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O Problema da Ocupação efectiva não pode ser confundido com duas questões próximas:
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O isolamento destas duas situações próximas permite permite concluir que o problema da
ocupação efectiva do trabalhador não se reconduz a toda e qualquer situação de inactividade
deste, mas apenas surge naquelas situações em que o empregador de forma deliberada e
independente de qualquer causa objectiva ligada às vicissitudes da actividade empresarial,
nada lhe dá para fazer.
Isolado o problema, a questão que se coloca é, então, a de saber se o trabalhador tem ou não
direito a ser efectivamente ocupado, bem como a ser ressarcido pelos prejuízos que a
inactividade lhe tenha provocado.
(ler restante).
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Até ao surgimento do CT o DOE apenas tinha consagração legal expressa relativamente a uma
categoria especial de trabalhadores subordinados: os praticantes desportivos art 12º Lei 28/98
Acresce que esta garantia dos trabalhadores deve ser articulada com a previsão legal do
assédio moral no local de trabalho, contida no 24 CT, sempre que a frustração do direito do
Jogador a ser efectivamente ocupado revista um caracter reiterado, tendente a criar-lhe um
ambiente desestabilizador, degradante ou hostil no local de trabalho e, no limite, levá-lo à
denuncia do contrato.
Pedro Romano Martinez Direito do Trabalho, 5ª edição
O direito de ocupação efectiva surge por uma acrescida sensibilidade para os direitos humanos
e em virtude da crise que gera desemprego, não permitindo que o trabalhador insatisfeito, por
não lhe distribuírem trabalho, procure outro emprego.
O direito de ocupação efectiva existirá tão só, na medida em que o empregador actue de má
fé, frequentemente numa atitude discriminatória, que pode estar relacionada com o assédio.
Em caso de violação do DOE, o trabalhador pode exigir que seja atribuída uma determinada
tareda recorrendo a figura da sanção pecuniária compulsória.
Perante a actuação contraria à boa fe por parte do empregador, o trabalhador pode exigir que
aquele seja condenado no pagamento de uma sanção pecuniária compulsória, por cada dia em
que não lhe seja efectivamente atribuída uma tarefa.
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Geralmente admite-se que o artigo 129 b) consagra esse principio. Temos a opinião contraria.
Julgamos que a cinrcunstacia de a lei estabelecer uma proibição do empregador “obstar
injustificadamente à prestação efectiva de trabalho”, não constitui a consagração do direito à
ocupação efectiva. O preceito envolve apenas a obrigação de o empregador não obstar à
prestação ( o que é seguramente menos que a propiciar os meios necessários a que a
prestação se efective) e, quando acontecer, o ónus de apresentar uma justificação suficiente
para o facto de ter obstado à prestação efectiva.