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Ocorre que, com a devida vênia, incorreu em omissão este Nobre Julgador no momento
em que condenou este Embargante, de modo solidário, a devolução de em dobro dos
valores indevidamente cobrados e pagos, tendo em vista que a parte autora, ora
Embargada, NÃO JUNTOU AOS FÓLIOS QUALQUER COMPROVANTE DE PAGAMENTO DAS
PARCELAS ATINENTES À COMPRA CANCELADA.
Em suma, verifica-se que juntou a parte Autora junto à peça exordial, tão somente, a nota
fiscal alusiva à compra – contestada - do Refrigerador, bem como faturas do cartão de
crédito sob sua titularidade onde visualiza-se a cobrança das parcelas da referida compra.
Não colacionando aos autos qualquer comprovante de pagamento das parcelas referentes a
tal compra.
Com efeito, no direito pátrio o dano patrimonial não pode ser estimado, devendo sempre
ser cabalmente comprovado, e o montante da indenização, quando cabível, deve
restringir-se ao prejuízo efetivamente sofrido e demonstrado, sob pena de proporcionar-se
ao ofendido autêntico enriquecimento sem causa.
De tal modo, conforma condição sine qua non ao Dano Material a existência de prejuízo
patrimonial, que deve necessariamente ser comprovado nos autos do processo, não
cabendo trabalhar com simples hipóteses.
Ocorre que a parte demandante não trouxe aos autos sequer um elemento probante que
pudesse comprovar o pedido de reparação do dano material, devendo, pois, ser afastado,
eis que ausentes elementos imprescindíveis ao seu cabimento, de acordo com nossa
doutrina e jurisprudência unânimes, servindo de exemplo as lições abaixo elencadas.
CELSO AGRÍCOLA BARBI, corroborando o que foi dito acima preleciona que:
Por fim, CARLOS ROBERTO GONÇALVES arremata afirmando que “Sem a prova do dano,
ninguém pode ser responsabilizado civilmente” 3. (g.n.)
2 Responsabilidade dos bancos pelo roubo de bens depositados em seus cofres, RT 591/18.
3
Responsabilidade Civil, Saraiva, 6ª ed., 1995, p. 27.
Conforme demonstrado, para que fossem indenizadas, as perdas materiais deveriam estar
sobejamente comprovadas, não se admitindo indenizações a esse título de prejuízos
imagináveis e meras expectativas de direito.
Destarte, tal decisão merece reforma, suprindo a omissão ora apontada no que tange a
inobservância dos documentos colacionados aos autos pelo Autor, posto que embora tenha
sido cobrada, a parte autora jamais comprovou ter realizado qualquer pagamento
referente a este valor, não tendo, portanto, nenhum prejuízo de ordem material que
devesse ser ressarcido, devendo ser reformada a decisão ora vergastada, julgando
improcedente o pleito do Demandante a título de prejuízos patrimoniais.
II - CONCLUSÃO
Por todo o exposto, requer sejam acolhidos os presentes Embargos Declaratórios com
efeito Modificativo, para sanar a omissão apontada, devendo ser julgado improcedente o
pleito de indenização a titulo de danos materiais, com fundamento na doutrina e
jurisprudência pátria.
Termos em que,
Pede deferimento.
Salvador - Bahia
Em 05 de maio de 2014.
EDUARDO FRAGA
OAB/BA 10.658