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FUNDAÇÃO UNIRG

UNIVERSIDADE DE GURUPI

ADRIELLE GUIMARÃES (00018133)


DENNER VIANA (00018143)
JAIRO RIBEIRO (00018144)
JULIANA DA LUZ (00018151)
LILIANE OLIVEIRA (00001812)
NAYANE SIRIANO (00018153)
THOMAS SAKAI (00018116)

PERÍCIAS JUDICIAS

GURUPI-TO
NOVEMBRO - 2018
ADRIELLE GUIMARÃES (00018133)
DENNER VIANA (00018143)
JAIRO RIBEIRO (00018144)
JULIANA DA LUZ (00018151)
LILIANE OLIVEIRA (00001812)
NAYANE SIRIANO (00018153)
THOMAS SAKAI (00018116)

PERÍCIAS JUDICIAS

Pesquisa apresentada na disciplina de


Orçamento, Avaliações e Perícias, como
requisito para obtenção de nota no curso
de Engenharia Civil, na Universidade de
Gurupi.

Orientador: Prof. Fernando H. Fernandes

GURUPI-TO
NOVEMBRO - 2018
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 4

2 PERÍCIA JUDICIAL .............................................................................................. 5

2.1 ASPECTOS LEGAIS ............................................................................................. 5


2.2 NOMEAÇÃO DO PERITO ..................................................................................... 6
2.3 FORMULAÇÃO DE QUESITOS ............................................................................ 7
2.4 REALIZAÇÃO DA PERÍCIA .................................................................................. 7
2.5 ELABORAÇÃO DO LAUDO .................................................................................. 9

2.6 ENTREGA DO LAUDO ....................................................................................... 11


2.7 OBRIGAÇÕES DO PERITO................................................................................ 11
2.8 HONORÁRIOS PERICIAIS ................................................................................. 12
2.9 PERÍCIAS NOS DIVERSOS TIPOS DE AÇÃO ................................................... 14
3 CONCLUSÕES ...................................................................................................... 17

4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 18


4

1 INTRODUÇÃO

A perícia judicial é a produção de provas com a finalidade de pesquisar e


informar a verdade sobre determinados fatos através de laudos. Estes laudos são
emitidos pelo Perito Judicial que é um profissional detentor do diploma de nível
superior ou munido de conhecimento técnico, científico ou artístico para a realização
da perícia. Normalmente, o perito é chamado pela Justiça para fornecer o seu parecer
técnico sobre processos judiciais dos mais diversos tipos: pessoas físicas, jurídicas,
órgãos públicos, etc.
Este parecer técnico do perito é fornecido através de um laudo onde ele assina
e passa a compor o processo em questão. A perícia judicial pode ser exigida por uma
das partes em processo ou pelo próprio juiz para pesquisa, confirmação e validação
de informações.
Estatísticas do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) de 2015, revelam que
existem 99,7 milhões de processos em andamento no Judiciário Brasileiro e o primeiro
grau de jurisdição é o mais sobrecarregado deles. Não há peritos suficientes para
suprir esse número e essa demanda de processos. Por esse motivo, o mercado
pericial está em constante aumento pois tanto a Justiça, como os advogados e
empresas, precisam de peritos e de assistentes técnicos.
Neste trabalho estarão descritos os critérios que envolvem a Perícia Judicial
no aspecto legal e de exercício da profissão, questões éticas, elaboração do laudo e
atuação profissional. Procura-se estabelecer a relevância e a importância da Perícia
Judicial com foco nas obras e construções relacionadas à Engenharia Civil.
5

2 PERÍCIA JUDICIAL

2.1 ASPECTOS LEGAIS

Em determinada parte de um processo, quando se chega à fase da perícia ou


quando ela se impõe, o juiz nomeará um profissional, da área afetada, que redigirá
um laudo sobre o assunto.
O perito não tem vínculo com a Justiça. Será nomeada para a função, qualquer
pessoa legalmente habilitada. Essa pessoa poderá ter outro emprego, ser profissional
liberal, aposentada, funcionária pública, professor, entre outros. É indispensável ser
leal, diligente, honesta, escrupulosa, cuidadosa, sincera e imparcial.
O perito é um auxiliar da justiça ou auxiliar do Juízo habilitado e nomeado pelo
juiz para opinar sobre questões de sua especialidade. É um expert na matéria, para
atuar junto ao processo, trazendo as provas necessárias para a solução justa da lide.
Antes de realizar os contatos iniciais, a fim de obter a designação de começo
na atividade ou buscar a primeira nomeação, o profissional precisa sentir-se seguro
quanto ao que se denomina rotina, prática e burocracia forense. A profissão de perito
judicial é regulamentada pelo Conselho Nacional dos Peritos Judiciais da República
Federativa do Brasil (CONPEJ), que estabelece um Código de Ética Profissional e
Disciplinar a ser seguido.
Os artigos 156 do Código de Processo Civil e os artigos 464 até 480 relacionam
as obrigações legais da perícia judicial.
O artigo 156 do CPC (Código de Processo Civil) regulamenta que:
Art. 156. O juiz será assistido por perito quando a prova do fato depender de
conhecimento técnico ou científico.
Para a área de Engenharia Civil a NBR 13752 fixa as diretrizes básicas,
conceitos, critérios e procedimentos relativos às perícias na construção civil.

Figura 1: Artigos 156.-158. do CPC (Fonte: Governo Federal).


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2.2 NOMEAÇÃO DO PERITO

Os perito é um profissional nomeado diretamente para atender as dúvidas do


Magistrado titular do Processo. A Artigo 156 segue a definição:

§ 1o Os peritos serão nomeados entre os profissionais legalmente habilitados e os


órgãos técnicos ou científicos devidamente inscritos em cadastro mantido pelo tribunal
ao qual o juiz está vinculado.
A prova pericial pode ser determinada de ofício pelo juízo ou a requerimento
das partes. O requerimento é feito pelo autor na sua petição inicial ou pelo réu na sua
contestação. Depois, ambos vão reafirmar esse pedido no momento da especificação
das provas.
Para formação do cadastro de profissionais em perícia, os tribunais devem
realizar consulta pública, por meio de divulgação na rede mundial de computadores
ou em jornais de grande circulação, além de consulta direta a universidades, a
conselhos de classe, ao Ministério Público, à Defensoria Pública e à Ordem dos
Advogados do Brasil, para a indicação de profissionais ou de órgãos técnicos
interessados. Os tribunais realizarão avaliações e reavaliações periódicas para
manutenção do cadastro, considerando a formação profissional, a atualização do
conhecimento e a experiência dos peritos interessados. Para verificação de eventual
impedimento ou motivo de suspeição, nos termos dos artigos. 148 e 467, o órgão
técnico ou científico nomeado para realização da perícia informará ao juiz os nomes
e os dados de qualificação dos profissionais que participarão da atividade. Na
localidade onde não houver inscrito no cadastro disponibilizado pelo tribunal, a
nomeação do perito é de livre escolha pelo juiz e deverá recair sobre profissional ou
órgão técnico ou científico comprovadamente detentor do conhecimento necessário à
realização da perícia.
O juiz também pode determinar de ofício a produção de provas periciais caso
entenda necessário. A prova vai ser definida na decisão que sanear o feito (momento
de fixação dos pontos controvertidos e distribuir o ônus da prova). O juiz então
nomeará o perito e intimará as partes para que ambas se manifestem a respeito do
perito.
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As partes tem 15 dias para se manifestar a partir do momento da intimação.


Elas podem arguir impedimento ou suspeição do perito (se ele se enquadrar em
hipóteses de impedimento ou de suspeição).
Caso não haja impedimento ou suspeição, as partes vão aceitar o perito e
podem indicar o seu assistente técnico e vão formular os seus quesitos (perguntas).
As partes podem, de comum acordo, escolher o perito, indicando-o
mediamente requerimento, desde que sejam plenamente capazes e de que a causa
possa ser resolvida por auto composição.
Depois disso o perito será intimidado para que, em cinco dias, diga se aceita
ou não o encargo para ser perito no processo. Aceitando, ele apresentará sua
proposta de honorários, seu currículo e dados profissionais e contatos
(preferencialmente e-mail). A partir deste o momento o perito é intimidado por correio
eletrônico a respeito dos atos processuais, o que torna o processo mais prático.

2.3 FORMULAÇÃO DE QUESITOS

Os quesitos são as perguntas elaboradas pelas partes, ou por uma delas,


apenas, pelo Ministério Público, ou pelo Juízo, a fim de obter esclarecimentos técnicos
e/ou científicos que demonstrarão a veracidade da tese que uma das partes deseja
provar, o autor ou o réu.

2.4 REALIZAÇÃO DA PERÍCIA

Antes de tratar da realização da perícia é necessário saber que a pericial pode


ser basicamente de três tipos:
- Exame – prova pericial realizada a partir da inspeção em pessoas, coisas móveis;
- Vistoria – prova pericial realiza realizada a partir da inspeção em um objeto imóvel;
- Avaliação – prova pericial para determinar o valor de um bem ou de um direito;
O artigo 464 do CPC trata dos casos em que o juiz indeferirá a perícia. Isto
ocorre quando a prova do fato não depender de conhecimento especial de técnico, for
desnecessária em vista de outras provas produzidas ou a verificação for impraticável.
Se o juiz entender que já há provas suficientes para esclarecer os fatos, a prova
pericial pode ser indeferida, sendo dispensável sua realização. Isso geralmente
acontece por que a prova pericial é mais onerosa, levando em conta os honorários a
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serem pagos ao perito. O juiz poderá solicitar uma prova técnica simplificada. A prova
pericial é uma prova mais complexa, sendo a prova técnica simplificada utilizada
quando é possível substituir a perícia quando o ponto controvertido for de menor
complexidade, levando a uma economia de tempo e de dinheiro.
A prova pericial pode ser determinada de oficio pelo juízo ou a requerimento da
partes. É possível que as partes apresentem quesitos suplementares (perguntas
decorrentes de dúvidas que tenham surgido a partir do que esteja sendo produzido
pelo perito).
Depois de realizar a perícia, o perito produzirá o laudo pericial.
De acordo com a NBR 13752 que trata de Perícias de Engenharia na
Construção Civil, o procedimento para realização da mesma corresponde a algumas
etapas importantes. Sendo elas: vistoria e/ou exame do objeto da perícia, diagnóstico
dos itens objeto da perícia, coleta de informações, escolha e justificativa dos métodos
e critérios periciais, análise das ocorrências e elementos periciais; soluções e
propostas, quando possível e/ou necessário e considerações finais e conclusões.
A vistoria deve contar com: caracterização da região, caracterização do imóvel
e de seus elementos, constatação de danos, condições de estabilidade do prédio,
fotografias, plantas do prédio, subsídios esclarecedores, exame e avaliação ou
arbitramento.
a) caracterização da região: Caracterização física, melhoramentos púbicos,
equipamentos e serviços, potencial de aproveitamento;
b) caracterização do imóvel: Localização e identificação do bairro, logradouro(s),
número(s), acessos e elementos de cadastro legais e fiscais, equipamento urbano,
serviços e melhoramentos públicos e ocupação e/ou utilização legal e real, prevista e
atual, adequada à região;
c) caracterização de danos: Classificar e quantificar a extensão de todos os danos
observados; as próprias dimensões dos danos definem a natureza das avarias,
qualquer que seja a nomenclatura (fissura, trinca, rachadura, brecha, fenda, etc.);
d) Condições de estabilidade do prédio: Qualquer anormalidade deve ser assinalada
e adequadamente fundamentada;
e) Fotografias: Documentar a vistoria com fotografias esclarecedoras, em tamanho
adequado, gerais e/ou detalhadas. As fotografias devem ser numeradas
correspondentemente ao detalhe que se quer documentar e, sempre que possível,
datadas pelos profissionais envolvidos no trabalho;
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f) Plantas do prédio: Sempre que possível, devem ser obtidas plantas ou elaborados
croqui do terreno, do prédio e das instalações, inclusive de detalhes, de acordo com
a natureza e objetivo da perícia;
g) Subsídios esclarecedores: Documentos adicionais podem ser anexados, sempre
que a natureza da perícia assim exigir, tais como: gráficos de avarias progressivas,
resultados de sondagens do terreno, gráficos de recalques, cópia de escritura e
outros.
h) Exame: Aplicam-se as mesmas condições de uma vistoria, porém considerando-
se as peculiaridades de uma perícia a ser realizada em coisas, móveis ou semoventes.
i) Avaliação ou arbitramento: As condições específicas da perícia a serem adotadas,
quando o objetivo é a determinação do valor, encontram-se explicitadas nas Normas
Brasileiras específicas, aplicadas à espécie.

2.5 ELABORAÇÃO DO LAUDO

O laudo pericial pode ser instruído com documentos, plantas, desenhos,


croquis, fotografias, pesquisas e quaisquer outras peças ou elementos elucidativos.
De acordo com o artigo 473 do CPC (2015), o laudo pericial deverá conter:
- a exposição do objeto da perícia (o que foi analisado?);
- a análise técnica ou cientifica realizada pelo perito (descrever a análise);
- a indicação do método utilizado, esclarecendo-o e demonstrando ser
predominantemente aceito pelos especialistas da área de conhecimento da qual se
originou (aceito predominantemente pelos especialistas da área);
- a resposta conclusiva a todos os quesitos apresentados pelo juiz, pelas partes ou
pelo órgão do Ministério Público (no caso em que essa instituição atue como fiscal da
lei).
O artigo 473 deixa claro ainda que, no laudo o perito deve apresentar sua
fundamentação em linguagem simples, e com coerência lógica, indicando como
alcançou suas conclusões. É vedado ao mesmo ultrapassar os limites de sua
designação, bem como emitir opiniões pessoais que excedam o exame técnico ou
cientifico do objeto da perícia. Para o desempenho de sua função, o perito e os
assistentes técnicos, podem valer-se de todos os meios necessários, ouvindo
testemunhas, obtendo informações, solicitando documentos que estejam em poder da
parte, de terceiros ou em repartições públicas, bem como instruir o laudo com
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planilhas, mapas, plantas, desenhos, fotografias ou elementos necessários ao


esclarecimento do objeto da perícia.
A NBR 13752 estabelece que na apresentação de laudos deve constar,
obrigatoriamente:
a) indicação da pessoa física ou jurídica que tenha contratado o trabalho e do
proprietário do bem objeto da perícia;
b) requisitos atendidos na perícia;
c) relato e data da vistoria, com as informações relacionadas;
d) diagnóstico da situação encontrada;
e) no caso de perícias de cunho avaliatório, pesquisa de valores, definição da
metodologia, cálculos e determinação do valor final;
f) memórias de cálculo, resultados de ensaios e outras informações relativas à
sequência utilizada no trabalho pericial;
g) nome, assinatura, número de registro no CREA e credenciais do perito de
engenharia.
É importante salientar que as perícias de engenharia na construção civil devem
ser acompanhadas da ART (Anotação de Responsabilidade Técnica), conforme
estabelece a Lei nº 6496/77

Figura 2: Modelo de laudo técnico


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2.6 ENTREGA DO LAUDO

O laudo é um parecer técnico escrito e fundamentado, emitido por um


especialista indicado por autoridade judicial, relatando resultados de exames e
vistorias bem como avaliações com ele relacionadas. É o resultado da perícia
expresso em conclusões escritas e fundamentadas devendo conter fiel exposição dos
fatos, ocorrências das diligencias, concluindo com parecer justificado sobre a matéria
submetida a exame.
A entrega do laudo será feita em prazo fixado pelo juiz para que seja juntado
aos atos do processo. O perito protocolará o laudo em juízo, no prazo de pelo menos
vinte dias antes da audiência de instrução e julgamento.
As partes serão intimidas para, querendo, manifestar-se sobre o laudo do perito
do juízo no prazo comum de quinze dias, podendo o assistente técnico de cada uma
das partes, em igual prazo, apresentar seu respectivo parecer.
O perito tem o dever de, no prazo de quinze dias, esclarecer sobre qual
divergência ou dúvida de qualquer das partes, do juiz ou do órgão do Ministério
Público. Se ainda houver necessidade de esclarecimentos, a parte requererá ao juiz
que mande intimar o perito ou o assistente técnico a comparecer à audiência de
instrução e julgamento, formulando deste então, as perguntas, sob forma de quesitos.
O perito ou o assistente técnico será intimidado por meio eletrônico, com pelo menos
dez dias de antecedência da audiência.

2.7 OBRIGAÇÕES DO PERITO

Quando for elaborar o laudo pericial o perito pode emitir juízo de valor sobre as
questões técnicas ou cientificas que estejam sendo discutidas. Ao perito é vedado
emitir juízo de valor sobre questões jurídicas.
Por exemplo: O autor do processo adquiriu um imóvel que veio a desmoronar
e ele propôs uma ação contra a pessoa que lhe vendeu o imóvel alegando que a
estrutura do mesmo estava corrompida. O autor pede indenização por danos morais.
Então o juiz determina a realização de uma prova pericial para verificar a estrutura do
imóvel. O perito (alguém devidamente habilitado na área de Engenharia Civil) deve
analisar se havia algum problema na estrutura do imóvel que pudesse fazer o mesmo
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desmoronar. O perito emitirá juízo de valor, mas sem adentrar na causa de


indenização, pois o perito não pode adentrar nos aspectos jurídicos.
É possível alegar em relação ao perito suspeição ou impedimento. Se ele tiver
uma relação de proximidade com as partes ou com os advogados das partes, ele não
poderá agir como perito no processo pois é exigido do mesmo imparcialidade. Ao ser
nomeado em um processo onde se verifique que uma das partes é um amigo íntimo
ou um parente próximo, o próprio perito pode declarar-se suspeito ou impedido e
recusar a nomeação. Caso o perito não o faça, as partes podem fazê-lo.
Além disso o perito pode ser substituído quando se verificar, no decorrer da
realização da prova pericial (ou mesmo antes) pode-se verificar que o perito não
detém os conhecimentos técnicos e/ou científicos suficientes que o façam responder
a todos os quesitos elaborados pelas partes de forma conclusiva.
O perito que prestar informações inverídicas responderá pelos prejuízos que
causar à parte e ficará inabilitado para atuar em outras perícias no prazo de 2 (dois) a
5 (cinco) anos, independentemente das demais sanções previstas em lei, devendo o
juiz comunicar o fato ao respectivo órgão de classe para adoção das medidas que
entender cabíveis.
O Novo Código de Processo Civil (Lei 13105 de 16 de março de 2015)
reconhece a importância da prova pericial e apresenta grandes inovações para
designação do perito, visto que a prova pericial é uma das mais valoradas do
Processo. O Novo CPC também suprimiu a exigência de nível universitário para o
Perito.

2.8 HONORÁRIOS PERICIAIS

O perito é um profissional que detém conhecimento técnico e que prestará um


serviço no processo em questão, esclarecendo as dúvidas das partes e do Juízo a
respeito de um determinado ponto específico e para isso ele precisará ser remunerado
através de seus honorários, chamados de honorários periciais.
Quando o perito é nomeado, o juízo intima para que ele tome conhecimento
daquela ação e para que apresente uma proposta de honorários. Então, o profissional
verificará que tipo de perícia deverá ser realizada, qual a complexidade daquela
perícia e apresentar após uma proposta de honorários.
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Por força do princípio do contraditório, uma vez que a proposta de honorários


é apresentada, o juiz vai abrir prazo para que as partes se manifestem a respeito
daquela proposta de honorários. Isso porque quem vai arcar com essas despesas
será uma das partes, ou ambas as partes. Via de regra a parte que pediu a produção
da prova pericial (se não houve a inversão do ônus da prova) é que vai arcar com o
pagamento dos honorários periciais.
É fundamental que as partes possam se manifestar sobre os honorários no
processo para evitar que o perito cobre um valor muito alto, ou seja maior que o próprio
valor da causa. Uma vez que as partes se manifestaram o juiz, com base na proposta
feita pelo perito e na manifestação feita pelas partes, o juiz vai arbitrar os honorários
a serem pagos.
É possível que eles sejam pagos de uma só vez, mas o CPC prevê também a
possibilidade de que se adiante 50% do valor dos honorários antes da perícia. E, uma
vez que o laudo pericial é entregue, sejam pagos os demais 50% do valor daqueles
honorários periciais que foram arbitrados para a perícia.
Também é possível que ao final o juiz reduza o valor dos honorários
inicialmente fixados se se entender que a perícia foi inconclusiva, ou seja, que ela não
foi suficiente para esclarecer todas as dúvidas, o perito não produziu um laudo
adequado.
É possível que haja a participação de um assistente técnico. Diferente do perito,
eles não são escolhidos pelo juiz, mas sim pelas partes. Numa prova pericial não há
obrigatoriedade de indicação de um assistente técnico. Cada parte decide então se
vai ou não contratar um assiste técnico para acompanhar a produção da prova pericial.
Enquanto o perito é imparcial, o(s) assistente(s) técnico(s) é/são parcial(is), pois eles
são contratados por cada uma das partes para acompanhar a perícia que vai ser
produzida e apresentem ao final um parecer técnico, seja concordando com o laudo
pericial apresentado pelo perito ou discordando dele. Eles são auxiliares das partes
na produção das provas. Quando eles auxiliam as partes, acabam por fiscalizar a
atuação do perito durante a realização da prova. Quando se trata da necessidade de
esclarecimento de um determinado fato que diz respeito a uma área de conhecimento
que as partes não dominem (ou que seus advogados não dominem) é fundamental a
realização de uma prova pericial e por isso as partes podem se valer dos assistentes
técnicos para ter a certeza de que o perito está produzindo a melhor prova pericial
possível. Sua remuneração fica a cargo de cada uma das partes. Eles terão acesso
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ao laudo pericial e a partir dele apresentarão os seus parecer técnicos, indicando suas
conclusões a respeito daquele fato e esses pareceres serão juntados nos autos e o
juiz irá analisar o laudo pericial e esses pereceres.

2.9 PERÍCIAS NOS DIVERSOS TIPOS DE AÇÃO

São exemplos comuns de casos onde a Perícia Judicial pode ser utilizada:
- Infiltração;
- Contaminação do solo;
- Doença laborativa;
- Fraude fiscal;
- Morte de rebanho de gados;
- Acidente de trânsito com vítimas;
A NBR 13752: Perícias de engenharia na construção civil/1996 traz o foco da
atividade de perícia na construção civil. Primeiramente a Norma define o que seria o
objeto da perícia. Eles se classificam em:
I) Imóveis
a) Terrenos (glebas, de uso especial, lotes, outros);
b) Benfeitorias (residenciais, comerciais, industriais, especiais, mistas, outras);
c) Terrenos com benfeitorias;
II) Máquinas e equipamentos
III) Instalações
IV) Frutos (aluguéis, arrendamentos, explorações, outros)
V) Direitos
a) servidões;
b) usufruto;
c) concessões;
d) comodatos;
e) direitos hereditários;
f) direitos possessórios;
g) outros.
VI) Espécies de perícia
a) arbitramentos;
b) avaliações;
15

c) exames;
d) vistorias;
e) outras.
VII) Tipos de ocorrências que envolvem ou podem envolver perícias
a) ações judiciais;
b) ações administrativas;
c) extrajudiciais.
A norma estabelece ainda que, as notações que vierem a ser adotadas pelo
perito devem ser devidamente explicitadas no laudo, indicando-se também suas
respectivas unidades de medida, de acordo com o Decreto Federal nº 81621/78.
Os requisitos de uma perícia são condicionados à abrangência das
investigações, à confiabilidade e adequação das informações obtidas, à qualidade das
análises técnicas efetuadas e ao menor grau de subjetividade emprestado pelo perito,
sendo estes aspectos definidos pelos seguintes pontos, quanto:
a) à metodologia empregada;
b) aos dados levantados;
c) ao tratamento dos elementos coletados e trazidos ao laudo;
d) à menor subjetividade inserida no trabalho.
Nas perícias judiciais torna-se obrigatória a obediência aos requisitos
essenciais, sendo que, no caso de avaliações, devem ser obedecidos ainda os
critérios das normas aplicadas à espécie, salvo no caso de trabalhos de cunho
provisório ou quando a situação assim o obrigar, desde que perfeitamente
fundamentado.
A qualidade do trabalho pericial deve estar assegurada quanto à:
a) inclusão de um número ampliado de fotografias, garantindo maior
detalhamento por bem periciado;
b) descrição detalhada dos bens nos seus aspectos físicos, dimensões, áreas,
utilidades, materiais construtivos, etc.;
c) apresentação de plantas individualizadas dos bens, que podem ser obtidas
sob forma de croqui;
d) indicação e perfeita caracterização de eventuais danos e/ou eventos
encontrados, com planta de articulação das fotos perfeitamente numeradas;
e) análise dos danos e/ou eventos encontrados, apontando as prováveis
causas e consequências;
16

f) juntada de orçamento detalhado e comprovante de ensaios laboratoriais,


quando se fizerem necessários.
Podem ocorrer trabalhos periciais onde prepondera a superficialidade, ou que
não utilizem qualquer instrumento de suporte às conclusões desejadas, não se
observando os requisitos. Esta situação é tolerada em determinadas circunstâncias,
onde pode haver a necessidade de procedimento rápido que possibilite a elaboração
do laudo pericial ou quando as condições gerais assim o permitirem. Nestes casos,
em que geralmente as condições não permitem a elaboração de um laudo pericial
cujos requisitos sejam atendidos, é admitida a apresentação do trabalho sumário,
objetivando;
Identificar o objeto da perícia a partir dos elementos de cadastro físico, da
vistoria, do exame, da avaliação ou do arbitramento de uma informação preliminar
sem maiores detalhamentos. O objetivo é definir a finalidade a que se destina a
perícia, de sorte a estabelecer o grau de detalhamento das atividades a serem
desenvolvidas e do laudo, ou segundo informação de quem o tenha solicitado.
17

3 CONCLUSÕES

A perícia vem para auxiliar o juiz em embasamento técnico em questões que


fogem do seu conhecimento para que possa exercer a lei.
O juiz apreciará a prova pericial, indicando na sentença os motivos que o
levaram a considerar ou deixar de considerar as conclusões do laudo, levando em
conta o método utilizado pelo perito. Esse é o processo de valoração da prova, que
através do processo democrático será devidamente justificada seja qual decisão for
tomada na sentença.
Pode ser que o juiz determine de ofício, ou a requerimento da parte, realização
de nova perícia quando a matéria não estiver suficientemente esclarecida. A segunda
perícia tem por objeto os mesmos fatos sobre os quais recaiu a primeira e destina-se
a corrigir eventual omissão ou inexatidão dos resultados a que esta conduziu. A
segunda perícia rege-se pelas disposições estabelecidas para a primeira e ela não
substitui a primeira, cabendo ao juiz apreciar o valor de uma e de outra.
18

4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ACADEMIA DE FORENSE DIGITAL. Perícia Judicial: O que é e como funciona


este mercado? Disponível em:
<https://www.academiadeforensedigital.com.br/perito-judicial-e-a-pericia-judicial/>.
Acesso em 05 nov. 2018.

MIGALHAS. A Ética na Perícia Judicial. Disponível em: <


https://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI254555,21048-
A+etica+na+pericia+judicial>. Acesso em: 05 nov. de 2018.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13752: Perícias de


engenharia na construção civil. Rio de Janeiro, 2006.

BRASIL. LEI Nº 13.105, DE 16 DE MARÇO DE 2015. Código de Processo Civil,


Brasilía,DF, março 2015. Disponível em: <
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm>. Acesso
em: 06 nov. 2018.

CONSELHO NACIONAL DOS PERITOS JUDICIAIS DA REPÚBLICA FEDERATIVA


DO BRASIL. Categoria: Artigos. Disponível em: <
https://conpej.org.br/categoria/artigos/>. Acesso em: 06 nov. 2018.

MODELO DE LAUDO TÉCNICO RESIDENCIAL. Disponível em: <


https://pt.slideshare.net/SaraCardoso5/modelo-de-laudo-tecnico-
residencial?from_action=save>. Acesso em: 06 nov. 2018.

MANUAL DE PERÍCIAS. Nomeação do perito. Disponível em: <


https://www.manualdepericias.com.br/nomeacao-do-perito/>. Acesso em: 04 nov.
2018.

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