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FLORIANÓPOLIS
2018
LEANDRO JOSÉ ISENSEE
FLORIANÓPOLIS
2018
LEANDRO JOSÉ ISENSEE
BANCA EXAMINADORA:
______________________________________/___/___
Prof.
Universidade Paulista - UNIP
______________________________________/___/___
Prof.
Universidade Paulista - UNIP
_____________________________________/___/___
Prof.
Universidade Paulista - UNIP
AGRADECIMENTOS
Para prever a capacidade de carga em estacas, temos hoje diversos métodos semi-
empíricos brasileiros, porém tem-se a sensação que apenas dois ou três são utilizados
na prática profissional, e limitados a utilização do ensaio SPT. Com isso temos
diversos métodos, frutos de extensa pesquisa, subutilizados e obras de fundações
baseadas em apenas em um tipo de ensaio. O objetivo deste trabalho é colaborar com
o desenvolvimento e confiabilidade das metodologias de previsão de capacidade de
carga através de métodos semi-empíricos em estacas hélice contínua, e abrir o leque
de opções dos projetistas de fundações, permitindo utilizar além do SPT, o CPT e o
SPT-T de forma prática. E de forma complementar, aproveitando a ferramenta,
comparar os valores obtidos no programa com provas de carga. As provas de carga
utilizadas são estáticas, provindas da literatura técnica, e são de diversas regiões do
país, totalizando 19 provas de carga. Para elaboração do programa e para obtenção
das provas de carga, foi utilizada pesquisa teórica, aplicada e bibliográfica, com
métodos fenomenológico e comparativo, através de indexadores na busca por artigos
científicos, dissertações de mestrado, teses de doutorado e livros. Ao realizar uma
comparação com outros softwares que também calculam por métodos semi-
empíricos, ou mesmo com o cálculo feito em outros trabalhos, observou-se que muitas
recomendações dos métodos eram ignoradas, principalmente a consideração do
bulbo da ponta. E comparando os resultados obtidos a partir do software desenvolvido
com as provas de carga disponíveis, observou-se que nenhum método sozinho
atenderia aos fatores de segurança mínimos exigidos pela NBR 6122 em todas as
estacas, sendo os que apresentaram mais resultados dentro dos limites da norma,
aqueles que limitavam a tensão admissível, sendo eles Gotlieb et al. e Berberian.
Observou-se ainda que utilizar mais do que um ensaio torna a previsão da capacidade
de carga muito mais segura.
To estimate the ultimate vertical capacity of piles, we have several Brazilian semi-
empirical methods, but only two or three are used in professional practice and limited
to use with the SPT test. So, we have several methods, from extensive research
underutilized and foundations based on only one type of test. The objective of this
paper is to collaborate with the development and reliability of the methodologies to
estimate the vertical load capacity through semi-empirical methods in piles type
continuous flight auger, and add more options to foundation designers’, allowing to use
besides SPT, CPT, and SPT-T. To complement, using the software, to compare the
values obtained in the software with load tests. The load tests used are static, from the
technical literature, and are from several regions of the country, totaling 19 load tests.
To elaborate the program and to obtain the load tests, theoretical research,
bibliographic research, and applied research were used. When comparing with other
software or even with the calculation made in other papers, it was observed that many
recommendations of the methods were ignored, and comparing the results obtained
from the software developed with the load tests, it was observed that no single method
would meet the minimum safety coefficients required by NBR 6122. However, the best
evaluated methods were Gottlieb et al. and Berberian. It was also observed that using
more than one test, produces a more secure estimate.
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................. 13
1.1 Objetivos ..................................................................................................... 13
1.1.1 Objetivo geral .............................................................................................. 14
1.1.2 Objetivos específicos ................................................................................. 14
1.2 Justificativa ................................................................................................. 14
1.3 Metodologia ................................................................................................ 15
1.3.1 Estrutura do trabalho ................................................................................. 15
1 INTRODUÇÃO
1.1 Objetivos
1.2 Justificativa
Estacas de modo geral, são elementos onde temos incertezas quanto ao seu
real comportamento, devido principalmente a interação solo-estrutura. Deste modo,
entendesse que quanto maior a quantidade de dados disponíveis para elaborar um
projeto de fundações, mais confiável ele será.
No Brasil há vários métodos semi-empíricos, baseados em provas de carga de
diversas regiões do país, mas a prática profissional utiliza apenas os mais conhecidos.
Assim como há diversos ensaios geotécnicos, mas basicamente utiliza-se apenas o
SPT.
Este estudo visa suprir essas duas carências, a falta de softwares que utilizem
demais ensaios além do SPT e utilize mais métodos além dos mais conhecidos.
15
Desenvolvendo um programa que possa efetuar o cálculo por doze métodos semi-
empíricos, e por três ensaios geotécnicos.
1.3 Metodologia
Conforme Das (2016) e Velloso e Lopes (2011), na sua versão original, este
ensaio consiste na penetração (com auxílio de equipamentos externos) de uma haste
com ponta cônica, com área de ponta de 10 cm² e ângulo do cone de 60°, que é
empurrado a uma taxa constante de 20 mm / segundo.
Quaresma et al. (2016) comentam que este ensaio foi sendo modificado ao
longo dos anos desde seu surgimento em 1930. Atualmente o ensaio mais comum no
Brasil é o cone elétrico com medição de atrito lateral, embora segundo o autor ainda
existam ensaios com o cone denominado mecânico. No ensaio de cone elétrico, tanto
a resistência de ponta (𝑞 ) quanto a resistência lateral (𝑓 ) são medidas ao longo da
profundidade através de células de carga, sendo a segunda através de uma luva
situada próximo a ponta do cone.
Conforme Quaresma et al. (2016), temos hoje o chamado CPT-U, que é a
incorporação da leitura da poro-pressão no ensaio através de elementos porosos
conectados a circuitos elétricos, chamado de piezocone. Essa medida é importante
principalmente para correções das resistências de ponta e lateral em solos saturados,
principalmente argilas moles, obtendo-se assim as resistências corrigidas 𝑞 e 𝑓 .
Ainda segundo Quaresma et al. (2016), através desse ensaio pode-se obter a
estratificação do solo utilizando ábacos, principalmente correlacionando a poro-
pressão do piezocone com a resistência de ponta e eventualmente a resistência
lateral. A recomendação geral é a utilização deste ensaio em conjunto com outros que
retirem amostras do solo.
Conforme Peixoto (2001), uma das principais vantagens deste ensaio é sua
rapidez na execução, enquanto que uma sondagem SPT-T de 15 metros pode levar
um dia inteiro para ser feita, o equivalente no CPT pode ser obtido em 2 horas.
Quaresma et al. (2016) cita alguns problemas decorrentes deste ensaio, como
os desvios na vertical, tanto que a NBR 12069 que regulamente este ensaio
recomenda o uso de inclinômetro para ensaios superiores a 25 m. O efeito da
temperatura no aparelho (no Brasil não se recomenda deixa-lo exposto ao sol), entre
outros.
19
𝑃 = −𝑃 (2.4.1)
Onde:
𝑃 = Carga admissível geotécnica da estaca;
𝑃 ou 𝑞 , = Parcela correspondente a resistência de ponta na ruptura (última);
𝑃 ou 𝜏 , = Parcela correspondente a resistência lateral na ruptura (última);
𝑃 = Parcela correspondente ao atrito lateral negativo na ruptura;
𝐹𝑆 = Fator de segurança global.
Conforme Alledi (2013) a capacidade de carga das estacas hélice contínua por
resistência de ponta é bastante controversa. Segundo Antunes (1996); Souza (1997),
Soares e Viana (2008) e Almeida Neto (2002) apud Alledi (2013), sua mobilização só
irá ocorrer com grandes recalques.
Conforme Berberian (2017), os recalques que geram a ruptura da resistência
do fuste giram em torno de 10 a 20mm, enquanto que o recalque da ponta está entre
10 a 30 % do diâmetro da estaca.
A NBR 6122:2010, no item 8.2.1.2 estabelece uma limitação indireta para a
carga de ponta, onde limita que a carga admissível (𝑃 ), deve ser no máximo igual
a 1,25 a resistência lateral última (𝜏 , ). Porém, essa limitação é para estacas
escavadas, Danziger (2012) apud Alledi (2013) comenta que as estacas hélice
contínuas por receberem concreto abaixo do último passo da hélice, tem uma
qualidade de contato com o solo original melhor do que as estacas escavadas
convencionais.
25
Porém, Alonso (2004) apud Alledi (2013) recomenda que a carga admissível
para estacas hélice contínua seja de no máximo igual a resistência lateral última sobre
0,8, o que na prática é o mesmo valor adotado pela NBR 6122 para estacas
escavadas.
No que tange o coeficiente de segurança (FS), segundo a NBR 6122:2010, para
solicitação de compressão pode-se adotar dois valores base:
Deve-se levar em conta que, conforme Cintra e Aoki (2010) pg. 41, “o conceito
de carga admissível não é aplicável a uma estaca individualmente, mas a todas as
estacas (de mesma seção transversal) do estaqueamento”. Ou seja, o fator de
segurança global representa o fator de segurança médio de todos os elementos de
fundação por estaca.
E ainda segundo Cintra e Aoki (2010), alguns autores adotam coeficientes
diferentes de FS, como no método de Decourt e Quaresma. Neste método, conforme
Decourt (2016) são adotados os seguintes fatores:
No que diz respeito a estacas tracionadas, conforme NBR 6122:2010, deve ser
considerado que o comportamento do atrito lateral poderá ser diferente, daquele
preconizado pelos métodos semi-empíricos que o calculam para cargas de
compressão.
Segundo Velloso e Lopes (2011), para a estimativa da capacidade de carga
axial à tração, utiliza-se os mesmos métodos semi-empíricos, porém desprezando a
resistência de ponta. Ele ainda recomenda uma redução na ordem de 30% da parcela
de resistência lateral da estaca, o que equivale a adotar um FS de 2,5.
26
Conforme Cintra e Aoki (2010), este método é específico para estacas tipo
hélice contínua e utiliza como base o ensaio SPT. Foi baseado em 9 provas de carga
de estacas hélice, de diâmetros 35, 50 e 75 cm.
Segundo Antunes e Cabral (1996) apud Velloso e Lopes (2011), a capacidade
de carga das estacas pode ser estimada segundo a equação abaixo:
𝑄 = 𝛽 ∗ 𝑁 ∗ 𝐴 + 𝑈 ∗ ∑ 𝛽 ∗ 𝑁 ∗ 𝛥𝐿 (2.5.1)
Onde:
𝑄 = Resistência última (kN);
𝛽 e𝛽 = Parâmetros que dependem do tipo de solo, para o cálculo da resistência
de ponta e atrito lateral, respectivamente, conforme tabelas 3 e 4;
27
Tabela 3 - Parâmetros 𝜷 𝟐 e 𝜷 𝟏
Como pode-se observar, este método distingue o solo em apenas três tipos:
areia, silte e argila, apresentando valores máximos e mínimos para cada um.
Segundo Berberian (2017), como é raro encontrar solos puros, e em uma
avaliação de métodos é necessário especificar um valor fixo, recorreu-se a outros
autores.
Em algumas pesquisas, como Amann (2005), foram utilizados os valores
médios para cada solo.
Magalhães (2005), recomenda utilizar a faixa de valores abaixo, sendo que a
melhor correlação ocorreu para os valores máximos.
Tabela 4 - Parâmetros 𝜷 𝟐 e 𝜷 𝟏
ajustados por Magalhães (2005)
𝜏, =𝛼∗𝑓 (2.5.2)
100 𝑇,𝑚á𝑥.
𝑓 = 0,41∗ℎ−0,032 (2.5.3)
( ), í ( ), í .
𝑞 , =𝛽∗ (2.5.4)
Onde:
𝜏, = Tensão resistente lateral última (kPa), limitada conforme tabela 5;
𝛼 = Parâmetro que varia em função do tipo de região, conforme tabela 5;
𝑇, 𝑚á𝑥. = Torque máximo (kgf*m), obtido no ensaio SPT-T, para uma altura h (cm),
que é a profundidade de cravação do amostrador, o usual é h = 45 cm;
𝑞 , = Tensão resistente de ponta última (kPa);
𝑇(𝐼), 𝑚í𝑛 = Média aritmética dos valores de torque mínimo (kgf*m) no trecho de 8
diâmetros acima da ponta da estaca, obtidos no ensaio SPT-T, para uma altura h;
𝑇(𝐼𝐼), 𝑚í𝑛 = Idem acima, no trecho de 3 diâmetros abaixo da ponta da estaca, incluindo
a ponta;
𝛽 = Parâmetro que varia em função da região e do tipo de solo, conforme tabela 6 e
7.
29
𝛼 = 0,65;
𝜏, ≤ 200 kPa.
Conforme Cintra e Aoki (2010), o método utiliza tanto o ensaio CPT quanto o
SPT, e considera estacas de diversos tipos. O método é composto por coeficientes
que variam em função do tipo de solo, e de fatores que variam em função do tipo de
estaca. Na sua formulação original em 1975 ainda não se executavam estacas hélice
contínua, porém segundo Velloso e Lopes (2011), Magalhães (1994) e posteriormente
Raposo e Salem (1999), realizaram avaliações para utilização do método para estacas
hélices, chegando aos valores confirmados por Cintra e Aoki (2010).
Segundo Amann (2010), este método utiliza o critério de ruptura de
extrapolação exponencial de Van der Veen.
Conforme Cintra e Aoki (2010), diversos pesquisadores revisaram os fatores
originais, regionalizando-os, fato aprovado pelos autores originais. Neste capitulo será
apresentada a formulação original para os fatores do solo, e os atualizados pelo autor
para os fatores de estaca, que constam no livro supracitado. Segundo Velloso e Lopes
(2011), para manter a coerência com a pesquisa de Magalhães, Raposo e Salem,
deve-se utilizar para o cálculo da resistência de ponta, a média dentre os valores das
resistências de 1 metro acima, no nível e 1 metro abaixo do nível desejado.
Cálculo para ensaio CPT conforme Cintra e Aoki (2010) e Velloso e Lopes
(2011):
𝑞 , = (2.5.5)
𝜏, = (2.5.6)
Onde:
𝑞 , = Tensão resistente de ponta última;
𝜏, = Tensão resistente lateral última;
𝑞𝑐𝑜𝑛𝑒 = Média das resistências de ponta (𝑞 ) ou (𝑞 ) obtida no ensaio CPT ou CPT-
U, 1 metro acima, no nível e 1 metro abaixo;
𝜏𝑐𝑜𝑛𝑒 = Resistência de lateral (𝑓 ) ou (𝑓 ) obtida no ensaio CPT ou CPT-U;
F1 e F2 = Fatores que visam corrigir o efeito escala e também a influência do método
executivo. Para estacas hélice F1 = 2 e F2 = 4.
31
Cálculo para ensaio SPT Conforme Cintra e Aoki (2010) e Velloso e Lopes
(2011):
∗
𝑞 , = (2.5.7)
∗ ∗
𝜏, = (2.5.8)
Onde:
K e 𝛼 = Coeficientes que variam em função do tipo de solo, conforme tabela 8;
F1 e F2 = Idem anterior;
Nspt = Número de golpes obtidos no ensaio SPT, limitados a 50, utilizar a média das
resistências (𝐾 ∗ 𝑁𝑠𝑝𝑡) de 1 metro acima, no nível e 1 metro abaixo para a resistência
de ponta (𝑞 , ).
, ∑ ,
𝑃 . = (2.5.9)
( ) ( )
𝑞 , = *𝐴 (2.5.10)
Onde:
𝑃 . = Tensão admissível a ser aplicada no topo da estaca (kPa), limitada a 6.000
KPa;
𝑞 , = Tensão resistente de ponta última;
𝜏, = Tensão resistente lateral última;
𝑟 (𝑎𝑐) = Média aritmética das resistências de ponta (𝐹 ∗ 𝑁𝑠𝑝𝑡) nas camadas até 2D
acima da ponta, para Nspt da ponta < 15 e 4D para as camadas com Nspt ≥ 15, onde
D é o diâmetro da estaca;
𝑟 (𝑎𝑏) = Média aritmética das resistências de ponta (𝐹 ∗ 𝑁𝑠𝑝𝑡) nas camadas até 2D
abaixo da ponta, para Nspt da ponta < 15 e 3D para as camadas com Nspt ≥ 15, onde
D é o diâmetro da estaca;
Nspt = Número de golpes obtidos no ensaio SPT, limitado a 50;
𝐹 = Fator de escala, ver tabela 9;
𝑟 = Resistência unitária lateral, limitada a 200 kPa, desprezando o primeiro metro, e
o último metro, relativo ao Nspt que será considerado para o cálculo de resistência de
ponta.
33
Tabela 9 - Fator 𝑭𝒑
𝑞 , = 𝛼∗ 𝐶∗𝑁 (2.5.14)
𝜏, = 𝛽∗ +1 (2.5.15)
Onde:
C = Coeficiente característico do solo (tf / m²), média entre os valores de C, ao da
ponta, ao imediatamente superior e ao inferior, conforme tabela 10;
N = Média entre os valores de Nspt, ao da ponta, ao imediatamente superior e ao
inferior;
𝑁 = Média dos valores de Nspt ao longo do fuste, excluindo o valor Nspt utilizado na
ponta. Sendo que para determinar o valor de 𝑁 , utilizar como limite inferior o valor 3
e superior o valor de 50.
𝛼 e 𝛽 = Valores função do tipo de estaca, para hélice contínua utilizar 0,3 e 1,
respectivamente.
∑
𝑃 . = 𝑁 ∗ 60 + (2.5.16)
, ∗
Onde:
𝑃 . = Tensão admissível a ser aplicada na estaca (kN/m²), limitada a 5.000 kN/m²;
𝑁 = Média dos valores Nspt obtidos no trecho 8D acima e 3D abaixo da ponta da
estaca;
∑𝑁 = Soma dos valores Nspt ao longo do fuste da estaca, limitado o valor em 50 por
camada;
D = Diâmetro da estaca (m).
∑
𝑃 . =2∗ 𝐴∗ 𝑁 ∗ 60 + , ∗
(2.5.17)
𝑞 , = 𝐾 ∗ 𝑁 ∗𝐴 (2.5.18)
𝜏 , = 4,9 ∗ 𝜋 ∗ 𝐷 ∗ ∑𝑁 (2.5.19)
Onde:
𝑞 , = Resistência de ponta última em kN;
𝜏 , = Resistência de lateral última em kN;
𝐾 = Coeficiente que depende do tipo de solo:
210 p/ argila;
250 p/ silte;
290 p/ areia;
𝑁 = Valor do Nspt obtido na ponta da estaca;
A = Área da ponta da estaca em m²;
D = Diâmetro da estaca em metros.
∑𝑁 = Soma dos valores Nspt ao longo do fuste da estaca.
Conforme Magalhães (2005) e Amann (2010), com base nas suas pesquisas
relativas as provas de carga por eles utilizadas, este método apresenta valores mais
elevados quando comparados aos demais, principalmente na estimativa da
resistência de ponta.
Segundo Francisco (2001) apud Velloso e Lopes (2011), também com base na
avaliação de suas provas de carga, este método mostrou-se contra a segurança de
maneira geral.
37
𝑞 , = 𝑞 ∗𝑘 (2.5.20)
𝜏, = 𝑓 ∗ 𝛼 ⩽ 𝑓 (2.5.21)
𝑓 = (a * 𝑞 + b) * (1 - 𝑒 ( ∗ )
) (2.5.22)
Onde:
𝑞 , = Tensão resistente de ponta última (MPa);
𝜏, = Tensão resistente lateral última na camada analisada (kPa);
𝑞 = Média das resistências de ponta (𝑞 ) ou (𝑞 ) obtida no ensaio CPT ou CPT-U,
1,5 D abaixo da ponta da estaca;
𝑘 = Fator em função do tipo de solo e do tipo de estaca, obtido na tabela 11;
𝑓 = Resistência lateral em função do solo e do 𝑞 em (kPa);
𝛼 = Parâmetro em função do tipo de solo e do tipo de estaca, ver tabela 12;
𝑓 = Resistência lateral limite em função do tipo de solo (kPa), ver tabela 13.
a, b, c = Coeficientes de ajuste em função do tipo de solo (kPa), ver tabela 14.
𝑞 = Resistências de ponta (𝑞 ) ou (𝑞 ) obtidas no ensaio CPT ou CPT-U, na camada
considerada.
38
∗
𝑞 , = (2.5.23)
𝑞 = (2.5.24)
∗ ∗
𝜏, = (2.5.25)
Onde:
𝑞 , = Resistência de ponta última em kN;
𝜏 , = Resistência de lateral última em kN;
𝐾 e 𝛼 = Coeficientes que variam em função do tipo de solo, conforme tabela 15;
𝑞 = Média dos valores de resistência de ponta obtidos no bulbo;
𝑞 = Média dos valores de resistência de ponta obtidos no trecho 7D acima da ponta
da estaca, limitando o valor de Nspt a 40;
𝑞 = Média dos valores de resistência de ponta obtidos no trecho 3,5D abaixo da
ponta da estaca (considerando a ponta), limitando o valor de Nspt a 40;
D = Diâmetro da estaca em metros.
𝑁 = Valor Nspt obtido na camada analisada, limitando o valor a 40;
F1 e F2 = São fatores obtidos pela retroanálise de resultados de provas de carga e
visam corrigir o efeito escala e também a influência do método executivo. Para estacas
do tipo hélice contínua, esses valores valem 3,0 e 3,8, respectivamente.
40
𝑞 , = 𝛼∗ 𝐶∗𝑁 ∗ 𝐴 (2.5.26)
𝜏, = 𝐹𝜆 ∗ 𝑠𝜆 ∗ 𝘧𝑇𝑚á𝑥 ∗ 𝐴𝜆 (2.5.27)
á ∗
𝘧𝑇𝑚á𝑥 = (2.5.28)
( , ∗ , )
Onde:
𝑞 , = Resistência de ponta última em tf;
𝜏 , = Resistência de lateral última em kgf;
C = Coeficiente característico do solo (kN/m²), conforme tabela 16;
𝑁 = Média entre os três valores de Nspt, ao do nível, ao imediatamente superior e ao
imediatamente inferior;
𝛼 = Valor que varia em função do tipo de estaca, para estacas do tipo hélice utilizar
0,3;
𝐴 = Área da ponta da estaca (m²);
𝐹𝜆 = Fator de correção em função do tipo de estaca, e da relação Tmáx / N, conforme
tabela 17;
𝑠𝜆 = Coeficiente em função do tipo de estaca, conforme tabela 17;
𝘧𝑇𝑚á𝑥 = Tensão de atrito lateral máxima (kgf/cm²);
𝐴𝜆𝑖 = Área da superfície lateral (cm²);
𝑇𝑚á𝑥 = Torque máximo (kgf*m);
h = Altura de penetração do amostrador, considerando 45 cm;
Sendo o F.Seg. para 𝑞 , . = 4.
42
Conforme Velloso e Lopes (2011) e Amann (2010), este método é diferente dos
demais por utilizar conceitos estatísticos para obter a carga última. Foi desenvolvido
a partir de regressão linear múltipla, através de resultados de provas de carga
estáticas, a partir do banco de dados de Alonso (2000).
O método havia sido desenvolvido originalmente por Vorcaro (2000) para vários
tipos de estacas, mas complementado por Vorcaro e Velloso (2000) para estacas
hélice. No total foram utilizadas 150 provas de carga, mas para estacas hélice
contínua foram 26.
O processo de cálculo, segundo Magalhães (2005) é descrito abaixo:
𝑃ú = 𝑒 ( , ∗ , ∗ ∗ , ∗ ± , )
(2.5.29)
Onde:
𝑃ú = Carga última de compressão (kN);
XP = 𝐴 ∗ 𝑁𝑠𝑝𝑡
XF = 𝑈 ∗ ∑𝑁𝑠𝑝𝑡
𝐴 = Área da ponta da estaca (m²);
𝑈 = Perímetro da estaca (m²/m);
𝑞 , = 𝛽 ∗ 0,7 ∗ 𝐹 ∗ (2.5.30)
, ∗
𝜏, = 𝛼∗ ∗ ∑𝐹 ∗ 𝛥𝐿 (2.5.31)
∗[ ∗( )∗ ∗ ∗ ]
𝐹 = (2.5.32)
∗
𝜂 =0,907–0,0066 * L (2.5.33)
Onde:
𝑞 , = Resistência de ponta última em kgf;
𝜏 , = Resistência lateral última em kgf;
𝜷 𝒆 𝛼 = Fatores função do tipo de estaca, para hélice utilizar 0,6 e 1, respectivamente;
𝐴 = Área da ponta da estaca (m²);
𝑎 = 0.002042 m² (Área da ponta do amostrador SPT);
𝑎 = 0,08105 m² (Área lateral interna mais externa do amostrador);
U = Perímetro da estaca (m);
𝛥𝐿 = Trecho do comprimento da estaca ao qual aplica-se 𝐹 (𝑚);
𝐹 = Força dinâmica de penetração do amostrador;
𝜂 = 0,761 (eficiência do golpe);
𝜂 = 1 (eficiência das hastes);
𝜂 = Eficiência do sistema;
L = Comprimento de hastes do topo da composição ao amostrador;
H = 0,75 m (altura de queda teórica do martelo);
𝛥𝑝 = Penetração média por golpe do amostrador (0.3 / Nspt);
𝑀 = 65 kg (Massa do Martelo);
g = Aceleração da gravidade (m / s²);
𝑀 = 3,23 kg/m (Massa da Haste).
45
3 SOFTWARE ECCsEMPIRIC
Fonte: Adaptado de Berberian, 2017 (p. 15.26) e Almeida, 2005 (p. 124)
51
22. Input: Pressionar o botão. Este botão limpa todos os dados preenchidos nos
campos 15, 16, 17, 18, 19 e 21;
23. Input: Pressionar o botão. Se todos os itens anteriores tiverem sido preenchidos
corretamente, ao executar este comando os cálculos serão feitos. É importante
frisar que após qualquer modificação o botão deve ser pressionado novamente,
para que os dados sejam atualizados. O botão também serve como trava e
destrava campos. Após o clique no botão o item 24 será exibido.
3.1.2 Resultados
24. Input: Número maior que 2. Após inserir o número e clicar no botão “Gerar
Estaca, o programa apaga as resistências abaixo desta profundidade, e
desenha um esboço de uma estaca, de modo a facilitar a visualização da
camada que a estaca estará terminando e o valor da resistência
correspondente;
25. Input: Sem input. Visualização da resistência estrutural da estaca a
compressão (6 MPa);
26. Input: Sem input. Visualização da estimativa da resistência do conjunto solo-
estaca a compressão, admissível, em tonelada força, para cada metro. Se o
valor está em verde, significa que teve seu valor reduzido em função da
limitação da resistência de ponta, imposta pela NBR 6122:2010, conforme item
2.4;
27. Input: Sem input. Visualização da estimativa da resistência do conjunto solo-
estaca a tração, admissível, em toneladas, para cada metro;
28. Input: Sem input. Exibição de uma figura que representa a camada do solo
especificada, conforme figura 5;
29. Input: Pressionar o botão. Botão presente em cada método, ele abre uma janela
onde exibe as considerações especificas de cada método, em cada camada.
Cada método tem suas particularidades, mas todos tem parâmetros em
comum, conforme figura 7 e 8;
Como nem todas as situações são descritas pelos autores dos métodos semi-
empíricos, buscando facilitar a programação e para prevenir possíveis erros, algumas
considerações foram adotadas para operacionalizar os cálculos.
A seguir será exposto as considerações método por método, pois cada um tem
eventualmente alguma particularidade, mas algumas considerações são para todos,
sendo elas:
Diâmetro limitado a 1.3 metros;
Nspt limitado a 50 golpes;
Profundidade máxima de 30 metros;
A média 2ª é feita da seguinte forma: faz-se a média simples de todos os
métodos selecionados, depois exclui-se os valores 30% acima e abaixo, e faz-
se a nova média conforme Berberian (2017), isso por camada.
Alguns métodos, como Alonso, Peixoto e UFRGS, utilizam como dado a
profundidade de penetração do amostrador. Abrir este item no programa iria
dar muito trabalho, como a grande maioria dos resultados são para 15 cm,
fixou-se este valor, caso tenha-se um perfil de sondagem como muitas
camadas onde a penetração foi diferente de 15+15, estes três métodos deverão
ser desconsiderados.
Sempre que um método especificava que a resistência de ponta eram a média
dos Nspt relativos a um determinado número de camadas, para cima ou para
baixo, foi considerado a recomendação de Berberian (2017), onde não era
realizado a médias dos Nspt, mas sim a média das resistências de ponta. Pois
eventualmente no limiar da estaca, havia mudança no tipo de solo, o que iria
acarretar mudança na resistência.
Quanto o método específica que deve ser considerado uma camada adjacente
ou anterior a camada considerada, em função do diâmetro, por exemplo 1,5 D.
Foi adotado como valor limite 1,33 para considera a próxima camada. Por
exemplo: Caso o diâmetro seja de 0.8 m, e ela esteja na profundidade 10 m,
1.5 * 0.8 = 1,2 m, neste caso será considerado a camada 11 e 9, ou seja 1,2 é
arredondado para 1, conforme figura 9.
55
A. Caso o diâmetro seja de 0.9 m, neste caso 1.5 * 0.9 = 1,35 m, que será
arredondado para 2, conforme figura 10.
da limitação das estacas hélice em 25 metros para o cálculo da resistência lateral foi
ignorada.
O método limita o valor do Nspt em 40 golpes, mas não deixa claro se o valor
limite a ser considerado é o valor médio do bulbo ou o individual por camada, a favor
da segurança considerou-se o valor individual por camada.
Assim como no método de Gotlieb et al., este método não separa a resistência
de ponta e lateral, ficando assim inviável a checagem do item 8.2.1.2 da NBR
6122:2010, e neste caso também a determinação da resistência a tração.
Este método prevê limitação do Nspt em 75, esta especificação ficará
prejudicada, pois o software está programado para limitar o Nspt em 50 golpes.
A formulação original prevê um fator ± 0,29, que na prática funciona como um
valor máximo e mínimo para a carga última, como o objetivo é obter um valor único
por método, e deixar o valor máximo e mínimo por conta da combinação de diversos
métodos, este parâmetro será suprimido, o que também é feito na descrição do
método por Velloso e Lopes (2011).
Este método, diferentemente dos demais, não poderia ser chamado de semi-
empírico, pois foi elaborado através de regressão linear múltipla. Por este motivo, o
método apresenta um problema, quando houver a combinação de Nspt, diâmetro e
comprimentos elevados, o método resulta em valores de capacidade de carga
inferiores ao dos mesmos fatores geométricos menores.
Por exemplo, ao calcular uma estaca com um Nspt médio de 20, com
comprimento de 25 m, e diâmetro de 70 cm, resultará em uma capacidade de carga
maior do que uma mesma estaca com as mesmas características, mas com diâmetro
de 80 cm. Ou seja, o diâmetro foi aumentado, e à estaca resiste a menos carga!
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O exemplo a seguir foi realizado com base em ensaios reais de SPT, SPT-T e
CPT. Obtidos no trabalho de Anna Silva Palcheco Peixoto (PEIXOTO 2001), que estão
em anexo, realizados no campo experimental da Feagri - Unicamp. Para obter os
dados do CPT foi realizada uma interpolação entre os CE.6 e CE.3. Nessas
sondagens não estava claro se o solo até 1 metro foi considerado ou não, mas para
efeito de exemplo ele foi descartado. Abaixo segue perfil do solo considerado.
Para os métodos que não tem um critério de ruptura indicado, utilizou-se eles
em todos os casos.
A escolha de utilizar a carga admissível ao invés da carga última deve-se ao
fato de que o objetivo da pesquisa é avaliar a eficácia do método para utilização
profissional, e não para fins acadêmicos. Pois alguns métodos utilizam fatores de
segurança diferentes, então a simples comparação com a carga última não teria valor
para a utilização profissional. De igual modo, a consideração da limitação da ponta
pela NBR 6120 também está presente nos resultados, pois se ela faz parte da
obtenção da carga final, achou-se justo manter os resultados com essa redução.
Um ranqueamento entre os métodos pode ser feito com base no quanto ele
está próximo do fator de segurança 2 a 1.6, usualmente adotado nos projetos.
64
Com base nos dados acima, o método de Vorcaro e Velloso (VV) foi o que mais
se aproximou, embora levemente abaixo do coeficiente ideal de 2. A média
apresentou novamente resultados melhores do que os métodos individuais.
A carga máxima aplicada nessa estaca foi de 1800 kN, não atingindo a ruptura
convencional, utilizou-se o critério de ruptura Van der Veen, por este motivo o método
DQ não foi avaliado, não havia ensaio CPT disponível e o ensaio SPT-T está com
dados faltantes, portanto os métodos Aoki-CPT, Alonso, Decourt e Quaresma, LCPC
e Peixoto e não foram utilizados.
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A carga máxima aplicada nesta estaca foi de 2400 kN, não atingindo a ruptura
convencional, utilizou-se o critério de ruptura Van der Veen, por este motivo o método
DQ não foi avaliado, não havia ensaio CPT disponível, portanto os métodos Aoki-CPT,
Decourt e Quaresma, e LCPC não foram utilizados.
utilização neste trabalho. Vale lembrar que embora essas 3 estacas sejam de uma
mesma obra, pelo porte da obra, parecem ser de locais bastante distantes. A primeira
estaca será exposta a seguir.
Essa estaca foi avaliada por dois critérios de ruptura, Van der Veen e Rigidez-
Decourt, por este motivo todos os métodos que utilizam o ensaio SPT como base
foram utilizados. Vale salientar que embora o ensaio esteja caracterizado como SPTT
(SPT com medição de torque), os valores descritos no rascunho da sondagem são
apenas de SPT (isso pode comprovado através da figura 38 do trabalho de Vieira).
Essa estaca foi avaliada por dois critérios de ruptura, Van der Veen e Rigidez-
Decourt, por este motivo todos os métodos que utilizam o ensaio SPT como base
foram utilizados. Vale salientar que embora o ensaio esteja caracterizado como SPTT
(SPT com medição de torque), os valores descritos no rascunho da sondagem são
apenas de SPT.
Na apresentação dessa estaca, o autor informou que ela tinha 10 m, porém não
informou a cota de apoio. Ao utilizar a cota de apoio como 10 m, isso leva a resultados
inconsistentes quando comparado com as previsões por métodos semi-empíricos
apresentados pelo próprio autor. Por isso supõe-se que a estaca esteja em uma cota
mais profunda do que a especificada, embora ela possa ter 10 m, mas apoiada na
cota 11 m.
Essa estaca foi avaliada por dois critérios de ruptura, Van der Veen e Rigidez-
Decourt, por este motivo todos os métodos que utilizam o ensaio SPT como base
foram utilizados.
Na apresentação dessa estaca, o autor informou que ela tinha 11 m, porém não
informou a cota de apoio. Ao utilizar a cota de apoio como 11 m, isso leva a resultados
inconsistentes quando comparado com as previsões por métodos semi-empíricos
apresentados pelo próprio autor. Por isso supõe-se que a estaca esteja em uma cota
mais profunda do que a especificada, embora ela possa ter 11 m, mas apoiada na
cota 12 m.
Também existe um erro na tabela exposta no anexo L, lá consta que essa
estaca tem 35 cm, mas em outras páginas ela consta com 50 cm, ficando coerente
com os resultados.
Essa estaca foi avaliada pelo critério de ruptura de Van der Veen, por este
motivo todos os métodos que utilizam o ensaio SPT como base foram utilizados,
exceto Decourt e Quaresma.
Nessa estaca os resultados foram bons, embora a maioria dos métodos foram
conservadores. Aoki e Velloso, Vorcaro e Velloso apresentaram ótimos resultados,
Karez e Rocha um pouco arrojado, mas acima do mínimo. A média apresentou um
resultado conservador.
Vale ressaltar que o para especificar o valor de 10,8 metros fez-se uma
interpolação entre os resultados das cotas 10 e 11 metros, embora o ECCsEMPIRC
ainda não faça isso diretamente, isso será logo implementado.
Essa estaca foi avaliada pelo critério de ruptura de Van der Veen, por este
motivo todos os métodos que utilizam o ensaio SPT como base foram utilizados,
exceto Decourt e Quaresma. Na sondagem não consta o SPT das últimas camadas,
mas segundo consta na tese o SPT dessas camadas é maior que 50.
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Essa estaca foi avaliada pelo critério de ruptura de Van der Veen, por este
motivo todos os métodos que utilizam o ensaio SPT como base foram utilizados,
exceto Decourt e Quaresma. Vale ressaltar que esse perfil de sondagem apresenta
valores de SPT muito baixos, inferiores a 1. Para aplicação do ECCsEMPIRIC adotou-
se como valor mínimo 1.
Essa estaca foi avaliada pelo critério de ruptura de Van der Veen, por este
motivo todos os métodos que utilizam o ensaio SPT como base foram utilizados,
exceto Decourt e Quaresma.
Com base nos resultados, percebe-se que a maioria dos métodos apresentou
resultados conservadores, apenas Karez e Rocha, Vorcaro e Velloso tiveram bons
resultados. Mas vale lembrar que segundo a autora da pesquisa, o resultado do critério
de ruptura de Van der Veen, neste caso, pode levar a recalques excessivos, a carga
última obtida pelo critério de Camapum de Carvalho, por exemplo, foi de 1600 kN, o
que alteraria completamente os resultados, mas tornaria a comparação com os
métodos incerta.
Essa estaca foi avaliada pelo critério de ruptura de Van der Veen, por este
motivo todos os métodos que utilizam o ensaio SPT como base foram utilizados,
exceto Decourt e Quaresma.
Essa estaca foi avaliada pelo critério de ruptura de Van der Veen, porém houve
ruptura convencional, por este motivo todos os métodos que utilizam o ensaio SPT
como base foram utilizados.
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Essa estaca foi avaliada pelo critério de ruptura de Van der Veen, por este
motivo todos os métodos que utilizam o ensaio SPT como base foram utilizados,
exceto Decourt e Quaresma.
Essa estaca foi avaliada pelo critério de ruptura de Van der Veen, por este
motivo todos os métodos que utilizam o ensaio SPT como base foram utilizados,
exceto Decourt e Quaresma.
Supõe-se que essa estaca atingiu a ruptura convencional, por este motivo todos
os métodos foram utilizados.
Supõe-se que essa estaca atingiu a ruptura convencional, por este motivo todos
os métodos foram utilizados.
Conforme o exposto nas figuras acima, percebe-se que para as estacas HC1 e
HC3 os resultados foram conservadores, tanto para os métodos que usam os ensaios
SPT, como para os que usam o SPT-T e o CPT. Vale destacar que para essas duas
estacas, o método Karez e Rocha apresentou os melhores resultados, seguindo a
tendência de ser um método mais arrojado que os demais.
Utilizando o SPT-T, Peixoto também apresentou melhores resultados em
ambas as estacas, sendo mais arrojado nestes casos, mas isso não é uma tendência,
pois na estaca EH6 o resultado foi inverso.
E utilizando CPT, o método LPC apresentou melhores resultados em ambas as
estacas, mas isso de modo algum representa uma tendência, pois o número de
comparação é muito limitado.
Um outro ponto importante são os critérios de ruptura, pois muitos métodos não
especificavam qual critério de ruptura foi utilizado, e a maioria das provas de carga
não tinham dados suficientes para calcular a carga por outros critérios, então
basicamente o resultado dessa pesquisa está condicionado aos resultados do critério
de Van der Veen.
Na figura a seguir, podemos ver uma análise geral de todos os métodos, à
estaca caso C - E.H.C 6 foi excluída dessa análise.
Parte-se do princípio de que nenhuma estaca deva apresentar Fseg < 1.6, e
para obter isso, a utilização do método que apresente o menor valor dentre todos,
atenderia esse requisito. Porém busca-se aliar a segurança com a eficiência
econômica, um Fseg médio de 3,2 é bastante elevado por isso cabe avaliar outras
opções.
Analisando alguns métodos individualmente, podemos reforçar as conclusões
já obtidas em outros trabalhos, de que o método de Karez e Rocha é mais arrojado
do que aos demais, o que não o invalida, já que em diversos solos ele apresentou os
melhores resultados.
Os métodos Gotlieb et al. e Berberian foram os que tiveram a maioria dos
resultados acima do coeficiente de segurança mínimo, isso devido a limitação da
tensão admissível, adotada por ambos. O que reflete consequentemente em um fator
de segurança mais alto em ambos.
Em relação à média, esta apresentou muitos resultados acima do coeficiente
de segurança mínimo, o que torna sua utilização temerária, por isso optou-se por
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Embora o número de provas de carga com ensaios SPT-T e CPT seja ainda
mais reduzido, pode-se observar que os resultados dos métodos que utilizam estes
ensaios refletem em estimativas por vezes muito diferentes das obtidas com ensaio
SPT. Como exemplo pode-se citar a estaca a EH1, onde os resultados provenientes
do ensaio SPT-T resultaram em valores com fator de segurança na ordem de 2,
enquanto que a média dos valores obtidos como ensaio SPT ficou em 1,1.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
CINTRA, José Carlos A.; AOKI, Nelson. Fundações por estacas: projeto
geotécnico. São Paulo: Oficina de Textos, 2010. 96 p.