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UNIVERSIDADE PAULISTA

PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTRUTURAS DE CONCRETO E


FUNDAÇÕES

LEANDRO JOSÉ ISENSEE

DESENVOLVIMENTO DE SOFTWARE PARA ESTIMATIVA


DA CAPACIDADE DE CARGA AXIAL EM ESTACAS TIPO
HÉLICE CONTÍNUA ATRAVÉS DE MÉTODOS SEMI-
EMPÍRICOS COM AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS versus
PROVAS DE CARGA ESTÁTICAS

FLORIANÓPOLIS
2018
LEANDRO JOSÉ ISENSEE

DESENVOLVIMENTO DE SOFTWARE PARA ESTIMATIVA


DA CAPACIDADE DE CARGA AXIAL EM ESTACAS TIPO
HÉLICE CONTÍNUA ATRAVÉS DE MÉTODOS SEMI-
EMPÍRICOS COM AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS versus
PROVAS DE CARGA ESTÁTICAS

Monografia apresentada à Pós-graduação


em Estruturas de Concreto e Fundações,
da Universidade Paulista, como requisito
para obtenção do título de Especialista.

FLORIANÓPOLIS
2018
LEANDRO JOSÉ ISENSEE

DESENVOLVIMENTO DE SOFTWARE PARA ESTIMATIVA


DA CAPACIDADE DE CARGA AXIAL EM ESTACAS TIPO
HÉLICE CONTÍNUA ATRAVÉS DE MÉTODOS SEMI-
EMPÍRICOS COM AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS versus
PROVAS DE CARGA ESTÁTICAS

Monografia apresentada à Pós-graduação


em Estruturas de Concreto e Fundações,
da Universidade Paulista, como requisito
para obtenção do título de Especialista.

Aprovado em: ____/____/____


Resultado: _______________

BANCA EXAMINADORA:
______________________________________/___/___
Prof.
Universidade Paulista - UNIP

______________________________________/___/___
Prof.
Universidade Paulista - UNIP

_____________________________________/___/___
Prof.
Universidade Paulista - UNIP
AGRADECIMENTOS

À toda minha família, em especial a minha esposa Aline, pelo apoio e


compreensão;
A ETEC Engenharia, na figura de Orlando Gomes e André L. Mueller, pelo
contínuo aprendizado;
Aos meus professores e colegas do INBEC/UNIP, por compartilhar o
conhecimento.
RESUMO

Para prever a capacidade de carga em estacas, temos hoje diversos métodos semi-
empíricos brasileiros, porém tem-se a sensação que apenas dois ou três são utilizados
na prática profissional, e limitados a utilização do ensaio SPT. Com isso temos
diversos métodos, frutos de extensa pesquisa, subutilizados e obras de fundações
baseadas em apenas em um tipo de ensaio. O objetivo deste trabalho é colaborar com
o desenvolvimento e confiabilidade das metodologias de previsão de capacidade de
carga através de métodos semi-empíricos em estacas hélice contínua, e abrir o leque
de opções dos projetistas de fundações, permitindo utilizar além do SPT, o CPT e o
SPT-T de forma prática. E de forma complementar, aproveitando a ferramenta,
comparar os valores obtidos no programa com provas de carga. As provas de carga
utilizadas são estáticas, provindas da literatura técnica, e são de diversas regiões do
país, totalizando 19 provas de carga. Para elaboração do programa e para obtenção
das provas de carga, foi utilizada pesquisa teórica, aplicada e bibliográfica, com
métodos fenomenológico e comparativo, através de indexadores na busca por artigos
científicos, dissertações de mestrado, teses de doutorado e livros. Ao realizar uma
comparação com outros softwares que também calculam por métodos semi-
empíricos, ou mesmo com o cálculo feito em outros trabalhos, observou-se que muitas
recomendações dos métodos eram ignoradas, principalmente a consideração do
bulbo da ponta. E comparando os resultados obtidos a partir do software desenvolvido
com as provas de carga disponíveis, observou-se que nenhum método sozinho
atenderia aos fatores de segurança mínimos exigidos pela NBR 6122 em todas as
estacas, sendo os que apresentaram mais resultados dentro dos limites da norma,
aqueles que limitavam a tensão admissível, sendo eles Gotlieb et al. e Berberian.
Observou-se ainda que utilizar mais do que um ensaio torna a previsão da capacidade
de carga muito mais segura.

Palavras-chave: Software. Estacas hélice contínua. Capacidade de carga. Métodos


semi-empíricos. Prova de carga estática.
ABSTRACT

To estimate the ultimate vertical capacity of piles, we have several Brazilian semi-
empirical methods, but only two or three are used in professional practice and limited
to use with the SPT test. So, we have several methods, from extensive research
underutilized and foundations based on only one type of test. The objective of this
paper is to collaborate with the development and reliability of the methodologies to
estimate the vertical load capacity through semi-empirical methods in piles type
continuous flight auger, and add more options to foundation designers’, allowing to use
besides SPT, CPT, and SPT-T. To complement, using the software, to compare the
values obtained in the software with load tests. The load tests used are static, from the
technical literature, and are from several regions of the country, totaling 19 load tests.
To elaborate the program and to obtain the load tests, theoretical research,
bibliographic research, and applied research were used. When comparing with other
software or even with the calculation made in other papers, it was observed that many
recommendations of the methods were ignored, and comparing the results obtained
from the software developed with the load tests, it was observed that no single method
would meet the minimum safety coefficients required by NBR 6122. However, the best
evaluated methods were Gottlieb et al. and Berberian. It was also observed that using
more than one test, produces a more secure estimate.

Keywords: Software. Continuous flight auger. Vertical load capacity. Semi-empirical


methods. Static load tests.
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Bulbo para resistência de ponta Monteiro ................................................ 40


Figura 2 – Fluxograma de funcionamento do ECCsEMPIRIC ................................... 45
Figura 3 – Entrada de dados geométricos ................................................................ 46
Figura 4 – Entrada de dados do solo ........................................................................ 48
Figura 5 – Legenda dos solos ................................................................................... 50
Figura 6 – Entrada de dados do solo ........................................................................ 51
Figura 7 – Detalhes dos Métodos.............................................................................. 52
Figura 8 – Continuação da figura 7 ........................................................................... 53
Figura 9 – Detalhes do Bulbo opção A ...................................................................... 55
Figura 10 – Detalhes do bulbo opção B .................................................................... 55
Figura 11 – Fatores 𝜷 Antunes Cabral conforme Magalhães.................................... 56
Figura 12 – Sondagem exemplo ............................................................................... 59
Figura 13 – Exemplo de utilização – Preencher dados ............................................. 60
Figura 14 – Exemplo - Resultado .............................................................................. 61
Figura 15 – Exemplo – Botão gerar estaca ............................................................... 62
Figura 16 – Exemplo – Estaca gerada ...................................................................... 62
Figura 17 – Critério de ruptura de cada método ........................................................ 63
Figura 18 – Prova de carga versus Ensaio SPT - ESTACA 40 ................................. 64
Figura 19 – Prova de carga versus Ensaio SPT - ESTACA 36 ................................. 65
Figura 20 – Prova de carga versus Ensaio SPT - ESTACA EH1 .............................. 66
Figura 21 – Continuação da figura 20 ....................................................................... 66
Figura 22 – Prova de carga versus Ensaio SPT-T - ESTACA EH1 ........................... 67
Figura 23 – Prova de carga versus Ensaio SPT - ESTACA EH2 .............................. 68
Figura 24 – Continuação da figura 23 ....................................................................... 68
Figura 25 – Prova de carga versus Ensaio SPT-T - ESTACA EH2 ........................... 69
Figura 26 – Prova de carga versus Ensaio SPT- ESTACA EH5 ............................... 70
Figura 27 – Continuação da figura 26 ....................................................................... 70
Figura 28 – Prova de carga versus Ensaio SPT- ESTACA EH6 ............................... 71
Figura 29 – Continuação da figura 28 ...................................................................... 72
Figura 30 – Prova de carga versus Ensaio SPT-T - ESTACA EH6 ........................... 73
Figura 31 – Prova de carga versus Ensaio SPT - ESTACA PC02 ............................ 74
Figura 32 – Continuação da figura 31 ....................................................................... 75
Figura 33 – Prova de carga versus Ensaio SPT - ESTACA PC02 - DQ .................... 75
Figura 34 – Prova de carga versus Ensaio SPT - ESTACA PC03 ............................ 76
Figura 35 – Continuação da figura 34 ....................................................................... 77
Figura 36 – Prova de carga versus Ensaio SPT - ESTACA PC03 - DQ .................... 77
Figura 37 – Prova de carga versus Ensaio SPT – ESTACA PC04 ........................... 78
Figura 38 – Continuação da figura 37 ....................................................................... 79
Figura 39 – Prova de carga versus Ensaio SPT - ESTACA PC04 - DQ .................... 79
Figura 40 – Prova de carga versus Ensaio SPT - ESTACA E.H.C 2......................... 80
Figura 41 – Continuação da figura 40 ....................................................................... 81
Figura 42 – Prova de carga versus Ensaio SPT - ESTACA E.H.C 4......................... 82
Figura 43 – Continuação da figura 42 ....................................................................... 82
Figura 44 – Prova de carga versus Ensaio SPT - ESTACA E.H.C 6......................... 83
Figura 45 – Continuação da figura 44 ....................................................................... 84
Figura 46 – Prova de carga versus Ensaio SPT - ESTACA F05 ............................... 85
Figura 47 – Continuação da figura 46 ....................................................................... 86
Figura 48 – Prova de carga versus Ensaio SPT - ESTACA PC-02BR ...................... 87
Figura 49 – Continuação da figura 48 ....................................................................... 88
Figura 50 – Prova de carga versus Ensaio SPT - ESTACA PC-05BR ...................... 89
Figura 51 – Continuação da figura 50 ....................................................................... 89
Figura 52 – Prova de carga versus Ensaio SPT - ESTACA PC-01GO ..................... 90
Figura 53 – Continuação da figura 52 ....................................................................... 90
Figura 54 – Prova de carga versus Ensaio SPT - ESTACA PC-02GO ..................... 91
Figura 55 – Continuação da figura 54 ....................................................................... 92
Figura 56 – Prova de carga versus Ensaio SPT - ESTACA HC1 .............................. 93
Figura 57 – Continuação da figura 56 ....................................................................... 94
Figura 58 – Prova de carga versus Ensaio SPT-T - ESTACA HC1........................... 94
Figura 59 – Prova de carga versus Ensaio CPT - ESTACA HC1 .............................. 95
Figura 60 – Prova de carga versus Ensaio SPT - ESTACA HC3 .............................. 95
Figura 61 – Continuação da figura 60 ....................................................................... 96
Figura 62 – Prova de carga versus Ensaio SPT-T - ESTACA HC3........................... 96
Figura 63 – Prova de carga versus Ensaio CPT - ESTACA HC3 .............................. 97
Figura 64 – Análise geral dos métodos com ensaio SPT .......................................... 98
Figura 65 – Análise geral dos métodos com ensaios SPT-T e CPT.......................... 99
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Capacidades mínimas da mesa rotativa e do guincho ............................. 20


Tabela 2 – Torques mínimos recomendados ............................................................ 20
Tabela 3 - Parâmetros 𝜷′𝟐 e 𝜷′𝟏 ............................................................................... 27
Tabela 4 - Parâmetros 𝜷′𝟐 e 𝜷′𝟏 ajustados por Magalhães (2005)........................... 27
Tabela 5 - Tensão resistente lateral limite e parâmetro 𝜶 Alonso (2000) .................. 29
Tabela 6 - Parâmetro 𝜷 Alonso (2000) ..................................................................... 29
Tabela 7 - Parâmetro 𝜷 Alonso (1996) ..................................................................... 29
Tabela 8 - Coeficiente K e razão de atrito ................................................................. 31
Tabela 9 - Fator 𝑭𝒑 .................................................................................................. 33
Tabela 10 - Coeficiente C em função do tipo de solo ................................................ 34
Tabela 11 - Fator 𝒌𝒄 para estacas do tipo hélice contínua ........................................ 38
Tabela 12 – Parâmetro 𝜶 para estacas do tipo hélice contínua ................................ 38
Tabela 13 - Resistência lateral limite 𝑓𝑙𝑖𝑚 para estacas do tipo hélice contínua ...... 38
Tabela 14 - Coeficientes de ajuste a, b, c ................................................................. 38
Tabela 15 - Valores de 𝑲 e 𝜶 método Monteiro, 1997 ............................................. 40
Tabela 16 - Coeficiente C em função do tipo de solo ................................................ 42
Tabela 17 - Valores dos coeficientes sλ e Fλ ............................................................ 42
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................. 13
1.1 Objetivos ..................................................................................................... 13
1.1.1 Objetivo geral .............................................................................................. 14
1.1.2 Objetivos específicos ................................................................................. 14
1.2 Justificativa ................................................................................................. 14
1.3 Metodologia ................................................................................................ 15
1.3.1 Estrutura do trabalho ................................................................................. 15

2 ESTIMATIVA DA CAPACIDADE DE CARGA ............................................. 16


2.1 Investigações geotécnicas ........................................................................ 16
2.1.1 SPT – Standard Penetration Test .............................................................. 16
2.1.2 SPT-T – Standard Penetration Test com medição de torque .................. 17
2.1.3 CPT e CPT-U – Cone Penetration Test e Piezocone ................................ 18
2.2 Estacas Hélice Contínua (HC ou CFA) ...................................................... 19
2.2.1 Dimensionamento estrutural ..................................................................... 21
2.3 Prova de carga estática.............................................................................. 22
2.3.1 Extrapolação da curva carga-recalque ..................................................... 22
2.4 Capacidade de carga admissível............................................................... 24
2.5 Métodos semi-empíricos / estatísticos ..................................................... 26
2.5.1 Antunes e Cabral (1996) - SPT ................................................................... 26
2.5.2 Alonso (1996, 2000) – SPT-T ...................................................................... 28
2.5.3 Aoki-Velloso 1975 (1985, 1994, 1999, 2010) – CPT e SPT ........................ 30
2.5.4 Berberian 2003 - SPT .................................................................................. 32
2.5.5 Decourt e Quaresma 1978 (1982, 1996) - SPT .......................................... 34
2.5.6 Gotlieb et al. (2000) - SPT ........................................................................... 35
2.5.7 Karez e Rocha (2000) - SPT ....................................................................... 36
2.5.8 LPC ou LCPC (2013) - CPT ......................................................................... 37
2.5.9 Monteiro (1997) - SPT ................................................................................. 38
2.5.10 Peixoto (2001) – SPT-T+SPT ...................................................................... 41
2.5.11 Vorcaro e Velloso (2000) - SPT .................................................................. 43
2.5.12 UFRGS (2005) - SPT.................................................................................... 44
3 SOFTWARE ECCsEMPIRIC ........................................................................ 45
3.1 Telas do ECCsEMPIRIC .............................................................................. 46
3.1.1 Entrada de dados........................................................................................ 46
3.1.2 Resultados .................................................................................................. 51
3.2 Considerações adotadas ........................................................................... 54
3.2.1 Considerações para o método Antunes e Cabral .................................... 56
3.2.2 Considerações para o método Berberian................................................. 56
3.2.3 Considerações para o método Decourt e Quaresma .............................. 57
3.2.4 Considerações para o método Gotlieb et al. ............................................ 57
3.2.5 Considerações para o método LCPC........................................................ 57
3.2.6 Considerações para o método Monteiro .................................................. 58
3.2.7 Considerações para o método Vorcaro e Velloso ................................... 58
3.3 Exemplo de aplicação ................................................................................ 59

4 ANÁLISE DOS RESULTADOS.................................................................... 63


4.1 Provas de carga Lobo (2005) ..................................................................... 64
4.2 Provas de carga Alledi (2013) .................................................................... 65
4.2.1 Estaca EH1 diâmetro 40 cm ....................................................................... 66
4.2.2 Estaca EH2 diâmetro 40 cm ....................................................................... 68
4.2.3 Estaca EH5 diâmetro 40 cm ....................................................................... 69
4.2.4 Estaca EH6 diâmetro 40 cm ....................................................................... 71
4.3 Provas de carga Vieira (2015) .................................................................... 73
4.3.1 Estaca PC02 - REGIÃO 32323 - SPTT 05 - diâmetro 40 cm ..................... 74
4.3.2 Estaca PC03 - REGIÃO 2315 - SPTT 08 - diâmetro 35 cm ....................... 76
4.3.3 Estaca PC04 - REGIÃO 2316 - SP 54 - diâmetro 50 cm............................ 78
4.4 Provas de carga de Almeida Neto (2002) .................................................. 80
4.4.1 Estaca E.H.C 2 – CASO A - diâmetro 40 cm ............................................. 80
4.4.2 Estaca E.H.C 4 – CASO B - diâmetro 40 cm ............................................. 81
4.4.3 Estaca E.H.C 6 – CASO C - diâmetro 40 cm ............................................. 83
4.5 Provas de carga de Hortegal (2011) .......................................................... 84
4.5.1 Estaca F05 - diâmetro 40 cm ..................................................................... 85
4.6 Provas de carga de Magalhães (2005) ...................................................... 86
4.6.1 Estaca PC-02BR - diâmetro 40 cm ............................................................ 87
4.6.2 Estaca PC-05BR - diâmetro 30 cm ............................................................ 88
4.6.3 Estaca PC-01GO - diâmetro 30 cm ............................................................ 90
4.6.4 Estaca PC-02GO - diâmetro 40 cm ............................................................ 91
4.7 Provas de carga de Albuquerque (2001) e Peixoto (2001) ...................... 92
4.7.1 Estaca HC1 - diâmetro 40 cm..................................................................... 93
4.7.2 Estaca HC3 - diâmetro 40 cm..................................................................... 95
4.8 Análise geral das estacas com ensaio SPT ............................................. 97
4.9 Análise geral das estacas com ensaio SPT-T e CPT ............................... 99

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................... 100

REFERÊNCIAS .......................................................................................... 102


ANEXO A – SONDAGEM ESTACAS 36 e 40 ........................................... 105
ANEXO B – CRITÉRIOS DE RUPTURA ESTACAS 36 e 40 .................... 106
ANEXO C – SONDAGEM SPT - EH1 ........................................................ 107
ANEXO D – SONDAGEM SPT - EH2 ........................................................ 108
ANEXO E – SONDAGEM SPT - EH5 ........................................................ 109
ANEXO F – SONDAGEM SPT - EH6......................................................... 110
ANEXO G – CRITÉRIOS DE RUPTURA - EH1 e EH2 .............................. 111
ANEXO H – CRITÉRIOS DE RUPTURA - EH5 e EH6 .............................. 112
ANEXO I – SONDAGEM SPT - SPTT05, SPTT08..................................... 113
ANEXO J – SONDAGEM SPT - SP54 ....................................................... 114
ANEXO L – CRITÉRIOS RUPTURA – SPTT05, SPTT08, SP54 ............... 115
ANEXO M – PREVISÃO CARGA CASO A, B e C .................................... 116
ANEXO N – SONDAGEM CASO A ........................................................... 117
ANEXO O – SONDAGEM CASO B ........................................................... 118
ANEXO P – SONDAGEM CASO C............................................................ 119
ANEXO Q – SONDAGEM F05 ................................................................... 120
ANEXO R – CRITÉRIO RUPTURA ESTACA F05 ..................................... 121
ANEXO S – RESUMO PROVAS CARGA PC-02BR, PC-05BR, PC-01GO e
PC02GO...................................................................................................... 122
ANEXO T – PROVA DE CARGA E SONDAGEM PC-02BR ..................... 123
ANEXO U – PROVA DE CARGA E SONDAGEM PC-05BR ..................... 124
ANEXO V – PROVA DE CARGA E SONDAGEM PC-01GO ..................... 125
ANEXO X – PROVA DE CARGA E SONDAGEM PC-02GO ..................... 126
ANEXO Z – LOCAÇÃO DOS FUROS DE SONDAGEM SP 9, SP10, SP11,
CE 3 e CE 6................................................................................................. 127
ANEXO AB – LOCAÇÃO DAS ESTACAS HC1 e HC3 ............................. 128
ANEXO AC – LOCAÇÃO DOS FUROS DE SONDAGEM SP.1 = SP 9, SP.2
= SP 10, SP.2 = SP11, CE. 3 e CE.6 ......................................................... 129
ANEXO AD – CARGA DE RUPTURA ESTACAS HC1 e HC3 .................. 130
ANEXO AE – PERFIL SOLO SONDAGENS SP.1, SP.2 e SP.3 ............... 131
ANEXO AF – GOLPES SPT - SP.1, SP.2 e SP.3 ...................................... 132
ANEXO AG – TORQUES SPT-T - SP.1, SP.2 e SP.3 ............................... 133
ANEXO AH – ENSAIO CE.3 e CE.6 .......................................................... 134
13

1 INTRODUÇÃO

A interação solo-estrutura é ainda repleta de incertezas, e em elementos de


fundação como as estacas, é onde essas incertezas precisam ser eliminadas, ou o
mais próximo disso.
O presente trabalho visa criar uma ferramenta: um software, que possibilite a
utilização de forma eficiente, dos diversos métodos semi-empíricos presentes na
literatura técnica brasileira e internacional para a previsão da capacidade de carga de
estacas hélice continua. Os métodos que são utilizados: Antunes e Cabral, Alonso,
Aoki e Velloso, Decourt e Quaresma, Gotlieb et al., Karez e Rocha, LPC, Monteiro,
Peixoto, Vorcaro e Velloso, UFRGS. E possibilite também a utilização de três ensaios
de campo (SPT, SPT-T e CPT). A partir da programação dos doze métodos e dos três
ensaios, busca-se ampliar as possibilidades do projetista de fundações.
Mas além disso, como o software permitirá tornar o processo de previsão da
capacidade de carga simples, poderão ser realizadas comparações para testar a
confiabilidade dos diversos métodos, comparando suas previsões com resultados de
provas de carga estáticas.
Espera-se que, com essas realizações, os projetos de estacas em hélice
continuam possam ser desenvolvidos de maneira mais rápida e segura.
Para desenvolver o software será utilizado a linguagem de programação
PYTHON, a escolha dessa linguagem deu-se pois é uma linguagem de fácil
aprendizado e com bastante conteúdo disponível em domínio público.

1.1 Objetivos

A seguir serão apresentados os objetivos: geral e específicos.


14

1.1.1 Objetivo geral

Colaborar com o desenvolvimento e confiabilidade das metodologias de


previsão de capacidade de carga através de métodos semi-empíricos em estacas tipo
hélice contínua.

1.1.2 Objetivos específicos

 Levantar os diferentes tipos de métodos semi-empíricos;


 Interpretar e transcrever os métodos semi-empíricos em linguagem de
programação PYTHON;
 Reunir provas de carga estática em estacas hélice e dados de sondagens;
 Comparar os resultados do programa com as provas de carga;
 Indicar qual método foi mais preciso em cada situação.

1.2 Justificativa

Estacas de modo geral, são elementos onde temos incertezas quanto ao seu
real comportamento, devido principalmente a interação solo-estrutura. Deste modo,
entendesse que quanto maior a quantidade de dados disponíveis para elaborar um
projeto de fundações, mais confiável ele será.
No Brasil há vários métodos semi-empíricos, baseados em provas de carga de
diversas regiões do país, mas a prática profissional utiliza apenas os mais conhecidos.
Assim como há diversos ensaios geotécnicos, mas basicamente utiliza-se apenas o
SPT.
Este estudo visa suprir essas duas carências, a falta de softwares que utilizem
demais ensaios além do SPT e utilize mais métodos além dos mais conhecidos.
15

Desenvolvendo um programa que possa efetuar o cálculo por doze métodos semi-
empíricos, e por três ensaios geotécnicos.

1.3 Metodologia

Neste trabalho foi utiliza pesquisa teórica, aplicada e bibliográfica. Os métodos


utilizados foram o fenomenológico e comparativo, através de indexadores na busca
por artigos científicos, dissertações de mestrado, teses de doutorado e livros.

1.3.1 Estrutura do trabalho

O estudo estrutura-se da seguinte forma:


1. Capitulo 1: Tema, objetivos, justificativa e metodologia;
2. Capitulo 2: Apresentação dos aspectos relevantes que envolvem os ensaios
geotécnicos, a execução de uma estaca hélice, os métodos semi-empíricos, e
as provas de carga estáticas;
3. Capitulo 3: Apresentação do funcionamento do software, explicando cada item,
mostrando as considerações adotadas e por fim um exemplo da utilização do
software;
4. Capitulo 4: Apresenta as comparações e análise dos resultados do programa
com resultados obtidos em provas de carga estáticas;
5. Capitulo 5: Conclusão sobre o programa desenvolvido e sobre as comparações
com os demais estudos correlatos.
16

2 ESTIMATIVA DA CAPACIDADE DE CARGA

Neste capitulo são apresentados todos os aspectos relevantes para a


estimativa da capacidade de carga em estacas do tipo hélice contínua.

2.1 Investigações geotécnicas

Conforme Rajapakse (2016), o primeiro passo para realizar um projeto


geotécnico é a visita em campo, seguida de um programa de investigação
subterrânea. A seguir serão mostrados três ensaios de investigação.

2.1.1 SPT – Standard Penetration Test

Conforme Quaresma et al. (2016), o ensaio SPT consiste na cravação de um


amostrador padrão no solo, através de golpes (queda livre de um peso de 65 kg), de
uma altura de 75 cm, realizando este procedimento até a penetração total de 45 cm
do amostrador no solo, onde deve-se contar o número de golpes necessários para
cada 15 cm de penetração. A soma dos golpes para penetração dos últimos 30 cm
(15+15) é designada N. Antes da execução do ensaio é necessário abrir o furo
(profundidade de 1 m) com auxílio de trado, por este motivo a amostra 1 nunca tem
um valor N, este processo se repete a cada metro. Em resumo, este ensaio mede a
resistência (N) oferecida pelo solo à cravação do amostrador padrão, ao longo da
profundidade, retira uma amostra de solo deformada a cada metro, e permite conhecer
o nível d’água.
Segundo Velloso e Lopes (2011), algo importante que deve ser considerado, é
a verificação da energia efetivamente utilizada durante a execução do ensaio, ou seja,
a energia do martelo pode ser reduzida em função de sistemas de polias, cordas ou
motores, interferindo no valor dos resultados. Como exemplo, Quaresma et al. (2016)
cita que no Brasil o sistema mais comum é o manual (embora também exista o
17

processo mecanizado). No sistema manual, quando executado em conformidade com


a NBR 6484, a eficiência é de 72%. Já nos Estados Unidos há uma variedade muito
grande de eficiências, que vai de 40 a 95%, sendo o mais comum 60% (N60). Sendo
assim, conforme os autores citados, é importante identificar junto ao fornecedor do
ensaio a sua eficiência, e com base nela deve-se realizar uma compensação do valor
em função do percentual de eficiência padrão (72%), utilizando uma simples regra de
três nos valores N.

2.1.2 SPT-T – Standard Penetration Test com medição de torque

Conforme Peixoto (2001), o ensaio SPT-T surgiu de uma proposta de Ranzini


(1988), pois segundo ele, é normal o operador do ensaio SPT aplicar um torque a
haste do amostrador para facilitar a retirada. Então ao invés de utilizar uma chave de
grifo, ele utilizaria um torquímetro, que teria a vantagem de medir este torque.
Segundo Quaresma et al. (2016), este ensaio consiste em medir o torque ao
término de cada camada do ensaio SPT. Esta medição é feita adaptando um disco no
próprio aparelho de SPT. O principal indicador que este ensaio fornece é o torque (T),
onde tem-se o torque máximo (Tmáx) e o torque residual ou mínimo (Tmín). O torque
máximo é obviamente a maior leitura obtida, e o torque residual é a leitura que se
mantem constante após um determinado período.
Ainda segundo Quaresma et al. (2016), com base nestes indicadores, obtém-
se o índice de torque (TR), obtido pela divisão do torque medido pelo N do SPT. Com
este parâmetro pode-se detectar informações não detectáveis pelo SPT convencional.
Pode-se citar a detecção de possíveis solos colapsáveis TR >= 2,5, e a interferência
de pedregulhos no valor do SPT (aumento brusco do N sem um paralelo no T).
Conforme Peixoto (2001), as principais limitações deste ensaio são:
 Rompimento das luvas em solos com índices de resistência elevados;
 Exigência de muito esforço físico dos operadores em solos compactos;
 Aumento do tempo do ensaio (em torno de 1 a 2 minutos por camada).
18

2.1.3 CPT e CPT-U – Cone Penetration Test e Piezocone

Conforme Das (2016) e Velloso e Lopes (2011), na sua versão original, este
ensaio consiste na penetração (com auxílio de equipamentos externos) de uma haste
com ponta cônica, com área de ponta de 10 cm² e ângulo do cone de 60°, que é
empurrado a uma taxa constante de 20 mm / segundo.
Quaresma et al. (2016) comentam que este ensaio foi sendo modificado ao
longo dos anos desde seu surgimento em 1930. Atualmente o ensaio mais comum no
Brasil é o cone elétrico com medição de atrito lateral, embora segundo o autor ainda
existam ensaios com o cone denominado mecânico. No ensaio de cone elétrico, tanto
a resistência de ponta (𝑞 ) quanto a resistência lateral (𝑓 ) são medidas ao longo da
profundidade através de células de carga, sendo a segunda através de uma luva
situada próximo a ponta do cone.
Conforme Quaresma et al. (2016), temos hoje o chamado CPT-U, que é a
incorporação da leitura da poro-pressão no ensaio através de elementos porosos
conectados a circuitos elétricos, chamado de piezocone. Essa medida é importante
principalmente para correções das resistências de ponta e lateral em solos saturados,
principalmente argilas moles, obtendo-se assim as resistências corrigidas 𝑞 e 𝑓 .
Ainda segundo Quaresma et al. (2016), através desse ensaio pode-se obter a
estratificação do solo utilizando ábacos, principalmente correlacionando a poro-
pressão do piezocone com a resistência de ponta e eventualmente a resistência
lateral. A recomendação geral é a utilização deste ensaio em conjunto com outros que
retirem amostras do solo.
Conforme Peixoto (2001), uma das principais vantagens deste ensaio é sua
rapidez na execução, enquanto que uma sondagem SPT-T de 15 metros pode levar
um dia inteiro para ser feita, o equivalente no CPT pode ser obtido em 2 horas.
Quaresma et al. (2016) cita alguns problemas decorrentes deste ensaio, como
os desvios na vertical, tanto que a NBR 12069 que regulamente este ensaio
recomenda o uso de inclinômetro para ensaios superiores a 25 m. O efeito da
temperatura no aparelho (no Brasil não se recomenda deixa-lo exposto ao sol), entre
outros.
19

2.2 Estacas Hélice Contínua (HC ou CFA)

Conforme NBR 6122:2010 e Velloso e Lopes (2011), estacas são fundações


profundas, podem transmitir a carga para o solo pela base, pelo fuste, ou por ambos.
Devem ter profundidade mínima de 3 metros, ou duas vezes sua menor dimensão em
planta.
Segundo Antunes e Tarozzo (2016) e NBR 6122:2010, estacas tipo hélice
contínua são estacas de concreto moldadas “in loco”, executadas por meio da
introdução de uma hélice espiral, introduzida no terreno por rotação, sendo sua
extração feita simultaneamente à injeção do concreto, que é feita pela haste tubular
central. A armadura é colocada após a concretagem.
Como diz Das (2014), internacionalmente as estacas hélice contínua são
conhecidas como CFA (contínuos fligth auger). São de utilização frequente nos
Estados Unidos e também utilizadas em todo o mundo. Segundo Alledi (2013) as
estacas hélice contínua são o tipo de estacas mais utilizado atualmente no Brasil. E
Tomlinsion e Woodward (2015) complementam, afirmando que as estacas tipo hélice
contínua são as estacas mais utilizadas no Reino Unido.
Conforme Antunes e Tarozzo (2016), durante a execução desta estaca, a única
força vertical atuante é o peso próprio da hélice com o solo nela envolvido. A
velocidade de rotação é limitada para não perder o trado, mas não deve ser muito
lenta, para não desconfinar o solo. Essa é a principal vantagem em relação a uma
estaca escavada, por ter uma rotação contínua, e por teoricamente não permitir o
desconfinamento do solo, podendo ser executada tanto em solos coesivos como em
solos arenosos, com ou sem a presença de lençol freático.
Segundo Ernani (1999) apud Berberian (2017), deve-se tomar o devido cuidado
para não utilizar equipamentos com uma capacidade de torque muito baixa,
principalmente em solos não coesivos como areias, pois ao invés do trado perfurar o
solo como um parafuso sem remover material, irá funcionar como um transportador
de solo, causando descompressão por desconfinamento. As tabelas a seguir indicam
torques recomendados para alguns diâmetros e profundidades.
20

Tabela 1 - Capacidades mínimas da mesa rotativa e do guincho

Fonte: Velloso e Lopes, 2011 (p. 273)

Já Berberian (2017), cita valores de torque menores para profundidades


semelhantes:

Tabela 2 – Torques mínimos recomendados

Fonte: Adaptado de Berberian, 2017 (p. 15.3)

Segundo Antunes e Tarozzo (2016), durante a concretagem ocorre a extração


da hélice do terreno e durante este processo, usualmente a hélice fica parada sem
girar. Conforme os autores citados, não há comprovação através de provas de carga
sobre a melhora ou piora da capacidade de carga da estaca, de se retirar a estaca
girando ou parada.
Segundo Antunes e Tarozzo (2016), as estacas hélice contínua não são
recomendadas para solos com grande quantidade de matacões, solos com camadas
espessas de solos orgânicos muito moles, e perfis de solo onde a estaca fique curta,
trabalhando predominantemente a resistência de ponta.
Conforme Alledi (2013), o sistema de monitoramento das estacas hélice
contínua se baseia em sensores instalados na perfuratriz, que transmitem dados para
um computador instalado na cabine do equipamento, de onde o operador da máquina
21

consegue visualizar parâmetros como: torque resistente, pressão do concreto,


profundidade, velocidade de subida e volume de concreto bombeado.
Vários autores como Alledi (2013) e Berberian (2017), citam que a sensibilidade
do operador é de fundamental importância para se obter o máximo desempenho da
estaca, mas também alertam que é difícil extrair uma correlação entre os parâmetros
de perfuração e as características do solo.
Alledi (2013) salienta vários estudos que buscam correlacionar o torque de
cravação com o Nspt do solo, porém cita diversos problemas nessa avaliação,
principalmente que o torque deve ser atrelado ao impulso. O autor conclui que
atualmente existe uma metodologia para este fim: A SCCAP, que emprega a lei de
conservação de energia. Porém para obter esses dados, essa tecnologia deve ser
instalada com o software de monitoramento do equipamento.

2.2.1 Dimensionamento estrutural

No que tange o detalhamento estrutural, conforme NBR 6122:2010 item 8.6.3


apud Antunes e Tarozzo (2016), o fck máximo que pode ser considerado em projeto
é de 20 MPa. Ainda segundo a NBR 6122:2010, as estacas submetidas somente a
tensões de compressão menores que 6 MPa, não necessitam serem armadas, exceto
pela armadura de ligação com o bloco, que deve ter no mínimo 4 metros de
comprimento (contando a parte que adentra o bloco) e possuir seção mínima de aço
de 0,5 % em relação a seção de concreto.
Alledi (2013), comenta que essa armadura de ligação com o bloco também
serve para proteger a estaca de impactos, decorrentes da escavação mecanizada dos
blocos de fundação.
E Berberian (2017) complementa dizendo que as armaduras longitudinais
devem ser compostas preferencialmente por barras grossas, ligeiramente afuniladas
na extremidade, com estribos helicoidais, de modo a facilitar a penetração da
armadura na pasta de concreto.
22

2.3 Prova de carga estática

Conforme NBR 6122:2010 item 9.2.2.1, é obrigatória a realização de provas de


carga nas estacas do tipo hélice contínua, se a tensão média for maior de 5 MPa, ou
para obras acima de 100 estacas. Esse ensaio é normatizado pela NBR 12131.
Segundo Velloso e Lopes (2011) o objetivo principal em se realizar provas
estáticas é verificar se o comportamento previsto em projeto está conforme. Já
segundo Vieira (2015), é o melhor mecanismo de avaliação da transferência de carga
de uma estaca para o solo, porém usualmente é bastante oneroso.

2.3.1 Extrapolação da curva carga-recalque

Segundo Velloso e Lopes (2011), a ruptura de uma estaca pode ser:


 Real ou Física: Situação rara onde não há estabilização do recalque para
uma carga constate;
 Convencional: Quando a estaca contínua suportando um aumento de
carga, mas com recalques elevados.
Ainda segundo os mesmos autores, nem sempre é possível obter a carga de
ruptura diretamente do ensaio, pois este ensaio possui limitações físicas e
econômicas, sendo muitas vezes necessário extrapolar a curva carga-recalque, a fim
de obter a carga de ruptura, para isso utiliza-se critérios de ruptura do tipo ajuste
matemático, os mais populares no Brasil.
Conforme Amann (2010), os critérios de ruptura para uma mesma estaca
podem apresentar resultados muito diferentes entre si, sendo um equívoco, portanto,
comparar as previsões dos métodos semi-empíricos com um único critério de ruptura
qualquer, pois na própria elaboração dos métodos, baseadas em provas de carga,
foram utilizados critérios de ruptura específicos em cada método.
Amann (2010) recomenda que para a correta avaliação dos métodos semi-
empíricos, deve-se preferencialmente adotar o critério que foi utilizado na sua
elaboração. Na falta da indicação de qual critério foi utilizado do método, o autor
propõe as seguintes considerações:
23

 Utilizar o critério que resulte no valor mais próximo da carga máxima


alcançada no ensaio;
 Escolher um critério que mais se aproxime de um determinado método em
um número representativo de ensaios;
 Verificar a carga máxima estrutural da estaca, pois não se pode considerar
valores acima deste limite.

Segundo Velloso e Lopes (2011), Amann (2010) e Alledi (2013), os critérios


mais utilizados no Brasil, são os seguintes:

 Davisson (NBR 6122:2010);


 Decourt (Rigidez – 1999);
 Terzagui (1943);
 Van der Veen (1953).

Conforme Vieira (2015), o critério de Decourt ou da rigidez, parte do princípio


que as estacas são relativamente curtas e livres de tensões residuais, o que
normalmente ocorrem em estacas hélice.
Conforme Pacheco (2008) apud Vieira (2015), o critério de Van der Veen é
conservativo e Danziger apud Vieira (2015) diz que ele não deve ser aplicado em caso
de curva carga recalque linear, indicando pouca parcela de ponta.
Fellenius (1994) apud Amann (2010), comenta que o critério de Davisson, que
serve como base para o critério da NBR 6122, tem algumas deficiências, como não
considerar realmente a forma da curva, nem a real transferência da carga para o solo,
e ser muito influenciado por fatores de difícil obtenção, como o módulo de elasticidade
da estaca. O autor destaca ainda que este método apresenta uma vantagem
importante, pois é de fácil execução, permitindo ao engenheiro obter resultados
durante a execução do ensaio, “in loco”.
Já o método de Terzagui, segundo Amann (2010), tem sua aplicabilidade
limitada por exigir recalques da estaca de D/ 10, ou seja, 10 % do diâmetro, o que em
alguns ensaios não é possível obter, seja por limitação do equipamento ou pelo custo
envolvido.
24

2.4 Capacidade de carga admissível

Conforme NBR 6122:2010 pg. 5, carga admissível de uma estaca é “a força


adotada em projeto que, aplicada sobre a estaca isolada atende, com coeficientes de
segurança predeterminados, ao estados-limites último (ruptura) e de serviço
(recalques, vibrações) [...]”. A equação dada pela norma supracitada, com adendos
de Alledi (2013) é a seguinte:

𝑃 = −𝑃 (2.4.1)

Onde:
𝑃 = Carga admissível geotécnica da estaca;
𝑃 ou 𝑞 , = Parcela correspondente a resistência de ponta na ruptura (última);
𝑃 ou 𝜏 , = Parcela correspondente a resistência lateral na ruptura (última);
𝑃 = Parcela correspondente ao atrito lateral negativo na ruptura;
𝐹𝑆 = Fator de segurança global.

Conforme Alledi (2013) a capacidade de carga das estacas hélice contínua por
resistência de ponta é bastante controversa. Segundo Antunes (1996); Souza (1997),
Soares e Viana (2008) e Almeida Neto (2002) apud Alledi (2013), sua mobilização só
irá ocorrer com grandes recalques.
Conforme Berberian (2017), os recalques que geram a ruptura da resistência
do fuste giram em torno de 10 a 20mm, enquanto que o recalque da ponta está entre
10 a 30 % do diâmetro da estaca.
A NBR 6122:2010, no item 8.2.1.2 estabelece uma limitação indireta para a
carga de ponta, onde limita que a carga admissível (𝑃 ), deve ser no máximo igual
a 1,25 a resistência lateral última (𝜏 , ). Porém, essa limitação é para estacas
escavadas, Danziger (2012) apud Alledi (2013) comenta que as estacas hélice
contínuas por receberem concreto abaixo do último passo da hélice, tem uma
qualidade de contato com o solo original melhor do que as estacas escavadas
convencionais.
25

Porém, Alonso (2004) apud Alledi (2013) recomenda que a carga admissível
para estacas hélice contínua seja de no máximo igual a resistência lateral última sobre
0,8, o que na prática é o mesmo valor adotado pela NBR 6122 para estacas
escavadas.
No que tange o coeficiente de segurança (FS), segundo a NBR 6122:2010, para
solicitação de compressão pode-se adotar dois valores base:

 FS = 1,6 – Quando for realizado um determinando número mínimo de


provas de carga estáticas na fase de projeto, levada até duas vezes a carga
admissível de projeto;
 FS = 2 – Quando a carga admissível for obtida através de métodos semi-
empíricos.

Deve-se levar em conta que, conforme Cintra e Aoki (2010) pg. 41, “o conceito
de carga admissível não é aplicável a uma estaca individualmente, mas a todas as
estacas (de mesma seção transversal) do estaqueamento”. Ou seja, o fator de
segurança global representa o fator de segurança médio de todos os elementos de
fundação por estaca.
E ainda segundo Cintra e Aoki (2010), alguns autores adotam coeficientes
diferentes de FS, como no método de Decourt e Quaresma. Neste método, conforme
Decourt (2016) são adotados os seguintes fatores:

 FS = 1,3 – Aplicado na tensão resistente devido ao atrito lateral;


 FS = 4 – Aplicado na tensão resistente devido a ponta.

No que diz respeito a estacas tracionadas, conforme NBR 6122:2010, deve ser
considerado que o comportamento do atrito lateral poderá ser diferente, daquele
preconizado pelos métodos semi-empíricos que o calculam para cargas de
compressão.
Segundo Velloso e Lopes (2011), para a estimativa da capacidade de carga
axial à tração, utiliza-se os mesmos métodos semi-empíricos, porém desprezando a
resistência de ponta. Ele ainda recomenda uma redução na ordem de 30% da parcela
de resistência lateral da estaca, o que equivale a adotar um FS de 2,5.
26

2.5 Métodos semi-empíricos / estatísticos

Conforme Decourt (2016), embora métodos teóricos e experimentais sejam


fundamentais para a engenharia de fundações, tem sua aplicabilidade limitada, pois
requerem parâmetros do solo de difícil ou mesmo de impossível obtenção. Por outro
lado, estabelecer equações de correlação entre as tensões de ruptura e a resistência
à penetração obtidas em ensaios “in loco”, são fácies de serem obtidas. Então,
segundo Decourt (2016), os métodos semi-empíricos são aqueles que tem em sua
essência as equações dos métodos teóricos e experimentais, correlacionadas com
ensaios “in situ”.
Segundo Berberian (2014), na literatura internacional é comum a utilização de
correlações entre parâmetros obtidos nos ensaios “in loco”, como o SPT e parâmetros
necessários para utilização as metodologias teóricas. Mas segundo Wroth (1988)
apud Decourt (2016) pg. 270, “correlações primárias, são preferíveis a correlações
secundárias”.

2.5.1 Antunes e Cabral (1996) - SPT

Conforme Cintra e Aoki (2010), este método é específico para estacas tipo
hélice contínua e utiliza como base o ensaio SPT. Foi baseado em 9 provas de carga
de estacas hélice, de diâmetros 35, 50 e 75 cm.
Segundo Antunes e Cabral (1996) apud Velloso e Lopes (2011), a capacidade
de carga das estacas pode ser estimada segundo a equação abaixo:

𝑄 = 𝛽 ∗ 𝑁 ∗ 𝐴 + 𝑈 ∗ ∑ 𝛽 ∗ 𝑁 ∗ 𝛥𝐿 (2.5.1)

Onde:
𝑄 = Resistência última (kN);
𝛽 e𝛽 = Parâmetros que dependem do tipo de solo, para o cálculo da resistência
de ponta e atrito lateral, respectivamente, conforme tabelas 3 e 4;
27

N = Número de golpes obtidos no ensaio SPT (Nspt) correspondente a camada


analisada;
𝐴 = Área de ponta da estaca (cm²);
U = Perímetro da estaca (cm);
𝛥𝐿 = Comprimento da camada de solo analisada (cm).

Tabela 3 - Parâmetros 𝜷 𝟐 e 𝜷 𝟏

Fonte: Velloso e Lopes, 2011 (p. 273)

Como pode-se observar, este método distingue o solo em apenas três tipos:
areia, silte e argila, apresentando valores máximos e mínimos para cada um.
Segundo Berberian (2017), como é raro encontrar solos puros, e em uma
avaliação de métodos é necessário especificar um valor fixo, recorreu-se a outros
autores.
Em algumas pesquisas, como Amann (2005), foram utilizados os valores
médios para cada solo.
Magalhães (2005), recomenda utilizar a faixa de valores abaixo, sendo que a
melhor correlação ocorreu para os valores máximos.

Tabela 4 - Parâmetros 𝜷 𝟐 e 𝜷 𝟏
ajustados por Magalhães (2005)

Fonte: Magalhães, 2005 (p. 112)

Segundo Berberian (2017) e Velloso e Lopes (2011), o método limita a


resistência de ponta 𝛽 ∗ 𝑁 em 40 kg/cm².
28

2.5.2 Alonso (1996, 2000) – SPT-T

Segundo Velloso e Lopes (2011) e Berberian (2017), o método de Alonso 1996


também é específico para estacas hélice, e propõe utilizar o ensaio SPT-T (SPT com
medição de torque), para estimar a capacidade de carga das estacas. Conforme Alledi
(2013), o método foi inicialmente desenvolvido (1996) para a Bacia Sedimentar de
São Paulo, sendo reavaliado em 2000 para duas novas regiões distintas, a Formação
Guabitotuba e para solos da cidade de Serra - ES.
O processo de cálculo segundo Velloso e Lopes (2011) e Alledi (2013) é
descrito abaixo, começando pela resistência lateral:

𝜏, =𝛼∗𝑓 (2.5.2)
100 𝑇,𝑚á𝑥.
𝑓 = 0,41∗ℎ−0,032 (2.5.3)
( ), í ( ), í .
𝑞 , =𝛽∗ (2.5.4)

Onde:
𝜏, = Tensão resistente lateral última (kPa), limitada conforme tabela 5;
𝛼 = Parâmetro que varia em função do tipo de região, conforme tabela 5;
𝑇, 𝑚á𝑥. = Torque máximo (kgf*m), obtido no ensaio SPT-T, para uma altura h (cm),
que é a profundidade de cravação do amostrador, o usual é h = 45 cm;
𝑞 , = Tensão resistente de ponta última (kPa);
𝑇(𝐼), 𝑚í𝑛 = Média aritmética dos valores de torque mínimo (kgf*m) no trecho de 8
diâmetros acima da ponta da estaca, obtidos no ensaio SPT-T, para uma altura h;
𝑇(𝐼𝐼), 𝑚í𝑛 = Idem acima, no trecho de 3 diâmetros abaixo da ponta da estaca, incluindo
a ponta;
𝛽 = Parâmetro que varia em função da região e do tipo de solo, conforme tabela 6 e
7.
29

Tabela 5 - Tensão resistente lateral limite e parâmetro 𝜶 Alonso (2000)

Fonte: Adaptado de Alledi, 2013 (p. 264)

Tabela 6 - Parâmetro 𝜷 Alonso (2000)

Fonte: Alledi, 2013 (p. 265)

Porém, para utilização em solos de regiões não contempladas, Velloso e Lopes


(2011) indicam utilizar os dados referentes a Alonso (1996), onde:

𝛼 = 0,65;
𝜏, ≤ 200 kPa.

Tabela 7 - Parâmetro 𝜷 Alonso (1996)

Fonte: Velloso e Lopes, 2011 (p. 274)

Segundo Berberian (2017), Velloso e Lopes (2011) e Alledi (2013) os valores


de 𝑇, 𝑚í𝑛 tem limite superior de 40 kgf*m. Segundo Velloso e Lopes (2011), citando
o trabalho de Francisco (2001), o método de Alonso que utiliza o SPT-T, apresenta
resultados confiáveis para cargas de até 250 tf.
30

2.5.3 Aoki-Velloso 1975 (1985, 1994, 1999, 2010) – CPT e SPT

Conforme Cintra e Aoki (2010), o método utiliza tanto o ensaio CPT quanto o
SPT, e considera estacas de diversos tipos. O método é composto por coeficientes
que variam em função do tipo de solo, e de fatores que variam em função do tipo de
estaca. Na sua formulação original em 1975 ainda não se executavam estacas hélice
contínua, porém segundo Velloso e Lopes (2011), Magalhães (1994) e posteriormente
Raposo e Salem (1999), realizaram avaliações para utilização do método para estacas
hélices, chegando aos valores confirmados por Cintra e Aoki (2010).
Segundo Amann (2010), este método utiliza o critério de ruptura de
extrapolação exponencial de Van der Veen.
Conforme Cintra e Aoki (2010), diversos pesquisadores revisaram os fatores
originais, regionalizando-os, fato aprovado pelos autores originais. Neste capitulo será
apresentada a formulação original para os fatores do solo, e os atualizados pelo autor
para os fatores de estaca, que constam no livro supracitado. Segundo Velloso e Lopes
(2011), para manter a coerência com a pesquisa de Magalhães, Raposo e Salem,
deve-se utilizar para o cálculo da resistência de ponta, a média dentre os valores das
resistências de 1 metro acima, no nível e 1 metro abaixo do nível desejado.
Cálculo para ensaio CPT conforme Cintra e Aoki (2010) e Velloso e Lopes
(2011):

𝑞 , = (2.5.5)

𝜏, = (2.5.6)

Onde:
𝑞 , = Tensão resistente de ponta última;
𝜏, = Tensão resistente lateral última;
𝑞𝑐𝑜𝑛𝑒 = Média das resistências de ponta (𝑞 ) ou (𝑞 ) obtida no ensaio CPT ou CPT-
U, 1 metro acima, no nível e 1 metro abaixo;
𝜏𝑐𝑜𝑛𝑒 = Resistência de lateral (𝑓 ) ou (𝑓 ) obtida no ensaio CPT ou CPT-U;
F1 e F2 = Fatores que visam corrigir o efeito escala e também a influência do método
executivo. Para estacas hélice F1 = 2 e F2 = 4.
31

Cálculo para ensaio SPT Conforme Cintra e Aoki (2010) e Velloso e Lopes
(2011):


𝑞 , = (2.5.7)
∗ ∗
𝜏, = (2.5.8)

Onde:
K e 𝛼 = Coeficientes que variam em função do tipo de solo, conforme tabela 8;
F1 e F2 = Idem anterior;
Nspt = Número de golpes obtidos no ensaio SPT, limitados a 50, utilizar a média das
resistências (𝐾 ∗ 𝑁𝑠𝑝𝑡) de 1 metro acima, no nível e 1 metro abaixo para a resistência
de ponta (𝑞 , ).

Tabela 8 - Coeficiente K e razão de atrito

Fonte: Cintra e Aoki, 2010 (p. 25)


32

2.5.4 Berberian 2003 - SPT

Segundo Berberian (2017), o método foi desenvolvido através da retroanálise


de provas de carga em todo o Brasil, especialmente em Goiânia. Conforme Berberian
(2017), o cálculo é feito da seguinte forma:

, ∑ ,
𝑃 . = (2.5.9)

( ) ( )
𝑞 , = *𝐴 (2.5.10)

𝑟 (𝑎𝑐) 𝑜𝑢 𝑟 (𝑎𝑏) = 𝐹 ∗ 𝑁𝑠𝑝𝑡 (2.5.11)


𝜏, =𝑟 ∗ 𝐴 (2.5.12)
𝑟 = 4 ∗ 𝑁𝑠𝑝𝑡 (2.5.13)

Onde:
𝑃 . = Tensão admissível a ser aplicada no topo da estaca (kPa), limitada a 6.000
KPa;
𝑞 , = Tensão resistente de ponta última;
𝜏, = Tensão resistente lateral última;
𝑟 (𝑎𝑐) = Média aritmética das resistências de ponta (𝐹 ∗ 𝑁𝑠𝑝𝑡) nas camadas até 2D
acima da ponta, para Nspt da ponta < 15 e 4D para as camadas com Nspt ≥ 15, onde
D é o diâmetro da estaca;
𝑟 (𝑎𝑏) = Média aritmética das resistências de ponta (𝐹 ∗ 𝑁𝑠𝑝𝑡) nas camadas até 2D
abaixo da ponta, para Nspt da ponta < 15 e 3D para as camadas com Nspt ≥ 15, onde
D é o diâmetro da estaca;
Nspt = Número de golpes obtidos no ensaio SPT, limitado a 50;
𝐹 = Fator de escala, ver tabela 9;
𝑟 = Resistência unitária lateral, limitada a 200 kPa, desprezando o primeiro metro, e
o último metro, relativo ao Nspt que será considerado para o cálculo de resistência de
ponta.
33

Tabela 9 - Fator 𝑭𝒑

Fonte: Berberian, 2017 (p. 15.26)


34

2.5.5 Decourt e Quaresma 1978 (1982, 1996) - SPT

Conforme Decourt (2016), o método foi originalmente publicado em 1978 para


estacas de deslocamento, baseado no ensaio SPT. Porém, várias adequações foram
realizadas, sendo as relevantes a este trabalho a de 1982 (Decourt e Quaresma),
onde a resistência lateral foi revisada, e a de 1996 (Decourt), onde novas estacas
foram consideradas, dentre elas a hélice contínua. Ainda segundo os autores, o
critério de ruptura considerado foi a ruptura convencional, ou seja, deslocamento
máximo de 10% do diâmetro da estaca. O Processo de cálculo segundo Magalhães
(2005) e Velloso e Lopes (2011) é descrito abaixo:

𝑞 , = 𝛼∗ 𝐶∗𝑁 (2.5.14)

𝜏, = 𝛽∗ +1 (2.5.15)

Onde:
C = Coeficiente característico do solo (tf / m²), média entre os valores de C, ao da
ponta, ao imediatamente superior e ao inferior, conforme tabela 10;
N = Média entre os valores de Nspt, ao da ponta, ao imediatamente superior e ao
inferior;
𝑁 = Média dos valores de Nspt ao longo do fuste, excluindo o valor Nspt utilizado na
ponta. Sendo que para determinar o valor de 𝑁 , utilizar como limite inferior o valor 3
e superior o valor de 50.
𝛼 e 𝛽 = Valores função do tipo de estaca, para hélice contínua utilizar 0,3 e 1,
respectivamente.

Tabela 10 - Coeficiente C em função do tipo de solo

Fonte: Decourt, 2016 (p. 271)


35

2.5.6 Gotlieb et al. (2000) - SPT

Segundo Magalhães (2005), Penna et al. (1999) e Gotlieb et al. (2000),


desenvolveram uma formulação para estimar a tensão admissível a ser aplicada no
topo de uma estaca tipo hélice contínua. O método baseia-se em 48 provas de carga
estáticas, e foi validado por outras 99 provas de carga estáticas.
O método utiliza como base o ensaio SPT, e segundo Amann (2010), utiliza o
critério de ruptura de Van der Veen.
O processo de cálculo, segundo Magalhães (2005) é descrito abaixo:


𝑃 . = 𝑁 ∗ 60 + (2.5.16)
, ∗

Onde:
𝑃 . = Tensão admissível a ser aplicada na estaca (kN/m²), limitada a 5.000 kN/m²;
𝑁 = Média dos valores Nspt obtidos no trecho 8D acima e 3D abaixo da ponta da
estaca;
∑𝑁 = Soma dos valores Nspt ao longo do fuste da estaca, limitado o valor em 50 por
camada;
D = Diâmetro da estaca (m).

Conforme Magalhães (2005), este método calcula diretamente a tensão


admissível, o que cria um inconveniente quando deseja-se comparar este método com
os demais. Sendo assim Magalhães (2005) sugere aplicar um multiplicador de 2, para
obter a pressão última. Sendo assim, a equação fica da seguinte forma:


𝑃 . =2∗ 𝐴∗ 𝑁 ∗ 60 + , ∗
(2.5.17)

Segundo Berberian (2017) a primeira parte da equação refere-se à resistência


de ponta e a segunda ao atrito lateral, porém como os autores do método impõem um
limite para atenção admissível, que é um fator global, fica difícil separar os fatores.
36

2.5.7 Karez e Rocha (2000) - SPT

Segundo Magalhães (2005), este método também é específico para estacas


hélice, e baseia-se no ensaio SPT. Foi desenvolvido a partir de 38 provas de cargas,
realizadas no sul e sudeste do país, com diâmetros de 30 e 80 cm.
O processo de cálculo, segundo Magalhães (2005) e Amann (2010) é descrito
abaixo:

𝑞 , = 𝐾 ∗ 𝑁 ∗𝐴 (2.5.18)
𝜏 , = 4,9 ∗ 𝜋 ∗ 𝐷 ∗ ∑𝑁 (2.5.19)

Onde:
𝑞 , = Resistência de ponta última em kN;
𝜏 , = Resistência de lateral última em kN;
𝐾 = Coeficiente que depende do tipo de solo:
 210 p/ argila;
 250 p/ silte;
 290 p/ areia;
𝑁 = Valor do Nspt obtido na ponta da estaca;
A = Área da ponta da estaca em m²;
D = Diâmetro da estaca em metros.
∑𝑁 = Soma dos valores Nspt ao longo do fuste da estaca.

Conforme Magalhães (2005) e Amann (2010), com base nas suas pesquisas
relativas as provas de carga por eles utilizadas, este método apresenta valores mais
elevados quando comparados aos demais, principalmente na estimativa da
resistência de ponta.
Segundo Francisco (2001) apud Velloso e Lopes (2011), também com base na
avaliação de suas provas de carga, este método mostrou-se contra a segurança de
maneira geral.
37

2.5.8 LPC ou LCPC (2013) - CPT

Conforme Cordeiro, Born e Sales (2016), Bustamante e Gianeselly


desenvolveram em 1982 o método francês LCPC (Laboratoire Central des Ponts et
Chaussées), método este atualizado em 1997 por Bustamante e Frank, e em 2013
por Frank.
Conforme Briaud (2013), este método pode ser aplicado tanto para o ensaio
CPT, quanto para o PMT, e foi incorporado a norma francesa de NF P 94-262 (2012).
Seu uso não é restrito a nenhum tipo de solo, e pode ser aplicado a diversos tipos de
estacas.
O processo de cálculo conforme Briaud (2013) e NF P 94-262 (2012) é descrito
abaixo:

𝑞 , = 𝑞 ∗𝑘 (2.5.20)
𝜏, = 𝑓 ∗ 𝛼 ⩽ 𝑓 (2.5.21)
𝑓 = (a * 𝑞 + b) * (1 - 𝑒 ( ∗ )
) (2.5.22)

Onde:
𝑞 , = Tensão resistente de ponta última (MPa);
𝜏, = Tensão resistente lateral última na camada analisada (kPa);
𝑞 = Média das resistências de ponta (𝑞 ) ou (𝑞 ) obtida no ensaio CPT ou CPT-U,
1,5 D abaixo da ponta da estaca;
𝑘 = Fator em função do tipo de solo e do tipo de estaca, obtido na tabela 11;
𝑓 = Resistência lateral em função do solo e do 𝑞 em (kPa);
𝛼 = Parâmetro em função do tipo de solo e do tipo de estaca, ver tabela 12;
𝑓 = Resistência lateral limite em função do tipo de solo (kPa), ver tabela 13.
a, b, c = Coeficientes de ajuste em função do tipo de solo (kPa), ver tabela 14.
𝑞 = Resistências de ponta (𝑞 ) ou (𝑞 ) obtidas no ensaio CPT ou CPT-U, na camada
considerada.
38

Tabela 11 - Fator 𝒌𝒄 para estacas do tipo hélice contínua

Fonte: adaptador da tabela G.4.2.1 de NF P 94-262, 2012 (p. 141)

Tabela 12 – Parâmetro 𝜶 para estacas do tipo hélice contínua

Fonte: adaptador da tabela G.5.2.1 de NF P 94-262, 2012 (p. 143)

Tabela 13 - Resistência lateral limite 𝑓 para estacas do tipo hélice contínua

Fonte: adaptador da tabela G.5.2.3 de NF P 94-262, 2012 (p. 146)

Tabela 14 - Coeficientes de ajuste a, b, c

Fonte: adaptador da tabela G.5.2.2 de NF P 94-262, 2012 (p. 144)

A norma NF P 94-262 (2012), recomenda que para estacas com comprimentos


superiores a 25 metros, a tensão resistente relativa ao atrito lateral seja reduzida em
50 %.
A mesma norma cita que a validade dos parâmetros expostos nas tabelas
anteriores, está condicionada a uma perfuração e concretagem sem interrupções.

2.5.9 Monteiro (1997) - SPT

Conforme Berberian (2017) e Velloso e Lopes (2011), Monteiro desenvolveu o


método utilizando provas de cargas e sua experiência, ambos provenientes da
empresa Estacas Franki Ltda. Seu método utiliza a mesma formulação do método de
Aoki e Velloso 1975, porém altera os coeficientes do solo, das estacas e do bulbo.
39

O processo de cálculo, segundo Velloso e Lopes (2011) e Berberian (2017) é


descrito abaixo:


𝑞 , = (2.5.23)

𝑞 = (2.5.24)
∗ ∗
𝜏, = (2.5.25)

Onde:
𝑞 , = Resistência de ponta última em kN;
𝜏 , = Resistência de lateral última em kN;
𝐾 e 𝛼 = Coeficientes que variam em função do tipo de solo, conforme tabela 15;
𝑞 = Média dos valores de resistência de ponta obtidos no bulbo;
𝑞 = Média dos valores de resistência de ponta obtidos no trecho 7D acima da ponta
da estaca, limitando o valor de Nspt a 40;
𝑞 = Média dos valores de resistência de ponta obtidos no trecho 3,5D abaixo da
ponta da estaca (considerando a ponta), limitando o valor de Nspt a 40;
D = Diâmetro da estaca em metros.
𝑁 = Valor Nspt obtido na camada analisada, limitando o valor a 40;
F1 e F2 = São fatores obtidos pela retroanálise de resultados de provas de carga e
visam corrigir o efeito escala e também a influência do método executivo. Para estacas
do tipo hélice contínua, esses valores valem 3,0 e 3,8, respectivamente.
40

Tabela 15 - Valores de 𝑲 e 𝜶 método Monteiro, 1997

Fonte: Adaptado de Velloso e Lopes, 2011, (p. 266)

Figura 1 – Bulbo para resistência de ponta Monteiro

Fonte: Velloso e Lopes, 2011, (p. 266)

Berberian (2017) faz uma crítica ao método, comentando que o valor de 7D é


um pouco exagerado, sugerindo que Monteiro tenha obtido esse valor por trabalhar
essencialmente com estacas cravadas de base alargada, onde a ponta da estaca vai
compactando o solo, notoriamente as estacas tipo Franki.
41

2.5.10 Peixoto (2001) – SPT-T+SPT

Segundo Peixoto (2001), o método foi desenvolvido a partir da combinação dos


métodos de Decourt (1996) e Ranzini (2000), tem como base o ensaio SPT-T em
conjunto com o SPT, e pode ser aplicado a diversos tipos de estacas, dentre elas a
hélice contínua.
O processo de cálculo, segundo Peixoto (2001) é descrito abaixo:

𝑞 , = 𝛼∗ 𝐶∗𝑁 ∗ 𝐴 (2.5.26)
𝜏, = 𝐹𝜆 ∗ 𝑠𝜆 ∗ 𝘧𝑇𝑚á𝑥 ∗ 𝐴𝜆 (2.5.27)
á ∗
𝘧𝑇𝑚á𝑥 = (2.5.28)
( , ∗ , )

Onde:
𝑞 , = Resistência de ponta última em tf;
𝜏 , = Resistência de lateral última em kgf;
C = Coeficiente característico do solo (kN/m²), conforme tabela 16;
𝑁 = Média entre os três valores de Nspt, ao do nível, ao imediatamente superior e ao
imediatamente inferior;
𝛼 = Valor que varia em função do tipo de estaca, para estacas do tipo hélice utilizar
0,3;
𝐴 = Área da ponta da estaca (m²);
𝐹𝜆 = Fator de correção em função do tipo de estaca, e da relação Tmáx / N, conforme
tabela 17;
𝑠𝜆 = Coeficiente em função do tipo de estaca, conforme tabela 17;
𝘧𝑇𝑚á𝑥 = Tensão de atrito lateral máxima (kgf/cm²);
𝐴𝜆𝑖 = Área da superfície lateral (cm²);
𝑇𝑚á𝑥 = Torque máximo (kgf*m);
h = Altura de penetração do amostrador, considerando 45 cm;
Sendo o F.Seg. para 𝑞 , . = 4.
42

Tabela 16 - Coeficiente C em função do tipo de solo

Fonte: Velloso e Lopes, 2011, (p. 267)

Tabela 17 - Valores dos coeficientes sλ e Fλ

Fonte: Peixoto (2001)

Segundo Peixoto (2001), para estacas do tipo Hélice-Contínua, quando 𝘧𝑇𝑚á𝑥


> 80 kPa (equivalente a um torque maior que 15), utilizar 𝐹𝜆 = 0,3 para qualquer
relação Tmáx / N. Segundo a autora, essa redução fez-se necessária pois para
torques muito elevados, a parcela relativa a resistência por atrito lateral resultou em
valores muito altos.
Peixoto (2001) conclui que o método deve ser utilizado com cuidados, pois
baseia-se em um número limitado de provas de carga, mas que também diz que a
utilização do ensaio SPT-T é um bom caminho para a estimativa da capacidade de
carga em estacas, principalmente para a parcela de atrito lateral.
43

2.5.11 Vorcaro e Velloso (2000) - SPT

Conforme Velloso e Lopes (2011) e Amann (2010), este método é diferente dos
demais por utilizar conceitos estatísticos para obter a carga última. Foi desenvolvido
a partir de regressão linear múltipla, através de resultados de provas de carga
estáticas, a partir do banco de dados de Alonso (2000).
O método havia sido desenvolvido originalmente por Vorcaro (2000) para vários
tipos de estacas, mas complementado por Vorcaro e Velloso (2000) para estacas
hélice. No total foram utilizadas 150 provas de carga, mas para estacas hélice
contínua foram 26.
O processo de cálculo, segundo Magalhães (2005) é descrito abaixo:

𝑃ú = 𝑒 ( , ∗ , ∗ ∗ , ∗ ± , )
(2.5.29)

Onde:
𝑃ú = Carga última de compressão (kN);
XP = 𝐴 ∗ 𝑁𝑠𝑝𝑡
XF = 𝑈 ∗ ∑𝑁𝑠𝑝𝑡
𝐴 = Área da ponta da estaca (m²);
𝑈 = Perímetro da estaca (m²/m);

Conforme Magalhães (2005), para XP o Nspt deve ser limitado a 75 golpes, e


para XF em 50 golpes.
Segundo Velloso e Lopes (2011), as provas de carga utilizadas nesta pesquisa,
que não atingiram a carga de ruptura, tiveram sua carga determinada pelo critério de
ruptura de Van der Veen. No entanto, os autores comentam que só foram utilizadas
para elaboração deste método, as provas de carga que atingiram no mínimo 70 % da
carga extrapolada.
44

2.5.12 UFRGS (2005) - SPT

Conforme Figueiredo et al. (2016), Lobo (2005) propôs o método baseado em


equações desenvolvidas por Odebrecht (2003), onde relaciona-se a resistência da
estaca, com a força dinâmica mobilizada pelo amostrador do ensaio SPT, além de
outras variáveis. O processo de cálculo, segundo Lobo et al. (2015) é descrito abaixo:

𝑞 , = 𝛽 ∗ 0,7 ∗ 𝐹 ∗ (2.5.30)
, ∗
𝜏, = 𝛼∗ ∗ ∑𝐹 ∗ 𝛥𝐿 (2.5.31)
∗[ ∗( )∗ ∗ ∗ ]
𝐹 = (2.5.32)

𝜂 =0,907–0,0066 * L (2.5.33)

Onde:
𝑞 , = Resistência de ponta última em kgf;
𝜏 , = Resistência lateral última em kgf;
𝜷 𝒆 𝛼 = Fatores função do tipo de estaca, para hélice utilizar 0,6 e 1, respectivamente;
𝐴 = Área da ponta da estaca (m²);
𝑎 = 0.002042 m² (Área da ponta do amostrador SPT);
𝑎 = 0,08105 m² (Área lateral interna mais externa do amostrador);
U = Perímetro da estaca (m);
𝛥𝐿 = Trecho do comprimento da estaca ao qual aplica-se 𝐹 (𝑚);
𝐹 = Força dinâmica de penetração do amostrador;
𝜂 = 0,761 (eficiência do golpe);
𝜂 = 1 (eficiência das hastes);
𝜂 = Eficiência do sistema;
L = Comprimento de hastes do topo da composição ao amostrador;
H = 0,75 m (altura de queda teórica do martelo);
𝛥𝑝 = Penetração média por golpe do amostrador (0.3 / Nspt);
𝑀 = 65 kg (Massa do Martelo);
g = Aceleração da gravidade (m / s²);
𝑀 = 3,23 kg/m (Massa da Haste).
45

3 SOFTWARE ECCsEMPIRIC

O software foi desenvolvido pelo autor deste trabalho, foi chamado de


ECCsEMPIRIC uma abreviação de Estimativa da Capacidade de Carga por meio de
métodos semi-empíricos.
O software foi elaborado na linguagem PYTHON, usando a interface gráfica
TKINTER e o layout de dados GRID. A linguagem PYTHON foi escolhida pois é uma
linguagem de fácil aprendizado, intuitiva, e com muito material divulgado em domínio
público. A interface gráfica TKINTER foi escolhida pelos mesmos motivos, e o layout
GRID foi escolhido pois buscava-se neste programa um layout de linhas e colunas,
baseado na tradicional representação de uma sondagem SPT.
O programa realiza de forma automatizada os cálculos das estimativas de
capacidade de carga de estacas hélice contínua, utilizando doze métodos semi-
empíricos, tem como input dados de ensaios SPT, SPT-T e CPT. O output são as
capacidades de compressão e tração estimadas em cada metro de profundidade, para
cada método selecionado. O programa é de utilização gratuita, porém deve ser
utilizado com cuidado, pois pode conter eventuais erros, devendo o utilizador ser
capacitado para detectar inconsistências nos resultados. O programa, a partir de
agora chamado apenas de ECCsEMPIRIC está disponível para download no link:
https://drive.google.com/drive/folders/15WlKkiauu8gvpwQjQ0TXd9ahsXNJ8QyD?us
p=sharing
A seguir será apresentado um fluxograma de como o software funciona.

Figura 2 – Fluxograma de funcionamento do ECCsEMPIRIC

Fonte: Elaborado pelo autor (2018)


46

3.1 Telas do ECCsEMPIRIC

A explicação de cada item da tela foi dividida buscando melhorar a visualização


dos itens. Começando pela tela de entrada de dados:

3.1.1 Entrada de dados

Figura 3 – Entrada de dados geométricos

Fonte: Elaborado pelo autor (2018)


47

Legenda dos números:


1. Input: Letra, número e alfanumérico. Item não utilizado para o cálculo, busca
apenas identificar o furo que se está fazendo a análise, terá maior utilidade
em versões posteriores;
2. Input: Rolagem e seleção. Como nesta versão o programa calcula apenas
para estaca hélice, esse item não precisa ser alterado;
3. Idem item 2;
4. Input: Número maior que 0 e menor que 1,3 metros. Se um valor fora dos
padrões for especificado este campo ficará vermelho, então deve-se utilizar
ponto ou virgula, dependendo do idioma do sistema operacional. A opção
lado é apenas para versões futuras;
5. Input: Travado. Em função do diâmetro especificado, após o usuário clicar
em CALCULAR o programa informa a área e o perímetro da estaca que
estão sendo utilizados no programa, a limitação de 4 dígitos é apenas para
visualização, internamente o programa utiliza mais dígitos. É importante
salientar que a cada alteração de diâmetro, deve-se clicar novamente em
CALCULAR, para que o programa atualize os novos dados;
6. Input: Número menor ou igual a zero. Item não utilizado para o cálculo, terá
utilidade apenas em versões posteriores. Este item está travado por
enquanto;
7. Input: Número maior ou igual a 0. Fator de segurança à compressão, caso a
estimativa a compressão não seja necessária, especificar 0 neste item que
ela não será exibida na tela de resultados. Por padrão o programa utiliza 2.
Caso o usuário deseje obter o valor da carga última, não recomenda-se
mudar o FS para 1, pois pode alterar a relação com a limitação da resistência
de ponta. O método Decourt e Quaresma utiliza um fator de segurança
próprio, não sendo influenciado por este parâmetro;
8. Input: Número maior ou igual a 0. Fator de segurança à tração, como
usualmente a estimativa a tração não é necessária, o valor padrão é 0, para
que ela não seja exibida na tela de resultados. Caso deseje-se esta
estimativa, especificar um valor maior, recomenda-se 2,5 (ver item 2.4);
9. Input: Marcar o(s) método(s) escolhido(s). Neste campo estão indicados os
doze métodos que o programa utiliza, mais a média segunda dos métodos
selecionados, cada célula indica de forma resumida o seu autor ou autores,
48

o ano que foi desenvolvido ou atualizado e o tipo de ensaio que utiliza. No


caso do método Aoki e Velloso ele serve tanto para os ensaios SPT como
para CPT, já o método de Peixoto necessita do ensaio SPT e do SPT-T. Ao
lado de cada método aparece um botão com o símbolo de interrogação, ao
clicar neste botão uma nova tela é aberta, ver mais detalhes no item 29;
10. Input: Clicar no botão. Este botão abre este trabalho, visando ajudar na
utilização do software;
11. Input: Clicar no botão. Este botão abre uma janela divulgado os autores;

Figura 4 – Entrada de dados do solo

Fonte: Elaborado pelo autor (2018)


49

12. Sem Input. Indicação da profundidade do ensaio em metros;


13. Sem Input. Indicação do número da amostra, presente em diversos relatórios
de sondagem. A primeira amostra é relativa a profundidade até 1 metro, que
não é considerada, pois usualmente o furo é escavado através de trado espiral
(TR), onde não é possível obter nenhum parâmetro, exceto o tipo de solo. A
segunda amostra que é realmente relevante, e é obtida de 1 metro até 2 metros;
14. Input: Selecionar o(s) tipo(s) de ensaio(s). Por padrão o programa seleciona
apenas o Nspt, por ser o mais usual. Pode-se marcar todos ou apenas um,
dependendo dos dados que se dispor;
15. Input: Número inteiro, maior que 0. Número de golpes para os últimos 30 cm
obtido no relatório de ensaio SPT, dito Nspt. No caso de Nspt igual 0, adotar 1.
No caso de valores fracionados, como 60/28, interpolar para 30 cm e
arredondar. Neste caso 64. Embora o programa permita valores maiores que
50, por padrão o número máximo que será computado nas estimativas é o de
50 golpes;
16. Input: Número maior que 0. Valor do torque máximo (Tmáx) obtido no ensaio
de SPT-T, para a camada especificada;
17. Input: Número maior que 0. Valor do torque mínimo, também chamado de
torque residual (Tres), obtido no ensaio de SPT-T, para a camada especificada;
18. Input: Número maior que 0. Valor da resistência de ponta obtida no ensaio CPT
(qc) ou CPTu (qt), em MPa;
19. Input: Número maior que 0. Valor da tensão de atrito lateral obtido no ensaio
CPT (fs) ou CPTu (ft), em kPa;
20. Input: Clicar no botão. O botão abre uma legenda dos solos, mostrando a
ilustração de cada tipo de solo, que irá aparecer posteriormente, bem como as
siglas referentes a cada tipo de solo, que devem ser o input do item 21;
21. Input: Conjunto de letras pré-determinadas, minúsculas ou maiúsculas (não
misturar). Indicação do tipo de terreno nas profundidades indicadas, conforme
figura 5;
50

Figura 5 – Legenda dos solos

Fonte: Adaptado de Berberian, 2017 (p. 15.26) e Almeida, 2005 (p. 124)
51

- IMPORTANTE: Caso deseje-se começar a estaca à partir de uma profundidade mais


abaixo, basta deixar toda as linhas relativas as profundidades que não devem ser
consideradas em branco.

22. Input: Pressionar o botão. Este botão limpa todos os dados preenchidos nos
campos 15, 16, 17, 18, 19 e 21;
23. Input: Pressionar o botão. Se todos os itens anteriores tiverem sido preenchidos
corretamente, ao executar este comando os cálculos serão feitos. É importante
frisar que após qualquer modificação o botão deve ser pressionado novamente,
para que os dados sejam atualizados. O botão também serve como trava e
destrava campos. Após o clique no botão o item 24 será exibido.

3.1.2 Resultados

Figura 6 – Entrada de dados do solo

Fonte: Elaborado pelo autor (2018)


52

24. Input: Número maior que 2. Após inserir o número e clicar no botão “Gerar
Estaca, o programa apaga as resistências abaixo desta profundidade, e
desenha um esboço de uma estaca, de modo a facilitar a visualização da
camada que a estaca estará terminando e o valor da resistência
correspondente;
25. Input: Sem input. Visualização da resistência estrutural da estaca a
compressão (6 MPa);
26. Input: Sem input. Visualização da estimativa da resistência do conjunto solo-
estaca a compressão, admissível, em tonelada força, para cada metro. Se o
valor está em verde, significa que teve seu valor reduzido em função da
limitação da resistência de ponta, imposta pela NBR 6122:2010, conforme item
2.4;
27. Input: Sem input. Visualização da estimativa da resistência do conjunto solo-
estaca a tração, admissível, em toneladas, para cada metro;
28. Input: Sem input. Exibição de uma figura que representa a camada do solo
especificada, conforme figura 5;
29. Input: Pressionar o botão. Botão presente em cada método, ele abre uma janela
onde exibe as considerações especificas de cada método, em cada camada.
Cada método tem suas particularidades, mas todos tem parâmetros em
comum, conforme figura 7 e 8;

Figura 7 – Detalhes dos Métodos

Fonte: Elaborado pelo autor (2018)


53

Figura 8 – Continuação da figura 7

Fonte: Elaborado pelo autor (2018)

30. Input: Sem input. Exibição da resistência de ponta na profundidade indicada;


31. Input: Sem input. Exibição da média das resistências de ponta na profundidade
indicada, muitos métodos fazem a média de diversas camadas, na maioria dos
métodos é este valor que será utilizado no cálculo;
32. Input: Sem input. Exibição da resistência de ponta última, na profundidade
indicada, em tonelada força;
33. Input: Sem input. Exibição da resistência lateral relativa apenas a profundidade
indicada, em alguns métodos a primeira ou a última camada são desprezadas,
como não é possível saber de antemão qual é a última camada, para estes
métodos, a resistência lateral exibida é a relativa a camada anterior;
34. Input: Sem input. Exibição da resistência lateral acumulada, relativa a
profundidade indicada;
35. Input: Sem input. Exibição da resistência admissível a tração;
36. Input: Sem input. Exibição da resistência admissível a compressão, sem
considerar nenhuma redução na resistência de ponta;
37. Input: Sem input. Exibição da resistência admissível a compressão,
considerando a redução na resistência de ponta imposta pela NBR 6122:2010.
54

3.2 Considerações adotadas

Como nem todas as situações são descritas pelos autores dos métodos semi-
empíricos, buscando facilitar a programação e para prevenir possíveis erros, algumas
considerações foram adotadas para operacionalizar os cálculos.
A seguir será exposto as considerações método por método, pois cada um tem
eventualmente alguma particularidade, mas algumas considerações são para todos,
sendo elas:
 Diâmetro limitado a 1.3 metros;
 Nspt limitado a 50 golpes;
 Profundidade máxima de 30 metros;
 A média 2ª é feita da seguinte forma: faz-se a média simples de todos os
métodos selecionados, depois exclui-se os valores 30% acima e abaixo, e faz-
se a nova média conforme Berberian (2017), isso por camada.
 Alguns métodos, como Alonso, Peixoto e UFRGS, utilizam como dado a
profundidade de penetração do amostrador. Abrir este item no programa iria
dar muito trabalho, como a grande maioria dos resultados são para 15 cm,
fixou-se este valor, caso tenha-se um perfil de sondagem como muitas
camadas onde a penetração foi diferente de 15+15, estes três métodos deverão
ser desconsiderados.
 Sempre que um método especificava que a resistência de ponta eram a média
dos Nspt relativos a um determinado número de camadas, para cima ou para
baixo, foi considerado a recomendação de Berberian (2017), onde não era
realizado a médias dos Nspt, mas sim a média das resistências de ponta. Pois
eventualmente no limiar da estaca, havia mudança no tipo de solo, o que iria
acarretar mudança na resistência.
 Quanto o método específica que deve ser considerado uma camada adjacente
ou anterior a camada considerada, em função do diâmetro, por exemplo 1,5 D.
Foi adotado como valor limite 1,33 para considera a próxima camada. Por
exemplo: Caso o diâmetro seja de 0.8 m, e ela esteja na profundidade 10 m,
1.5 * 0.8 = 1,2 m, neste caso será considerado a camada 11 e 9, ou seja 1,2 é
arredondado para 1, conforme figura 9.
55

Figura 9 – Detalhes do Bulbo opção A

Fonte: Elaborado pelo autor (2018)

A. Caso o diâmetro seja de 0.9 m, neste caso 1.5 * 0.9 = 1,35 m, que será
arredondado para 2, conforme figura 10.

Figura 10 – Detalhes do bulbo opção B

Fonte: Elaborado pelo autor (2018)


56

B. Ainda poder-se-ia ter eventualmente um diâmetro de 0.20 m, onde


nenhuma camada adicional seria considerada, por não atingir 0.33 m.

3.2.1 Considerações para o método Antunes e Cabral

O método original não fixa valores para os parâmetros do solo, deixando em


aberto uma faixa de valores. Como para programar este método é necessário fixar os
valores, utilizou-se os valores sugeridos por Magalhães (2005), baseado em um banco
de dados de provas de Alonso, de Goiana e de Brasília. Os valores são ligeiramente
abaixo da média entre os valores originais, o que deixa o método ligeiramente mais
conservador, sendo:

Figura 11 – Fatores 𝜷 Antunes Cabral conforme Magalhães

Fonte: Adaptado de Magalhães, 2005 (p. 100)

3.2.2 Considerações para o método Berberian

O problema na utilização do método elaborado por Berberian 2003, é que


algumas sondagens não tem uma classificação do solo compatível com a exposta
pelo método. Berberian fez uma classificação minuciosa dos solos, abrangendo
aspectos que outros autores desprezavam, por exemplo, em solos com duas
tipologias, ele diferencia os que tem muito pouco, pouco ou muito do segundo material.
Porém a grande maioria das sondagens não incluem estas informações, o que torna
o resultado do método passível de erro.
57

3.2.3 Considerações para o método Decourt e Quaresma

Diferentemente dos demais, este método apresenta fatores de segurança


próprios, sendo 1,3 para atrito lateral e 4 para ponta. Alguns programas de cálculo,
como no trabalho de Ferreira et al. (2014), utilizou a pior das duas possibilidades, ou
seja, fez o cálculo com os fatores do método original e com o fator de segurança igual
a 2 para atrito lateral e ponta, o que parece bastante coerente, pois uma estaca pode
estar trabalhando somente a atrito, e ter portanto coeficiente de segurança global
inferior a 2, o que iria contra a NBR 6122. Porém como dito por Decourt et al. (2016),
o próprio método tem fatores de segurança embutidos, que podem chegar a ordem
de 6, então os fatores de segurança do método original foram mantidos, não sendo
possível alterar este parâmetro automaticamente. Se o usuário desejar aplicar outro
fator de segurança para este método, deverá fazê-lo manualmente.

3.2.4 Considerações para o método Gotlieb et al.

Este método, na literatura encontrada, não separa diretamente as resistências


lateral e de ponta, por este motivo o item 8.2.1.2 da NBR 6122:2010 não poderá ser
verificado, mas como este método foi feito com base em provas de carga apenas de
estacas hélice, isso não inviabiliza ele. Para carga de tração, foi adotado a
consideração de Magalhães (2005), onde a parcela referente a segunda parte da
equação refere-se ao atrito lateral.

3.2.5 Considerações para o método LCPC

Este método estava apresentado de maneira bastante confusa, sendo


necessário utilizar três referencias por programa-lo. O roteiro de cálculo e as equações
foram feitas seguindo o livro de Briaud (2013), mas este não possuía dados para
estacas hélice, dados estes obtidos na norma francesa NF P 94-262. A consideração
58

da limitação das estacas hélice em 25 metros para o cálculo da resistência lateral foi
ignorada.

3.2.6 Considerações para o método Monteiro

O método limita o valor do Nspt em 40 golpes, mas não deixa claro se o valor
limite a ser considerado é o valor médio do bulbo ou o individual por camada, a favor
da segurança considerou-se o valor individual por camada.

3.2.7 Considerações para o método Vorcaro e Velloso

Assim como no método de Gotlieb et al., este método não separa a resistência
de ponta e lateral, ficando assim inviável a checagem do item 8.2.1.2 da NBR
6122:2010, e neste caso também a determinação da resistência a tração.
Este método prevê limitação do Nspt em 75, esta especificação ficará
prejudicada, pois o software está programado para limitar o Nspt em 50 golpes.
A formulação original prevê um fator ± 0,29, que na prática funciona como um
valor máximo e mínimo para a carga última, como o objetivo é obter um valor único
por método, e deixar o valor máximo e mínimo por conta da combinação de diversos
métodos, este parâmetro será suprimido, o que também é feito na descrição do
método por Velloso e Lopes (2011).
Este método, diferentemente dos demais, não poderia ser chamado de semi-
empírico, pois foi elaborado através de regressão linear múltipla. Por este motivo, o
método apresenta um problema, quando houver a combinação de Nspt, diâmetro e
comprimentos elevados, o método resulta em valores de capacidade de carga
inferiores ao dos mesmos fatores geométricos menores.
Por exemplo, ao calcular uma estaca com um Nspt médio de 20, com
comprimento de 25 m, e diâmetro de 70 cm, resultará em uma capacidade de carga
maior do que uma mesma estaca com as mesmas características, mas com diâmetro
de 80 cm. Ou seja, o diâmetro foi aumentado, e à estaca resiste a menos carga!
59

3.3 Exemplo de aplicação

O exemplo a seguir foi realizado com base em ensaios reais de SPT, SPT-T e
CPT. Obtidos no trabalho de Anna Silva Palcheco Peixoto (PEIXOTO 2001), que estão
em anexo, realizados no campo experimental da Feagri - Unicamp. Para obter os
dados do CPT foi realizada uma interpolação entre os CE.6 e CE.3. Nessas
sondagens não estava claro se o solo até 1 metro foi considerado ou não, mas para
efeito de exemplo ele foi descartado. Abaixo segue perfil do solo considerado.

Figura 12 – Sondagem exemplo

Fonte: Adaptado de Peixoto, 2001 (p. 100)


60

A. O primeiro passo é preencher o diâmetro, inicialmente este valor deve ser


arbitrado para posteriormente checar se pode ser reduzido ou necessita ser
aumentado, valores usuais para estacas hélice são entre 0.30 e 0.6 m. Neste
caso vamos adotar 0.4 metros;
B. Utilizar Fator de segurança de 2 para compressão e 2,5 para tração;
C. Como há os três ensaios (SPT, SPT-T e CPT), pode-se calcular para todos os
métodos;
D. Depois selecionar os ensaios obtidos, neste caso Nspt, spt.T e CPT e
preencher os dados dos ensaios e do solo, conforme figura 13 abaixo;

Figura 13 – Exemplo de utilização – Preencher dados

Fonte: Elaborado pelo autor (2018)


61

E. Ao clicar no botão calcular, o resultado deve ser conforme abaixo:

Figura 14 – Exemplo - Resultado

Fonte: Elaborado pelo autor (2018)

F. Supondo que deseje-se obter a máxima capacidade geotécnica desta estaca,


ou seja, o mais próximo da capacidade estrutural de 75 tf, poder-se-ia parar
estaca na cota 21. Neste caso preencher o campo profundidade da estaca com
21, e pressionar “gerar estaca”, resultando na figura 16.
62

Figura 15 – Exemplo – Botão gerar estaca

Fonte: Elaborado pelo autor (2018)

Figura 16 – Exemplo – Estaca gerada

Fonte: Elaborado pelo autor (2018)

Nesta etapa não se buscou analisar os resultados, apenas fez-se um exemplo


de como utilizar o programa, a análise dos resultados será feita no próximo capitulo.
63

4 ANÁLISE DOS RESULTADOS

Neste capitulo procurou-se comparar as cargas admissíveis dos diversos


métodos com provas de carga estáticas, analisar os resultados, e validar ou não a
utilização da na média segunda como resultado, adotou-se 30% por recomendação
de Berberian (2017).
Antes de realizar a comparação com as provas de carga, expõe-se um resumo
de todos os métodos que serão aplicados, e quais critérios de ruptura que eles
utilizam.

Figura 17 – Critério de ruptura de cada método

Fonte: Elaborado pelo autor (2018)

Para os métodos que não tem um critério de ruptura indicado, utilizou-se eles
em todos os casos.
A escolha de utilizar a carga admissível ao invés da carga última deve-se ao
fato de que o objetivo da pesquisa é avaliar a eficácia do método para utilização
profissional, e não para fins acadêmicos. Pois alguns métodos utilizam fatores de
segurança diferentes, então a simples comparação com a carga última não teria valor
para a utilização profissional. De igual modo, a consideração da limitação da ponta
pela NBR 6120 também está presente nos resultados, pois se ela faz parte da
obtenção da carga final, achou-se justo manter os resultados com essa redução.
Um ranqueamento entre os métodos pode ser feito com base no quanto ele
está próximo do fator de segurança 2 a 1.6, usualmente adotado nos projetos.
64

4.1 Provas de carga Lobo (2005)

Provas de carga disponíveis na dissertação de Bianca de Oliveira Lobo (2005),


são da cidade de Jacarepaguá/RJ. As sondagens realizadas foram do tipo SPT e
podem ser vistas no anexo A. As provas de carga são estáticas, extrapoladas pelo
critério de Van der Veen, adaptado por Aoki 1976, conforme anexo B.
Nas sondagens não está disponível o perfil do solo, apenas os valores de Nspt,
portanto os únicos métodos que podem ser avaliados são Gotlieb et al., UFRGS e
Vorcaro, e neste caso todos utilizam o critério de Van der Veen. É importante salientar
que as provas de carga que serão expostas fizeram parte do banco de dados para
desenvolvimento do método UFRGS.

Figura 18 – Prova de carga versus Ensaio SPT - ESTACA 40

Fonte: Elaborado pelo autor (2018)

Percebe-se que o método de Vorcaro e Velloso (VV) mostrou-se abaixo do


coeficiente de 2, porém acima de 1,6, sendo o mais próximo do coeficiente ideal. A
média dos métodos mostrou-se mais adequada do que qualquer método utilizado
individualmente.
65

Figura 19 – Prova de carga versus Ensaio SPT - ESTACA 36

Fonte: Elaborado pelo autor (2018)

Com base nos dados acima, o método de Vorcaro e Velloso (VV) foi o que mais
se aproximou, embora levemente abaixo do coeficiente ideal de 2. A média
apresentou novamente resultados melhores do que os métodos individuais.

4.2 Provas de carga Alledi (2013)

Provas de carga disponíveis na tese de Carla Therezinha Dalvi Borjaille Alledi


(2013), situadas na região da grande Vitória-ES. As sondagens realizadas foram do
tipo SPT e SPT-T e podem ser vistas nos anexos C ao F. Vários critérios de ruptura
foram utilizados em cada estaca, podendo serem vistos nos anexos G e H. Ao todo
foram executadas seis estacas, mas apenas quatro serão utilizadas aqui, pois as
demais apresentam falta de dados, a primeira será exposta a seguir.
66

4.2.1 Estaca EH1 diâmetro 40 cm

O critério de ruptura adotado para essa estaca foi o do recalque de 4 mm (10%),


o que caracteriza ruptura convencional, portanto todos os métodos podem ser
avaliados. Infelizmente não havia ensaio CPT disponível, portanto os métodos LCPC
e Aoki-CPT não foram utilizados.

Figura 20 – Prova de carga versus Ensaio SPT - ESTACA EH1

Fonte: Elaborado pelo autor (2018)

Figura 21 – Continuação da figura 20

Fonte: Elaborado pelo autor (2018)


67

É possível perceber que o único método que apresentou um resultado


satisfatório foi o UFRGS. Um dos motivos para a maioria dos métodos terem
apresentado valores altos, foi a consideração do bulbo para o cálculo da resistência
de ponta, onde um solo com elevada resistência sucedi um de baixíssima resistência,
gerando assim uma média alta. Talvez essa consideração, para solos muito ruins,
como argilas marinhas, seja contra a segurança. Outra questão foi a falta de um
parâmetro para representar um solo de baixíssima resistência. É possível perceber
que o método UFRGS, tem uma queda acentuada na resistência, quando é
especificado o tipo de solo como argila, algo que não ocorre na maioria dos demais,
talvez em outros solos o método UFRGS possa ser excessivamente conservador, mas
neste caso foi bastante preciso. Abaixo a mesma estaca, comparada com ensaios
SPT-T.

Figura 22 – Prova de carga versus Ensaio SPT-T - ESTACA EH1

Fonte: Elaborado pelo autor (2018)

Os métodos que utilizam o ensaio SPT-T, mostraram-se muito precisos para


essa estaca. Porém é possível notar que eles já vinham apresentando resistências
menores ao longo de todo o comprimento, Peixoto por exemplo, utiliza o mesmo
cálculo do Decourt e Quaresma para a resistência de ponta, sinal que a grande
diferença, neste caso, foi a resistência lateral.
68

4.2.2 Estaca EH2 diâmetro 40 cm

O critério de ruptura adotado para essa estaca foi o do recalque de 4 mm (10%),


o que caracteriza ruptura convencional, portanto todos os métodos podem ser
avaliados. Infelizmente não havia ensaio CPT disponível, portanto os métodos LCPC
e Aoki-CPT não foram utilizados

Figura 23 – Prova de carga versus Ensaio SPT - ESTACA EH2

Fonte: Elaborado pelo autor (2018)

Figura 24 – Continuação da figura 23

Fonte: Elaborado pelo autor (2018)


69

É possível perceber que o único método que apresentou um resultado


satisfatório foi o UFRGS. Sendo que na média os resultados foram ainda piores do
que para a estaca EH1.
Abaixo a mesma estaca, comparada com ensaios SPT-T.

Figura 25 – Prova de carga versus Ensaio SPT-T - ESTACA EH2

Fonte: Elaborado pelo autor (2018)

Os métodos que utilizam o ensaio SPT-T mostraram melhores resultados do


que os de SPT, porém indo no limite inferior da segurança.

4.2.3 Estaca EH5 diâmetro 40 cm

A carga máxima aplicada nessa estaca foi de 1800 kN, não atingindo a ruptura
convencional, utilizou-se o critério de ruptura Van der Veen, por este motivo o método
DQ não foi avaliado, não havia ensaio CPT disponível e o ensaio SPT-T está com
dados faltantes, portanto os métodos Aoki-CPT, Alonso, Decourt e Quaresma, LCPC
e Peixoto e não foram utilizados.
70

Figura 26 – Prova de carga versus Ensaio SPT- ESTACA EH5

Fonte: Elaborado pelo autor (2018)

Figura 27 – Continuação da figura 26

Fonte: Elaborado pelo autor (2018)


71

Para essa estaca, os resultados já são completamente diferentes, a grande


maioria dos métodos apresentou fatores de segurança acima de 2, alguns acima de
3. Os destaques foram os métodos de Vorcaro e Velloso e Karez e Rocha, com
resultados muito bons. Aoki e Velloso apresentou um resultado satisfatório. E os
demais ficaram relativamente conservadores.

4.2.4 Estaca EH6 diâmetro 40 cm

A carga máxima aplicada nesta estaca foi de 2400 kN, não atingindo a ruptura
convencional, utilizou-se o critério de ruptura Van der Veen, por este motivo o método
DQ não foi avaliado, não havia ensaio CPT disponível, portanto os métodos Aoki-CPT,
Decourt e Quaresma, e LCPC não foram utilizados.

Figura 28 – Prova de carga versus Ensaio SPT- ESTACA EH6

Fonte: Elaborado pelo autor (2018)


72

Figura 29 – Continuação da figura 28

Fonte: Elaborado pelo autor (2018)

Para essa estaca, os resultados seguem os resultados da EH5, porém ainda


mais conservadores, todos os métodos apresentaram fatores de segurança acima de
3, alguns acima de 5! Os destaques foram os métodos de Karez e Rocha e Vorcaro e
Velloso, apresentando fatores de segurança na ordem de 3, ainda bastante
conservadores, porém muito menos do que os demais. O mais conservador o UFRGS,
apresentando um fator de segurança de 5,2.
A seguir a mesma estaca, mas comparada com os resultados dos métodos que
utilizam o ensaio SPT-T.
73

Figura 30 – Prova de carga versus Ensaio SPT-T - ESTACA EH6

Fonte: Elaborado pelo autor (2018)

O resultado dos métodos que utilizam o ensaio SPT-T foram um pouco


melhores do que os quem utilizam SPT, mas ainda muito conservadores.

4.3 Provas de carga Vieira (2015)

Provas de carga disponíveis na dissertação de Fernando de Paula Vieira


(2015), situadas da cidade de Araucária-PR, em uma formação geológica-geotécnica
conhecida como Guabirotuba. As sondagens realizadas foram do tipo SPT e podem
ser vistas nos anexos I e J. Dois critérios de ruptura foram utilizados em cada estaca,
podendo ser visto no anexo L. Foram executadas centenas de estacas nessa obra, e
diversas provas de carga, mas apenas 3 estacas tinham dados suficientes para
74

utilização neste trabalho. Vale lembrar que embora essas 3 estacas sejam de uma
mesma obra, pelo porte da obra, parecem ser de locais bastante distantes. A primeira
estaca será exposta a seguir.

4.3.1 Estaca PC02 - REGIÃO 32323 - SPTT 05 - diâmetro 40 cm

Essa estaca foi avaliada por dois critérios de ruptura, Van der Veen e Rigidez-
Decourt, por este motivo todos os métodos que utilizam o ensaio SPT como base
foram utilizados. Vale salientar que embora o ensaio esteja caracterizado como SPTT
(SPT com medição de torque), os valores descritos no rascunho da sondagem são
apenas de SPT (isso pode comprovado através da figura 38 do trabalho de Vieira).

Figura 31 – Prova de carga versus Ensaio SPT - ESTACA PC02

Fonte: Elaborado pelo autor (2018)


75

Figura 32 – Continuação da figura 31

Fonte: Elaborado pelo autor (2018)

Figura 33 – Prova de carga versus Ensaio SPT - ESTACA PC02 - DQ

Fonte: Elaborado pelo autor (2018)

Nessa estaca alguns métodos apresentaram fatores de segurança abaixo do


mínimo, mas outros tiverem ótimos resultados, a média apresentou um resultado
regular, indo no limite inferior.
76

4.3.2 Estaca PC03 - REGIÃO 2315 - SPTT 08 - diâmetro 35 cm

Essa estaca foi avaliada por dois critérios de ruptura, Van der Veen e Rigidez-
Decourt, por este motivo todos os métodos que utilizam o ensaio SPT como base
foram utilizados. Vale salientar que embora o ensaio esteja caracterizado como SPTT
(SPT com medição de torque), os valores descritos no rascunho da sondagem são
apenas de SPT.
Na apresentação dessa estaca, o autor informou que ela tinha 10 m, porém não
informou a cota de apoio. Ao utilizar a cota de apoio como 10 m, isso leva a resultados
inconsistentes quando comparado com as previsões por métodos semi-empíricos
apresentados pelo próprio autor. Por isso supõe-se que a estaca esteja em uma cota
mais profunda do que a especificada, embora ela possa ter 10 m, mas apoiada na
cota 11 m.

Figura 34 – Prova de carga versus Ensaio SPT - ESTACA PC03

Fonte: Elaborado pelo autor (2018)


77

Figura 35 – Continuação da figura 34

Fonte: Elaborado pelo autor (2018)

Figura 36 – Prova de carga versus Ensaio SPT - ESTACA PC03 - DQ

Fonte: Elaborado pelo autor (2018)

Ao contrário da estaca anterior, nessa estaca os resultados foram bons,


levemente conservadores, apenas Karez e Rocha apresentou resultados levemente
contra a segurança mínima. A média ficou conservadora.
78

4.3.3 Estaca PC04 - REGIÃO 2316 - SP 54 - diâmetro 50 cm

Essa estaca foi avaliada por dois critérios de ruptura, Van der Veen e Rigidez-
Decourt, por este motivo todos os métodos que utilizam o ensaio SPT como base
foram utilizados.
Na apresentação dessa estaca, o autor informou que ela tinha 11 m, porém não
informou a cota de apoio. Ao utilizar a cota de apoio como 11 m, isso leva a resultados
inconsistentes quando comparado com as previsões por métodos semi-empíricos
apresentados pelo próprio autor. Por isso supõe-se que a estaca esteja em uma cota
mais profunda do que a especificada, embora ela possa ter 11 m, mas apoiada na
cota 12 m.
Também existe um erro na tabela exposta no anexo L, lá consta que essa
estaca tem 35 cm, mas em outras páginas ela consta com 50 cm, ficando coerente
com os resultados.

Figura 37 – Prova de carga versus Ensaio SPT – ESTACA PC04

Fonte: Elaborado pelo autor (2018)


79

Figura 38 – Continuação da figura 37

Fonte: Elaborado pelo autor (2018)

Figura 39 – Prova de carga versus Ensaio SPT - ESTACA PC04 - DQ

Fonte: Elaborado pelo autor (2018)

E nessa estaca os resultados foram bons, com exceção de três métodos. A


média apresentou um resultado regular. Comparando as três estacas percebe-se que
mesmo em solos similares, os resultados podem ser bastante diversos.
80

4.4 Provas de carga de Almeida Neto (2002)

Provas de carga disponíveis na dissertação de José Albuquerque de Almeida


Neto (2002), embora isso não seja mencionado, supõe-se que estejam situadas da
cidade de São Paulo - SP. As sondagens realizadas foram do tipo SPT e podem ser
vistas nos anexos N, O, P. Um critério de ruptura foi utilizado em cada estaca, podendo
ser visto no anexo M. Neste trabalho estão disponíveis três provas de carga. A
primeira estaca será exposta a seguir.

4.4.1 Estaca E.H.C 2 – CASO A - diâmetro 40 cm

Essa estaca foi avaliada pelo critério de ruptura de Van der Veen, por este
motivo todos os métodos que utilizam o ensaio SPT como base foram utilizados,
exceto Decourt e Quaresma.

Figura 40 – Prova de carga versus Ensaio SPT - ESTACA E.H.C 2

Fonte: Elaborado pelo autor (2018)


81

Figura 41 – Continuação da figura 40

Fonte: Elaborado pelo autor (2018)

Nessa estaca os resultados foram bons, embora a maioria dos métodos foram
conservadores. Aoki e Velloso, Vorcaro e Velloso apresentaram ótimos resultados,
Karez e Rocha um pouco arrojado, mas acima do mínimo. A média apresentou um
resultado conservador.
Vale ressaltar que o para especificar o valor de 10,8 metros fez-se uma
interpolação entre os resultados das cotas 10 e 11 metros, embora o ECCsEMPIRC
ainda não faça isso diretamente, isso será logo implementado.

4.4.2 Estaca E.H.C 4 – CASO B - diâmetro 40 cm

Essa estaca foi avaliada pelo critério de ruptura de Van der Veen, por este
motivo todos os métodos que utilizam o ensaio SPT como base foram utilizados,
exceto Decourt e Quaresma. Na sondagem não consta o SPT das últimas camadas,
mas segundo consta na tese o SPT dessas camadas é maior que 50.
82

Figura 42 – Prova de carga versus Ensaio SPT - ESTACA E.H.C 4

Fonte: Elaborado pelo autor (2018)

Figura 43 – Continuação da figura 42

Fonte: Elaborado pelo autor (2018)


83

Os resultados foram mais conservadores do que E.H.C 2. Vorcaro e Velloso e


Karez e Rocha apresentaram bons resultados. A média apresentou um resultado
conservador.

4.4.3 Estaca E.H.C 6 – CASO C - diâmetro 40 cm

Essa estaca foi avaliada pelo critério de ruptura de Van der Veen, por este
motivo todos os métodos que utilizam o ensaio SPT como base foram utilizados,
exceto Decourt e Quaresma. Vale ressaltar que esse perfil de sondagem apresenta
valores de SPT muito baixos, inferiores a 1. Para aplicação do ECCsEMPIRIC adotou-
se como valor mínimo 1.

Figura 44 – Prova de carga versus Ensaio SPT - ESTACA E.H.C 6

Fonte: Elaborado pelo autor (2018)


84

Figura 45 – Continuação da figura 44

Fonte: Elaborado pelo autor (2018)

Os resultados apresentados são tão dispares que poderiam ser eliminados,


mas optou-se por deixá-los para evidenciar a dispersão que pode-se obter com esse
tipo de comparação.
A primeira consideração que deve ser feita é a de que muitos métodos tiveram
sua resistência de ponta suprimida, por representar mais do que 125% da resistência
lateral última, na camada analisada.
Outra consideração que podemos salientar, é a validade da aplicação do
método de Van der Veen neste caso. Pois pelo critério de ruptura da NBR 6122,
aplicado excepcionalmente nessa estaca, a carga última foi consideravelmente
menor.

4.5 Provas de carga de Hortegal (2011)

Prova de carga disponível na dissertação de Mylane Viana Hortegal (2011),


situadas da cidade de Guará II - DF. A sondagem realizada foi do tipo SPT e pode ser
vista no anexo Q. Um critério de ruptura foi utilizado em cada estaca, podendo ser
visto no anexo R.
85

Neste trabalho foram realizados mais furos de sondagens próximos a prova de


carga, sendo que para a autora utilizou um índice médio entre os SPT’s disponíveis,
porém essas informações não estavam disponíveis no referido trabalho, portanto foi
utilizado apenas o furo mais próximo da prova de carga, neste caso o F05. Neste furo
há um pico na cota 7 a 8 m, este foi suavizado, supondo que seja um fragmento de
rocha que interferiu no ensaio.

4.5.1 Estaca F05 - diâmetro 40 cm

Essa estaca foi avaliada pelo critério de ruptura de Van der Veen, por este
motivo todos os métodos que utilizam o ensaio SPT como base foram utilizados,
exceto Decourt e Quaresma.

Figura 46 – Prova de carga versus Ensaio SPT - ESTACA F05

Fonte: Elaborado pelo autor (2018)


86

Figura 47 – Continuação da figura 46

Fonte: Elaborado pelo autor (2018)

Com base nos resultados, percebe-se que a maioria dos métodos apresentou
resultados conservadores, apenas Karez e Rocha, Vorcaro e Velloso tiveram bons
resultados. Mas vale lembrar que segundo a autora da pesquisa, o resultado do critério
de ruptura de Van der Veen, neste caso, pode levar a recalques excessivos, a carga
última obtida pelo critério de Camapum de Carvalho, por exemplo, foi de 1600 kN, o
que alteraria completamente os resultados, mas tornaria a comparação com os
métodos incerta.

4.6 Provas de carga de Magalhães (2005)

Prova de carga disponível na dissertação de Paulo Henrique Lourenço


Magalhães (2005), situadas nas cidades de Brasília – DF e Goiânia - GO. A sondagem
realizada foi do tipo SPT e o critério de ruptura utilizado foi o de Van der Veen, ambos
87

podem serem vistos nos anexos T, U, V e X. Magalhães (2005) disponibilizou diversas


provas de carga, mas algumas não possuíam todas as informações necessárias para
utilização neste trabalho, portanto foram utilizadas quatro provas de carga.

4.6.1 Estaca PC-02BR - diâmetro 40 cm

Essa estaca foi avaliada pelo critério de ruptura de Van der Veen, por este
motivo todos os métodos que utilizam o ensaio SPT como base foram utilizados,
exceto Decourt e Quaresma.

Figura 48 – Prova de carga versus Ensaio SPT - ESTACA PC-02BR

Fonte: Elaborado pelo autor (2018)


88

Figura 49 – Continuação da figura 48

Fonte: Elaborado pelo autor (2018)

Nessa estaca os resultados foram ruins, muitos métodos apresentaram valores


abaixo do coeficiente de segurança mínimo, incluindo a média entre eles. Uma melhor
avaliação será feita após a análise da próxima estaca.

4.6.2 Estaca PC-05BR - diâmetro 30 cm

Essa estaca foi avaliada pelo critério de ruptura de Van der Veen, porém houve
ruptura convencional, por este motivo todos os métodos que utilizam o ensaio SPT
como base foram utilizados.
89

Figura 50 – Prova de carga versus Ensaio SPT - ESTACA PC-05BR

Fonte: Elaborado pelo autor (2018)

Figura 51 – Continuação da figura 50

Fonte: Elaborado pelo autor (2018)

Nessa estaca os resultados foram bons, embora conservadores. Analisando


ambas as provas de carga, percebe-se que os métodos que apresentaram os
melhores resultados foram os de Antunes e Cabral, e Gotlieb et al. Indo de encontro
a conclusão de Magalhães (2005) para o grupo inteiro de estacas. Vale lembrar que
o método Antunes e Cabral foi ajustado conforme as recomendações de Magalhães
(2005), o que torna essa comparação tendenciosa. A média apresentou um resultado
bom.
90

4.6.3 Estaca PC-01GO - diâmetro 30 cm

Essa estaca foi avaliada pelo critério de ruptura de Van der Veen, por este
motivo todos os métodos que utilizam o ensaio SPT como base foram utilizados,
exceto Decourt e Quaresma.

Figura 52 – Prova de carga versus Ensaio SPT - ESTACA PC-01GO

Fonte: Elaborado pelo autor (2018)

Figura 53 – Continuação da figura 52

Fonte: Elaborado pelo autor (2018)


91

Nessa estaca os resultados foram ruins, os melhores resultados foram o de


Gotlieb et al. e Berberian( ). Porém isso devido a limitação da tensão admissível,
adotada pelos métodos. Uma melhor avaliação será feita após a análise da próxima
estaca.

4.6.4 Estaca PC-02GO - diâmetro 40 cm

Essa estaca foi avaliada pelo critério de ruptura de Van der Veen, por este
motivo todos os métodos que utilizam o ensaio SPT como base foram utilizados,
exceto Decourt e Quaresma.

Figura 54 – Prova de carga versus Ensaio SPT - ESTACA PC-02GO

Fonte: Elaborado pelo autor (2018)


92

Figura 55 – Continuação da figura 54

Fonte: Elaborado pelo autor (2018)

Nessa estaca os resultados foram ruins. Analisando ambas as provas de carga,


percebe-se que os métodos que apresentaram os melhores resultados foram os de
Antunes e Cabral, e Gotlieb et al. Indo de encontro a conclusão de Magalhães (2005).
Vale lembrar que o método Antunes e Cabral foi ajustado conforme as
recomendações de Magalhães (2005), o que torna essa comparação tendenciosa. E
o de Gotlieb et al. obteve esses valores devido a limitação da tensão admissível,
adotada pelo método. A média apresentou um resultado regular.

4.7 Provas de carga de Albuquerque (2001) e Peixoto (2001)

Provas de carga disponíveis nas teses de Paulo José Rocha de Albuquerque


(2001) e Anna Silvia Palcheco Peixoto (2001), situadas na cidade de Campinas – SP,
no campus experimental da UNICAMP, elas podem ser vistas no anexo AD. As
sondagens disponíveis são do tipo SPT, SPT-T e CPT, e podem ser vistas nos anexos
AE ao AH. Foi necessário coletar dados de ambas as teses, pois alguns dados
estavam omissos.
93

Para a estaca HC1, foi utilizado a média entre os SP 1 e SP 2 da tese de


Peixoto, que são os SP 9 e SP 10 da tese de Albuquerque, e o CE. 6.
Para a estaca HC3, foi utilizado a média entre os SP 2 e SP 3 da tese de
Peixoto, que são os SP 10 e SP 11 da tese de Albuquerque, e o CE. 3.
Não há uma indicação se foi utilizado algum critério de ruptura para especificar
a carga de ruptura, em nenhuma das duas teses. Portanto irá se considerar que a
ruptura foi física, possibilitando a comparação com todos os métodos semi-empíricos.
Havia ainda uma estaca HC2, mas essa será desprezada, pois além de não ter todas
as sondagens disponíveis, tem uma carga de ruptura muito próxima da estaca HC1.

4.7.1 Estaca HC1 - diâmetro 40 cm

Supõe-se que essa estaca atingiu a ruptura convencional, por este motivo todos
os métodos foram utilizados.

Figura 56 – Prova de carga versus Ensaio SPT - ESTACA HC1

Fonte: Elaborado pelo autor (2018)


94

Figura 57 – Continuação da figura 56

Fonte: Elaborado pelo autor (2018)

Figura 58 – Prova de carga versus Ensaio SPT-T - ESTACA HC1

Fonte: Elaborado pelo autor (2018)


95

Figura 59 – Prova de carga versus Ensaio CPT - ESTACA HC1

Fonte: Elaborado pelo autor (2018)

Nessa estaca os resultados foram conservadores. Uma melhor avaliação será


feita após a análise da próxima estaca.

4.7.2 Estaca HC3 - diâmetro 40 cm

Supõe-se que essa estaca atingiu a ruptura convencional, por este motivo todos
os métodos foram utilizados.

Figura 60 – Prova de carga versus Ensaio SPT - ESTACA HC3

Fonte: Elaborado pelo autor (2018)


96

Figura 61 – Continuação da figura 60

Fonte: Elaborado pelo autor (2018)

Figura 62 – Prova de carga versus Ensaio SPT-T - ESTACA HC3

Fonte: Elaborado pelo autor (2018)


97

Figura 63 – Prova de carga versus Ensaio CPT - ESTACA HC3

Fonte: Elaborado pelo autor (2018)

Conforme o exposto nas figuras acima, percebe-se que para as estacas HC1 e
HC3 os resultados foram conservadores, tanto para os métodos que usam os ensaios
SPT, como para os que usam o SPT-T e o CPT. Vale destacar que para essas duas
estacas, o método Karez e Rocha apresentou os melhores resultados, seguindo a
tendência de ser um método mais arrojado que os demais.
Utilizando o SPT-T, Peixoto também apresentou melhores resultados em
ambas as estacas, sendo mais arrojado nestes casos, mas isso não é uma tendência,
pois na estaca EH6 o resultado foi inverso.
E utilizando CPT, o método LPC apresentou melhores resultados em ambas as
estacas, mas isso de modo algum representa uma tendência, pois o número de
comparação é muito limitado.

4.8 Análise geral das estacas com ensaio SPT

Ao analisar os dados coletados neste trabalho, deve-se considerar que ao todo


foram 19 provas de carga analisadas, o que é um número bastante reduzido, portanto
as conclusões aqui obtidas podem sofrer variações, caso utilize-se uma amostragem
maior.
98

Um outro ponto importante são os critérios de ruptura, pois muitos métodos não
especificavam qual critério de ruptura foi utilizado, e a maioria das provas de carga
não tinham dados suficientes para calcular a carga por outros critérios, então
basicamente o resultado dessa pesquisa está condicionado aos resultados do critério
de Van der Veen.
Na figura a seguir, podemos ver uma análise geral de todos os métodos, à
estaca caso C - E.H.C 6 foi excluída dessa análise.

Figura 64 – Análise geral dos métodos com ensaio SPT

Fonte: Elaborado pelo autor (2018)

Parte-se do princípio de que nenhuma estaca deva apresentar Fseg < 1.6, e
para obter isso, a utilização do método que apresente o menor valor dentre todos,
atenderia esse requisito. Porém busca-se aliar a segurança com a eficiência
econômica, um Fseg médio de 3,2 é bastante elevado por isso cabe avaliar outras
opções.
Analisando alguns métodos individualmente, podemos reforçar as conclusões
já obtidas em outros trabalhos, de que o método de Karez e Rocha é mais arrojado
do que aos demais, o que não o invalida, já que em diversos solos ele apresentou os
melhores resultados.
Os métodos Gotlieb et al. e Berberian foram os que tiveram a maioria dos
resultados acima do coeficiente de segurança mínimo, isso devido a limitação da
tensão admissível, adotada por ambos. O que reflete consequentemente em um fator
de segurança mais alto em ambos.
Em relação à média, esta apresentou muitos resultados acima do coeficiente
de segurança mínimo, o que torna sua utilização temerária, por isso optou-se por
99

acrescentar uma segunda consideração. A programação do ECCsEMPIRIC


especifica como limite para capacidade estrutural da estaca o valor de 6 MPa, o que
obviamente não é o limite final, mas sim o limite adotado comercialmente, pois acima
disso à estaca deve ser armada. Então para a penúltima linha da figura 64, utilizou-se
o menor valor, dentre a média segunda e a tensão limitada a 6 MPa, o que resultou
em um número de resultados abaixo do coeficiente mínimo menor, com um pequeno
aumento do coeficiente de segurança médio. Sendo essa opção uma solução
intermediária, mas para validar essa e as demais considerações, deve-se aumentar o
número de provas de carga analisadas, pois além do número reduzido de provas de
carga, algumas estão em um mesmo solo, podendo gerar falsas percepções.

4.9 Análise geral das estacas com ensaio SPT-T e CPT

Embora o número de provas de carga com ensaios SPT-T e CPT seja ainda
mais reduzido, pode-se observar que os resultados dos métodos que utilizam estes
ensaios refletem em estimativas por vezes muito diferentes das obtidas com ensaio
SPT. Como exemplo pode-se citar a estaca a EH1, onde os resultados provenientes
do ensaio SPT-T resultaram em valores com fator de segurança na ordem de 2,
enquanto que a média dos valores obtidos como ensaio SPT ficou em 1,1.

Figura 65 – Análise geral dos métodos com ensaios SPT-T e CPT

Fonte: Elaborado pelo autor (2018)


100

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Durante a execução deste trabalho, pode-se confirmar o pressuposto de que


prever a capacidade de carga de estacas é uma tarefa difícil, devido a
heterogeneidade dos solos, dos processos construtivos e dos materiais. Por este
motivo deve-se louvar os autores dos diversos métodos que objetivam este fim.
O objetivo deste trabalho foi atendido, pois o software calcula pelos doze
métodos, e pelos três ensaios. E dezenove comparações com provas de carga foram
realizadas e analisadas.
A programação do software ainda possui limitações, principalmente na interface
gráfica, mas a linguagem PYTHON atendeu as expectativas, e ainda possui diversas
ferramentas que podem tornar o software muito mais funcional.
Em relação a comparação dos resultados dos métodos com as provas de
carga, deve-se analisar com cuidado, devido principalmente a pequena quantidade de
provas de cargas disponíveis. Foi possível obter apenas 19 provas de carga estática,
e algumas eram em uma mesma obra, em um mesmo solo, portanto se um método
não obtinha um bom resultado naquele solo em específico, teria a média
comprometida.
Ainda pode-se questionar os resultados dos critérios de ruptura, pois como
demonstrado por Amann (2010), existe muita variação entre os resultados e a maioria
das estacas não apresentou ruptura convencional.
Analisando os dados, os piores resultados, tanto contra a segurança quanto
muito conservadores, vieram de solos com camadas de solos muito moles, onde a
consideração de um bulbo para a carga de ponta pode ser perigosa ou antieconômica.
Embora o número de provas de carga com ensaios SPT-T e CPT seja ainda
mais reduzido do que as que tem dados de SPT, pode-se observar que os resultados
dos métodos que utilizam estes ensaios refletem em estimativas mais conservadoras,
sendo um excelente balizador, reforçando a necessidade em se utilizar mais do que
um tipo de ensaio nas obras.
Em relação a um ranqueamento entre os métodos que utilizam o ensaio SPT,
o resultado foi semelhante à de outras pesquisas, o método que apresentou o maior
número de resultados acima do coeficiente de segurança mínimo foi o de Gotlieb et
al. (2000), mas vale ressaltar que este método não foi 100% a favor da segurança e
101

por limitar a tensão admissível em 5 MPa, apresentou resultados muito conservadores


em diversas estacas.
Observou-se que, dentre as provas de carga utilizadas, a única maneira de
obter um resultado que seja 100% acima do coeficiente de segurança mínimo imposto
pela NBR 6122, seria a utilização do menor valor dentre os resultados apresentados
pelos métodos, as custas, porém de um fator se segurança médio elevado, gerando
assim desperdício de recursos.
A utilização da média segunda (onde foi feita uma média dos resultados dos
métodos, e excluído valores com variação maior de 30% em relação à média primeira,
e então feito uma segunda média apenas dos valores restantes) não se mostrou
suficientemente segura. Por isso limitou-se também a tensão em 6 MPa (limite onde
segundo a NBR 6122 à estaca não necessita ser armada), o que resultou em um baixo
número de resultados contra a segurança e em um fator de segurança médio menos
conservador, sendo essa a melhor opção encontrada para quando houver apenas o
ensaio SPT disponível.
Deste modo conclui-se que, repetindo o argumento de inúmeros pesquisadores
desta área, de que provas de carga são fundamentais para garantir um bom
desempenho (técnico e econômico) das fundações por estacas e de que se deve
realizar ao menos dois tipos de ensaios diferentes em cada obra.
102

REFERÊNCIAS

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<http://www.labbas.eng.uerj.br/pgeciv/nova/files/dissertacoes/90.pdf>. Acesso em:
13 nov. 2017.
105

ANEXO A – SONDAGEM ESTACAS 36 e 40

Fonte: Lobo, 2005 (p. 73)


106

ANEXO B – CRITÉRIOS DE RUPTURA ESTACAS 36 e 40

Fonte: Lobo, 2005 (p. 72 e 73)


107

ANEXO C – SONDAGEM SPT - EH1

Fonte: Alledi, 2013 (p. 115)


108

ANEXO D – SONDAGEM SPT - EH2

Fonte: Alledi, 2013 (p. 116)


109

ANEXO E – SONDAGEM SPT - EH5

Fonte: Alledi, 2013 (p. 122)


110

ANEXO F – SONDAGEM SPT - EH6

Fonte: Alledi, 2013 (p. 123)


111

ANEXO G – CRITÉRIOS DE RUPTURA - EH1 e EH2

Fonte: Alledi, 2013 (p. 150)

Fonte: Alledi, 2013 (p. 151)


112

ANEXO H – CRITÉRIOS DE RUPTURA - EH5 e EH6

Fonte: Alledi, 2013 (p. 156)

Fonte: Alledi, 2013 (p. 157)


113

ANEXO I – SONDAGEM SPT - SPTT05, SPTT08

Fonte: Vieira, 2015 (p. 87)


114

ANEXO J – SONDAGEM SPT - SP54

Fonte: Vieira, 2015 (p. 94)


115

ANEXO L – CRITÉRIOS RUPTURA – SPTT05, SPTT08, SP54

Fonte: Vieira, 2015 (p. 91)


116

ANEXO M – PREVISÃO CARGA CASO A, B e C

Fonte: Almeida Neto, 2002 (p. 90)

Fonte: Almeida Neto, 2002 (p. 93)

Fonte: Almeida Neto, 2002 (p. 97)


117

ANEXO N – SONDAGEM CASO A

Fonte: Almeida Neto, 2002 (p. 88)


118

ANEXO O – SONDAGEM CASO B

Fonte: Almeida Neto, 2002 (p. 91)


119

ANEXO P – SONDAGEM CASO C

Fonte: Almeida Neto, 2002 (p. 95)


120

ANEXO Q – SONDAGEM F05

Fonte: Hortegal, 2011 (p. 150)


121

ANEXO R – CRITÉRIO RUPTURA ESTACA F05

Fonte: Hortegal, 2011 (p. 101)


122

ANEXO S – RESUMO PROVAS CARGA PC-02BR, PC-05BR, PC-01GO e PC-


02GO

Fonte: Magalhães, 2005 (p. 61)

Fonte: Magalhães, 2005 (p. 63)


123

ANEXO T – PROVA DE CARGA E SONDAGEM PC-02BR

Fonte: Magalhães, 2005 (p. 235)


124

ANEXO U – PROVA DE CARGA E SONDAGEM PC-05BR

Fonte: Magalhães, 2005 (p. 238)


125

ANEXO V – PROVA DE CARGA E SONDAGEM PC-01GO

Fonte: Magalhães, 2005 (p. 241)


126

ANEXO X – PROVA DE CARGA E SONDAGEM PC-02GO

Fonte: Magalhães, 2005 (p. 242)


127

ANEXO Z – LOCAÇÃO DOS FUROS DE SONDAGEM SP 9, SP10, SP11, CE 3


e CE 6

Fonte: Albuquerque, 2001 (p. 80)


128

ANEXO AB – LOCAÇÃO DAS ESTACAS HC1 e HC3

Fonte: Albuquerque, 2001 (p. 98)


129

ANEXO AC – LOCAÇÃO DOS FUROS DE SONDAGEM SP.1 = SP 9, SP.2 = SP


10, SP.2 = SP11, CE. 3 e CE.6

Fonte: Peixoto, 2001 (p. 83)


130

ANEXO AD – CARGA DE RUPTURA ESTACAS HC1 e HC3

Fonte: Albuquerque, 2001 (p. 107)


131

ANEXO AE – PERFIL SOLO SONDAGENS SP.1, SP.2 e SP.3

Fonte: Peixoto, 2001 (p. 74)


132

ANEXO AF – GOLPES SPT - SP.1, SP.2 e SP.3

Fonte: Peixoto, 2001 (p. 75)


133

ANEXO AG – TORQUES SPT-T - SP.1, SP.2 e SP.3

Fonte: Peixoto, 2001 (p. 77)


134

ANEXO AH – ENSAIO CE.3 e CE.6

Fonte: Peixoto, 2001 (p. 86)

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