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CONSTITUIÇÃO

Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos
Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à
previdência e à assistência social.
Compete ao Poder Público, organizar a seguridade social, com base nos seguintes objetivos:I -
universalidade da cobertura e do atendimento;II - uniformidade e equivalência dos benefícios e
serviços às populações urbanas e rurais;III - seletividade e distributividade na prestação dos
benefícios e serviços;IV - irredutibilidade do valor dos benefícios;V - eqüidade na forma de
participação no custeio;VI - diversidade da base de financiamento;VII - caráter democrático e
descentralizado da administração, mediante gestão quadripartite, com participação dos
trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados.
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos
termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: I - do empregador, da empresa e
da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre: a) a folha de salários e demais
rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste
serviço, mesmo sem vínculo empregatício; b) a receita ou o faturamento; c) o lucro; II - do
trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo contribuição sobre
aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social, III - sobre a receita de
concursos de prognósticos. IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar. As
receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios destinadas à seguridade social constarão
dos respectivos orçamentos, não integrando o orçamento da União. A proposta de orçamento da
seguridade social será elaborada de forma integrada pelos órgãos responsáveis pela saúde,
previdência social e assistência social, tendo em vista as metas e prioridades estabelecidas na
lei de diretrizes orçamentárias, assegurada a cada área a gestão de seus recursos. Nenhum
benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado, majorado ou estendido sem a
correspondente fonte de custeio total. As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão
ser exigidas após decorridos noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído
ou modificado São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes
de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei. Art. 196. A saúde é direito
de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à
redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e
serviços para sua promoção, proteção e recuperação.
Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao Poder Público
dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução
ser feita diretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito
privado. Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e
hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes:I -
descentralização, com direção única em cada esfera de governo;II - atendimento integral, com
prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais;III - participação
da comunidade. O sistema único de saúde será financiado, nos termos do art. 195, com recursos
do orçamento da seguridade social, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, além de outras fontes. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
aplicarão, anualmente, em ações e serviços públicos de saúde recursos mínimos derivados da
aplicação de percentuais calculados sobre: I - no caso da União, a receita corrente líquida do
respectivo exercício financeiro, não podendo ser inferior a 15% (quinze por cento); Lei
complementar, que será reavaliada pelo menos a cada cinco anos. Os gestores locais do sistema
único de saúde poderão admitir agentes comunitários de saúde e agentes de combate às
endemias por meio de processo seletivo público, de acordo com a natureza e complexidade de
suas atribuições e requisitos específicos para sua atuação. Lei federal disporá sobre o regime
jurídico, o piso salarial profissional nacional, as diretrizes para os Planos de Carreira e a
regulamentação das atividades de agente comunitário de saúde e agente de combate às
endemias, competindo à União, nos termos da lei, prestar assistência financeira complementar
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, para o cumprimento do referido piso salarial.Art.
199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada. As instituições privadas poderão participar
de forma complementar do sistema único de saúde, segundo diretrizes deste, mediante contrato
de direito público ou convênio, tendo preferência as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos.
- É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou capitais estrangeiros na assistência à
saúde no País, salvo nos casos previstos em lei. Art. 200. Ao sistema único de saúde compete,
além de outras atribuições, nos termos da lei: I - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e
substâncias de interesse para a saúde e participar da produção de medicamentos,
equipamentos, imunobiológicos, hemoderivados e outros insumos;II - executar as ações de
vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de saúde do trabalhador;III - ordenar a
formação de recursos humanos na área de saúde;IV - participar da formulação da política e da
execução das ações de saneamento básico;V - incrementar, em sua área de atuação, o desenvolvimento
científico e tecnológico e a inovação;VI - fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle
de seu teor nutricional, bem como bebidas e águas para consumo humano;VII - participar do
controle e fiscalização da produção, transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos
psicoativos, tóxicos e radioativos;VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele
compreendido o do trabalho.

LEI 8142/90
A Conferência de Saúde reunir-se-á a cada quatro anos com a representação dos vários
segmentos sociais, para avaliar a situação de saúde e propor as diretrizes para a formulação da
política de saúde nos níveis correspondentes, convocada pelo Poder Executivo ou,
extraordinariamente, por esta ou pelo Conselho de Saúde.
O Conselho de Saúde, em caráter permanente e deliberativo, órgão colegiado composto por
representantes do governo, prestadores de serviço, profissionais de saúde e usuários, atua na
formulação de estratégias e no controle da execução da política de saúde na instância
correspondente, inclusive nos aspectos econômicos e financeiros, cujas decisões serão
homologadas pelo chefe do poder legalmente constituído em cada esfera do governo.
O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional de Secretários
Municipais de Saúde (Conasems) terão representação no Conselho Nacional de Saúde.
A representação dos usuários nos Conselhos de Saúde e Conferências será paritária em
relação ao conjunto dos demais segmentos.
As Conferências de Saúde e os Conselhos de Saúde terão sua organização e normas de
funcionamento definidas em regimento próprio, aprovadas pelo respectivo conselho.

Os recursos do Fundo Nacional de Saúde (FNS) serão alocados como:


I - despesas de custeio e de capital do Ministério da Saúde, seus órgãos e entidades, da
administração direta e indireta; II - investimentos previstos em lei orçamentária, de iniciativa do
Poder Legislativo e aprovados pelo Congresso Nacional; III - investimentos previstos no Plano
Qüinqüenal do Ministério da Saúde; IV - cobertura das ações e serviços de saúde (investimentos
na rede de serviços, à cobertura assistencial ambulatorial e hospitalar e às demais ações de saúde)
a serem implementados pelos Municípios, Estados e Distrito Federal. Os recursos referidos no
serão repassados de forma regular e automática para os Municípios, Estados e Distrito Federal. Os
recursos referidos neste artigo serão destinados, pelo menos setenta por cento, aos Municípios,
afetando-se o restante aos Estados. Para receberem os recursos os Municípios, os Estados e o
Distrito Federal deverão contar com:I - Fundo de Saúde; II - Conselho de Saúde, com composição
paritária. III - plano de saúde;IV - relatórios de gestão que permitam o controle. V - contrapartida de
recursos para a saúde no respectivo orçamento; VI - Comissão de elaboração do Plano de Carreira,
Cargos e Salários (PCCS), previsto o prazo de dois anos para sua implantação. O não
atendimento pelos Municípios, ou pelos Estados, ou pelo Distrito Federal, dos requisitos
estabelecidos neste artigo, implicará em que os recursos concernentes sejam administrados,
respectivamente, pelos Estados ou pela União.

RESOLUÇÃO Nº 453,
O Conselho de Saúde é uma instância colegiada, deliberativa e permanente do Sistema Único de Saúde
(SUS) em cada esfera de Governo, integrante da estrutura organizacional do Ministério da Saúde, da Secretaria
de Saúde dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, com composição, organização e competência
fixadas na Lei no 8.142/90. O processo bem-sucedido de descentralização da saúde promoveu o surgimento de
Conselhos Regionais, Conselhos Locais, Conselhos Distritais de Saúde, incluindo os Conselhos dos Distritos
Sanitários Especiais Indígenas, sob a coordenação dos Conselhos de Saúde da esfera correspondente. Assim, os
Conselhos de Saúde são espaços instituídos de participação da comunidade nas políticas públicas e na
administração da saúde. Como Subsistema da Seguridade Social, o Conselho de Saúde atua na formulação e
proposição de estratégias e no controle da execução das Políticas de Saúde, inclusive nos seus aspectos
econômicos e financeiros. A participação da sociedade organizada, garantida na legislação, torna os
Conselhos de Saúde uma instância privilegiada na proposição, discussão, acompanhamento, deliberação,
avaliação e fiscalização da implementação da Política de Saúde, inclusive nos seus aspectos econômicos e
financeiros. A legislação estabelece, ainda, a composição paritária de usuários em relação ao conjunto dos
demais segmentos representados. O Conselho de Saúde será composto por representantes de entidades,
instituições e movimentos representativos de usuários, de entidades representativas de trabalhadores da área da
saúde, do governo e de entidades representativas de prestadores de serviços de saúde, sendo o seu presidente
eleito entre os membros do Conselho, em reunião plenária. Nos Municípios onde não existem entidades,
instituições e movimentos organizados em número suficiente para compor o Conselho, a eleição da
representação será realizada em plenária no Município, promovida pelo Conselho Municipal de maneira
ampla e democrática. - O número de conselheiros será definido pelos Conselhos de Saúde e constituído em
lei. A composição do Conselhor deverão ser distribuídas da seguinte forma: a)50% de entidades e movimentos
representativos de usuários; b)25% de entidades representativas dos trabalhadores da área de saúde; c)25%
de representação de governo e prestadores de serviços privados conveniados, ou sem fins lucrativos. -
Recomenda-se que, a cada eleição, os segmentos de representações de usuários, trabalhadores e prestadores de
serviços, ao seu critério, promovam a renovação de, no mínimo, 30% de suas entidades representativas. - A
representação nos segmentos deve ser distinta e autônoma em relação aos demais segmentos que compõem o
Conselho, por isso, um profissional com cargo de direção ou de confiança na gestão do SUS, ou como
prestador de serviços de saúde não pode ser representante dos(as) Usuários(as) ou de Trabalhadores(as).
A participação dos membros eleitos do Poder Legislativo, representação do Poder Judiciário e do
Ministério Público, como conselheiros, não é permitida nos Conselhos de Saúde. Quando não houver
Conselho de Saúde constituído ou em atividade no Município, caberá ao Conselho Estadual de Saúde
assumir, junto ao executivo municipal, a convocação e realização da Conferência Municipal de Saúde, que
terá como um de seus objetivos a estruturação e composição do Conselho Municipal. O mesmo será
atribuído ao Conselho Nacional de Saúde, quando não houver Conselho Estadual de Saúde constituído ou
em funcionamento. As funções, como membro do Conselho de Saúde, não serão remuneradas,
considerando-se o seu exercício de relevância pública e, portanto, garante a dispensa do trabalho sem
prejuízo para o conselheiro. Para fins de justificativa junto aos órgãos, entidades competentes e instituições, o
Conselho de Saúde emitirá declaração de participação de seus membros durante o período das reuniões,
representações, capacitações e outras atividades específicas. As três esferas de Governo garantirão autonomia
administrativa para o pleno funcionamento do Conselho de Saúde, dotação orçamentária, autonomia
financeira e organização da secretaria-executiva com a necessária infraestrutura e apoio técnico:
I - cabe ao Conselho de Saúde deliberar em relação à sua estrutura administrativa e o quadro de pessoal;
II - o Conselho de Saúde contará com uma secretaria-executiva coordenada por pessoa preparada para a
função, para o suporte técnico e administrativo, subordinada ao Plenário do Conselho de Saúde, que
definirá sua estrutura e dimensão; III - o Conselho de Saúde decide sobre o seu orçamento; IV - o Plenário do
Conselho de Saúde se reunirá, no mínimo, a cada mês e, extraordinariamente, quando necessário, e terá
como base o seu Regimento Interno. A pauta e o material de apoio às reuniões devem ser encaminhados
aos conselheiros com antecedência mínima de 10 (dez) dias; V - as reuniões plenárias dos Conselhos de Saúde
são abertas ao público e deverão acontecer em espaços e horários que possibilitem a participação da sociedade;
O Conselho de Saúde exerce suas atribuições mediante o funcionamento do Plenário, que, além das comissões
intersetoriais, estabelecidas na Lei no 8.080/90, instalará outras comissões intersetoriais e grupos de trabalho
de conselheiros para ações transitórias.
VII - o Conselho de Saúde constituirá uma Mesa Diretora eleita em Plenário, respeitando a paridade expressa
nesta Resolução; VIII - as decisões do Conselho de Saúde serão adotadas mediante quórum mínimo (metade
mais um) dos seus integrantes, ressalvados os casos regimentais nos quais se exija quórum especial, ou
maioria qualificada de votos; a) entende-se por maioria simples o número inteiro imediatamente superior à
metade dos membros presentes; b) entende-se por maioria absoluta o número inteiro imediatamente superior à
metade de membros do Conselho; c) entende-se por maioria qualificada 2/3 (dois terços) do total de
membros do Conselho; IX - qualquer alteração na organização dos Conselhos de Saúde preservará o que
está garantido em lei e deve ser proposta pelo próprio Conselho e votada em reunião plenária, com quórum
qualificado, para depois ser alterada em seu Regimento Interno e homologada pelo gestor da esfera
correspondente;
A cada três meses, deverá constar dos itens da pauta o pronunciamento do gestor, das respectivas esferas de
governo, para que faça a prestação de contas, em relatório detalhado, sobre andamento do plano de saúde,
agenda da saúde pactuada, relatório de gestão, dados sobre o montante e a forma de aplicação dos recursos, as
auditorias iniciadas e concluídas no período, bem como a produção e a oferta de serviços na rede assistencial
própria, contratada ou conveniada. os Conselhos de Saúde, com a devida justificativa, buscarão auditorias
externas e independentes sobre as contas e atividades do Gestor do SUS; As resoluções serão
obrigatoriamente homologadas pelo chefe do poder constituído em cada esfera de governo, em um prazo de
30 (trinta) dias, dando-se-lhes publicidade oficial. Decorrido o prazo mencionado e não sendo homologada
a resolução e nem enviada justificativa pelo gestor ao Conselho de Saúde com proposta de alteração ou
rejeição a ser apreciada na reunião seguinte, as entidades que integram o Conselho de Saúde podem buscar a
validação das resoluções, recorrendo à justiça e ao Ministério Público, quando necessário.
As Conselhos de Saúde Nacional, Estaduais, Municipais e do Distrito Federal, que têm competências definidas
nas leis federais, bem como em indicações advindas das Conferências de Saúde, compete: I - fortalecer a
participação e o Controle Social no SUS, mobilizar e articular a sociedade de forma permanente na defesa
dos princípios constitucionais que fundamentam o SUS; II - elaborar o Regimento Interno do Conselho e
outras normas de funcionamento; III - discutir, elaborar e aprovar propostas de operacionalização das diretrizes
aprovadas pelas Conferências de Saúde; IV - atuar na formulação e no controle da execução da política de
saúde, incluindo os seus aspectos econômicos e financeiros, e propor estratégias para a sua aplicação aos
setores público e privado; V - definir diretrizes para elaboração dos planos de saúde e deliberar sobre o seu
conteúdo, conforme as diversas situações epidemiológicas e a capacidade organizacional dos serviços; VI -
anualmente deliberar sobre a aprovação ou não do relatório de gestão; VII - estabelecer estratégias e
procedimentos de acompanhamento da gestão do SUS, articulando-se com os demais colegiados, a exemplo
dos de seguridade social, meio ambiente, justiça, educação, trabalho, agricultura, idosos, criança e adolescente
e outros; VIII - proceder à revisão periódica dos planos de saúde; IX - deliberar sobre os programas de saúde e
aprovar projetos a serem encaminhados ao Poder Legislativo, propor a adoção de critérios definidores de
qualidade e resolutividade, atualizando-os face ao processo de incorporação dos avanços científicos e
tecnológicos na área da Saúde; X - a cada quadrimestre deverá constar dos itens da pauta o pronunciamento do
gestor, das respectivas esferas de governo, para que faça a prestação de contas, em relatório detalhado, sobre
andamento do plano de saúde, agenda da saúde pactuada, relatório de gestão, dados sobre o montante e a forma
de aplicação dos recursos, as auditorias iniciadas e concluídas no período, bem como a produção e a oferta de
serviços na rede assistencial própria, contratada ou conveniada, de acordo com a Lei Complementar no
141/2012. XI - avaliar, explicitando os critérios utilizados, a organização e o funcionamento do Sistema Único
de Saúde do SUS; XII - avaliar e deliberar sobre contratos, consórcios e convênios, conforme as diretrizes dos
Planos de Saúde Nacional, Estaduais, do Distrito Federal e Municipais; XIII - acompanhar e controlar a
atuação do setor privado credenciado mediante contrato ou convênio na área de saúde; XIV - aprovar a
proposta orçamentária anual da saúde, tendo em vista as metas e prioridades estabelecidas na Lei de Diretrizes
Orçamentárias, observado o princípio do processo de planejamento e orçamento ascendentes, conforme
legislação vigente; XV - propor critérios para programação e execução financeira e orçamentária dos Fundos
de Saúde e acompanhar a movimentação e destino dos recursos;

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