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Resumo
Este artigo tem como objetivo trazer algumas reflexões sobre o autismo.
Desafios na escola e na família e o processo de inclusão. O tema desse
trabalho é a escola e os tipos de inclusão. A metodologia utilizada foi a leitura
de outros artigos específicos, livros, revistas e uma conversa com um professor
e um pai de um aluno autista. Ficou a evidente a importância de um processo
cada vez maior de conscientização. As principais conclusões estão voltadas
para um professor atento ás necessidades dos alunos autistas e ao mesmo
tempo persistentes na sua capacitação. Outro ponto de destaque envolve a
família. Entender, aceitar, amar e não desistir de desenvolver ao máximo a
criança são pontos relevantes no processo.
a) Introdução
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desenvolver diversas ações de conscientização, além de dar suporte e
qualificar os profissionais das escolas. Os pais precisam estar cada vez mais
próximos da escola para acompanhar o processo de aprendizagem dos filhos.
Ser parceiros dos professores. Nesse sentido, e dando continuidade ao que foi
observado na escola que visitei durante o curso, o objetivo desse artigo é
mostrar como ações diárias do poder público, da escola e da família podem
contribuir para uma melhor inclusão da criança autista. Muitos são os desafios
da escola quando o assunto é proporcionar a pessoa com deficiência uma vida
mais digna. Não podemos mais tolerar preconceitos, é preciso evoluir em todas
as áreas e principalmente, sermos mais humanos, fraternos, ter mais empatia e
respeito á pessoa com deficiência.
b) Desenvolvimento
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Outro ponto que merece destaque é saber aonde queremos chegar para
que o caminho seja possível e viável. Nesse sentido, um projeto claro e
objetivo pode facilitar o processo de inclusão. Em primeiro lugar é preciso
saber onde estamos qual a nossa situação atual. O que cabe aos órgãos
públicos, ao professor, a família, a sociedade, etc. Depois desse diagnóstico
inicial, aí sim é imprescindível saber para onde vamos. Em quanto tempo, o
que pode acelerar o processo, o que pode atrasar, quais caminhos seguir na
hora da adversidade. Diante dessas perspectivas é preciso nos perguntar qual
o real entendimento quando ouvimos falar em educação inclusiva. Primeiro,
que é educação? O que é inclusão?
Educação é o processo de desenvolvimento da capacidade física,
intelectual e moral da criança e do ser humano em geral, visando à sua melhor
integração individual e social (Aurélio). Vale ressaltar que o conceito de
educação é amplo e na definição acima poderia ser acrescentado a inclusão.
Inclusão pode ser entendida como o ato ou efeito de incluir, ou seja, de
compreender. Nesse ponto é preciso dizer que o processo de compreender o
outro não é fácil, principalmente quando se deixa levar pelo preconceito e pela
discriminação presentes em todos os setores da sociedade.
Segundo Forest Inclusão significa mudança. Para ele tanto a inclusão
quanto a mudança são inevitáveis. É preciso ter a mente aberta e vestir a
camisa da mudança, de estar cada dia mais propenso a ser melhor e aceitar as
diferenças do outro.
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Na verdade ninguém está totalmente preparado para um desafio. Mas
isso não pode paralisar a ação. O interesse na mudança é um passo
importante para o começo. O professor precisa estar comprometido, mostrar-se
interessado com o que o aluno deseja e precisa aprender; interessado também
em conhecê-lo, ouvi-lo; respeitar a bagagem trazida por ele. Acreditar no
potencial de cada um; acreditar que possível conseguir desenvolver suas
habilidades.
Logo após a análise de todos esses pontos é possível começar a falar
de uma educação especial. Essa educação precisa ainda mais de cuidados, de
planejamento, de apoio da família, de estudos, do envolvimento de todos.
4- O que é autismo?
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Dessa forma o TEA ou autismo, é conhecido como um o transtorno das
funções envolvidas no desenvolvimento humano.
A família que tem uma pessoa diagnostica com autismo sofre muito
principalmente por causa do preconceito. Além disso, o impacto inicial é muito
forte porque é tudo muito desconhecido. As principais características do
autismo são: limitações na fala, dificuldades em estabelecer relações sociais,
tendência em apresentar comportamentos repetitivos.
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Quando as pessoas são questionadas sobre o autismo, geralmente
são levadas a dizer que se trata de crianças que se debatem contra a
parede, têm movimentos esquisitos, ficam balançando o corpo e
chegam até o dizer que é perigoso e precisam ficar trancados em
uma instituição para deficientes mentais (ORRÚ, 2007, p.37).
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Como bem ressalta alguns autores, diversos fatores influenciam no
comportamento da criança autista, isso pode também influenciar no seu
possível desenvolvimento escolar e familiar, dentre esses autores estão Batista
e Bosa (2002, p. 36),
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conseguiam conversar com os parentes e mostrar o que como deveriam agir
com a criança. Entenderam que o diálogo constante entre a escola e a família é
de grande importância. É possível analisar os aspectos positivos e negativos
de ações realizadas nos dois ambientes, uma vez que, deve haver contribuição
mútua.
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deveriam contar para a professora. Assim o processo de descoberta não parou
mais e isso estimulou a professora a buscar cada vez mais informação.
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preciso muito se capacitar. Depois conhecer as leis, os direitos da criança e da
família também são importantes para a orientação adequada.
É bom salientar que o direito de acesso ao ensino é um exercício de
cidadania. Nesse ponto o cidadão independente de sua condição física,
psicológica, moral, econômica e social tem o direito assegurado pelo Decreto
nº 6.094/2007, de usufruir os espaços municipais, estaduais, e federais de
educação. Esse direito é o que garante o tratamento digno a todos. Sem
discriminação, sem abusos de autoridade.
No entanto, mesmo com a existência dessas leis, que atuam como
agentes reguladores e buscam garantir o acesso de pessoas com autismo e
outras deficiências à educação, por outro lado não asseguram que os
educadores saibam auxilia-los de maneira correta no seu processo educativo.
Muito disso se dá pela realidade precária do educador na forma de condução
do processo educativo, com o objetivo de garantir que o direito a educação seja
realmente cumprido de forma satisfatória (SELAU E HAMMES, 2009).
Diante desse campo que por vezes pode confundir, pois há leis que
garantem a participação do diferente e que cobram desempenho dos
educadores ao mesmo tempo. Tais cobranças algumas vezes são absurdas,
visto que não medem a importância do educador. Muito se exige e pouco se
faz em prol do professor. Cabe ainda ao educador a tarefa de mediar os
valores sociais e culturais e ainda cuidar da sua casa, dos filhos, etc.
Art. 58º. Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei,
a modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na
rede regular de ensino, para educandos portadores de necessidades
especiais.
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§ 1º. Haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na
escola regular, para atender às peculiaridades da clientela de
educação especial.
§ 2º. O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou
serviços especializados, sempre que, em função das condições
específicas dos alunos, não for possível a sua integração nas classes
comuns de ensino regular.
§ 3º. A oferta de educação especial, dever constitucional do Estado,
tem início na faixa etária de zero a seis anos, durante a educação
infantil.
Art. 59º. Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com
necessidades especiais:
I - currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização,
específicos, para atender às suas necessidades;
II - terminalidade específica para aqueles que não puderem atingir o
nível exigido para a conclusão do ensino fundamental, em virtude de
suas deficiências, e aceleração para concluir em menor tempo o
programa escolar para os superdotados;
III - professores com especialização adequada em nível médio ou
superior, para atendimento especializado, bem como professores do
ensino regular capacitados para a integração desses educandos nas
classes comuns;
IV - educação especial para o trabalho, visando a sua efetiva
integração na vida em sociedade, inclusive condições adequadas
para os que não revelarem capacidade de inserção no trabalho
competitivo, mediante articulação com os órgãos oficiais afins, bem
como para aqueles que apresentam uma habilidade superior nas
áreas artística, intelectual ou psicomotora;
V - acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais
suplementares disponíveis para o respectivo nível do ensino regular.
Art. 60º. Os órgãos normativos dos sistemas de ensino estabelecerão
critérios de caracterização das instituições privadas sem fins
lucrativos, especializadas e com atuação exclusiva em educação
especial, para fins de apoio técnico e financeiro pelo Poder Público.
Parágrafo único. O Poder Público adotará, como alternativa
preferencial, a ampliação do atendimento aos educandos com
necessidades especiais na própria rede pública regular de ensino,
independentemente do apoio às instituições previstas neste artigo.
Vale ressaltar que o professor não pode estar sozinho nessa luta. A
família e a sociedade precisam cobrar do poder público não só uma
qualificação adequada do professor, como também uma melhor condição de
trabalho. Salas equipadas que possam proporcionar á criança com alguma
deficiência um conforto adequado para o seu desenvolvimento.
O processo de inclusão social não pode ser pensado sem um ambiente
inclusivo decente. Por outro lado, entender esse ambiente inclusivo tão
somente e, função dos recursos pedagógicos é preciso também pensar nas
qualidades humanas envolvidas (CUNHA, 2012).
Outro aspecto a ressaltar é que a educação precisa ser para todos
verdadeiramente. Nesse ponto vale destacar esse compromisso na Declaração
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de Salamanca (1994), que assegura “a necessidade e urgência do
providenciamento de educação para as crianças, jovens e adultos com
necessidades educacionais especiais dentro do sistema regular de ensino [...]”.
Sobre a educação especial:
c) Considerações Finais
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escola inclusiva precisa trabalhar de forma incessante a conscientização. Toda
a comunidade escolar precisa estar envolvida.
Outro ponto importante que deve ter uma escola inclusiva é o respeito
de todos com a liberdade do aluno a aprender do seu modo, no seu tempo.
Isso é um respeito às diferenças.
As famílias precisam de apoio. Muitas vezes a falta de informação torna
o caminho mais difícil. O preconceito pode estar ali mesmo na família.
O professor não pode parar de se capacitar. Entender sua importância
no processo de inclusão. Sua ação pode fazer a diferença na vida desses
alunos e dos pais.
Como foi visto, o empenho e o carinho de um professor pode fazer toda
a diferença, no entanto, essa luta não pode ser só do professor. Vale ressaltar
ainda que os órgãos públicos precisam cumprir o seu papel. No mesmo
sentido, os pais precisam de apoio, de melhores informações. Precisam ainda
de cobrar, de participar, enfim de serem parceiros da escola.
Referências
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BELISÁRIO, J. F. Filho; CUNHA, Patrícia. A Educação Especial na
Perspectiva da Inclusão Escolar: transtornos globais do
desenvolvimento. Brasília: Ministério da Educação, 2010.
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