1 Especial • Aniversário de Votorantim • 2018

Editorial Índice

O 04 e 05 14
futuro é uma caixinha de surpresas.
A cada dia que passa somos surpre- - Rodrigo Garcia, - Autor do sucesso caipira ‘Marvada
endidos com novas descobertas, situ- próximo vice-governador, vê futuro Pinga’ é filho de Votorantim
ações, encontros e oportunidades. Mas não promissor para Votorantim
é porque a vida traz situações inesperadas a
cada dia que devemos deixar de nos planejar.
Por isso, o foco no futuro é fundamental. Este
ano Votorantim comemora 55 anos de eman-
04 e 05 06 - Votorantinense que trabalha
no governo federal diz que turismo rural
14 16 - Pelé de Votorantim: uma conversa
com o ex-jogador José Carlos Metidieri
cipação político-administrativa e, nesta data, e ambiental pode crescer na cidade
devemos cada vez mais focar no que está por
06
vir. Nossa cidade tem um potencial enorme
em diversas áreas que podem ser exploradas
e ampliadas, e nesta edição você encontra a 07 - Prefeito Fernando analisa
17 e 18 - Surgimento e
emancipação de Votorantim
visão de algumas pessoas sobre como deve que Votorantim é moderna, mas não
abandona sua história
16
20
ser o futuro da nossa querida Votorantim.
Mas, é claro, é impossível falar de futuro
sem lembrar do passado. Nestes 55 anos, de-
cidimos também olhar para trás, para nossas
raízes, e trouxemos histórias curiosas e inspi-
08 - Presidente da Câmara afirma
que cidade tem potencial humano e
- Mercado aquecido: Bum Brinquedos
vê potencial de expansão na cidade

radoras dos “filhos de Votorantim”, pessoas econômico para crescer

da cidade que trilharam caminhos de suces-
so e fizeram a diferença em diversas áreas,
como cinema, futebol, política e literatura. 09 - Faculdade Unopar tem
21 - Política, geologia e poesia renderam
livro escrito por votorantinense
Ah, e falando em raízes, também trouxemos 07 novo endereço e deve oferecer novos
21
22
histórias da fazenda, do sítio, dos pastos, das cursos em 2019
plantações... Afinal, os produtores rurais de
- Clínica GOU Odonto oferece

10
Votorantim também fazem parte da nossa
serviços de qualidade com equipamentos
história e contribuem com o nosso futuro.
- Melhora na economia deve levar de última geração
Então, neste aniversário de Votorantim,
aperte os cintos, saboreie a leitura e se pre- votorantinenses a comemorarem
pare para o futuro!

12 e 13 12 e 13 23 - José Medina, pioneiro no cinema

Ivana Santana - Votorantim rural: pro-
dutores da cidade movimentam economia
23 nacional, deu seus primeiros passos em
Votorantim

Foco no futuro Textos e Edição Capa

Ivana Santana Ivana Santana Telefone
Edição Especial
(15) 3023-0702
Aniversário de Provocare Editora e Comunicação Ltda ME
Expediente

Votorantim 2018 Jornalista Responsável Comercial

Ivana Santana Katerina Beranger e-mail: gazetadevotorantim@gmail.com
(MTB 87.037/SP) Mônica Marsal Site: www.gazetadevotorantim.com.br

Diretora presidente Diagramação Impressão Endereço: Rua João Walter, 289 – sala 3
Mônica Marsal Wilson Roberto Grillo Jr. Mar Mar Gráfica e Editora Ltda
Centro - Votorantim/SP - CEP 18110-020

2 Especial • Aniversário de Votorantim • 2018

Especial • Aniversário de Votorantim • 2018 3
 Próximo vice-governador de São Paulo
vê futuro promissor para Votorantim
U
Divulgação
ma vitrine para investimentos e
para o desenvolvimento econômi-
co: é assim que o deputado federal
e próximo vice-governador do es-
tado de São Paulo, Rodrigo Garcia (DEM) en-
xerga Votorantim. Rodrigo foi eleito este ano
Rodrigo Garcia
como vice-governador de João Dória (PSDB) acredita que cidade
e diz que sempre foi muito próximo de Vo- tem potencial
torantim, por conta de sua relação com o
prefeito, Fernando de Oliveira Souza (DEM).
para atrair novos
“Esta proximidade agora se consolida ain- investimentos
da mais. Vamos trabalhar em conjunto para
manter e ampliar as parcerias entre estado e
município, levando programas que já deram
certo na capital e valorizar cada vez mais a
população de Votorantim”, afirma Rodrigo
sobre os planos para o futuro da cidade.
O deputado ressalta que se coloca à dis-
posição para estimular cada vez mais o de-
senvolvimento de Votorantim. “É um municí-
pio que, apesar de ter pouco mais de cinco
décadas, evidencia a tradição de uma trajetó-
ria marcada pelo progresso industrial e pela
força e capacidade de seu povo”, destaca.
Líder do Democratas na Câmara Federal,
Rodrigo, de 44 anos, está em seu segundo
mandato de deputado federal. Exerceu os car-
gos de secretário da Habitação, de Desenvol-
vimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Ino-
vação e de Desenvolvimento Social do Estado
de São Paulo. Além de comandar importantes
secretarias no Governo do Estado, também
já foi secretário de Modernização, Gestão e
Desburocratização da Prefeitura paulistana.
No Legislativo Paulista, foi deputado estadual
por três mandatos e presidente da Assembleia
Legislativa entre 2005 e 2007.
Conversamos com Rodrigo sobre sua re-
lação com Votorantim e sobre como ele acre-
dita que a cidade pode se desenvolver cada
vez mais no futuro. Confira na íntegra: Próxima página >>>
Rodrigo Garcia

4 Especial • Aniversário de Votorantim • 2018

<<< continuação
Gazeta de Votorantim (GV): Como o senhor conheceu Votorantim?
Rodrigo Garcia: Por meio do atual prefeito Fernando Oliveira Souza.

GV: O senhor frequenta bastante a cidade?

Rodrigo: Tenho uma relação muito próxima com Votorantim. Aqui, sempre fui
muito bem votado e, por isso, meu compromisso com o município só aumenta.

GV: Como o senhor observa Votorantim?

Rodrigo: Vejo Votorantim como uma cidade próspera, tendo no setor indus-
trial sua mais expressiva fonte de renda.

GV: O que o senhor acha que Votorantim significa para o estado de São Paulo?
Rodrigo: Além de sua história que evidencia, a cada ano, a força e a capacida-
de de trabalho de seus moradores, Votorantim é a quarta cidade mais populo-
sa da Região Metropolitana de Sorocaba. Sua localização privilegiada a coloca
como uma vitrine para investimentos e para o desenvolvimento econômico.

GV: Como o senhor imagina que a cidade possa se desenvolver e crescer,

melhorar para o futuro?
Rodrigo: Votorantim tem o reconhecimento de estar entre as 100 melhores
cidades com mais de 100 mil habitantes para se fazer negócios, de acordo com
ranking de 2017 divulgado pela Revista Exame. Isso vem confirmar todo seu
potencial para atração de novos investimentos e crescimento.

GV: Quais são os obstáculos que o senhor enxerga para o futuro da cidade?
Como superá-los?
Rodrigo Garcia e Fernando de Oliveira Souza Rodrigo: Como em outras localidades, os impactos da retração econômica dos
Divulgação
últimos anos, em nível nacional, são sentidos mais diretamente pelos municí-
pios. Mas a superação desses entraves virá com a retomada do crescimento,
aliada à força criativa dos seus moradores.

GV: Como o senhor sempre foi próximo a Votorantim, e agora, sendo o pró-
ximo vice-governador do estado, como poderá contribuir para o futuro de
Votorantim?
Rodrigo: Esta proximidade agora se consolida ainda mais. Vamos trabalhar em
conjunto para manter e ampliar as parcerias entre estado e município, levando
programas que já deram certo na capital e valorizar cada vez mais a população
de Votorantim.

GV: O que o senhor tem a dizer para a cidade neste aniversário?

Rodrigo: Votorantim completa 55 anos de emancipação político-administrativa
em um momento especial de sua história. É um município que, apesar de ter
pouco mais de cinco décadas, evidencia a tradição de uma trajetória marcada
pelo progresso industrial e pela força e capacidade de seu povo. Aproveito este
momento para estender os meus cumprimentos aos votorantinenses, parabeni-
zar a cidade que cresce e se desenvolve com olhos voltados para o futuro e me
colocar à disposição para estimular cada vez mais seu desenvolvimento.

Rodrigo Garcia

Especial • Aniversário de Votorantim • 2018 5

 Filho de Votorantim

Arquivo pessoal
Turismo rural
e ambiental
pode crescer em Votorantim

P
É o que analisa o rograma Nacional de Fortalecimento Aloisio Lopes
Pereira de
da Agricultura Familiar (Pronaf); Pro-
coordenador-geral de meio grama de Aquisição de Alimentos;
Melo

ambiente e mudanças Programa Garantia-Safra, que aten-

climáticas Aloisio de população mais pobre da região do se-
miárido; criação de linhas de financiamento
Lopes Pereira de Melo, ambientais sustentáveis, como o Plano ABC,
votorantinense que trabalha a Agricultura de Baixa Emissão de Carbono:
você sabe o que esses projetos do Governo
no governo federal Federal têm em comum? Todos tiveram a
participação do votorantinense Aloisio Lopes
Sandro Candido / colaboração
Turismo sustentável tem potencial em Votorantim
Pereira de Melo, de 49 anos. Ele é engenhei-
ro agrônomo, mestre em Desenvolvimento
Rural, membro da carreira federal de Espe-
cialista em Políticas Públicas e Gestão Go-
vernamental e atua hoje no Ministério da Fa-
zenda, na área de políticas ambientais, como
coordenador-geral de Meio Ambiente e Mu-
danças Climáticas, em um cargo concursado.
Aloisio nasceu e morou em Votorantim,
na Rua Paula Ney, no Centro. Se formou em
engenharia agronômica na Escola Superior
de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ/USP),
em Piracicaba. “Quando saí de Piracicaba, fui
trabalhar no Pará, onde fiquei quatro anos.
Depois fui para o Rio de Janeiro e lá fiz mes-
trado. De lá, vim para Brasília, onde traba-
lhei primeiramente como consultor por três
anos, na área de agricultura e meio ambiente.
Aqui em Brasília, prestei concurso para o Mi-
nistério do Planejamento. Trabalhei primei-
ro no Ministério que cuidava de agricultura
familiar, depois no Conselho de Segurança
Alimentar e depois fui para o Ministério da
Fazenda”, conta Aloisio.
Atualmente, ele atua em um setor que
mescla economia e meio ambiente, integran-
do assuntos econômicos e ambientais: “eu
faço avaliação e formulação de políticas e pro-
gramas do governo federal. São instrumentos
econômicos para políticas ambientais. Tem
a ver com questões e financiamentos para o
meio ambiente e outras formas de instrumen-
tos econômicos de tributação. É fazer com
que políticas econômicas levem em conta o
meio ambiente, mais ou menos isso”.
Meio ambiente em Votorantim
Atualmente, Aloisio mora em Brasília.
Porém, ele ainda tem familiares e contato
com Votorantim. Atuante da área de meio
ambiente, ele comenta sobre o setor na cida-
de: “Votorantim tem áreas verdes, áreas de
conservação, e por outro lado também tem
indústrias. Nem sempre isso foi bem geren-
ciado, mas hoje essa gestão das áreas verdes
está bem melhor”.
Aloisio analisa que a cidade tem potencial
de crescimento no setor. “Votorantim ainda
tem potencial de fazer melhor, no sentido
de estimular o turismo sustentável em áreas
verdes públicas e privadas, pois tem fazen-
das, tem a represa... Tem potencial para de-
senvolver, estruturar e profissionalizar o tu-
rismo, tanto rural quanto ambiental. E acho
que tem uma demanda, tem muita gente que
quer e que gosta de manter contato com a
natureza, e isso tem potencial de gerar ati-
vidade, renda, emprego, além de melhorar
a qualidade ambiental e de preservação das
áreas. Votorantim está em uma região que
tem paisagens muito bonitas, que podem ser
melhor aproveitadas nesse sentido”, conclui.

6 Especial • Aniversário de Votorantim • 2018

Cid ad e No aniversário de Votorantim, o prefeito Fernando de
Oliveira Souza destaca as tradições da cidade e fala
a,
sobre as expectativas para o futuro
m od ern V
otorantim se prepara para avançar
para novos patamares: é o que afir-
ma o prefeito Fernando de Oliveira
Souza (DEM). No aniversário da
cidade, conversamos com o prefeito sobre
as expectativas para o futuro. Inovar nos ca-
ba ndo nou minhos e buscar soluções é o que Fernando
a
analisa que deve alicerçar a cidade, para que
s que não s
gere cada vez mais oportunidades.
ma s histórico
Além disso, Fernando destaca que ano
eito
passado a cidade entrou para o ranking
seus conc das cem melhores cidades para se fazer
negócios, apontada na 21ª posição em de-
senvolvimento econômico em todo o país:
“Votorantim está entre os 27 municípios que
Divulgação compõem a Região Metropolitana de Soro-
caba, considerada uma das mais urbaniza-
das e ricas regiões do estado de São Paulo e
sua localização privilegiada, aliada à sua his-
tória de progresso e de desenvolvimento, a
coloca em destaque dentro da região”.
Mas ao olhar para o futuro, também é
preciso lembrar do passado. Por isso, o pre-
feito ressalta que a cidade tem forte ligação
com sua história. “Votorantim mantém a tra-
dição dos filhos desta terra e resgata a sua
história dia após dia, numa trajetória de lutas
e de conquistas”, diz. Ele ainda afirma que a
cidade se projeta para o futuro sem abando-
nar os conceitos de sua história: “vejo nosso
município, a cada dia que passa, mais conec-
tado com o novo, com o moderno mas, ao
mesmo tempo, um lugar especial no mundo
que não abandonou os conceitos edificantes
que nos permitiram chegar até aqui e que
nos mantêm firmes na busca pelo bem co-
mum e por mais qualidade de vida”.
Nascido em Votorantim, Fernando tem
47 anos e é formado em administração de
empresas. Ele é filho do ex-prefeito Zeca
Padeiro e foi vereador por dois mandatos na
cidade, eleito em 2005 e reeleito em 2008.
Confira na íntegra a entrevista
com o prefeito:
Gazeta de Votorantim (GV): Como o se-
nhor observa Votorantim hoje?
Fernando de Oliveira Souza: Nossa ci-
dade avança, ano após ano, a novos pata-
mares, em que pesem nos últimos anos os
reflexos da retração econômica que o país
experimenta e que impactam, diretamente,
na receita dos municípios brasileiros. Apesar
deste contexto, ao completar 55 anos de
sua emancipação político-administrativa, Vo-
torantim mantém a tradição dos filhos desta
terra e resgata a sua história dia após dia,
numa trajetória de lutas e de conquistas.
GV: Como o senhor vê a cidade no futuro?
Fernando: Em uma visão de conjunto e
de futuro, vejo uma cidade preparada para
gerar as mais amplas oportunidades, um
município planejado para dar longevidade
ao seu ciclo positivo de crescimento, viven-
ciado desde a sua criação. Vejo com muito
otimismo a trajetória da nossa querida Voto-
rantim, vejo nosso município, a cada dia que
passa, mais conectado com o novo, com o
moderno mas, ao mesmo tempo, um lugar
especial no mundo que não abandonou os
conceitos edificantes que nos permitiram
chegar até aqui e que nos mantêm firmes na
busca pelo bem comum e por mais qualida-
de de vida.
GV: Como a cidade está se preparando
para o futuro? Como a cidade pode se desen-
volver e crescer?
Fernando: Com planejamento, nossa
cidade se prepara para avançar a novos pa-
tamares. Enquanto aguarda um novo ciclo
Prefeito Fernando de a projetar perspectivas mais positivas aos
Oliveira Souza diversos setores da economia, o município
Fernando de Oliveira Souza
Especial • Aniversário de Votorantim • 2018
não deixa de mostrar a sua força. Prova
disso é que em 2017 Votorantim entrou,
pela primeira vez na sua história, para o
ranking das 100 melhores cidades para se
fazer negócios. O levantamento, publica-
do pela Revista Exame, apontou a cidade
na 21ª posição em desenvolvimento eco-
nômico em todo o país, um desempenho
superior ao das cidades da Região Metro-
politana de Sorocaba.
GV: Quais são os obstáculos para o
futuro da cidade? Como superá-los?
Fernando: Como apontado anterior-
mente, o maior obstáculo são os impac-
tos da crise econômica que afeta direta-
mente os municípios brasileiros. E, para
supera-los, é preciso rigor e principal-
mente austeridade para atingir o equilí-
brio fiscal. Importante destacar nesse
contexto a busca por parcerias e apoios
e, nesse sentido, o apoio do Legislativo
é fundamental para avançarmos em nos-
sas ações. Outra questão essencial é des-
tacar que nossas ações constituem parte
da contribuição dada à cidade, mas cons-
truir o futuro e superar os obstáculos não
constitui uma tarefa isolada de uma ad-
ministração, mas sim um compromisso a
ser abraçado por todos os que querem o
bem do município.
GV: Como o senhor está colaborando
para o futuro da cidade?
Fernando: Com muito trabalho e de-
dicação. Mas, acima de tudo, é preciso
lembrar com justiça que muitos, a seu
tempo e a seu modo, deram grandes
contribuições para Votorantim. Nossa
missão é consolidar os avanços em dire-
ção a uma cidade alicerçada para gerar
oportunidades e é para isso que nos de-
dicamos, com olhos voltados para o futu-
ro, em uma busca constante para inovar
nos caminhos e buscar soluções, tratan-
do a todos com igualdade e respeito.
GV: O que o senhor acha que Voto-
rantim significa para a região? Como me-
lhorar ainda mais isso?
Fernando: Votorantim está entre os
27 municípios que compõem a Região
Metropolitana de Sorocaba, considerada
uma das mais urbanizadas e ricas regiões
do estado de São Paulo e sua localização
privilegiada, aliada à sua história de pro-
gresso e de desenvolvimento, a coloca
em destaque dentro da região. Além do
exemplo citado anteriormente, quando
entrou para o ranking das cem melhores
cidades para investimentos, em 2017, Vo-
torantim atingiu, segundo o mesmo es-
tudo, a 21ª posição em desenvolvimento
econômico e 24ª em infraestrutura. São si-
nais positivos mesmo em meio à crise eco-
nômica o que nos projeta, com otimismo,
um campo favorável para o crescimento,
seja nas áreas da indústria, do comércio,
bem como na prestação de serviços.
GV: O que o senhor tem a dizer para a
cidade neste aniversário?
Fernando: Nesta semana de resgate
histórico, em que comemoramos os 55
anos de emancipação político-adminis-
trativa de nossa querida Votorantim, pa-
rabenizo nossa terra e nossa gente e con-
clamo à união, neste grandioso esforço
para buscar sempre o melhor para nossa
cidade, consolidando os avanços e go-
vernando para todos, pois acredito que é
com união que renovamos os nossos vo-
tos e reafirmamos o nosso Sim para este
lugar maravilhoso que escolhemos para
viver em família e criar nossos filhos.
7
 Cidade
promissora:
“Votorantim é uma cidade promissora.
Tem tudo para crescer ainda mais”, é o que
afirma o presidente da Câmara Municipal,
Bruno Martins (sem partido). Bruno esteve
à frente da Câmara nos dois últimos anos.
Questionado sobre como vê Votorantim
no futuro, Bruno disse que acredita muito
na cidade e nos munícipes. “Aqui tem mui-
to potencial humano e econômico. Vejo
uma cidade precisando crescer e gerar ren-
da para o seu povo. Se analisarmos que Vo-
torantim completa 55 anos de emancipa-
ção e tem 53 anos de instalação, podemos
afirmar que temos maior desenvolvimento
do que muitas cidades que compõem a Re-
gião Metropolitana de Sorocaba (RMS) e
que já têm mais de 100 anos”, analisa.
Porém, Bruno destaca que ainda per-
cebe na cidade a forte influência nega-
tiva devido à crise financeira que ainda
assola o País. “Por isso, precisamos unir
as forças para prosseguir na missão con-
tínua de preparar a cidade para o futuro.
Nossa arrecadação atual não nos permite
ousar e colocar, de verdade, Votorantim
no trilho do futuro. Precisamos de mais
investimentos na saúde e infraestrutura
de modo geral, que contemple as áreas
urbanas e rurais. À medida que a cidade
cresce, a demanda aumenta. É natural,
mas a Administração Pública precisa estar
atenta”, ressalta.
Como solução para os obstáculos, Bru-
no afirma que é preciso que a gestão pú-
blica tenha criatividade: “na crise que ain-
da estamos enfrentando, e conhecendo de
perto o nosso orçamento público munici-
pal, a experiência que fica é que os nossos
8 Especial • Aniversário de Votorantim • 2018
presidente da Câmara afirma
que Votorantim tem potencial
humano e econômico para crescer
governantes, de modo geral, terão que eco-
nomizar ao máximo, gerenciando o dinheiro
público com probidade e mais criatividade nas
ações – grandes ou pequenas – que tragam re-
sultados importantes à população”.
Carreira política
Bruno iniciou sua carreira política em 1996,
incentivado pelo pai e pelo avô, que sempre
estiveram ligados à vida pública. Orlando Mi-
moso Martins, seu avô, falecido em 2010, foi
juiz de paz na cidade por 35 anos, e teve forte
ligação com o esporte e a política local.
Aos 37 anos e reeleito para o terceiro man-
dato com 1.471 votos em 2016, Bruno Martins
foi conduzido ao cargo de presidente da Câ-
mara em eleição ocorrida em janeiro de 2017,
e ocupa a presidência no período legislativo
de 2017/2018. Bruno frisa que sempre traba-
lhou por um atendimento mais humano na
administração pública e na política. Nascido
em Votorantim, conhece bem os problemas
do município e estuda com
afinco as melhores
soluções para o
bem comum.
Bruno destaca que, em sua experiência
na presidência, conheceu de perto a gestão
financeira da cidade. “A experiência que ad-
quiri será usada por mim nos próximos anos
como vereador, principalmente, na organiza-
ção do nosso atendimento ao público no ga-
binete e na tramitação dos pedidos por meio
Divulgação
de requerimentos, indicações e ofícios en-
caminhados à Prefeitura para atender a de-
manda que vem da população, agindo, assim,
com muito mais responsabilidade, agilidade a
assertividade”, destaca.
“Eu quero dizer a todos os votorantinenses
que sempre lutarei pelo interesse coletivo,
pelo conforto do nosso povo e pelo
desenvolvimento da nossa querida
Votorantim. Afinal, amo Voto-
rantim e sei que Votorantim
ama quem a quer bem e a
defende seja qual for a
circunstância”, conclui.
Bruno Martins

Expandindo os horizontes:
Unopar está de casa
nova e oferece novos cursos
Com preços acessíveis, faculdade
deve oferecer mais 15 cursos
em 2019, como engenharia,
enfermagem, nutrição e fisioterapia
“Se você quer falar de futuro, você veio
ao lugar certo!”, afirma o diretor e proprietá-
rio da Unopar de Votorantim, Marco Aurélio
Mesadri. “O nosso futuro é investir cada vez
mais na cidade e trazer mais oportunidades
para os cidadãos votorantinenses”, desta-
ca. Há 11 anos em Votorantim, a Faculdade
Unopar hoje tem 1.400 alunos, em mais de 30
cursos de graduação e 100 de pós-graduação,
com mensalidades a partir de R$ 159,00, já
com o material incluso. Mais de 800 alunos
já se formaram na unidade de Votorantim.
Mas a Unopar da cidade não pretende parar
por aí: no mês passado, a primeira faculdade
de Votorantim mudou para um novo prédio,
com oito mil metros quadrados, total acessi-
bilidade, 16 salas de aula, laboratórios moder-
nos, estacionamento, cantina e biblioteca.
O novo prédio fica na Avenida Luiz do Pa-
trocino Fernandes, 890, Rio Acima. A mudan-
ça de local faz parte dos planos de expansão
da Unopar. “A nossa educação de qualidade
impacta diretamente no futuro da cidade.
Fachada da nova sede
Especial • Aniversário de Votorantim • 2018
O profissional, estudando, vai estar no mer-
cado de trabalho muito melhor colocado. A
nossa ideia é sempre trazer educação com
preço acessível e com qualidade. E nós que-
remos mostrar para a cidade que não é por
ser a primeira faculdade de Votorantim que
nós estamos parados. A gente sempre está
se movimentando, tentando crescer e abrin-
do novos caminhos, visando novos horizon-
tes”, afirma o diretor.
“Além dos cursos que nós já temos, nós
vamos lançar a área premium. Estamos mon-
tando laboratórios avançados para oferecer-
mos cursos de todas as engenharias, enfer-
magem, nutrição, fisioterapia... Serão mais
15 cursos de graduação, os cursos premium.
Divulgação
Ivana Santana
Marco Mesadri
Também queremos trazer para a cidade cur-
sos profissionalizantes, cursos técnicos, além
da graduação e pós-graduação que temos
hoje. Vamos, no ano que vem, abrir todo esse
leque. O ano de 2019 promete abordar todas
essas áreas”, explica Marco.
A Unopar de Votorantim oferece cursos
semipresenciais e a distância, o EAD. O dire-
tor afirma que a grande jogada da faculdade
são justamente os cursos semipresenciais,
que permitem uma liberdade maior para o
aluno estudar, mas ainda fazem com que ele
tenha vínculos com o espaço físico da facul-
dade. Na Unopar de Votorantim, os alunos
podem usufruir de diversos benefícios no lo-
cal, como computadores e biblioteca.
“A Unopar hoje abrange 980 cidades no
país, com mais de um milhão e meio de alunos.
Nos cursos semipresenciais, dentro da sala
de aula, tem um tutor, que é formado e pós-
-graduado na área. Então todas as dúvidas que
o aluno tem, ele tira na hora. Se ele está as-
sistindo uma aula ao vivo, em tempo real, ele
pode fazer perguntas e o professor já respon-
de. O semipresencial tem uma estrutura com
ótimos profissionais, material de qualidade e
preço acessível”, destaca o diretor.
9

Proprietária da Sodiê Doces de Votorantim
acredita que melhoria na economia
deve levar pessoas a celebrarem mais e
consumirem mais bolos da empresa
Futuro da cidade
deve ser doce!
Para o futuro, Michele acredita que a eco-
nomia da cidade deva melhorar, e isso deve
impactar diretamente nas vendas da Sodiê:
“esperamos que a economia melhore, para
que todos nós possamos viver melhor, com
maior qualidade de vida. Comemorar as ale-
grias da vida deve ser uma atitude constante
Doces de Votorantim, Michele Rosa Gouveia e a Sodiê quer estar presente nesses momen-
Carriel, de 38 anos. A Sodiê de Votorantim tos especiais”, destaca.
existe há mais de 11 anos, e Michele acredita E a economia de Votorantim tem sido movi-
que o potencial da cidade tem crescido. Em mentada ano após ano pela Sodiê, que se pre-
consequência disso, ela afirma que os vo- ocupa em contratar profissionais da cidade. “A
torantinenses devem comemorar cada vez maioria dos nossos funcionários moram em Vo-
mais, e os doces da Sodiê devem estar presen- torantim. Acreditamos que as pessoas que aqui
tes nas ocasiões especiais. residem têm uma qualidade de vida melhor
são os bolos a pronta entrega. “Você não pre-
cisa encomendar com antecedência, é só pas-
sar na loja e pegar quando precisar, para uma
festa, comemoração, ou sobremesa”, explica.
“Hoje contamos com uma linha completa
de bolos, doces e salgados para festas, além
de salgados unitários para serem apreciados
na loja e um delicioso café da Nescafé. A So-
diê preza pela qualidade, então trabalhamos
exclusivamente com produtos Nestlé”, des-
taca Michele. Ela ainda conta que o campeão
de vendas é o bolo Aerado: “ele é macio e
saboroso, uma delícia. Já vendemos meia to-
nelada desse sabor em apenas um mês”.
No aniversário da cidade, a proprietária

“
Quando estamos engajados em uma
economia melhor, o ambiente fica
melhor para todos: temos melhores
salários, mais consumo, mais festas
e alegrias e muito mais bolo Sodiê”, analisa
a gerente geral e sócia-proprietária da Sodiê
“Vemos a cada dia nossa cidade um pouco
melhor, grandes empresas apostando na cidade
e grandes condomínios. Antigamente Votoran-
tim era mais uma cidade dormitório, mas esse
cenário mudou: hoje as pessoas consomem em
Votorantim, temos boas lojas, bons restauran-
tes e lugares agradáveis para ir”, pondera.
por trabalhar próximo a sua casa. E queremos
prestigiar a cidade, temos pessoas muito com-
petentes que residem aqui”, afirma.
Michele conta que decidiu abrir a franquia
em Votorantim ao observar que muitos co-
mércios prosperavam na cidade: “o votoran-
tinense é um cliente fiel”. O diferencial da loja
deixa ainda um recado para os cidadãos vo-
torantinenses: “Votorantim, povo de garra,
fiel e gentil, que trabalha com determinação,
dia a dia acreditando em um futuro melhor
para toda a cidade. Parabéns! E continuem
acreditando e trabalhando, pois o que plan-
tamos hoje, colheremos no futuro”, conclui.
Ivana Santana

Fachada da Sodiê Doces Opções a pronta entrega é o diferencial

10 Especial • Aniversário de Votorantim • 2018

Especial • Aniversário de Votorantim • 2018 11
 Filho de Votorantim Filho de Votorantim

Votorantim rural:

Ivana Santana
P
subsistência, por meio da agricultura, da
rodução rural: a área não é o se- pecuária, da silvicultura, do extrativismo
tor econômico que vem primeiro sustentável, da aquicultura, além de ativi-
a mente quando se trata de Voto- dades não-agrícolas, respeitada a função

os produtores que movimentam

rantim. A cidade tem forte liga- social da terra”.
ção com indústria, comércio e prestação Em Votorantim, os produtores rurais
de serviços, setores que movimentam abordam diferentes atividades, prin-
boa parte da economia do município. Po- cipalmente da agricultura e pecuária.

a economia local
rém, dos 184 km² de área de Votorantim, Nós percorremos alguns bairros da ci-
100 km² são de área rural, segundo dados dade, onde a área rural é mais extensa,
da Prefeitura Municipal. Produtor rural e conversamos com alguns produtores
é uma “pessoa física ou jurídica que ex- rurais do município. Conheça um pouco
plora a terra, com fins econômicos ou de mais sobre suas histórias e atividades:

Os 100 km² de área rural da cidade abrigam produtores rurais diversos que lidam com diferentes culturas, como gado, plantações e apicultura

Jorge Silva

20 anos na
Ivana Santana

Da nossa
lida com bois terra direto
Valdir Dias da Silva, de 52 anos, trabalha com pecuária em
Votorantim, no bairro Capoavinha. Os 70 animais, que ele
vende como gados de corte, ficam em área de oito alquei-
para a Europa
res. Valdir compra os bois, engorda e vende quando eles
têm cerca de dois anos de idade. Ele trabalha com as raças Gilberto Dias Cândido, de 39 anos, administra uma pro-
nelore e girolando. A rotatividade é grande: Valdir afirma priedade de 80 alqueires no bairro Karafá, na qual planta
que vende cerca de 50 cabeças de gado por mês para frigo- soja, milho e feijão. Só de área plantada são 35 alqueires.
ríficos de cidades do interior de São Paulo, como Boituva “Temos duas plantações no ano: uma em janeiro e uma
e Tietê. Nos meses de julho e agosto as vendas são mais em agosto”, explica. E os resultados são bons: a colheita
aquecidas e os números sobem. Em Votorantim, o produtor rende cerca de mil toneladas por ano. Os produtos são
trabalha com isso há mais de 20 anos, sozinho: ele mesmo exportados para países da Europa.
cuida de todos os animais. “É um trabalho pesado. Tem que
fazer porque gosta, se não, você não faz”, afirma.

Ivana Santana

Cada vaca
Ivana Santana

Plantação e tem seu nome

beneficiamento
Sandro Maia, de 41 anos, administra o beneficiamento de grãos, como
milho, soja e feijão, no bairro Capoavinha, em Votorantim, em um local com
capacidade de armazenamento de 60 mil sacos. A empresa familiar tem
cinco unidades de beneficiamento e plantações no interior de São Paulo. Em
Votorantim, próximo ao local onde beneficiam os grãos, a empresa também
planta milho e soja. Eles também fabricam ração de cachorro, cavalo e peixe,
além de produzirem adubo com os resíduos do beneficiamento. “Nós vende-
mos em lojas próprias, em toda a região. E também exportamos os produtos
para países como Japão e Estados Unidos”, conta Sandro.
Os irmãos Jadilson Andreota, de 50 anos, e Luiz Andreota, de 55 anos, são proprietários
de dez vacas leiteiras – todas com nomes, como a Pintada – que ficam em três alqueires
no bairro Capoavinha. “O negócio é uma herança de família, mas já foi maior: tínhamos
mais de 100 vacas e 20 alqueires. Mas quando nosso pai faleceu, vedemos uma parte”,
conta Luiz. Ele ainda lembra que a família já plantou arroz, feijão e milho na cidade. “Mas
com a expansão da cidade, perdemos um pouco a área rural e ficamos só com as vacas.
A cidade sufocou a gente”, desabafa. Hoje, Jadilson conta que somente ele e o irmão
trabalham no local: eles começam a retirar o leite às 5h da manhã, e conseguem cerca de
50 litros por dia, que vendem para Votorantim e Sorocaba, para lugares que produzem
queijo. “O trabalho é duro. Mas eu nasci no meio disso. É melhor do que ser empregado
ou trabalhar na cidade”, afirma Jadilson.

Orgânicos empregam
Jorge Silva Jorge Silva

Cultivando
40 pessoas doçura
Danilo Nagy Horti, de 24 anos, é o engenheiro agrônomo encarregado de
campo de uma propriedade que produz produtos orgânicos, no bairro Karafá, Luiz Antônio da Silva, de 64 anos, é apicultor no bairro
em Votorantim. No local são cultivados mais de 20 tipos de produtos, como Cubatão. Ele cria abelhas há 30 anos e já chegou a ter
verduras, frutas e legumes: alface, couve, cenoura, batata, tomate, brócolis 60 colmeias, das quais retirava mais de 500 kg de mel
e morango são algumas culturas existentes na propriedade. Semeio, viveiro, silvestre por ano, que vendia em Votorantim. Mas,
transplante, trato cultural, colheita, lavagem, higienização, embalagem: todo o por alguns anos, Luiz teve que parar com a atividade.
processo é feito no local, que emprega 40 pessoas, todas de Votorantim. Além “Teve uma época que eu tive muito roubo e destruição.
das culturas ao ar livre, também existem produtos nas estufas. “As hortas exis- Os vândalos roubavam o mel e queimavam minhas
tem aqui há cerca de dez anos. Só de área plantada, temos aqui dez hectares. abelhas”, conta. Há apenas dois anos Luiz voltou com
A colheita é feita todos os dias”, explica Danilo. Os produtos são vendidos com a criação de abelhas, e, atualmente, está na fase de au-
marca própria, no estado de São Paulo. Mas não deve parar por aí, pois Danilo mentar enxame. “Hoje eu tenho 12 colmeias. Mas esse
afirma que há planos para a expansão das vendas, que deve acontecer em Mi- número deve crescer. E ano que vem eu devo começar
nas Gerais e até no exterior: “a tendência é sempre crescer. O mercado está em a produzir mel e voltar a vender”, afirma.
crescimento e expansão. Dos últimos cinco anos pra cá, já cresceu muito”.

12 Especial • Aniversário de Votorantim • 2018 Especial • Aniversário de Votorantim • 2018 13

‘ Marvada Pinga ’
é votorantinense!
“Com a ‘marvada’ pinga / É que eu me ‘atrapaio’ / Eu entro
na venda e já dou meu ‘taio’ / Pego no copo e dali ‘num’ saio
/ Ali ‘memo’ eu bebo / Ali ‘memo’ eu caio”. Os versos são de
uma das músicas mais famosas entre os amantes da moda de
viola, a “Moda da Pinga”, que foi gravada e regravada por di-
versos intérpretes, como Inezita Barroso, Raul Torres, As Gal-
vão, Passoca e Pena Branca e Xavantinho. Mas a composição
da música foi feita na década de 30, por um votorantinense: o
violeiro, compositor e cantor Ochelsis Aguiar Laureano.
Laureano nasceu em maio de 1909, no Rio Acima, nas ter-
ras de seus avós, onde morou parte da vida. Hoje a região per-
tence a Votorantim, mas, na época de seu nascimento, a
cidade ainda era distrito de Sorocaba. Por isso, a respec-
tiva cidade costuma ser mencionada em algumas
biografias
Moda de viola que ficou
famosa na voz de Inezita
Barroso foi composta por
músico de Votorantim
14
como a cidade-natal de Laureano. Segundo o Núcleo Histó-
rico de Bauru, que guarda acervo do músico, desde pequeno
ele já tocava viola e fazia repentes e canções sertanejas.
O músico se revelou um legítimo representante da cultura
regional local com seu sotaque linguístico e musical, presen-
te em suas muitas composições caipiras, que resultaram em
mais de cem gravações. Laureano foi um dos mais destacados
compositores da música caipira de raiz no início do século XX:
fez parte das Caravanas de Cornélio Pires nos anos 30 e atuou
em progra-
mas de rádio e
shows artísticos
entre o final dos
anos 20 e os anos
50, tendo brilha-
do como com-
positor, violeiro e
intérprete musical.
Laureano partici-
pou de diversas duplas
musicais, com as quais gra-
vou inúmeras músicas. Sua pri-
meira dupla foi “Laureano e Soares”,
na qual ele cantava com seu cunhado Álvaro Soares, o
Soarinho. A dupla caipira foi uma das pioneiras, logo após
a Turma Caipira de Cornélio Pires, da qual também chega-
ram a fazer parte. “Laureano e Soares” chegaram a gravar
14 discos 78 rpm, mas a dupla foi desfeita no final dos anos
30. Outras duplas das quais participou foi “Irmãos Laureano”,
Especial • Aniversário de Votorantim • 2018
Reprodução/internet
Ochelsis
Aguiar
Laureano
rnet
ção/inte
u
Reprod
Inezita
Barroso
“Laureano e Mariano” e “Laureano e Cap. Furtado”. Também
participou dos trios “Laureano, Mariano e Serrinha”, “Laure-
ano, Cap. Furtado e Nhá Zefa” e do “Quarteto da Saudade”,
com Serrinha, Mariano e Arnaldo Meirelles.
Como compositor, sua criatividade múltipla se destacava:
ele compôs músicas caipiras, poesias e músicas sacras. Laure-
ano escreveu poemas como “Capim Teimoso”, “Lenço Preto”
e “O Barranco”. Entre suas composições musicais, além de
“Moda da Pinga”, tem como sucessos “Roseira branca”, “O
Balão Subiu”, “A Caçada”, “É Mió num Casá” e “Meu Sertão”.
Laureano também foi amigo pessoal e aluno do maestro
Heitor Villa-Lobos. O músico ainda lecionou em várias cidades
e instituições. Após se tornar evangélico, viajou pelo país en-
saiando corais de diversas igrejas. Laureano faleceu em 1996,
aos 86 anos.
Especial • Aniversário de Votorantim • 2018 15
 Pelé de Votorantim:
José Carlos Metidieri e sua história no futebol
Ex-jogador atuou nos
EUA, Canadá e Itália,
mas afirma que sua
base de aprendizado
foi Votorantim
“
Votorantim é igual uma doença: você
não tira do coração. Eu sofro estando
distante. Todo dia quando eu acordo
a primeira coisa que eu penso é em
Votorantim”. O ex-jogador de futebol José
Carlos Metidieri, de 75 anos, se emociona ao
falar da cidade. Hoje ele mora em Arizona,
nos Estados Unidos, país no qual jogou pro-
fissionalmente em clubes como Boston Ro-
vers, Los Angeles Wolves, Rochester Lancers
e Buffalo Stallions. Nos EUA ele também foi
artilheiro da liga nacional em 1970 e 1971, ten-
do sido nomeado como o atleta mais valioso
da competição. “Nos EUA eu sou o único que
ganhou dois anos seguidos como artilheiro e
melhor jogador do ano. Até hoje ninguém ba-
teu esse recorde. Nem o Pelé conseguiu. Aqui
José Carlos Metidieri, Júlio César de Souza Martins (presidente do Panathlon Club de Votorantim), Pedro Souza
(presidente do Panathlon Brasil) e Marlene Dias Metidieri (Panathleta)
16
nessa terra, o Pelé sou eu”, afirma Metidieri,
que também já jogou na Itália e no Canadá.
Mas o primeiro palco para os gols de Me-
tidieri foi Votorantim, onde ele começou a
jogar bola ainda criança. “No Brasil a gente
começa a jogar futebol quando começa a an-
dar”, brinca. O ex-jogador nasceu e cresceu
no bairro Vila Dominguinho. “Votorantim é a
raiz de todo negócio. Aí eu comecei. Aí eu fui
aprendendo. Tudo que eu tenho é por causa
de Votorantim”, conta.
Aos 16 anos, Metidieri jogava em Alumí-
nio quando foi descoberto por um olheiro.
“Eu estava jogando um amistoso contra os
veteranos do Palmeiras. Entre eles estava o
Oberdan Cattani, que era o goleiro. E eu fiz
dois gols nele. No dia seguinte ele me colo-
cou em um trem e me levou para o Palmeiras.
Ele falou que não ia ficar ali não, porque eu
era muito bom”, lembra. Após um período no
time, Metidieri foi convidado para jogar no
Napoli, na Itália. Após um ano no país, ele foi
para o Toronto FC, no Canadá, onde ficou por
oito anos e, inclusive, levou votorantinense
para jogarem.
“Do Canadá, eu vim para os Estado Uni-
Panathlon Club
Especial • Aniversário de Votorantim • 2018
Panathlon Club
dos. E para jogar aqui eu trouxe mais pesso-
as de Votorantim. Na época eu era um dos
melhores do time, e me perguntaram se eu
não conhecia alguém. Eu falei que eu tinha
amigos no Brasil. Eu trouxe uns seis ou sete.
E aí esparramou Votorantim, ficou cheio de
votorantinense aqui”, conta.
Hoje, o ex-jogador diz sentir saudade de
Votorantim. “Eu moro aqui nos EUA, mas eu
nunca esqueço da terrinha. Estou sempre em
Votorantim, a cada dois ou três meses vou
para a cidade. Toda a minha família está em
Votorantim. Eu sou o único que está fora de
casa”, afirma.
E a cidade reconhece seu filho: em março,
Metidieri foi homenageado pelo Panathlon
Club de Votorantim e recebeu o Troféu Fioti, José Carlos Metidieri recebeu o Troféu Fioti
em um evento que celebrou os destaques es-
portivos da cidade. “Foi um orgulho, um pra- Votorantim tinha cinco mil habitantes. Agora
zer imenso receber esse prêmio. Eu nunca é uma cidade grande. Eu andava na Avenida
tinha pensado em uma coisa dessa que fosse e conhecia todo mundo. Entrava no bar de
acontecer em Votorantim. Eu fiquei muito um, de outro. Agora eu ando e não conheço
grato”, destaca. mais ninguém. Votorantim se desenvolveu”,
No aniversário de Votorantim, ele diz que afirma, emocionado ao pensar no passado.
agradece de coração a cidade que o propor- “A emoção mexe com a gente. É saudade de-
cionou tudo que tem. “Quando eu saí daí, mais dessa cidade”, conclui.
Acervo João dos Santos Júnior
Metidieri F. C. década de 50 - em pé da esq. p/ dir. - Pelão, Mário Pigmeu, Álvaro, Nino Galli, Ede, Tião e Máximo. Abaixa-
dos na mesma ordem - Ayr, Bertinho, Dércio, Ramonica, Sílvio, Zé Carlos Metidieri, Gilson e o massagista Antônio Cé.
 Surgimento do Distrito de Votorantim
e a posterior Emancipação
Cesar Silva
(colaboração)
O
momento do maior surgimento
de municípios do Brasil ocorreu
nas décadas de 50 e 60, confor-
me estudo do IBGE (Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística) que
apontou como causa e efeito o sistema
de tributos partilhados gerado pelo FPM
(Fundo de Participação dos Municípios), a
partir de sua criação pela constituição na-
cional de 1946. As cotas eram iguais para
todos os municípios, não havia distinção e
por isso os governos de estados incentiva-
vam a criação e formação de novas cida-
des, com o interesse claro de atrair mais
recursos da União.
Mas se por um lado uma maior quan-
tidade de municípios poderia trazer mais
recursos para determinado Estado, não
existia clareza dentro de um movimento
emancipacionista, quanto a estabelecer
normas e critérios que pudessem ser se-
guidos à risca para atestar as condições
plenas para o desenvolvimento pós-des-
membramento, como viabilidade socio-
ambiental e urbana, o registro de bens e
valores culturais de importância à comu-
nidade, sem contar essencialmente os
fatores econômicos, já que antes mesmo
da instalação do município deveria mos-
trar que era possível garantir a arrecada-
ção suficiente visando fazer frente aos
desafios da nova administração, como
manutenção, fortalecimento e implanta-
ção de ações.
Foi nesse mesmo período, que surgiu
uma agitação popular, ganhando força e
culminando numa campanha que incenti-
vava a comunidade a conhecer os pontos
favoráveis, em caso de emancipação do
então distrito de Votorantim da cidade
de Sorocaba. Apesar da movimentação
intensa em todos os estados pelo in-
centivo da criação de novos municípios,
Votorantim que viveu a mesma época,
tinha particularidades que justificavam
seu desmembramento, independente do
interesse de representantes de outros
entes federativos, mas que garantiam a
certeza de sua manutenção e viabilidade
econômica.
Votorantim se constituiu numa re-
gião onde houve marca histórica da pre-
sença de bandeirantes e tropeiros, surgiu
como um vilarejo permanecendo por cerca
de trezentos anos, com o passar do tempo
ganhou a condição de bairro de Sorocaba,
município este que atualmente é sede da
quarta região administrativa do Estado de
São Paulo. Houve a elevação à condição de
distrito sorocabano em 1912 com a instalação
do Cartório de Registro Civil de Pessoas Na-
turais, esse era um degrau rumo à autonomia
que viria a ser conquistada por Votorantim,
51 anos depois.
Logo após Votorantim se tornar um dis-
trito de Sorocaba começou a receber algu-
mas empresas de porte considerável, vindo
a ser conhecida como um distrito industrial.
Era um período que gerava muitos empregos
e por não serem absorvidos em sua totali-
dade pelos próprios moradores do distrito,
necessitava atrair a mão de obra de pessoas
que residiam em cidades vizinhas e de outras
partes do Estado. A migração começou a
acontecer por que a notícia se espalhou para
muitos lugares, onde ouviam dizer que ali ha-
via grande número de empregos disponíveis.
As empresas de maior destaque eram
uma de tecidos (Indústria Votorantim), uma
de papel celofane (Indústria Votocel) e ou-
tra cimenteira (Indústria Votoran), todas es-
sas que posteriormente viriam contribuir na
formação do Grupo Votorantim, mantinham
vilas operárias em torno de suas plantas para
acomodar os trabalhadores e suas famílias.
Mas se Votorantim assumia a condição de
distrito e passava a gerar grande quantidade
de impostos mediante a presença de suas
indústrias, passou a conviver com a reclama-
ção de moradores das vilas operárias quanto
ao descaso do Executivo sorocabano, que Avenida Reverendo José Manoel da Conceição, em 1962
não revertia o que arrecadava em seus co-
fres em melhorias ao distrito, como serviços cia das fábricas, sem contar que lazer e en- formação e emancipação de distritos
e atendimento público. Fábricas como a de tretenimento em eventos populares também em nível nacional tinham como referên-
tecidos Votorantim, que era a maior de to- eram bancados pelas empresas locais. cia a chamada “lei quinquenal” que foi
das, mostrava-se solidária com a população O movimento pela emancipação só veio instituída a partir da constituição brasi-
no seu entorno e fazia a manutenção dos a ganhar corpo quando começou a existir um leira, apontando que os distritos pode-
passeios públicos, que para muitos era mais sentimento coletivo que inspirou a luta pela riam buscar o desmembramento, desde
um motivo para acomodação de Sorocaba. causa. Naquele período a população local, que atendesse aos parâmetros estabe-
Chegou certo momento que as empresas que não ultrapassava a 15 mil pessoas, não lecidos em lei, por meio de aprovação
instaladas no distrito passaram a cuidar de se sentia atendida e valorizada pela adminis- da Assembléia Legislativa do respectivo
quase tudo, desde limpeza, fornecimento de tração sorocabana. No início dos anos 60, a estado.
água, assistência médica com a construção Câmara de Sorocaba tinha 21 vereadores, dos Essa lei era conhecida como “quin-
de um hospital, educação com a construção quais, três representavam o distrito de Voto- quenal” por permitir que a cada cinco
de escolas e creche, assistência social das rantim e levavam suas queixas, porém não anos fossem dados permissões para
mais variadas com populares mantendo con- encontravam o respaldo desejado. entrar com tal pedido no Legislativo Es-
tato em busca de ajuda diretamente à gerên- Naquele período, os movimentos pela tadual. Para que o mesmo fosse acata-
do, era inicialmente previsto constar as
assinaturas de cem eleitores do distrito,
para então dar sequência aos encami-
nhamentos legais.
O distrito de Votorantim foi incluído
nessa possibilidade, pois em 9 de outu-
bro de 1963, houve a autorização para a
realização de um plebiscito, onde seus
eleitores poderiam optar pela emanci-
pação, dando o voto de sim ou de não
à emancipação, decidindo sobre a possí-
vel permanência enquanto território da
cidade de Sorocaba.
No meio de tamanha agitação entre
os moradores que se organizaram para
ir democraticamente às urnas, o dia 01
de dezembro de 1963 foi marcado como
a data do plebiscito e o resultado regis-
trou vitória esmagadora, com mais de
70% dos votos favoráveis ao desmem-
bramento.
Com o resultado divulgado e as co-
memorações populares percorrendo
as ruas de vilas operárias como Chave
e Barra Funda, era momento de aguar-
dar o aval da Assembléia Legislativa de
São Paulo com o anúncio da autorização
para o primeiro pleito eleitoral.
Padre Antonio Maffei ao centro, em junho de 1960 Próxima página >>>
Especial • Aniversário de Votorantim • 2018 17
 Rua Albertina Nascimento em 1968 Rua do Comércio em 1964
<<< continuação

O período entre a proclamação do re-

sultado do plebiscito até a chegada da data
para a primeira eleição municipal serviu
para que Votorantim e Sorocaba pudessem
estabelecer pontos de concordância quan-
to ao uso de equipamentos e benfeitorias
(patrimônio), entre outras situações que
não poderiam deixar para depois.
Quanto aos limites territoriais, hou-
ve a participação direta do Instituto Ge-
ográfico e Geológico da Secretaria de
Agricultura do Estado, conforme a lei
estadual 8.092, tendo a missão de orga-
nizar o mapa do novo município e pro-
ceder a demarcação das divisas entre as
cidades. Votorantim foi concebida com
177 quilômetros quadrados e uma nova
demarcação dos limites territoriais viria
posteriormente apontar a cidade com
184 quilômetros quadrados.

Cesar Silva é jornalista e autor

de três livros sobre a história local
Visite a Fanpage: “Histórias da
Minha Cidade –Votorantim” Saída de operários do 1º turno da fábrica de tecidos Votorantim

18 Especial • Aniversário de Votorantim • 2018

Especial • Aniversário de Votorantim • 2018 19
Expansão: loja de brinquedos vê
em Votorantim potencial
para crescimento
“Quando o mercado retraiu por causa da crise, a gente
investiu. E hoje a gente está colhendo os frutos”

E
Ivana Santana
xpansão: essa é a palavra de ordem
para Carlos Alberto Claro Júnior, de
38 anos, proprietário da Bum Brin-
quedos, que tem duas unidades em
Votorantim, uma no Parque Bela Vista, na
Avenida Matheus Conegero, e uma no Jar-
dim Icatu, na Avenida São João. “Quando a
empresa começou, nossa primeira loja tinha
15 metros quadrados. E ela foi crescendo
com o tempo. Hoje temos dois espaços em
Votorantim, sendo um deles com 600 metros
quadrados”, destaca o proprietário.
E a expansão não deve parar por aí, pois
a empresa já está de olho no futuro: em 2019,
a Bum deve inaugurar uma nova unidade em
Votorantim, que deve gerar mais empregos
para os votorantinenses. E, nos próximos cin-
co anos, a ideia é abrir cinco novas lojas, em
cidades da região. Por enquanto, a Bum atua
apenas em Votorantim e Sorocaba, que teve
este mês uma nova loja inaugurada.
A Bum é uma das lojas da empresa familiar
de Carlos, que existe há dez anos. Há quatro
anos, o empresário, que já tinha uma unidade
da Bum em Sorocaba, decidiu investir em Vo- Empresa tem duas lojas na cidade
torantim, abrindo a loja no Jardim Icatu. “Eu
achei um ponto legal em Votorantim e aluguei. com mais de 6.800 itens”, explica. Hoje, todas te prevê um aumento de 15% nas vendas em preços são excelentes perto da concorrência,
Nós abrimos e já começamos com bom resul- as lojas da empresa juntas faturam cerca de R$ relação ao ano passado”, ressalta. Além das os resultados têm sido bons. Temos o shop-
tado. Na verdade, o resultado foi tão bom lá 12 milhões por ano. lojas físicas, a Bum também pratica vendas ping aqui perto, e nosso preço é bem melhor
que ficou pequeno, pelo movimento e pelos Carlos destaca que todos os funcionários pela internet. do que a das lojas de brinquedos de lá. Des-
produtos que oferecíamos. Todo ano a gente que trabalham nas unidades de Votorantim O sucesso das lojas de Votorantim, segun- de que abrimos em Votorantim, as vendas só
dobrava o faturamento, Aí nós abrimos uma são da cidade. As lojas têm um quadro de dez do Carlos, se dá pela estratégia adotada. “O cresceram. Todo ano elas crescem. Quando o
nova unidade na cidade, no Parque Bela Vista. funcionários fixos e contam com adicional mercado de Votorantim é bom, é aquecido. E mercado retraiu por causa da crise, a gente
Deixamos a do Icatu com brinquedos, presen- de oito profissionais para trabalharem nes- como na Bum nós temos uma grande varie- investiu. E hoje a gente está colhendo os fru-
tes e papelaria, e inauguramos o novo espaço, te final de ano. “No Natal deste ano a gen- dade, um excelente atendimento e nossos tos”, analisa.

20 Especial • Aniversário de Votorantim • 2018

 Filho de Votorantim

Política,
Arquivo pessoal
“Sou um errante, um cigano. Já vivi em di-
Impeachment versas cidades, e até passei alguns meses na
mata Amazônica. A profissão de geólogo fez-
de Dilma, -me viajar muito. Mas nasci em Votorantim,

geologia
posse de Temer, em 1952, no Hospital Santo Antônio, que era
então novo e muito conceituado. Minha mãe
‘fenômeno contava que quando estava internada, olha-
Bolsonaro’ e va pelas janelas do quarto e via vacas pastan-

e poesia:
natureza são do nas colinas próximas ao hospital. Hoje, o
hospital é cercado pela cidade”, conta.
temas dos
poemas do mais Carreira

mistura pensada
O geólogo formou-se no Instituto de
novo livro de Geociências da Universidade de São Paulo
Mário Sérgio
por votorantinense
(USP). “De 1976 a 1996 fui geólogo pesqui-
de Melo sador do Instituto de Pesquisas Tecnológicas
(IPT). Em 1996 me transferi para Ponta Gros-

rendeu livro
sa, onde fui dar aulas de Geologia, Minera-
logia, Tratamento de Minérios, Pedologia,
Riscos Geoambientais, Meio Ambiente e De-
senvolvimento Sustentável para os cursos de

G
eólogo, pesquisador, professor da
Universidade Estadual de Ponta
Grossa (UEPG), escritor com oito
livros publicados e recém-eleito
membro da Academia de Letras dos Campos
Gerais: esse é Mário Sérgio de Melo, de 66
anos. Mas a primeira frase que define sua
O escritor e membros da Academia de Letras dos Campos Gerais
trajetória de vida é: “nasceu em Votorantim”.
Hoje, Mário vive em Ponta Grossa, no Paraná,
onde, inclusive, publicou seu mais recente
trabalho no final de outubro, o livro de poe-
sias políticas e líricas “Coice de mula”. Mas o
geólogo faz questão de destacar que nasceu
em Votorantim.
Geografia, Química, Agronomia, Engenharia
de Materiais e Zootecnia na UEPG. Agora es-
tou me aposentando”, explica.
Mário buscou futuro na geologia, mas
também encontrou nas palavras: “escrevo
principalmente poesia, algumas bem líricas,
outras um tanto contestadoras, sobre estes
nossos tempos atuais de desvarios, de valo-
res ambientais, sociais... Tenho também livro
de crônicas, ensaios e contos, principalmente
sobre situações vividas enquanto pesquisa- Mário Sérgio
dor da área de meio ambiente”. de Melo
Em seu mais recente trabalho, “Coice de
mula”, o autor reuniu poemas escritos entre
2016 e 2018: “foi o período do impeachment
de Dilma, posse de Temer, eleição de 2018 e
o ‘fenômeno Bolsonaro’. Os poemas engaja- Princesinas” (2015), “Poemas em Tempos de
dos fazem referência aos aspectos humanos Penas” (2016) e “Sementes de Pirilampos”
que estão por trás destes acontecimentos”. (2017) são outros livros publicados pelo au-
Mas não é só de política que o livro se fez. tor, que também participou da antologia
Os poemas líricos também estão presentes “Poesia de Segunda” (2011). Mas Mário não
na obra. “Minha atuação na área ambiental pensa em parar por aí: já tem mais dois ma-
faz com que tenha uma percepção de coisas nuscritos de crônicas e contos prontos, que
cotidianas, pássaros, flores, árvores, cães de devem ser publicados em breve. Um dos
rua, de uma forma muito pessoal. Isso tudo livros, inclusive, menciona seu nascimento
às vezes vira poema”, destaca. em Votorantim. E a carreira literária lhe ren-
“Poemecos” (2005), “Cio do Século” deu frutos: em março do ano que vem, Mário
(2010), “Memórias Amazônicas” (2011), “Ges- será empossado como membro da Academia
tação Caosmopolita” (2014), “Perrengas de Letras dos Campos Gerais.

Especial • Aniversário de Votorantim • 2018 21

Clínica odontológica
aposta na oferta de serviços de qualidade
com equipamentos de última geração
E
quipamentos de última geração com
tecnologia avançada, profissionais
especializados e tratamentos para
todos os públicos: a GOU Odonto de
Votorantim oferece isso e muito mais aos ci-
dadãos votorantinenses. “Nós quisemos tra-
zer para a cidade todo o potencial da GOU”,
explica a dentista e proprietária da franquia,
Dra. Liliane Moran Guarnieri. Há dois anos na
cidade, a clínica atende mais de mil pacientes
por mês. “A GOU Odonto é uma rede de fran-
quias com mais de cem unidades em todo o
Brasil. A rede prioriza e tem como objetivo
oferecer o mais alto padrão em tratamentos
ortodônticos e clareamento dental de forma
personalizada e que atenda toda a popula-
ção”, destaca.
A GOU Votorantim é especializada em
Dra. Liliane Moran Guarnieri
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Franquia da GOU faz
economia girar ao
empregar cidadãos
votorantinenses
atendimentos de ortodontia, realizando cer-
ca de 600 atendimentos na área por mês.
Mas a clínica atende todos os setores da
odontologia. “Nós já fazemos a documen-
tação aqui na própria clínica, então isso fa-
cilita muito o tratamento do paciente, bem
como o ir e vir para as consultas. Atendemos
também a parte do clínico geral e todas as
especialidades, como estética orofacial, en-
dodontia, periodontia, implantes, cirurgias,
Clínica tem profissionais especializados
Especial • Aniversário de Votorantim • 2018
Fachada da clínica
etc. Os profissionais são todos especialistas,
cada um na sua área. Somos uma clínica bem
completa”, explica Liliane.
E a filosofia da empresa é sempre ofere-
cer o melhor para os pacientes. “Na parte
de ortodontia o cliente faz a avaliação e,
antes do início do tratamento, ele já faz a
documentação aqui na clínica, uma limpe-
za, e aí sim começa a instalação. O paciente
também tem direito a profilaxias durante o
tratamento de acordo com as solicitações
do ortodondista, que sempre está atento ao
tratamento e à saúde bucal do paciente. Por
conta desse cuidado e de outros detalhes
que nós oferecemos, o tratamento é bem
tranquilo e ele consegue o sorriso perfeito o
mais rápido possível. Fazemos de tudo para
que nossos pacientes estejam sempre satis-
feitos”, ressalta.
Expansão da clínica deve gerar empregos
no município
O foco da GOU Odonto Votorantim para
Ivana Santana
o futuro é aprimorar cada vez mais o aten-
dimento odontológico, como afirma Liliane:
“vamos cada vez mais incorporar melhorias
e tecnologias. Hoje, por exemplo, na parte
de clareamento temos um equipamento de
última geração, que é o Bright Max White-
ning, o BMW. Todas as especialidades têm
ótimos equipamentos e pretendemos sem-
pre melhorar”.
Além disso, está nos planos de Liliane
a expansão da clínica. “Hoje são 18 pesso-
as trabalhando na unidade de Votorantim,
sendo 7 dentistas. Mas a gente pensa em
expandir o nosso espaço, abrindo em breve
mais salas para atendimento. E uma clínica
que pode atender um maior número de pes-
soas, com ótimo padrão de atendimento,
gera mais empregos e impostos para a cida-
de. E nós contratamos sempre profissionais
de Votorantim. Acreditamos que temos que
dar oportunidade para as pessoas da cidade.
Com a nossa expansão, devemos gerar ain-
da mais empregos”, conclui Liliane.
 Filho de Votorantim
Pioneiro no cinema brasileiro,
José Medina deu seus primeiros passos em Votorantim
U
m dos cineastas pioneiros do cinema
mudo brasileiro e figura influente do
ciclo paulista do cinema mudo: esse
foi José Medina. Nascido em 1894 em
Sorocaba, Medina iniciou sua brilhante carreira
em Votorantim, fato que destacou em entrevis-
ta concedida à revista Filme Cultura, em 1973:
“minha vocação pelo cinema começou quando
eu era projecionista num dos primitivos cine-
mas na pequena cidade de Votorantim. Isso foi
lá pelo ano de 1910. Bem, aí pelo ano de 1911,
a fábrica Votorantim contratou um cinegrafista
carioca para filmar a entrada e saída dos ope-
rários daquela fábrica. Em São Paulo não havia
cinegrafista. Aquela foi a primeira vez que vi
como se fazia fita de cinema e achei que não
era nenhum bicho-de-sete-cabeças, o que au-
mentou o meu entusiasmo pelo cinema”.
Com o aumento do interesse pelo cinema,
em 1912 Medina foi para São Paulo. “[Na cida-
de] teria mais chance de estar em contato com
os cinematógrafos, não como mero especta-
dor, mas para observar e estudar os tipos, os
truques e a forma de dar sequência aos argu-
mentos”, destacou o cineasta na entrevista
para a revista em 1973. Na cidade, ele aprofun-
dou seus estudos em cinema e fotografia.
Medina produziu diversos filmes ao longo da
carreira, mas devido a alguns incêndios, poucos
“sobreviveram”. Dois filmes que foram pre-
servados são costumeiramente citados
entre os melhores feitos no Brasil na
fase muda: “Exemplo Regenerador”
(1919) e “Fragmentos da Vida” (1929).
“Exemplo Regenerador” foi criado
e dirigido por Medina. O filme de curta-
-metragem levou apenas alguns dias
entre criação do roteiro, produção,
filmagem e finalização. Ele foi gravado
na Avenida Paulista, em São Paulo, e foi o
primeiro filme produzido pela Rossi Film,
produtora fundada por Medina e pelo fotó-
grafo italiano radicado no Brasil, Gilberto Ros-
si. A Rossi Film produziu filmes de ficção, cinejornal
Cineasta foi Re
pr
od
e documentários, sendo bastante ligada ao gover-
no e realizando coberturas de atos oficiais.
elogiado pela uç
ão
/in
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Já o filme “Fragmentos da Vida” é conside-
crítica e produziu rn
et rado um dos mais importantes produzidos pelo
cineasta. A história foi baseada em um conto do
filmes muito escritor norte-americano O. Henry (1862-1910).
valorizados pelo O filme incorporou elementos correntes no ci-
cinema nacional nema dos EUA, fato que segundo a Enciclopédia
Itaú Cultural, foi comemorado por Guilherme de
Almeida, crítico da época reconhecido por suas
críticas severas ao cinema nacional. “José Me-
dina é indiscutivelmente por enquanto, o nos-
so único diretor de verdade”, disse o crítico na
época, segundo a Enciclopédia.
Outros filmes de destaque produzidos por
Medina, na Rossi Film, foram “Perversidade”
(1920), “Do Rio a São Paulo para Casar” (1921),
“Gigi” (1925) e “O Canto da Raça” (1942), que
foi censurado pela ditadura. Na entrevista con-
cedida para a revista em 1973, Medina destacou:
“Para mim, o melhor filme que fiz foi Gigi. Na-
quele tempo era uma superprodução. O argu-
mento, muito bom, de Viriato Correia, era bem
José
Medina cinematográfico. Originalmente era um conto.
Eu li, me entusiasmei e procurei o autor. Viriato
deu a licença para filmar. E depois disse ter gos-
tado muito do filme. Pena que o negativo pegou
fogo. Gosto de O Canto da Raça, que fiz em 1942.
A Censura apreendeu o negativo e o positivo
porque, segundo eles, o filme elogiava
muito São Paulo e por isso era mui-
to bairrista. No filme, uma moça ia
recitando a poesia de Cassiano Ri-
cardo. Conforme ela ia recitando,
iam aparecendo as imagens. Era
um filme-poema. Foi a primeira
fita sonora que fiz, embora nos
meus filmes mudos eu fizesse os
atores falarem os diálogos”.
A partir de 1930, Medina traba-
lhou como radialista. Ele faleceu em
agosto de 1980, aos 86 anos de idade.
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