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Escala de Prioridades
Dessa maneira, para garantir à população em geral que o plano será cumprido e aos
contribuintes, em especial, que a administração municipal restituirá mediante investimentos
públicos e serviços os tributos arrecadados, o plano plurianual de governo significa um passo
importante para a prática do respeito à cidadania tão desejada nos dia de hoje quando vivemos
em plena efervescência democrática.
Portanto, os empreendimentos a serem realizados precisam ser programados no tempo a fim
de garantir sua exequibilidade financeira. Tal escalonamento, para ser lógico e abrangente,
deverá ser de muito referendada, vez que ainda estará sob forma genérica.
Nessa linha de conduta, a administração municipal liderada pelo Prefeito deverá apresentar à
população a escala de prioridades constante do plano para que, através de suas entidades
representativas, seja estimulada a emitir opiniões e pronunciamento a respeito em breve prazo.
O passo seguinte, diz respeito à elaboração da escala definitiva que será o instrumento
orientador das ações governamentais a serem submetidas à Câmara Municipal.
Além desses objetivos, que estão ligados à essência do Governo Municipal e, propriamente,
consistem na sua finalidade, julgou-se importante a inclusão, entre os objetivos do programa, do
Aparelhamento da Máquina Administrativa Municipal para capacitá-la à tarefa da execução do
Plano.
Princípios Orçamentários
Para que o orçamento seja a expressão fiel do programa de um governo, como também um
elemento para a solução dos problemas da comunidade; para que contribua eficazmente na
ação estatal que busca o desenvolvimento econômico e social; para que seja um instrumento
de administração do governo e ainda reflita as aspirações da sociedade, na medida em que o
permitam as condições imperantes, principalmente a disponibilidade de recursos, é
indispensável que obedeça a determinados princípios, entre os quais destacamos alguns que
refletem com fidedignidade os que são usados comumente nos processos orçamentários:
1. Programação - O orçamento deve ter o conteúdo e a forma de programação. Isto ocorre da
própria natureza do orçamento, que é a expressão dos programas de cada um dos órgãos do
setor público.
Programar é selecionar objetivos que se procuram alcançar, assim como determinar as ações
que permitam atingir tais fins e calcular e consignar os recursos humanos, materiais e
financeiros, para a efetivação dessas ações.
2. Unidade - Os orçamentos de todos os órgãos autônomos que constituem o setor público
devem-se fundamentar em uma única política orçamentária estruturada uniformemente e que se
ajuste a um método único.
3. Universalidade - Deverão ser incluídos no orçamento todos os aspectos do programa de cada
órgão, principalmente aqueles que envolvam qualquer transação financeira ou econômica.
Portanto, o documento orçamentário integrado deve conter todos os aspectos dos elementos
programáveis que o constituem.
4. Anualidade - Utiliza-se, convencionalmente, o critério de um ano para o período orçamentário,
por apresentar a vantagem de ser o adotado pela maioria das empresas particulares.
Outra vantagem é a que concilia duas condições opostas, que consistem no fato de que quanto
mais distante a época para a qual se projeta maior a possibilidade de erro; sob esse aspecto
seria conveniente programar para períodos bem curtos, porém o ato de programar envolve uma
soma de variedades de tarefas que seria impossível realizá-la em intervalos reduzidos.
De qualquer forma, o período de um ano para o orçamento é o que melhor atende à
concretização dos objetivos sociais e econômicos.
5. Exclusividade - Deverão ser incluídos no orçamento, exclusivamente, assuntos que lhe sejam
pertinentes.
Em outras palavras, quer dizer que se deve evitar que se incluam na lei do orçamento normas
relativas a outros campos jurídicos e, portanto, estranhas à previsão da receita e fixação da
despesa.
6. Clareza - O orçamento deve ser expresso de forma clara, ordenada e completa, embora diga
respeito ao caráter formal, tem grande importância para tornar o orçamento um instrumento
eficiente de governo e administração.
O poder de comunicação do documento terá influência em sua melhor e mais ampla utilização e
sua difusão será tanto mais abrangente quanto maior for a clareza que refletir.
7. Equilíbrio - O orçamento deverá manter o equilíbrio, do ponto de vista financeiro, entre os
valores de receita e da despesa.
Procura-se consolidar uma salutar política econômico-financeira que produza a igualdade entre
valores de receita e despesa, evitando desta forma déficits espirais, que causam endividamento
congênito, isto é, déficit que obriga a constituição de dívida que, por sua vez, causa o déficit.
Ciclo Orçamentário
Conforme já foi exposto, a responsabilidade básica do Estado consiste em buscar o nível
máximo de satisfação das necessidades da população.
Do conjunto de necessidades da população, parte é satisfeita pela produção de bens e serviços
realizada pelo governo e parte atendida e realizada pelos particulares.
O Estado produz essencialmente bens e serviços para satisfação direta das necessidades da
comunidade, não atendidas pela atividade privada, orientando suas ações no sentido de buscar
determinadas conseqüências que modifiquem, positivamente, as condições de vida da
população, através de um processo acelerado e permanente, com o menor custo econômico e
social possível.
O orçamento, embora seja anual, não pode ser concebido ou executado isoladamente do
período imediatamente anterior e do posterior, pois sofre influências condicionantes daquele
que o precede, assim como constitui uma base informativa para os futuros exercícios.
Daí a necessidade de compreensão do Ciclo Orçamentário, que é a seqüência das etapas
desenvolvidas pelo processo orçamentário, assim, consubstanciadas:
a) Elaboração - A elaboração do orçamento, de conformidade com o disposto na lei de diretrizes
orçamentárias, compreende a fixação de objetivos concretos para o período considerado, bem
como o cálculo dos recursos humanos, materiais e financeiros, necessários à sua
materialização e concretização.
Caberá aos órgãos de contabilidade ou de arrecadação organizar demonstrativos mensais da
receita arrecadada, segundo as rubricas, para servirem de base à estimativa da receita, na
proposta orçamentária. Quando houver órgão central de orçamento, essas demonstrações lhe
serão remetidas mensalmente.
A estimativa da receita terá por base as demonstrações mencionadas, da arrecadação dos três
últimos exercícios pelo menos, bem como as circunstâncias de ordem conjuntural e outras que
possam afetar a produtividade de cada fonte de receita.
As propostas orçamentárias parciais serão revistas e coordenadas na proposta geral,
considerando-se a receita estimada e as novas circunstâncias.
O Poder Executivo deverá enviar o projeto de lei orçamentária, ao Poder Legislativo, dentro dos
prazos estabelecidos. No âmbito federal, o prazo termina em 31 de agosto, e o Estado e os
Municípios devem obedecer ao prazo de entrega até o dia 30 de setembro.
A proposta orçamentária que o Poder Executivo encaminhará ao Poder Legislativo nos prazos
estabelecidos nas Constituições e nas Leis Orgânicas dos Municípios compor-se-á de:
I - Mensagem, que conterá: exposição circunstanciada da situação econômico-financeira,
documentada com demonstração da dívida fundada e flutuante, saldos de créditos especiais,
restos a pagar e outros compromissos financeiros exigíveis. Exposição e justificação da política
econômica-financeira do Governo, justificação da receita e despesa, particularmente no tocante
ao orçamento de capital;
II - Projeto de Lei de Orçamento;
III- Tabelas Explicativas das quais, além das estimativas de receita e despesa, constarão, em
colunas distintas para fins de comparação, a receita arrecadada nos últimos exercícios
anteriores àquele em que se elabora a proposta; a receita prevista para o exercício a que se
refere a proposta; a despesa realizada no exercício imediatamente anterior; a despesa fixada
para o exercício em que se elabora a proposta; e a despesa prevista para o exercício a que se
refere a proposta;
IV - Especificação dos programas especiais de trabalho custeados por dotações globais, em
termos de metas visadas, decompostas em estimativas de custo das obras a realizar e dos
serviços a prestar, acompanhadas de justificação econômica, financeira, social e administrativa.
Constará da proposta orçamentária, para cada unidade administrativa, descrição sucinta de
suas principais finalidades, com indicação da respectiva legislação.
b) Estudo e Aprovação - Esta fase é de competência do Poder Legislativo, e seu significado
está configurado na necessidade de que o povo, através de seus representantes, intervenha na
decisão de suas próprias aspirações, bem como na maneira de alcança-las.
Conforme já foi mencionado, o Poder Executivo deverá enviar o projeto de lei orçamentária ao
Poder Legislativo dentro dos prazos estabelecidos; entretanto, até o encerramento da sessão
legislativa, o Poder Legislativo deverá devolvê-lo para sanção.
Outrossim, se não receber a proposta orçamentária no prazo fixado, o Poder Legislativo
considerará como proposta a Lei de Orçamento vigente.
As Emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem somente
poder ser aprovados caso:
I- sejam compatíveis com o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias;
II- indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de anulação de
despesa, excluídas as que incidam sobre:
a) dotações para pessoal e seus encargos;
b) serviço da dívida;
c) transferências tributárias constitucionais para Estados, Municípios e Distrito Federal;
III- sejam relacionadas:
a) com a correção de erros ou omissões; ou
b) com os dispositivos do texto do projeto de lei.
Devidamente discutido, o projeto de lei orçamentário, uma vez aprovado pelo Poder Legislativo,
merecerá de sua parte a edição de um autógrafo e logo após enviado para sanção pelo chefe
do Poder Executivo.
c) Execução - A execução do orçamento constitui a concretização anual dos objetivos e metas
determinados para o setor público, no processo de planejamento integrado, e implica a
mobilização de recursos humanos, matérias e financeiros.
A etapa de execução deve, necessariamente, fundamentar-se na programação, não só para
ajusta-se às orientações estabelecidas no orçamento aprovado, como também para alcançar a
máxima racionalidade possível na solução de problemas que decorrem da impossibilidade de se
fazer uma previsão exata sobre detalhes ligados à execução das modificações produzidas nas
condições vigentes à época da elaboração do orçamento.
Imediatamente após a promulgação da Lei de Orçamento e com base nos limites fixados, o
Poder Executivo aprovará um quadro de cotas trimestrais da despesa que cada unidade
orçamentária fica autorizada a utilizar.
A fixação dessas cotas atende aos seguintes objetivos:
a) assegurar às unidades orçamentárias, em tempo útil, a soma de recursos necessários e
suficientes à melhor execução do seu programa anual de trabalho;
b) manter, durante o exercício, na medida do possível, o equilíbrio entre a receita arrecadada e
a despesa realizada, para reduzir ao mínimo eventuais insuficiências de tesouraria.
c) Avaliação - A avaliação refere-se à organização, aos critérios e trabalhos destinados a julgar
o nível dos objetivos fixados no orçamento e as modificações nele ocorridas durante a
execução; à eficiência com que se realizam as ações empregadas para tais fins e o grau de
racionalidade na utilização dos recursos correspondentes.
A constatação do que realizar, e do que deixar de fazer, não pode, como é óbvio, restringir-se
somente, ao julgamento a posteriori.
A avaliação deve ser ativa, desempenhar um papel importante como orientadora da execução e
fixar em bases consistentes as futuras programações, por isso esta fase é simultânea à
execução, e a informação que fornece deve estar disponível, quando dela se necessitar.
A avaliação impõe a necessidade de um sistema estatístico cuja informação básica se obtém
em cada uma das repartições ou órgãos.
De posse dos dados coletados, o grupo de avaliação deve elaborar tabelas, calcular indicadores
e apresentar informes periódicos para uso e tomada de decisões dos dirigentes das unidades
executoras.
Receita Pública
Conceito
Receita pública, em seu sentido mais amplo, é o recolhimento de bens aos cofres públicos.
Ingresso, entrada ou receita pública são, na verdade, expressões sinônimas na terminologia de
finanças públicas. Os estudiosos da matéria divergem a conceituação de receita pública por
esbarrarem em sutilezas de ordem obstrata que há longo tempo o uso e o costume eliminaram.
Ingresso, entrada ou receita, de qualquer espécie já estão, na prática, consagrados pela
expressão comum: receita pública. Desdobra-se, inicialmente, em dois grupos:
receitaorçamentária e receita extra-orçamentária.
Receita Orçamentária
Receita Orçamentária é aquela que, devidamente disriminada, na forma do Anexo nº3 da Lei nº
4.320/64, integra o orçamento público. São os tributos, as rendas, as transferências, as
alienações, os retornos de empréstimos e as operações de créditos por prazo superior a doze
meses. A arrecadação das receitas deste grupo depende de autorização legislativa que é a
própria Lei Orçamentária. Realizam-se estas receitas pela execução do orçamento.
Classifica-se a receita orçamentária nas categorias econômicas: receitas correntes e receitas de
capital (art. 11). As categorias econômicas desdobram-se em fontes de receitas e estas em
subfontes de receitas que , por sua vez, são analisadas em rubricas e subrubricas de receitas.
Tanto os códigos , denominados códigos gerais, como a nomenclatura e o desdobramento
constituem padrão legal e são de uso obrigatório pela União, Unidades da Federação,
Municípios e Autarquias. Todavia é facultado, em qualquer nível de Governo, ampliar os
desdobramentos com a adoção de códigos locais, sempre que a Administração julgar
conveniente (§ 3º do art. 8º).
Classificação Legal da Receita Orçamentária
A receita orçamentária é classificada em categorias econômicas: receitas correntes e receitas
de capital. Cada categoria desdobra-se em fontes de receitas e estas em subfontes. Por final,
os desdobramentos mais analíticos das subfontes denominam-se rubrica e sub-rubrica.
Terminologia dos desdobramentos: Exemplo de nomenclatura dos desdobramentos:
Categoria econômica Receitas Correntes
Fonte Receita
Subfonte Impostos
Rubrica Imposto sobre a Produção e a Circulação
Sub-rubrica Imposto sobre Produtos Industrializados
O Anexo nº 3, da Lei Federal nº 4.320/64, constitui o padrão legal da classificação e da
codificação da receita orçamentária de uso obrigatório na contabilização das receitas da União,
dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal.
Despesa Pública
Conceito
Constitui despesa pública todo pagamento efetuado a qualquer título pelos agentes pagadores.
Classifica-se a despesa pública, inicialmente, em dois grupos: despesa orçamentária e despesa
extraorçamentária.
Despesas Orçamentárias
Despesa orçamentária é aquela cuja realização depende de autorização legislativa e que não
pode efetivar-se sem crédito orçamentário correspondente. Em outras palavras, é a que integra
o orçamento, isto é, a despesa discriminada e fixada no orçamento público.
As despesas orçamentárias classificam-se pelas categorias econômicas: despesas correntes e
despesas de capital: as primeiras subdividem-se em despesas de custeio e transferências
correntes; as do segundo grupo em investimentos, inversões financeiras e transferências de
capital.
As categorias econômicas desdobram-se em itens mais específicos denominados elementos e
estes em subelementos; o Anexo nº 4, da Lei Federal nº 4.320/64, classifica e codifica as
despesas públicas até o nível de subelementos. Tanto os códigos, denominados códigos gerais,
como a nomenclatura e o desdobramento até o nível de elemento constituem padrão legal e são
de uso obrigatório pela União, Unidades da Federação, Municípios e Autarquias. É facultado,
em qualquer nível de Governo, o desdobramento dos elementos com a adoção de códigos
locais sempre que a administração julgar conveniente.
Classificação Legal das Despesas Orçamentárias
A despesa orçamentária é classificada em categorias econômicas estruturadas em dois graus:
Despesas Correntes
Despesas de Custeio
Transferências Correntes
Despesas de Capital
Investimentos
Inversões Financeiras
Transferências de Capital
As categorias econômicas de segundo grau dividem-se em elementos e estes em
subelementos.
Terminologia dos desdobramentos: Exemplo de nomenclatura dos desdobramentos:
Despesas Correntes
Categoria econômica
Despesas de Custeio
Elemento Pessoal
Subelemento Pessoal Civíl
Rubrica Vencimentos e Vantagens Fixas
Além da classificação ditada pelo Anexo nº 4, a despesa orçamentária obedece à classificação
por funções, programas e subprogramas, estabelecida pelo Anexo nº 5 da mencionada Lei. É a
classificação funcional-programática.
Cotas Trimestrais
As cotas trimestrais da despesa têm o propósito de fixar as autorizações máximas em um
subperíodo orçamentário para que as unidades executoras possam empenhar ou realizar
pagamentos. Constituem um instrumento de regulação para condicionar os recursos financeiros
às reais necessidades dos programas de trabalho.
Proporcionarão às unidades executoras a regularidade de recursos e evitará a emissão de
documentos sem garantia de cobertura financeira efetiva e o atraso de pagamento de
empenhos emitidos sem considerar as reais possibilidades de caixa.