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(%)
30
20
dos escolares investigados, de acordo com sexo e idade cronológica.
10
Interação entre sexo e idade foi encontrada somente na variável massa 0
corporal (P < 0,01). O efeito isolado do sexo foi verificado tanto para a 7 8 9 10 11 12 7-12
massa corporal (P < 0,01) quanto para o IMC (P < 0,05). Por outro lado, Idade (anos)
um efeito isolado da idade foi identificado em todas as variáveis ana-
lisadas (P < 0,01), apresentando tanto os meninos quanto as meninas
valores crescentes com o avançar da idade.
Meninos Meninas
B
Tabela 2. Distribuição de freqüências do IMC de crianças e adolescentes de acordo
10
com os intervalos de percentis do CDC-NCHS
8
Meninos Meninas **
6 **
(%)
IMC Total
4
n % n % * **
2
< 3ºP 12 6,6 4 2,5 16
0
7 8 9 10 11 12 7-12
3ºP ├ 10ºP 24 13,2 12 7,5 36
Total 182 100 160 100 342 **P ≤ 0,01 e *0,01 < P < 0,05.
Tabela 3. Valores médios (± DP) de massa corporal, estatura e IMC em escolares de As proporções (%) de escolares situados abaixo (1A) e acima (1B)
Jequié/BA, de acordo com o gênero e a idade dos critérios estabelecidos pela proposta do Physical Best(14) para o
Massa corporal (kg) Estatura (cm) IMC (kg/m2) somatório de espessuras de dobras cutâneas, de acordo com o sexo
Idade
e a idade, são apresentadas na figura 1. Verificou-se maior proporção
(anos)
Meninos Meninas Meninos Meninas Meninos Meninas de escolares que ficaram aquém do limite inferior dos critérios de
21,3 21,2 120,6 120,8 14,5 14,5
saúde estabelecidos em relação aos que se situaram acima deles, em
7 ambos os sexos. Além disso, diferenças estatisticamente significantes
± 2,5 ± 2,1 ± 5,0 ± 4,5 ± 1,0 ± 1,1
entre os sexos foram identificadas nas proporções de escolares que
25,2 25,3 126,7 126,3 15,7 15,8 se enquadraram abaixo dos critérios estabelecidos, com exceção da
8
± 2,1 ± 2,1 ± 3,7 ± 3,9 ± 1,0 ± 1,0 idade de sete anos (P = 0,07). Por outro lado, para os escolares que
se situaram acima dos critérios, diferenças significativas foram identi-
28,3 28,5 130,5 132,0 16,6 16,3
9 ficadas aos 10 anos (P = 0,01), aos 11 anos (P = 0,0001), 12 anos (P =
± 2,9 ± 2,9 ± 4,0 ± 3,2 ± 1,5 ± 1,6 0,006) e no conjunto de todas as idades (P = 0,0006). Os resultados
30,4 31,2 137,6 138,3 16,0 16,2 demonstraram que por volta de 78% dos meninos e 50% das meninas
10 atenderam aos critérios estabelecidos para espessuras de dobras cutâ-
± 3,8 ± 4,9 ± 6,5 ± 7,0 ± 1,5 ± 1,7
neas. Entretanto, o que mais chama a atenção é a elevada prevalência
32,8 35,9 140,7 141,5 16,6 17,9 de escolares situados abaixo dos critérios estabelecidos, sobretudo
11
± 3,7 ± 5,3 ± 4,8 ± 6,9 ± 2,0 ± 2,2 entre as meninas (49%).
35,7 39,7 143,9 146,9 17,3 18,3
Na figura 2 é apresentado o percentual de escolares que alcan-
12 çaram os critérios estabelecidos para cada um dos testes motores in-
± 3,8 ± 6,6 ± 6,6 ± 7,8 ± 2,3 ± 2,3
vestigados. Em relação ao teste de SA, um número maior de meninas
Fsexo 10,91** 2,50 4,38* (58%) atingiu os critérios estabelecidos em comparação aos meninos
Fidade 155,15** 168,40** 27,19** (51%). Apesar disso, nenhuma diferença estatisticamente significante
foi encontrada entre os sexos, em nenhuma faixa etária analisada,
Fsexo x idade 3,09** 0,60 1,77
bem como no conjunto de todas as idades (P = 0,23). Em relação à
10
5 nerativas(16,17), ao passo que quantidades mínimas de tecido adiposo
0 (wasting) também podem induzir inúmeros distúrbios metabólicos,
7 8 9 10 11 12 7-12
potencializando o aumento da incidência e a gravidade de enfermi-
Idade (anos) dades infecciosas, contribuindo assim para o aumento das taxas de
mortalidade infantil, bem como para retardos no desenvolvimento
psicomotor(18,19).
C Meninos Meninas
Vale lembrar que a prevalência da desnutrição no Brasil, apresenta
50 forte associação com a região geográfica; nas regiões Norte e Nordes-
40 te, a desnutrição é pelo menos duas vezes maior do que na região
30 Centro-Oeste e quatro vezes maior que na região Sul(20). Entretanto,
(%)
20
10
esse fenômeno parece estar, por via de regra, atrelado às variações das
0 condições socioeconômicas e culturais da amostra investigada.
7 8 9 10 11 12 7-12 Nesse sentido, Guedes & Guedes(21) verificaram comportamento
Idade (anos) semelhante ao observado no presente estudo, em escolares de escolas
públicas de Londrina (PR). Por outro lado, em estudo recentemente
Figura 2 - Proporção (%) de escolares que alcançaram os critérios de saúde estabeleci- realizado nesse mesmo município, com uma amostra de elevado nível
dos para resultados de testes motores. (A) sentar-e-alcançar; (B) abdominal modificado socioeconômico (classes média alta e alta), foi identificado comporta-
em um minuto; (C) corrida/caminhada de nove minutos. mento bastante distinto, ou seja, aproximadamente 7% dos meninos
Nota. Nenhuma diferença significante foi encontrada entre os sexos nas comparações entre e 15% das meninas apresentaram quantidades de gordura corporal
sujeitos de mesma idade (P > 0,05).
abaixo do critério preconizados para a saúde(14), enquanto cerca de 33%
e 15%, respectivamente, dos meninos e das meninas demonstraram
valores acima desses mesmos critérios(10).
idade observou-se que em ambos os sexos houve estabilidade na O aumento constatado no decorrer dos anos no número de meni-
proporção de escolares que alcançaram os valores recomendados nas com valores de adiposidade corporal acima dos critérios propostos
(figura 2A). para saúde pode ser explicado, pelo menos em parte, pelo processo
Por outro lado, no teste ABD (figura 2B) apenas um número redu- maturacional(6). Entretanto, o excesso de gordura corporal na infância
zido de escolares, de ambos os sexos, atendeu aos critérios propostos. e na adolescência pode estar relacionado, também, com os aspectos
Vale destacar que em algumas idades houve casos de meninas que nutricionais, econômicos e culturais.
não conseguiram realizar sequer uma única repetição. Analisando-se Nesse sentido, Abrantes et al.(22) relataram que a região Sudeste
o conjunto de todas as idades, verificou-se que somente 11% dos me- tem proporção maior de crianças e adolescentes com sobrepeso e
ninos e 7% das meninas alcançaram o número de repetições mínimas obesidade do que a região Nordeste. Esses dados foram confirmados
proposto pelo referencial adotado pelo presente estudo. Nenhuma posteriormente por Magalhães & Mendonça(23), em estudo conduzido
diferença estatisticamente significativa foi encontrada nas comparações com adolescentes.
entre as proporções (P > 0,05). Vale ressaltar que diversos fatores, tais como a elevada escolaridade
A melhora no teste de desempenho observada no decorrer da e renda familiar e a presença de aparelhos de televisão, computadores,
idade no teste de 9MIN começou a ser observada a partir dos nove vídeogames e telefones nas residências, parecem ter associação po-
anos, em ambos os sexos. Entretanto, com base na análise do conjunto sitiva e significante com a presença de sobrepeso e obesidade. Esses
de todas as idades, verificou-se que apenas uma pequena proporção de fatos foram constatados por Oliveira et al.(24), em estudo realizado com
escolares (15% dos meninos e 14% das meninas) conseguiu atender aos escolares pertencentes a escolas públicas e privadas, de cinco a nove
critérios estabelecidos pela AAHPERD(13), sem diferenciação estatística anos, no município de Feira de Santana (BA). Outro achado relevante
entre os sexos (P = 0,80). O que chama a atenção é que nas idades de desse estudo foi o fato de que os alunos de escolas privadas demons-
sete e oito anos nenhum dos escolares investigados conseguiu atingir traram ter 2,5 mais probabilidade de ser obesos do que seus pares de
o critério mínimo proposto (figura 2C). escolas públicas.