London). Lancet, v. 2, p. 274 – 277. 1931.

NOVAES, M.R.C.G. Terapia Nutricional Parenteral. In. GOMES, M.J.V.M.; REIS,


A.M.M. Ciências Farmacêuticas: Uma abordagem em Farmácia Hospitalar. São
Paulo: Atheneu, 1a ed., 2006. Cap. 25, p. 449 - 469.

VINNARS, E; WILMORE, D. History of parenteral nutrition. Journal of Parenteral and


Enteral Nutrition. v. 27, n. 3, p. 225-231. 2003.

WAITZBER, D.L; FADUL, R.A.; AANHOT, D.P.J.V.; PLOPPER, C.; TERRA, R. M.


Indicações e Técnicas de Ministração em Nutrição Enteral. In: WAITZBERG, D. L.,
Nutrição Oral, Enteral e Parenteral na Prática Clínica. Rio de Janeiro: Atheneu, 3a
ed., 2001. Cap. 35, Pág. 561 - 571.

WAITZBER, D.L.; BAXTER, Y.C. Costs of patients under nutritional therapy: from
prescription to discharge. Nutrition in the intensive care unit. Current Opinion in
Clinical Nutrition & Metabolic Care. V.7, n. 2, p. 189 - 198, March 2004. [visitado em
20 de maio de 2007]. Disponível em: http://www.co-
clinicalnutrition.com/pt/re/conutrition/abstract.00075197 Horário: 10:00 horas.

WAITZBER, D.L; JÚNIOR, P.E.P.; CECCONELLO, I. Indicações, formulações e


monitorização em nutrição parenteral total central e periférica. In: WAITZBERG, D.
L., Nutrição Oral, Enteral e Parenteral na Prática Clínica. Rio de Janeiro: Atheneu, 3a
ed., 2001. Cap. 46, Pág. 735 - 751.

Postado por Maria Inês Nogueira de Souza Benfenatti às 15:31


Comentários

Terapia Nutricional Parenteral e Enteral


O início da nutrição clínica contemporânea é talvez melhor identificado como a
descoberta da nutrição parenteral na Universidade da Pensilvânia, em 1968, quando
apresentou-se a oportunidade de alimentar uma criança recém-nascida com atresia
quase total do intestino delgado por veia. Ficou demonstrado a partir desse estudo,
que a administração de todos os nutrientes exclusivamente por via venosa, a
nutrição parenteral total (NPT) em humano, poderia prover os requerimentos basais
do adulto para manutenção nutricional e proporcionar a quantidade e qualidade de
nutrientes necessários para crescimento e o desenvolvimento de uma criança
(DUDRICK, 1995; ASPEN, 2002; THE MERCK MANUAL, 2003). O resultado
impressionante deste trabalho que apresentou um simples relato de caso iniciou a
onda de entusiasmo pela terapia nutricional moderna que tem apenas 40 anos
(VINNARS & WILMORE, 2003).
A alimentação oral espontânea pode ser inadequada e outra inovação na área de
nutrição configura-se com a utilização de alimentos liofilizados, inicialmente
156

desenvolvidos aos astronautas, que após misturar com água seriam administrados
aos pacientes por meio de sondas nasogastricas, nascia assim a nutrição enteral no
ano de 1969 (DUDRICK, 1995; ASPEN, 2002; THE MERCK MANUAL, 2003).
Inúmeros pacientes vêm sendo beneficiados pela TN, desde o início de seu uso
clínico no final da década de 60, até a atualidade e o desenvolvimento técnico,
científico e tecnológico desta área vêm sendo observados. Juntamente, a evolução
da nutrição clínica começa a ser notada a importância desta terapia nas diversas
condições clínicas de pacientes em unidades hospitalares. A razão dessa
simultaneidade se deve ao fato da possibilidade de melhores condições para se
avaliar os pacientes no que diz respeito a seu estado nutricional, assim como a
manutenção e recuperação de pacientes graves, e/ou submetidos a cirurgias
maiores, o que resultou em um expressivo contingente de casos que antes só
apareciam esporadicamente (VINNARS & WILMORE, 2003).
No Brasil, publicações do Ministério da Saúde (MS) como o Regulamento Técnico
Para a Terapia Nutricional Parenteral, publicado na Portaria 272, de abril de 1998, e
o Regulamento Técnico Para a Terapia Nutricional Enteral, fixada na Resolução 63,
de julho de 2000, traz importantes definições, tais como:
“Terapia Nutricional (TN) é definida como conjunto de procedimentos terapêuticos
para manutenção ou recuperação do estado nutricional do paciente por meio da
Nutrição Parenteral e ou Enteral” (BRASIL, 1998; BRASIL 2000).
“Terapia Nutricional Parenteral (TNP) é definida como conjunto de procedimentos
terapêuticos para manutenção ou recuperação do estado nutricional do paciente por
meio da Nutrição Parenteral” (BRASIL, 1998).
“Terapia Nutricional Enteral (TNE) é definida como conjunto de procedimentos
terapêuticos para manutenção ou recuperação do estado nutricional do paciente por
meio da Nutrição Enteral” (BRASIL 2000).
“Nutrição Parenteral (NP): solução ou emulsão, composta basicamente de
carboidratos, aminoácidos, lipídios, vitaminas e minerais, estéril e apirogênica,
acondicionada em recipiente de vidro ou plástico, destinada à administração
intravenosa em pacientes desnutridos ou não, em regime hospitalar, ambulatorial ou
domiciliar, visando a síntese ou manutenção de tecidos, órgãos ou sistemas”
(BRASIL, 1998).
“Nutrição Enteral (NE): alimento para fins especiais, com ingestão controlada de
nutrientes, na forma isolada ou combinada, de composição definida ou estimada,
especialmente formulada e elaborada para uso por sondas ou via oral, industrializado
ou não, utilizada exclusiva ou parcialmente para substituir ou complementar a
alimentação oral em pacientes desnutridos ou não, conforme suas necessidades
nutricionais, em regime hospitalar, ambulatorial ou domiciliar, visando a síntese ou
manutenção dos tecidos, órgãos ou sistemas” (BRASIL 2000).
Em 2001, Sforzini definiu nutrição parenteral como emulsões lipídicas complexas
óleo / água (O/A), que requerem absoluta esterilidade, estabilidade e ausência de
precipitados. Segundo a Farmacopéia Americana em sua última edição, nutrições
parenterais são consideradas preparações farmacêuticas estéreis de médio risco.
(ASPEN, 1998; BRASIL, 1998; SFORZINI, 2001; USP 28, 2005).
Segundo Cortês e col. (2003) denomina-se TN como a oferta de nutrientes pelas
vias: oral, enteral e/ou parenteral, visando à oferta terapêutica de proteínas, energia,
157

minerais, vitaminas e água, adequadas aos pacientes, que, por algum motivo, não
possam receber suas necessidades nutricionais, pela via oral, convencional
(CORTÊS et al 2003).
A indicação da TN oral, enteral e parenteral, precedida da avaliação nutricional, é o
reconhecimento da possibilidade de agir na prevenção da desnutrição, assim como
no seu tratamento. A TN é ainda capaz de reduzir complicações infecciosas,
melhorar a cicatrização de feridas e reduzir o tempo e o custo da internação
hospitalar de pacientes desnutridos (CORTÊS, & et al 2003).
O programa de TN beneficia os pacientes que apresentam uma das seguintes
condições: processos catabólicos quando este persistir por mais de cinco dias;
feridos ou em estresse, tão logo ocorram estabilização hemodinâmica; após
cirurgias, se não for possível ofertar nutrientes em cinco dias; estejam
significativamente desnutridos na admissão e em pré-operatória que serão
submetidos à cirurgia de grande porte e que já apresentem risco nutricional.
Atualmente existem problemas para reconhecer a desnutrição, e a habilidade para
prevenir a depleção nutricional e suas conseqüências o que ainda dificulta
e retarda o início da TN (BLACKBURN, 1994).
Na prática médica a NE apresenta várias vantagens fisiológicas, metabólicas, de
segurança e de custo/benefício, sendo o método de primeira escolha, se tolerada
(VIANNA, LAMEU, MAIA, 1986b).
A NE usualmente pode ser administrada por via oral, gástrica ou entérica; requer
sonda flexível de pequeno calibre, através de sondas nasoenterais, nasogástricas ou
ostomias que põem estar localizadas em vários locais do tubo como no estomago,
duodeno ou jejuno. Com o uso de solução apropriada de alimentação enteral e fluxo
constante de oferta de nutrientes. Se apenas uma parte dos requerimentos é
tolerada entericamente, nutrientes devem ser ofertados via venosa para
complementar essa deficiência. Embora não indicada para todos os pacientes que
necessitam de TN, a NE é mais fisiológica, por utilizar o TGI, segura, fácil de
manipular, e mais econômica do que a NP (WAITZBERG et al, 2001).
As indicações para a TNE são as doenças neurológicas e psiquiátricas, doenças de
orofaringe/esofágicas, doenças gastrintestinais, cardíacas, pulmonares, neoplasias
com quimioterapia ou radioterapia, pré e pós-cirúrgicos, infecção grave e septicemia,
coma e trauma intenso (WAITZBERG et al, 2001).
A NE promove a manutenção da integridade da mucosa do TGI e a prevenção de
sua hipotrofia, particularmente em pacientes pós-cirúrgicos ou pós-trauma, ou
naqueles com jejum prolongado associado com doenças crônicas. A hipotrofia da
mucosa intestinal pode ocorrer rapidamente após o estresse orgânico grave. A
presença de nutrientes no TGI pode servir como fator trófico tanto para a síndrome
do intestino curto quanto na presença de trauma grave. Assim, a alimentação enteral
precoce no curso do trauma ou doença grave pode ser sugerida não somente para
promover nutrição, mas também para manter o trofismo da mucosa gastrointestinal e
prevenir a translocação bacteriana e septicemia, esses são importantes
componentes protetores da barreira intestinal contra bactérias, endotoxinas e outras
macromoléculas antigênicas (FERREIRA & REIS, 2006).
A NE geralmente não está indicada em pacientes com obstrução intestinal completa
e o "íleo paralítico". Em pacientes com fístula intestinal proximal, a NE somente deve
158

ser empregada se a extremidade da sonda estiver posicionada distal à fístula.


Mesmo nessas condições, a NE poderá aumentar a quantidade de fluídos
secretados no TGI (do estômago, pâncreas e bile), mantendo o volume da fístula
(WAITZBERG et al, 2001), outras contra-indicações para a TNE são: refluxo
gastroesofágico, pós-operatório imediato, sangramento do tubo digestivo, fístula
digestiva baixa, pacientes que não podem ter estimulação do intestino, vesícula ou
pâncreas, nestes casos está indicada a TNP (WAITZBERG et al, 2001).
A prescrição dietética da NE é definida pela RDC 63 (2000) como a determinação de
nutrientes ou da composição de nutrientes da NE, mais adequada às necessidades
específicas do paciente, de acordo com a prescrição médica de TNE, que também e
definida na RDC 63 como a determinação das diretrizes, prescrição e conduta
necessárias para a prática da TNE, baseadas no estado clínico nutricional do
paciente (BRASIL, 2000).
De acordo com a localização da sonda determina-se o volume a ser administrado, o
fracionamento, a osmolaridade e o método de administração da dieta enteral
(CARDOSO & MARTINS, 2000a).
A relação quilo-caloria (Kcal) não proteica/g Nitrogênio recomendada pela literatura
especializada para NE é de 120 a 180 por paciente dia, sendo a forma para se
determinar a oferta calórica protéica a ser administrada na dieta enteral e definir
concentração dos macronutrientes nas fórmulas enterais (RIELLA, 1993).
As fontes de nutrientes que podem ser utilizados nas fórmulas enterais são descritas
no quadro 2 (RIELLA, 1993).
Fontes de nutrientes para formulações enterais
Carboidratos - sacarose, glicose de milho, frutose (açúcar das frutas), lactose (leite e
misturas lácteas) e amido de dextrinas (cereais)
Proteínas - na sua forma intacta, hidrolisada ou aminoácidos livres.
Lipídeos - triglicerídeos de cadeia longa, que são os ácidos graxos essenciais, os
triglicerídeos de cadeia e os triglicerídeos de cadeia curta).
Vitaminas - as lipossolúveis e as hidrossolúveis, segundo as necessidades diárias
recomendadas.
Minerais - os eletrólitos e os oligoelementos, segundo as necessidades diárias
recomendadas.
As dietas enterais, geralmente são formulações classificadas segundo a
complexidade dos nutrientes e segundo os nutrientes usados (KUDSK, BLOCH,
MUELLER, 2002).
Segundo a complexidade dos nutrientes da formulações enterais podem ser
baseadas na composição protéica ou dos macronutrientes em: dietas poliméricas,
dietas hidrolizadas, dieta especializadas,
• Dietas Poliméricas: composta de nutrientes íntegros, com ou sem lactose, possui
baixa osmolaridade, menor custo, hiperprotéicas, hipercalóricas suplementadas com
fibra, etc.
• Dietas hidrolizadas: são as dietas oligoméricas e dietas monoméricas.
• Dietas oligoméricas: é composta de nutrientes provenientes da hidrólise enzimática
das proteínas, suplementação de aminoácidos cristalinos, possui osmolaridade mais
alta, digestão facilitada e a absorção intestinal é alta.
• Dietas Monoméricas ou elementares: composta por nutrientes na forma mais
159

simples, isenção de resíduos, hiperosmolares e de alto custo.


• Dietas Especiais: são as formulações específicas para atender as necessidades
nutricionais diferenciadas de acordo com a doença de base.
• Dietas em Módulos: predominância de um dos nutrientes (KUDSK, BLOCH,
MUELLER, 2002).
Segundo os nutrientes usados nas formulações podem ser artesanais ou
industrializadas.
• Dietas artesanais (ou naturais): preparadas a partir de alimentos íntegros.
• Dietas industrializadas (ou quimicamente definidas): formuladas integralmente pela
industria farmacêutica e estão comercialmente disponível na forma de pó (produto
base de enteral, fórmulas para lactentes ou dietas modulares), dieta líquida em lata
ou embalagem tetra-pack, dieta líquida em sistema semifechado, dieta líquida em
sistema fechado. De acordo com a apresentação, o grau de manipulação das
fórmulas é variado (KUDSK, BLOCH, MUELLER, 2002).
O objetivo da seleção das dietas enterais é evidenciar as deficiências isoladas ou
globais de nutrientes, classificando os indivíduos em níveis graduados de estado
nutricional, determinar a terapêutica clínica ou dietética a ser empregada para a
correção do déficit observado e somente uma avaliação global poderá fornecer
informações úteis a acerca do estado nutricional dos indivíduos e a melhor dieta a
ser administrada (CARDOSO & MARTINS, 2000a).
As principais formas de administração de dietas através das sondas são: intermitente
ou contínua, cíclica ou acíclica (CARDOSO & MARTINS, 2000a).
As doses e a velocidade de administração variam conforme localização da sonda,
patologia do paciente, densidade calórica e osmolaridade da dieta, intercorrências
que na monitorização da terapia são relatadas no quadro geral do paciente
(CARDOSO & MARTINS, 2000a).
A TNP tem como objetivo oferecer por via venosa, aos indivíduos que não podem
receber alimentos via digestiva, os nutrientes necessários à manutenção dos
processos vitais em condições semelhantes às que são oferecidas à circulação, após
o processo de absorção, simulando o estágio final das hidrólises sofridas pelos
alimentos no trato digestivo, mimetizando a alimentação oral, seja na administração
de substâncias simples que compõe os macronutrientes e micronutrientes, seja na
composição das dietas referentes à quantidade total de calorias, relação
caloria/grama de Nitrogênio, requerimentos mínimos diários e soluções para doenças
específicas (VIANNA, LAMEU, MAIA, 1986a).
A NP está indicada na impossibilidade da utilização do TGI, seja por impossibilidade
de administração oral, quando a absorção de nutrientes é incompleta, quando a
alimentação é indesejável, quando a nutrição enteral é ineficaz e está contra-
indicada e, principalmente, quando as condições citadas estão associadas ao estado
de desnutrição. Atualmente suas indicações aumentaram, sendo frequentemente
utilizadas em vários pacientes de unidades de terapia intensiva. (NOVAES, 2006).
As indicações da NP são realizadas em geral segundo as categorias: pré-operatória
em pacientes desnutridos, complicações cirúrgicas pós-operatória, pós- traumática,
desordens gastrintestinais graves, moléstia inflamatória intestinal, insuficiências
orgânicas e em condições pediátricas, principalmente as relacionadas a
complicações de saúde dos prematuros e neonatos (NOVAES, 2006).
160

As contra-indicações da NP são raras, entretanto são motivos de preocupação


devido às possibilidades de desnutrição grave, nestes casos. No caso da má
perfusão tissular, só poderá ser feita a nutrição parenteral quando a condição
hemodinâmica do paciente seja restabelecida, caso contrário há contra-indicação
absoluta. A dificuldade de acesso venoso por grandes queimaduras ou discrasia
também são motivos de contra-indicação para a NP (NOVAES, 2006).
O primeiro caso de NP no Brasil ocorreu em 1973 no Hospital das Clínicas de São
Paulo, sendo administrada para uma criança portadora de doença de Van Gierke –
glicogenose tipo 1, a NP permitiu a correção das alterações metabólicas
características da patologia e permitiu a realização da cirurgia no paciente já
estabilizado (KFOURI, 1998) .
O crescimento exponencial da NPT a partir dos anos 80 foi amparado pelo
desenvolvimento de modernas soluções de aminoácidos, vitaminas, oligoelementos,
emulsões lipídicas, cateteres especiais para melhorar o acesso ao sistema venoso
central, filtros de linha e bombas peristálticas de infusão (WAITZBERG, JÚNIOR,
CECCONELLO, 2001).
As vias de administração da NPT podem ser através da NP central a que é
administrada por meio de uma veia de grande diâmetro, geralmente a subclávia e a
jugular interna, que chega diretamente ao coração ou a NP periférica quando
administrada através de uma veia menor, geralmente na mão e antebraço. O que
limita e define a via de administração e a osmolaridade final da mistura nutritiva pra a
NP (WAITZBERG, JÚNIOR, CECCONELLO, 2001).
Fontes de nutrientes que podem ser utilizados nas fórmulas parenterais são:
• Carboidrato: utiliza-se a solução de glicose que é a fonte mais usada de
carboidratos, sendo a maior fonte de energia, onde 1 grama de glicose corresponde
à aproximadamente 4 kcal. A solução de glicose mais usada é a 50% porque oferece
grande quantidade de calorias em pequeno volume (CARDOSO & MARTINS,
2000b).
• Proteína: utiliza-se as soluções de aminoácidos que tem como princípios básicos a
serem considerados para determinar o padrão de solução intravenosa de
aminoácidos: o modelo protéico padrão (aminoácidos que mimetizem a proteína
natural da alimentação), a essencialidade dos aminoácidos (a mistura deve conter
todos os 8 essenciais, mais também os não essenciais e os condicionalmente
essenciais), a composição e as taxas de utilização dos aminoácidos e principalmente
o uso na forma de aminoácidos levogira (L-AA) (CARDOSO & MARTINS, 2000b).
As formulações das soluções de aminoácidos de adultos seguem o padrão do
aminograma do homem adulto sadio de 70 kg no comércio encontra-se uma
variedade de formulações para condições especiais são elas:
Para pacientes com insuficiência renal: compostas de aminoácidos essenciais mais a
histidina que nesta condição é também essencial (CARDOSO & MARTINS, 2000b).
Para pacientes hepatopatas: as soluções de aminoácidos na insuficiência hepática
devem ter maior concentração de aminoácidos de cadeia ramificada (CARDOSO &
MARTINS, 2000b).
Para pediatria: composta por aminoácidos que seguem o padrão do aminograma do
leite materno e ainda as soluções para pediatria enriquecida com taurina (CARDOSO
& MARTINS, 2000b).
161

• Lipídeo: utiliza-se a emulsão lipídica que fornece ácidos graxos essenciais e


energia, onde 1 grama de TCL (triglicerídeos de cadeia longa) representa
aproximadamente 9 kcal e 1 grama de TCM (triglicerídeos de cadeia média)
oferecem 8,3 kcal (CARDOSO & MARTINS, 2000b).
A oferta calórica deve constar de 2 a 5% de ácido linoleico para prevenir deficiência
de ácidos graxos essenciais (WAITZBERG & JÚNIOR & CECCONELLO, 2001).
As formulações de emulsões lipídicas podem ser compostas por uma associação de
TCL + TCM ou apenas de TCL.
A solução de glicose mais a emulsão lipídica representam as calorias não protéicas,
normalmente de 50 a 60% como carboidrato e 40 a 50% como emulsão lipídica
(WAITZBERG & JÚNIOR & CECCONELLO, 2001).
• Minerais são fornecidas como soluções de eletrólitos: cloreto de sódio e cloreto de
potássio, acetato de sódio, acetato de potássio, gluconato de cálcio (forma salina
preferida por ser menos dissociável e mais estável), sulfato de magnésio em
concentração inferior a 10% (para não precipitar com cálcio e fosfato), glicerofosfato
de sódio como fonte do íon fosfato orgânico, (mais estável e menor probabilidade de
precipitação) e as fontes de oligoelementos: são fornecidos as solução de
multioligoelementos com zinco, cobre, cromo, manganês, selênio, flúor, molibdênio,
cobalto e ferro (CARDOSO & MARTINS, 2000b).
• Vitaminas são ofertadas como soluções de multivitaminas tendo em sua
composição as vitaminas hidrossolúveis e lipossolúveis (CARDOSO & MARTINS,
2000b).
A TNP tem riscos e benefícios, mas acredita-se que cada vez mais a TNP tem
menos riscos e mais benefícios, desde que bem praticada. Sempre que a via
digestiva pode ser utilizada, os riscos e as complicações da TN são minimizados,
sendo que, independentemente da via de administração, a monitorização de todo o
processo da TN, é fundamental, possibilitando que as equipes multiprofissionais de
terapia nutricional acompanhem e até corrijam os seus desvios ou falhas
(WAITZBERG, JÚNIOR, CECCONELLO, 2001).
O IBRANUTRI (1999) evidenciou o quanto é negligenciado aos pacientes a TN, pois
somente 6,1% dos pacientes receberam nutrição enteral, número considerado baixo
pela literatura especializada e apenas 1,2% receberam a terapia parenteral
(WAITZBERG, CAIAFFA, CORREIA, 1999).
O ELAN (2003) mostrou que a TN não é utilizada rotineiramente e que a vigilância
governamental para a prática de TN existe só em países como o Brasil e Costa Rica
(CORREIA & CAMPOS, 2003).

Bibliografia utilizada e recomendada

A.S.P.E.N.: National Advisory Group on Standards and Practice Guidelines for


Parenteral Nutrition. Safe Practices for Parenteral Nutrition Formulations. JPEN, v.
22, n. 2, p. 49 - 65. 1998.

A.S.P.E.N: Board of Directors and The Clinical Guidelines Task Force. Guidelines for
the use of parenteral and enteral nutrition in adult and pediatric patients. JPEN v. 26,
Supp l, p. 9SA-32SA e 46SA. 2002.
162

BLACKBURN, G.L; AHMAD, A. Skeleton in the Hospital Closet-Then and Now.


Supllement to nutrition: the international journal, 11(2):193-95, 1995.

BRASIL, Ministério da Educação e Cultura. Decreto n. 2.494, de 10 de fevereiro de


1998. Dispõe sobre a Educação a Distância como forma de ensino que possibilita a
auto-aprendizagem. Brasília. Ministério da Educação. 1998a.

______. Ministério da Saúde. Portaria 272 da Secretaria Nacional de Vigilância


Sanitária, Regulamento para a Terapia de Nutrição Parenteral. Brasília, 1998 a.
______. Ministério da Saúde. Resolução RDC 63 da Secretaria Nacional de
Vigilância Sanitária, Regulamento Técnico para a Terapia de Nutrição Enteral.
Brasília, 2000.

_______. Ministério da Saúde. Portaria 343 da Secretaria Nacional de Vigilância


Sanitária, institui no âmbito do SUS, mecanismos para implantação da assistência de
Alta Complexidade em Terapia Nutricional. Brasília, 2005a.

_______. Ministério da Saúde. Portaria 131 da Secretaria Nacional de Vigilância


Sanitária, institui mecanismos para a organização e implantação de Unidades de
Assistência e Centros de Referência de Alta Complexidade em Terapia Nutricional,
no âmbito do Sistema Único de Saúde. Brasília, 2005b.

CARDOSO, S. P.; MARTINS, C. Nutrição por sonda. In. CARDOSO, S. P.,


MARTINS, C. Terapia Nutricional Enteral e Parenteral, Manual de Rotina Técnica.
Paraná. Nutroclínica, 2000a. Seção 7, p. 95 -191.

CARDOSO, S. P.; MARTINS, C. Nutrição Parenteral. In. CARDOSO, S. P.,


MARTINS, C. Terapia Nutricional Enteral e Parenteral, Manual de Rotina Técnica.
Paraná. Nutroclínica, 2000b. Seção 8, p. 193 – 292.

CORREIA, M.I.T.D.; CAMPOS ACL. Prevalence of Hospital Malnutrition in Latin


America: The multicenter ELAN study. Nutrition, 19:823-25, 2003.

CÔRTES, J.F.F.; FERNADES, S.L.; MADURO, I.P.N.N.; BASILE, A.F; SUEN,


V.M.M.; SANTOS, J.E.; VANNUCCHI, H.; MARCHINI, J.S. Terapia Nutricional no
paciente criticamente enfermo. Revista Medicina, Ribeirão Preto, v.36 p. 394 - 398,
abr./dez. 2003.

COURTEN, W. Experiments and observations the effects of several sorts of poisons


upon animals made at Montpellier in the years 1678 an 1679 by the late Willian
Courten. Philos Trans R Soc Lond, v. 27, p. 485 – 500. 1712.

DUDRICK, S. Início da Nutrição Artificial e expectativas para o Futuro. Tradução de


César Faria Correia. Revista de metabolismo e Nutrição. v. 2, n.1 p. 6 - 8, 1995.
163

FERREIRA, T.R.A.S.; REIS, A.M.M. Terapia Nutricional Enteral. In. GOMES,


M.J.V.M.; REIS, A.M.M. Ciências Farmacêuticas: Uma abordagem em Farmácia
Hospitalar. São Paulo: Atheneu, 1a ed., 2006. Cap. 26, p. 471 - 492.

HARVEY, W: Exercitatio Anatomca de Motu Cordis et Sanguinis in Animalibus.


Sumptibus F. Fitzeri, Francofurti, Italy, 1628.

KFOURI, M.F. Inovação Tecnológica na Atenção Farmacêutica em Terapia


Nutricional. In. KFOURI, M.F. Terapia nutricional parenteral: alguns aspectos
importantes. São Paulo: Câmara Brasileira do Livro, 1988.

KUDSK, K.A.; BLOCH, A.; MUELLER, C. Suporte Nutricional Enteral e Parenteral. In:
MAHAN, L.; Kathleen & ESCOTT-STUMP, S. Alimentos, nutrição & dietoterapia. São
Paulo: Roca. 10 ed, 2002, p. 448-456.

LATTA, T. Affording a view of rationale end results of his practice in the treatment of
cholera by aqueous and saline injection. (Letter to the Secretary of the Central Board
of Health, London). Lancet, v. 2, p. 274 – 277. 1931.

NOVAES, M.R.C.G. Terapia Nutricional Parenteral. In. GOMES, M.J.V.M.; REIS,


A.M.M. Ciências Farmacêuticas: Uma abordagem em Farmácia Hospitalar. São
Paulo: Atheneu, 1a ed., 2006. Cap. 25, p. 449 - 469.

RIELLA, M.C., Suporte Nutricional Parenteral e Enteral, Rio de Janeiro, Editora


Guanabara Koogan S. A., 1993. Parte 2, p. 161 – 225.

SFORZINI, A, BERSANI, G, STANCARI, A, GROSSI, G, BONOLI, A, CESCHEL,


G.C. Analysis of all-in-one parenteral nutrition admixtures by liquid chromatography
and laser diffraction: study of stability. J of Pharm and Biom. Anal v. 24, p. 1099 -
1109, 2001.

THE MERCK MANUAL, Sec. 1, Ch. 1, Nutrition: General Consideratins. P. 1 – 3,


2003. [visitado em 28 de janeiro de 2008]. Disponível em:
http:www.merck.com/pubs/mmanual/section1/chapter1/1c. Horário: 14:00 horas.

USP 28. UNITED STATES PHARMACOPEIA. 28 ed. Toronto: Webcom, 2005.

VINNARS, E; WILMORE, D. History of parenteral nutrition. Journal of Parenteral and


Enteral Nutrition. v. 27, n. 3, p. 225-231. 2003.

WAITZBER, D.L; FADUL, R.A.; AANHOT, D.P.J.V.; PLOPPER, C.; TERRA, R. M.


Indicações e Técnicas de Ministração em Nutrição Enteral. In: WAITZBERG, D. L.,
Nutrição Oral, Enteral e Parenteral na Prática Clínica. Rio de Janeiro: Atheneu, 3a
ed., 2001. Cap. 35, Pág. 561 - 571.

WAITZBER, D.L.; BAXTER, Y.C. Costs of patients under nutritional therapy: from
164

prescription to discharge. Nutrition in the intensive care unit. Current Opinion in


Clinical Nutrition & Metabolic Care. V.7, n. 2, p. 189 - 198, March 2004. [visitado em
20 de maio de 2007]. Disponível em: http://www.co-
clinicalnutrition.com/pt/re/conutrition/abstract.00075197 Horário: 10:00 horas.

WAITZBER, D.L; JÚNIOR, P.E.P.; CECCONELLO, I. Indicações, formulações e


monitorização em nutrição parenteral total central e periférica. In: WAITZBERG, D.
L., Nutrição Oral, Enteral e Parenteral na Prática Clínica. Rio de Janeiro: Atheneu, 3a
ed., 2001. Cap. 46, Pág. 735 - 751.

WRETLIND, A. Parenteral Nutrition Support: History, Present and Future. Stockholm,


Sweden: Kabi; 1993.

Postado por Maria Inês Nogueira de Souza Benfenatti às 15:18


Comentários

Terapia Nutricional
A terapia Nutricional
Na História da humanidade desde os mais remotos relatos, a terapia nutricional faz-
se presente, como nos desenhos rupestres observados em cavernas, que sugere a
preocupação com alimentação saudável e curativa. Nesses, a preocupação dos
indivíduos retratados era traduzida por ofertar preparados líquidos, chás ou caldos, à
enfermos deitados e inválidos. Na evolução da humanidade, paralela á evolução dos
cuidados médicos, o ato de curar sempre esteve aliado à nutrição. Em artigos
médicos antigos já se encontram escritas observações acerca de terapia
farmacológica, técnicas cirúrgicas e cuidados gerais de assepsia e nutrição. Ofertar
nutrientes cuidadosamente selecionados e elaborados para pacientes em repouso ao
leito se associava a esperança do pronto restabelecimento (WAITZBERG &
CAMPOS, 2004).
Os primórdios da terapia nutricional parenteral (TNP) datam de mais de 350 anos
atrás, historicamente a nutrição parenteral (NP) segura e eficaz tenha se iniciado em
1916, quando Harvey (1628) descobriu a circulação sanguínea. Passadas algumas
décadas, em 1665, Wren publicou estudos sobre infusão IV de vinho e opiáceos em
cães. Em seus estudos, ele notou que o álcool recebido por esta via exercia o
mesmo efeito inebriante que o ingerido oralmente por humanos (HARVEY, 1628;
WRETLING, 1993; KFOURI, 1998; VINNARS & WILMORE, 2003). Um outro
pioneiro, Courten, infundiu em 1712, óleo de oliva em um cão, em dose de
aproximadamente 1 g/Kg de peso. O cachorro morreu com sintomas semelhantes
aos da síndrome respiratória aguda, causada na maioria das vezes por embolia
pulmonar gordurosa (COURTEN, 1712). Ainda seguindo os anseios de nutrir por via
intravenosa pacientes que estariam impedidos de serem nutridos pelas vias
fisiológicas, em 1832, Latta, um médico escocês, foi o primeiro a infundir água e sais
em um paciente com cólera, o qual se recuperou e sobreviveu (LATTA, 1831).
O assunto suporte nutricional, a partir da década de 1960, passou a ser um assunto
obrigatório no polígono da cultura médica mundial. A nutrição, por estar ligada a
todos os aspectos somáticos do indivíduo, aos distúrbios do metabolismo de
165

qualquer ordem, às alterações relacionadas a órgão e sistemas, à manutenção do


perfil imunológico do indivíduo e à resistência ao trauma e à infecção, ocupa um
espaço importante na prática clínica atual (KFOURI, 1998; ASPEN, 1998; ASPEN,
2002).
A partir de 1962 estudos e experimentos foram intensificados com o objetivo de
demonstrar que a nutrição parenteral total era possível, prática, segura e eficaz. Foi
utilizada a concentração de nutrientes já conhecida como essenciais, para promover
o crescimento e desenvolvimento de cães-de-caça. Ficou demonstrado ser possível
alimentar animais unicamente por veia e por longos períodos de tempo, sem
excessivos riscos e sem comprometer o crescimento e desenvolvimento (KFOURI,
1998; ASPEN, 1998; ASPEN, 2002).
A necessidade de se manter nutrido o paciente que está inapto a alimentar-se
constitui um importante fator terapêutico clínico e contou com grande avanço no
início da década de sessenta quando o arsenal terapêutico voltado à nutrição recebe
importante auxilio graças ao desenvolvimento de técnicas farmacológicas que
proporcionam oferecer nutrientes com formulações nutritivas especiais para uso por
via parenteral ou enteral (WAITZBERG & CAMPOS, 2004).
Postado por Maria Inês Nogueira de Souza Benfenatti às 14:23 0 comentários

Bibliografia utilizada e recomendada

A.S.P.E.N.: National Advisory Group on Standards and Practice Guidelines for


Parenteral Nutrition. Safe Practices for Parenteral Nutrition Formulations. JPEN, v.
22, n. 2, p. 49 - 65. 1998.

A.S.P.E.N: Board of Directors and The Clinical Guidelines Task Force. Guidelines for
the use of parenteral and enteral nutrition in adult and pediatric patients. JPEN v. 26,
Supp l, p. 9SA-32SA e 46SA. 2002.

BLACKBURN, G.L; AHMAD, A. Skeleton in the Hospital Closet-Then and Now.


Supllement to nutrition: the international journal, 11(2):193-95, 1995.

BRASIL, Ministério da Educação e Cultura. Decreto n. 2.494, de 10 de fevereiro de


1998. Dispõe sobre a Educação a Distância como forma de ensino que possibilita a
auto-aprendizagem. Brasília. Ministério da Educação. 1998a.

______. Ministério da Saúde. Portaria 272 da Secretaria Nacional de Vigilância


Sanitária, Regulamento para a Terapia de Nutrição Parenteral. Brasília, 1998 a.

______. Ministério da Saúde. Resolução RDC 63 da Secretaria Nacional de


Vigilância Sanitária, Regulamento Técnico para a Terapia de Nutrição Enteral.
Brasília, 2000.

_______. Ministério da Saúde. Portaria 343 da Secretaria Nacional de Vigilância


166

Sanitária, institui no âmbito do SUS, mecanismos para implantação da assistência de


Alta Complexidade em Terapia Nutricional. Brasília, 2005a.

_______. Ministério da Saúde. Portaria 131 da Secretaria Nacional de Vigilância


Sanitária, institui mecanismos para a organização e implantação de Unidades de
Assistência e Centros de Referência de Alta Complexidade em Terapia Nutricional,
no âmbito do Sistema Único de Saúde. Brasília, 2005b.

CARDOSO, S. P.; MARTINS, C. Nutrição por sonda. In. CARDOSO, S. P.,


MARTINS, C. Terapia Nutricional Enteral e Parenteral, Manual de Rotina Técnica.
Paraná. Nutroclínica, 2000a. Seção 7, p. 95 -191.

CARDOSO, S. P.; MARTINS, C. Nutrição Parenteral. In. CARDOSO, S. P.,


MARTINS, C. Terapia Nutricional Enteral e Parenteral, Manual de Rotina Técnica.
Paraná. Nutroclínica, 2000b. Seção 8, p. 193 – 292.

CORREIA, M.I.T.D.; CAMPOS ACL. Prevalence of Hospital Malnutrition in Latin


America: The multicenter ELAN study. Nutrition, 19:823-25, 2003.
CÔRTES, J.F.F.; FERNADES, S.L.; MADURO, I.P.N.N.; BASILE, A.F; SUEN,
V.M.M.; SANTOS, J.E.; VANNUCCHI, H.; MARCHINI, J.S. Terapia Nutricional no
paciente criticamente enfermo. Revista Medicina, Ribeirão Preto, v.36 p. 394 - 398,
abr./dez. 2003.

COURTEN, W. Experiments and observations the effects of several sorts of poisons


upon animals made at Montpellier in the years 1678 an 1679 by the late Willian
Courten. Philos Trans R Soc Lond, v. 27, p. 485 – 500. 1712.

DUDRICK, S. Início da Nutrição Artificial e expectativas para o Futuro. Tradução de


César Faria Correia. Revista de metabolismo e Nutrição. v. 2, n.1 p. 6 - 8, 1995.

FERREIRA, T.R.A.S.; REIS, A.M.M. Terapia Nutricional Enteral. In. GOMES,


M.J.V.M.; REIS, A.M.M. Ciências Farmacêuticas: Uma abordagem em Farmácia
Hospitalar. São Paulo: Atheneu, 1a ed., 2006. Cap. 26, p. 471 - 492.

HARVEY, W: Exercitatio Anatomca de Motu Cordis et Sanguinis in Animalibus.


Sumptibus F. Fitzeri, Francofurti, Italy, 1628.

KFOURI, M.F. Inovação Tecnológica na Atenção Farmacêutica em Terapia


Nutricional. In. KFOURI, M.F. Terapia nutricional parenteral: alguns aspectos
importantes. São Paulo: Câmara Brasileira do Livro, 1988.

KUDSK, K.A.; BLOCH, A.; MUELLER, C. Suporte Nutricional Enteral e Parenteral. In:
MAHAN, L.; Kathleen & ESCOTT-STUMP, S. Alimentos, nutrição & dietoterapia. São
Paulo: Roca. 10 ed, 2002, p. 448-456.

LATTA, T. Affording a view of rationale end results of his practice in the treatment of
167

cholera by aqueous and saline injection. (Letter to the Secretary of the Central Board
of Health, London). Lancet, v. 2, p. 274 – 277. 1931.

NOVAES, M.R.C.G. Terapia Nutricional Parenteral. In. GOMES, M.J.V.M.; REIS,


A.M.M. Ciências Farmacêuticas: Uma abordagem em Farmácia Hospitalar. São
Paulo: Atheneu, 1a ed., 2006. Cap. 25, p. 449 - 469.

RIELLA, M.C., Suporte Nutricional Parenteral e Enteral, Rio de Janeiro, Editora


Guanabara Koogan S. A., 1993. Parte 2, p. 161 – 225.

SFORZINI, A, BERSANI, G, STANCARI, A, GROSSI, G, BONOLI, A, CESCHEL,


G.C. Analysis of all-in-one parenteral nutrition admixtures by liquid chromatography
and laser diffraction: study of stability. J of Pharm and Biom. Anal v. 24, p. 1099 -
1109, 2001.

THE MERCK MANUAL, Sec. 1, Ch. 1, Nutrition: General Consideratins. P. 1 – 3,


2003. [visitado em 28 de janeiro de 2008]. Disponível em:
http:www.merck.com/pubs/mmanual/section1/chapter1/1c. Horário: 14:00 horas.

USP 28. UNITED STATES PHARMACOPEIA. 28 ed. Toronto: Webcom, 2005.

VINNARS, E; WILMORE, D. History of parenteral nutrition. Journal of Parenteral and


Enteral Nutrition. v. 27, n. 3, p. 225-231. 2003.

WAITZBER, D.L; FADUL, R.A.; AANHOT, D.P.J.V.; PLOPPER, C.; TERRA, R. M.


Indicações e Técnicas de Ministração em Nutrição Enteral. In: WAITZBERG, D. L.,
Nutrição Oral, Enteral e Parenteral na Prática Clínica. Rio de Janeiro: Atheneu, 3a
ed., 2001. Cap. 35, Pág. 561 - 571.

WAITZBER, D.L.; BAXTER, Y.C. Costs of patients under nutritional therapy: from
prescription to discharge. Nutrition in the intensive care unit. Current Opinion in
Clinical Nutrition & Metabolic Care. V.7, n. 2, p. 189 - 198, March 2004. [visitado em
20 de maio de 2007]. Disponível em: http://www.co-
clinicalnutrition.com/pt/re/conutrition/abstract.00075197 Horário: 10:00 horas.

WAITZBER, D.L; JÚNIOR, P.E.P.; CECCONELLO, I. Indicações, formulações e


monitorização em nutrição parenteral total central e periférica. In: WAITZBERG, D.
L., Nutrição Oral, Enteral e Parenteral na Prática Clínica. Rio de Janeiro: Atheneu, 3a
ed., 2001. Cap. 46, Pág. 735 - 751.

WRETLIND, A. Parenteral Nutrition Support: History, Present and Future. Stockholm,


Sweden: Kabi; 1993.

Postado por Maria Inês Nogueira de Souza Benfenatti às 14:23


Comentários

You might also like