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Fundamentos e limites da pena

O direito penal do mal é a materialização “[...]da reação, da repressão, do desprezo aos seres
humanos e da frieza” (Hassemer, 2007, p. 71). Essa visão se concentra no direito penal em seu
aspecto prático. Sua máxima expressão era a execução da pena em si.

O direito penal puro era norteado pelas ciências humanas e sociais. Preocupado com análises
filosóficas, conceituais e históricas (Hassemer, 2007, p.72). Tentaram soterrar a visão sangrenta e
horrenda do direito penal maléfico.

Aspectos da coculpabilidade

[...] uma mea-culpa da sociedade, consubstanciada em um princípio


constitucional implícito da nossa Carta Magna, o qual visa promover
menor reprovabilidade do sujeito ativo do crime em virtude da sua
posição de hipossuficiente e abandonado pelo Estado, que é
inadimplente no cumprimento de suas obrigações constitucionais para
com o cidadão, principalmente no aspecto econômico-social.
(MOURA, 2015 apud FREITAS; DUARTE, 2017).

"no lugar de explicitar a responsabilidade moral, a reprovação da


conduta ilícita e o louvor à honestidade, fornece uma justificativa
àqueles que apresentam inclinação para a vida delituosa,
estimulando-os a afastar da consciência, mesmo que em parte, a
culpa por seus atos" (HC 172.505/MG, Rel. Ministro GILSON DIPP,
Quinta Turma, julgado em 31/05/2011, DJe 01/07/2011.apud (HC
246.811/RJ, Rel. Ministra LAURITA VAZ, Rel. p/ Acórdão Ministro
JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, julgado em 01/04/2014, DJe
15/04/2014)

A teoria da co-culpabilidade é uma hipótese doutrinária elaborada


para fins de aprimorar a Ciência Penal, cuja incidência circunscreve
aos círculos acadêmicos, pois a sua aplicação prática é claramente
inviável, em face da impossibilidade de se averiguar a parcela de
culpa da sociedade ante o infrator e suas condições pessoais."

ISONOMIA

“[…] o direito deve ser justo ou não tem sentido a obrigação de respeitá-lo”. (FERRAZ
JUNIOR, 2003, p. 352).
[…] pode-se falar, [...], em justiça como senso do equilíbrio na
distribuição dos bens nas relações sociais. Assim, o princípio da
igualdade, nuclear para a justiça em seu aspecto formal, ofereceria a
medida racional para essa repartição do que cabe a cada um nas
relações bilaterais. (FERRAZ JUNIOR, 2003, p. 353

RELAÇÃO ENTRE ISONOMIA, COCULPABILIDADE, DIREITO PENAL


[…]Existe um leque de possibilidades ofertados a somente alguns,
enquanto outros carecem de direitos básicos como educação, saúde,
lazer, moradia, entre outros. Logo, com a ausência de oportunidades
e assistência oferecidas pelo Estado e pela sociedade, o crime se
torna, para alguns indivíduos, mais atrativo e sedutor. (FREITAS;
DUARTE, 2017)

Estado deve, também, agir como promotor da justiça social, adotando


políticas públicas que promovam uma distribuição de renda igualitária
aptas a prover as necessidades básicas do sujeito de direito como
pleno emprego, saúde, educação, cultura, moradia, lazer, entre
outros. Em última instância, que realizem a cidadania, pois a
realidade parece apontar entre as causas principais do aumento da
criminalidade a ausência dos direitos afetos à cidadania. (FREITAS;
DUARTE, 2017)

“[...] não seria justo que se cobrasse com o mesmo rigor o cumprimento da lei daqueles
que têm menos oportunidades e opções na vida em sociedade, em relação à parte da
população” (RODRIGUES, 2009 apud FREITAS; DUARTE, 2017).

FREITAS, Fabiana Soares de; DUARTE, Hugo Garcez. Uma análise sobre a coculpabilidade às
avessas na dosimetria da pena. In: Âmbito Jurídico, Rio Grande, XX, n. 159, abr 2017. Disponível
em: <http://www.ambito-juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=18814>.
Acesso em jun 2017.

https://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/21108195/habeas-corpus-hc-172505-mg-2010-0087068-
7-stj/inteiro-teor-21108196

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