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12/11/2018 Economia criativa gera desenvolvimento - 14/11/2018 - Opinião - Folha

OPINIÃO (HTTPS://WWW1.FOLHA.UOL.COM.BR/OPINIAO/) SÉRGIO SÁ LEITÃO

Economia criativa gera desenvolvimento


Cultura deve ser tratada com a devida importância

O ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, em evento no Rio, em setembro - Ricardo Borges -


20.set.18/Folhapress

14.nov.2018 às 2h00
Atualizado: 14.nov.2018 às 18h40

EDIÇÃO IMPRESSA (https://www1.folha.uol.com.br/fsp/fac-simile/2018/11/14/)

Sérgio Sá Leitão

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12/11/2018 Economia criativa gera desenvolvimento - 14/11/2018 - Opinião - Folha

As atividades culturais e criativas são vocações da sociedade brasileira e


constituem um setor dinâmico da economia e da vida social do país.
Apresentam elevado impacto sobre a geração de renda, emprego,
exportação, valor agregado e arrecadação de impostos. Têm ainda uma
influência crescente no dia a dia dos cidadãos, contribuindo decisivamente
para sua formação e qualificação, o reforço dos elos identitários e a
construção de uma imagem positiva do Brasil. Produzem ativos com duplo
benefício: econômico e social.

São vitais também para o crescimento de outros setores, como o turismo, a


tecnologia e as telecomunicações. Constituem, portanto, um vetor de
promoção de desenvolvimento, para o qual o Brasil demonstra imenso
potencial.

O país tem poucos competidores em termos de intensidade e diversidade


culturais. Reúne, portanto, todas as condições para se tornar uma das
maiores potências culturais e criativas do mundo no século 21. Para isso,
devem-se aproveitar melhor e rentabilizar ainda mais seus inúmeros ativos
nesta área.

Apesar da relevância do setor e do sentido estratégico da política pública de


cultura, o tema foi poucas vezes abordado na campanha eleitoral. É sintoma
de algo maior. Boa parte da sociedade ainda não vê essa relevância. Não
entende o fomento público à cultura como investimento de alto retorno (em
vez de gasto). Desconhece os números que atestam o excelente desempenho
da economia criativa brasileira e tende a tratá-la como secundária.

Nos últimos dois anos, o Ministério da Cultura procurou fazer a sua parte,
adotando como eixo central de atuação o reconhecimento, a valorização e o
estímulo à dimensão econômica das atividades culturais e criativas,
procurando evidenciar e aprofundar as contribuições do setor para o nosso
desenvolvimento.

Sem deixar de lado as demais dimensões, sobretudo no que diz respeito à


preservação e à revitalização do patrimônio cultural, material e imaterial; e à

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ampliação do grau de acesso a bens e serviços culturais.

Diversos programas e ações foram criados ou aperfeiçoados para dar uma


consequência prática a essa decisão. E a dimensão econômica foi incluída em
todas as iniciativas. Nada mais natural, considerando que as atividades
culturais e criativas geram 2,64% do PIB brasileiro e são responsáveis por
mais de um milhão de empregos formais diretos, segundo estudo da
Federação das Indústrias do Rio de Janeiro.

Há no setor cerca de 250 mil empresas e instituições. E um imenso potencial


de crescimento, que pode ser maximizado. Nos últimos cinco anos, a taxa
média de crescimento foi de 9,1% ao ano.

O MinC cumpre hoje papel significativo no estímulo ao crescimento da


economia criativa e à valorização e preservação do patrimônio cultural,
assim como na ampliação do acesso a bens e serviços culturais e criativos. A
missão, a visão e as diretrizes definidas no planejamento feito no início desta
gestão efetivamente se materializaram ao longo de 2017 e 2018, constituindo
um acervo expressivo de realizações, com absoluto zelo pela coisa pública.
Vamos entregar ao novo governo um MinC mais estruturado e mais eficiente
e eficaz. O passivo foi reduzido. A gestão, aperfeiçoada. O diálogo, ampliado.
E os resultados, elevados.

Este trabalho deve ser mantido e aprofundado, de modo a potencializar a


política cultural, estimular o crescimento da economia criativa brasileira,
valorizar e preservar o nosso patrimônio e expandir o mercado,
contribuindo ainda mais para o desenvolvimento do país.

Não podemos nos dar ao luxo de desperdiçar esta vocação. Trata-se de um


diferencial competitivo do Brasil, convergente com as características do
capitalismo pós-industrial do século 21 e da revolução digital. Torço para que
o novo governo trate o tema (https://www1.folha.uol.com.br/colunas/monicabergamo/2018/10/chance-de-
sergio-sa-leitao-ficar-no-comando-da-cultura-com-bolsonaro-e-remota.shtml) à altura de sua importância.

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