A PRAIA VAI CRESCER
MAIS 50 METROS
“LESLIE” - A NOITE MAIS ASSUSTADORA
DE TODOS OS TEMPOS
A
edição n.º 50 da Colecção Pe-
riódicos Locais Mensais, desde o n.º 26
(saído para a rua no dia 24 de Agosto
de 2016), expressa através da recupe-
ração (requalificação?...reabilitação?...)
de “O Palhinhas”, agora com “Com-
panhia”, estava prevista entrar em cir-
culação no passado dia 31 de Outubro.
Mas a famigerada tempestade “Leslie”,
nome a preceito para identificar este
fenómeno da natureza, desabou sobre
esta cidade no dia 13, facto que nos
“obrigou” a alterar o rumo dos aconte-
cimentos, deixando para trás a ideia de
dedicarmos, quase em exclusivo, esta
edição ao Porto da Figueira, com ani-
versário marcado para 30 de Outubro.
Assim, demos conta que muita coisa
se alterou, descontrolou ou modificou
após a passagem da tempestade “Les-
lie”. Embora tivéssemos sido surpreen-
didos pela visita imprevista para todos,
inclusivé a Protecção Civil e o próprio O ESTRANHO CASO
IPMA (Instituto Meteorológico do DA DEMISSÃO
Mar e da Atmosfera), deu-nos para fi- DO COMANDANTE
car em casa, ouvindo barulhos, venta- DOS BOMBEIROS
nias, estampidos, enfim um “chavascal” E COORDENADOR
de tormentas que, se a nós perturbou, DA PROTECÇÃO CIVIL
compreendemos, e de que modo, o re-
colhimento aos seus lares de muito boa
gente ansiosa por saber se os telhados
estariam no sítio, os estores e respec-
tivas janelas em bom estado, tal como
o periquito, o canário, o cão e o gato,
enfim uma situação nunca vista…
Vocês, caros leitores, conhecem a
obra prima do Adriano Santos, vulgo
Pinana, intitulada “O fim do mundo
em cuecas”?... Então, vejamos lá se
têm sorte de a conhecer… Aliás, sorte
foi coisa que não faltou à cidade e suas
gentes na noite de 13 de Outubro. Pe-
rante o que aconteceu, louve-se quem
zelou pela segurança dos cidadãos…
demonstrando serenidade, presença…
de espírito e ausência calculada ao
pormenor. Histórias que se contaram,
viveram, outras que ficam para depois.
Deixem assentar a poeira e logo sabe-
remos se a demissão do coordenador da
Protecção Civil foi a única, ou a pri-
meira de outras que, afinal, não vieram
a acontecer...Oh! Como é bom saber
que nada se sabe… Foi mesmo este o
sentimento que assolava quem deam-
bulou pela cidade no domingo seguin-
te (dia que nunca existiu), procurando
compreender como tudo estava afinal
bem presente, destroços bem à vista,
para que se pudesse perceber o que
aconteceu e como…
Depois, é claro, logo aparecem uns
“chatos” que colocam suspeitas sobre
se “os meios utilizados para prevenir as
consequências da tempestade terão sido
os mais apropriados (cada dia que pas-
sa mostra o contrário)”, “qual o tipo de
alerta que existia no sábado, dia 13?”, e
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número 50
“LESLIE” - A NOITE MAIS ASSUSTADORA
DE TODOS OS TEMPOS
ainda “porque não foram previamente
cancelados o concerto da Carminho,
no CAE?”, e mais uns porquês sobre
“funcionários da Câmara Municipal
(ex-Divisão doAmbiente) não terem
sido colocados em alerta”, ou por-
que não foi activado um “Fundo de
Emergência Municipal?”, ou porque
razão a “ponte não esteve fechada à
circulação de pessoas e veículos?”...
Enfim, um chorrilho de preocupa-
ções, sem necessidade, até porque a
coisa esteve sempre controlada, como
é fácil de constatar. Terá sido mes-
mo uma tempestade, ou um simples
capricho dos deuses, irritados com o
andamento do processo de Tancos,
do BES, ou então do abate das ár-
vores em Buarcos?… Talvez seja por
aqui que a coisa possa assumir uma
maior credibilidade, quem sabe !?...E,
por isso mesmo, iniciámos a nossa...
… VISITAÇÃO AOS LOCAIS
(ALGUNS) DE LAMENTO
ASSOMBRADO
Árvores A natureza encarregou-
-se, do alto da sua sapiência, de dizer
quais as árvores a abater. Mesmo as-
sim houve quem aproveitasse o vento
favorável para decretar o abate de mais
algumas… Entretanto, segundo um
levantamento realizado pela Câmara
Municipal, 60% do património arbó-
reo da cidade foi destruído pela tem-
pestade. Mas, sem dar por ela, a autar-
quia, por causa das árvores, voltava a
alterar o projecto urbanístico da frente
marítima de Buarcos, um processo
sinuoso, tal como a própria obra de
requalificação, reabilitação, revitaliza-
ção, ou o que quiserem chamar-lhe...
Há quem lhe atribua já alguma des-
confiança no acerto da opção tomada.
Torce-se o nariz à circulação rodoviá-
ria prevista, aos efeitos que provocará
no comércio local, agravando as con-
dições de vida e de trabalho, já “adi...
2
vinhadas” pelo aroma que dali emana
- uma obra que se vai construindo...
definhando.
Praia revolta, mais suja, a crescer
- quando é que chega à maioridade?...
E ali continua, sem se recordar do
que foram aqueles temporais em que
as ondas, acercando-se da Torre do
Relógio, constituíram motivo de foto-
grafia e espanto pela força e rapidez
do mar.
Jardim esta cobertura, muito dis-
cutida desde a sua instalação, esteve
uns dias por terra, deixando adivinhar
a sua remoção. Afinal, lá se soergueu e
assim continua com o único objectivo
possível - uma sombra agradável, uma
recolha em tempos chuvosos num jar-
dim muito fustigado pela tempestade.
Largo Luís de Camões à hora
em que esta edição segue para a tipo-
grafia, ainda não foi reposto o tal pai-
nel, já aqui descrito pela sua confusão
comunicativa. Veremos como regressa,
já devidamente corrigido, espera-se...
Edifício “O Trabalho” Será que
se aproveita os efeitos da tempestade e
se desmembra o que, cada vez mais, se
mostra como uma nódoa, uma desa-
gradável imagem que não devia cons-
tar do roteiro de uma cidade. Agora,
apresenta também sinais de evidente
perigo público para quem passa por ali
perto.
O quê??? É mesmo verdade?!
Olhem, dizem-nos aqui ao lado que
este “monstro” foi adquirido por um
consórcio estrangeiro. E agora? Como
vamos passar sem aquilo?...
Terrenos em pousio Agora que
 3
a tempestade empandeirou os tapumes
que de alguma forma ocultavam os
vários terrenos que lamentavelmente
já fazem parte da paisagem citadina é
ocasião para saber porque razão o res-
peito pela cidade está tão maltratado.
Afinal, existem mesmo aterros grátis…
No decurso da estranha “passeata”
constatámos que o painel escultórico,
situado junto à Recepção da Marina,
sofreu um forte abanão no cardume.
Foi, no entanto, uma das peças mais ra-
pidamente recuperadas. No entanto, o
pauzinho miraculoso lá continua, ago-
ra acompanhado por um outro barrote.
Nada como reforçar a segurança.
“LESLIE” - A NOITE MAIS ASSUSTADORA
DE TODOS OS TEMPOS
Vantagens das inesperadas passeatas, obras dispersas por vários lugares da ci- amostra do que se passou na Leirosa.
ocasionais, ou sem dar por ela, são os dade se instalaram, dentro de uma pe- Sem comentários. •
locais revistos, as pessoas que revemos, regrina acção de requalificação (é assim
as simpatias que nutrimos por tudo isto. que escreve e diz, não ?!)
A escultura de Laranjeira Santos , colo- Também o edifício da Câmara Mu-
cada, e bem, junto ao jardim, é o melhor nicipal recorreu às telas plastificadas a
exemplo do que afirmamos. fim de evitar meter água…
Se dúvidas houvesse sobre a violên-
O mesmo se não pode dizer destes cia da tempestade, aqui se regista uma
blocos de cimento que, em determi-
nado período, encheram praças e ruas
deste país. Ei-las, aqui. junto ao Mer-
cado. Sem préstimo visível, a não ser
o embaraço que provocam no trânsito
pedestre. Por favor, não se esqueçam
de colocar pedras deste género que, nas
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número 50
Leslie:
uma tempestade
de consequências...
A
autarquia figueirense criou equipas para apoiar
pessoas carenciadas, afectadas pelo chamado
“temporal desfeito” que se abateu sobre a cida-
de. Para além dos espaços públicos, empresas, equipa-
mentos desportivos e associativos, também os estragos
se fizeram sentir em habitações particulares, incluindo
casas de pessoas, ou agregados familiares com baixos
rendimentos. Para o efeito, foram criadas duas equipas,
compostas por técnicos municipais dos Departamen-
tos de Obras, Urbanismo e Acção Social, no sentido
de detectar, diagnosticar e encaminhar as diferentes
situações para os apoios necessários. Quem não for de-
tectado só tem que se dirigir às sedes das suas Juntas
coisas sérias que cómicas que são / com o céu para baixo e para cima o chão
ninguém pensava nada diferente / Que bom é pensar em outras coisas / e olhar para as coisas noutra posição / as
Pensar de pernas para o ar / é uma grande maneira de pensar / com toda a gente a pensar como toda a gente /
de Freguesias. A avaliação das situações será produzida
posteriormente - ponto positivo para esta iniciativa  do
executivo municipal.
Também a ACIFF se manifestou disponível para “aju-
dar os empresários na recuperação da actividade eco-
nómica do concelho”. Por outro lado, constatou-se a
tardia acção de limpeza da Serra da Boa Viagem. De
facto, no final do mês de Outubro, a necessária limpeza
ainda não se tinha iniciado. Aproveitando a embala-
gem, o presidente da Câmara, perante os danos consi-
deráveis registados no parque de campismo do Caba-
delo, considera que face ao início da requalificação (!)
do Cabedelo estar para breve “o melhor é o parque de
campismo, instalado junto ao mar, não reabrir”.
Outras e melhores novidades...
A
proveitemos, também, para a propósito das ac-
tividades do executivo municipal, registar duas
iniciativas que foram divulgadas com pompa
4
e circunstãncia, e que nos compete também divulgar e
comentar. Futebol e ciclismo foram motivo de regozijo
do pessoal que gosta do futebol de praia e da aprendi-
zagem para andar de bicicleta. Assim ficámos a saber
que  a fase final da Liga Europeia de Futebol de Praia
em 2019 decorrerá na Figueira da Foz. Tal facto, faz-
-nos lembrar os anteriores “mundialitos” do futebol de
praia aqui realizados há muitos anos atrás...
Por outro lado, a assinatura de um protocolo de co-
laboração entre o Município figueirense, a Federação
Portuguesa de Ciclismo e os Agrupamentos de Escolas
do Concelho, irá permitir que o programa “O Ciclis-
mo vai à Escola” aqui se inicie. Aprender a andar de
bicicleta é o desígnio, onde se inclui saber cuidar do
material e conhecer também as regras de segurança. Já
agora talvez não seja destituído informar que não se
deve andar de bicicleta nos passeios, coisa que nesta ci-
dade se tornou moda devido ao facto do paralelepípe-
do constituir um piso com sérias repercussões ao nível
do selim. O transeunte que se acautele... E o ciclista
que pense duzentas vezes antes de subir a Serra da Boa
Viagem, quanto mais a Serra da Estrela, a Senhora da
Graça, ou os Pirinéus... •
Manuel António Pina
 5
está
na hora
J
á muito se disse e fez
sobre a tempestade
Leslie. Haverá ainda
muito por dizer e fazer.
Dois pontos, porém, parecem
certos. Primeiro, a destruição
e os prejuízos foram de uma
grandeza inimaginável.
Segundo, a desgraça que se
abateu sobre a região centro
– e particularmente sobre
o concelho da Figueira da
Foz – poderia ter tomado
dimensões ainda maiores.
Tivesse a tempestade chegado
umas horas mais cedo, em
pleno fim-de-semana com
temperaturas agradáveis, e
possivelmente não se teria
feito o rescaldo sem lamentar
a perda de vidas humanas. De
entre as várias oportunidades
que surgem quando existem
contrariedades e contratempos
– e a tempestade Leslie
trouxe inúmeras! - há uma
que destacaria pelo perigo
que representa diariamente
sobre cidadãos e visitantes: o
Edifício Trabalho. Já muito se
disse sobre o Edifício Trabalho.
Infelizmente, ainda nada se fez.
O Edifício Trabalho, muito mais
que um infeliz erro urbanístico,
é uma tragédia à espera de
acontecer. Uma bomba relógio
em contagem decrescente.
Chega de conversa fiada. Chega
Nota do directório
Para a edição deste número 50, muito
contribuiram opiniões recolhidas, outras
declaradamente fornecidas. Confessa-
mos a surpresa sobre algumas das des-
crições que recebemos. de tal forma que
entendemos não as publicar, sem que
obtivéssemos a versão oficial do muni-
cípio, várias vezes mencionado nessas
mesmas informações. Ao Gabinete de
Comunicação da Presidência enviámos
um breve questionário, sobre diversos
assuntos relacionados com a tempestade.
Até à presente data, e contrariamente ao
que nos havia sido garantido, por moti-
vos que desconhecemos, não obtivemos
quaisquer respostas.
de empurrar com a barriga.
Chega de fingir que nada se
pode fazer. Assobiar para o
lado deixou de ser uma opção.
E se os proprietários do edifício
não se querem mexer, e se os
responsáveis camarários nada
podem fazer, então digam-nos
a nós, cidadãos preocupados
com a sua segurança, o que é
preciso fazer! Não queiram,
por favor, ser coniventes com
este crime. Está na hora de
trabalhar no problema do
Edifício Trabalho. Já! •
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número 50

DIA
DO
PORTO
DA
FIGUEIRA
O
DA FOZ
dia 30 de Outubro consagra o dia
da inauguração dos molhes do Porto da Fi-
gueira. Já lá vão 52 anos desse acontecimen-
to que provocou na cidade toda uma série de
transformações de ordem física e económica.
Das opções tomadas na época até aos dias que
preencheram todos estes anos, importa reter
e analisar aquilo que se fez, que se poderia, ou
não, ter feito. Enfim um manancial de actos
 7

gueira da Foz” estimado em cerca de 16 mi-

lhões de euros.
Outras decisões foram tomadas ralativamen-
te a um concurso de Obra de um novo Edifício
Polivalente a construir no Cais Comercial. Or-
çado em cerca de um milhão de euros, o seu
prazo de construção prevê que em finais de
2019, estará disponível a sua utilização
Outros estudos e concursos foram lançados,
para além de protocolos assinados com en-
tidades do ensino superior(Universidade de
Coimbra e Instituto Politénico de Leiria).
Outras acções estão previstas como,por exem-
plo, as dragagens de manutenção, ou de “in-
jecção” do dragado na componente do reforço
dunar - Praia da Cova Gala.

Toda esta actividade merece uma melhor

identificação. Por tal motivo, continuaremos
ligados à corrente... •

que, mais tarde, ou mais cedo, irá com certe-

za confirmar deliberações, quais os motivos
invocados e as respectivas consequências,
tendo em conta as vantagens e desvantagens
denunciadas, ou não, ao longo destes anos. O
futuro encarregar-se-à, decerto, de desvane-
cer dúvidas, reforçar as opções, ou mesmo re-
velar omissões e/ou decisões mais, ou menos,
correctas.

Este ano, a celebração do aniversário foi pre-

judicada pelos acontecimentos relacionados
com a “Tempestade Leslie”, que cancelou de
imediato as iniciativas previstas. A própria
Ministra do Mar, cuja presença estaria de al-
gum modo assegurada para o dia do aniversá-
rio, teve de alterar a sua agenda, de forma a
ter conhecimento “in loco” da situação que se
verificou no Porto da Figueira da Foz.

No entanto, tendo em vista o projecto de de-

senvolvimento e incremento do Porto da Fi-
gueira, o Conselho de Administração do Por-
to da Figueira da Foz (APFF), reuniu no dia
30 de Outubro para aprovar vários processos
essenciais para o crescimento e valorização
desta estrutura portuária, destinados às di-
ferentes vertentes comercial, piscatória e re-
creativa.

Em resumo, foi aprovada a adjudicação do

“Projecto de Aprofundamento do Porto da
Figueira de Foz”, que inclui o Estudo de Im-
pacte Ambiental. Tudo isto, resulta de uma
resolução do Conselho de Ministros de 24 de
Novembro de 2017, onde foi aprovado o Inves-
timento para a “Melhoria das Acessibilidades
Marítimas e Infra-estruturas no Porto da Fi-

FICHA TÉCNICA Periódicos Mensais Locais nº 50

Directório Colectivo José de Matos Cruz | Joaquim Jordão | João de
Azevedo António Viana | Álvaro Biscaia Morada Rua da República,
114 1º sala 5, 3080-036 Figueira da Foz Edição FLAGRANTETITULO -
Associação Cultural
Colaborações V. Claro | Pedro Silva | Paula B. | Maria do Carmo |
Manu Lobo e Lince d’Alcatra | José Santos | José de Matos-Cruz | José
Carvalho Rodrigues | Joaquim Jordão | João Pedro Mésseder | G.T.V.
| António Viana | Andreia Gouveia | Ana B. | A. Bica | A.A. Menano
Impressão FIG - Indústrias Gráficas, S.A. (Coimbra)
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número 50
Ministra do Mar
classificou
de muito grave
a situação no Porto
da Figueira da Foz
N
a passada quarta-feira, dia
7 de Novembro, Ana Paula
Vitorino, Ministra do Mar,
classificou a situação no porto de
pesca e comercial da Figueira da
Foz de “muito grave”, devido à
passagem da “Tempestade Leslie”,
estimando 5 milhões de euros de
prejuízos. Tendo constatado um
cenário de grande complexidade
no porto comercial, na Docapesca,
na indústria do pescado, bem como
em toda a pesca, na opinião de Ana
Paula Vitorino o valor dos prejuízos
avaliados em cerca de 5 milhões de
euros, ainda não era um dado muito
concreto, devido ao facto de não
se poder de imediato contabilizar
o tempo em que não se vai poder
laborar. A Ministra do Mar estava
esperançada em encontrar uma
“solução integrada de todo o
Governo”, que decorreria na quinta-
feira seguinte, em Conselho de
Ministros, e no qual apresentaria
um levantamento provisório dos
prejuízos e onde seriam decididos
os apoios à reconstrução a fazer nas
áreas acima indicadas.Na sua visita
às zonas afectadas (porto comercial
e porto de pesca), Ana Paula
Vitorino procurou inteirar-se o mais
8
pormenorisadamente possível sobre
as consequências da passagem da
tempestade, tendo particularmente
falado com responsáveis dos
sectores mais atingidos. Luís Leal,
Administrador do Porto da Figueira
da Foz, foi quem recebeu a Ministra
do Mar no porto comercial,
descrevendo-lhe na altura os danos
ali registados. Já no porto de pesca,
foi com António Lé, da Cooperativa
Centro-Litoral, que Ana Paula
Vitorino mais se demorou em ouvir,
fazendo questão em procurar uma
rápida solução para a comunidade
piscatória, ao que terá ouvido um
“faça a sua parte, que nós estamos
já preparados para fazer a nossa, ou
seja iniciarmos uma nova vida de
imediato”. Agora vejam o que iria
no pensamento de ambos, quando
a Ministra do Mar comunicou a
António Lé, na 5ª. feira, dia 8, que
o “Governo a que pertenço tenha
decidido o planeamento de tudo
o que há a fazer para recuperar as
perdas registadas na Figueira da
Foz”. Que melhor notícia se poderia
dar e receber ?!...•
9
12 de Novembro
Manhã
de Antena 1
Hoje. Segunda-feira.
Ligo o rádio da cozinha e ouço o
Nuno Rodrigues, jornalista da esta-
ção de rádio pública, directamente
do Porto de Pesca desta minha ci-
dade.
Passado um mês, milhões de euros
de prejuízos depois, a entrada da
lota, após uma acção de limpeza, só
funciona com serviços minímos.
O Porto de Pesca está basicamente
inoperacional.
Telhados foram arrancados.
Os edifícios destruídos. Curiosa-
mente nenhum barco de pesca foi
afectado.
(O ganha pão garantido).
Entra António Lé na antena da
rádio: apesar do armazém da Doca-
pesca, novinho em folha, pronto a
estrear, ter ficado completamente
destruído (e de se terem perdido
700 mil euros), as palavras são
bem claras: “Graças a Deus não
perdemos vida nenhuma”. Gaba o
empenhamento extraordinário da
Ministra do Mar sobre esta tragé-
dia e pede “mais quota [de pesca],
mais capacidade de trabalho”.
Diz REERGUER. Frisa bem esta
palavra.
(Os pescadores são bravos.) •
A.B.
Ai, esta cinza nua
que me ferve o coração
José de Matos-Cruz
Agosto de 1972
M
anhã de Domingo em Folhadela,
poucas horas depois da missa. Já
estava bem abafado. Paroquianos
dispersos permaneciam ainda no adro da
igreja. Sobretudo mulheres a carpir os últimos
horrores daquele Verão infernal. Alguns metros
mais abaixo era o quartel dos Bombeiros
Voluntários.
O cão Farrusco urinou numa das árvores
ressequidas. Infelizmente havia pouca água para
regá-las. Assim, o pobre do animal quase não
tinha sombra. Manecas Constâncio saiu lá de
dentro, fardado. Ainda a pôr a camisa por baixo
das calças, mas a barriga estorvava. Estafado,
de nada lhe valeram umas três horas de sono.
Deslizou a mão pelo capô da ambulância, cheio
de fuligem. O abade passou em frente, depois o
sacristão a mancar. Propôs-
-lhe irem beber umas bejecas. Manecas
encolheu os ombros: «Agora não posso pai,
estou de piquete. Mas se calhar, e não houver
chatices, passo lá logo e sou eu que pago!»
Depois, aproximou-se a Fulgência, filha da
Se Deolinda Salema e o Farrusco ergueu a
cabeça. Instintivamente, pelo cheiro. Porém, o
cansaço era maior. Gemeu, lambendo a pata
ferida e chamuscada, logo voltando à posição
original. No Manecas, a impressão foi maior.
Sorriu ostensivamente para a moça, que não lhe
correspondeu. Já ela ia longe, quando voltou a
sentar-se no pneu encostado à parede. Raspou
as mãos uma na outra, até quase fazerem
faísca. As pernas tremiam-lhe, mas o Manecas
levantou-se. Lá dentro haveria outra malta, só
que ninguém era como ele. Com o seu furor,
que lhe ardia no peito. Chegou ao pé do cacifo,
onde tinha à balda as suas tralhas de cantoneiro.
Manecas tirou da prateleira o que precisava:
uma caixa de fósforos, um coto de vela e aquela
coisa embrulhada numa prata, que sempre lhe
fazia lembrar sulfato. Meteu tudo no bolso e
saiu sem olhar o Farrusco nem dizer água vai...
Também, a quem? Quem tinha consideração
pelos Soldados da Paz? Só se lembravam deles
quando as chamas começavam a queimar-lhes
as fraldas da casa. Sim, sim, só depois é que
punham as barbas de molho. As memórias do
fogo, as emoções fortes, iam em desfilada pela
cabeça do Manecas, que avançara umas boas
centenas de metros na estrada. Seguia à beira
e, de vez em quando, dava uns pontapés numas
ervas daninhas. Defeito da profissão, quem sabe.
Manecas chegou ao Cabeço da Rola, o seu lugar
preferido. Foi para trás de um matagal. Pouco
depois brilhava de lá um rastilho. «Carago,
daqui a bocado toca a sirene, e vem por aí acima
o rebuliço todo!» Cresceram fumo e labaredas.
Línguas brilhantes saltitavam das folhas,
coleando-se às árvores. Mijado pela volúpia,
o Manecas não cabia em tanto frenesim.
Rodopiando sem tino. Como se inalasse toda
a sensualidade da Fulgência. Manecas agarrou
num pedaço de lume com a cova da mão e
engoliu-o. Um corvo rasou a grasnar, e ouviam-
se cada vez mais estalidos secos. Os pinheiros
pareciam menos inebriados que os eucaliptos.
As revoadas de vento semeavam o mar fulvo...
Folhadela. Alto Minho. Na Natureza, era de tal
forma a luz intensa que o Manecas se eclipsou,
humanamente. Com a alma abrasada, ao sol
inundado como num solstício de Inverno. •
Os EntreTantos
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10
número 50

Museu Municipal
Até 31 Agosto 2019
3.ª a 6.ª: 09h30- 17h00
Sábados: 14h00 -19h00
Reviver Mário Augusto
coleção do MMSR
Sala Exp. Temp. 2
Biblioteca Municipal
22 de novembro | 20h00
9º Aniv. das 5.ºas de leitura
Jantar Literário com:
Afonso Cruz, António
Tavares, Gonçalo Cadilhe,
Maria Manuel Viana e Nuno
Camarneiro
24 de novembro | 16h30
Apresentação do livro
“Raul Brandão E(M)
Guimarães”, F .C. Miguel e
Álvaro Nunes
CAE 31 de outubro
a 2 de dezembro
CINEMA 8º Salão Internacional
Pequeno Auditório Arte Pequeno Formato
20x20
16 de novembro | 21h30 AAAGP - Associação da
Fim de Semana no Amizade e das Artes Galego
Ascensor Portugueses
de Louis Mall Sala Zé Penicheiro
com Jeanne Moreau,
Maurice Ronet, Georges MÚSICA
Poujouly
Drama, França, 1958 16 de novembro | 23h00
Janeiro Café Concerto
MATINÉS DO CAE Jardim Interior
Ciclo “Cinema de Autor”
21 de novembro | 14h30 17 de novembro | 21h30
Amanhã Paulo de Carvalho
de Mélanie Laurent, Cyril Informal
Dion Documentário Grande Auditório
França, 2015
28 de novembro | 14h30 7 de dezembro | 21h30
Coisa ruim Ary, O Poeta das
de Tiago Guedes CançõesTributo a José
Drama Carlos Ary dos Santos
Portugal, 2006 Grande Auditório
EXPOSIÇÕES
TEATRO
Até 13 de janeiro 14 de novembro | 14h30
Sala 2 Ink!
Conceição Ruivo CR Grande Auditório
50 Anos em Arte
23 de novembro | 21h30
19 de novembro 24 - 25 de nov | 16h00
a 13 de janeiro Eu saio na próxima,
e você?
de Filipe La Féria
com Marina Mota e João
Baião
Grande Auditório
30 de novembro | 21h30
1 de dezembro | 21h30
Luís Câmara Baixa Terapia
e Carlos Lopes Franco Uma Comédia no Divã
Cuba, Ano Zero? Com António Fagundes
Sala Afonso Cruz e Sala 3 Grande Auditório
Caras Direitas MANU LOBO & LINCE D’ALCATRA
TEATRO
18 de novembro | 16h00
“Quando o
Homem Lavrava o Mar”
de Fernando Mota
Com a participação
do Grupo de Cantares
Praia Mar
Casino
15 de novembro | 23h00
Royal - Bar & Emotion
Tarot
Pop, Soul & Rock
Concertos de Natal 2018
16 de novembro | 23h00
Luís Costa Igrejas do Concelho
Caricatura 2 de dezembro | 16h00
Igreja Paroquial de N. Sra.da
22 de novembro | 23h00
Conceição em Lavos
Royal - Bar & Emotion
Flautas de Sá Coro de Câmara Canticus
Standars nacionais e Camerae da Assembleia
internacionais
Figueirense
23 de novembro | 23h00
Royal - Bar & Emotion 9 de dezembro | 16h00
Adriana Mendes Igreja Paroquial de São
Covers
Teotónio em Brenha
23 de novembro | 23h00 Coral João Mendes
Royal - Bar & Emotion (Grupo de Instrução Musical
Adriana Mendes
da Fontela)
Covers

ADVOGADOS CAFÉS ELECTRO MODA /VESTUÁRIO PEIXE Wellington

João Pedrosa Russo PASTELARIAS/ PADARIAS DOMÉSTICOS Beljor Peixaria Lena Ristorante Italiano
Rua do Paço, n.º 1 Dionísio Somaro R. Dr. José Jardim Mercado Municipal Rua Dr. Calado
Rua Dr. Luís Carriço Av. Saraiva de Carvalho Roupa Nova
BEBIDAS Rainha Largo do Carvão PUBLICIDADE SAPATARIAS
Rótulos & Expressões R. da República FARMÁCIAS Sea and Ships E DECORAÇÕES Sapataria Quaresma
R. da República R. 10 de Agosto Central Av. Saraiva de Carvalho Ondarte Cais d’Alfândega
R. da República Rua dos Bombeiros Voluntários R. 5 de Outubro
CAFÉS / CARNES E AFINS Faria MOLDURAS

Este
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Praça 8 de Maio Praça Luis de Camões Rua do Paço R. do Paço Cais d’Alfândega
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Praça 8 de Maio
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Cais d’Alfândega R. da República Av. 25 de Abril Primótica CAE TIPOGRAFIAS
Império Emanha 2 R. da República Picadeiro Fozgráfica
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Largo Dr. Nunes Av. Saraiva de Carvalho LIVRARIA Praça 8 de Maio Praça Velha
Pharmácia Miguel de Carvalho R. 5 de Outubro (Buarcos) Taverna Ti João
R. Liberdade DOCUMENTAÇÃO R. de “O Figueirense” Rua Poeta Acácio Antunes, 7
Príncipe Real Marcil
R. da República R. Dr. José Jardim
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PRONTUÁRiO tório Ibérico de Nanotecnologia/
LIN.
20JUL-23SET2018
OUSADIAS Em Lisboa, Galeria da Boavista
apresenta Pálpembrana - expo-
sição de escultura, instalação e
filme de Alice dos Reis, sendo
UM DELICIOSO IMAGINÁRIO
JOSÉ DE MATOS-CRUZ
a 17 de Fevereiro de 1830, no Rio
de Janeiro, aos 67 anos. Tinha
nascido em Lisboa, a 24 de Mar-
ço de 1762.30MAR2013 - Diá-
rio de Notícias
VISTORiA
17FEV1930-2015
Ruth Barbara Rendell, aliás Ruth
Rendell: Escritora inglesa de ro-
mances policiais, criadora do Ins-
pector Reginald Wexford - «Uma
observadora elegante e perspicaz
da sociedade, muitos dos seus
premiados thrillers e mistérios
Realizou a sua primeira exposição
individual na Galeria Quadrante/
Lisboa, em 1968. Nos anos que
se seguiram, realizou várias enco-
mendas para tapeçaria e, no cam-
po da pintura, efectuou intensa
pesquisa numa linguagem pop,
que nunca veio a público. Em

Uma das mais fascinantes e ta-
lentosas duplas artísticas, na
banda desenhada de expressão
europeia, Schuiten & Peeters for-
mam uma parceria quase mítica
pela singular e deslumbrante obra
publicada. Sob original chancela
Casterman, Memórias do Eter-
no Presente (1993), do ciclo Les
Cités Obscures, propõe uma va-
riação sobre o universo do filme
Taxandria de Raoul Servais, do
qual Benoît Peeters foi co-ar-
gumentista, sendo a concepção
gráfica de François Schuiten. Es-
tamos no País do Eterno Presen-
te, seguindo a passagem de Aimé
- um miúdo libertário, como
sempre atrasado de manhã, ao ir
para a escola - pelas ruas e edi-
fícios dessa fantástica metrópole,
solitária e arruinada. Uma histó-
ria que Aimé nos revela, curioso
e ousado, enquanto protagoniza
um futuro virtual… Com uma al-
ternativa titular em Memórias do
Eterno Retorno, eis a prodigiosa
arquitectura do imaginário - ple-
na de referências irónicas e ale-
góricas, pela magistral recriação
de Schuiten & Peeters. Segundo
este, «a partir da banda desenha-
da, podemos referenciar outras
famílias de imagem. Desde logo,
há uma relação privilegiada com
os filmes clássicos».
CALENDÁRiO
18Abr.1918-19Jul.2018
Shinobu Hashimoto: Cineasta
japonês, realizador e produtor, ar-
gumentista (de Akira Kurosawa:
Às Portas do Inferno/Rashomon
- 1950 e Os Sete Samurais/Shi-
chinin no Samurai - 1954) - «A
mera partilha de argumentos não
gera clássicos ou obras-primas,
mas evita certas incongruências,
que não escapam ao cuidado de
vários olhares» (2006).
13JUL-06OUT2018
Em Braga, Gnration apresenta
All the Way Down - instalação
de Matthew Biederman (EUA),
integrada no programa Scale Tra-
vels, em parceria com o Labora-
curadores Sara Antónia Matos e
Pedro Faro.
23JUL-30SET2018
Em Matosinhos, Terminal de
Cruzeiros do Porto de Leixões
apresenta A Conspiração das
Formas - exposição colectiva /
selecção de Obras da Colecção
de Serralves, sendo curadora Ga-
briela Vaz-Pinheiro.
26JUL2018-31DEZ2019
Em Lisboa, Museu Nacional de
História Natural e da Ciência
apresenta Moranças | Habitats
Tradicionais da Guiné-Bissau -
exposição de fotografia e desenho
(1959-1960) de Fernando Schia-
ppa Campos, António Saragga
Seabra e Amadeu de Castilho
Soares, sendo curadores Catarina
Mateus e João Santos.
27JUL-14SET2018
Em Lisboa, Galeria Abysmo
apresenta Ilustração Portuguesa
- exposição colectiva de trabalhos
publicados em 2017-2018.
06-09SET2018
Passeio Marítimo de Algés apre-
senta a quinta edição de Comic
Con Portugal - megaevento cul-
tural promovido por City Con-
ventions in the Yard, incluindo
cinema, televisão, banda dese-
nhada, literatura, o mundo do
cosplay, gaming, new media, mú-
sica, Pop Asia e expositores.
SUMÁRiO
Marcos Portugal
Aos nove anos, Marcos António
da Fonseca Portugal ingressou
no Seminário da Patriarcal de
Lisboa, onde estudou com João
de Sousa Carvalho. Viveu oito
anos em Itália, de Setembro de
1792 até 1800. Aí estreou pelo
menos 21 óperas, a maior par-
te delas bufas, com um sucesso
sem precedentes, e milhares de
representações.No Rio de Janei-
ro, juntou-se à coroa real portu-
guesa, por vontade expressa de
D. João VI. Chega ali em 1811,
compondo sobretudo música sa-
cra.Com a saúde debilitada, não
acompanhou a corte no regresso
a Lisboa. Compôs um Hino da
Independência do Brasil, cantado
durante dezenas de anos.Morreu
psicológicos de crime sublinha- 1972, publicou o álbum de ban-
ram as causas ela apoiava» (Gail da desenhada Wanya, Escala Em
Rebuck). Orongo, com texto de Augusto
Mota. Em 1973, estes mesmos
17FEV1940-1993 artistas concretizaram Copra, a
Nelson Dias: Artista plástico Flor da Memória.Durante a sua
português, ilustrador de Wanya - carreira, Nelson Dias participou
Escala Em Orongo (1972) - «A em inúmeras exposições colecti-
violência que perpassa é sempre vas, em Portugal e no estrangei-
contada em flashback, como re- ro, e realizou várias exposições
cordação - tanto do que vitimou individuais, de que se destacam
Orongo, como do que ocorreu na as últimas: 1989 - Anamnésias
Terra, antes de ter superado uma (Galeria São Francisco - Lisboa),
A Despedida atávica inclinação guerreira». 1990 - Metamorfoses (Galeria
AlfaMixta - Lisboa), 1991- Gé-
Três modos de despedida
 1878-20FEV1960 neses (Galeria Espiral - Oeiras).
Tem o meu bem para mim:
- António Correia de Oliveira: Está representado no Museu Ar-
«Até logo»; «até à vista»;
 Poeta português - «Cristão, um mindo Teixeira Lopes, no museu
Ou «adeus» – É sempre assim. trovador e um cavalheiro. Can- Bello Pinero na Corunha/Espa-
tou, como os maiores, o senti- nha, no Museu da Caixa Geral
«Adeus», é lindo, mas triste;
 mento do Povo, o encanto da de Depósitos e em inúmeras
«Adeus»… A Deus entregamos
 Terra e a fascinação do Céu» colecções particulares. À data do
Nossos destinos: partimos,
 (Caldeira Coelho). seu falecimento, em 26 de Janeiro
Mal sabendo se voltamos. de 1993, fazia parte integrante,
22FEV1900-1983 como Professor Agregado, do
«Até logo», é já mais doce;
 corpo docente da FBA-UL, onde
Tem distancia e ausência, é certo;
 exercia docência desde 1982.Foi
Mas não é nem ano e dia,
 distinguido com o 1º Prémio na
Nem tão-pouco algum deserto. Bienal de Desenho da Coopera-
tiva Árvore (Porto, 1985), o 2º
Vale mais «até à vista»,
 Prémio no Concurso Internacio-
Do que «até logo» ou «adeus»;
 nal de Desenho Perez Villaamil
«À vista», lembra, voltando,
 (Corunha/Espanha, 1988), o 1º
Meus olhos fitos nos teus. Prémio de Desenho na III Bie-
nal de Escultura e Desenho das
Três modos de despedida
 Caldas da Rainha (1991), e o 1º
Tem, assim, o meu Amor;
 Prémio de Pintura no V Concur-
Antes não tivesse tantos!
 so Internacional de Pintura de
Nem um só… Fora melhor. Luís Buñuel Portolés, aliás Luís Freiburg (Alemanha, 1992).
António Correia de Oliveira Buñuel: Cineasta espanhol - «A
nossa memória é nossa consciên-
cia, a nossa razão, a nossa acção, BREVIÁRiO
o nosso sentimento… Sem ela,
MEMÓRiA somos nada. A imaginação é o Dom Quixote edita Vida e Obra
nosso primeiro privilégio, tão de Fernando Pessoa (1888-1935)
inexplicável como o fenómeno de João Gaspar Simões (1903-
16FEV1850-1911 que a provoca». 1987).Dom Quixote edita Isto
Maximiliano Eugénio de Azeve- Não Pode Acontecer Aqui de
do, aliás Maximiliano d’Azeve- Sinclair Lewis (1885-1951); tra-
do: - Escritor e jornalista, militar dução de José Roberto.
português, autor de Histórias das TRAJECTÓRiA
Ilhas - Reminiscências dos Aço-
res e da Madeira (1909) - durante
mais de dez anos, coadjuvou La- NELSON DIAS EXTRAORDINÁRiO
tino Coelho na preparação dos
materiais para a história política
e militar de Portugal nos fins do OS SOBRENATURAIS
Século XVIII e princípios do Sé- Folhetim Aperiódico A ME-
culo XIX. LANCOLIA FIXADO CON-
TROLADOR DE ONDAS
1762-17FEV1830 - 8E no entanto, o fantasma-
Marcos António da Fonseca górico Damião de Magalhães
Portugal, aliás Marcos Portugal: atravessara já Cascais, espantado
Compositor português, e orga- e escorraçado com os sinais dos
nista celebrado de música erudita, tempos, prosseguindo um erradio
com carreira e sucesso internacio- litoral para as bandas de Lisboa.
nal - em 1792, partiu para Itália, Estava, afinal, com o sol em oca-
graças à protecção do príncipe Nasceu em Matosinhos, a 17 de so, nesse cúmulo telúrico que lhe
regente e futuro Rei D. João VI; Fevereiro de 1940. Concluiu o havia sido familiar, Belém, onde e
em 1801, a sua ópera Non Irritare Curso Superior de Pintura em quando se tornava ilíquida a fu-
le Donne foi seleccionada para 1964, na Escola Superior de são de marés, entre Tejo e Atlân-
reabrir o Teatro Italiano de Paris. Belas Artes do Porto/FBA-UP. tico.– Continua