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GEOGRAFIA

MÓDOLO INICIAL - A posição de Portugal na Europa e no Mundo

Como são constituídas as diferentes unidades territoriais portuguesas?

O território nacional é dividido por 18 distritos, que por sua vez se subdividem por
concelhos e estes por freguesias.

Portugal continental: 97% do território nacional e 15% da Península Ibérica. De norte


para sul tem um comprimento de 561km² e de oeste para este, uma largura de
218km².

O território insular é constituído pelos Açores,


um arquipélago de origem vulcânica e
constituído por 9 ilhas:

O Grupo Oriental – São Miguel e Santa Maria;


O Grupo Central – Graciosa, Terceira, São
Jorge, Pico e Faial;
O Grupo Ocidental – Flores e Corvo.

O arquipélago da Madeira é constituído por duas


ilhas, a Madeira e Porto Santo. Pelos ilhéus das
Desertas e pelo subarquipélago das Selvagens.

No continente existem 18 distritos, cada distrito é dividido por


concelhos que por usa vez se dividem em freguesias.

308 Concelhos e 3092 Freguesias


 278 Concelhos no Continente e 30 nas regiões autónomas.
 2584 Freguesias no Continente, 156 nos Açores e 54 na
Madeira.
Como se organiza o território nacional em termos estatísticos?

Com a adesão à União Europeia, em 1986, foi introduzida a Nomenclatura das


Unidades Territoriais para Fins Estatísticos (NUTS) que criou uma divisão territorial
segundo três níveis:

 NUT I: 3 Unidades: Portugal Continental; Regiões Autónomas.


 NUT II: 7 Unidades: Norte; Centro; Área Metropolitana de Lisboa; Alentejo;
Algarve; Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira.
 NUT III: 25 Unidades

Conhecer a posição de Portugal Continental e Insular na Europa e no Mundo

Portugal Continental:

Portugal situa-se no extremo sudoeste da Europa, ocupando a faixa ocidental da


península Ibérica, representando cerca de 1/5 do seu território, e tem uma linha de
costa com mais de 1200 km de extensão.

Portugal Insular:

 Arquipélago dos Açores: Situado a oeste de Portugal Continental, tem uma


superfície de cerca de 2300 km², distribuída por 9 ilhas e um conjunto de ilhéus.

 Arquipélago da Madeira: Situado a sudoeste de Portugal Continental, possui uma


superfície de aproximadamente 800 km², distribuídos por 2 ilhas e 2 conjuntos de
ilhéus.
Localização absoluta de Portugal: entre os 56°58’ e os 42°09’ de latitude norte e os
06°12’ e 09°30’ de longitude oeste.

Localização absoluta arquipélago dos Açores: entre os 36°55’ e os 39°43’ de latitude


norte e os 24°46’ e os 31°16’ de longitude oeste.

Localização absoluta do arquipélago da Madeira: entre os 50°01’ 33°07’ de latitude


norte e os 15°51’ e os 17°16’ de longitude oeste.

A inserção de Portugal em diferentes espaços

A posição geográfica de Portugal é simultânea privilegiada e potenciadora. Quer de


laços económicos, políticos e culturais com outros países e regiões dos cinco
continentes, quer da sua integração ibérica e europeia.

Assim, é permitida a livre circulação de pessoas, bens, serviços e capitais. A presença


de comunidades portuguesas em países da Europa gera oportunidades de cooperação
económica e cultural, aprofundando relações entre Portugal e os países de
acolhimento.

Consequentes da emigração portuguesa são as remessas dos emigrantes, geralmente


sob a forma de depósitos bancários de poupança, canalizados para o nosso país.

Dada a relevância dos fluxos culturais e financeiros gerados pelas comunidades


portuguesas, é importante promover junto delas a preservação da língua e a
valorização da cultura portuguesa e garantir o apoio nacional em momentos de crise
económica ou de catástrofe.

Na Europa

Portugal encontra-se, desde 1986, integrado na atual União Europeia.

As raízes da União Europeia remontam á Segunda Guerra Mundial e á vontade de impedir um


novo conflito. A ideia de unir países, de ultrapassar as rivalidades, de reconstruir uma Europa
fragilidade e destruída, de relançar atividades, como agricultura, a indústria e o comércio.

Para Portugal, a integração na UE foi um fator de desenvolvimento, promovendo a


melhoria das condições de vida, que se deveu:

- Aos apoios financeiros, que tornaram possível a concretização de inúmeros projetos


no domínio das obras públicas, da modernização das empresas, da formação
profissional;

- À participação em variados programas de apoio ao desenvolvimento;


- Aos benefícios económicos da participação num mercado único;

- À harmonização dos padrões de qualidade e das normas de funcionamento da


economia e da sociedade com a legislação europeia, nos diversos domínios.

Países pertencentes á União


Europeia

- Portugal manteve-se à margem de qualquer tipo de integração económica na Europa


até final dos anos 50;

- O regime ditatorial vigente e as relações comerciais com as ex-colónias impedia a


integração na Comunidade Económica Europeia (CEE),

- A instituição da democracia, após a Revolução de 25 de Abril de 1974, permitiu que


Portugal iniciasse o processo de adesão à CEE;

- O processo de adesão culminou com a sua integração plena em 1986.

- A construção europeia tem sido concretizada com sucessivos alargamentos que


contribuem para reforçar a democracia e a segurança na Europa.

Vantagens da moeda Única

- facilita as transações comerciais e financeiras, eliminando os custos cambiais;

- possibilita a constituição de um espaço financeiro europeu dotado de uma moeda


mais forte, com maior capacidade para competir a nível mundial e mais atrativo para
os capitais internacionais;

- permite a estabilidade dos preços, pela ação do Banco Central Europeu;


-dispensa os consumidores que viajam pela UE da necessidade de cambiar moeda,
permitindo comparar diretamente os preços em diferentes países.

Qual a importância da integração de Portugal no contexto da União Europeia?

Pertencer á União Europeia é uma opção fundamental para um futuro de progresso e


modernidade.

A União Europeia assume um papel relevante a nível Mundial pela sua:

- dimensão económica, territorial e populacional;

- influência e intervenção em domínios como o ambiente global, a ajuda ao


desenvolvimento das regiões mais pobres e a promoção da democracia e do respeito
pelos direitos humanos.

Para Portugal, a integração na União Europeia foi um fator de desenvolvimento,


promovendo uma melhoria das condições de vida que se deveu, principalmente:

- aos apoios financeiros;

- à participação em muitos e variados programas de apoio ao desenvolvimento;

- aos benefícios económicos da participação no mercado único;

- à harmonização dos padrões de qualidade e das normas de funcionamento da


economia e da sociedade com a legislação europeia, nos diversos domínios.
Qual a importância do espaço lusófono e das relações privilegiadas de Portugal com
comunidades portuguesas e com a CPLP?

O espaço de lusofonia integra os países que têm o português como língua oficial e os
países com comunidades portuguesas.

As comunidades de língua portuguesa no mundo possibilitam um alargamento de


Portugal, permitindo a expansão e a manutenção de identidade e da nacionalidade, a
criação e oportunidades de cooperação económica e cultural e o aumento das relações
entre o país e os países de acolhimento dessas comunidades.

Por outro lado, o nosso país recebe dessas comunidades as chamadas remessas dos
emigrantes, que podem traduzir-se em investimento nas áreas de origem dos
emigrantes e consequentemente contribuir para o desenvolvimento regional.

Assim, é importante manter os laços quer com as comunidades emigrantes


portuguesas, quer com as comunidades estrangeiras de língua oficial portuguesa, de
forma a fomentar, por um lado, as dimensões económicas e sociais desses espaços e a
prevenção da língua materna e a valorização da cultura nacional.

A concentração política e a cooperação nos domínios social, cultural e económico são


os objetivos da CPLP.

MÓDULO 1 - A população utilizadora de recursos e organizadora de espaços

1.1 A evolução da população na 2º metade do século XX

Quantos éramos na 2º metade do século XX?


EVOLUÇÃO DA POPULAÇÃO PORTUGUESA NA 2ª METADE DO SÉC. XX

Portugal, a partir da segunda metade do 12000000


século XX, teve alterações significativas nos 10000000
comportamentos demográficos que 8000000
influenciaram a evolução da população 6000000
absoluta, que aumentou em cerca de dois 4000000
milhões de habitantes, neste período de 2000000
tempo. 0
1950 1960 1970 1981 1991 2001 2011

A população residente portuguesa aumentou e essa tendência de aumento manteve-


se, apesar do abrandamento demográfico.
Quais os fatores responsáveis pela evolução da população portuguesa?

A variação da população depende dos seguintes indicadores:

• Natalidade: número total de nascimentos ocorridos numa dada região, num


determinado período de tempo.

• Crescimento natural: diferença entre a natalidade e a mortalidade. Calcula-se


utilizando a seguinte fórmula: CN=N-M

• Mortalidade: número total de óbitos ocorridos numa dada região, num


determinado período de tempo.

• Taxa bruta de Natalidade: número médio anual de nascimentos por cada 1000
habitantes num dado território. Natalidade
TN  x1000
População absoluta

• Taxa bruta de Mortalidade: número médio anual de óbitos por cada 1000
habitantes num dado território.
Mortalida de
TM  x1000
População absoluta

• Taxa de crescimento natural: diferença entre a taxa de natalidade e a taxa de


mortalidade.
TCN  TN  TM

• Taxa de Crescimento Migratório: Saldo migratório referido à população média


do período considerado, por 100 ou 1000 habitantes (% ou ‰).

TCM = SM (I-E) x 1000


População total

• Taxa de Crescimento Efetivo: Variação populacional referida à população


média do período considerado, por 100 ou 1000 habitantes (% ou ‰).

TCE = SN +SM x 1000


População total

Embora com algum desfasamento temporal, Portugal conheceu um processo de


transição demográfica próximo do dos países desenvolvidos, tendo-se transformado
nas últimas décadas num país envelhecido, com baixos níveis de natalidade e
mortalidade.
 Na década de 50

A população aumentou devido ao crescimento natural elevado, devido á influência


da Igreja Católica e ao ainda baixo número de mulheres a trabalhar fora de casa, o
que refletiu em valores de natalidade elevados.

 Na década de 60

A população decresceu devido ao saldo migratório negativo e á Guerra Colonial e á


diminuição do crescimento natural devido ao decréscimo da natalidade.

 Na década de 70

A população teve um aumento acentuado devido ao saldo migratório positivo,


graças ao retorno dos emigrantes dos países da Europa Oriental, e ao fim da
Guerra Colonial e ao ligeiro aumento do crescimento natural sobretudo devido ao
acréscimo da natalidade.

O saldo migratório nesta década é positivo devido a:

• Diminuição da emigração provocada pelo Choque Petrolífero em 1973, com as


consequentes restrições à emigração decretadas pela França e Alemanha,
entre outros.

• Expectativa de desenvolvimento do nosso país após a revolução do 25 de


Abril de 1974.

• Regresso dos portugueses das antigas colónias africanas


(os chamados “retornados”).

• Regresso dos exilados políticos após a Revolução de 25 de Abril de 1974.

 Na década de 80

A população manteve-se relativamente estável, apesar de decrescer após 1985


devido ao saldo migratório negativo e á diminuição do crescimento natural, em
resultado do decréscimo da natalidade com a intervenção dos métodos
contracetivos.

 Na década de 90

A população aumentou lentamente devido ao saldo migratório positivo e á


diminuição do crescimento natural. Nesta década, o contributo do saldo migratório
para o crescimento demográfico, superou o contributo do crescimento natural.
Logo o crescimento da população deveu-se ao aumento da imigração, e
crescimento natural quase nulo devido aos baixo valores de natalidade e
mortalidade.
• A partir de 1993, o saldo migratório passou a ser positivo.

• Crescimento natural em queda acentuada, provocada pelo decréscimo da


natalidade e pela estabilização da mortalidade.

 1ª Década do século XXI

Crescimento natural ligeiramente positivo com tendência para se tornar estacionário


(crescimento natural negativo em 2007, 2009 e 2010); Saldo migratório positivo com
tendência de decréscimo. A crise económica provocou a diminuição da imigração e o
aumento da emigração.

Evolução da população entre 2009 e 2014

Como se distribui a população atualmente?


As variáveis demográficas

Quantos nasceram?

Há mais gente no mundo, mas nasceram menos em Portugal.

A tendência do número de nascimentos em Portugal é de decréscimo, apesar do


período de 1975 a 1977 contrariar esta evolução, devido a fatores como o regresso dos
portugueses das ex-colónias portuguesas.

Entre 1960 e 2011, o ano que registou o número total de nados-vivos:

 Mais elevado foi 1960


 Mais baixo foi 2011

Como cada vez nascem menos bebés em Portugal, a taxa de natalidade vai diminuir.

Os anos 90 do século XX e os primeiros anos do século XXI ficaram marcados por um


crescimento contínuo da população, particularmente de indivíduos em idade ativa,
resultante:

• do fluxo imigratório que se verificou neste período;

• e por um aumento da proporção da população idosa (65 e mais anos), em


resultado do aumento da esperança de vida.

O enfraquecimento do crescimento natural e a desaceleração do crescimento


migratório tiveram como consequência o abrandamento do ritmo de crescimento
efetivo.
Quais os fatores responsáveis pela evolução da taxa de natalidade?

A taxa de natalidade tem vindo a decrescer assim como a taxa de fecundidade, mas o
que é que levou a esse decréscimo desde a década de 70?

Causas:

 O desenvolvimento e a prática do planeamento familiar e a generalização dos


métodos contracetivos.
 A emancipação feminina e crescente entrada da mulher no mercado de
trabalho.
 O aumento das despesas com os filhos, com a educação, saúde e alimentação.
 A melhoria de nível de vida da população e a maior preocupação em possuir e
manter um maior conforto e qualidade de vida.
 O decréscimo do número de casamentos e o aumento de divórcios.
 O aumento da idade média do casamento e do nascimento do primeiro filho,
devido, ao primeiro emprego e ao aumento do desemprego.
 As dificuldades na aquisição de habitação, sobretudo nas cidades.

Nasce-se menos em Portugal e o ligeiro aumento verificado entre os anos 1995 e 2000,
foi atribuído á população imigrante, ás mães estrangeiras.

Menos nascimentos, menos filhos em média por mulher na sua idade fértil e a não
renovação de gerações são uma realidade no nosso país.

A distribuição da TBN
permite constatar que
algumas unidades territoriais
do litoral ocidental e
algarvio, no continente, e a
R.A. Açores registam as TBN
mais elevadas.
O Índice Sintético de Fecundidade na UE 28 tem sido inferior a 2,1 crianças por
mulher.

Em 2014:

• nenhum Estado-membro da União


Europeia tinha a sua substituição de
gerações assegurada;

• a França apresentou os maiores


valores do ISF, seguida da Irlanda
(são os únicos países com valores
próximos de 2 nascimentos por
mulher);

• Portugal registou o menor valor


deste índice, com cerca de 1,23
crianças por mulher.

Quantos morreram?

Nasce-se menos em Portugal, mas também se morre menos. A mortalidade teve


tendência para estabilizar em 1960, nos 10 óbitos por cada mil habitantes. E em 2014
registou um ligeiro crescimento. Por outro lado, os últimos anos foram palco de um
acréscimo da mortalidade na população com idades iguais ou superiores a 75 anos.
Quais os fatores responsáveis pela evolução da taxa de mortalidade?

A taxa de mortalidade tem registado um decréscimo, apesar de a sua diminuição ser


menos intensa do que a taxa de natalidade. A diminuição do número de óbitos por mil
habitantes está associada a fatores como:

 A melhoria do nível de vida, que se refletiu na melhoria faz condições


alimentares e das condições de habitantes, como o saneamento básico.
 O desenvolvimento da medicina preventiva e curativa.
 As intensificações dos cuidados primários de saúde e a melhoria da assistência
médica.
 A melhoria dos hábitos de higiene pessoal.
 A melhoria das condições de trabalho, como a redução do número de horas
diárias e as melhores condições de segurança.
 A diminuição da taxa de analfabetismo.

No entanto, os últimos anos têm sido marcados por um ligeiro acréscimo da taxa de
mortalidade, sobretudo na população idosa devido principalmente ao envelhecimento
demográfico. E esta é a principal causa desse ligeiro acréscimo.

Como se distribuíram os óbitos pelo território nacional?

Morremos menos, mais no interior e menos no litoral.

A taxa bruta de mortalidade (TBM)

O litoral continental e a R. A. dos


Açores registam as
TBM mais baixas.

Em 2014, as TBM:

- mais elevadas registaram-se:

no Alentejo, no Centro, no Algarve


e na R.A. Madeira, cujos valores
foram superiores à média nacional;

- mais baixas verificaram-se:

no Norte, na Área Metropolitana


de Lisboa e na R.A. Açores
A taxa de mortalidade infantil

É basicamente o número de óbitos de crianças


com menos de um ano por mil nados vivos
durante um ano e tem decrescido
significativamente no nosso país, sendo que
Portugal foi o país da EU que registou o maior
decréscimo desde 1960.

A TMI influencia os valores da taxa de


mortalidade, e é um indicador demográfico
que reflete as condições de vida da
população.

Em 2015, a TMI:

- mais elevada verificou-se no interior do


país, destacando-se a Beira Baixa e o Baixo
Alentejo.

- mais baixa ocorreu no Douro e no litoral do


país, destacando-se o Cávado, Ave, Região de
Coimbra, Oeste e Algarve.

A mobilidade da população

Somos mais e continuamos um país de imigrantes, foi a conclusão dos Censos 2011,
mal será que é mesmo assim? O crescimento da população deveu-se ao facto de
estrangeiros virem trabalhar para Portugal. Mas nem sempre a imigração esteve
presente num país tradicionalmente de emigrantes.
Qual a principal causa dos movimentos migratórios?

A motivação económica que se traduz pela procura de emprego, de melhores salários


e de melhores condições de vida está na origem da saída de portugueses do país.

Em 1973 ocorreu uma das maiores crises económicas mundiais, provocada pela
subida rápida dos preços do petróleo, que se prolongou pela década de 80, e que
ocasionou uma redução muito acentuada dos fluxos emigratórios.
Assim, neste período, os principais destinos foram a França. A ex-República Federal da
Alemanha, o Luxemburgo, o Reino Unido, a Suiça, e a Holanda. A América do Norte
(EUA e Canadá) continuou a receber os nossos emigrantes sobretudo açorianos,
enquanto a América do Sul (Venezuela e Brasil) e a África do Sul continuaram a ser
procurados pelo madeirenses.

O maior e mais importante fluxo migratório nacional deveu-se a uma correlação de


fatores, desfavoráveis em Portugal e atrativos nos países da Europa Ocidental. Assim,

 Portugal, com uma população jovem, com falta de estruturas de apoio á família
e ás atividades socioculturais, com uma economia assente numa agricultura
tradicional, em baixos salários, elevado desemprego e baixo nível de vida, a
braços com uma guerra colonial e com um regime politico ditatorial, tornou-se
pouco atrativo.
 Países da Europa Ocidental encontravam-se numa fase de prosperidade
económica, proporcionada pelo fim da II
Guerra Mundial, mas sofriam de uma elevada
carência de população ativa, resultante dos
anteriores fluxos migratórios, e da elevada
mortalidade durante as duas Grandes Guerras
Mundiais.
A necessidade de expansão económica e de
reconstrução das suas estruturas produtivas
provocou nestes países a necessidade de mão
de obra barata para a industria e construção
civil.

Este período ficou também marcado pelo incremento da emigração


clandestina.
Quais são as consequências da emigração portuguesa?

Apesar das consequências da emigração portuguesa terem sido mais notáveis no


interior do que no litoral, todo o território nacional registou:

 A nível demográfico:
 Quebra de população jovem e adulta;
 Diminuição da taxa de natalidade/fecundidade;
 Envelhecimento da população;
 Diminuição da população residente;

 A nível socioeconómico:
 Diminuição da população ativa,q eu levou nas áreas rurais, que levou ao
abandono dos campos;
 Aumento da taxa de analfabetismo;
 Diminuição do desemprego que provocou uma subida dos salários e o
investimento em nova tecnologia na industria;
 Entrada de divisas estrangeiras com as poupanças dos emigrantes,
depositadas em Portugal;

Após 1973, a população portuguesa aumentou, o saldo migratório passou a ser


positivo, apesar do decréscimo na década de 80 e do abrandamento dos últimos anos.

Assim, a partir de 1973 registou-se:

Na década de 70:

 Uma diminuição da emigração portuguesa, consequência:


 Da crise económica iniciada nesse ano na Europa. Esta crise deveu-se á
subida do preço do petróleo, que se prolongou até aos anos 80. A crise
económica conjugada com a modernização das diversas atividades
económicas deu origem ao aumento no desemprego na Europa
Ocidental. Estes países viram-se obrigados a impor restrições á
imigração, com o objetivo de diminuir o desemprego. Alguns como a
França e a Alemanha incentivaram o regresso dos estrangeiros ao seu
país de origem.
 Do 25 de Abril de 1974, que contribuiu para o fim da Guerra Colonial,
para a democratização da sociedade portuguesa e para a entrada de
Portugal na CEE. Permitiu ainda a abertura da economia ao exterior,
que levou á melhoria da situação económica de Portugal, que se
refletiu no nível de vida da população.
 Um aumento na imigração, em resultado:
 Da descolonização e do retorno dos portugueses das ex-colónias;
 Do regresso dos emigrantes, particularmente aqueles que se
encontravam impedidos de o fazer, antes do 25 de Abril.

Na década de 80

 Um aumento da emigração, o incremento e o predomínio da emigração


temporária, em consequência:
 Do fim dos condicionalismos administrativos que restringiam a saída do
país;
 Da assinatura do acordo de Schenger, que estabeleceram a livre
circulação das pessoas na maioria dos países signatários;
 Do desenvolvimento das infraestruturas e dos meios de transporte;
 Da globalização da economia;
 Um incremento da imigração;
 O aumento do regresso da população emigrante a Portugal;

A partir dos anos 90 até á atualidade

Portugal, país de emigrantes, vê a imigração chegar nos finais do século XX, assistindo
ao longo do último século a uma diversificação e recomposição dos seus destinos, a
alterações da duração da migrações e do perfil dos migrantes.

Assim, passamos a ser:

 um país de imigrantes oriundos não só dos PLOP(Brasil e Cabo Verde), mas


também da Europa de Leste(Ucrânia, Roménia ex-URSS, e Bulgária) e Ocidental
(Reino Unido) e da Ásia (China);
 Um país de emigrantes, mas com destinos e um perfil diferenciados dos da
década de 70;
 A par da emigração intracontinental, os destinos como Angola,
Moçambique e Brasil regressam;
 A emigração temporária predomina;
 Surge o aumento da emigração de jovens qualificados;
 A emigração individual substitui o familiar;
 A emigração feminina aumenta;

O aumento estimado da população entre 2001 e 2011, foi uma consequência da


imigração, á qual também se faz sentir no aumento da população na maioria dos
países da União Europeia, compensando o decréscimo da natalidade.

A imigração contribuiu para o crescimento da população portuguesa. Com a taxa de


fecundidade do portugueses a diminuir e a substituição de gerações em Portugal teve
o contributo dos imigrantes.

O aumento ou diminuição da população dependem do saldo natural, relação entre


nascimentos e óbitos, e do saldo migratório, relação entre imigração e emigração.

 Globalmente, o comportamento da taxa de crescimento migratório tem sido,


nos últimos anos, responsável pela evolução das taxas de crescimento efetivo
do nosso país.
 Taxa de crescimento efetivo em Portugal, por NUTS III (2011)
Ao nível das NUTS III:

Predomínio das taxas mais elevadas nas


NUTS situadas no litoral (são estas NUTS
que apresentam valores positivos devido à
influência da proximidade das áreas
metropolitanas de Lisboa e do Porto).

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