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Aprovada por:
______________________________________________
Prof. Eduardo de Moraes Rego Fairbairn, D.Ing.
______________________________________________
Prof. Ronaldo Carvalho Battista, Ph.D.
______________________________________________
Prof.ª Michèle Schubert Pfeil, D.Sc.
______________________________________________
Prof. Romildo Dias Tolêdo Filho, D.Sc.
______________________________________________
Prof.ª Eliane Maria Lopes Carvalho, D.Sc.
______________________________________________
Prof. Paulo Batista Gonçalves, D.Sc.
ii
AGRADECIMENTOS
Aos meus pais Silvio (in memorian) e Olinda pela abnegação para que eu
pudesse viver este momento.
À minha esposa Eurly pelo carinho, incentivos constantes e por absorver, na
minha ausência, parte das atribuições que eram minhas na condução da família.
Aos meus filhos Verônica, Rosamaria, José Elias e sobrinha Adilene, pela
compreensão da minha ausência e pelos encorajamentos.
À minha cunhada Ana Maria pelo apoio a minha família e pelos telefonemas de
incentivos.
Aos professores Eduardo de Moraes Rego Fairbairn e Ronaldo Carvalho Battista
eternos agradecimentos pelos empenhos e orientações cujas idéias motivaram-me a
registrar os aspectos desta experiência. Impossível não dar lugar de destaque à paciência
demonstrada pelo professor Eduardo (Dudu), durante esta jornada.
Aos professores do PEC/COPPE, em especial a Webe pela presença amiga e a
Romildo pela participação ativa em nosso trabalho, além da amizade.
Aos professores Lílian, Adnauer e Cláudio, da UFMT, pelo grande apoio.
Aos funcionários do Laboratório de Estruturas, na pessoa do técnico Flávio.
Aos pesquisadores do Laboratório de Estruturas, Miguel, Guilherme e Sidiclei,
pelas suas contribuições na realização desta tese.
Aos amigos conquistados durante nossa estada na COPPE, Beth, Lea, Kátia,
Catarina, Luciana, Reila, Silvoso, Hishasi, Alex, Eugênia, Tiago, Walber, Emerson,
Jardel, Gadea, Vinicius, Roberto, Santiago, Paulo e outros não citados, pela falha da
memória, pelos agradáveis momentos.
Às Secretárias, Luzidelle e Sandra, por todo apoio administrativo.
Aos Bibliotecários, Zoraide, Geriel, Guilherme e Solange, pelas atenções
dispensadas.
À Universidade Federal de Mato Grosso e à COPPE por terem me
proporcionado a oportunidade da capacitação.
A Paul Acker da Lafarge-França que nos cedeu graciosamente o material
DUCTAL®.
À CAPES que financiou parte desta pesquisa dentro do quadro do Projeto
PROCAD 0155/01-2 e pela bolsa do PICDT.
À FAPERJ que também financiou parte desta pesquisa.
iii
Resumo da Tese apresentada à COPPE/UFRJ como parte dos requisitos necessários
para a obtenção do grau de Doutor em Ciências (D.Sc.).
Março/2005
iv
dentro do quadro destes novos paradigmas. Assim sendo, um código computacional
comercial (DIANA de TNO-Delft) e um CUADRF comercial (DUCTAL® de Cimentos
Lafarge) foram usados como base para o projeto de diversos tipos de cascas sem barras
de armadura e sem protensão, mostrando que seções muito esbeltas podem ser
utilizadas. Para ressaltar a precisão de tais análises, o protótipo de uma casca piramidal
foi construído e ensaiado em laboratório. Os resultados indicaram que a análise
numérica pode simular com precisão o comportamento da estrutura até à ruptura
apontando para o potencial da aplicação dos novos materiais cimentíceos no futuro
próximo.
v
Abstract of Thesis presented to COPPE/UFRJ as a partial fulfillment of the
requirements for the degree of Doctor of Science (D.Sc.)
Many thin concrete shells have been built around the world from the 50’s to the
60’s, but their use has gradually declined over the past few decades. This decline has
been due mainly to the high cost of construction, difficulties in dealing with
reinforcement and formwork and the complexity of the analysis.
However, advances in computer technology, concrete modeling and concrete
technology have created a new paradigm for the design and construction of concrete
shells. This is the case of the advances in concrete modeling using the Finite Element
Method. For the last decades the crushing and cracking models developed mainly within
the framework of academic research became operational and implemented in
commercial codes. Also, the advances in computer technology combines performance
of meshing, modeling and visualization allowing the effective use of complex finite
element models for the most challenging analyses.
In what concerns the evolution of cementitious materials, the high performance
concretes (HPC) and ultra-high performance fiber reinforced concretes (UHPFRC), left
the academic world to become an industrial product. Combining high durability with
high mechanical strength these new materials have been recently applied to the
construction of bridges, footbridges, shells, canopies, and other innovative structures.
In this thesis the design of concrete shells is revisited from the point of view of these
new paradigms. In this way, a commercial computer code (DIANA from TNO-Delft)
and a commercial UHPFRC (DUCTAL® from Lafarge Cements) were used as bases to
vi
design several types of shells, without any reinforcement and prestressing, showing that
very thin sections could be used. To stress the accuracy of such analyses, a prototype of
a 10mm thick pyramidal shell made of DUCTAL® was constructed and tested in the
laboratory. The results indicated that the numerical analysis can accurately simulate the
structural behavior until failure and stressed the potential application of the new
cementitious materials in the near future.
vii
SUMÁRIO
1. Introdução............................................................................................................1
2. Estruturas de Cascas. Histórico, Declínio e Perspectivas................................4
2.1. Breve Histórico das Cascas de Concreto........................................................4
2.2. Cascas de Concreto.........................................................................................7
2.3. Perspectivas...................................................................................................18
3. Modelagem de Concreto Armado e Protendido
com Elementos Finitos: O Código Diana........................................................ 20
3.1. Elementos utilizados..................................................................................... 22
3.1.1. CQ40S – quadrilátero, 8 nós.............................................................. 22
3.1.2. CT30S – triângulo, 6 nós.................................................................... 22
3.1.3.Q8MEM – quadrilátero,1 nó................................................................ 23
3.1.4 SP1TR – 1 nó.......................................................................................23
3.2. Modelos dos Materiais.................................................................................. 24
3.2.1. Concreto............................................................................................. 24
3.2.1.1. Concreto à tração: Modelo de fissuração do concreto........... 24
3.2.1.2. Concreto à compressão: Modelo de fissuração do concreto..32
3.2.2. Armaduras.......................................................................................... 33
3.3.Procedimento de análise não linear................................................................. 34
4. O Concreto de Ultra-Alta Performace Armado com Fibras (UHPFRC)....... 36
4.1. Introdução..................................................................................................... 36
4.2. O processo de fissuração de concreto à compressão e à tração.................... 38
4.2.1. O processo de fissuração do concreto à tração...................................39
4.2.2. O processo de fissuração do concreto à compressão......................... 40
4.3. O efeito de fibras sobre duas escalas: Material e estrutura........................... 41
4.3.1. O Caso da tração................................................................................ 42
4.3.2. O Caso da compressão....................................................................... 42
4.4. Discussão sobre diferentes tipos UHPFRC................................................... 44
4.4.1.CRC.....................................................................................................44
4.4.2. BPR.................................................................................................... 45
4.4.3. MSFRC.............................................................................................. 47
viii
4.4.4. SIFCON............................................................................................. 47
4.4.5. ECC.................................................................................................... 48
4.5. UHPFRC comercial utilizado na presente tese desenvolvimentos e
desafios - DUCTAL® de Lafarge Cimento..................................................50
4.5.1. Comportamento mecânico..................................................................52
4.5.1.1. Propriedades mecânicas.........................................................52
4.5.1.2. Deformação lenta & comportamento de Retração.................53
4.5.1.3. Comportamento quando submetido ao fogo e a altas
temperaturas..........................................................................55
4.5.2. Durabilidade..................................................................................... 55
4.5.3. Aplicações..........................................................................................56
4.5.3.1. Ultra-alta resistência..............................................................57
4.5.3.2. Aplicações orientadas à durabilidade....................................58
4.5.3.3. Aplicações arquitetônicas......................................................59
4.5.4. Características e composição típica do DUCTAL® usado
na presente tese...................................................................................59
4.5.5. Conclusão............................................................................................60
5. Análise de Cascas de Concreto Armado, Protendido e de UHPFRC
até a ruptura pelo método dos elementos finitos.............................................. 62
5.1. Casca cilíndrica de concreto armado e protendida de Haas e Bouman.......62
5.1.1. Dados relativos aos materiais............................................................ 64
5.1.2.Modelagem da Transferência da Tensão de Protensão
Cabo – Concreto.................................................................................65
5.1.3. Geração da malha de elementos finitos e armaduras..........................65
5.1.4. Resultados numéricos obtidos e comparação com outros resultados
numéricos e com a experiência..........................................................66
5.2. Cascas de UHPFRC......................................................................................67
5.2.1. Relação constitutiva pós-fissura.........................................................68
5.2.2. Cobertura em chapas dobradas...........................................................71
5.2.3. Cobertura de forma parabolóide hiperbólica......................................75
5.2.4. Cobertura do tipo Groined Vault........................................................79
5.2.5. Comentários gerais sobre as análises realizadas.................................82
ix
6. Análise Experimental de uma Casca Tronco-Piramidal confeccionada
com UHPFRC ..................................................................................................... 84
6.1. Material: UHPFRC DUCTAL® de Lafarge................................................. 86
6.1.1. Produção do DUCTAL®...................................................................... 86
6.1.2. Ensaios de caracterização do material................................................. 91
6.1.3. Ensaios de familiarização com o material........................................... 92
6.2 Casca tronco-piramidal..................................................................................94
6.2.1. Plataforma de Ensaio da Casca Tronco-Piramidal.............................. 94
6.2.2. Fôrmas................................................................................................. 97
6.2.3. Concretagem....................................................................................... 99
6.2.3.1. Providências preliminares às concretagens............................. 99
6.2.3.2. Preenchimento da fôrma........................................................100
6.3. Montagem do ensaio e instrumentação...................................................... 103
6.3.1. Instrumentação.................................................................................. 104
6.4. Execução do ensaio.................................................................................... 107
6.5. Resultados.................................................................................................. 107
7. Análise Numérica.............................................................................................. 111
7.1. Introdução.................................................................................................. 111
7.2. Análise numérica da casca com apoio ideal...............................................112
7.3. Análise numérica da casca sem apoio ideal............................................... 117
8. Conclusão........................................................................................................... 123
9. Referências..........................................................................................................125
x
ÍNDICE DE FIGURAS
xi
Figura 3.8. Módulos secantes em regime de fissuração............................................... 27
Figura 3.9. Tension softening multilinear.................................................................... 28
Figura 3.10. Diagrama tensão–abertura de fissura......................................................... 28
Figura 3.11. Tension cut-off linear para estado bi-dimensional de tensões principais.. 30
Figura 3.12. Círculo de Mohr.........................................................................................33
Figura 3.13. Diagrama tensão-deformação elasto-plástico, para a armação de aço.......34
Figura 3.14. Distribuição de τ ao longo do eixo longitudinal da viga............................34
Figura 3.15. Controle de comprimento de arco: (a) Snap through,
(b) Snap-back……………………………………………….....................35
Figura 4.1. Comportamento à flexão do DUCTAL®....................................................52
Figura 4.2. Múltiplas fissuras........................................................................................53
Figura 4.3. Deformação lenta típica do DUCTAL®......................................................54
Figura 4.4. Retração do DUCTAL®: após tratamento térmico, nenhuma fissura
de retração é observada............................................................................. 54
Figura 4.5. a) Passarela Seonyu, (Coréia), b) Passarela Sakata Mirai (Japão).............57
Figura 4.6. Abrigo de DUCTAL®-FO da Estação de Trem LRT de Shawnessy,
Canadá........................................................................................................58
Figura 4.7. Ancoragens de retenção de terra de DUCTAL® - Ilha de Réunion
(França)...................................................................................................... 58
Figura 4.8. Exemplos de aplicações arquitetônicas: (a) Toldos, universidade de
La Doua, Lyon, b) e vaso de flores, Rennes, França..................................59
Figura 5.1. Casca cilíndrica: Geometria e carregamento............................................. 63
Figura 5.2. Casca cilíndrica: Armação......................................................................... 63
Figura 5.3. (a)Malha de elementos finitos, (b)Armação...............................................65
Figura 5.4. Padrão de fissuração: (a) Oñate [5] (b) Conforme análise
numérica (DIANA).................................................................................... 66
Figura 5.5. Diagrama carga - flecha. (Curvas de comparação referência [5])..............67
Figura 5.6. Malha de elementos finitos para a simulação da flexão por
3 pontos (dimensões em mm).................................................................... 69
Figura 5.7. Forma da relação constitutiva de fissuração como base para
a análise inversa......................................................................................... 69
xii
Figura 5.8. Relação constitutiva pós-fissuração, obtida por análise inversa................70
Figura 5.9. Curvas carga-deslocamento experimental e numérico para o teste de
flexão por 3 pontos.....................................................................................70
Figura 5.10. Casca em chapa dobrada (retirado deMilo Ketchum´s projects [1])..........71
Figura 5.11. Perspectiva da estação de ônibus (todas dimensões em metros)................72
Figura 5.12. Vista frontal da estação de ônibus..............................................................72
Figura 5.13. Malha de elementos finitos e condições de contornos...............................73
Figura 5.14. Relação constitutiva pós-fissuração para o elemento de casca.................. 73
Figura 5.15. Curva carga-deslocamento.........................................................................74
Figura 5.16. (a) Configuração deformada da casca, (b) Padrão de fissuração............... 74
Figura 5.17. Casca parabolóide hiperbólica (retirado de Structural Engineering
Slide Library [15])..................................................................................... 75
Figura 5.18. Perspectiva do parabolóide hiperbólico (retirada de [16]) ....................... 76
Figura 5.19. Malha de elementos finitos e condições de contorno.................................76
Figura 5.20. Curva carga-deslocamento.........................................................................77
Figura 5.21. Configuração deformada da casca............................................................. 78
Figura 5.22. Padrão de fissuração...................................................................................78
Figura 5.23. Casca Groined Vault (retirado de [15])..................................................... 79
Figura 5.24. Perspectiva da cobertura............................................................................ 80
Figura 5.25. Malha de elementos finitos e condições de contornos.............................. 80
Figura 5.26. Curva carga-deslocamento........................................................................ 81
Figura 5.27. Configuração deformada da casca............................................................. 81
Figura 5.28. Padrão de fissuração.................................................................................. 82
Figura 6.1. Cobertura do Centro de Pesquisa da Petrobrás (CENPES) Rio de
Janeiro/RJ.................................................................................................. 84
Figura 6.2. Casca tronco-piramidal: planta, corte e locação dos eixos x, y e z........... 85
Figura 6.3. Etapas de adição dos componentes da mistura dadas em função da
energia demandada.................................................................................... 87
Figura 6.4. Equipamentos de aquisição de dados:
(a) conjunto batedeira + amperímetro + computador;
(b) apresentação gráfica da energia demandada........................................ 88
xiii
Figura 6.5. Etapas da produção do DUCTAL®............................................................ 90
Figura 6.6. (a) Ensaio à flexão por 4 pontos da placa de DUCTAL®;
(b) Multifissuração da placa de DUCTAL® ensaiada à flexão................. 91
Figura 6.7. (c) Resposta carga x deslocamento de viga chata de DUCTAL® sob
flexão ( Figura 6.6 )................................................................................... 92
Figura 6.8. Teste de conectores e preenchimento de fôrma com concreto auto-
adensável ...................................................................................................92
Figura 6.9. a) Concretagem da placa com DUCTAL®, b) Ensaio, c) Fotografia da
face inferior depois do ensaio.....................................................................93
Figura 6.10. Croqui do ensaio: a) tirante, b) célula de carga, c) atuador hidráulico,
d) quadro horizontal de concreto armado sobre colunas de blocos de
cimento, e) casca........................................................................................94
Figura 6.11. Gabarito de madeira................................................................................... 95
Figura 6.12. Levantamento da parede de alvenaria........................................................95
Figura 6.13. Vigas do quadro horizontal: a) Detalhe, b) vista da fôrma e
escoramento............................................................................................... 96
Figura 6.14. (a) Detalhe do apoio da casca, (b) Vista superior de um trecho do
apoio continuo........................................................................................... 97
Figura 6.15. a) Fôrma, b) Vista inferior; c) Vista superior............................................ 98
Figura 6.16. Nivelamento da fôrma............................................................................... 99
Figura 6.17. a)Pilão e seu êmbolo, b) Balde de P V C.................................................100
Figura 6.18. (a) Forma de enchimento adotada; (b) Vista da primeira concretagem...101
Figura 6.19. (a) Vista da junta de concretagem; (b) Lançamento do concreto
na 2ª concretagem.....................................................................................102
Figura 6.20. Vista da 2ª concretagem: (a) com fôrma; (b) sem fôrma..........................102
Figura 6.21 a) Levantamento, b) translado do conjunto: casca-forma,
c) Instalação e d)Vista superior............................................................... 103
Figura 6.22. Casca suspensa (depois de retirada da fôrma)......................................... 104
Figura 6.23. Croqui de Instalação dos extensômetros e transdutores elétricos
de deslocamento (TED)............................................................................105
Figura 6.24. (a) Vista superior mostrando extensômetro E1P, E2P, E3P, E6O,
xiv
E7O, E14O e o TED FH1; (b) TED FV1 ................................................105
Figura 6.25. a) Base de fixação dos TED verticais e do ativador servo-hidráulico;
b) Vista parcial da instrumentação na face inferior.................................106
Figura 6.26 Equipamentos: (a) Sistema Aquisição de Dados, (b) Controle do
Ativador Hidráulico marca MTS.............................................................106
Figura 6.27. Ensaio da casca........................................................................................107
Figura 6.28. Resposta experimental carga-deslocamento do nó central......................108
Figura 6.29. Variação carga x deslocamentos verticais nos pontos FV1 a FV6..........108
Figura 6.30. Variação carga x deformações medidas com os extensômetros
E2P, E8P, E11P e E13P experimentais....................................................109
Figura 6.31. Fissuração da casca................................................................................. 109
Figura 6.32. Fotografias dos vértices da casca nas respectivas posições.
(Sem escala).............................................................................................110
Figura 7.1. Malha de elementos finitos para simulação da flexão por 4 pontos
(dimensões em mm.)............................................................................... 111
Figura 7.2. Relação constitutiva pós-fissuração, obtida por análise inversa..............112
Figura 7.3. Curvas carga-deslocamento no meio do vão obtidos experimental
e numericamente para o teste de flexão por 4 pontos..............................112
Figura 7.4. Malha de Elementos Finitos e Condições de Contorno...........................113
Figura 7.5. Relação constitutiva pós-fissura para o material da casca.......................113
Figura 7.6. Curva carga-deslocamento vertical no centro da casca...........................114
Figura 7.7. Configuração deformada da casca...........................................................114
Figura 7.8. Padrão de fissuração para o último estágio de carga.............................. 115
Figura 7.9. Variação das reações de apoio em vários pontos do contorno (bordos
da casca) para etapas de carregamento (ST), sendo 1 e 231 apoios
extremos do bordo da face de colapso.....................................................116
Figura 7.10. Vista superior da casca após primeira concretagem................................117
Figura 7.11. Croqui do vínculo casca-quadro de apoio ............................................. .117
Figura 7.12. Superfície deformada da casca apoiada sobre molas...............................118
Figura 7.13. Deslocamento da casca ao longo das arestas...........................................118
Figura 7.14. Fissuração: (a) Experimental; (b) Numérica (12.8KN)........................... 119
xv
Figura 7.15. Curva carga-deslocamento experimental e numérica..............................120
Figura 7.16. Exemplo de segregação de fibras............................................................121
Figura 7.17. Mapeamento da distribuição de fibras nos lados da casca......................121
Figura 7.18. Correlação entre as respostas carga x deslocamento vertical no
centro da casca, obtidos experimental e numericamente (com dados
da casca “as built” [43])..........................................................................122
xvi
1. INTRODUÇÃO
2
flexão por quatro pontos. A casca, que resistiu a uma carga equivalente a 5 vezes o seu
peso próprio, foi analisada pelo programa DIANA, que foi capaz de simular o
comportamento estrutural até o momento da ruptura .
A pesquisa, desenvolvida neste presente trabalho, de tese está organizada da
seguinte forma:
No Capitulo 2, é apresentado um breve histórico sobre cascas de concreto
armado e protendido, sendo analisadas as causas de sua decadência a partir dos anos 70.
No Capítulo 3, é apresentada uma introdução sobre a aplicação dos Elementos Finitos
para análise de concreto e um sumário sobre a utilização do código DIANA. No
Capítulo 4, é apresentado um histórico sobre a evolução recente dos concretos,
abordando os concretos de alto e ultra-alto desempenho armados com fibras. Apresenta-
se também neste capítulo o material DUCTAL® e suas principais características
mecânicas e de durabilidade. O Capítulo 5 trata da verificação dos procedimentos de
cálculo automático para uma casca cilíndrica de concreto armado e protendido e em
seguida é apresentada a análise até a ruptura de 3 cascas hipotéticas de UHPFRC de
10mm de espessura. No Capítulo 6 é apresentada a análise experimental de uma Casca
Tronco Piramidal de 10mm de espessura e 3 x 3 m de projeção quadrada construída
com DUCTAL®. No capítulo 7 é apresentada a análise numérica desta casca ensaiada
em laboratório e, finalmente, no Capítulo 8, são apresentadas as conclusões e sugestões
para pesquisas futuras.
3
2. ESTRUTURAS DE CASCA.
HISTÓRICO, DECLÍNIO E PERSPECTIVAS.
5
O princípio das vigas compósitas compreendendo armaduras metálicas para
responder aos esforços de tração já havia sido utilizado por Souflot e Rondelet no século
XVIII quando da construção do Pantheon de Paris. Este sucesso considerável não teve
seqüência porque era uma construção de alto custo e necessitava de uma mão-de-obra
altamente qualificada, já que era anterior à invenção dos primeiros cimentos portland.
Os primeiros usos do concreto armado podem ser creditados a J. Lambot, que
em 1848 construiu um barco em cimento armado e a J. Monier, que em 1849 construiu
grandes caixas (vasos) para plantas e árvores (tendo patenteado o processo em 1867) e a
F. Coignet que em 1852 executou uma construção em St. Denis [9] [10].
Estas primeiras aplicações resultaram de aproximações empíricas sucessivas.
Sem ainda fazer menção a experimentação e modelagem, F.Hennebique abre, por volta
de 1875 as vias do cálculo moderno. A partir de fórmulas muito simples, ele
“dimensiona” numerosos projetos particularmente audaciosos, dentre os quais a
primeira laje armada com ferros redondos (1880). Após ter depositado a primeira
patente de viga com estribos (1892) ele realiza a primeira ponte em arco (Esternay,
1898) e o famoso primeiro imóvel totalmente em concreto armado (1, Rue Danton, em
1899) e a célebre ponte de Chatellerault (144m de comprimento) (1899).
Em 1884 o concreto armado chegou à Alemanha tendo os direitos de aplicação
industrial sido adquiridos por empresas que passaram a operar em diversas regiões. Em
1886 a empresa Freytaje e Wayss foi estabelecida e coube à Wayss desenvolver estudos
pioneiros sobre o novo material [11].
Em 1898 Rabut ministra na École Nationale des Ponts et Chaussées em Paris o
primeiro curso, no mundo, de concreto armado. Em 20 de outubro de 1906, aparece na
França a primeira norma de cálculo das obras em concreto armado.
Deve ser citado que na Alemanha, em 1902, foi publicada uma importante teoria
para o cálculo do concreto armado, calcada em experimentos devidamente
comprovados. Seu autor foi Mörsch, engenheiro e cientista, que estabeleceu os
dimensionamentos nos estádios I e II, além da conhecida teoria que modela o
comportamento ao cisalhamento através da analogia com uma treliça.
Após o concreto armado, a grande invenção que possibilitou o lançamento de
estruturas de concreto com maiores vãos coube ainda aos franceses. Em 1912, a
construção de uma ponte em arco sobre o rio Allier, permitiu a Freyssinet dominar pela
primeira vez os efeitos diferidos e refletir sobre o problema que o conduziria 15 anos
mais tarde à invenção do concreto protendido [9] [12], diagnosticando a necessidade de
6
adoção dos aços de alta resistência, a fim de que, mesmo com as perdas de tensão que
iriam ocorrer ao longo do tempo, ficasse o aço tensionado da armadura com uma força
útil ainda apreciável [12].
O concreto armado chegou ao Brasil na segunda década do século XX, tendo
sido bem aceito pela indústria de construção. Um dos engenheiros que mais contribuiu
para o desenvolvimento do concreto armado no Brasil foi Emilio H. Baumgart.
Graduado pela Escola Politécnica, trabalhou como calculista na Companhia Construtora
Nacional, tendo fundado o primeiro escritório de cálculo de concreto armado no Brasil.
Projetou o primeiro arranha-céu em concreto armado no mundo, o edifício A Noite, no
Rio de Janeiro, em 1931, com 22 pavimentos.
O Engº Emilio Baumgart utilizou pela primeira vez, a construção em balanço
sucessivos para a Ponte sobre o Rio do Peixe (1931). Esta ponte calculada por P.
Fragoso, então engenheiro do Escritório E. H. Baumgart, foi durante muito tempo
recorde mundial de vão em concreto armado com seus 68 m.
Deve ser citada a evolução da arquitetura brasileira, cujo arranjo e riqueza de
formas, reconhecidos internacionalmente, exigiram soluções ousadas da engenharia.
Dois nomes não podem deixar de ser citados, que são os do Arq. Oscar Niemeyer e seu
parceiro Engº Joaquim Cardoso, renomado calculista de estruturas de concreto armado.
Uma viga suporta cargas, principalmente por flexão. Um arco, em virtude de sua
curvatura, transmite a mesma carga aos apoios por ação direta, isto é, uma compressão
axial com pequena ou nenhuma flexão se a carga for uniformemente distribuída. Em
duas dimensões, o equivalente da viga é a placa, que pode suportar cargas somente por
flexão fora do seu plano. Uma estrutura de casca, em contraste, suporta as cargas
principalmente através da ação de membrana. Isto é uma maneira muito mais eficiente
de suportar cargas; e, como resultado, cascas de parede fina podem muito bem suportar
cargas de peso próprio e outras sobrecargas, cobrindo amplos espaços abertos.
Uma das primeiras aplicações das estruturas de cascas de concreto foi a Domus
Áurea (casa de ouro), uma cúpula de 15m de diâmetro construída pelo imperador Nero
em 65 d.C. A partir desta construção, deu-se um desenvolvimento acentuado das
cúpulas de concreto, sendo exploradas em várias construções imperiais romanas. Tal
7
movimento teve como ponto culminante a construção do Pantheon, monumento
construído no império de Adriano entre 118-125 (ver figura 2.1), que constitui uma das
obras-primas da engenharia estrutural de todos os tempos
No final do império romano, as construções de concreto experimentaram um
declínio, sendo retomadas técnicas de construção com pedras cortadas e arranjadas em
conjunto, características das construções da Idade Média, e conseqüentemente as cascas
de concreto não foram mais construídas.
O renascimento viu ressurgirem as estruturas de casca principalmente através
dos domos em alvenaria. Os mais expressivos exemplos dessas estruturas são
encontrados na Itália, podendo ser citados o domo de Florença com 39m de diâmetro
(1420-1436) e o domo da Basílica de São Pedro, figura 2.2, iniciada em 1506 com 49m
de diâmetro, construído sob a supervisão de Michelangelo. Cabe ser citado também o já
referenciado Pantheon de Paris (1758) onde são já encontrados alguns princípios do
concreto armado.
8
membranas internas. Mais tarde no século XIX, G. B. Airy e A. E. H. Love
desenvolveram as teorias de membrana e flexão para cascas [13] [14].
É atribuída a Dischinger a primeira tentativa de projetar um telhado de casca de
concreto, propriamente dita, em 1923. Essa análise não foi bem sucedida dada a
dificuldade matemática envolvida. No entanto, mais tarde, uma versão simplificada da
primeira análise obteve êxito, sendo a execução acompanhada de extensivos testes
experimentais.
A primeira estrutura de concreto de casca de parede fina moderna foi construída
pela Companhia Zeiss de Jena na Alemanha nos anos vinte do século passado, baseada
na teoria desenvolvida por Franz Dischinger e Ulrich Finsterwalder (figura 2.3) [7].
Menos de 30 anos separa tal construção do Palácio de Exposições de Nicolas Esquillan
em Paris (figura 2.4). Com um vão de 218m e uma área coberta de mais de 22000m2, o
Palácio de Exposições é ainda uma das maiores estruturas de casca do mundo. A
construção de cascas de parede fina abriu novas possibilidades para engenheiros e
arquitetos. O Palazetto construído por Luigi Nervi para as Olimpíadas de Roma em
1960 indica claramente, tanto a partir de uma vista interior quanto exterior, como as
cargas são transferidas para as fundações (Figura 2.5).
Outro exemplo é a Igreja de Saint Louis Priori, projetada pela firma de
arquitetura de Hellmuth, Obata & Kassabaum e construída por Mario Salvadori. Ela
ilustra a quantidade considerável de trabalho necessário para a construção da casca (ver
figura 2.6). Dado o alto custo da mão-de-obra, tais estruturas podem não ser
economicamente viáveis a menos que o projetista ou construtor proponham algum
esquema inovador para reduzir o custo da construção. A solução de Dante Bini é
mostrada nas figuras 2.7a e b. Ele coloca uma lona no solo, instala a armadura, concreta,
cobre a estrutura com uma segunda lona, e então infla a estrutura levando-a a sua forma
pré-determinada. Após o concreto ter endurecido, as membranas de lona são removidas
ou cortadas.
Outras técnicas utilizam princípios simples aprendidos a partir da observação da
natureza: uma corrente suspensa a partir de dois pontos assume a forma ideal de uma
catenária, porque as forças de tração na corrente estão em equilíbrio perfeito com a
força da gravidade sem nenhuma flexão. Virando a corrente de baixo para cima, obtém-
se um arco de uma forma igualmente ótima exceto que as forças são agora de
compressão. Este fato simples embasou o projeto de cascas por Heinz Isler que
suspendeu um tecido por alguns pontos pré-determinados e pulverizou água. Tendo
9
submetido o tecido molhado a temperaturas abaixo de zero, o material congelado pode
ser invertido indicando a forma de uma casca ideal. Técnicas similares, utilizando fios
de algodão (barbantes) ou fibras, foram empregadas no passado por Leonardo da Vince
e pelo arquiteto espanhol Antônio Gandí. Nessas técnicas, pesos eram pendurados na
malha de fios em pontos apropriados para dar a forma buscada para qual a malha
resultava totalmente retesada.
Figura 2.3. Casca em abóbada construída pela Companhia Zeiss de Jena, 1939.
10
Figura 2.5. Palazetto
(a) (b)
Figura 2.6. Igreja de Saint Louis Priori: (a) Concluída, (b) em construção.
(a) (b)
11
Na figura 2.8 pode ser contemplada uma cobertura notável com a utilização de
cascas. A construção feita no Aeroporto de Oakland, Califórnia, em 1927, utiliza cascas
do tipo parabolóide hiperbólico, em que cada conjunto de quatro peças é
independentemente sustentado por uma longa coluna central. Estas cascas poderiam ter
sido construídas em pré-moldado, visando redução de custo.
(a) (b)
A aceitação das cascas foi muito grande principalmente após 1956, como comenta
Ketchum em [1], tendo em Félix Candela seu maior projetista, alcançando notável
desenvolvimento com seus trabalhos, sobretudo as cascas parabolóides hiperbólicas
(figura 2.9).
Considerado um dos maiores projetistas de cascas do Século XX, Candela nasceu
em Madrid em 1910, tendo começado a praticar a arquitetura após sua emigração para o
México em 1939.
Candela acreditava que a força deveria vir da forma e não da massa. Esta
convicção conduziu a uma exploração extensa de estruturas de cascas.
Freqüentemente forçado a agir como o arquiteto, engenheiro estrutural e
contratante para avançar seu trabalho, Candela via os arquitetos como engenheiros que
possuem a habilidade para projetar grandes catedrais e construções de baixo custo.
12
Alguns dos seus trabalhos mais famosos são: Hotel & Apartamentos em Acapulco
em associação a Bringas (1940); Igreja Medalla de la Virgen Milagrosa (México D.F.,
1953); Capela Nuestra Señora de la Soledad (México D.F., 1955); Restaurante
Xochimilco (México, 1958), figura 2.10; Igreja San José Obrero (México D.F., 1959); e
Palácio dos Esportes para os XIX Jogos Olímpicos (México D.F, 1968).
13
Alguns modelos teóricos de cascas foram acompanhados de ensaios experimentais
em modelos reduzidos e até em verdadeira grandeza, realizados pelo próprio Candela,
como mostrado na figura 2.11, em Las Estructuras de Candela [16].
14
Horizonte (figura 2.12), o Monumento dos Pracinhas, Ministério do Exército, em
Brasília-DF (figura 2.13), Congresso Nacional, Brasília-DF (figura 2.14), Universidade
Constantina, Argélia, 1969 (figura 2.15)
15
Figura 2.14. Congresso Nacional, Brasília-DF.
16
Figura 2.16. Casca em concreto armado, apoiada em 4 pontos, Rio de Janeiro-RJ
17
necessária a especificação do grau de precisão geométrica de execução
por parte do projetista, além de coordenadas suficientemente claras das
superfícies que compõem a casca, [18].
4. A remoção da fôrma é outro aspecto de grande relevância, mormente no
caso de cúpula e casca de chapa dobrada, que são projetadas para baixa
sobrecarga. Um projeto bem elaborado deve ser seguido à risca, pois, se
por uma razão qualquer neste procedimento, o conjunto
casca/escoramento, geralmente mais pesado que a sobrecarga da
estrutura, agarrar na casca sobrecarregando assim a nova estrutura de
concreto, poderá levar a casca a um colapso [18].
5. A execução da fôrma em alguns tipos de cascas é extremamente
complexa exigindo mão-de-obra especializada; sendo esta de alto custo,
mesmo em países cujo trabalho dos profissionais da construção civil seja
pouco valorizado.
6. O reaproveitamento das fôrmas nas construções de cascas não é em geral,
possível; ao passo que, nas estruturas de concreto convencionais constitui
uma pratica corrente.
7. A adaptabilidade do imóvel a outros fins quanto a sua utilização, no caso
das cascas, nem sempre é viável, como ocorrido no terminal do
Aeroporto Internacional JKF em New York [19].
Deve ser acrescentado que nas áreas onde o custo da mão-de-obra é baixo, em
relação aos preços dos materiais de construção, muitos dos argumentos aqui usados não
têm validade.
2.3. Perspectivas
18
No que se refere à evolução dos materiais, novos compostos à base de cimento
têm sido desenvolvidos nas últimas décadas, podendo ser citados como os mais novos
deles, os concretos de altíssimo desempenho (Capítulo 4) que, dadas as suas
características mecânicas e de durabilidade permitirão atenuar, e mesmo eliminar
muitos dos pontos que contribuíram para o desaquecimento das construções de cascas
de concreto.
19
3. MODELAGEM DE CONCRETO ARMADO E
PROTENDIDO COM ELEMENTOS FINITOS: O CÓDIGO
DIANA.
a) b)
21
3.1 – Elementos utilizados
22
Figura 3.3. Elemento CT30S.
(3.5)
3.1.4. SP1TR – 1 nó
23
Figura 3.5 Elemento SP1TR.
3.2.1 Concreto
εcr = ω
cr
(3.7)
h
24
A principal vantagem desta concepção é que permite tratar o comportamento da
fissura separadamente do comportamento do concreto existente entre as fissuras e
também modelar um certo número de fissuras que ocorrem simultaneamente. A figura
3.6 mostra a decomposição da deformação na direção normal à fissura. Uma
conseqüência desta formulação é que a fissuração pode ser combinada com outros
componentes não-lineares do material. Por exemplo, além da parcela elástica, sempre
presente, parcelas plásticas, viscoelásticas, térmicas ou de fluência podem ser
consideradas. No modelo utilizado, o comportamento do concreto íntegro é considerado
como linear elástico em tração.
{
εcr = ε xxcr ε yy
cr
ε zzcr ε xycr ε cryz ε xzcr }T (3.8)
{
ecr = ε nn
cr
γ nscr γ crnt }T (3.9)
25
Onde ε nn
cr
é a deformação normal referente ao modo I de fissuração, que representa a
σ = {σ xx σ yy σ zz σ xy σ yz σ xz } T (3.11)
{
scr = σ nn
cr
τ nscr τ ntcr }T (3.12)
26
A matriz Dco traduz a lei de comportamento do material não fissurado. Quando o
concreto íntegro é considerado como linear elástico, a matriz Dco é a matriz elástica
usual obtida a partir da lei de Hooke.
⎡D I 0 0 ⎤
⎢ ⎥
Dcr = ⎢0 D II 0 ⎥ (3.16)
⎢0 0 D III ⎥
⎣ ⎦
cr
s nn τ nscr
τ ntcr
gf = Gf/h
II III
I
Dsec Dsec ante Dsec ante
ante
27
gf = Gf/h
utilizado. Assim sendo, sabendo-se que o valor de G f é dado pela área sob o diagrama
Gf
ω cr
valor de G f seja constante para todos os elementos. Tal consideração implica em que a
28
É importante ressaltar que apenas algumas equações constitutivas
implementadas no código DIANA ajustam automaticamente os diagramas para que se
tenha constância de G f para todos os tamanhos de elementos. Tal não é o caso do
modelo tension softening multilinear ficando este trabalho aos cuidados do analista ao
determinar os diagramas multilineares que serão utilizados na análise.
O modelo constitutivo de fissura necessita também da determinação dos
módulos DII e DIII que são definidos conforme se segue:
29
σ2
ft
fc ft σ1
fc
[
e cr = D cr + N-1Dco N ] -1 N-1 Dco ε (3.22)
De forma compacta,
[ ]
σ = D co,cr ε (3.24)
30
Uma outra vantagem da decomposição da deformação total em uma parcela
relativa ao concreto e outra relativa à fissura é que ela permite uma sub-decomposição
da deformação da fissura em contribuições separadas de fissuras individuais que
aparecem simultaneamente em um ponto de integração:
próprio vetor de tensões locais s icr e sua própria matriz de deformação Ni. Estes vetores
e matrizes correspondentes a uma fissura podem ser agrupados sob a forma:
N̂ = [N 1 N 2 ..........]
ˆ eˆ cr
ε cr = N (3.27)
⎧ cr ⎫
⎧s1cr ⎫
⎪ cr ⎪
⎡ D11
⎢ cr
cr cr
D12 ...⎤
⎥
e1
⎪⎪ cr ⎪⎪
⎨s 2 ⎬ = ⎢D 21 D cr22 ...⎥ ⎨e2 ⎬ (3.28)
⎪ .... ⎪ ⎢ ... ... ...⎥⎦ ⎪ ... ⎪
⎩ ⎭ ⎣ ⎪⎩ ⎪⎭
31
[ [
σ = D co - Dco N D̂ cr + N̂ t Dco N̂ ] -1
]
N̂ t D co ε (3.29)
σ = D εe (3.31)
f (σ) = 0 (3.32)
32
n
∂& f
ε& p = ∑ λ&
j =1
j
∂σ
(3.33)
1 1
f(σ) = (σ1 – σ3) + (σ1 + σ3)sen φ 0 - c cos φ 0 3.34)
2 2
onde c é a coesão e φ 0 é o ângulo de atrito interno. Nos exemplos da presente tese foi
f c (1 − senφ 0 )
c= (3.35)
2 cos φ 0
φ0
c
σ
fc
3.2.2. Armaduras
No exemplo do item 5.1 desta tese foram usadas armaduras ativas (protensão) e
passivas. As armaduras são do tipo embutida no concreto, sendo usada uma lei elasto-
plástica (figura 3.13) com o modelo de plasticidade de Von Mises para modelar seu
33
escoamento. Na introdução das armaduras foram usadas tanto barras isoladas quanto
malha para simulação das armaduras distribuidas, ambas aceitas pelo código DIANA.
fsy
Es
x
l
Figura 3.14. Distribuição de τ ao longo do eixo longitudinal da viga
34
(a) Snap through (b) Snap-back
Figura 3.15. Controle de comprimento de arco: (a) Snap through, (b) Snap-back
(
δu i = K i−1 ∆λi fˆ + t f int − f int,i ) (3.36)
)
δu Ii = K i−1 ( t f int − f int,i ) e δu IIi = K i−1f (3.37)
O fator de carga ∆λ i , ainda indefinido na análise pode ser usado para controlar o
vetor incremental dos deslocamentos.
35
4. O CONCRETO DE ULTRA-ALTO DESEMPENHO
ARMADO COM FIBRAS (UHPFRC).
O presente capítulo é baseado nos trabalhos: Ultra-High Performance Fiber Reinforced Concretes
(UHPFRC): An overview de Pierre Rossi [24 ] & DUCTAL®: Ultra-High Performance Concrete
Technology with Ductility de Mouloud Behloul, Agah Durukal, Jean-François Batoz, Gilles Chanvillard.
Lafarge, França [25].
4. 1. Introdução
37
sendo que a resistência de suas matrizes não excedem 70 MPa. O interesse destes
concretos deve-se ao fato que, sob ação de tração uniaxial eles são dúcteis e exibem
relação constitutiva pós-pico com endurecimento apresentando múltiplas fissuras sob
tração, sendo esta a razão porque são classificados dentro do mesmo contexto do
UHPFRC.
A discussão seguinte é extraída do trabalho publicado por Rossi [26] [27]. Antes
de descrever o papel desempenhado pelas fibras metálicas na fissuração do concreto,
começaremos descrevendo os diferentes estágios deste processo. Para isto
distinguiremos duas situações de fissuração classificadas em relação ao estado de
tensões ao qual a estrutura de concreto está submetida:
38
São introduzidas também as seguintes definições:
39
escala material para o comportamento na escala estrutural, e a última fase corresponde a
um comportamento especificamente na escala da estrutura.
40
amostra de concreto amolece (redução da carga com deslocamento longitudinal). Esse
comportamento é regido pela propagação da fissura oblíqua e pela fricção entre as
bordas dessa fissura.
Os efeitos físicos acima relatados indicam que as dimensões ótimas das fibras
metálicas para que exista ação sobre o processo de microfissuração e macrofissuração
ativas serão diferentes. No caso para o qual as fibras devem agir sobre microfissuras,
grande número delas é requisitado e seus diâmetros devem ser pequenos (alta área de
superfície específica). Entretanto, pequenas fibras interferem na trabalhabilidade do
material que é fortemente dependente da razão comprimento/diâmetro das fibras.
No caso das macrofissuras, as fibras devem ser compridas o suficiente para
ancorarem adequadamente na matriz. Tendo em vista a trabalhabilidade, as fibras
compridas devem ser usadas em menor percentagem que as fibras curtas.
È importante ser considerado que os enunciados acima são regras gerais, que
requerem algum detalhamento:
41
bombeamento ou jateamento de FRC. Onde a trabalhabilidade não é
importante, por exemplo, no caso de um FRC muito seco compactado
com rolo ou no caso de SIFCON, uma alta percentagem de fibras longas,
de diâmetro pequeno pode ser adicionada, de forma que um único
tamanho de fibra pode atuar em ambas as escalas material e estrutural.
• O comprimento das fibras a ser usado também depende muito das
características mecânicas da matriz. Se a matriz é muito compacta e
adere bem com as fibras, uma fibra considerada curta poderia funcionar
efetivamente para ambas microfissuras e macrofissuras.
Em vista do que foi acima relatado, fica claro que a resistência à tração e a
ductilidade do material podem ser aumentadas usando uma alta proporção de fibras
curtas, enquanto que para aumentar a capacidade de carga e a ductilidade de uma
estrutura sob tração deve ser adicionada uma baixa porcentagem de fibras longas.
42
Pode-se, não obstante, enfatizar que, como microfissuras verticais são criadas
por tensões de tração (geradas na escala da pasta de cimento por uma natureza
heterogênea do concreto e pela diferença de rigidez entre o agregado e a pasta de
cimento), as fibras introduzirão uma heterogeneidade adicional que pode também gerar
microfissuras verticais. Portanto, não é simples avaliar os impactos positivos
(retardando a propagação de microfissuras) e os impactos negativos (criando novas
fissuras verticais).
Com respeito às fissuras diagonais, as fibras não resistem à abertura da fissura
como no caso de fissuras de tração, mas resistem principalmente aos deslocamentos
tangenciais das bordas da fissura. Porém, como a resistência à flexão das fibras é menor
que a resistência à tração, a sua efetividade mecânica será menor em caso de fissuras de
compressão oblíquas do que nas fissuras de tração.
Deve também ser notado que, quando as bordas das fissuras oblíquas movem-se
tangencialmente, elas geram deslocamentos normais nas bordas das fissuras verticais
inativas, tornando-as ativas. Sendo assim, por razões geométricas, os deslocamentos
normais das bordas das fissuras verticais, que são da mesma ordem de grandeza que
aqueles que ocorrem nas microfissuras geradas por tensões de tração uniaxial, podem
ocorrer somente com grandes deslocamentos tangenciais de fissuras oblíquas, isto é,
quando ocorre a transição entre o comportamento em escala material para aquele em
escala estrutural.
Desta maneira, fibras que são incapazes de exercer seu papel durante a criação
de fissuras verticais podem, indiretamente, estar envolvidas no desenvolvimento de
fissuras oblíquas afetando a intensidade da abertura das fissuras verticais.
43
percentagem de fibras curtas tem um efeito menos significativo sobre a
resistência à compressão que sobre a resistência à tração.
2. No caso em que é adicionada uma baixa percentagem de fibras longas, as
fibras exercem efeito mecânico sobre ambas macrofissuras, diagonal e
vertical. Elas podem, portanto, aumentar a capacidade de carga e
ductilidade na escala da estrutura.
Nos subitens que se seguem são discutidos diversos aspectos sobre os diferentes
tipos de UHPFRC.
4.4.1. CRC
Em vista do que foi dito acima, a opção da escola dinamarquesa de usar uma alta
percentagem de fibras curtas (entre 5% e 10%) pode conduzir a uma melhoria nas
características mecânicas do material sob tração (resistência e ductilidade), mas não
pode ter um efeito significativo sobre a capacidade de carga e ductilidade de uma
estrutura, com exceção de membros estruturais muito delgados (por causa dos efeitos de
escala). Conseqüentemente, para membros estruturais mais espessos como lajes ou
vigas, os CRC são usados com uma percentagem muito alta de armadura de concreto
convencional (5 ou 10 vezes a percentagem usual). A efetividade da combinação de
altas percentagens de armadura e de fibras metálicas deve-se às seguintes razões:
44
• Como a alta percentagem de fibras curtas aumenta a resistência à tração
do material mais do que sua ductilidade, para construir uma estrutura
dúctil com esse tipo de concreto, é imperativa o uso de alta percentagem
de armadura.
• Sabe-se que estruturas são enfraquecidas quando certa percentagem de
armadura é excedida, primeiramente porque altíssimas concentrações de
tensões são criadas na superfície da estrutura levando a um grande
número de fissuras, e secundariamente porque as armaduras são
submetidas a um efeito de grupo desfavorável que reduz sua eficiência
(há mais fissuração ao redor das barras). Fibras curtas ajudam no
controle de fissuração de superfície e ao redor das barras da armadura.
Pesando-se os pontos positivos e negativos desse material, fica claro que sob o
ponto de vista técnico e econômico seu mercado é restrito a estruturas que exigem
características mecânicas e durabilidade excepcionais, podendo ser citados como
exemplo, plataformas off-shore e estruturas militares.
4.4.2. RPC
Os RPC usam fibras que são duas vezes mais longas que aquelas usadas nos
CRC, mas, com mesmo diâmetro. A escolha de fibras com altíssima superfície
específica tem duas conseqüências:
45
• A primeira é que o mesmo nível de trabalhabilidade obtida pelos CRC
com percentagem entre 5 e 10% de fibras, não é possível de ser obtido
com RPC mesmo com um teor de fibras tão baixo como 2,5 %. Este
conteúdo de fibras relativamente baixo tem 2 efeitos adversos no
desempenho mecânico dos RPC:
o As fibras não elevam a resistência à tração uniaxial da matriz que
é de cerca de 8 MPa;
o O comportamento pós-fissura do material é altamente variável, já
que a matriz é extremamente frágil por não haver uma
percentagem suficientemente alta de fibras.
Isso mostra que adicionando um único tamanho de fibras metálicas a uma
matriz de ultra-alta resistência não é possível alcançar ação efetiva nas
escalas do material e da estrutura.
• A aderência fibra-matriz (CRC e RPC têm uma matriz similar) é
consideravelmente melhor no caso de RPC que do CRC. As fibras
podem, portanto, ter um efeito sobre fissuras mais largas e melhorar o
desempenho da estrutura no que concerne a capacidade de carga e a
ductilidade. O RPC ao contrário do CRC, não demanda o uso de uma
grande quantidade de armadura convencional para que sejam obtidas
estruturas dúcteis.
46
percentagem de fibras em relação à resistência da matriz não é muito
alta, é essencial orientar as fibras corretamente em relação às fissuras que
aparecerão na estrutura. No caso de membros estruturais delgados esse
requerimento será verificado já que as fibras são necessariamente
orientadas de forma ortotrópica, perpendiculares às fissuras de flexão
(tais elementos estruturais são essencialmente sujeitos à tensão de
flexão). É, portanto possível obter elementos estruturais delgados de
RPC que são mecanicamente homogêneos e dúcteis.
4.4.3. MSFRC
4.4.4. SIFCON
47
Essa técnica de lançamento significa que o material tem características particulares que
o diferem dos outros concretos fibrosos, podendo ser listados:
4.4.5. ECC
48
resistência à compressão, sendo que sob tração uniaxial ele exibe deformação com
endurecimento, multi-fissuração e ductilidade.
Com o objetivo de alcançar tais características, são usadas fibras sintéticas com
baixa densidade (< 1,5) e alto módulo de elasticidade (> 40GPa). Estas fibras são
relativamente curtas, com altíssima área superficial (l ≤ 20mm e φ ≤ 0,05mm). A
percentagem máxima de fibras adicionadas é de 2%. A alta área superficial combinada
com a baixa densidade corresponde a um limite quanto à trabalhabilidade. Uma análise
cuidadosa do ECC indica diversas similaridades conceituais com o RPC. Em ambos os
casos o uso de um único tamanho de fibra que é relativamente curta, com uma alta
relação comprimento/diâmetro, permite que a fibra atue sobre ambas as escalas material
e estrutural.
Esse objetivo não tinha sido alcançado pelo RPC já que as fibras metálicas não
conseguiram ter uma ação significativa na escala do material, objetivo que foi atingido
no caso do ECC. Tal fato ocorre porque a matriz do ECC contém muito mais fibras que
a matriz do RPC, já que o comprimento das fibras sintéticas é similar àquele das fibras
metálicas mas seu diâmetro é quatro vezes menor. Além disto, as fibras sintéticas
atuam muito eficientemente na fissuração porque a sua alta área superficial contribui
para incrementar a aderência à matriz. A tensão de tração absorvida pelas fibras é
portanto maior que a baixa resistência à tração da matriz que é de 3 a 4 vezes mais alta
para o RPC.
As potenciais aplicações industriais desse tipo de material situam-se na área de
produtos e elementos industriais para os quais a resistência à compressão das fibras e o
comportamento das multi-fissuras do material sejam as principais exigências. O custo
relativamente alto de fibras sintéticas de alto módulo indica que as considerações
técnicas devem ser predominantes sobre as imposições econômicas para o emprego de
fibras em maiores teores.
Deve ser também enfatizado que a relação comprimento/diâmetro muito alta das
fibras usadas no ECC indica que este material é geralmente altamente viscoso quando
fresco, particularmente quando contém um teor volumétrico de 2% de fibras. Sendo
assim, existe dificuldade para o lançamento do ECC quando são usadas técnicas
convencionais de concretagem. A técnica de lançamento por extrusão, que é bastante
recente para concreto, parece ser mais bem adaptada ao material, visto que as fibras são
muito flexíveis, sendo que pesquisas estão sendo conduzidas nesta área.
49
4.5. O UHPFRC comercial utilizado na presente tese desenvolvimentos e desafios -
DUCTAL® de Lafarge Cimento.
50
micro-fissuras e espaços porosos, o que permitiu alcançar uma maior percentagem do
potencial da capacidade de carga de seus componentes provendo propriedades de maior
durabilidade.
A aplicação de tal conceito originou um concreto proporcionado com tamanhos
de partículas variando desde um máximo de aproximadamente 600 µm, até menos que
0,1 µm para obter uma mistura muito densa que minimiza os espaços vazios no concreto
[30] [31] [32].
O programa de desenvolvimento do DUCTAL® foi conduzido baseado nos
seguintes princípios:
51
DUCTAL® é material com grande potencial para aplicações arquitetônicas onde na
maioria das vezes altas propriedades mecânicas não são os únicos requisitos.
σ(MPa)
Concreto comum
Deslocamento (µm)
Figura 4.1. Comportamento à flexão do DUCTAL®
52
Figura 4.2. Múltiplas fissuras.
A figura 4.2 mostra múltiplas fissuras na zona de tração como observado após a
ruptura por flexão; pode-se observar que a abertura das fissuras é tão pequena, que estas
não podem ser vistas a olhos nus,sendo que a superfície deve ser molhada com álcool
para impor contraste às fissuras; o aparecimento da única fissura visível coincide com a
carga máxima (processo de localização).
53
Uma alta retração autógena pode ser observada (300 para 400 microstrain), mas
quando é aplicado o tratamento a calor, essa retração é completa até o final do
tratamento, sendo que após a cura térmica nenhuma retração residual ocorre [25].
54
A retração por secagem, executada a partir dos prismas utilizados no ensaio de
retração autógena, apresentou valor médio de retração, decorridos 130 dias de ensaio, de
210 µm/m e desvio padrão de 33 µm/m.
4.5.2. Durabilidade
55
Appliquées, LCPC – Laboratoire Cental des Ponts et Chaussées, EDF/CEMETE, ESPCI
– Ecole Supérieure de Physique de Chimie Industrielles, Minas de Nancy, LERM –
letricité de France, nos quais a distribuição de porosidade, permeabilidade de gás,
ensaio de carbonatação, ensaio de difusão de cloro, ensaio de lixiviação e ensaio de
caracterização de microestrutura MNR foram feitos. Também a estabilidade química do
material foi testada.
Ensaios de congelamento e descongelamento foram executados em amostras de
Ductal® em: CEA – Centre d´Energie Atomique e também em CEBTP - Centre
d´Etudes et de Recherches du Batiment et dês Travaux Publics. Os ensaios foram
realizados até 300 ciclos (acima dos 100 preconizados pelas normas sem nenhuma
degradação).
4.5.3. Aplicações
• Ultra-alta resistência
• Durabilidade
• Os aspectos arquitetônicos
56
4.5.3.1 Ultra-alta resistência
(a) (b)
57
Figura 4.6 Abrigo de DUCTAL® - FO da Estação de Trem LRT
de Shawnessy, Canada.
58
4.5.3.3. Aplicações arquitetônicas
(a) (b)
59
Tabela 1: Principais características de DUCTAL® FM
Resistência à compressão 150 – 180 MPa
Resistência à flexão 32 MPa
Resistência à tração simples 8 MPa
Módulo Young 50 GPa
Energia de fratura Gf 20.000 – 30.000 J/m²
Taxa crítica de liberação de energia Gc 20 – 30 J/m².
3
Massa específica 2500 kg/m
Coeficiente de fluência 0.15 – 0.30
Cimento 1.000
Areia (sílica não ativa) 1.250
Sílica flour 0.100
Sílica ativa 0.150
Volastonita (micro fibra mineral) 0.200
Fibra de aço 0.220
Superplastificante 0.016
Água 0.210
4.5.5. Conclusão
60
As três principais categorias de aplicações são:
61
5. ANÁLISE DE CASCAS DE CONCRETO ARMADO,
PROTENDIDO E DE UHPFRC ATÉ A RUPTURA PELO
MÉTODO DOS ELEMENTOS FINITOS
Neste item apresenta-se a análise realizada com o programa DIANA [3] de uma
casca cilíndrica cujo protótipo foi construído e ensaiado [4], sendo que uma análise
numérica prévia foi efetuada (ver em Oñate [5]). A casca, cujas dimensões podem ser
vistas na figura 5.1, tem as bordas laterais constituídas de vigas (tirantes) e as
extremidades frontais apoiadas em diafragma. A estrutura foi executada em concreto
armado com armadura de protensão inserida nas vigas. Uma armadura em malha é
colocada nas faces superior e inferior da casca e também nas vigas como se vê na figura
5.2. O carregamento é constituído de uma pressão radial uniforme de 7 kN/m2 e um
carregamento normal uniforme distribuído de l.41 kN/m aplicado na viga.
1.41kN/m 7.0kN/m² 1.41kN/m
339
Distâncias em mm
φ 1c 10 φ 1c20
10
φ 1c 20
Casca
20
Estribo φ 1 c 30 Estribo φ 1 c 60
Armadura
passiva -18 φ
(11.0mm2)
100
Barras protendidas-
625 955 2 φ (28.27mm2)
Distâncias em mm
Armação da viga
63
5.1.1. Dados relativos aos materiais:
a) Concreto:
b) Aço:
O modelo elasto-plástico foi utilizado para modelar o aço (ver figura 3.12)
Armadura passiva:
Protensão:
64
5.1.2.Modelagem da Transferência da Tensão de Protensão Cabo – Concreto
(a) (b)
65
5.1.4. Resultados numéricos obtidos e comparação com outros resultados
numéricos e com a experiência
(a) (b)
66
Gráfico - Carga x Deslocam ento
5000,00
4500,00
4000,00
Carga total - Kg
3500,00
3000,00
2500,00
2000,00
1500,00
1000,00
500,00
0,00
0,00 10,00 20,00 30,00 40,00
Neste item são analisadas cascas hipotéticas de UHPFRC. O material usado nas
análises que se seguem é o DUCTAL® tipo A, e suas característica relatadas por Orange
[29] foram detalhadas no capítulo 4 desta tese. A idéia básica é verificar a
potencialidade de um novo material comercial de altíssimo desempenho (DUCTAL® da
Lafarge) para a construção de cascas.
As cascas analisadas são uma cobertura em chapa dobrada, parabolóide
hiperbólico e uma abóbada de arestas com as projeções quadrada e retangular para o
primeiro modelo.
67
Para a realização da análise das cascas pelo método dos elementos finitos é
necessária a determinação da relação tensão-deformação sob tração após a fissuração do
material. O ensaio da tração uniaxial seria o procedimento mais direto para a
caracterização do comportamento pós-fissura. Porém este ensaio é difícil de ser
realizado devido aos problemas associados com a aplicação de carga e controle dos
deslocamentos [36]. Daí ser o teste de flexão o mais comumente utilizado na
caracterização das propriedades pós-fissura de materiais frágeis e semi-frágeis.
Sendo assim, o método dos elementos finitos também será utilizado para
encontrar a relação constitutiva pós-fissura do UHPFRC através de análise inversa [37],
tendo como ponto de referência a curva carga-deslocamento obtida experimentalmente
para uma viga à flexão por 3 pontos, construída com DUCTAL® [29] [36].
Desta forma, nos subitens que se seguem será apresentada a análise inversa para
obtenção da equação constitutiva pós-fissura (item 5.2.1) seguida da análise das cascas
(item 5.2.2 a 5.2.4), sendo finalmente apresentados comentários gerais sobre as análises
(item 5.2.5)
68
P/2
40
25 100
A curva σ nn − ε nn
cr
(figura 5.7), construída a partir dos conceitos apresentados
nos trabalhos de Aveston at al. [38], Li [39], Wecharatana e Shah [40], foi usada como
ponto de partida para a análise inversa.
σn
A
B
fct
C
Gf h D
εu
ε
cr
nn
69
A relação constitutiva determinada pelo procedimento de análise inversa é
apresentada na figura 5.8.
σ nn (MPa)
13
3
Gf 12.5mm
.001 .08 .16 εnncr
8
7
6
Carga (kN)
5
4
3
2 experimental numérico
1
0
0 0,5 1 1,5 2 2,5
deslocamento (mm)
70
5.2.2. Cobertura em chapas dobradas
A estrutura tratada no presente item é uma casca em chapas dobradas [1] [37].
Um exemplo de estrutura deste tipo pode ser vista na figura 5.10. Esta estrutura é do
tipo chapas dobradas em forma de Z projetada como cobertura de um ginásio esportivo,
disposta de tal forma a permitir, simultaneamente, ventilação e iluminação natural do
ambiente interior. Os suportes nas extremidades dos elementos são arranjados de tal
forma a dar a impressão de que as cascas estão flutuando com seus 76.2mm de
espessura e vão entre apoios de 15 e 18m.
A estrutura analisada, projetada com DUCTAL® é do tipo cobertura de ponto de
ônibus. Na figura 5.11, é mostrada a perspectiva da estrutura e na figura 5.12, a vista
frontal.
Figura 5.10. Casca em chapa dobrada (retirado de Milo Ketchum´s projects [1])
71
1.50
5.00
1.50
z y
72
P
σ nn (MPa)
13
3
Gf 500mm
2.10-5 .002 .004 ε cr
nn
73
2500
Carga (N/m²)
2000
1500
1000
500
0
0 20 40 60 80 100
Deslocamento (mm)
(a) (b)
74
5.2.3. Cobertura de forma parabolóide hiperbólica
75
Figura 5.18. Perspectiva do parabolóide hiperbólico
(retirada de [16]).
76
A relação constitutiva do concreto sob tração (fissuração repartida), para o
elemento de casca, derivado da relação constitutiva obtida por análise inversa,
ponderado pela largura de banda do elemento utilizado (h=500mm) é o mesmo já
apresentado na figura 5.14.
Na análise não linear foi utilizado o algoritmo de Newton-Raphson com
controle de comprimento de arco e incremento de carga adaptativo.
4000
Carga (N/m²)
3500
3000
2500
2000
1500
1000
500
0
0 100 200 300 400 500
Deslocamento (mm)
77
Figura 5.21. Configuração deformada da casca.
78
5.2.4. Cobertura do tipo Groined Vault
A estrutura tratada neste item é uma cobertura formada pela interseção de duas
cascas cilíndricas circulares. Uma estrutura deste tipo pode ser vista na figura 5.23,
mostrando o terminal de passageiros do aeroporto internacional de Saint. Louis,
Missouri, USA. Tem-se uma associação de casca do tipo Groined Vault, sendo cada
módulo formado pela intercessão de quatro cascas cilíndricas gerando um quadrado de
36.5m de lados com 9.75m de altura na região central. Como pode ser visto, a entrada
de luz natural se processa tanto pelos fechamentos laterais e frontais como pela junção
entre módulos.
A estrutura analisada, projetada com DUCTAL® tem de 2.50m de flecha com
10mm de espessura, cobrindo um quadrado de 10m de lado. Na figura 5.24, é mostrada
a perspectiva da estrutura.
79
Figura 5.24. Perspectiva da cobertura.
80
A curva carga-deslocamento para o nó central é apresentada na figura 5.26,
sendo o carregamento vertical.
3000
2500
2000
Carga (N/m²)
1500
1000
500
0
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180
Deslocamento (mm)
81
Figura 5.28. Padrão de fissuração.
82
• Devido à ductilidade do material, as cascas analisadas apresentam grande
capacidade de deformação após a fissuração. Sendo assim, apesar da
altíssima resistência do material, as estruturas não apresentam ruptura
frágil sem aviso prévio.
• As cascas de UHPFRC analisadas nos itens anteriores têm suas
espessuras da ordem de 7 a 10 vezes mais finas que estruturas
equivalentes de concreto armado.
• A esbelteza das cascas de UHPFRC, além de propiciar uma leveza das
formas arquitetônicas, corresponde a um baixo consumo de material,
propiciando a realização de estruturas com baixo peso próprio.
• O material utilizado possui alta durabilidade, o que é desejável para
qualquer tipo de estruturas, principalmente aquelas onde se ressalta o
aspecto estético.
• O UHPFRC utilizado (DUCTAL®) assim como o código computacional
(DIANA) não são produtos disponíveis apenas em ambiente de pesquisa,
mas produtos comerciais disponíveis no mercado internacional.
83
6. ANÁLISE EXPERIMENTAL DE UMA CASCA TRONCO-
PIRAMIDAL CONFECCIONADA COM UHPFRC.
A
0.30 3.00
X
0.30
3.00
Dimensões em m
Espessura = 0.01 Z
0.225
Corte AA
85
A seguir uma descrição detalhada do programa experimental é apresentada,
sendo descritos inicialmente, a produção e caracterização do material e em seguida a
construção da casca tronco piramidal.
Etapas preliminares
86
• Adição dos líquidos em etapas obedecendo a seqüência: 1) água de
amassamento junto com metade do dispersante; 2) a outra metade do
dispersante; 3) o acelerador de pega, caso seja previsto no traço inicial.
Com o objetivo de padronizar o tempo exato de adição dos líquidos e das fibras
metálicas, durante o processo de mistura do concreto, garantindo assim que as
propriedades no estado fresco sejam semelhantes para diferentes misturas, todo o
processo foi monitorado e controlado pela potência requerida pelo misturador
planetário, conforme esquematizado na figura 6.3. A potência requerida pelo misturador
é medida por um amperímetro digital conectado a um computador (figura 6.4a) cujos
sinais serão processados por um sistema de aquisição de dados e apresentados na forma
gráfica (figura6.4b). Este controle é importante, pois é através dele que serão
monitorados os tempos das adições dos líquidos e das fibras à mistura, assim como o
instante do seu término.
Ponto de reversão
Tempo
Figura 6.3. Etapas de adição dos componentes da mistura dadas em função da energia
demandada.
87
(a) (b)
Etapa da mistura.
88
superfície dos grãos e as primeiras reações químicas com o cimento são iniciadas
(Figura 6.5b). Logo em seguida, a mistura apresentará um aspecto de “terra úmida",
denominado pico de umedecimento ( Figura 6.5c), caracterizado por um leve aumento
no consumo de energia requerida pelo misturador, conforme os aglomerados de
partículas são formados. Na seqüência, há uma leve queda no consumo de energia. À
medida que os aglomerados são quebrados, a água antes aprisionada é liberada para a
mistura, correspondendo ao aumento na demanda de energia do misturador. A segunda
parte do superplastificante é então introduzida (Figura 6.5d). Neste estágio da mistura, o
concreto torna-se mais líquido alcançando o ponto de reversão (figura 6.3). Logo após o
ponto de reversão ser atingido (Figura 6.5e), as fibras foram adicionadas continuamente
à mistura em movimento (Figura 6.5f). O misturador foi desligado logo após a curva
atingir o platô horizontal (Figura 6.3). Deve-se evitar prolongar a mistura além deste
ponto para não ocorrer aumento de temperatura da pasta (ou evaporação local) e não
correr o risco de acelerar a secagem da superfície ou a dessecação do concreto. Depois
de desligado o misturador, foi verificado o espalhamento do concreto, que se apresentou
homogêneo (figura 6.5h).
89
(a) material seco (b) adição da água mais metade do
superplastificante
90
6.1.2. Ensaios de caracterização do material
b) Ensaio de flexão por quatro pontos – Foram realizados ensaios à flexão por
quatro pontos de uma placa de 17 x 100 x 400mm ( figuras 6.6a e b) para a obtenção do
diagrama carga-deslocamento conforme indicado na figura 6.7. Como esperado o
material apresentou fissuração múltiplas após a carga da primeira fissura.
(a) (b)
91
3
2,5
1,5
0,5
0
0 5 10 15 20 25
Experimental Deslocamento (mm)
Tendo em vista que esta foi a primeira utilização do material DUCTAL®, foram
realizados ensaios preliminarmente para que fossem verificadas propriedades relativas à
colocação do material antes da realização da concretagem da casca.
• Antes mesmo da realização das primeiras misturas de DUCTAL®, foram
realizados alguns ensaios de preenchimento de placas de 10mm de espessura
com um concreto auto-adensável dosado no laboratório de Estruturas da
COPPE/UFRJ, como pode ser visto na figura 6.8. Tais ensaios foram realizados
para dirimir dúvidas quanto ao uso de conectores (parafusos de rosca soberba)
ligando a chapa de acrílico à chapa de compensado, materiais da forma da
estrutura da casca.
92
adensável.
(a) (b)
(c)
93
6.2. Casca Tronco-Piramidal
94
Em seguida, procedeu-se ao levantamento das colunas de alvenaria de blocos de
concreto estrutural, tendo seção transversal “L” e seus cantos reforçados com barras de
aço, figura 6.12.
95
A viga de contorno de dimensões 19 x 50 cm, armada com 6 φ 8,0mm e estribos
de φ 5,0mm, foi executada com concreto de 20MPa. A fôrma de madeirite plastificada
recebeu aplicação de desmoldante. Seu esquema e respectivo escoramento podem ser
vistos na figura 6.13a e b.
(a) (b)
96
(a) (b)
borracha Casca
Chapa de
Camada de compensado
concreto
autonivelante
Viga de concreto
6.2.2. Fôrmas
97
(a) (b)
(c)
98
• Cuidado especial foi tomado para o nivelamento da fôrma, utilizando-se para
tal um catetômetro (figura 6.16) para uniformização de miras previamente
estabelecidas.
• Foram utilizados espaçadores cilíndricos de acrílico de 10mm de diâmetro por
10mm de altura (na construção da fôrma) para manter a espessura constante,
sendo removidos após a ligação das chapas-acrílico/compensado.
6.2.3. Concretagem
99
• Recipiente de PVC com abertura inferior – Foi construído um recipiente
cilíndrico de PVC (figura 6.17b) para o lançamento do concreto no interior do
pilão, o mais próximo possível da fôrma, com o objetivo de minimizar a
incorporação de ar no concreto fibroso. Este procedimento mostrou-se
impraticável, sendo então abandonado.
• Entretanto um descuido foi cometido: Não foram vedadas adequadamente as
juntas das placas de acrílico; o que teve conseqüências negativas na
concretagem.
(a) (b)
100
(a) (b)
101
(a) (b)
(a) (b)
Figura 6.20. Vista da 2ª concretagem: (a) com fôrma; (b) sem fôrma.
102
6.3. Montagem do ensaio e Instrumentação
(a) (b)
(c) (d)
103
Figura 6.22. Casca suspensa (depois de retirada da fôrma).
6.3.1 Instrumentação
104
FH3
E11P
E10O
E5D
FV6 E6O
FV2
E7O
FV5 E4D FV4 FV3
E3P E2P E1P
E14O
FH1
Legenda:
Extensômetros paralelos à borda
Extensômetros ortogonais ou inclinados à borda
TED verticais
TED horizontais
(a) (b)
Figura 6.24. (a) Vista superior mostrando extensômetro E1P, E2P, E3P,
E6O, E7O, E14O e o TED FH1; (b) TED FV1.
105
(a) (b)
(a) (b)
106
6.4. Execução do ensaio.
6.5. Resultados
107
14
12
10
Carga (KN)
8
6
4
2
0
0 5 10 15 20
Experimental Deslocam ento (m m )
14
12
10
Carga (KN)
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
Deslocamento (mm)
Figura 6.29. Variação carga x deslocamentos verticais nos pontos FV1 a FV6.
108
12
10
8
E1P
E2P
6 E8P
E11P
4
0
0 10 20 30 40
D ef o rmação ( x E- 0 6 )
1100
700
1100
800
1100
900
1000
1100
1200
1100
900
800
900
1200 700
1000
1100
700
109
Figura 6.32. Fotografias dos vértices da casca nas respectivas
posições. (Sem escala).
110
7. ANÁLISE NUMÉRICA
7.1. Introdução
100
50
100
50
Figura 7.1. Malha de elementos finitos para simulação da flexão por 4 pontos
(dimensões em mm.).
σ nn (MPa)
9.5
2
Gf 50mm
.001 .05 .10 ε nncr
3,5
2,5
Carga total (KN)
1,5
0,5
0
0 5 10 15 20 25
Experimental Numérica Deslocamento (mm)
A análise numérica da casca foi realizada com elementos CT30S (ver item 3.1.2
capítulo 3). A malha e as condições de contorno são apresentadas na figura 7.4, sendo
que nas condições de contorno utilizadas, os movimentos verticais de todos os nós da
ligação casca-plataforma de ensaio e os movimentos de corpo rígido estão impedidos.
112
Figura 7.4. Malha de Elementos Finitos e Condições de Contorno.
σ nn (MPa)
9.5
2
Gf / 150
0,001- .01677 .03344 ε cr
nn
113
25
20
Carga total (kN)
15
10
0
0 20 40 60 80 100 120
Experimental Numérica Deslocamento (mm)
114
Figura 7.8. Padrão de fissuração para o último estágio de carga (P=18,4kN).
115
1,50
1,00
0,50
0,00
1
Reações de apoio (kN)
-0,50
-1,00
-1,50
-2,00
-2,50
-3,00
Figura 7.9. Variação das reações de apoio em vários pontos do contorno (bordos da
casca) para etapas de carregamento (ST), sendo 1 e 231 apoios extremos
do bordo da face de colapso.
116
Figura 7.10. Vista superior da casca após primeira concretagem.
Casca
Mola
Vigas de C. A.
117
Figura 7.12. Superfície deformada da casca apoiada sobre molas.
4,00
2,00
Deslocamentos verticais (mm)
0,00
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21
-2,00
-4,00
-6,00
-8,00
-10,00
-12,00
-14,00
Nós 1......21 (central)
As fissurações dos modelos físico e numérico são apresentadas nas figuras 7.14a
e b; e, como se vê, as fissuras aconteceram nas regiões previstas na análise numérica.
118
(a) (Figura 6.31)
900 800
1100
700
1100
800
1100
900
1000
1100
1200
1100
900
800
900
1200 700
1000
1100
700
(b)
119
A curva carga-deslocamento para a CTP apoiada em molas é apresentada na
figura 7.15, em conjunto com o resultado experimental.
25
20
Carga total (kN)
15
10
0
0 20 40 60 80 100 120
120
Figura 7.16. Exemplo de segregação de fibras.
• Problemas com variação de espessura da casca, que existiram mesmo com todos
os cuidados relatados no capítulo 6. No levantamento realizado após a retirada
das fôrmas (superior e inferior), foram constatadas variações de espessura,
através de medição na casca em diversos pontos, introduzindo a vareta de
121
paquímetro nos furos deixados pelos conectores, retirados na remoção das
fôrmas. Tais constatações foram corroboradas por Rosa [42] através de medição
das espessuras das fatias retiradas da casca.
122
8. CONCLUSÃO
124
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