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06/10/2017

TECNOLOGIA DO CONCRETO

ENGENHARIA CIVIL
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO II

Prof.ª Neusa Ap. Munhak Beltrame

INTRODUÇÃO
ENGENHARIA CIVIL

• Evoluções do cálculo estrutural, aliados ao maior conhecimento do


comportamento mecânico do concreto e do aço, permitiram que
projetistas especificassem estruturas cada vez mais arrojadas em concreto.

• A incorporação de outros elementos no concreto, como aditivos,


adições minerais, fibras e o uso de técnicas de execução diferenciadas,
como a cura a altas temperaturas e pressões, permitiram a obtenção de
concretos de última geração para atender a qualquer solicitação de
projeto, permitindo a execução de estruturas esbeltas, duráveis e
seguras.

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CONCRETOS ESPECIAIS

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• 1. CAD (Concreto de alto desempenho)
• 2. CUAD (Concreto de ultra-alto desempenho)
• 3. Concreto com fibras
• 4. Concreto massa
• 5. Concreto compactado a rolo
• 6. Concreto autoadensável
• Concreto com polímeros
• Concreto projetado
• Concreto pré-fabricado
• Outros.

1. CAD – CONCRETO DE ALTO DESEMPENHO


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É um material que apresenta comportamento mais elevado


que os CC (concretos convencionais), atendendo
satisfatoriamente às exigências requeridas em conformidade
com os projetistas da estrutura de concreto.

Desempenho: não é apenas a resistência mecânica, mas a


trabalhabilidade, a estética, o acabamento, a integridade, e
principalmente a durabilidade.

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PRINCÍPIOS BÁSICOS DO CAD

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• Diminuição da relação água/aglomerante, através do uso
de aditivos químicos.

• Otimização da granulometria dos agregados para aumentar


o esqueleto inerte e obter maior compacidade, utilizando-
se agregados graúdos de menor diâmetro máximo e
adequada composição granulométrica dos finos;

• Reforço das ligações químicas entre as partículas, pelo uso


de adições minerais - refinamento dos poros e dos grãos,
especialmente do silicato de cálcio hidratado (C-S-H).

INTERAÇÃO ENTRE AS FASES DO CAD


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Para melhorar as três fases do concreto (pasta, zona de


transição e agregados), consequentemente a resistência final
do CAD, é necessária a diminuição da relação a/aglomerante,
da porosidade da pasta de cimento hidratada e a seleção
adequada de agregados;

• Deve-se limitar a dimensão máxima dos agregados e buscar


a composição de curvas de distribuição granulométrica, além
da forma mais arredondada possível.

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DOSAGEM

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• A produção do CAD é mais complexa e sensível do que para
outros concretos, devido às propriedades superiores deste
material;

• Os métodos para dosagens de CAD mais utilizados são o


Mehta-Aïtcin (1990), o de Aïtcin (2000), Nawy (1996) e o
método IBRACON, que também se aplica a essas misturas.

• Ainda há métodos como: De Larrard (1990), Torrales


Carbonari (1996) e O´Reilly (1998).

Obras em CAD
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• No Brasil, o recorde de maior fck obtido em 2002, que


perdura até hoje é do edifício Tower, em São Paulo (HELENE
& HARTMANN, 2003), com 125 MPa de resistência média e
115 MPa de resistência característica de projeto estimada
(fck,est) e fck=80 MPa de resistência de projeto;

• Resultados individuais obtidos a idades superiores a 1 ano


alcançaram os 155,5 MPa.

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2. Concreto de Ultra-alto Desempenho (CUAD)

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• Cada vez mais, busca-se aumentar a resistência à
compressão dos concretos, para obter um produto tão
resistente e durável quanto uma rocha, porém fácil de
moldar-se em qualquer forma e dimensão;

• Os CAD são uma evolução dos CC, a evolução dos CAD é o


concreto pós-reativos (CPR) – Reactive Powder Concrete
(RPC), também conhecido como concreto de ultra-alto
desempenho (CUAD);

Concreto de Ultra-alto Desempenho (CUAD)


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• O processo de execução do CPR, que incluem curas a altas


temperaturas e pressões, adiciona-se a fibra metálica para
conferir ao material a ductilidade e resistências à tração e à
flexão necessárias para eliminar as armaduras na estrutura
final;

• Sem armaduras e com as altas propriedades mecânicas,


pode-se diminuir a espessura dos elementos por não
necessitar de cobrimento e por absorver as solicitações com
pouca quantidade de material.

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Dosagem do CUAD

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Comparação do CUAD
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3. Concreto com fibras

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O concreto possui uma série de características que lhe
garantem o posto de material estrutural mais utilizado no
mundo, mas apresenta limitações:

•comportamento marcadamente frágil;


•resistência à tração é muito reduzida quando comparada à
sua resistência à compressão;
•baixa capacidade de deformação do material antes da
ruptura.

Uma das alternativas técnicas: o uso de fibras.

Definição
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Podem ser definidos como compósitos, ou seja, materiais


constituídos de, pelo menos, duas fases principais:

•O próprio concreto: denominado matriz


•As fibras: reforço do compósito

As fibras são elementos descontínuos, cujo comprimento é


bem maior que a maior dimensão da seção transversal.

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Interação da matriz x fibras

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Tipo de fibras
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Classificação - NBR 15530:2007

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Tipos básicos em função da geometria:
•Tipo A: fibra de aço com ancoragens nas extremidades
•Tipo C: fibra de aço corrugada
•Tipo R: fibra de aço reta

Classificação em função do aço:


•Classe I: fibra oriunda de arame trefilado a frio
•Classe II: fibra oriunda de chapa laminada cortada a frio
•Classe III: fibra oriunda de arame trefilado e escarificado

Classificação - NBR 15530:2007


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Propriedades: trabalhabilidade

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As fibras alteram a condição de mobilidade da mistura:
• Travamento da mistura: As fibras impedem o movimento dos agregados,
principalmente quando o comprimento da fibra é maior que o diâmetro máximo do
agregado.

• Maior área de molhagem.

Em algumas aplicações o aumento da coesão melhora a


trabalhabilidade:
• menor risco de desplacamentos e garantia da estabilidade dimensional
do concreto recém-desformado;
• A adição das fibras poliméricas reduz a taxa de exsudação;
• Risco: formação de ouriços.

Propriedades: durabilidade
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Há dúvidas devido à observação de fibras oxidadas na superfície


de pavimentos e túneis:
• A corrosão das fibras na superfície do concreto está associada à
carbonatação do concreto;
• O volume de óxidos gerados não é suficiente para produzir o
lascamento da superfície.

Corrosão da fibra é mais difícil:


• Menor diferença de potencial;
• Pesquisas indicam que o desempenho do concreto reforçado com fibras
é superior ao convencional, seja com ataques severos de cloretos, seja
por efeito de congelamento;
• Mesmo com o concreto fissurado (a<0,2mm), a fibra apresenta uma
capacidade resistente à corrosão.

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Dosagem

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As fibras impactam fortemente no custo unitário do
concreto.

• Consumos da ordem de 40 kg/m3 de fibras de aço podem


dobrar o custo unitário do metro cúbico do concreto.

• Apesar de várias metodologias propostas para a otimização


do conteúdo de fibras no concreto é frequente o uso de
teores empíricos fixos.

Aplicações: pisos industriais e túneis


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Aplicações: tubulações

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4. Concreto massa
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Possui volumes e formas que requer meios especiais para controle


da geração de calor e consequente mudança de volume.

Utilizado geralmente em obras com:


• Grandes volumes de concreto ;
• Estruturas de grande dimensões;
• Produção contínua na obra com curtos intervalos de tempo entre
lançamentos.

Demanda cuidado com:


• Efeitos da variação de volume;
• Sazonalidades importantes.

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Dosagem

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• Consumo de cimento deve ser minimizado;

• Utilizar cimentos que possuam menor geração de calor, sendo desejáveis


cimentos com baixa relação C3A/SO3 e baixos teores de CaO e MgO livre, e
limitar as parcelas de aluminato tricálcico (C3A) e de silicato tricálcico (C3S).

• Utilização de material pozolânico adequado, como substituição de parte do


cimento, pode levar a diminuição de aproximadamente 50% do calor de
hidratação;

• Controle da temperatura de lançamento;

• Utilização de pré-refrigeração através do esfriamento do agregado graúdo,


resfriamento da água de amassamento e/ou substituição de parte da água de
amassamento por gelo;

• Processos de pós-refrigeração.

Dosagem
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5. Concreto compactado a rolo

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Definição
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O Concreto Compactado com Rolo é uma técnica construtiva


que busca obter:

• Baixa incidência de mão-de-obra por volume unitário;


• Maior desempenho na velocidade de lançamento;
• Baixos teores de cimento (70 a 100 kg/m3);
• Baixos custos;
• Viabilização de grandes projetos com concreto massivo que
normalmente exigem cronogramas reduzidos.

É UM CONCRETO DE ALTO DESEMPENHO COM RELAÇÃO À VELOCIDADE


DE PRODUÇÃO.

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Dosagem:

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• A Resistência não é função única da relação a/c;

• Necessidade de sustentação do Rolo Compactador;

• Fechamento granulométrico para garantir a


compactabilidade;

• A perda de água durante a execução é fundamental;

• Necessário disponibilidade mínima de material fino, dentre


eles pó de pedra (120 a 160 kg/m3).

6. Concreto autoadensável
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Uma vez lançado, se move por conta própria e preenche, sem


necessitar de nenhuma intervenção, os espaços destinados a
ele na fôrma.

Não necessita ser adensado com vibrador, não segrega e não


aprisiona ar em excesso – concreto fluído.

Vantagens
• Fácil aplicação;
• Menos mão-de-obra;
• Eliminação dos ninhos de concretagem (bicheiras);
• Menos ruídos dos vibradores nas obras.

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Concreto autoadensável

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Fonte: IBRACON (2011)

Característica principais
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• As características no estado fresco diferencia o CAA do concreto


convencional (CC).

• O CAA tem que apresentar elevada fluidez e estabilidade da


mistura, que são mensuráveis por meio de três propriedades
básicas:

habilidade de preenchimento dos espaços


habilidade de passar por restrições
capacidade de resistir à segregação

Outros requisitos comuns ao concreto convencional também são


aplicáveis ao CAA, tais como: o tempo em aberto, bombeabilidade,
acabamento superficial, resistência mecânica e durabilidade.

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Materiais constituintes

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• Cimento: todos os tipos de cimento Portland pode ser usados,
porém cimentos com elevada finura, elevados teores de álcalis e
maiores teores de C3A demandam maior quantidade de aditivo
superplastificante e podem apresentar pequena manutenção de
fluidez.

• Adições minerais: são frequentemente utilizadas com o objetivo


de se aumentar a quantidade de finos das misturas.

Adições ou finos são materiais com dimensões de partículas menores do


que 0,150 mm, sendo indicado que mais que 75% tenham dimensões
menores do que 0,075 mm.

Adições mais utilizadas: Fíler calcário, cinza volante, sílica ativa e o


metacaulim.

Materiais constituíntes
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• Aditivos químicos:
Superplastificantes (dispersantes): são os mais empregados pela
grande eficiência, dentre os quais se destacam os de base policarboxilato.
São utilizados pela necessidade de promover a redução de água de no
mínimo 20%.

Promotores de viscosidade: são empregados para melhorar a


resistência à segregação. São produtos à base de polissacarídeos, dentre
os quais se destacam os éter-celulose.

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Materiais constituíntes

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• Agregados miúdos: Todo tipo de agregado miúdo pode ser
utilizado no CAA, porém areias naturais são preferíveis por apresentarem
grãos com forma mais uniforme e arredondada.

Areias artificiais apresentam grãos com elevada angulosidade e aspereza


superficial, causando maior intertravamento das partículas e maior adsorção
de água, aumentando a demanda por pasta e aditivos químicos. Volumes
entre 40% e 50% são típicos para a argamassa do CAA.

• Agregados graúdos: é preferível agregados de forma regular, de


qualquer natureza. Partículas com forma irregular, angulosas e lamelares, e
textura áspera, devem ser empregados em uma granulometria mais fina
para que seja menor o efeito na fluidez do concreto.

Agregado graúdo com dimensão máxima característica de 9,5 mm é bastante


difundido por tender a menor segregação e causar menos bloqueio.

Ensaios: espalhamento pelo tronco de cone


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Ensaios: Funil V (tempo de escoamento)

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Ensaios: Caixa L (passagem por restrições)
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Ensaios: Caixa L (passagem por restrições)

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Ensaios: avaliação da segregação
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Classificação do CAA

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Dosagem
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Métodos utilizam as seguintes estratégias:


• Preenchimento dos espaços entre os agregados
• Controle da segregação – empuxo
• Incorporação de agregados nas fases menores

E outros métodos.

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Aplicações

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Controle tecnológico do concreto: QUALIDADE
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ABNT NBR 12655:2015 - Concreto de cimento Portland —


Preparo, controle, recebimento e aceitação — Procedimento.

• Responsabilidades;
• Ensaios de controle e aceitação;
• Amostragem.

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Bibliografia

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ISAIA, G. C. Concreto: Ciência e Tecnologia. 1.ed. IBRACON,
São Paulo, 2011. Cap.36, 37, 39 e 48.

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