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SOCIOLOGIA DA
EDUCAÇÃO
NÚCLEO COMUM
UNIVERSIDADE
Núcleo de Educação a Distância
METROPOLITANA DE
SANTOS
Créditos e Copyright
CDD 371.12
NÚCLEO COMUM
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Núcleo de Educação a Distância
METROPOLITANA DE
UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS
SANTOS
FACULDADE DE EDUCAÇÃO E CIÊNCIAS HUMANAS
PLANO DE ENSINO
CURSO: Licenciaturas
ANO/SEMESTRE: 1º
EMENTA:
Interpretação e reflexão da educação, da sociedade e da escola, no contexto
da realidade brasileira. As relações sociais na sociedade capitalista:
desigualdade e exclusão social. Analise da função da escola como prática
social numa sociedade multicultural e o papel do educador como mobilizador
na construção da cidadania.
OBJETIVO GERAL:
Compreender conceitos sociológicos e diferentes formas de organização da
sociedade. Compreender a relação entre a organização da sociedade e a
escola. Refletir a relação entre conhecimento, educação e sociedade.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
UNIDADE I: Sociologia e Educação
Ao compreender conceitos de interação social, educação, socialização,
instituições sociais e conhecimento perceber-se como ser que passa por estes
processos, vivenciando-os de determinadas formas; Compreender o homem
como ser histórico, criador de novas formas de vida, ao mesmo tempo capaz,
por sua memória, escrita ou oral, de acumular experiências.
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a transformação da sociedade.
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UNIDADE III: A Escola na Sociedade Brasileira
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO:
UNIDADE I: Sociologia e Educação
UNIDADE II: Análise Sociológica da Sociedade Capitalista
UNIDADE III: A Escola na Sociedade Brasileira
Bibliografia Básica:
LAKATOS, Eva M., MARCONI, Marina de Andrade, Sociologia Geral, São
Paulo: Ed. Atlas, 2011.
NERY, Maria Clara Ramos, Sociologia da Educação, Curitiba : Intersaberes,
2013. (Livro eletrônico – Biblioteca Virtual Unimes)
RODRIGUES, Alberto Tosi, Sociologia da Educação, Rio de
Janeiro: DP&A.Editora, 2002.
Bibliografia Complementar:
ARAÚJO, Silvia M., BRIDI, Maria Aparecida, MOTIN, Benilde L., Sociologia –
um olhar critico . SP , Editora Contexto , 2009 ( livro eletrônico – Biblioteca
Virtual Unimes)
BRANDÃO, C. R. O que é Educação? São Paulo: Brasiliense, 2007,
disponível em https://pt.scribd.com/doc/39369244/O-que- e-Educacao-
BRANDAO-Carlos- Rodrigues
DIAS, Reinaldo, Introdução à Sociologia, 2ª Edição – São Paulo – Pearson
Prentise Hall – 2010. (livro eletrônico- Biblioteca Virtual Unimes)
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METODOLOGIA:
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A disciplina está dividida em unidades temáticas que serão desenvolvidas por
meio de recursos didáticos, como: material em formato de texto, vídeo aulas,
fóruns e atividades individuais. O trabalho educativo se dará por sugestão de
leitura de textos, indicação de pensadores, de sites, de atividades
diversificadas, reflexivas, envolvendo o universo da relação dos estudantes, do
professor e do processo ensino/aprendizagem.
AVALIAÇÃO:
A avaliação dos alunos é contínua, considerando-se o conteúdo desenvolvido e
apoiado nos trabalhos e exercícios práticos propostos ao longo do curso, como
forma de reflexão e aquisição de conhecimento dos conceitos trabalhados na
parte teórica e prática e habilidades. Prevê ainda a realização de atividades em
momentos específicos como fóruns, chats, tarefas, avaliações a distância e
Prova Presencial, de acordo com a Portaria de Avaliação vigente.
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Sumário
DE
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Aula 01_A contribuição da Sociologia para a educação ..........................................................................8
Aula 02_A Sociologia na formação do educador ...................................................................................12
Aula 03_Sociologia e Educação ..............................................................................................................14
Aula 04_Conceitos básicos de Sociologia...............................................................................................17
Aula 05 _Educação e socialização ..........................................................................................................20
Aula 06_As instituições sociais e a educação.........................................................................................22
Aula 07_Educação e Cultura ..................................................................................................................25
Aula 08_Educação e Cultura ..................................................................................................................32
Aula 09_Educação, cultura e conhecimento ..........................................................................................40
Aula 10_Educação, cultura e ideologia. .................................................................................................42
Aula 11_A escola como instituição social ..............................................................................................45
Resumo_Unidade I .................................................................................................................................48
...........................................................................................................................................48
Aula 12_A educação e a escola ..............................................................................................................49
Aula 13_A análise sociológica da sociedade capitalista .........................................................................50
Aula 14_Compreendendo a realidade social .........................................................................................52
Aula 15_Educação e política. .................................................................................................................55
Aula 16_A dimensão social da liberdade ...............................................................................................57
Aula 17_Sociedade Contratual e Sociedade Contextual ........................................................................60
Aula 18_ Emile Durkheim e a Educação .................................................................................................64
Aula 19 _A sociedade para a Sociologia crítica ......................................................................................65
Aula 20_A Educação para a Sociologia Crítica .......................................................................................68
Aula 21_A análise Marxista no estudo da escola ...................................................................................71
Aula 22_A educação escolar e a sociedade brasileira............................................................................74
Aula 23_A educação escolar como intervenção ....................................................................................77
Aula 24_A educação escolar como invenção .........................................................................................79
Aula 25_A escola e a questão cultural ...................................................................................................80
Aula 26_A escola e a questão cultural ...................................................................................................81
Aula 27_A organização da escola ...........................................................................................................83
Aula 28_A organização da escola ...........................................................................................................85
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Aula 29_O preconceito na escola...........................................................................................................87
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Aula 30_A escola no contexto social ......................................................................................................89
Aula 31_A função da escola ...................................................................................................................94
Aula 32_Sawabona!!! Shikoba!!! ...........................................................................................................97
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Aula 01_A contribuição da Sociologia para a educação
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Os estudos sociológicos trazem conhecimentos fundamentais para nossa
compreensão sobre o homem e a sua realidade social e, consequentemente, para o
processo educacional.
Para ele, as práticas que têm por finalidade educar utilizam técnicas; seguem
normas e valores que fazem parte de uma determinada sociedade, de uma
determinada cultura e de um determinado tempo histórico. Para a Sociologia, não há
técnica pedagógica neutra: todas são construídas e utilizadas em meio a valores e
normas.
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Olhar a educação do ponto de vista da Sociologia é compreender
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que, se a Pedagogia é o fundamento das práticas educacionais as
crenças, os valores e as normas sociais são os fundamentos da
pedagogia. (RODRIGUES, 2000, p. 10)
Portanto, toda análise e o estudo a ser realizado devem ter como base os
fundamentos trazidos pelos seus iniciadores que analisaram a sociedade de sua
época, a sociedade capitalista, buscando compreendê-la em suas peculiaridades,
propondo caminhos teóricos interpretativos para os mais variados fenômenos
sociais.
Vamos “acompanhar o caminho trilhado” por alguns desses autores que iniciaram os
estudos da Sociologia.
O estudo dos acontecimentos sociais é muito antigo. Pode-se dizer que, desde o
aparecimento dos primeiros agrupamentos humanos, houve a preocupação de
organizar-se da melhor forma para a sobrevivência do homem.
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Somente no século XIX, a Sociologia passou a existir como ciência independente.
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As transformações pelas quais passou a sociedade européia nos séculos XVIII e XIX
contribuíram de maneira acentuada para o aparecimento da Sociologia. A revolução
industrial e a revolução francesa provocaram transformações radicais na sociedade
da época. Os estudiosos começaram a estudar essas transformações e suas
consequências para a vida humana: era início da Sociologia como ciência.
O que tem a ver a Sociologia com a educação escolar? A escola não está isolada
em relação à comunidade, à sociedade em que está inserida. A escola é até certo
ponto, reflexo das condições e das exigências estabelecidas pela sociedade, em seu
sentido mais amplo, e pela comunidade, no sentido mais restrito. Por outro lado,
mesmo no interior da escola, multiplicam-se os grupos sociais. Esses grupos - de
alunos, de professores, de especialistas etc. têm enorme influência sobre o
comportamento dos alunos e sobre sua educação. Até dentro da sala de aula,
apesar do controle que pode ser exercido pelo professor, a influência das condições
sociais do aluno e dos grupos de que ele participa dentro e fora da sala, não pode
ser menosprezada.
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A contribuição da Sociologia da Educação ao trabalho pedagógico abrange pelo
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menos dois aspectos principais:
Referências bibliográficas:
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Aula 02_A Sociologia na formação do educador
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Dando continuidade ao tema Sociologia na formação do educador, vamos
aprofundar um pouco mais a questão da Sociologia como instrumental necessário
na formação do professor para ajudar a prepará-lo para as diferentes realidades que
encontrará e que, como professor, possa preparar criticamente seus alunos.
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Analise e reflita sobre a importância da Sociologia na formação do educador, a partir
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das seguintes propostas:
Referência Bibliográfica:
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Aula 03_Sociologia e Educação
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Nesta aula, trabalharemos alguns conceitos da Sociologia a partir de uma história
que mostra uma trajetória de vida com várias dificuldades.
Esta é uma história, como tantas outras em que “qualquer semelhança é mera
coincidência” e foi extraída do livro: Sociologia da Educação de Nelson Piletti (pág.
243 e 244). Leia abaixo!
Aos dez anos Isabel mudou-se para a cidade. Foi morar num apartamento. Nem
sabe quem são seus vizinhos do apartamento em frente. Apenas “bom dia”, “boa
tarde”, “tudo bem”? e nada mais. Atualmente frequenta a segunda série do curso de
magistério. A tarde trabalha numa loja, para reforçar o orçamento familiar, que anda
apertado.
Hoje Isabel acordou às sete horas, um pouco tarde para entrar na escola às sete e
meia. Lavou-se e vestiu-se rapidamente. Pôs o uniforme da escola, blusa branca e
saia azul, meias brancas e tênis. Tomou café e saiu. No caminho encontrou Joana e
Sandra, duas amigas inseparáveis. Foram conversando de tudo um pouco, as
matérias do dia, os namorados, etc.
Saindo da escola, Isabel vai correndo para casa, troca de roupa, almoça e vai para o
serviço, onde permanece das 13 às 19 horas. Sabe que não pode chegar atrasada,
pois as consequências são pesadas.
Seis horas mostrando tecidos, roupas, blusas calças, meias! Preços, descontos,
notas! Isabel sai do serviço, vai para casa, toma banho, janta. E agora? Novela das
oito, trabalho de escola, cansaço, sono, namorado, etc. O que fazer? Isabel procura
conciliar as coisas, fazer o que dá. “Quer ser professora e precisa estudar”.
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Procure identificar, nesta história, situações que caracterizem:
1. Fato social;
2. Interação social;
3. Grupo social;
4. Estratificação social
5. Classe social
Nesta aula, vamos ainda trabalhar, com o conceito de Fato Social do sociólogo
Emile Durkheim.
O trecho abaixo é uma resenha de Cristina Costa para o livro Abortion in United
States, organizado por Mary Steichen Calderone. New York: Hoeber-Harper and
Row, 1958.
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seguiu a doutrina da Igreja e considerou o pecado um crime. Mas na lei anglo-
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saxônica o aborto era considerado apenas “um delito eclesiástico”.
Referências
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Aula 04_Conceitos básicos de Sociologia
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Nesta aula vamos trabalhar com alguns conceitos importantes da Sociologia.
Acompanhem!
FATO SOCIAL:
AÇÃO SOCIAL:
INTERAÇÃO SOCIAL:
RELAÇÃO SOCIAL:
ESTRATIFICAÇÃO SOCIAL:
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CLASSE SOCIAL:
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Cada um dos estratos ou camadas que constituem a sociedade estratificada.
STATUS SOCIAL:
PAPEL SOCIAL:
GRUPO SOCIAL:
Conjunto de indivíduos que interagem uns com os outros, durante um certo período
de tempo.
SOCIEDADE:
COMUNIDADE:
SOCIEDADE COMUNIDADE
Complexa simples
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Até a próxima aula!
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Aula 05 _Educação e socialização
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Nesta aula trabalharemos com o conceito de socialização, para tanto escolhemos
dois trechos da obra de Emile Durkheim, o fundador da Sociologia.
b)”Não nascemos com este ser social nem ele se desenvolve em nós
espontaneamente. O ser humano, espontaneamente, não se submeteria à
autoridade, não respeitaria a disciplina, não se sacrificaria por objetivos comuns. É a
educação, como socialização, que o leva a tais condutas. Ao nascer o ser humano
não é social. A cada geração, a sociedade deve começar da estaca zero, pois a
socialização não é hereditária e deve processar-se sempre de novo, com cada nova
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geração. A educação cria um ser novo, transforma cada ser não social que nasce
num ser social”.
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Para complementar e esclarecer a socialização como conceito, veja a definição de
Sonia Maria Portella Kruppa (1994, p.23):
Referência Bibliográfica:
KRUPPA, Sonia Maria Portella. Sociologia da Educação. São Paulo, Cor- tez, 1994
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Aula 06_As instituições sociais e a educação
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Para esta aula vamos trabalhar com o conceito de Instituições Sociais.
Se definirmos a instituição social como sendo uma força que atua sobre a
conduta individual, logo perceberemos que qualquer outra instituição,
sejam quais forem suas características e finalidades, depende dos
padrões da linguagem.
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Vamos complementar nossa aula, falando um pouco sobre a Educação Formal e a
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Educação Informal.
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Você compreendeu que:
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a) A educação que ocorre na escola é uma educação formal (é organizada,
sistematizada, possui normas). Ela seleciona os conhecimentos considerados
científicos.
Referência Bibliográfica:
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Aula 07_Educação e Cultura
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Nesta aula vamos aprender um pouco mais sobre pluralidade cultural.
Você estará em contato com partes dos Referenciais Curriculares, que são
fundamentais para a formação do educador.
PLURALIDADE CULTURAL
APRESENTAÇÃO
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só por diferentes etnias, como também por imigrantes de diferentes países. Além
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disso, as migrações colocam em contato grupos diferenciados. Sabe-se que as
regiões brasileiras têm características culturais bastante diversas e que a
convivência entre grupos diferenciados nos planos social e cultural muitas vezes é
marcada pelo preconceito e pela discriminação.
Nesse sentido, a escola deve ser local de aprendizagem de que as regras do espaço
público permitem a coexistência, em igualdade, dos diferentes. O trabalho com
Pluralidade Cultural se dá a cada instante, exige que a escola alimente uma “Cultura
da Paz”, baseada na tolerância, no respeito aos direitos humanos e na noção de
cidadania compartilhada por todos os brasileiros. O aprendizado não ocorrerá por
discursos, e sim num cotidiano em que uns não sejam “mais diferentes” do que os
outros.
1ª PARTE
PLURALIDADE CULTURAL
INTRODUÇÃO
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Este tema propõe uma concepção que busca explicitar a diversidade étnica e
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cultural que compõe a sociedade brasileira, compreender suas relações, marcadas
por desigualdades socioeconômicas e apontar transformações necessárias,
oferecendo elementos para a compreensão de que valorizar as diferenças étnicas e
culturais não significa aderir aos valores do outro, mas respeitá-los como expressão
da diversidade, respeito que é, em si, devido a todo ser humano, por sua dignidade
intrínseca, sem qualquer discriminação. A afirmação da diversidade é traço
fundamental na construção de uma identidade nacional que se põe e repõe
permanentemente, tendo a Ética como elemento definidor das relações sociais e
interpessoais.
As culturas são produzidas pelos grupos sociais ao longo das suas histórias, na
construção de suas formas de subsistência, na organização da vida social e política,
nas suas relações com o meio e com outros grupos, na produção de conhecimentos
etc. A diferença entre culturas é fruto da singularidade desses processos em cada
grupo social.
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Entretanto, apesar da discriminação, da injustiça e do preconceito que contradizem
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os princípios da dignidade, do respeito mútuo e da justiça, paradoxalmente o Brasil
tem produzido também experiências de convívio, reelaboração das culturas de
origem, constituindo algo intangível que se tem chamado de brasilidade, que permite
a cada um reconhecer-se como brasileiro.
Justificativa
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Movimentos sociais, vinculados a diferentes comunidades étnicas, desenvolveram
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uma história de resistência a padrões culturais que estabeleciam e sedimentavam
injustiças.
Mesmo em regiões onde não se apresente uma diversidade cultural tão acentuada,
o conhecimento dessa característica plural do Brasil é extremamente relevante. Ao
permitir o conhecimento mútuo entre regiões, grupos e indivíduos, ele forma a
criança, o adolescente e o jovem ³para a responsabilidade social de cidadão,
consolidando o espírito democrático.
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podemos ser. Em segundo, porque é um dos lugares onde são ensinadas as regras
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do espaço público para o convívio democrático com a diferença. Em terceiro lugar,
porque a escola apresenta à criança conhecimentos sistematizados sobre o país e o
mundo, e aí a realidade plural de um país como o Brasil fornece subsídios para
debates e discussões em torno de questões sociais.
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[1]Art. 5o, parágrafo XLII: “a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à
pena de reclusão, nos termos da lei”.
[2] Art. 5o, parágrafos VI e IX: “é inviolável a liberdade de consciência e de crença...; é livre a
expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação”.
[3]Sobre adolescência e juventude, ver quarta parte do documento de Introdução aos Parâmetros
Curriculares Nacionais.
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Aula 08_Educação e Cultura
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Na aula anterior iniciamos a discussão sobre Pluralidade Cultural. Agora vamos
analisar como os conhecimentos sociológicos podem contribuir sobre esta questão.
PLURALIDADE CULTURAL
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histórico exige estudo e preparo cuidadoso que não se confundem, em hipótese
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alguma, com o senso comum.
Fundamentos éticos
Assim sendo, tratar da presença do índio pela inclusão nos currículos de conteúdos
que informem sobre a riqueza de suas culturas e a influência delas sobre a
sociedade, conforme disposto na Constituição de 1988 (art. 210, parágrafo 2o), é
valorizar essa presença e reafirmar os direitos dos índios como povos nativos, de
forma que corrija uma visão deturpada que os homogeneíza como se fossem de um
único grupo, devido à justaposição aleatória de traços retirados de diversas etnias.
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Compreender a formação das sociedades européias e das relações entre sua
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história, viagens de conquista, entrelaçamento de seus processos políticos com os
do continente americano, em particular América do Sul e Brasil, auxiliará professores
e alunos a formarem referencial não só de conteúdos específicos, como também da
estruturação de processos de influenciação recíproca. Isso é especialmente
importante para o momento atual, quando o quadro internacional interfere no
cotidiano do cidadão de muitas e variadas formas.
Conhecimentos sociológicos
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que se encontram amalgamados no social. Conhecimentos sociológicos são
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indispensáveis na Discussão da Pluralidade Cultural, pelas possibilidades que
abrem de compreensão de processos complexos onde se dão interações entre
fenômenos de diferentes naturezas.A escola pode fortalecer sua atuação tanto mais
quanto seja conhecedora dos problemas presentes na estrutura socioeconômica e
como se dão as relações de dominação, qual o papel desempenhado pelo universo
cultural nesse processo.
Conhecimentos antropológicos
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fosse possível dizer que o homem é biologicamente incompleto: não sobreviveria
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sozinho sem a participação das pessoas e do grupo que o gerou. A cultura é o
conjunto de códigos simbólicos reconhecíveis pelo grupo a partir dos quais se
produz conhecimento: neles o indivíduo é formado desde o momento de sua
concepção nesses mesmos códigos e, durante a infância, prende os valores do
grupo. Por intermédio deles é mais tarde introduzido nas obrigações da vida adulta,
da maneira como cada grupo social as concebe.
O termo “raça”, de uso corriqueiro e banal no cotidiano, vem sendo evitado cada vez
mais pelas ciências sociais pelos maus usos a que se prestou. Nas ciências
biológicas, raça é a subdivisão de uma espécie, cujos membros mostram com
freqüência certo número de atributos hereditários. Refere-se ao conjunto de
indivíduos cujos caracteres somáticos, tais como a cor da pele, o formato do crânio e
do rosto, tipo de cabelo, etc., são semelhantes e se transmitem por hereditariedade.
O conceito de raça, portanto, assenta-se em conteúdo biológico, e foi utilizado na
tentativa de demonstrar uma pretensa relação de superioridade/inferioridade entre
grupos humanos. Convém lembrar que o uso do termo “raça” no senso comum é
ainda muito difundido, para reafirmação étnica, como é feito comumente por
movimentos sociais, ou nos contextos ostensivamente pejorativos que alimentam o
racismo e a discriminação.
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Por sua vez, o conceito de etnia substitui com vantagens o termo “raça”, já que tem
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base social e cultural. “Etnia” ou “grupo étnico” designa um grupo social que se
diferencia de outros por sua especificidade cultural. Atualmente o conceito de etnia
estende-se a todas as minorias que mantêm modos de ser distintos e formações que
se distinguem da cultura dominante. Assim, os pertencentes a uma etnia partilham
da mesma visão de mundo, de uma organização social própria, apresentam
manifestações culturais que lhe são características. “Etnicidade” é a condição de
pertencer a um grupo étnico. É o caráter ou a qualidade de um grupo étnico que
freqüentemente se autodenomina comunidade. Já o “etnocentrismo” — tendência de
alguém tomar a própria cultura como centro exclusivo de tudo, e de pensar sobre o
outro também apenas a partir de seus próprios valores e categorias — muitas vezes
dificulta um diálogo intercultural, impedindo o acesso ao inesgotável aprendizado
que as diversas culturas oferecem.
Esse movimento, por sua vez, é mediado por diferentes linguagens, cujas
expressões denotam traços de conhecimentos, valores e tradições de um povo, de
uma etnia ou de um determinado grupo social. Nesse contexto, as imagens
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construídas pelos gestos, pelos sons, pela fala, pela plasticidade e pelo silêncio
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implicam conteúdos relevantes para a construção da identidade, pois é nesse
universo plural de significados e sentidos que as pessoas se reconhecem na sua
singularidade.
Conhecer e respeitar diferentes linguagens é decisivo para que o trabalho com este
tema possa desenvolver atitudes de diálogo e respeito para com culturas distintas
daquela que a criança conhece, do grupo do qual participa.
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Da mesma forma, identificar e desenvolver alternativas de cooperação na melhoria
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da vida cotidiana na escola, na comunidade, na família é uma forma de prática de
cidadania, no espaço imediato de vivência.
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Aula 09_Educação, cultura e conhecimento
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No processo educacional, o homem deve ser pensado como aquele que vive
em busca de sobrevivência e transcendência. O homem procura adquirir
conhecimento para sobreviver e transcender. O homem observou a natureza e
produziu conhecimento: um bom exemplo é a chuva, pois na sua ausência, o
homem passou a regar a sua plantação para substituí-la. Além de produzir, ele
organizou e transmitiu esse conhecimento.
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O grande momento da espécie humana foi a descoberta do outro e a troca com o
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outro por meio da comunicação, de informações e de modos de ações.
Referência bibliográfica:
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Aula 10_Educação, cultura e ideologia.
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Nesta aula vamos conversar um pouco sobre trabalho, educação, cultura e
ideologia.
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Não vivemos em uma sociedade homogênea, toda produção cultural está sujeita à
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avaliação que depende da posição social do grupo a que ela pertence. Para
exemplificar, vamos estabelecer algumas distinções, considerando as seguintes
divisões:
Ideologia
Os meios pelos quais a ideologia é, a nós imposta, variam, sendo utilizados meios
tais como: a escola, os livros didáticos, os meios de comunicação de massa.
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Até a próxima aula!
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Referência Bibliográfica
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Aula 11_A escola como instituição social
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Na aula de hoje abordaremos, de forma simplificada, alguns momentos e tendências
da escola e de sua relação com a sociedade em que se insere.
A adaptação aos usos e valores da tribo geralmente é levada a efeito sem castigo.
Nos séculos XVI e XVII, são fundados colégios pelas ordens religiosas dos séculos
XVI e XVII. E para disciplinar a criança, submetendo-a aos rigores da hierarquia,
surge o hábito dos castigos corporais.
Com isso, surge o modelo da escola tradicional: nestes colégios existe uma rígida
formação moral.
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Tornam-se famosos os internatos dos jesuítas, que se espalham por toda a Europa
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durante 200 anos (do século XVI ao XVIII). Essas escolas se destinam à nobreza e à
burguesia ascendente.
A escola nova
A escola tecnicista
A desescolarização da sociedade
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A principal crítica que pode ser feita a Illich refere-se à dimensão individualista do
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seu projeto, que despreza uma análise mais profunda dos conflitos sociais. Na
verdade, ele propõe uma revolução moral, empenhada em conscientizar os
indivíduos para a mudança e converter cada um no seu íntimo.
Referência bibliográfica:
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Resumo_Unidade I
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Apresentamos alguns conceitos básicos, pertinentes à literatura sociológica,
utilizados por sociólogos e educadores. Introduzimos o significado de educação e
socialização como processos interativos. Conhecemos as principais instituições
sociais e suas características, bem como o surgimento da escola como instituição
social. Por intermédio da análise sociológica da sociedade desvelamos a realidade
social, compreendendo a sua historicidade.
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Aula 12_A educação e a escola
DE
SANTOS
Na aula de hoje veremos como a escola vem realizando sua principal função: a
formação do educando.
Para esta discussão leiam o texto “Educar pra que? ” de Frei Betto, disponível em
nosso AVA.
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Aula 13_A análise sociológica da sociedade capitalista
DE
SANTOS
Vamos, inicialmente, analisar e reconhecer a sociedade brasileira.
No início dos anos de 1970 Edmar Barra usou o termo Belíndia para falar da
desigualdade social no Brasil. Segundo ele havia uma pequena parcela da
sociedade brasileira que possuía grande poder aquisitivo, comparada com a Bélgica,
enquanto a grande maioria era pobre, esta era a Índia brasileira.
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trabalhadores, o proletariado, dos donos dos meios de produção, a
SANTOS
burguesia. (1994, p. 48)
Agora que você leu, analisou e compreendeu o texto “Belíndia”, vamos refletir sobre
algumas questões, em conformidade com as ideias do texto lido:
3- Qual é a classe social que tem maior acesso aos jornais, bibliotecas, teatros,
viagens, etc?
Referência Bibliográfica:
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Aula 14_Compreendendo a realidade social
DE
SANTOS
Vamos analisar e compreender a realidade em que vivemos com o auxilio da
Sociologia.
1.1. A educação é a ação exercida pelas gerações adultas sobre as novas, que
ainda não se encontram preparadas para a vida social.
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b) Una: procura inculcar os valores dominantes na sociedade e preservar a
SANTOS
identidade nacional e os avanços da humanidade.
1.3. Como socialização, a educação vai construindo, em cada ser humano, o ser
social.
2.2. Os primeiros adultos que convivem com a criança, geralmente os pais são os
primeiros agentes educadores. São os veículos através dos quais a sociedade
inculca nas crianças os padrões sociais vigentes, abrangendo a totalidade do
indivíduo, desde o seu organismo até o seu psiquismo.
2.4. A escola é a agência especializada na educação das novas gerações, tendo por
finalidade específica levar os alunos a conhecerem o patrimônio cultural da
humanidade.
2.5. A escola nem sempre existiu. Em sua evolução, podemos identificar várias
fases:
a) A época em que não havia escola , em que todo adulto era professor;
NÚCLEO COMUM
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c) A escola da burguesia, na época moderna, em que se começou a dar importância
SANTOS
aos estudos científicos;
d) A época posterior à revolução industrial, em que havia uma escola para os ricos,
chegando aos estudos superiores, e uma escola para os trabalhadores, limitada ao
primário;
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Aula 15_Educação e política.
DE
SANTOS
Nesta aula vamos abordar o conceito de política e sua relação com a educação.
O QUE É POLÍTICA?
Embora seja associado com mais frequência a instituições de governo nos níveis
internacional, nacional, regional e comunitário, o conceito de política pode ser
aplicado a virtualmente todos os sistemas sociais, nos quais o poder representa
papel importante. Podemos, por conseguinte, fazer perguntas sobre a política da
NÚCLEO COMUM
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vida familiar e da sexualidade, a política de escritório, a política universitária ou
SANTOS
mesmo a política da arte e da música. Este último argumento tem importância
especial, porque chama a atenção para o fato de que todos os sistemas sociais têm
uma ESTRUTURA DE PODER e não apenas aqueles cujas funções sociais são
formalmente definidas em termos de poder”.
Referência Bibliográfica:
NÚCLEO COMUM
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Aula 16_A dimensão social da liberdade
DE
SANTOS
Nesta aula vamos estudar o conceito de liberdade sob o viés social.
Quando nos referimos ao caráter social da moral, queremos significar duas maneiras
do social agir sobre o homem. Num primeiro momento, o social é resultado de uma
herança cultural e, como tal, condição da imanência ou facticidade. Mas, ao
considerarmos o aspecto aperceptivo, o social que aí encontramos é justamente
condição da transcendência e expressão da nossa liberdade. Isso significa que é
impossível a liberdade fora da comunidade dos homens. As relações entre os
homens não são de contiguidade, mas de engendramento, isto é, os homens não
estão simplesmente uns ao lado dos outros, mas são feitos uns pelos outros: o
homem se humaniza pelo trabalho, e esta ação é social. Daí não podermos falar
propriamente do homem como uma “ilha”.
Para explicar melhor, vamos examinar o conceito burguês de liberdade, tal como foi
teorizado a partir dos séculos XVII e XVIII.
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poder: apenas as pessoas que têm propriedade têm poder político. A decorrência é
SANTOS
que os homens não são tão iguais assim e, portanto, a “liberdade de escolha” não é
tão “livre” quanto se poderia se imaginar. Na verdade, as condições de escolha já
estão predeterminadas.
Explicando melhor: ao tentar exercer sua liberdade, o proletário verifica que a livre
escolha dos indivíduos privilegiados acaba por delimitar cada vez mais o seu próprio
espaço de ação. Na selva do salve-se-quem-puder, onde cada um luta por si mesmo
e não deve obrigações a ninguém, a liberdade é uma ilusão. Além de que, se os
pobres quiserem expressar seus desejos, isso assume imediatamente um caráter de
desordem. O principio do liberalismo é: “A raposa livre no galinheiro livre”.
O ponto de partida não deve ser a liberdade individual, mas sim o interesse
coletivo. É a partir dele que o comportamento individual se regula. Só assim será
possível a efetiva liberdade de cada um, como processo final de uma ação calcada
na cooperação, na reciprocidade e no desenvolvimento da noção de
responsabilidade e compromisso. Nesse sentido, o outro não é o limite da nossa
liberdade, mas a condição para atingi-la. Merleau-Ponty dá o exemplo da tortura
infligida ao homem para obrigá-lo a falar: “Se ele se recusa a dar os nomes e os
endereços que se quer arrancar dele, não é por uma decisão solitária e sem apoio;
ele ainda se sentia com seus camaradas e, ainda engajado na luta comum, ele
estava como que incapaz de falar (...). Não é finalmente uma consciência nua que
resiste à dor, mas o prisioneiro com seus camaradas ou com o que amam e sob o
olhar de quem vive. (...). Estamos misturados no mundo e aos outros numa confusão
inextrincável”.
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SANTOS
Referência Bibliográfica
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Aula 17_Sociedade Contratual e Sociedade Contextual
DE
SANTOS
Nesta aula escolhemos uma crônica para trabalhar com as diferentes formas de
“acatar as leis” em sociedades distintas. É importante percebermos que a cultura de
cada povo e a sua organização social é responsável pelo modo como entende as
leis e respeita-as.
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Pior é a situação do trânsito. Somos obrigados a assistir a barbaridades sem trégua.
SANTOS
Já vi motoristas andando alegremente na contra mão e coisas do gênero.
Mas o que mais chama a atenção de um estrangeiro, como eu, é a reação dos
brasileiros ajuizados, que costumam pôr em questão a viabilidade política do país,
sempre que alguém passa por um sinal vermelho. “Este país não tem jeito” é uma
das frases mais ouvidas. Considerações desse tipo soam surpreendentes aos
ouvidos de um americano, uma vez que, nos Estados Unidos, muito dificilmente
alguém ousaria questionar as bases políticas do país a partir de delitos individuais –
menos ainda a partir de infrações do Código de Trânsito. Mesmo quando acontecem
fatos graves, como massacres em escolas, não se duvida da viabilidade dos
Estados Unidos.
NÚCLEO COMUM
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Nas
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sociedades contextuais, as regras são apenas uma referência. O
SANTOS
comportamento depende de cada situação, do momento. É por isso que as leis “não
pegam” muitas vezes. Ninguém crê, no íntimo, que devam ser obedecidas
cegamente. Vale o juízo individual e, quando necessário, o famoso jeitinho – uma
maneira de driblar as regras, no fim das contas. As sociedades contextuais são mais
libertárias nesse sentido. Ninguém vai deixar de fumar se não alguém para se
incomodar com o cigarro aceso. Tampouco alguém vai parar num semáforo no meio
do deserto – afinal, ninguém é bobo. Os integrantes das sociedades contextuais
acreditam menos no valor das regras. “Para os amigos tudo; para os inimigos, a lei”
é uma frase tipicamente contextual.
Já nas sociedades contratuais a lei serve para resolver todos ou quase todos os
conflitos, do assédio sexual aos latidos do cachorro do vizinho. É por isso que
existem mais advogados nos EUA do que em todos os outros países do mundo
juntos. O caso Mônica Lewinsky, por exemplo, foi até a Suprema Corte, o que não é
pouca coisa. Era preciso saber se o presidente Bill Clinton violara as regras ou não.
As sociedades erguidas sobre um contrato são assim. Por aqui, no entanto, ninguém
entendeu o motivo de tanto escândalo. Na visão brasileira, Clinton era culpado de
uma pulada de cerca. Devia explicações para a mulher dele, sim, jamais para
instância mais alta do sistema legal do país. Era uma questão pessoal. Se havia
violado uma lei qualquer não vinha ao caso.
Se um tipo de cultura – seja contratual, seja contextual – é melhor que o outro, não
está claro e depende um pouco do gosto de cada um. Quando os brasileiros
reclamam, diante de uma contravenção no trânsito, que o país não tem jeito, estão
dizendo que só quando o comportamento dos patriotas mudar é que o país poderá
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dar certo. Ou seja, só quando a americanização do brasileiro for completa. Já os
SANTOS
partidários da cultura contextual tendem a destacar a capacidade do brasileiro para
lidar com situações de improviso. A vida por estas bandas é mais divertida. Ao
menos é o que dizem.
NÚCLEO COMUM
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Aula 18_ Emile Durkheim e a Educação
DE
SANTOS
Vamos compreender o pensamento de Émile Durkheim, por meio dos textos que
estão em seu AVA:
“A Sociologia de Durkheim”.
NÚCLEO COMUM
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Aula 19 _A sociedade para a Sociologia crítica
DE
SANTOS
Iniciamos a partir dessa aula com um pensamento social diferente daquele
positivista, baseado numa teoria da harmonia social. A Sociologia Crítica possui uma
análise que percebe desigualdade na sociedade, lançando seus esforços para
entender a raiz dessa diferença. Um dos mais importantes pensadores dessa
corrente foi o alemão Karl Marx.
Karl Marx e Durkheim foram criados num ambiente cultural de classe média. Como o
pai de Marx era advogado, ele teve a oportunidade e acesso aos estudos. Formado
numa sociedade alemã regida por um governo autoritário que para se manter no
poder político eliminava seus adversários. Marx era portador de idéias novas e
críticas com relação ao estado alemão, governado por Frederico IV. Não consegue
ser professor universitário, e sua carreira passa a ser o jornalismo, dirigindo uma
agência jornalística.
NÚCLEO COMUM
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Há uma enorme diferença entre Durkheim e Marx: para o primeiro a sociologia era a
SANTOS
ciência que contribuiria para levar a sociedade capitalista à perfeição e analisou a
sociedade, a partir da organização da moral social. Já Marx se interessou pela
relação existente entre a consciência das pessoas e a forma de se organizarem
para transformar a natureza através do trabalho. Concluiu que o modo pelo
qual as pessoas trabalham em determinada sociedade influi no modo como
pensam e se definem como seres sociais.
Marx concluiu que, para além das mercadorias e das relações de troca está a
produção dessas mercadorias. Estudando o modo de produção das mercadorias,
concluiu que existem duas classes sociais básicas: de um lado, os proprietários
dos meios de produção, e de outro, os proprietários da força de trabalho. Essa
segunda classe não tem outro recurso que não seja vender por salário a sua força
de trabalho, que acaba por ser considerada, ela também, como mercadoria. Com o
capitalismo, a força de trabalho passa a ser considerada uma mercadoria que
produz lucro para a classe empresarial.
A classe trabalhadora sempre produz mais do que recebe. Seu salário é sempre
muito menor que a soma do valor dos bens que produziu. Todo o excedente que a
classe trabalhadora produz fica nas mãos do capitalista que, com isso, enriquece
sempre mais.
NÚCLEO COMUM
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Uma sociedade com tais distorções, organizada a partir da exploração de uma
SANTOS
classe por outra, é necessariamente uma sociedade de violência. Propõe resolver
tais distorções atacando a raiz do problema, ou seja, a contradição entre capital e
trabalho. Para eliminar esta contradição não poderia haver distinção entre
proprietários e não proprietários. A construção da nova sociedade, com novas
relações e instituições sociais, só se daria a partir do momento em que a
classe trabalhadora se organizasse e lutasse pelos seus direitos.
Referência bibliográfica:
NÚCLEO COMUM
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Aula 20_A Educação para a Sociologia Crítica
DE
SANTOS
A Sociologia Crítica entende que a educação é um processo importante na formação
da consciência social dos indivíduos. É o que vamos ver nesta aula.
Marx tem preocupação com a educação mas não desenvolve uma teoria da
educação. Ele se propôs a analisar a ligação entre a organização do trabalho e as
classes sociais, o Estado, a ideologia. Não há nenhum livro de Marx que trate
especificamente de educação. A concepção de Marx sobre a sociedade capitalista
permite pensar criticamente a educação e a escola. É possível analisar seus textos
procurando ressaltar aquilo que se refere a educação;
1. Ideologia e Educação
NÚCLEO COMUM
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natureza, mas, como já vimos, só foi possível desenvolver uma consciência e uma
SANTOS
linguagem tentando resolver problemas práticos que surgem ao enfrentar a
natureza. É a luta do ser humano pela sobrevivência que o faz desenvolver
pensamento e linguagem.
Em resumo, para Marx, não é a consciência das pessoas que explica a sociedade,
mas determinada maneira de se apropriar da natureza e agir cria determinada
consciência, determinada maneira de pensar.
A consciência das pessoas, suas ideias, seus valores resultam de relações sociais
que os indivíduos estabelecem entre si no processo de apropriação material da
natureza. Entretanto é importante saber que a ligação entre as relações sociais e a
consciência é algo contraditório; nem sempre a realidade social corresponde àquilo
que pensamos sobre essa realidade. Por quê?
Para responder tal questão, devemos ter em mente que as experiências práticas das
pessoas no trabalho e na vida cotidiana são diferentes. Isso dá origem a
interpretações diferentes dos fatos, a visões diferentes do mundo. A visão que a
classe empresarial tem do trabalho e de sua vida cotidiana é diferente da visão que
tem a classe trabalhadora. Para a primeira classe social (proprietária) o trabalho é
fonte de lucro; sua tendência é reforçar os aspectos que acha positivos no
capitalismo: sociedade boa, de riquezas, de progresso, liberdade para empreender e
tornar-se rico etc. Por outro lado, para os trabalhadores, o trabalho é fonte de
pobreza. Sua tendência é reforçar os aspectos negativos do capitalismo: sociedade
desigual, de privações, de salários baixos, falta de liberdade para se viver
dignamente etc.
NÚCLEO COMUM
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Entretanto essa segunda visão de mundo, nem sempre está presente na
SANTOS
consciência das pessoas. A visão da classe empresarial predomina, aparece como
única visão verdadeira. Isso ocorre pelo simples fato de que a classe empresarial,
tendo maior poder econômico, político e de comunicação, consegue impor mais
facilidade os seus interesses, convencer o conjunto da sociedade da “verdade” e da
“validade” prática de sua visão do mundo.
Podemos afirmar que na sociedade capitalista existe ideologia: uma imposição dos
valores e idéias da classe empresarial (classe dominante) como sendo a única visão
correta da sociedade e a conseqüente tentativa de fazer com que a classe
trabalhadora pense com os valores da classe dominante.
NÚCLEO COMUM
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Aula 21_A análise Marxista no estudo da escola
DE
SANTOS
O Pensamento de Marx ganhou muitos adeptos em vários campos do conhecimento
por desenvolver uma análise de questões postas ainda nos dias de hoje. Na
educação isso não foi diferente, onde muitos educadores, a partir do referencial
marxista, lançam pressupostos para os problemas encontrados, como é o caso da
escola. Esse é o assunto desta aula.
Marx possui uma visão de sociedade onde a escola, transmitindo ideologia, seria
elemento de reprodução dos interesses da classe empresarial para ajudá-la a
manter seu poder e domínio sobre a classe trabalhadora. Numa sociedade dividida
por classes sociais em contradição e conflito, temos uma educação e uma escola
que reproduzem a divisão e o conflito.
Para Marx, a educação não é una, com o pensava Durkheim. Ao contrário, toda
educação é de classe, pois a educação que a classe empresarial recebe é diferente
daquela da classe trabalhadora. Enquanto os membros da primeira são educados
para dirigir a sociedade de acordo com os seus interesses, os membros da segunda
são disciplinados e adestrados para o trabalho, para aceitarem a sociedade
capitalista como ela se apresenta, sendo submissos.
NÚCLEO COMUM
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Para Marx, a educação é de classe e, nesse sentido, a escolaridade para a classe
SANTOS
trabalhadora tem dois objetivos: preparar a consciência do indivíduo para perceber
apenas a visão de mundo da classe empresarial como correto, isto é, transmissão
de ideologia; preparar o indivíduo para o trabalho, fazendo com que aprenda o
necessário e suficiente para lidar com seus instrumentos de trabalho, disciplinando e
treinando o corpo/mente do jovem da classe trabalhadora para que possa
desempenhar adequadamente suas tarefas de trabalho.
Por outro lado, a classe empresarial recebe outro tipo de escolarização muito mais
aperfeiçoado e completo, com acesso às melhores escolas, aos melhores
professores e materiais didáticos para assim, com bom nível de conhecimentos,
poder se aperfeiçoar e se perpetuar na função de classe dirigente. O conhecimento
é fonte de poder; a partir do conhecimento, é possível dominar mais facilmente outra
pessoa; faz sentido que em nossa sociedade a classe empresarial tenha acesso às
melhores escolas enquanto que aos trabalhadores reste apenas o acesso àquele
conhecimento parcial que lhe garanta a condição de dominado “eficiente”.
Marx admite a escola em nossa sociedade como instituição sob controle da classe
empresarial para transmitir a ideologia e treinar os trabalhadores para uma atividade
produtiva em que serão explorados.
Entretanto, diante desse fato, Marx parece mostrar à classe trabalhadora que ela
não deve negar escola ou abandoná-la. Ao contrário, deve exigir com tanto mais
força seu direito à educação e, ao mesmo tempo, atuar dentro e fora da escola para
que ela se transforme numa instituição que possa representar também os interesses
das classe trabalhadora.
NÚCLEO COMUM
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das condições de produção de conhecimento;
SANTOS
das consequências da divisão do trabalho presente em todas as instituições;
NÚCLEO COMUM
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Aula 22_A educação escolar e a sociedade brasileira
DE
SANTOS
Nesta aula, iniciamos a Unidade: A Escola na Sociedade Brasileira apresentando um
quadro social que relaciona a escolaridade e a ascensão social na sociedade
brasileira.
A população em geral acredita nisso e demonstra essa crença na luta pela escola.
No Brasil, só conclui os estudos uma minoria. A maioria com menor poder aquisitivo
não termina o processo de escolarização básica. Logo, aos de maior renda, maior
número de estudos e de cursos concluídos; aos de baixa renda, a repetência e a
evasão juntam-se ao trabalho precoce. Isto leva a uma sociedade dividida em
indivíduos que servem para pensar e outros para trabalhar.
NÚCLEO COMUM
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Percebemos a desigualdade social, quando a concentração de renda se
SANTOS
encontra nas mãos de poucos e aos de baixa renda, pouco ou nenhum
estudo. Logo, ao contrário da aspiração da população, a escola não tem servido
como meio de ascensão social. A análise sobre renda e escolaridade mostra os
motivos sociais e econômicos da evasão e da repetência, desmascarando o
conceito feito pela escola, ao afirmar que o aluno é incapaz de segui-la por ser uma
falha pessoal e não um problema de natureza social e de forma de organização da
escola.
A população que luta pela escola, não recebe dela as informações necessárias
para o reconhecimento de sua situação, participando de suas mudanças. A
escola, com sua prática, muitas vezes contribui para a deformação da análise a ser
feita sobre o fracasso escolar. A população termina por expressar essa avaliação de
modo conformista:
RESPONDA:
NÚCLEO COMUM
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SANTOS
Referência Bibliográfica:
NÚCLEO COMUM
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Aula 23_A educação escolar como intervenção
DE
SANTOS
Vamos aprofundar nossos conhecimentos sobre a Educação?
Justificativa:
É de fácil leitura;
NÚCLEO COMUM
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4) Por que acreditar ainda na educação?
SANTOS
5) Quando Paulo Freire cita que temos de “Reinventar a educação”, o que ele quis
dizer?
Referência Bibliográfica:
NÚCLEO COMUM
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Aula 24_A educação escolar como invenção
DE
SANTOS
Nesta aula, você irá comparar as respostas da anterior (AULA: 39) com as
colocações que faço abaixo:
f)“A educação existe em toda parte e faz parte dela existir entre os opostos”. Ela
pertence a todos nós, entretanto, há educações desiguais onde há classes sociais
desiguais.
NÚCLEO COMUM
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Aula 25_A escola e a questão cultural
DE
SANTOS
Nesta aula continuamos a discussão sobre o saber a Educação e Sociologia.
1) Por que a educação aparece como propriedade, como sistema e como escola?
3) Por que os esforços dos professores e diretores, para que haja um maior
intercâmbio entre a escola e a comunidade, resultam, quase sempre, em fracasso?
NÚCLEO COMUM
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Aula 26_A escola e a questão cultural
DE
SANTOS
Nesta aula apresentamos alguns comentários sobre as questões da nossa aula
anterior.
Compare as respostas da anterior (AULA: 41) com as colocações que faço abaixo:
a) O controle sobre o saber se faz em boa medida, através do controle sobre o quê
se ensina e a quem se ensina; de modo que, através da educação erudita, da
educação das elites ou da educação oficial, o saber oficial transforma-se em
instrumento político de poder. A educação sai da comunidade em que fez parte um
dia e ingressa na estrutura dos aparatos de controle, ou seja, a “educação –de-
educar” (numa aprendizagem coletiva, onde todos compartilham do conhecimento)
desaparece, dando espaço para a “educação-de-instruir” (aprendizagem escolar
sobre o controle do Estado e da sociedade civil).
NÚCLEO COMUM
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d) Podemos ter esperança na educação, desde que não pensemos que as melhoras
SANTOS
nesse setor só dependem do desenvolvimento tecnológico. Temos que acreditar que
o ato humano de educar existe tanto no trabalho pedagógico, existente na escola,
quanto no ato político que luta na rua por um outro tipo de escola, para um outro tipo
de mundo. Mesmo que, nesse tipo de mundo, a educação continue a ser movimento
e ordem, sistema e contestação.
NÚCLEO COMUM
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Aula 27_A organização da escola
DE
SANTOS
Nesta aula abordaremos a questão da organização da escola como parte da
sociedade, mas que possui suas próprias regras.
Como uma organização, a escola constitui uma coletividade que busca atingir
certos objetivos, exigindo determinadas condutas sociais para realizar tais
objetivos. Nela há conflitos entre as necessidades das demais pessoas e suas
próprias necessidades; entre relações formais e informais; entre racionalidade e
irracionalidade; entre direção e corpo docente, entre corpo discente e corpo de
funcionários.
NÚCLEO COMUM
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A respeito dos objetivos, a melhor pergunta é a quem eles servem. Os objetivos não
SANTOS
são explicados por eles mesmos, separados dos conflitos e das contradições da
sociedade capitalista. Na escola, os objetivos precisam ser considerados pela
perspectiva da escola, política educacional, dos fins da educação, das classes
sociais a quem eles servem.
ATIVIDADE
Teste a sua compreensão, após a leitura do texto acima, refletindo sobre essas
questões:
NÚCLEO COMUM
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Aula 28_A organização da escola
DE
SANTOS
Nesta aula continuamos com a temática da organização da escola. Acompanhem!
As primeiras séries são classes sempre indesejadas e, dentre elas, sempre que
possível a dos repetentes é negada pelos professores e pela instituição.
NÚCLEO COMUM
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A administração da escola pode e deve ser feita de maneira mais simples, porém
SANTOS
funcional, liberando os docentes para exercerem a sua função, ou seja, o
intermediário do processo ensino – aprendizagem.
Referência Bibliográfica:
KRUPPA, Sonia Maria Portella. Sociologia da Educação. São Paulo, Cortez, 1994.
NÚCLEO COMUM
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Aula 29_O preconceito na escola
DE
SANTOS
Nossa aula é sobre preconceito na escola e como é tratado pelos professores.
Acompanhem!
NÚCLEO COMUM
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b. Os preconceitos são sustentados por teorias científicas que, tal como eles,
SANTOS
correm soltas na escola. Dentre elas, a da carência cultural e alimentar: “A criança
não aprende porque é desnutrida” ou “Não aprende porque é culturalmente
pobre”. Mesmo conhecendo a teoria da diversidade cultural, o professor acaba
tendo uma ação discriminatória.
Referência bibliográfica:
NÚCLEO COMUM
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Aula 30_A escola no contexto social
DE
SANTOS
Nesta aula vamos trabalhar a inserção da escola na sociedade, como uma
instituição que faz parte do corpus social, com as desigualdades e diferenças que
possui. Acompanhem!
Os mais pobres são marginalizados pela escola do mesmo jeito que são explorados
no plano das relações de trabalho e impedidos de participar da vida política.
NÚCLEO COMUM
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Ora, os que pensam assim esquecem que, justamente porque a escola está dentro
SANTOS
da sociedade, quando mexemos na escola estamos mexendo na sociedade.
E a sociedade, por sua vez, também não é uma coisa fixa, parada, que não muda. A
sociedade não são só os donos do poder. A sociedade são também todos aqueles
que, até agora, não tiveram vez nem voz. A sociedade somos todos nós.
A sociedade pode e deve mudar, mas somos nós que temos que provocar essas
mudanças. Nós que achamos, por exemplo, que a escola é uma coisa muito
importante e que ela está funcionando muito mal.
A educação não começa na escola. Ela começa muito antes e é influenciada por
muitos fatores. Ao longo do seu desenvolvimento físico e intelectual a criança passa
por várias fases nas quais a escola da vida, isto é, o ambiente familiar, as condições
sócio-econômicas da família, o lugar onde se mora, o acesso a meios de
informação, têm uma importância muito grande. Os primeiros anos são decisivos:
estudos demonstram que a criança tem sua estrutura básica de personalidade
definida até os dois anos de idade, muito antes, portanto, do período da escola
obrigatória.
É preciso adaptar a escola às condições reais vividas pela grande maioria de seus
alunos que vem dos lares mais desfavorecidos. No entanto, é preciso ter cuidado
NÚCLEO COMUM
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aqui com a solução de facilidade que consistiria em “baratear” o ensino para os
SANTOS
pobres. Muita gente acha que se deveria exigir menos dos pobres porque de
qualquer jeito, eles são menos capazes e não conseguem aprender como as
crianças de classe média. Aceitar isso significa aceitar a existência de duas escolas:
uma escola boa e exigente para os mais ricos e uma escola de segunda mão, mais
fácil para os pobres.
O caminho a ser seguido para a mudança da escola é o mesmo caminho que o povo
já vem trilhando em busca da solução para tantos outros problemas da vida
cotidiana.
Nessa luta diária pela sobrevivência e por uma vida melhor o povo aprende e
ensina.
NÚCLEO COMUM
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O povo aprende na medida em que vai vendo mais claro onde está a raiz de cada
SANTOS
um dos problemas que enfrenta e vai percebendo que sem união e participação as
coisas não mudam.
Vendo, julgando e agindo juntos o povo se educa e mostra que a educação não
acontece só na escola. A gente se educa cada dia, durante a vida inteira,
aprendendo das experiências que vive e aprendendo ainda mais se elas são vividas
e discutidas em comum.
Mas quando o povo se junta para procurar novas soluções para seus problemas, ele
também ensina. Ao longo de toda sua caminhada, o povo ensina a lição da
esperança e da solidariedade. Ensina como é possível descobrir saídas em
situações onde aparentemente não há saída. Ensina como sobreviver quando o
desemprego e a pobreza poderiam levar ao desespero. Ensina como é possível
inventar soluções a partir de si mesmo, sem confiar em promessas ou esperar que
as coisas caiam do céu.
É nesse processo de organização de baixo para cima, temperado nas lutas de cada
dia, nas vitórias e derrotas que tanto têm a ensinar, que está a semente de uma
nova atitude e de uma nova maneira de agir: não mais esperar por soluções prontas
vindas de cima mas confiar nas próprias forças para encontrar as respostas e
colocá-las em prática.
Essa criatividade e solidariedade não se aprendem na vida da escola tal como ela é
hoje mas sim na escola da vida. O desafio consiste então em enfrentar o problema
da escola do mesmo jeito que o povo tem enfrentado problemas bem mais
complicados. É preciso levar para dentro da escola as lições que o povo tem
aprendido e ensinado na escola da vida.
3- O que aprende e o que ensina o povo em sua luta pela mudança da escola?
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4-
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Você encontrou, neste texto, citações sobre educação que seguem a mesma
SANTOS
linha de pensamento contida no livro: ”O que é educação” de Carlos Rodrigues
Brandão? Em caso positivo, qual ou quais?
Referência Bibliográfica:
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METROPOLITANA
Aula 31_A função da escola
DE
SANTOS
A função da escola na atualidade é o tema desta nossa aula. Vamos abordar esta
questão sob o pensamento de alguns sociólogos. Acompanhem!
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Para ele, as funções da escola são de integração e de classificação. É uma
SANTOS
proposta conservadora.
Considerações finais:
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Referência bibliográfica:
SANTOS
PEREIRA, L. & FORACCHI, M. (org). Educação e Sociedade.SP, 1996.
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Aula 32_Sawabona!!! Shikoba!!!
DE
SANTOS
Este é um texto maravilhoso que chegou a mim, já algum tempo, e que infelizmente
desconheço a autoria!
Repasso a você, para análise, reflexão e possível aplicação em sua sala de aula!
SAWABONA!!! SHIKOBA!!!
Quando alguém faz algo prejudicial e errado, eles levam a pessoa para o centro da
aldeia, e toda a tribo vem e o rodeia.
Durante dois dias, eles vão dizer ao homem todas as coisas boas que ele já fez.
A tribo acredita que cada ser humano vem ao mundo como um ser bom.
Eles se unem então para erguê-lo, para reconectá-lo com sua verdadeira natureza,
para lembrá-lo quem ele realmente é, até que ele se lembre totalmente da verdade
da qual ele tinha se desconectado temporariamente: "Eu sou bom".
Sawabona Shikoba!
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METROPOLITANA DE
Em resposta as pessoas dizem SHIKOBA, que é:
SANTOS
"Então, eu existo pra você"
Agora, reflita:
- Por que não fazermos nossos alunos acreditarem em sua verdadeira natureza: a
bondade, o interesse pelos estudos, a sabedoria inata em cada um deles?
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