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R e v i s t a P o r t u g u e s a d e C i r u rg i a II Série • n.

° 2 • Setembro 2007

Corpo Editorial Editor Chefe – José Manuel Schiappa, Editores – José Crespo Mendes de Almeida (Editor Científico), José Augusto
Gonçalves (Editor Técnico), Jorge Penedo (Editor de Supervisão), Amadeu Pimenta, Eduardo Xavier da Cunha (Editores
Associados) • Conselho Científico A. Silva Leal, António Marques da Costa, A. Araújo Teixeira, C. Alves Pereira, Eduardo
Barroso, F. Castro e Sousa, Fernando José Oliveira (Presidente), Francisco Oliveira Martins (Secretário Geral), Jaime Celestino da
Costa, João Gíria, João Patrício, Jorge Girão, Jorge Santos Bessa, José Guimarães dos Santos, José Luís Ramos Dias, José M.
Mendes de Almeida, Rodrigo Costa e Silva, Vítor Passos de Almeida • Edição e Propriedade Sociedade Portuguesa de Cirurgia
– Rua Xavier Cordeiro, 30 – 1000-296 Lisboa, Telefs.: 218 479 225/6, Fax: 218 479 227, E-mail spcirurgia@clix.pt • Redacção

e Publicidade SPOT Depósito Legal 255701/07 • Composição, impressão e acabamento G.C. – Gráfica de Coimbra, Lda.

ÍNDICE
Editorial /Editorial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3

Página dos Editores/Editors Page . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7

ARTIGOS ORIGINAIS /ORIGINAL PAPERS


Cinta plástica ajustável: resultados da utilização em anastomoses mecânicas esofágicas . . . . . . . . . . . . . . . 9
Adjustable plastic band: results of its use in oesophageal mechanical anastomosis.
A. P. A. Pimenta, A. M. F. Gouveia, J. R. Preto, J. S. Rodrigues, M. M. Baptista, J. O. Alves

ARTIGO DE REVISÃO
Controlo de qualidade em cirurgia colo-rectal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
Control of Quality in colo-rectal surgery
Júlio Soares Leite

CONTROVÉRSIAS/CONTROVERSIES
Hernioplastia com prótese por via aberta: técnica quase ideal na abordagem das hérnias inguinais . . . . . . 23
Hernioplasty with mesh by open approach: almost ideal technique for inguinal hernias
Nuno Carvalho, Carlos Santos, Rui Lebre, João Gíria

Laparoscopic totally extra peritoneal inguinal hernia repair – our method to treat inguinal hernia . . . . . . 29
Tratamento da hernia inguinal por via Laparoscópica totalmente extraperitoneal – o nosso método de
tratamento das hérnias inguinais
Dulucq Jean-Louis, Mahajna Ahmad

GRANDES TEMAS: GIST/GRAND ROUNDS: GIST


Quando e como operar os tumores estromais gastrintestinais primários . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
When and how to operate primary gastrointestinal stromal tumours
Amadeu Pimenta, António Gouveia, José Manuel Lopes

II Série • Número 2 • Junho 2007 Revista Portuguesa de Cirurgia


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CASOS CLÍNICOS/CLINICAL CASES
Paraganglioma gangliocítico da ampola de Vater: Caso clínico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
Gangliocytic paraganglioma of ampulla of Vater: Clinical case
Isabel Mesquita, José Maria de la Peña, Jaime Vilaça, José Davide, Jorge Daniel, Luís Graça, Manuel Teixeira

ARTIGO DE OPINIÃO/OPINION PAPERS


Consentimento informado – uma sinopse . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
Informed Consent – a synopsis
Jorge A. S. Melo

Agenda . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
Agenda

Informações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
Information

Instruções aos autores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57


Instructions to Authors

Revista Portuguesa de Cirurgia


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Editorial
José Manuel Schiappa

Cirurgia e Qualidade

No número anterior foi publicado um texto que, ainda que indirectamente, tinha uma importantíssima
ligação à qualidade científica. Neste número voltamos a abordar o tema com um Artigo de Revisão sobre Padrões
de Qualidade em Cirurgia do cólon e recto.
Este tema, na sua forma mais geral, QUALIDADE, foi um assunto repetitivo em vários eventos em que
estive recentemente envolvido e que decorreram entre nós; em todos eles, esta discussão da Qualidade teve como
particularidade muito positiva o ter sido feita pelos profissionais de saúde mais directamente envolvidos, os médi-
cos, e sob perspectivas, também directas, da sua aplicação na prática clínica, bem como da respectiva aferição.
Os temas apresentados e discutidos nestes vários eventos relacionam-se, de uma maneira ou outra, com um
dos pontos mais importantes da nossa actividade, na medida em que a Qualidade deverá ser o fim a atingir quanto
à forma de prestação de qualquer dos cuidados da Cirurgia. Os vários modos como a podemos abordar e aplicar
é que, por várias razões, se encontram seja “esquecidos” seja encarados como assuntos menos prioritários.
O curso pré Congresso (da SPC, em Março) orientado pelo Prof. Abe Fingerhut, sobre a elaboração de tra-
balhos científicos, foi um destes eventos e foi com gosto que vi muitos jovens presentes, não só como participantes
activos mas também mostrando a absorção do que estava a ser transmitido e mesmo a posse de alguns desses
conhecimentos, permitindo a sua discussão mais frutuosa e questionando métodos de aplicação; espero que o
curso tenha sido proveitoso já que um dos pilares da Qualidade na nossa área se encontra aqui.
A Sociedade Portuguesa de Cirurgia, numa das suas concorridas e interessantes reuniões “Venha tomar café
connosco” abordou outro tema, muito discutido, defendido e atacado, mas que nunca foi na realidade observado
entre nós em profundidade, avaliando as suas vantagens e desvantagens e aplicabilidade; foi aí discutida a “Depar-
tamentação” que talvez, mesmo antes de ser aplicada de forma generalizada, já se encontre ultrapassada como con-
ceito, tendo a sua implementação comprometida. No entanto, muitos dos pontos que estão ligados ao conceito
geral da Departamentação podem ser importantes pelo que significam como modelos de responsabilização; os
conceitos de concentração de meios para que se obtenha melhor rentabilidade, de distribuição de recursos de
actuação por áreas de intervenção especializada, de gestão de recursos humanos de forma integrada e de referen-
ciação específica com avaliação constante de resultados, são uma grande parte do que é necessário implementar
– provavelmente em cenários diferentes – para que a nossa medicina hospitalar possa ver progressos substanciais
e aproximação aos resultados internacionais.
Outro evento na mesma linha foi uma reunião, muito participada, organizada pela Sociedade Médica dos
Hospitais (dos antigos HCL), onde se discutiram as Carreiras Médicas. Este ponto é, quanto a mim, funda-
mental. As Carreiras devem ser defendidas “contra tudo e contra todos” e sobre esta matéria temos que reflectir,

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em profundidade e sem demoras, para que se possam contrapor argumentos às opiniões de quem nos quer impor
outras soluções, mais consentâneas com certas correntes de “controle” das instituições.
A estratégia de nivelar por baixo, privilegiando uma prática individual, mesmo em instituições públicas –
ao invés de defender a actuação em equipas bem integradas, eventualmente multidisciplinares, mas sempre com
profissionais que cubram diversas competências – e condicionando essa prática a uma dependência das boas rela-
ções com o empregador é uma forma de subverter por completo o conceito da Qualidade. É também essa uma
das razões porque os novos profissionais da Qualidade se preocupam com outros pontos que não a Qualidade
do acto médico e do serviço clínico prestado ao doente; em muitos locais, a interdependência económica entre
a Unidade de saúde, como “empregador” e o profissional, mesmo aquele sem qualificações aferidas, como “for-
necedor de unidades de conta” (os doentes) leva a que sejam esquecidos ou não verificados muitos dos indica-
dores de Qualidade: diagnósticos correctos, indicações cirúrgicas apropriadas, judicioso uso dos meios de diag-
nóstico, avaliações de morbilidade, mortalidade e tempos de internamento, entre outros. Estes pontos são os
que representam a maior diferença – e a mais importante – entre os conceitos dos defensores da Qualidade, em
geral, quase no abstracto, e a Qualidade da prática médica, que é a abordagem que mais interessa aos médicos,
que já era, ainda que de formas menos organizadas e integradas, praticada na nossa actuação profissional e a qual
deve ser priveligiada e reforçada à luz de novos métodos de aplicação e avaliação.
Também nas XXV Jornadas Portuguesas de Cirurgia, no Porto esteve presente o Prof. Edmund Neugebauer
que fez uma interessante apresentação sobre o Erro Médico e a Qualidade, tecendo considerandos sobre proble-
mas que nos começam a chegar e para os quais há, para além de profundo desconhecimento, uma enorme falta
de sensibilidade. Os problemas relacionados com o Erro estão-nos a começar a aparecer e há que os compreen-
der bem por duas razões, sobretudo: para os podermos desmistificar, quando é caso disso, procurando mostrar
bem as diferenças entre os vários conceitos que lhe estão associados, por motivos não só legais como de imagem
da profissão, e para que possamos entender e integrar na nossa actuação prática os mecanismos destinados a
minimizar a sua incidência e a aprender, pela experiência, as maneiras de não os repetir, se acontecerem.
Some-se a todas estas apresentações e discussões o nosso panorama actual, com o fecho de Unidades de
Saúde, com o aparecimento de uma profusão de Hospitais EPE, com a abertura de mais Unidades Hospitalares
privadas e com as consequentes alterações das condições de ensino e de treino (não obrigatoriamente), e teremos
um cadinho de situações prontas a explodir e relacionadas em enorme parte com a Qualidade. Devo dizer que,
para mim, o que está em causa não são os factos em si, com os quais até concordo na maioria dos casos, mas as
consequências que poderão acarretar.
Pode-se perguntar quem são os culpados destas alterações e das suas facetas negativas. Há um correspondente
ênfase na má definição do que é “Qualidade”, que é bem fomentado e aproveitado por quem está interessado em
tomá-la em mãos, de forma não inocente e com propósitos bem definidos e relativamente óbvios.
Da nossa parte, dos médicos, vemos atitudes tíbias, mal clarificadas, com tentativas de diluição ou re-dire-
cionamento de responsabilidades, muitas vezes numa estratégia de fuga, na linha de manutenção de um “facili-
tismo” que ganhou terreno durante algum tempo.
Mas a verdade é que não podemos abstrairmo-nos de parte dessa culpa. Muitos dos problemas são de nossa
responsabilidade e muitos deles acabaram por chegar ao grande público, sobretudo pelas suas vertentes mais
negativas, contribuindo para a falta de credibilidade da defesa de muitas situações. Há um enorme fosso relativo
à falta de comunicação e de correcta informação quanto a muitos pontos que queremos defender; essa informa-
ção não pode ser demagógica, tem de ser completa, mas simples e de fácil entendimento, com “ideias força” a
chegar aos meios de informação e ao grande público. Não se trata de contrapor, sistematicamente, argumentos
confusos, complexos ou mal explicados a notícias, decisões ou acusações vindas de inúmeras proveniências, ou

Editorial
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de tentar explicar o inexplicável; trata-se de – em actuação consensual e orientada, se necessário, por profissio-
nais da área – antecipar as situações, evitando as falhas e anunciando os problemas e desvantagens de certas ati-
tudes das tutelas, antes que venham a ser anunciadas e promovidas.
Ainda que a primeira notícia seja sempre a que mais impacto tem, numa área como a Qualidade nos Hos-
pitais, em que o que está em causa é a prestação dos serviços de saúde, creio que o grande público entenderá as
nossas razões, se correctamente e atempadamente expostas. Não só não podemos deixar que outros tomem as deci-
sões que nos vão prejudicar, enquanto nos envolvemos em discussões estéreis, não nos empenhando, a fundo, na
discussão crítica para a elaboração de propostas fundamentadas, como não podemos ficar sem nos pronunciar
publicamente, através de vozes consensuais e formais. Há que promover as necessárias reuniões oficiais para que
as estruturas representativas possam vir a saber quais são os consensos e actuarem em conformidade quanto à sua
divulgação. Algumas tomadas de posição públicas dessas estruturas não têm sido as mais felizes nem represen-
tam os pontos de vista da maioria.
Muitas modificações que estão a acontecer são, no entanto, inevitáveis, quer o queiramos ou não, a bem ou
a mal, correctas ou incorrectas. Compete-nos a antecipação, a sua compreensão e a minimização dos prejuízos,
colaborando conforme possível para que venham a ser menos penalizantes e menos incorrectas. Não nos esque-
çamos que há 3 perspectivas da Qualidade: do doente, do fornecedor e do pagador. Ainda que a do doente e a
do pagador sejam importantes também para este contexto, fixemo-nos na do fornecedor e, mais precisamente na
dos cirurgiões.
Será que temos falta de “hábitos de Qualidade”? Será que as nossas condições de trabalho e opções de vida
levam a essa limitação? Em outros países, nos EUA e na Europa, por exemplo, também estão em curso muitas
das alterações que hoje sofremos. Talvez sejam aplicadas de outro modo, mas já há muito que são anunciadas
ou praticadas, e decorrem já há algum tempo, até porque não haverá actualmente muitas opções diferentes nos
quadros das políticas de saúde no mundo ocidental. O que acontece também é que muito do que se diz em rela-
ção a essas situações, é feito sem real conhecimento de causa. É verdade que em muitos desses países já existiam
bases científicas como laboratórios, programas de investigação, períodos obrigatórios dedicados à investigação
durante a fase de treino, regulares reuniões internas para discussão de temas científicos, verdadeiros “Journal
Clubs” e uma cultura de “produção científica”. Essa base cria os “hábitos de Qualidade” que acima menciono
e torna “natural” a sua passagem para a actuação clínica e para o dia a dia. Por outro lado, e também comple-
mentando esta situação, as Carreiras são naqueles países baseadas em pontos de vista e experiências diferentes;
são feitas progressões baseadas em avaliações continuadas e entrevistas, é certo, se bem que de modo substan-
cialmente diverso do que é praticado entre nós, mas grande parte da apreciação está relacionada com o traba-
lho real, recomendações, pesquisa e publicações. É talvez no ponto relacionado com a forma prática de progredir
nas nossas carreiras que reside a sua maior fraqueza: a burocracia, o recurso indiscrimanado aos tribunais e o
sentido de se permitir que sejam sobrepostos valores não profissionais ou não científicos aos que deveriam ser
a única base para as decisões.
A “Cultura de Qualidade”, que anteriormente existia, ainda que sob visões bem menos prosaicas quanto a
nomenclatura, baseia-se em muitos pressupostos que demoram a obter e a atingir. Possuíamos um dos elemen-
tos mais difíceis de conseguir, as Carreiras, e tínhamos o orgulho do trabalho produzido, se bem que a maior parte
das vezes com visões enviesadas. Perdemos boa parte desses elementos mas talvez não seja demasiado tarde para
evitar que a perda seja completa. Hoje em dia a “Cultura de Qualidade”, ainda que dependendo unicamente dos
profissionais, tem uma necessidade de apoio em estruturas de suporte, caras e difíceis de construir. Mas está
demonstrado – mesmo em Portugal – que essas estruturas podem existir, e até com grande prestígio internacio-
nal – desde que as correspondentes formas de mentalidade e de trabalhar estejam presentes; temos alguns desses

Revista Portuguesa de Cirurgia


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oásis e é necessário estudar a forma como nasceram, como trabalham e como sobrevivem para os tentar repro-
duzir.
É fácil, e uma excelente forma de desresponsabilização, considerar que não cabe ao médico, neste caso ao
cirurgião, procurar controlar os custos da prática clínica, ou sequer pensar neles. É bem verdade que uma polí-
tica de restrições financeiras não se pode basear ou pôr todo o seu peso em cortes orçamentais que se relacionam
directamente com a actividade clínica; mas também é verdade que uma clareza e ponderação de decisões de
actuação da parte dos responsáveis pelos serviços é absolutamente necessária. Não só a tutela deve ponderar a ava-
liação de receitas e não só de custos como não é aceitável que decisões técnicas sejam alteradas por intromissões
de decisões políticas. Claro que há, em muitos casos, sobretudo com a vontade de manter uma “actualização”,
um choque com o impacto dos desenvolvimentos tecnológicos e sua introdução bem como das pressões da indús-
tria para a sua efectivação.
No fundo, há que ponderar bem, e de forma calma e concertada, as opções de fornecimento de serviço com
a mesma Qualidade comparando-as com os custos envolvidos e é necessário que haja sensatez de aplicação de
regras e de formas de organização (de parte a parte) para os minimizar, dentro da razão e dos pressupostos de for-
necimento de Qualidade. O que não pode have é desiquilibrios na distribuição das patologias, por via de “ges-
tão financeira”. Os doentes têm o direito de que lhes sejam oferecidas as melhores condições, sem que sejam dis-
criminados por a sua patologia ser mais complexa e ou “dispendiosa”. Isto, sem prejuízo da defesa dos “Centros
de Referência”.
A Qualidade depende também de uma correcta forma de efectuar registos e de avaliar e comparar resulta-
dos (“outcomes”); há ferramentas para isso e há formas de aferir também a sua correcção. A Qualidade pode ser
avaliada, medida e comparada, medindo-se 3 domínios: medidas estruturais, variáveis de processos – o tipo de
assistência que os doentes recebem – e medições de “outcomes”. Estas medições de “outcomes” podem, por sua
vez, ser centradas nos doentes, nos médicos (cirurgiões) e nas estruturas de apoio.
A existência destes registos permite a todos verificar onde se posiciona a Qualidade de prestação de serviços
efectuada por uma determinada Unidade de saúde, ao compará-la com semelhantes serviços praticados por outras
Unidades de referência. É em função destes resultados que se poderá estabelecer uma política mais justa de atri-
buição de benefícios e de financiamentos.
É para orientar todos estes processos que é absolutamente necessária uma colaboração estreita entre Socie-
dades Científicas e Colégios da Especialidade. Há muitos pontos que caem sob a sua alçada comum e é impres-
cindível um trabalho conjunto com a obtenção de consensos que dêem a maior força possível aos documentos
de orientação conseguidos; os Curriculae mínimos, a sua forma de elaboração e de apresentação, o seu rigor, a
sua fidedignidade, a formação e o treino, as avaliações, o lugar das recomendações, de algoritmos de actuação e
de protocolos são exemplos de pontos fulcrais que respeitam às duas estruturas.
São parte de qualquer programa de Qualidade a existência de Orientações, recomendações e protocolos, indo
buscar algumas destas ferramentas à Medicina Baseada na Evidência; o uso judicioso desta MBE poderá ser tema
para outro texto mas não pode nunca é ser ferramenta que deixemos ser disponibilizada por outros que não os
médicos.
Devem também existir comissões de avaliação de Qualidade e desempenho dos vários prestadores de cui-
dados, com avaliações dirigidas a diferentes níveis de prestação e aos indicadores definidos e ainda à garantia do
seu rigor e da sua fidedignidade, permitindo seriedade de comportamentos e de comparações. Tudo isto são tam-
bém tarefas a que as duas estruturas – a Sociedade Portuguesa de Cirurgia e o Colégio da Especialidade – podem
dar atenção.

Editorial
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Página dos editores

Merecem referência temas que são publicados neste número:


Iniciamos a nossa rubrica “Controvérsias”, com dois textos defendendo formas radicalmente opos-
tas de tratar cirurgicamente as hérnias da região inguinal; esperamos com curiosidade os vossos comen-
tários, conforme está previsto.
O que é pedido aos autores destes textos é que tomem posição em relação a um dos pontos expos-
tos, explicitando as suas razões para a opção.
Um artigo original sobre uma aplicação técnica muito interessante, pela utilidade e simplicidade,
mostra como podemos trabalhar bem em investigação clínica aplicada.
Há uma re-publicação de um artigo publicado no número anterior. Este facto deve-se a uma incor-
recção quanto à ordem de autores do trabalho que poderá ter implicações na fase futura de indexação
da Revista; curiosamente, este problema vem dar-nos razão na polémica de que já tivemos conheci-
mento e que se refere aos comentários quanto a “excessos de burocracia” no processo de envio e acei-
tação de trabalhos. O seguimento das normas que publicamos evita todos os mal-entendidos e a sua
razão de ser ficou bem demonstrada, infelizmente, com este pequeno problema.
Por isso mesmo repetimos neste número a publicação das “Instruções para Autores” completas, já
que detectámos algumas incongruências nas que foram publicadas no número zero; insistimos em
pedir a vossa atenção para estas “Instruções” de modo a que seja minimizada a necessidade de devol-
ver artigos enviados, por não estarem de acordo com as mesmas. Passaremos a publicar apenas uma ver-
são abreviada destas Instruções estando o texto completo no “site” da Revista.

Boa Leitura!

II Série • Número 2 • Junho 2007 Revista Portuguesa de Cirurgia


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Sociedade Portuguesa de Cirurgia

REUNIÕES NA SEDE “VENHA TOMAR UM CAFÉ CONNOSCO”

27 de Setembro de 2007
“Abordagem endo vascular da patologia da aorta torácica”
Dr. Duarte Medeiros
Comentadores: Prof. José Fragata, Dr. Mota Capitão, SEDE
Prof. Fernandes e Fernandes
Sociedade Portuguesa de Cirurgia
15 de Novembro de 2007 Rua Xavier Cordeiro, 30
“Damage controle na isquemia intestinal – a propósito
de um caso clínico” 1000-296 Lisboa
Dr. Pedro Amado e Dr. Oliveira Martins Telefs.: 218 479 225/6
Comentadores: Prof. Dr. Pereira Alves e Dr. Ricardo Matos Fax: 218 479 227
13 de Dezembro de 2007 spcirurgia@clix.pt
“Hemorragia digestiva baixa maciça – a propósito de um caso clínico”
Dr. Pedro Amado e Dr. Oliveira Martins 21 horas
Comentadores: Dr.ª Maria João Bettencourt, Dr.ª Milene
Mendes, Dr. Pedro Duarte, Dr. Jaime Ramos

Revista Portuguesa de Cirurgia


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ARTIGO ORIGINAL

Cinta plástica ajustável: resultados


da utilização em anastomoses
mecânicas esofágicas
A. P. A. Pimenta1,2, A. M. F. Gouveia1,2, J. R. Preto1,
J. S. Rodrigues1, M. M. Baptista1, J. O. Alves1
1 Serviço de Cirurgia Geral, Faculdade de Medicina do Porto e Hospital de São João
2 Instituto de Patologia Molecular e Imunologia da Universidade do Porto (IPATIMUP)

INTRODUÇÃO agulha a mucosa seja englobada na sutura; pode dar-


se o deslizar do nó, enquanto a sutura está a ser ajus-
A generalização do uso da sutura mecânica para reali- tada à bigorna da cabeça da máquina; e, existe a pos-
zar as anastomoses digestivas foi a consequência de, a sibilidade do quebrar do fio ao apertar os nós. Estes
maioria dos cirurgiões, ter verificado que esta técnica faci- acidentes com o fio de sutura podem levar à necessi-
litava a anastomose dos segmentos digestivos, permitia dade de refazer a sutura em bolsa, aumentando o
suturas mais seguras e encurtava o tempo operatório. tempo de cirurgia.
Estas vantagens da sutura mecânica têm particular Assim, a despeito dos benefícios da sutura mecânica
relevância quando as anastomoses são do esófago ou circular, há alguns aspectos, nomeadamente da fixação
do recto, porque são órgãos que pela sua localização da cabeça da máquina ao órgão a anastomosar, que
tornam tecnicamente mais difícil a realização da anas- necessitam de ser melhorados de forma a simplificar e
tomose e onde as suturas têm maior tendência a fístu- tornar mais automática a anastomose.
las anastomóticas no pós-operatório1. No período que decorreu entre o início de Outu-
As máquinas de sutura circular actualmente em uso, bro de 2002 e 31 de Maio de 2007, com o objectivo
realizam uma sutura invaginante e, por isso, obrigam de eliminar os inconvenientes da sutura em bolsa e
à realização prévia de uma sutura em bolsa, para fixar fazer com que as anastomoses esofágicas fossem mais
a cabeça da máquina ao órgão a ser anastomosado. rápidas e seguras, utilizamos, para fixar a cabeça da
Ora, embora estejam descritas diversas técnicas para a máquina, uma cinta plástica ajustável, já anterior-
realizar, a realização desta sutura em bolsa acaba sem- mente descrita2,3 .
pre por atrasar a anastomose, na melhor das hipóteses,
em cerca de 10 a 15 minutos.
Além disso, a sutura em bolsa é de realização difícil TÉCNICA OPERATÓRIA
em áreas de acesso mais limitado, como são o tórax e
a pélvis, obrigando a cuidado redobrado, muito parti- Utiliza-se uma cinta de plástico com fivela, de 10
cularmente no esófago, para que em cada passagem da cm de comprimento e 2.5 mm de largura (fig. 1A). A

II Série • Número 1 • Junho 2007 Revista Portuguesa de Cirurgia


9
Fig. 1 – Cinta de plástico com fivela, de 10 cm de comprimento e 2.5 mm de
largura (A), ajustável quando se faz passar a ponta da cinta pelo interior da fivela
(B) e fixada em posição pelo encravar duma das numerosas ranhuras da cinta
numa saliência no interior da fivela (C).

cinta é ajustável quando se faz passar a ponta da cinta com uma tesoura, a cerca de 10 mm abaixo do aperto
pelo interior da fivela (fig. 1B) e é fixada em posição da cinta (fig. 4). Fica, deste modo, uma pequena por-
pelo encravar duma das numerosas ranhuras da cinta ção excedente de tecido digestivo para impedir um
numa saliência no interior da fivela (fig. 1C). hipotético deslizar do tecido pelo interior da cinta. A
Depois de introduzir a cabeça da máquina circular mucosa digestiva deve ser bem visível a toda a volta
no segmento digestivo a anastomosar (fig. 2), envolve- deste excedente de tecido.
se o segmento digestivo com a cinta, passa-se a ponta Corta-se, agora, com uma tesoura o excedente da
da cinta pela fivela e começa-se a ajustar progressiva- cinta junto à fivela (fig. 5).
mente a cinta à parede do segmento digestivo. Para Procede-se, em seguida, à anastomose segundo a
fixar um segmento do tubo digestivo ao esporão da técnica habitual, tendo o cuidado de vigiar para que,
cabeça da máquina circular, a cinta deve ser apertada durante a aproximação da cabeça com o corpo da
junto à inserção do esporão na base circular da cabeça máquina, a fivela da cinta não seja apanhada pela zona
da máquina (fig. 3A). Nos locais de mais difícil acesso, onde vai ser feita a sutura com os agrafos.
esta manobra é facilitada se forem usadas duas pinças
de Bangolia: uma para puxar a ponta da cinta,
enquanto a outra faz contra-pressão na fivela e orienta RESULTADOS
o posicionamento da cinta (fig. 3B).
Uma vez a cinta bem apertada à volta do segmento No período que decorreu entre o início de Outu-
digestivo, secciona-se a parede do segmento digestivo bro de 2002 e 31 de Maio de 2007, usamos esta téc-

A. P. A. Pimenta, A. M. F. Gouveia, J. R. Preto, J. S. Rodrigues, M. M. Baptista, J. O. Alves


10
Fig. 2 – Colocação da cabeça da máquina no lúmen esofágico, após Fig. 4 – Com a cinta bem apertada à volta do segmento digestivo, sec-
secção parcial deste orgão (A e B). ciona-se a parede do segmento digestivo com uma tesoura, a cerca de
10 mm abaixo do aperto da cinta (A). A mucosa digestiva deve ser bem
visível a toda a volta deste excedente de tecido(B).

intra-torácica direita ou esquerda; e os restantes 134


doentes tratados com uma gastrectomia total, com
anastomose intra-abdominal. A cinta foi utilizada em
qualquer um dos três calibres de máquina de sutura
circular utilizados em anastomoses de adultos.
Com a utilização da técnica descrita, não houve
dificuldade na realização da anastomose em 214 casos
(98,2%). O anel de tecido esofágico ficou fixado com
segurança ao esporão da cabeça da máquina, estava
completo e, sobretudo, tinha uma excelente porção
de mucosa (fig. 6). A fixação da cinta plástica demo-
Fig. 3 – Após envolvimento do esófago com a cinta, ajusta-se progres- rou em média três minutos. Em 3 doentes, pouco
sivamente a cinta à parede esofágica utilizando duas pinças de Bango- tempo após a secção do esófago, deu-se o deslizar par-
lia (B). A cinta deve ser apertada junto da inserção do esporão na base cial da parede esofágica para cima da cinta. Este aci-
circular da cabeça da máquina (A).
dente foi facilmente resolvido num dos doentes com
a colocação de nova cinta; em dois doentes foi reali-
zada uma sutura em bolsa manual. No quarto doente,
nica para realizar a anastomose esofágica em 218 doen- operado de gastrectomia total, deu-se o corte parcial
tes adultos: 44 doentes a quem foi realizada uma ope- da cinta pela faca de corte da máquina, com sutura
ração de Ivor-Lewis, com anastomose intra-torácica imperfeita. Uma vez que era tecnicamente possível,
direita; 30 doentes submetidos a operação de Lortat- optou-se por refazer a anastomose numa outra zona
Jacob, com anastomose intra-torácica esquerda; 10 do jejuno e fixar a cabeça da máquina ao esófago com
doentes submetidos a coloplastia, com anastomose uma nova cinta.

Cinta plástica ajustável: resultados da utilização em anastomoses mecânicas esofágicas


11
Fig. 5 – Corta-se com uma tesoura o excedente da cinta junto à fivela (A e C), de modo a que o que fica da cinta
se situe para dentro da zona onde vai cortar a faca de corte da máquina (B)

DISCUSSÃO como são o esófago e o recto1, que tem feito os cirur-


giões ansiarem por uma outra solução.
A necessidade de realizar uma sutura manual em Outras técnicas propostas para contornar estes pro-
bolsa, para fixar a cabeça da máquina de sutura circu- blemas, como a utilização do aparelho que realiza
lar, antes de se proceder, com o disparo da máquina, à mecanicamente a sutura em bolsa1,4; a dupla sutura,
sutura automática propriamente dita, como que retira com máquina de sutura linear e com máquina circu-
um pouco do automatismo que se pretende das lar5,6; e o aperto do orgão a anastomosar com um fio
máquinas de sutura mecânica. transfixado1, são ou mais complicadas de realizar e
Mas, é, sobretudo, o tempo dispendido a realizar a mais dispendiosas que a sutura em bolsa, ou deixam
sutura em bolsa e a dificuldade em a realizar com segu- incerteza quanto à qualidade e à segurança da fixação
rança, particularmente em locais de acesso mais difícil dos tecidos, particularmente da mucosa.
e em orgãos mais sujeitos a complicações das suturas Nas anastomoses que realizamos, o uso de uma cinta

A. P. A. Pimenta, A. M. F. Gouveia, J. R. Preto, J. S. Rodrigues, M. M. Baptista, J. O. Alves


12
Fig. 6 – Aspecto final dos dois anéis (A), vendo-se que o anel de tecido esofágico ficou fixado com segurança ao
esporão da cabeça da máquina, está completo e, sobretudo, tem uma excelente porção de mucosa.

de aperto progressivo veio tornar simples, rápida e De igual modo é importante, particularmente
segura a fixação dos tecidos à cabeça da máquina, con- quando é utilizada uma máquina de diâmetro mais
tribuindo, deste modo, não só para melhorar a quali- pequeno (25 mm), que haja o cuidado de empurrar a
dade da anastomose, como para encurtar o tempo fivela da cinta para junto do esporão, enquanto os teci-
operatório. dos a anastomosar são aproximados, para impedir que
Contudo, para prevenir o deslizar da parede diges- a fivela fique na área de corte e sutura.
tiva a anastomosar, pelo apertar insuficiente da cinta, Em conclusão, a cinta prende com segurança os
o aperto deve ser verificado após o corte do segmento tecidos e é de aplicação não só fácil, como rápida.
digestivo, puxando novamente a extremidade da cinta Além do mais, é muito barata, pois pode obter-se uma
ao mesmo tempo que se fixa a fivela. Este pormenor, cinta pelo preço de um cêntimo (0.01 E). Por tudo
como sempre acontece com a aprendizagem de novas isto, pensamos que é uma pequena contribuição,
técnicas, deve merecer particular atenção no início da embora de importância significativa, para o avanço da
curva de aprendizagem de cada cirurgião que entra em sutura automática digestiva, com possibilidade de ser
contacto com a técnica. aplicada em cirurgia minimamente invasiva4,5.

Cinta plástica ajustável: resultados da utilização em anastomoses mecânicas esofágicas


13
REFERÊNCIAS

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Correspondência:
PROF. DOUTOR AMADEU PIMENTA
Serviço de Cirurgia Geral, Hospital de São João, 4200 - Porto, Portugal
Fax: 351 22 5505589
Phone: 351 22 5502100
amadeupimenta@hotmail.com

A. P. A. Pimenta, A. M. F. Gouveia, J. R. Preto, J. S. Rodrigues, M. M. Baptista, J. O. Alves


14
ARTIGO DE REVISÃO

Controlo de qualidade
em cirurgia colo-rectal
Júlio Soares Leite

Chefe de Serviço de Cirurgia Geral dos HUC


Professor Catedrático de Cirurgia da FMUC

CONTROLO DE QUALIDADE EM CIRURGIA prolapso, a incontinência ou as fístulas complexas,


COLO-RECTAL implicam também diagnóstico e tratamento especiali-
zado.
Com o objectivo de melhorar a qualidade da cirur- No penúltimo número desta Revista (número Zero)
gia colo-rectal têm sido implementados programas a foi consistentemente defendida a evolução da pós-gra-
nível regional e nacional, particularmente no âmbito duação em cirurgia geral, que deverá ser complemen-
da patologia oncológica. Vários estudos têm demons- tada em torno de diversas subespecialidades (1), com
trado que a mortalidade operatória e a sobrevivência a necessidade da cooperação multidisciplinar e da ava-
dependem da especialização das equipas cirúrgicas, do liação da qualidade em todas as suas vertentes.
volume hospitalar nessas patologias e da experiência A especialização permitirá aumentar o refinamento
do cirurgião. técnico e, por outro lado, aumentar o volume de inter-
O cancro do recto é o exemplo paradigmático da venções diferenciadas por cirurgião, prevendo-se assim
necessidade de equipas multidisciplinares coordena- a melhoria dos resultados obtidos. Importa contudo
das, devendo o cirurgião aí desempenhar um papel demonstrar se existem evidências de base clínica que
central. Os avanços imagiológicos introduzem modi- suportem esta hipótese com base na revisão da litera-
ficações nos planos terapêuticos multidisciplinares, tura actual sobre este assunto. Com esta metodologia
sendo necessário que todos estes pacientes tenham analisaram-se os indicadores de qualidade em cirurgia
idêntica abordagem e integrem estudos prospectivos. colo-rectal e a sua relação com a especialização, o
O crescente número de cirurgias profilácticas em volume de cirurgia hospitalar e a experiência do cirur-
doentes com anomalias genéticas (síndrome de Lynch, gião.
poliposes) implica a necessidade de perfeição técnica,
com escassa morbilidade, em unidades especializadas.
O diagnóstico e o tratamento adequado das doen- CANCRO DO RECTO
ças inflamatórias intestinais justifica a constituição de
equipas médico-cirúrgicas com adequada coordena- O desenvolvimento da técnica cirúrgica da exérese
ção, bem como da publicitação dos resultados. total do mesorrecto (ETM) associou-se à melhoria dos
Várias outras patologias benignas colo-rectais e resultados do tratamento desta neoplasia (2,3), com
anais, tais como a obstipação grave, a diverticulite, o tradução em vários parâmetros. A recidiva local baixou

II Série • Número 1 • Junho 2007 Revista Portuguesa de Cirurgia


15
de 30-40% para 5-15% e a sobrevivência à distância (14). Destaca-se também a necessidade dum registo
melhorou no grupo submetido a ressecção com ETM centralizado dos diversos indicadores apresentados e
(4). do seu conhecimento pelas equipas envolvidas,
No mesmo estudo o grupo de cirurgiões com ele- quando se projecta um plano de promoção da quali-
vado volume de cirurgia rectal (mais de 12 interven- dade cirúrgica oncológica.
ções por ano) teve menor taxa de recidiva local e Numa extensa revisão da literatura com base na
menor mortalidade (4). Este grupo teve também MEDLINE e na Cochrane Library (15) demonstrou-
maior percentagem de intervenções com conservação do se, em relação ao cancro do recto, forte associação
esfíncter anal. Actualmente, cerca de 70% dos pacien- entre sobrevivência global e livre de doença e a subespe-
tes são submetidos a cirurgia com conservação do cialidade do cirurgião. O critério utilizado em diversos
esfíncter anal (5,6), mas no carcinoma do recto baixo estudos com caracterização do grupo com especializa-
(< 6 cm) os centros de registo oncológico actuais reve- ção foi geralmente ser membro da ASCRC (American
lam que a amputação abdómino-perineal (AAP) é Society of Corectal Surgeons) ou de cirurgião com
efectuada em cerca de 70-80% dos doentes (7). especial dedicação à cirurgia colo-rectal. Vários estudos
Na maioria das séries a recidiva local após AAP (10- também evidenciaram que os hospitais de maior
33%) tem sido superior à verificada após ressecção volume cirúrgico nesta área apresentaram melhores
anterior com ETM, apresentando neste grupo valores resultados, mas apenas em relação à sobrevivência glo-
entre 4 e 8% (3,8). Este facto tem justificado que se bal. Admite-se que o benefício da especialização cirúr-
advogue terapêutica neoadjuvante e, mais recente- gica relativamente à sobrevivência à distância se deva
mente, a proposta de AAP radical para os tumores T3- ao forte impacto dos conhecimentos da anatomia
T4 do terço inferior, com dissecção perineal alargada cirúrgica e da proficiência técnica, independentemente
aos elevadores e a obtenção de peça cirúrgica ano-rec- do volume operatório.
tal “cilíndrica” (9). O mesmo tipo de análise da literatura, agora diri-
A invasão da margem de ressecção circunferencial gida aos resultados imediatos (morbilidade e mortali-
(IMRC) tem sido considerada como um marcador de dade) da cirurgia rectal (16), não revelou associação
qualidade cirúrgica (10), sabendo-se que a cirurgia evidente entre volume operatório ou especialização
optimizada de ETM possibilita reduzir a frequência com a morbilidade. Contudo, foram escassos os estu-
dessa invasão (11). Por outro lado, a radioterapia pré- dos nesta área. No único trabalho em que se analisou
operatória permitiu reduzir a recidiva local, apesar de separadamente o volume operatório hospitalar e o
ser utilizada a mesma técnica de exérese optimizada do volume por cirurgião (17) verificou-se que os resulta-
recto, nos grupos com ou sem radioterapia (5). dos imediatos dependeram da experiência do cirur-
O facto de se ter verificado grande variabilidade na gião.
taxa de recidiva local nos casos com IMRC (12) tem Foi estudado o impacto do volume da cirurgia e da
sugerido alguma controvérsia na definição dos limites especialização nos resultados obtidos em diversas espe-
de margem, se <1 ou a 2 mm. Em qualquer dos casos, cialidades, tendo-se verificado heterogeneidade nos cri-
a presença de IMRC após ETM justifica mais prova- térios para a definição de elevado ou baixo volume de
velmente doença avançada do que insuficiência da téc- cirurgia hospitalar ou por cirurgião (18). Apresenta-se
nica cirúrgica. De facto, a maior parte destes pacien- no quadro 1, o número mínimo de intervenções
tes virá a falecer por doença metastática antes que seja anuais, por hospital e por cirurgião, para caracterizar
aparente a recidiva local (13). É neste contexto que se o grupo considerado de elevado volume, associado a
defende que o grau de excisão macroscópica do mesor- melhores resultados. Na série de Martling e col. (27),
recto, definido pelo patologista, deva constituir o correspondendo ao programa ETM da Suécia, os
melhor critério para auditoria à qualidade da ETM cirurgiões com mais de 21 intervenções colo-rectais

Júlio Soares Leite


16
QUADRO 1: Número mínimo de intervenções anuais, por hospital e por cirurgião,
associadas a melhores resultados imediatos e à distancia

NÚMERO MÍNIMO DE OPERAÇÕES:


TIPO DE CIRURGIA GRUPO COM REFERÊNCIAS
VOLUME ELEVADO DE CIRURGIA

Volume Hospitalar
33 a 84 19,20
Cancro colo-rectal
7 a 13 21,22
Cancro do esófago
13 a 25 22,23
Duodenopancreatectomia
15 24
Hepatectomia
20 25
Transplante hepático
30 26
Aneurisma da aorta

Volume por Cirurgião


19 16
Cancro do cólon
13 27
Cancro do recto
7 28
Cancro do esófago
6 29
Cancro gástrico
4 30
Duodenopancreatectomia

anuais efectuaram mais cirurgias conservadoras do CANCRO DO CÓLON


esfíncter e nesta mesma série, no grupo com mais de
12 ressecções rectais anuais, a recidiva local foi de 4% Tem-se verificado que o prognóstico do cancro do
contra 10% no grupo com menor experiência. Os cólon nos estádios II e III depende do número de gân-
resultados dos programas de implementação da ETM glios linfáticos examinados (33,34) e o Colégio Ameri-
a nível da Holanda, da Noruega e da Dinamarca cano de Patologistas passou a recomendar o exame de
(5,31,32) revelaram que a experiência e a especializa- pelo menos 12 gânglios no cancro colo-rectal (35). A
ção do cirurgião conduziram também a melhoria glo- extensão da linfadenectomia, a qualidade do exame
bal dos resultados do tratamento cirúrgico do cancro histopatológico ou o efeito da terapêutica neoadju-
do recto quando comparados com o tratamento con- vante podem influenciar o número de gânglios detec-
vencional. tados. De facto, na maior parte das séries, menos de
Após a implementação do projecto Norueguês do metade das peças atingem o limiar dos 12 gânglios exa-
cancro rectal em 2002 (31), e na maioria dos países minados (36).
nórdicos, foi recomendado, por consenso profissional, Num extenso estudo de base populacional do cen-
que esta intervenção deveria ser efectuada por cirur- tro de registo oncológico SEER (Surveillance, Epide-
giões dedicados e treinados nesta área e que a cirurgia miology and End Results) (37) demonstrou-se que
de ressecção rectal deveria deixar de fazer parte do uma linfadenectomia radical, associada a pelo menos
plano curricular dos internos da especialidade de cirur- 15 gânglios excisados, se relacionou com significativa
gia geral. Esse treino ficou reservado para os que pos- melhoria na sobrevivência dos casos com cancro do
teriormente se orientassem para essa subespecialidade. cólon nos estádios I a III. Estes dados sugerem que o

Controlo de qualidade em cirurgia colo-rectal


17
número de gânglios encontrados nos estudos histopa- ção cirúrgica que permita extensa e meticulosa dissec-
tológicos de cancro do cólon deva constituir um indi- ção dos gânglios, com a excisão completa do mesocó-
cador de qualidade do cirurgião e do patologista. Se o lon (41). O estudo histopatológico deverá também ser
cirurgião está convencido que efectuou uma ressecção optimizado e o tratamento adjuvante decidido de
com margens adequadas e se o patologista não registar acordo com a decisão do grupo multidisciplinar
o estudo de mais de 12 a 15 gânglios recomenda-se Nas instituições com elevado volume hospitalar, o
que deva solicitar a reavaliação histopatológica desse grupo de cirurgiões com maior experiência em cirur-
exame. Tal como já foi por outros admitido, seremos gia colo-rectal e o grupo com subespecialização nessa
também favoráveis à instituição de incentivos para a área registaram melhores resultados imediatos (morbi-
obtenção destes objectivos, integrados num programa lidade e mortalidade) na cirurgia do cólon, apesar dos
de promoção da qualidade em cirurgia oncológica. diversos estudos apresentarem algumas diferenças na
Em relação ao cancro do cólon, o resultado da revi- caracterização de grupos de elevado ou baixo volume
são da literatura (15) revelou que a sobrevivência global e na definição de especialização em cirurgia colo-rec-
e livre de doença foi significativamente melhor quando tal (16,19,20).
as intervenções foram efectuadas por cirurgiões com Algumas variáveis hospitalares e outras inerentes ao
especial dedicação ou especialização, tendo o grupo tipo de doente podem também influenciar a morbi-
com elevado volume de cirurgia hospitalar se relacio- mortalidade. O apoio qualificado da anestesia ou dos
nado apenas com melhor sobrevivência global. Estes cuidados intensivos e de várias especialidades médicas
resultados reforçam a opinião, também expressa nou- como, a cardiologia, a pneumonologia ou a nefrolo-
tros trabalhos (18,38), que evidenciam maior impor- gia, com melhor equipamento técnico nos hospitais
tância da especialização e da experiência do cirurgião de alto volume cirúrgico, poderão reduzir as compli-
do que de instituições com alto volume de cirurgia. cações pós-operatórias. Os resultados obtidos nas séries
De facto, parece evidente que a prática por si só não estudadas dependem também do risco cirúrgico dos
gera a perfeição técnica. Se esta evidência tem sido doentes operados. A idade, a desnutrição, as doenças
bem demonstrada no cancro do recto, após a formação associadas, o estádio em que são operados, se electiva-
e treino da ETM, confirma-se também agora, no can- mente se em urgência, ou o seu estrato sócio-econó-
cro do cólon, a necessidade de especialização para a mico.
obtenção de menor taxa de recidiva local e de melhor As indicações mais precisas para instituir terapêu-
sobrevivência. Esta foi, também, a conclusão dum tica neoadjuvante e adjuvante e a qualidade na avalia-
estudo prospectivo Sueco envolvendo nove hospitais ção do follow-up periódico pode também ser um fac-
das regiões de Estocolmo e Gotland (39), tendo o tor que contribui para a melhoria dos resultados à dis-
melhor resultado sido registado num hospital tância.
pequeno, com um grupo especializado de cirurgiões Apesar destas limitações, as conclusões dos estudos
colo-rectais e elevado volume de cirurgias por cirur- aqui apresentados (15,16,18,27,39), com modelo de
gião. meta-análise, selecção dos que tinham elevados níveis
Os estudos de base populacional têm revelado de evidência e com ajustamento aos factores de risco
melhoria na sobrevivência após o tratamento do can- pré-operatórios, têm um valor científico inquestioná-
cro do recto, sendo presentemente melhor que a do vel e que deverão orientar as decisões dos cirurgiões,
cancro do cólon (40). Estes dados fundamentam o dos administradores hospitalares e dos responsáveis
renovado interesse para que se encare a cirurgia do can- pela tutela da saúde.
cro do cólon com um programa multidisciplinar seme- Importa também perspectivar o tratamento do can-
lhante ao desenvolvido para a neoplasia rectal, com cro do cólon e do recto, primeira causa de morte onco-
cuidadoso estadiamento pré-operatório, com forma- lógica em Portugal, com a obrigatoriedade dos cuida-

Júlio Soares Leite


18
dos multidisciplinares e de protocolos de actuação tera- caso de DII, numa perspectiva de decisões baseadas
pêutica com consenso internacional. Os grupos multi- em critérios científicos, com análise de custo-efectivi-
disciplinares deverão incluir além do cirurgião colo- dade.
rectal, o radiologista, o oncologista médico, o radiote- Relativamente às restantes doenças benignas,
rapeuta e o patologista, com obrigatoriedade de reu- tomando como exemplo a incontinência fecal, a qua-
niões periódicas de decisão clínica. Sendo importante lidade está associada à coordenação de esforços multi-
promover estes princípios de boa prática em oncologia disciplinares, nomeadamente no diagnóstico (ecoen-
clínica, e tendo-se assistido ultimamente a notáveis doscopia anal, manometria ano-rectal, tempo de con-
avanços na oncologia médica, não se pode subestimar dução do pudendo) e na utilização criteriosa das diver-
o papel central da optimização da técnica cirúrgica, sas opções terapêuticas (biofeedback, estimulação ner-
bem demonstrado no cancro do recto e, como se evi- vosa sagrada, esfincterorrafia e esfíncter artificial ou
denciou nos estudos recentes, também no cancro do graciloplastia dinâmica). Também nesta área, só deverá
cólon. São argumentos consistentes que apoiam a ser recomendável a utilização destas sofisticadas e dis-
hipótese de os especialistas terem melhores resultados pendiosas terapêuticas, no contexto duma unidade
que os generalistas. especializada, com criteriosa avaliação dos resultados.
Estes aspectos deverão ser incluídos como normas
orientadoras do plano oncológico nacional, associando
uma rede de referenciação especializada e de incentivos FORMAÇÃO CIRÚRGICA EM UNIDADE
para a promoção da qualidade dos cuidados prestados DE CIRURGIA COLO-RECTAL
aos doentes oncológicos.
Torna-se cada vez mais evidente que é necessário
modificar profundamente o modelo de formação dos
DOENÇA INFLAMATÓRIA INTESTINAL cirurgiões para que melhor se adapte à irreversível ten-
E OUTRAS PATOLOGIAS BENIGNAS dência para a especialização na cirurgia e que, por
outro lado, permita aos internos de cirurgia terem
As doenças inflamatórias intestinais (DII) são habi- capacidade para assimilar os conhecimentos essenciais
tualmente processos crónicos, cuja orientação diag- a uma prática clínica com adequada competência (43).
nóstica e terapêutica é assumida mais frequentemente Tem sido recentemente defendido um novo para-
por gastrenterologistas e cirurgiões com particular digma na formação cirúrgica, com propostas seme-
dedicação à DII. As dificuldades e o atraso frequente lhantes nos EUA e na Europa: um módulo de cirurgia
no seu diagnóstico, os reflexos negativos na qualidade geral básica e módulos subsequentes de subespeciali-
de vida destas doenças crónicas com terapêutica ina- dades cirúrgicas. Nos EUA, as recomendações para
dequada, a explosão do arsenal terapêutico oneroso, 2004 da American Surgical Association Blue Ribbon
com destaque para as terapêuticas biológicas e os imu- Committee Report on Surgical Education (44) suge-
nossupressores, a dificuldade e variabilidade dos casos rem, após o módulo de cirurgia básica com duração
clínicos e a necessidade de intervenções complexas de 3 anos (ainda sem consenso este número de anos),
conduziram à aceitação consensual das inegáveis van- uma subespecialização de mais 3 anos ou em cirurgia
tagens do tratamento por equipas multidisciplinares geral (rural ou urbana) ou em diversas subespecialida-
(42), prioritariamente constituídas por gastrenterolo- des como cárdio-torácica, plástica, vascular, trans-
gistas e cirurgiões. plante, trauma e cuidados intensivos, cirurgia pediá-
Esta estruturação administrativa implica obvia- trica, colo-rectal e oncologia cirúrgica.
mente alguns custos, mas só com este modelo será pos- As propostas em discussão na União Europeia dos
sível encontrar a melhor opção terapêutica em cada Médicos Especialistas (UEMS), expressas nomeada-

Controlo de qualidade em cirurgia colo-rectal


19
mente por Moreno Gonzalez (comunicação pessoal, durante o Congresso da ESCP (European Society of
2003) e por Fernández-Cruz (45) apontam igualmente Coloproctology)
para a formação básica em cirurgia geral (5 a 6 anos)
seguida de subespecialização de 1 a 2 anos nas áreas CONCLUSÕES
esófago-gástrica, hépato-bílio-pancreática, colo-rectal,
endócrina, oncologia cirúrgica (envolvendo especial- Da revisão da literatura sobre indicadores de quali-
mente cancro da mama, melanoma, sarcoma etc.) e dade em cirurgia colo-rectal e sobre a relação entre
trauma com cuidados intensivos. volume de cirurgia, especialização e resultados obtidos
A existência de uma unidade diferenciada em cirur- podem retirar-se as seguintes conclusões:
gia colo-rectal constitui o núcleo essencial indispensá- 1 - Existem evidências de base clínica que suportam
vel para a especialização do cirurgião geral nessa área a hipótese de a especialização em cirurgia colo-rectal se
de interesse. Em 1997, a União Europeia dos Médicos associar a melhores resultados imediatos e à distância
Especialistas (UEMS) criou uma secção da Cirurgia na patologia oncológica do cólon e do recto.
Geral, a Divisão de Coloproctologia. Para obter o cer- 2 - A especialização teve maior impacto nos resulta-
tificado do European Board of Surgical Qualification dos do que o volume de intervenções por cirurgião ou
(EBSQ) em Coloproctologia, o candidato deverá ter o facto da intervenção ter sido efectuada num hospi-
prévio certificado como cirurgião geral (equivalente tal de elevado volume cirúrgico; estes resultados reco-
do EBSQ em cirurgia) e dois anos de treino numa uni- mendam que a especialização deva ser considerada
dade diferenciada em cirurgia colo-rectal (46). norma de boa prática cirúrgica, particularmente num
Nesse estágio, o candidato necessita de créditos hospital de elevado volume de cirurgia.
mínimos em três áreas: experiência cirúrgica, expe- 3 – À semelhança das vantagens da ETM no cancro
riência em exames complementares e investigação. No do recto, demonstrou-se que os resultados da cirurgia
curriculum operatório exige-se um mínimo de 400 do cancro do cólon melhoraram através da exérese
intervenções coloproctológicas como cirurgião e pri- completa do mesocólon.
meiro ajudante, registadas no diário cirúrgico (log 4 - Os parâmetros de qualidade que devem ser ava-
book). A creditação incide em intervenções index, com liados em cirurgia oncológica colo-rectal são a morbi-
números mínimos para a ressecção anterior (40), lidade e a mortalidade, a taxa de recidiva local e a
colectomia total (10), correcção de prolapso rectal sobrevivência global e livre de doença, a invasão da
(10), hemorroidectomia (30) e tratamento de fístula margem de ressecção circunferencial, o grau de exérese
perianal (30). É também exigida experiência em colo- do mesorrecto avaliado macroscopicamente pelo pato-
noscopia, estudos funcionais ano-rectais e em ecogra- logista e o número de gânglios linfáticos examinados;
fia endo-anal e endo-rectal, para um total de 40 uni- importa acrescentar a necessidade dum registo centra-
dades de crédito. No domínio da investigação, a cre- lizado de dados e do seu conhecimento pelas equipas
ditação baseia-se na possível existência de tese de dou- envolvidas, com o objectivo de promoção da qualidade
toramento, em publicações indexadas e apresentações dos cuidados prestados.
em reuniões científicas, também para um total de 40 5 – É consensualmente aceite a importância da equipa
unidade de crédito. O certificado do EBSQ em Colo- multidisciplinar no tratamento do cancro colo-rectal que
proctologia é obtido se o candidato passar no exame deverá incluir o cirurgião colo-rectal, o radiologista, o
oral europeu, com três júris, nos quais se avaliam, sepa- oncologista médico, o radioterapeuta e o patologista.
radamente, a discussão de casos problema, a análise 6 – Defende-se um novo paradigma para a forma-
crítica de vários artigos científicos e o conhecimento ção dos cirurgiões: formação básica em cirurgia geral
das ciências básicas e dos exames complementares em (6 anos), seguida de subespecialização de 2 anos em
Coloproctologia. Este exame é realizado, anualmente, unidade de cirurgia diferenciada.

Júlio Soares Leite


20
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Correspondência:
PROF. DOUTOR JÚLIO SOARES LEITE
Serviço de Cirurgia III
Hospitais da Universidade de Coimbra
3049 Coimbra Codex – Portugal
jsleite@simplesnet.pt

Júlio Soares Leite


22
CONTROVÉRSIAS

HÉRNIAS INGUINO-CRURAIS: ABORDAGEM CIRÚRGICA POR VIA ABERTA OU POR VIA LAPAROSCÓPICA?

Hernioplastia com prótese por via


aberta: técnica quase ideal na
abordagem das hérnias inguinais
Nuno Carvalho1, Carlos Santos1,, Rui Lebre 2 e João Gíria 3

Serviço de Cirurgia Geral do Hospital Garcia de Orta – Almada, Portugal


1 Assistente Hospitalar de Cirurgia Geral, 2 Consultor de Cirurgia Geral, 3 Chefe de Serviço de Cirurgia Geral

INTRODUÇÃO a recorrência devido à má qualidade do tecido con-


juntivo.
Conhecidas desde há mais de 4000 anos, as hérnias Surgiu assim um novo conceito na cirurgia herniá-
da parede abdominal são a patologia mais frequente ria, a Tension-Free Hernioplasty, ou reparação sem ten-
do foro cirúrgico, com uma incidência superior a 10 % são (3,4).
na população em geral (1). Nos últimos anos um novo acesso ganhou popula-
Interpretada como um problema mecânico, a cirur- ridade na cirurgia da hérnia, a abordagem laparoscó-
gia tradicional da hérnia consistia no encerramento pica (5).
directo do defeito herniário. Os autores procedem a revisão da literatura sobre
No início do século XX, os anatomistas colocaram opções terapêuticas na cirurgia da hérnia inguinal e
em causa o conceito de hérnia como um simples defendem a reparação por inguinotomia com aplica-
defeito mecânico, e a sua atenção dirigiu-se para o ção de prótese.
tecido conjuntivo.
A doença herniária deixou de ser considerada como
um simples problema mecânico, mas também um pro- FISIOLOGIA DA REGIÃO INGUINAL
blema de tecido conjuntivo.
Iniciada por Bassini, a herniorrafia inguinal São descritos dois mecanismos muito importantes
moderna apresentou múltiplas modificações (2). Ape- para manter a integridade estrutural do canal inguinal
sar de habitualmente ter sucesso, a taxa de recorrência e assim prevenir a herniação do conteúdo abdominal
é da ordem dos 10 a 15 %. através do triângulo de Hesselbach - o mecanismo de
Em 1984, Lichtenstein passou a utilizar, de forma persiana e o mecanismo esfincteriano.
sistemática, material protésico na reparação das hér- O primeiro, ou mecanismo de persiana, está na
nias, para assim permitir o reforço parietal e prevenir dependência da aponevrose do músculo transverso que,

II Série • Número 1 • Junho 2007 Revista Portuguesa de Cirurgia


23
ao aproximar-se da fita iliopúbica, irá reforçar o pavi- Todos estes métodos de reparação envolvem a sutura
mento do canal inguinal, prevenindo as hérnias directas. de tecidos que em condições normais não estão em
O segundo, ou mecanismo esfincteriano é da res- aposição. Há violação dum princípio cirúrgico básico,
ponsabilidade do músculo transverso que, ao contrair- o de que um tecido nunca deve ser aproximado sob
se, desloca a fascia transversalis de forma a fechar o anel tensão.
em redor das estruturas do cordão e assim prevenir as O tecido sob tensão vai sofrer isquémia, até mesmo
hérnias indirectas (6 ). necrose e não vai suportar as suturas, o que irá condi-
A hérnia inguinal foi interpretada como um pro- cionar a recorrência.
blema estritamente anatómico e a sua reparação impli- Mas a sutura sob tensão não é explicação exclusiva
cava a mobilização de diferentes estruturas para preen- para a elevada taxa de recorrência. Nos últimos anos a
cher o defeito mecânico. atenção dos herniologistas dirigiu-se para o tecido con-
juntivo.
Técnicas de bioquímica molecular revelaram a pre-
REPARAÇÃO TECIDULAR sença de anormalidades na síntese do colagénio em
indivíduos com hérnias. O tecido muscular e elástico
Bassini descreveu no final de século XIX uma téc- é também afectado, e os mecanismos que protegem da
nica para reparação da hérnia inguinal, que consistia ocorrência de hérnia estão comprometidos. A lesão da
na sutura do ligamento inguinal a uma tripla camada fascia transversalis é maior nos defeitos directos.
(oblíquo interno, transverso e fascia transversalis). A constatação da existência de tecido mesodérmico
Os seus resultados eram 5 vezes superiores aos apre- anormal e a preocupação crescente com a tensão dos
sentados pelos seus contemporâneos, o que constituiu tecidos na reparação tecidular pura das hérnias acele-
um marco na cirurgia da hérnia inguinal (7). rou a aceitação da hernioplastia livre de tensão com
As diferentes técnicas apresentadas nas décadas recurso à utilização de prótese (7).
seguintes são variações da técnica original de Bassini. No final do século XX, o maior avanço da hernio-
Na operação de McVay, o músculo transverso e a fas- logia foi a eliminação da tensão na reparação.
cia transversalis são fixados ao ligamento de Cooper e Com a utilização de material protésico não há dis-
não ao ligamento inguinal, o que vai resultar numa torção da anatomia normal e evita-se a tensão na repa-
tensão ainda maior dos tecidos, mesmo que se proceda ração, uma das causas de recorrência.
a uma incisão de relaxamento. A prótese ao ser incorporada pelos fibroblastos, vai
Tem a vantagem de obliterar o orifício miopectíneo reforçar a parede do canal inguinal, prevenindo a
e prevenir a ocorrência de hérnia crural. falência de reparação por alteração de metabolismo do
A dor pós-operatória é maior e foram descritas colagénio, outra das causas de recorrência.
lesões da veia femoral. Estabeleceu-se uma relação entre o enfisema pul-
A técnica de Shouldice é considerada a mais bem monar, aneurisma da aorta e hérnia inguinal que têm
sucedida das técnicas de reparação tecidular pura das em comum degenerescência sistémica de fibras de
hérnias inguinais e é a versão moderna da técnica de colagénio e elastina .
Bassini, difere desta por utilizar sutura contínua em Os interstícios da prótese são infiltrados por fibro-
vez de pontos separados e encerramento multicamada, blastos, constituindo uma barreira permanente con-
em vez de encerramento em massa. Tem, no entanto, tra herniação futura, independente da natural dege-
o inconveniente de apresentar uma curva de aprendi- nerescência progressiva que qualquer tecido vai sofrer
zagem prolongada. (9).
Mas porque será que a taxa de recidiva com utiliza- O problema da recorrência da hérnia é mais bioló-
ção destes métodos é tão elevada? gico do que técnico (10).

Nuno Carvalho, Carlos Santos, Rui Lebre, João Gíria


24
HERNIOPLASTIA COM PRÓTESE A taxa de recorrência com esta técnica é inferior a
1 %, com follow-up de 6 anos (13). Posteriormente o
Há cerca de duas décadas, Lichtenstein descreveu cone de polipropileno passou a ser comercializado,
uma técnica de reparação de hérnia inguinal sem ten- com a designação de PerFix ® (14).
são, utilizando prótese de polipropileno (11). Um número crescente de cirurgiões utiliza o cone
Em resumo, após redução do saco herniário, a téc- PerFix ®, “reforçando” a reparação com a colocação
nica consiste na colocação de uma placa de polipropi- de uma placa de polipropileno onlay , da mesma
leno na superfície anterior da parede posterior do canal maneira que Lichtenstein. Estamos assim, na presença
inguinal, desde o tubérculo púbico até acima do orifí- de uma técnica híbrida, que deverá ser designada de
cio inguinal interno, envolvendo o cordão espermático. “Plugstein” (14).
O mecanismo de persiana e esfincteriano tornam-se Em 1999, Gilbert apresentou os resultados de uma
assim permanentes. nova técnica na reparação sem tensão das hérnias
A técnica foi defendida para todas as hérnias ingui- inguinais (15).
nais, mantendo como componentes essenciais a anes- A técnica consiste na aplicação de um sistema com
tesia local, actividade ambulatória imediata, alta no duas placas de polipropileno juntas por um conector.
mesmo dia, todas contribuindo para o seu sucesso, O dispositivo é designado de PHS-Prolene (polipro-
iniciando uma nova era na cirurgia de reparação da pilene) Hernia System ®.
hérnia inguinal. A placa inferior, circular, é colocada através do defeito
Os anos seguintes demonstraram que o receio de herniário e expande-se por debaixo do pavimento do
complicações sérias relacionadas com a utilização de canal inguinal, em localização pré-peritoneal, underlay,
material protésico não tem fundamento. obliterarando o orifício miopectíneo, o conector vai
É uma técnica de aprendizagem acessível, reprodu- preencher o defeito herniário, e a placa superior, elíp-
tível, com grande aceitabilidade pelo doente, com tica, é colocada na parede posterior do canal inguinal,
baixa taxa de recorrência, pelo que no presente deve onlay (15,16). Esta técnica vai combinar todos os bene-
ser considerada a técnica gold standard (11). fícios das reparações anteriores e posteriores (6 ).
A taxa de recorrência a nível mundial é de 1 % ou A forma científica de analisar a superioridade de um
menor (12). método sobre outro é a realização de ensaios pros-
Ira Rutkow e Alan Robbins utilizando a reparação pectivos randomizados, ou meta-análises (5).
ao ligamento de Cooper em 2886 hérnias inguinais, O EU Hernia Trialists Collaboration é um grupo
apresentaram uma taxa de recorrência de 1,8 %. No de 70 cirurgiões de 20 países que participaram em
entanto em 1998 abandonaram a técnica devido a ensaios randomizados de reparação de hérnia inguinal
algumas dificuldades, como a dor no pós-operatório, sem tensão e laparoscópica (8).
incapacidade de retomar de forma razoável as activi- Este grupo procedeu a uma meta-análise de 20
dades de vida diária e laboral e 4 casos de compressão ensaios prospectivos randomizados, compreendendo
da veia femoral (9). Passaram a utilizar uma técnica, um total de 5016 participantes, em que se comparou
popularizada com os seus nomes, Rutkow-Robbins, a reparação da hérnia inguinal por via aberta, com e
que consiste no preenchimento de defeito herniário sem prótese. Avaliaram diversos parâmetros, a dura-
com um cone de polipropileno, que é mantido em ção da operação, complicações cirúrgicas, duração de
posição pré-peritoneal e, independentemente do tipo internamento, tempo de retorno à actividade normal,
de hérnia, colocam uma placa de polipropileno na dor e parestesias persistindo por mais de 3 meses e
parede posterior do canal inguinal (9). Esta prótese recorrência da hérnia.
onlay não é parte integrante da reparação, mas actua Os autores concluíram que a utilização de técnicas
como uma forma de profilaxia (9,13 ). sem tensão permitia uma redução de risco de recor-

Hernioplastia com prótese por via aberta: técnica quase ideal na abordagem das hérnias inguinais
25
rência na ordem dos 50 a 75 % e havia evidência de O custo hospitalar total da técnica de PerFix ® Plug
recuperação mais precoce e de menor taxa de dor per- foi 6 vezes superior à técnica de Lichtenstein. O autor
sistente (8 ). recomenda a técnica de Lichtenstein como gold stan-
Não se encontrou diferença significativa em relação dard para a reparação da hérnia inguinal até haver
com complicações operatórias ou parestesias persis- estudos de follow-up suficientemente longos que
tentes. demonstrem maior eficácia de outras próteses na pre-
As próteses não estão disponíveis em alguns países venção da recorrência (20).
devido ao custo adicional, mas o custo é compensado
pela prevenção da recorrência em 1 a 4 anos (8 ).
Em resumo, apesar da sua popularidade, as técnicas ABORDAGEM ABERTA OU LAPAROSCÓPICA ?
que utilizam tecido para reparação, como Bassini, Fer-
guson, McVay, Shouldice e outras, têm a desvantagem Após o sucesso da colecistectomia laparoscópica, as
de criar tensão na sutura. O denominador comum é o indicações para laparoscopia foram-se estendendo a
mesmo: dificuldade técnica, desconforto do doente, outros campos da cirurgia. A reparação das hérnias
reabilitação prolongada e taxa de recorrência elevada inguinais não foi excepção.
(18). Nos anos 90 houve um grande entusiasmo com a
As técnicas livres de tensão, são simples, reprodutí- utilização da laparoscopia na hérnia inguinal, com a
veis, minimamente invasivas, baixo custo, baixa taxa premissa de redução da dor, do desconforto pós-ope-
de recorrência e permitem a mobilização e retorno pre- ratório, melhoria cosmética, maior facilidade de repa-
coce do doente à actividade laboral (19). ração nas recorrências e como a prótese era colocada
As técnicas mais populares na reparação de hérnia em posição pré-peritoneal poderia reduzir a recor-
inguinal com prótese são a técnica de Lichtenstein e a rência (21). Foi renovado o debate sobre a questão
Mesh-Plug (Rutkow-Robbins), tecnicamente mais da melhor abordagem para a reparação da hérnia
simples de aprender e efectuar. Mais recente, a Prolene (22).
Hernia System (PHS ®), tem ganho popularidade A laparoscopia apresenta o risco de complicações
devido à sua eficácia e simplicidade (16). específicas, como lesão vascular ou visceral, a formação
Estas três técnicas foram avaliadas num estudo pros- de aderências , e a possibilidade de exposição intra-
pectivo randomizado, envolvendo 551 doentes (16). peritoneal de material protésico (21).
A taxa de complicações pós-operatórias foi semelhante Outra desvantagem é a dificuldade, ou contra-indi-
para os três grupos. A técnica de Mesh-Plug apresen- cação para futura cirurgia pélvica (17). A reacção infla-
tou um maior risco relativo de recorrência. Os autores matória e fibrótica intensa que desencadeia vai oblite-
,considerando que a técnica de PHS ® foi avaliada rar o espaço de Retzius, o que vai dificultar eventual
com duração inferior a 2 anos, recomendam a técnica cirurgia futura (17).
de Lichtenstein como a standard para a reparação da O EU Hernia Trialists Collaboration efectuou uma
hérnia inguinal sem tensão (16). revisão sistemática de 34 ensaios prospectivos rando-
Num estudo prospectivo randomizado, envolvendo mizados, envolvendo 6804 doentes, comparando a
141 doentes, Kingsnorth comparou a técnica de Lich- reparação de hérnias por via laparoscópica com os
tenstein com a técnica de PerFix ® Plug (20). métodos abertos (23).
Conclui que a técnica de PerFix ® Plug pode ser Concluiu que a reparação por via laparoscópica se
realizada com uma incisão menor, com menos tempo associava com menos dor no pós-operatório e permi-
operatório e com menos dor no pós-operatório. Não tia um retorno mais precoce à actividade normal. Mas
houve diferença no retorno à actividade normal e ao com maior duração de tempo operatório e aumento
trabalho. do risco de complicações raras, mas graves, como a

Nuno Carvalho, Carlos Santos, Rui Lebre, João Gíria


26
lesão visceral e vascular (23). A taxa de recorrência não picas apresentam uma taxa de recorrência de 5 %, a
diferiu entre os grupos (23). qual sobe para 10 %, se a experiência for menor (25).
Numa revisão sistemática de 14 ensaios prospecti- Pelo contrário, com a técnica de Lichtenstein, a taxa de
vos, Vale et al avaliaram os custos da reparação de hér- recorrência não varia de forma significativa com a
nia inguinal por via laparoscópica comparativamente experiência do cirurgião (25).
aos métodos abertos (24). Devido à sua maior com-
plexidade, a cirurgia laparoscópica demora mais tempo
a realizar e requer equipamento mais caro, o que a vai CONCLUSÃO
tornar mais dispendiosa (24).
Num estudo prospectivo, randomizado, envolvendo Concluímos com as recomendações do National
um total de 2164 doentes em 14 Centros do Veterans Institute for Clinical Excellence (NICE), do Reino
Affairs, concluiu-se que a reparação da hérnia inguinal Unido em 2003: o procedimento cirúrgico de escolha
com a técnica de Lichtenstein foi superior à reparação na reparação da hérnia inguinal primária deve ser exe-
por via laparoscópica, em termos de taxa de recorrên- cutado por via aberta com aplicação de prótese. A
cia e segurança (25). abordagem laparoscópica deve ser considerada para os
A maioria dos cirurgiões consegue excelentes resul- casos de hérnias recorrentes e bilaterais, usando a via
tados com a reparação da hérnia. Utilizando uma téc- extraperitoneal (TEP) (27).
nica sem tensão, com anestesia local, enquanto a curva De facto, para quê utilizar equipamento tecnologi-
de aprendizagem para a laparoscopia é íngreme (26). camente avançado e caro para realizar uma operação
Cirurgiões com mais de 250 hernioplastias laparoscó- que se pretende simples ? (13).

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Autor responsável pelos contactos:


NUNO CARVALHO
nunomdc@sapo.pt
Telem.: 933 281 759

Nuno Carvalho, Carlos Santos, Rui Lebre, João Gíria


28
CONTROVÉRSIAS

HÉRNIAS INGUINO-CRURAIS: ABORDAGEM CIRÚRGICA POR VIA ABERTA OU POR VIA LAPAROSCÓPICA?

Laparoscopic totally extra peritoneal


inguinal hernia repair – our method
to treat inguinal hernia
Dulucq Jean-Louis, MD, Mahajna Ahmad, MD

Departments of general surgery and gastroenterology, Maison de Santé Protestante,


Bagatelle hospital, Route de Toulouse 203, 33401 Talence-Bordeaux, France.

Inguinal hernia is the most common hernia, com- an early recurrence rate as high as 25% [2, 5]. How-
prising 90% of all spontaneous hernias. Inguinal her- ever, after a decade of experience in laparoscopic her-
nia repair is the most frequently performed operation nia surgery, this method gained worldwide acceptance
in general surgery; more than 700,000 groin hernia and became, in many centres, the first choice for
repairs are performed in the United States annually inguinal hernia repair. In their prospective randomised
[1,2]. controlled study, Bringman and co-workers, compared
Since Bassini’s report of inguinal hernia repair in three tension-free methods of hernioplasty and con-
1887 [3], numerous other techniques have been cluded that laparoscopic hernioplasty is superior to
described. During the first half of this century, the tension-free open herniorrhaphy with mesh-plug and
repairs were based on bringing together and suturing patch or Lichtenstien’s operation in terms of postop-
the edges of the defect. These techniques resulted in erative pain and rehabilitation [6]. Laparoscopic her-
high recurrence rates and postoperative morbidity due nia repair has several advantages over the conventional
to the tension on the suture lines. open methods as shown by prospective randomized
Two revolutions in inguinal hernia repair surgery trails comparing the two approaches. The major
occurred during the last two decades. The first was the advantages include postoperative pain reduction, short
introduction of tension free hernia repair by Lichten- recovery period, earlier return to work, better cosmetic
stein in 1989 which reduced significantly the recur- results and cost effectiveness [7,8]. In addition, the
rence rates [4]. Open anterior tension free mesh laparoscopic approach allows viewing the entire
repairs became the most common repairs over the myopectineal orifice and repairing any unexpected
world. The second, was the application of laparoscopic hernias and thereby, reduces the chance of recurrence
surgery for the treatment of inguinal hernia in the [9,10].
early 90’s, which led to decrease in postoperative pain Several laparoscopic techniques have been described
and faster recovery along with low recurrence rates. to manage groin hernias [11-16]. Two laparoscopic
In the beginning of the 90’s, laparoscopic hernia techniques have become the most common procedures
repair was controversial since various studies reported to repair these hernias; the transabdominal pre-peri-

II Série • Número 1 • Junho 2007 Revista Portuguesa de Cirurgia


29
toneal repair (TAPP) and the totally extra-peritoneal or converted TAPP. Eleven percent of the hernias were
(TEP) repair. In both methods a mesh prothesis is recurrences after a conventional repair.
implanted into the pre-peritoneal space dorsal to the Mean operative time was 17 minutes in unilateral
transversalis fascia. These techniques therefore present hernia and 24 minutes in bilateral hernia. There were 36
the minimally invasive version of the open mesh hernias (1.2%) that required conversion; 12 hernias
implantation techniques. In TAPP the surgeon goes were converted to open anterior Lichtenstein and 24 to
into the peritoneal cavity and places a mesh through a laparoscopic TAPP technique. Most of these conver-
peritoneal incision over possible hernia sites. TEP is sions occurred early in our experience for complicated
superior because the peritoneal cavity is not entered hernias. The incidence of intraoperative complications
and mesh is used to seal the hernia from outside the rate was low. Inferior epigastric vessel injury occurred
peritoneum (the thin membrane covering the organs in 11 patients and was managed by clipping. One
in the abdomen). This approach is considered to be patient had partial thickness burn of the ileum during
more difficult than TAPP but may have fewer com- TEP converted to TAPP. This injury was recognized and
plications. treated immediately by intra-corporeal suturing. The
The TAPP approach has been advocated for recur- patient recovered completely. One injury of spermatic
rent hernia, complicated hernias (sliding or incarcer- cord occurred in a very complicated scrotal hernia.
ated inguinal hernias) and hernias with previous pelvic Fourty-eight patients had subcutaneous emphysema
surgery (prostatectomy). The later technique has been early in our experience. Most of the patients were dis-
criticized for exposing intra-abdominal organs to charged at the second post-operative day.
potential complications, including small bowel injury The overall postoperative morbidity rate was 2.2%.
and obstruction. Postoperative hematoma or seroma were the most com-
Laparoscopic TEP hernia repair gained ground in mon postoperative complications. All were managed by
the past few years and is preferred over TAPP as it is conservative treatment. Five patients suffered pain and
less invasive and is associated with fewer complica- burning sensation in the upper lateral thigh and in the
tions. In a study of 1115 hernia repairs, comparing inguinal area. Three of them required removal of tack-
733 TAPP with 382 TEP procedure, Felix et al. ers causing nerve entrapment at the lateral aspect close
reported 11 major complications in the TAPP group to the iliopubic tract. This occurred in our early expe-
(Two recurrence, 6 hernias in the trocar site and oth- rience at the time we used to fix the mesh by tackers or
ers) while, only one recurrence was observed in the sutures. In this early experience period, the beginning,
TEP group and no intra-peritoneal complications we used to insert the mesh through 12 mm trocar. This
[12]. In their comparative study, Khoury et al. found approach was ended with 3 cases of port site hernias,
that patients underwent TEP received less narcotic which needed operative repair. Six patients had urinary
analgesic than those underwent TAPP and were dis- retention and needed catherisation in the postoperative
charged more frequently at the operative day [17]. period. One patient suffered an intractable mesh infec-
Since June 1990, our approach for inguinal hernia tion, which was resolved by removal of the mesh at the
repair was laparoscopic TEP. Between June1990 and 9th postoperative day. The recurrence rate was 0.35%.
Mai 2005, 2358 patients underwent laparoscopic her- The recurrence rate for the first 200 repairs was 2.5%,
nia repair in our institute. A total of 3100 hernias were but it decreased to 0.47% for the subsequent 1254 her-
repaired. Of them, 2356 hernias were unilateral and the nia repairs.
rest were bilateral. Indirect hernias were the most com- Historically, cost analysis favoured open hernia
mon, followed by direct and then femoral hernias. The repair over laparoscopy (TEP or TAPP) [18,19]. But
majority of the hernias were repaired by TEP technique now, with a decade of experience in lap hernia, the cost
and only in 3% of them the repair was done by initial of TEP repair is comparable with open repair [20,21],

Dulucq Jean-Louis, Mahajna Ahmad


30
this is mainly due to successful cost reduction strate- According to our experience, laparoscopic hernia
gies (factors related to learning curve effects including repair seems to be the favoured approach for most of
reduced operative time, surgical errors, unnecessary the types of inguinal hernias in the hands of experi-
instrumentations, and materials. In addition to global enced laparoscopic surgeons. TEP is more advanta-
variables including complications, postoperative pain, geous than TAPP as the peritoneum is not violent and
recurrences, and return to work). the intra-abdominal complications are fewer.

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Laparoscopic totally extra peritoneal inguinal hernia repair – our method to treat inguinal hernia
31
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GRANDES TEMAS: GIST

Quando e como operar os tumores


estromais gastrintestinais primários
Amadeu Pimenta, MD, António Gouveia, MD, PhD, José Manuel Lopes, MD, PhD
Departamento de Cirurgia, Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, Hospital de S. João e IPATIMUP

Os tumores estromais gastrintestinais (GIST), GIST, representam 1% a 3% das neoplasias gástricas,


embora os tumores mesenquimatosos mais frequentes 20% das do intestino delgado e 0,2% a 1% dos tumo-
do tubo digestivo, são raros, representando 0,1% a 3% res colo-rectais (5).
de todos os cancros gastrintestinais e 5% de todos os Na reunião de consenso da ESMO(6), em 2004,
sarcomas das partes moles (1). Contudo, estes tumores para o procedimento com os tumores estromais gas-
têm um significado clínico muito grande, uma vez trintestinais, não foi conseguida unanimidade de opi-
que, actualmente, todos os GIST são considerados nião entre os especialistas quanto à necessidade de
como potencialmente malignos. Historicamente, a diagnóstico pré-operatório por biopsia, quer ela seja
sobrevida aos 5 anos dos doentes a quem foi feita a res- guiada por ecoendoscopia, quer por via percutânea.
secção cirúrgica completa do tumor é de 35% a 65% Os GIST são tumores muito frágeis e que sangram
(4). facilmente e, por isso, a biopsia pré-operatória deve ser
Estes tumores, surgem predominantemente em evitada, sendo aceitável nos tumores claramente irres-
doentes de idade média ou mais velhos (5ª à 7ª déca- secáveis ou nas recidivas e, por via endoscópica, nos
das), sem diferenças significativas na incidência entre tumores ulcerados. A biopsia incisional per-operató-
sexos. ria está desaconselhada, pelo risco de sementeira tumo-
Macroscopicamente, os GIST são tumores cin- ral, a não ser que sejam encontradas múltiplas lesões
zento-esbranquiçados, lisos, com lobulação bem cir- metastáticas (6).
cunscrita, intra-murais ou extra-murais, que se desen- A cirurgia continua a ser o tratamento de eleição
volvem da muscular própria da parede do tubo diges- para os GISTs primários (2). A aproximação a todos os
tivo e contêm uma pseudocápsula (2). Podem surgir GISTs primários localizados ressecáveis deve ser com o
em qualquer parte do tubo digestivo, do esófago ao objectivo de realizar uma ressecção completa do tumor
ânus. Aproximadamente, 60% a 70% dos GIST sur- com margens cirúrgicas negativas (R0).
gem no estômago, 20% no intestino delgado, 5% no Contudo, este tipo de tumores tende a expandir-se
cólon e no recto e menos de 5% no esófago. Algumas e não a infiltrar o órgão primário, crescendo ora pre-
vezes, desenvolvem-se fora do tubo digestivo, na cavi- dominantemente para fora da parede digestiva, ora
dade abdominal (2). Na nossa série (3), a localização para o lúmen, ora ainda numa direcção e noutra e, por
dos GIST foi semelhante, embora com um número vezes, aderindo às estruturas vizinhas. Daqui resulta,
ligeiramente mais elevado de casos no intestino del- que a remoção do tumor poderá ser conseguida por
gado (estômago: 55,7%; intestino delgado: 32,7%; ressecção em cunha do órgão, por ressecção segmentar
cólon e recto: 4,8%; outras localizações: 6,7%). Os ou por ressecção em bloco, conforme a localização e o

II Série • Número 1 • Junho 2007 Revista Portuguesa de Cirurgia


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tamanho do tumor. O fundamental, é que seja atin- tumores intramurais pequenos, de maior diâmetro
gido o objectivo primário da cirurgia, a ressecção com- igual ou inferior a 2 cm, deve ser evitada a enucleação
pleta da doença visível e microscópica. Nesse sentido, do tumor, excepto quando têm localizações difíceis,
é fundamental, que não só sejam asseguradas margens como no esófago e no recto, mas, nestes casos, desde
cirúrgicas negativas, como seja preservada a integri- que o doente seja informado e seja possível uma vigi-
dade da pseudo-cápsula do tumor, evitando a rotura lância pós-operatória apertada (6).
tumoral. Contudo, em alguns casos de GIST gástrico, a loca-
Os cuidados per-operatórios para que não haja lização e o tamanho do tumor podem obrigar a res-
rotura do tumor devem ser maiores nos tumores mais secções mais extensas, podendo mesmo ser necessário
volumosos e nos que sofreram hemorragia ou necrose proceder a gastrectomia proximal ou a gastrectomia
intra-tumoral extensa, pois são frequentemente frá- total nos doentes com neoplasias localizadas junto da
geis. Quando se dá rotura do tumor, há um risco ele- junção esófago-gástrica (9). Numa série de 140 doen-
vado de disseminação de células tumorais na cavidade tes com GISTs gástricos ressecados cirurgicamente
abdominal e de subsequente recidiva. Nestes doentes, referida por Fujimoto e col. (10), na maioria dos doen-
apesar da remoção de todo o tumor primário, a sobre- tes foi feita uma resecção em cunha (67,8%) ou uma
vida é semelhante à dos doentes com ressecção cirúr- ressecção parcial (27,9%), mas em 3,5% foi necessário
gica incompleta, com sobrevida média de 17 meses (7). proceder a gastrectomia total. Na nossa série, de 58
Para Pierie e col. (17), a ressecção incompleta do doentes com GIST gástrico a quem foi tentado trata-
tumor é o factor predictivo major de mau prognóstico mento cirúrgico, realizou-se cirurgia de ressecção em
dos GIST. Aparicio e col. (8) afirmam que o tipo de 55 doentes: gastrectomia em cunha/exérese tumoral
cirurgia primária não influencia a sobrevida global, em 35 (63,7%), gastrectomia segmentar em 11 (20%),
mas que, no entanto, as recidivas locais surgem mais gastrectomia total em 7 (12,7%) e ressecção em bloco
frequentemente quando é feita uma ressecção peritu- em 2 (3,6%) dos doentes (3)
moral, mesmo que não haja invasão microscópica das A média do intervalo livre de doença dos doentes
margens cirúrgicas. Por isso, estes autores desaconse- com GIST da nossa série a quem foi feita cirurgia de
lham a ressecção gástrica em cunha, a excisão trans- ressecção foi de 56,49 meses e a mediana de 36,8
anal ou qualquer tratamento local mais limitado, meses; o intervalo livre de doença foi de 89% aos 5
como a enucleação, e dão preferência à ressecção seg- anos e de 81% aos 10 anos. A média da sobrevida foi
mentar do estômago e do intestino. de 57,03 meses e a mediana de 36,5 meses; a sobrevida
No entanto, na já referida reunião de consenso (6), aos 5 anos foi de 78% e aos 10 anos de 75%
foi considerado como sendo tratamento adequado a Os tumores estromais gastrintestinais , ao contrário
ressecção em cunha para os tumores do estômago e a do que acontece com os adenocarcinomas, raramente
ressecção segmentar para os tumores do intestino. Para metastizam para os gânglios linfáticos loco-regionais
os tumores do esófago, do duodeno e do recto o tra- e, quando metastizam, parece ser um acontecimento
tamento de eleição deve ser a ressecção alargada, uma tardio na evolução da doença (6,11,12). Deste modo, a
vez que, frequentemente, não é tecnicamente possível linfadenectomia não deve ser um procedimento de
fazer a ressecção em cunha (6). Nos casos de GIST do rotina e apenas se justifica se houver evidência de gân-
mesentério ou do grande epíploon a opção deve ser glios linfáticos atingidos. No entanto, há autores (13)
pela ressecção completa em bloco de toda a doença que preconizam para os GIST gástricos a linfadenec-
visível (6). Quando haja órgãos adjacentes aderentes à tomia dos gânglios perigástricos e a ressecção do
massa tumoral, está recomendado fazer uma ressecção grande epíploon; para os do intestino delgado, a res-
em bloco com o tumor, para evitar a rotura da pseudo- secção do mesentério; e para os do cólon e do recto, a
cápsula e a sementeira peritoneal (6). Mesmo nos ressecção do mesocólon ou do mesorecto.

Amadeu Pimenta, António Gouveia, José Manuel Lopes


34
A ressecção dos GIST por via laparoscópica deve ser Uma dos problemas que por vezes surge após res-
evitada atendendo ao risco elevado de rotura tumoral secção dos GIST, é a verificação de que as margens de
e, por conseguinte, de sementeira peritoneal (6). Con- secção cirúrgica no órgão onde se localizava o tumor
tudo, a ressecção por laparoscopia é aceitável nos estão invadidas pela neoplasia.
tumores intramurais pequenos de tamanho inferior ou Nos doentes operados na nossa série, foi possível
igual a 2 cm de maior diâmetro, desde que com baixa fazer a ressecção do tumor em 89,7% dos casos. A res-
probabilidade de rotura peri-operatória (6,9). Mas, por secção foi completa (R0) em 73,7% dos doentes e R1
outro lado, a ressecção de pequenos tumores por via em 17,9% e R2 em 8,4%, tendo sido possível, em
endoscópica está desaconselhada, uma vez que quase alguns destes doentes em que a ressecção inicial não
todos os GIST se desenvolvem da muscular própria e, tinha sido completa, re-excisar o órgão onde se locali-
por isso, há grande probabilidade de a margem de res- zava o tumor.
secção ser positiva (14). A análise multivariada de diversos parâmetros clíni-
Uma vez que hoje em dia se considera que todos os cos e anatomopatológicos que poderiam influenciar o
GIST são potencialmente malignos, foi opinião con- prognóstico destes, segundo o modelo de regressão
sensual da Reunião da ESMO (6) que todos os GIST estatística de Cox, mostrou que os factores com signi-
necessitam de ser ressecados, mesmo lesões pequenas ficado estatístico no prognóstico foram, no intervalo
intramurais do tubo digestivo. livre de doença as margens de ressecção cirúrgica(p<
Contudo, há autores que propõem para os GIST 0.049) e o grupo de risco (p< 0.018), e na sobrevida
pequenos, de maior diâmetro inferior ou igual a 2 cm, foram as margens cirúrgicas (p<0.035).
apenas vigilância endoscópica e não a ressecção imediata Embora não esteja demonstrado que as margens de
do tumor. Porém, com esta atitude há um risco grande ressecção positivas comprometam a sobrevida, a pre-
de se perderem os doentes para ulterior tratamento. sença de células neoplásicas no bordo de secção pode
Nickl (15), refere que num estudo clínico em que seguiu resultar num maior risco de recidiva peritoneal (6). Por
este procedimento, só 50% dos doentes voltaram para isso, deve ser feito o exame extemporâneo das margens
a segunda endoscopia e que a aderência para avaliações cirúrgicas, particularmente nas ressecções em cunha.
endoscópicas subsequentes foi ainda menor. A re-excisão deverá ser considerada nas ressecções
Além disso, nem todas as lesões intramurais são R1 e R2, particularmente no caso de tumores que
GIST, podendo ser outros tumores, quer benignos, foram seccionados em plena lesão e que não tenham
quer malignos. E, por outro lado, o conhecimento do infiltração da serosa (6). Mas, o impacto da positivi-
índice mitótico é essencial para avaliação do prognós- dade das margens na sobrevida parece ser incerto nos
tico e o material colhido apenas por biopsia pré-ope- doente com tumores volumosos, uma vez que podem
ratória é geralmente insuficiente para esta análise (14). derramar células da superfície directamente no perito-
Por estas razões, mesmo as lesões intramurais peque- neu, e provavelmente relevante nos doentes com
nas devem ser ressecadas cirurgicamente, desde que tumores pequenos (8,16).
não haja contra-indicações de ordem geral. De qualquer forma, na opinião de Heinrich & Cor-
Em alguns casos de localização de GIST no esófago e less (14), antes da decisão de re-operar o doente é
no recto em que a ressecção cirúrgica leva a alterações fun- necessário saber se os achados histológicos correspon-
cionais do órgão, alguns autores preconizam a utilização dem de facto à verdadeira margem da secção cirúrgica
do Mesilato de Imatinib pré-operatoriamente, com o (em oposição ao artefacto de fixação/retracção); se a
objectivo de reduzir o tamanho do tumor e, deste modo, margem positiva poderá ser identificada durante a re-
tornar possível uma cirurgia menos mutilante. A resposta exploração; e, se é tecnicamente possível realizar uma
à terapêutica médica deve ser avaliada por PET/CT cerca re-excisão mais larga, sem aumento significativo de
de 4 a 6 meses após o início do Imatinib (6). morbilidade.

Quando e como operar os tumores estromais gastrintestinais primários


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Amadeu Pimenta, António Gouveia, José Manuel Lopes


36
CASOS CLÍNICOS

Paraganglioma gangliocítico
da ampola de Vater: Caso clínico
Gangliocytic paraganglioma of
ampulla of Vater: Clinical case
Isabel Mesquita1, Jose Maria de la Peña 2, Jaime Vilaça 2,
José Davide 3, Jorge Daniel 3, Luís Graça 3, Manuel Teixeira 4
1 Interna Complementar Cirurgia Geral 3.° ano, 2 Assistente Hospitalar,
3 Assistente Hospitalar Graduado, 4 Director de Serviço

O Paraganglioma gangliocítico (PG) é um tumor raro, que tem sido reportado de forma crescente desde que foi
descrito pela primeira vez em 1962.
Localiza-se frequentemente na segunda porção do duodeno, em particular na Ampola de Vater e apresenta como
manifestação clínica mais comum, a hemorragia gastrointestinal.
Histológicamente apresenta três tipos celulares, que variam na proporção entre si: epitelióides, fusiformes e gan-
glionares.
O PG é considerado uma neoplasia benigna, embora estejam descritos casos de metastização linfática regional.
A ampulectomia transduodenal surge como opção terapêutica para tumores ampulares benignos, já que entre
outras vantagens pode ser efectuada com baixa taxa de morbilidade e de recidiva.
Um seguimento prolongado destes doentes é aconselhado.
Palavras chave: Paraganglioma gangliocítico, Ampola de Vater, Ampulectomia transduodenal

First described in 1962, Gangliocytic Paraganglioma (GP) is a rare tumor that has been increasingly reported in the lite-
rature since then.
It almost occurs in the second part of the duodenum, often at the Ampulla of Vater and the most common presenting symp-
ton is, gastrointestinal bleeding.
Its characteristic histologic appearance consists of a mixture of three types in varying proportion: epithelioid, spindled and
ganglion cells.
Almost reported cases of GP has followed a benign course however, regional lymph node metastasis has been reported.
Transduodenal local resection is a good treatment for benign ampullary tumors and it can be accomplished with little mor-
bidity and a low recurrence rate.
Prolonged surveillance is indicated for local resections.
Key-words: Gangliocytic Paraganglioma, Ampulla of Vater, Transduodenal local resection

II Série • Número 1 • Junho 2007 Revista Portuguesa de Cirurgia


37
INTRODUÇÃO

As neoplasias da Ampola de Vater são tumores do


tubo digestivo pouco frequentes, embora cada vez
mais descritas, dada a maior acessibilidade às técnicas
de imagem e de endoscopia.1 Dentro deste tipo de
neoplasias, o Paraganglioma Gangliocítico (PG) é
ainda mais raro, apesar de desde que foi descrito na
literatura pela primeira vez, em 1962,2 venha a ser
reportado de forma crescente.

CASO CLÍNICO Figura 2 – Lesão tumoral observada em Tomografia Axial Computori-


zada abdominal, ao nível da segunda porção duodenal.
Doente do sexo masculino, 40 anos, trabalhador na
construção civil, recorreu ao seu médico assistente com
quadro de astenia e emagrecimento de 5% do peso
corporal em 3 meses. Negava vómitos, náuseas, diar- Foram realizadas biópsias que, complementadas
reia evidente hemorragia gastrointestinal. O exame pelo estudo imunohistoquímico, sugeriram uma pro-
físico era normal. Da história médica passada, cabe liferação de células neuroendócrinas podendo tradu-
referir que era fumador de 22 unidades maço ano zir hiperplasia ou neoplasia.
(UMA), sem outros antecedentes dignos de relevo. Posteriormente realiza uma tomografia axial com-
Da investigação inicial identificou-se uma anemia putorizada (TAC) que não releva outros achados além
microcítica hipocrómica, pelo que realizou uma da referida tumefacção duodenal (Fig. 2).
Endoscopia Digestiva Alta (EDA) que diagnosticou O doente foi proposto para uma papilectomia
uma volumosa neoformação duodenal na área da endoscópica, cujo procedimento decorreu sem inter-
Ampola de Vater (Fig.1). corrências.
O exame histológico da peça, revelou uma prolife-
ração tumoral de padrão de crescimento endócrino,
infiltrativo, constituída por células epitelioides, dis-
postas em ninhos e trabéculas associadas a células fusi-
formes. O estudo imunohistoquímico revelou positi-
vidade para enolase específica do neurónio (NSE),
para a cromogranina e para a sinaptofisina (Fig. 3). Na
sua profundidade a lesão foi interceptada pelas mar-
gens de ressecção. Neste seguimento o doente foi
orientado para o serviço de Cirurgia 3 para totaliza-
ção da ressecção tumoral.
Discutida a estratégia e o procedimento cirúrgico
adequado a este caso, decidiu-se pela ampulectomia
transduodenal.
Foi efectuada a manobra de Kocher para mobilizar
Figura 1 – Lesão polipoide observada por Endoscopia Digestiva Alta,
na área da Ampola de Vater. o duodeno e a cabeça pâncreas e realizada uma duo-

Isabel Mesquita, Jose Maria de la Peña, Jaime Vilaça, José Davide, Jorge Daniel, Luís Graça, Manuel Teixeira
38
A B

C D
Figura 3 – Histologia da lesão polipoide. A- Paraganglioma (Hematoxilina- eosina, 10x), B- Paraganglioma (Hematoxilina eosina, 20x), C- Para-
ganglioma (Enolase específica de neurónio, 20x), D- Paraganglioma (cromogranina 20x).

denotomia transversal na face lateral da segunda por- sung entre si e lateralmente à parede duodenal (Fig. 6,
ção do duodeno (Fig. 4) Ao expor a papila identifi- 7). Foi deixado um dreno justo à duodenorrafia.
cou-se a lesão tumoral residual com aproximadamente O pós-operatório decorreu sem intercorrências
1 cm de diâmetro. Efectuou-se a canulação da via tendo o doente iniciado dieta ao 5º dia e tido alta ao
biliar principal (Fig. 5) e do canal Wirsung utilizando 7º dia pós-operatório.
uma sonda nasogástrica pediátrica. A ampulectomia Dez meses passados mantém-se assintomático e sem
foi realizada com 1 cm de margem livre macroscópica qualquer evidência clínica, imagiológica e endoscópica
seguida de rafia medial da via biliar e do canal Wir- de recidiva tumoral (Fig. 8).

Paraganglioma gangliocítico da ampola de Vater: caso clínico


39
Figura 4 – Duodenotomia transversal Figura 5 – Visualização de via biliar principal canulada

Figura 6 – Ampulectomia transduodenal com margem macroscópica Figura 7 – Visualização após rafia da via biliar e canal Wirsung entre si
e à parede do duodeno

A histologia da peça operatória evidenciou aspectos duodeno, nomeadamente na Ampola de Vater. Foi
morfológicos que confirmam o diagnóstico prévio, também documentado na terceira e quarta porções do
agora com margens cirúrgicas negativas. duodeno e raramente no jejuno proximal, piloro,1
apêndice,3 brônquios 4 e nasofaringe.5
Apresenta uma discreta prevalência no sexo mascu-
DISCUSSÃO lino (1,6:1) e a idade média de aparecimento é aos 54
anos (23-83 anos).1
Inicialmente descrito em 1962 por Taylor e Hel- A forma mais comum de apresentação é como
wig,2 o PG é um tumor raro do tubo digestivo que hemorragia gastrointestinal contudo, a severidade da
ocorre mais frequentemente na segunda porção do hemorragia pode variar desde uma anemia ligeira até

Isabel Mesquita, Jose Maria de la Peña, Jaime Vilaça, José Davide, Jorge Daniel, Luís Graça, Manuel Teixeira
40
ao choque hipovolémico. Outros sintomas incluem
dor abdominal e mais raramente icterícia.6 A lesão
pode ser totalmente assintomática, sendo o tumor
encontrado apenas como um achado imagiológico,
endoscópio ou post mortem.1
A lesão tumoral é classicamente polipoide (séssil ou
pediculada), de dimensões que variam os 0,5-10 cm.
É tipicamente uma lesão da submucosa, não capsu-
lada, bem circunscrita e que pode envolver a muscula-
ris propria.7
Histológicamente, observa-se um predomínio de
células epitelioides dispostas em ninhos e/ou trabécu-
las com um padrão morfológico que simulam outras
Figura 8 – Visualização endoscópica da via biliar e canal Wirsung ao
neoplasias de tipo neuroendócrino. 4º mês pós-operatório; sem evidência de recidiva.
A neoplasia pode ter um padrão de crescimento
infiltrativo com atingimento do músculo liso, mas não
é considerada como característica de malignidade.
Embora o tumor tenha características estruturais e um comportamento maligno e localmente agressivo.10
imunohistoquímicas de uma lesão neuroendócrina, Por este motivo, a orientação terapêutica de um doente
deve-se distinguir dos paragangliomas extra-adrenais, com um PG representa um desafio interessante
os quais geralmente não se observam células fusifor- mesmo para o cirurgião mais experiente.
mes e de tipo ganglionar. Várias opções de ressecção podem ser equacionadas
A composição celular pouco usual desde tipo de perante um PG ampular, como a ampulectomia trans-
tumor, tem gerado muita discussão quanto à sua his- duodenal, a duodenopancreatectomia cefálica ou a
togénese. Embora sem evidências definitivas até à data, polipectomia endoscópica.
foram propostas várias teorias quanto à sua origem, Parece no entanto consensual, que a ressecção cirúr-
por exemplo, na proliferação hamartomatosa de célu- gica local transduodenal é a mais apropriada opção de
las endodérmicas provenientes do desenvolvimento tratamento para a grande maioria destes tumores. Ape-
errático do pâncreas,8 tecido pancreático ectópico, sar de tecnicamente laborioso, este procedimento
crescimento neoplásico a partir de stem cells pluripo- cirúrgico cursa com uma baixa taxa de morbilidade e
tenciais, ou até mesmo do crescimento neoplásico a de recidiva. Além disso, possibilita, a realização de
partir do gânglio celíaco.9 exame extemporâneo da peça operatória no sentido de
As biópsias pré-operatórias têm uma elevada taxa de assegurar a negatividade das margens, bem como o
falsos negativos na discriminação entre diversos tipos his- envolvimento de outras estruturas como a via biliar,
tológicos colocados como diagnósticos diferenciais, em além de permitir a classificação do comportamento da
particular com os adenocarcinomas. Por este motivo, é neoplasia como benigno ou maligno. Em função da
preconizada a realização de uma ecoendoscopia, bem informação anatomopatológica, o cirurgião poderá
como de uma colangiografia com pancreatografia (para optar para o primeiro caso a realização apenas da
excluir envolvimento da via biliar) quando os achados ampulectomia ou decidir pelo procedimento de
macroscópicos encontrados sugerem malignidade.11 Whipple na evidência de malignidade.13,14
Globalmente estes tumores são considerados benig- Surgem recentemente registos de polipectomias
nos, embora estejam já identificados PG com metasti- endoscópicas efectivas realizadas em centros com grande
zação linfática regional e recidivas locais, o que sugere experiência que defendem que os doentes propostos a

Paraganglioma gangliocítico da ampola de Vater: caso clínico


41
esta técnica devem obedecer a requisitos como, serem Independentemente do tipo de procedimento efec-
do sexo masculino com idades superiores a 55 anos, tuado, ressecção cirúrgica ou endoscópica, indica-se
com tumores benignos, de dimensões que não ultra- um período de follow-up clínico, imagiológico e
passem os 2 cm e que não envolvam a via biliar. 15,1 endoscópico de 10 anos.1

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ISABEL MARGARIDA MOURA MESQUITA


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telemóvel - 966554118
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Isabel Mesquita, Jose Maria de la Peña, Jaime Vilaça, José Davide, Jorge Daniel, Luís Graça, Manuel Teixeira
42
ARTIGO DE OPINIÃO

Consentimento informado
– uma sinopse
Jorge A. S. Melo

Médico. Membro da Comissão Executiva da Comissão de Ética Para a investigação Clínica.


Ex-Chefe de serviço de Hematologia Clínica do IPOFG, Lisboa.
Ex-Presidente da Comissão de Ética Para a Saúde do IPOFG, Lisboa

RESUMO: A prática do Consentimento Informado é recente quando comparada com a longa história da medicina.
Torna-se realidade quotidiana desde o estabelecimento da bioética, nos anos setenta do século vinte, e impõe repensar
os padrões tradicionais de relação médico-doente. Apesar de os fundamentos médicos e jurídicos terem mais de dois sécu-
los a sua implementação continua sujeita a tergiversações e erros. Por isso se justifica esta sinopse que de forma sucinta
passa em revista os dados fundamentais deste processo comunicacional que é o Consentimento Informado.

ABSTRACT: The practice of Informed Consent is quite recent and even new if the long history of medicine is considered. Alt-
hough the concept has been generalized after the birth of bioethics it’s roots come at least from the end of the xviii th century in
England and emply strong modifications on doctor-patient relatioships paterns. The fact that every day medical practice is no short
of informed consent doubts and problems justifies the present notes on that topic.

A PRÁTICA MEDICA TRADICIONAL. favor do doente, muitas vezes reduzido nas suas capa-
cidades.
A prática médica tradicional é ainda hoje herdeira O produto desta assimetria nítida entre quem sabe,
de princípios e práticas estabelecidas quando do nas- pode ajudar e tem deveres de excelência, e quem neces-
cimento da medicina grega clássica. Entre os aspectos sita e está diminuído pela condição de doença, é um
mais duradoiros dessa influência estão os padrões de padrão de relação muito desigual em que o médico é
relação médico-doente que se mantiveram inalterados levado a decidir o que é melhor para o doente. E fá-lo
durante mais de vinte e cinco séculos. Na essência, ao sem deliberação deste a propósito das intervenções ou
médico exigia-se que cumprisse os deveres de origem prescrições médicas. Assim nasce o paternalismo
hipocrática (respeito pela vida do doente, dever de pelo médico que dispensava a opinião do doente sobre as
menos não fazer mal, de sigilo absoluto - a manter decisões médicas. Aliás o ideal era o médico prescrever
mesmo para além da morte do doente -), ao que se e o doente obedecer, sem questão ou dúvida.
juntava o poderoso conceito platónico-aristotélico de Assim como os corpos teórico e de prática médica se
excelência, simultaneamente no saber fazer e na moral. mantiveram pouco alterados desde a fixação do humo-
Este conjunto de deontologia e excelência revertia a ralismo por Galeno, pelo menos até ao século xvi, tam-

II Série • Número 1 • Junho 2007 Revista Portuguesa de Cirurgia


43
bém o padrão geral de relação médico-doente esteve século surgem as primeiras condenações de médicos.
fixado no modelo herdado da Grécia clássica e é justi- Não terem informado os doentes sobre as consequên-
ficado por uma ética médica que é deontologia hipo- cias possíveis do seu agir é a culpa médica. A jurispru-
crática e excelência aristotélica. E esta ética, que é um dência impõe aos médicos o dever de informar pre-
sistema interno da profissão médica, permanece inal- viamente os doentes – por respeito pela sua autono-
terado até ao fim do séc. XVIII. mia.
O conceito de autonomia, é a outra raiz filosófica
necessária. E um dos maiores nomes a esse respeito é
AS MUDANÇAS TÊM FUNDAMENTOS o de Kant. Na essência, é autónomo o ser humano que
PROFUNDOS, MAS DEMORAM. pode decidir de forma livre, isenta de quaisquer cons-
trangimentos; i.e.o direito à e a capacidade para a cria-
Se é verdade que a medicina clássica tinha o doente ção de uma lei própria do agir individual.
como objecto primeiro, não o é menos que o triân- Na mesma época alguns médicos e entre eles John
gulo hipocrático – doente, doença e médico – cuidava Gregory (1725-1773), defendem que a relação
pouco do que interessava ao homem, excepto no que médico-doente deve ter um forte componente de sim-
dizia respeito à doença. patia e compaixão. Esta é uma mudança real para os
Mudanças nesta perspectiva, exigem antes de mais padrões da época e tem implicações profundas, por
que a forma como o ser humano é entendido mude. exemplo no que diz respeito a informar o doente sobre
Foram necessárias várias modificações no conceito de o seu estado. John Gregory defende que:
Pessoa, essencialmente levadas a cabo pela filosofia ao
longo de séculos. Não cabe aqui a análise dessa evolu- “todo o homem tem direito a falar quando se
ção filosófica mas merece mesmo assim a pena lem- trata da sua saúde e da sua vida”i.
brar, pelo menos o papel central que John Locke
desempenhou. Tomando como ponto de partida as Reconhece, no entanto, que sempre que essa infor-
descrições do estado de bem estar das populações do mação possa ser deletéria para o doente, deve o médico
Novo Mundo, feitas pelos descobridores do Novo sonegá-la. A esse dever chama “privilégio terapêutico”,
Mundo, Locke desenvolve uma teoria que defende a algo ainda hoje presente na maioria dos códigos deon-
redução do poder centralizado do rei e reconhece a tológicos ocidentais.
importância do Homem e do Cidadão. Têm origem É portanto no finais do século XVIII que a juris-
em Locke as revoluções liberais inglesa, os textos da prudência impõe o respeito pela autonomia do
primeira constituição que é escrita na América do doente;e que a medicina reconhece o dever de infor-
Norte –a do Bom Povo da Virgínia-, e textos da revo- mar por razões de simpatia e compaixão. O impacte
lução francesa. Não é demais afirmar que sem os tra- destas mudanças só mais tarde vai tornar evidente na
balhos de Locke e dos seguidores não teríamos os con- prática médica. Mas já não poderá ser esquecida a von-
ceitos de Cidadão portador de direitos, como hoje tade do doente, tomada como expressão da sua auto-
temos. nomia. O clássico modelo paternalista de relação
Numa Europa onde se dão estes desenvolvimentos médico – doente tem condições para mudar, mas a
de filosofia e de filosofia política, vão surgir, no final resistência à mudança vai fazer o seu papel.
do séc. XVIII, os primeiros passos do consentimento
informado.
Detentores de direitos, os cidadãos podem agora ___________________
queixar-se das consequências, para si inesperadas, do iJohn Gregory. Citado por Diego Gracia in Fundamentos de
agir médico. E nos tribunais ingleses do final desse Bioética. Editorial Eudema Universidad, Madrid, 1989.

Jorge A. S. Melo
44
A medicina no início do século vinte luta pela afir- dos direitos dos doentes, por outro que vão protagoni-
mação como ciência natural. É bem sucedida, em zar, perante desenlaces novos, resultados inesperados de
grande parte devido á importação para os Estados Uni- intervenções médicas, um fenómeno crucial: a desco-
dos da América do Norte do modelo científico de prá- berta de que a ética médica, na essência ainda a mesma
tica médica desenvolvido em França e na Alemanha dos tempos da origem grega clássica, apenas retocadas
no final do século XIX e início do século xx. País libe- com compaixão e simpatia por Gregory, já não bastava
ral, de responsabilização máxima e liberdade máxima, para uma axiologia do agir médico. A ética médica
os EUA são um local de expansão e aplicação dos direi- tinha-se mantido afastada de olhares estranhos à profis-
tos do cidadão e do doente que afirmam a sua auto- são e mesmo quando adquiriu um forte componente
nomia. Os diferendos entre médicos e doentes vão deontológico, no início do séc. XIX, com Thomas Per-
crescer em número e alterar-se quanto á tipologia geral cival, manteve-se um sistema interno da profissão.
das queixas. São vários os casos em que a disparidade entre as
expectativas de doentes ou famílias e os resultados
obtidos, em muitos casos desconhecidos também dos
O CONSENTIMENTO INFORMADO INSTALA-SE próprios médicos, suscitam revolta social, controvérsia
E DIFUNDE-SE legal e espanto filosófico. Perante a repetição deste tipo
de fenómenos, nos EUA, na década de sessenta inicia-
A medicina do século vinte, fruto de desenvolvi- se a convocação de uma multiplicidade de saberes,
mentos científicos e técnicos, bem como dos impul- externos à medicina, para, em conjunto com a ética
sos que as duas grandes guerras geraram, alterou-se médica, avaliara a eticidade e valores do agir médico.
substancialmente. A cirurgia viu resolvidas limitações Surge assim um novo corpo de saber que se vai trans-
que a tolhiam: em 1900 Landsteiner identifica os gru- formando em ciência nova – a bioética. Sobre a génese
pos sanguíneos abrindo a porta para o controlo da da bioética, que nasce como um fenómeno inicial-
hemorragia; a luta contra infecção ganha-se com os mente americano veja-se Albert Jonsen1.
antibióticos; e a reanimação avança uma vez disponí- A bioética não substitui a ética médica, integra-a.
veis os ventiladores. As guerras trazem à medicna a Mas gera um novo corpo teórico, em grande parte
noção de que tudo o que pensável é fazível, em espe- integrador de sabres e valores de várias ciências, da
cial no âmbito cirúrgico. E o consentimento e a infor- medicina á filosofia, passando pela teologia, jurispru-
mação ao doente? Continuam de aceitação difícil. dência, antroplogia, sociologia, entre outras. Da génese
Leiam-se as palavras de F. Cotton, em 1933: deste novo saber não está afastado o presidente dos
EUA que em mais de uma ocasião nomeara Comis-
“é muito eficaz fazer com que os doentes assinem sões Presidenciais para avaliar problemas na área da
um documento em que afirmam ter compreen- saúde, criados pelos novos desenvolvimentos. Essas
dido o tipo de tratamento proposto, os riscos que Comissões vão ter um enorme impacte com os relató-
envolve, os efeitos residuais que podem produzir rios que produzem e que são hoje história da bioética.
no carro de correr bem e a possibilidade de fra- Um dos mais conhecidos e importantes relatórios, o
casso parcial”ii Belmont Reportiii, produzido por uma vasta equipe
___________________
São o espírito médico da época e o desenvolvimento
1 Cf Albert Jonsen. The Birth of Bioethics. Oxford University
tecnológico por um lado e a consciência da cidadania e
Press,1998
iii The Belmont Report. National Commission For The Pro-
___________________ tectio of Human Subjects of Biomedical and Behavioral Research.
ii ibidem. 1978.

Consentimento informado – uma sinopse


45
multidisciplinar, está na génese da primeira corrente Para que alguém possa afirmar a sua autonomia,
do pensamento bioético – o principialismo. sobre determinado tópico, expressando a sua vontade
Uma das primeiras consequências do novo corpo após deliberação, deve a informação prestada ser ava-
teórico produzido é o reconhecimento da importân- liada tendo em conta o seu sistema de valores. E a deli-
cia da emancipação do cidadão doente. A sua autono- beração só é genuína quando se verifiquem alguns
mia surge como um novo princípio filosófico e de ética pressupostos, e dentre eles que a informação fornecida
aplicada, juntando-se aos hipocráticos deveres de bene- fosse verdadeira. O modo como se comunica essa
ficência e de não maleficência, agora reconvertidos em informação verdadeira também importa: deve usar-se
princípios, e à equidade na distribuição de recursos uma linguagem acessível, clara, desprovida de jargão
escassos. técnico; deve dar-se tempo para que a pessoa possa
Se a esta nova corrente da ética defende que a auto- pensar e estruturar as suas dúvidas, que devem ser
nomia do doente deve ser assegurada, o litígio tradi- cabalmente esclarecidas; não pode usar-se nenhum
cional leva à necessidade de documentar o respeito por tipo de pressão que coarte a liberdade de quem decide,
essa autonomia. Mas o documento, importa assinalá- muito em especial no que diz respeito às crenças e
lo bem, não é a autonomia. valores do doente.
Com estas inovações, surgem necessariamente novos O produto final desse processo decisório que implicou
padrões de relação médico-doente – que na essência informação verdadeira, tempo para deliberação, respeito
garantem a expressão da autonomia do doente, em for- pelas crenças e valores do interessado e expressão livre da
mas diversas de parceria entre doente e médico. E o sua vontade chama-se consentimento informado.
paternalismo fica confinado a duas situações limite: a O consentimento informado não é senão este pro-
situação de emergência e a de recusa consciente e legí- cesso. Mas para que seja válido, deve obedecer tam-
tima do doente a ser informado. Desde então suce- bém a requisitos por parte de quem decide. Exige-se,
dem-se modelos de relação médico-doente de que o por isso, que:
trabalho de Emanuel e Emanuel são exemploiv. a) consentir seja um acto intencional
b) livre de constrangimentos externos
c) feito na posse de conhecimento adequado
O CONCEITO DE CONSENTIMENTO d) seja autêntico, i.e., que a decisão agora tomada
INFORMADO seja coerente com as decisões anteriormente
expressas pelo sujeito.
É em 1947, num texto do Medical Board of Rivew
da Atomic Energy Commission dos Estados Unidos
da América que a expressão “consentimento infor- MODALIDADES
mado” parece surgir pela primeira vezv. O que então se
defende é que os participantes em deterninado gesto, De uma forma simples pode escolher-se a modali-
devam ser informados, com verdade, possam ponderar dade de expressão do consentimento informado tendo
e emitir, ou não, a sua aquiescência. em conta o grau de agressividade, o risco e a irreversi-
bilidade da mutilação do gesto a praticar. Quer isso
___________________
dizer que gestos simples e quase desprovidos de risco
ivEmanuel, EJ and Emanuel, LL. Four Models of the Physi- carecem de informação mas dispensam o texto escrito;
cian-Patient Relationship.JAMA, 1992; 267:2221-2226
v Jonathan Moreno and Valerie Hunt. How The Atomic
e a aquiescência assinada não é então necessária. Pode
mesmo ser apenas presumida a aceitação – ou quando
Energy Comission Discovered “Informed Consent”. In Bioethics
and Society. Ed. by Raimond DeVries and Janardan Subedi. Pren- a um gesto simples proposto não se segue qualquer
tice Hall, New Jersey, 1998. expressão de dúvida ou apreensão, ou, no extremo

Jorge A. S. Melo
46
oposto, em caso de emergência, o doente está incapa- c) “A obtenção do consentimento informado abre
citado de emitir o seu parecer. Mas também se reco- a porta a conflitos de autonomias”. É claro que podem
nhece que actos médicos mais invasivos ou de maior surgir ocasiões em que o doente deseja ver realizados
risco a informação oral deve ser complementada com gestos técnicos que violam as boas práticas médicas e
um texto escrito adequado, claro, verdadeiro, a cuja , portanto deseje actos a que o médico tenha de se
leitura se segue um período para formulação de dúvi- opor. Mas essa é uma boa razão para deixar claro, por
das e esclarecimentos, só então se seguindo a expressão não consentimento, o que foi proposto.
da vontade do doente. d) Tomar a assinatura do Folheto de Consenti-
Em resumo, as modalidades possíveis são as de con- mento Informado como obtenção real de C.I.. Uma
sentimento presumido, de consentimento expressas qualquer assinatura, aposta num texto, mesmo que
(orais ou escritas). E em caso de incapacidade de deci- institucionalmente reconhecido, se não foi precedida
são do doente são aceitáveis os consentimentos por de um processo comunicacional correcto, não é um
delegação. Consentimento Informado.
e) O que fazer quando o doente não assina o
Folheto ou não aceita as propostas médicas? É neces-
PROBLEMAS sário relembrar que o processo comunicacional de
informação e que cria espaço para deliberação do
É necessário reconhecer que a prática quotidiana do doente, visa não que o doente concorde com as pro-
consentimento informado, tomado como expressão do postas, mas que o doente expresse a sua verdadeira e
respeito pelo doente enquanto Pessoa de pleno direito livre decisão. Que pode ser a decisão de Não Consen-
e na posse de todas as sua faculdades, tem problemas timento. Resta ao médico garantir que ela fvoi tomada
e padece de corruptelas. Citam-se alguns exemplos que de forma livre, consciente e que é coerente - e não
mostram a facilidade de correcção: pode violar a vontade expressa do doente.
a) “Pedir ao doente que assine uma folha de con-
sentimento reduz a responsabilidade médica”. Tal não
corresponde à verdade. A responsabilidade de uma CONCLUSÃO
decisão médica é sempre médica; e o doente apenas
decide sobre os que o médico, de acordo com o seu Foi pretensão deste texto curto, explicitar, de forma
julgamento e com as boas práticas, decidiu propor. sucinta, as fundações do Consentimento Informado,
b) “Pedir os doente que assine um texto reduz a con- deixando claros alguns aspectos da sua história e das
fiança do doente”. Mesmo tendo em conta um elevado suas características fundamentais. Espera-se que tenha
grau de ileteracia e um enraízado hábito de medo de resultado clara a forma como o respeito pela Pessoa
assinar documentos, que frequentemente se encontra, a doente, dotada de plenos Direitos e Deveres, sendo
verdade é que a explicação de que se trata da expressão um dado novo e relativamente recente na história da
de uma prática institucional que visa registar as práti- medicina, mudou a leitura ética da prática médica e
cas, e assumir as responsabilidades médicas, desfaz, em resulta num respeito acrescido pela condição humana
muitos casos a eventual desconfiança do doente. do doente.

Consentimento informado – uma sinopse


47
SETEMBRO 93rd Annual Congress of the American College of
1st Atlantic Meeting of Advanced Laparoscopic Surgeons
Surgery. 7 a 11 de Outubro
American Society for Bariatric Surgery New Orleans, EUA
1 a 3 de Setembro www.facs.org
Funchal, Madeira, Portugal
The ACG Annual Scientific Meeting and
NESA Days 2007-The Second Annual Scientific Postgraduate Course. American College
Meeting of the New European Surgical Academy. of Gastroenterology.
3 a 7 de Setembro 12 a 17 de Outubro
Istanbul, Turkey Philadelphia, Pennsylvania, USA

The 17th World Congress of the International 70th Annual Colon and Rectal Surgery Conference.
Association of Surgeons, Gastroenterologists and University of Minnesota Division
Oncologists (IASGO) of Colon and Rectal Surgery.
5 a 8 de Setembro 24 a 27 de Outubro
Bucareste, Roménia Minneapolis, Minnesota, USA
www.iasg2007.ro
NOVEMBRO
16th SLS Annual Meeting (Society 15th International Laparoscopic Surgery Symposium
of Laparoendoscopic Surgeons) Société Française de Chirurgie Laparoscopique
5 a 8 de Setembro (SFCE) e Institut de Chirurgie Laparoscopique de
São Francisco, EUA Bordeaux (ILS)
8 a 10 de Novembro
CIRSE 2007 Annual Meeting and Postgraduate Paris, França
Course www.e-laparoscopy.com/spip.php?article87
8 a 12 de Setembro
Atenas, Grécia MEDICA 2007
www.cirse.org 14 a 17 de Novembro
Dusseldorf, Alemanha
2nd International Surgical Symposium on New www.messe-duesseldorf.de
Technologies Applied to Minimally Invasive Surgery.
European Institute of Telesurgery/Institut de 17th FELAC – Latin American Congress
Recherche contre les Cancers de l’Appareil Digestif. of Surgery
13 a 15 de Setembro 18 a 22 de Novembro
Lu-Kang, Taiwan Santiago, Chile
www.cirujanosdechile.cl

OUTUBRO XVII Congresso Nacional


10º Simposium Internacional de Cirurgia de Coloproctologia
da Madeira 29 e 30 de Novembro
2 a 4 de Outubro Lisboa
Funchal, Madeira www.eruditus.pt

Agenda
48
DEZEMBRO MAIO
9th International Workshop on Therapeutic 30º Congresso Internacional da EHS (European
Endoscopy. European Society of Gastrointestinal Hernia Society)
Endoscopy/ American Society for Gastrointestinal 7 a 10 de maio
Endoscopy. Sevilha, Espanha
8 a 10 de Dezembro www.hernia2008.unicongress.org
Cairo, Egypt
JUNHO
16th International Congress of the European
Association for Endoscopic Surgery (EAES)
2008 11 a 14 de Junho
Estocolmo, Suécia
JANEIRO www.eaes-eur.org
XIV Congresso da SFCL
24 e 25 de Janeiro AGOSTO
Paris, França SMIT 2008
28 a 30 de Agosto
Pan-Pacific Surgical Association 28th Congress Viena, Austria
19 a 21 de Janeiro www.smit2008.com
Honolulu, Hawai, EUA
www.panpacificsurgical.org SETEMBRO
11th World Congress of Endoscopic Surgery
(incorporando a reunião da ELSA Endoscopic and
FEVEREIRO
Laparoscopic Surgeons of Asia)
AsianAmerican MultiSpecialty Summit. Laparoscopy
2 a 6 de Setembro
and Minimally Invasive Surgery.
Yokohama, Japão
6 a 9 de Fevereiro
Hilton Hawaiian Village Beach Resort and Spa.
17th SLS Annual Meeting and Endo Expo 2008.
Honolulu, Hawaii, USA
17 a 20 de Setembro
Hyatt Regency McCormick Place.
7th Annual Surgery of the Foregut Symposium &
Chicago, Illinois, USA
Endoscopy/Natural Orifice Surgery Workshop.
17 a 20 de Fevereiro
OUTUBRO
Cleveland Clinic Florida.
UEGW (United European Gastroenterology Week)
Coral Gables, Florida, USA
18 a 22 de Outubro
Viena, Áustria
8th World Congress IHPBA 2008
27 de Fevereiro a 2 de Março
Mumbai, India
www.ihpba2008.com
2009
FEVEREIRO
ABRIL EuroAmerican MultiSpecialty Summit IV Laparoscopy
Reunião Anual da SAGES (Society of American and Minimally Invasive Surgery.
Gastrointestinal and Endoscopic Surgeons) 11 a 14 de Fevereiro
9 a 12 de Abril Disney’s Contemporary Resort.
Philadelphia, EUA Orlando, Florida, USA

Revista Portuguesa de Cirurgia


49
INFORMAÇÕES

II LEVEL UNIVERSITARY MASTER IN MININVASIVE


SURGERY AND NEW TECHNOLOGIES

Dear friend
I inform you that the The Scuola Superiore of the University of Catania in cooperation with the
Faculty of Medicine and Surgery of Catania, organises for the academic year 2007/2008 a II Level
International Postgraduate Master in “Mininvasive surgery and new technologies”, to be held
in Catania.
I would really like to involve you in this project as I think it would interest you.
The Master’s aim is to develop skills in mininvasive surgery and new technologies in order to
promote development of specific competences and skills in relation to equipment and technical
support, offering surgeons the opportunity to master mininvasive procedures.
For this reason, I would like to invite young surgeons from your country to join the Master in
order to acquire knowledge in different mininvasive applications as well as practical skills.
I send to you the internet link of the master where you could find more additional information:
http://www.scuolasuperiorecatania.it/masters_int/english/CALL_Surgery_07-08.pdf

Best regards

The master’s director


(Prof. Domenico Russello)

II Série • Número 1 • Junho 2007 Revista Portuguesa de Cirurgia


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INFORMAÇÕES

  

  


   
  ! !  "  

Call for admission to


the II Level International Postgraduate
Master
in
Mininvasive surgery and new technologies
Academic year 2007/2008

Art. 1 – Master Organisation


The Scuola Superiore of the Università di Catania in cooperation with the Faculty of Medicine and
Surgery of Catania, organises for the academic year 2007/2008 a II Level International Postgraduate
Master in “Mininvasive surgery and new technologies”, to be held in Catania.
th
The Master course begins the 26 November 2007.
The annual intake is of 12 students.

Art. 2 – Partnerships and Organisation Structure


The Università degli Studi di Catania, for the realisation of this course, has established partnership
with several universities from the Euro Mediterranean area:
- El Fateh University Tripoli – Libia;
- Société Tunisienne de Chirurgie Laparoscopique – Tunisia;
- Société Marocaine de Chirurgie et Faculté de Medicine et de Pharmacie de Casablanca –
Marocco;
- Istanbul University – Turchia;
- Algerian Society of videoscopic surgery – Algeria;
- MMESA (Mediterranean Middle Endoscopic Surgery Association), Beirut – Libano.
- Faculty of Medicine – Cairo University

At least 1 place is held in reserve for each Partner University.

The master Coordinator is prof. Domenico Russello (professor of General Surgery at the Università
degli Studi di Catania).
An Organising Committee oversees the overall academic organisation of the course. It is composed
by the Master Coordinator, Prof. Emanuele Lezoch (Università La Sapienza, Rome) and Prof.
Gianluigi Melotti (Director of the Unità Operativa e Chirurgia Generale, Modena).
A Scientific Committee, composed by the Master Coordinator, the members of the Organising
Committee and a delegate from each of partner Universities, has scientific tasks.

Art. 3 – Aim of the course


The Master’s aim is to develop skills in mininvasive surgery and computer technologies in order to
promote development of specific competences and skills in relation to equipment and technical
support, offer surgeons the opportunity to master mininvasive procedures, assure wide scientific
knowledge in different mininvasive applications, provide with practical expertise, and offer the
possibility to acquire manual ability and operating experience.

The master trains experts in mininvasive surgery, with a wide knowledge of computer technologies
and equipment, and a vast scientific knowledge in different mininvasive applications’ as well as
practical skills. At the end of the master participants are able to perform the most delicate surgical

II Série • Número 1 • Junho 2007 Revista Portuguesa de Cirurgia


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  ! !  "  

operations with mininvasive procedures while sharing the skills acquired during the course with other
professionals working in the same field.

Art. 4 – Course contents


Language of lectures: English.
Classes will take place 5 days per week.
The teaching staff includes Italian and foreign academics and professionals.

The Master is divided in 4 modules:


Module 1: Basic laparoscopic surgical anatomy
Module 2: Basic laparoscopic surgery
Module 3: Advanced laparoscopic surgery
Module 4: Minimally invasive techniques and robotics

The programme includes:


• 450 hours of classes, seminars, teleconferencing, practical exercises and team work in
operating room, simulations.
• 400 hours in work projects at the end of the formal teaching period. The work projects will
take place within national and international accredited centres, in order to guarantee an
adequate support in relation to practical activities such as operation and experimental
activities, and acquire experiences through the use of simulators able to reproduce the vast
majority of surgical procedures, having a constant control over learning.
• 500 hours of individual learning;
• 150 hours for thesis editing. At the end of the work project, students have to defend a thesis
about one of the issues investigated during the internship.

During the course, short study and/or assistance periods could be held at partner Universities and
other Italian and foreigner Academic and Research Institutions.
In relation to the masters’ activities it is forbidden to practise the medical profession, for instance
autonomous diagnosis and operations. On the other hand it is allowed to make study diagnosis,
simulations on manikin or animals, and enter the operating room with the lecturer.

Art. 5 – Credits
The Master fulfilment grants 60 credits (Crediti Formativi Universitari - CFU), equal to 1500 hours:
450 hours of classes and seminars, 400 hours of internship and 650 hours of individual learning.
Students who pass all the intermediate and final tests, regularly attend the course, respect the rules
set by the Scuola in the “Disciplinare degli allievi dei Corsi post-laurea” (Rules for the post-graduate
students) and in the “Regolamento interno dei Master Universitari” of the Scuola Superiore
dell’Università di Catania (Internal Code about University Masters of the Scuola Superiore
dell’Università di Catania) will obtain the credits.

Art. 6 – Master admission requirements


Are eligible:
- foreign candidates living in the Euro-Mediterranean Area, not older than 45 years, with an
academic qualification equal to an Italian II level degree in Medicine and Surgery

It is not possible to be enrolled, at the same time, to other postgraduate courses.

Informações
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  ! !  "  

Art. 7 – Application for selection


In the application candidates are obliged to declare in accordance with the Law n. 445/2000
a) surname, name, date and place of birth;
b) nationality;
c) residence;
d) to be of sound constitution and immune from illnesses preventing from living in community;
e) not having any criminal convictions or legal cases pending (otherwise they must be
specified);
f) qualification achieved and grades. In case of grade absence, a list of taken exams and
grades must be provided together with the used evaluation criteria.
g) title of final dissertation;
h) further qualifications according to art. 9 of this call for admission (post-graduate university
qualifications, publications, research activities and professional activities on the master
topics);
i) good English language knowledge;
j) level of IT knowledge;
k) not to be enrolled at the same time to other postgraduate courses;
l) home or mailing address, telephone number and, if exist mobile number, fax number and
email address, to which communications concerning the selection should be sent, and to
notify any eventual change of address.

Candidates must also attach:


- a photocopy of a valid identification document;
- two reference letters of University lecturers or experts in the field;
- the motivational questionnaire filled in all its parts;

The Scuola is not responsible for failure or delay in communications caused by inaccuracies of the
contact information provided by the candidates or caused by their failure or delay in notifying any
change of address, telephone or fax number, or caused by any problem not attributable to the
Scuola.

The Scuola will inform the interested party, by any mean, even email address, about the
inadmissibility of their application.

Art. 8 – Deadline for applications’ submission


th
Application for selection must arrive by and no later than 12,00 on the 8 October 2007, to the
Scuola Superiore dell’Università di Catania, Via San Nullo 5/i, Catania.

The application form and the motivational questionnaire, must be filled and attached to the
application, both are available at the Scuola Superiore dell’Università di Catania, at the above
mentioned address, and on the website: www.scuolasuperiorecatania.it

Foreign EU citizens and non EU citizens regularly living in Italy, should apply directly through the
Scuola Superiore dell’Università di Catania.

Non EU citizens living abroad, according to the Fifth Part, Chapter one, of the M.I.U.R. circular letter
of the 21st March 2005, prot. n. 658, should:

Revista Portuguesa de Cirurgia


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  ! !  "  

- submit the application form and the requested documentation through the Italian Diplomatic
Representative of the residing country, which will address the documentation to the Scuola
Superiore dell’Università di Catania according to terms exposed in this call;
- at the same time, before deadline, send a copy of the application form and of the other
documents directly to the Scuola Superiore dell’Università di Catania.

The application form and the other documents can be sent also by fax to the following number: 0039
095 361054.

If the application form does not arrive on time, even if sent before deadline, and the selection has
taken place, it will not be considered valid.

Art. 9 – Selection of candidates


A Commission, appointed by the Administrative Director of the Scuola Superiore dell’Università di
Catania, will select the candidates; it is composed by the Master Coordinator, as the President, and
two university professors.
The selection is based on the evaluation of qualifications. According to the classification table set for
admission, the Committee will assign a maximum of 100 points to the following qualifications:
a) degree grade;
b) dissertation;
c) post-graduate university qualification;
d) scientific publications related to the Master topics;
e) further courses;
f) professional and/or research experiences;
g) command of English;
h) motivational questionnaire.

Candidates who obtain at least 50/100 points will pass the selection gaining positions in a list ranking
the candidates. At the end of the selection the Commission will draw up one list ranking students
according to the result of the selection, and taking into account the places held in reserve as
mentioned in art. 2. The list will be posted at the Scuola and will also be published on the website of
the Scuola: www.scuolasuperiorecatania.it

The results of the selection will be communicated to the candidates admitted to the master course,
by any mean, email will also be used.
There will be only one list including both places held in reserve and not.

If a winning candidate renounces, candidates who are next in the lists can take part to the Master as
long as they have achieved a total evaluation of 50/100 points.

If the places held in reserve are not assigned, they may be offered to candidates considered suitable,
according to the list.

Art. 10 – Scholarships reserved to foreign students and enrolment


Are admitted to the Master 12 foreign selected candidates coming from Euro-Mediterranean
Institutions, including both partners of the Master and not.
All students will be awarded a scholarship.

Five scholarship offered by the Foreign Affairs Ministry, Cooperation for the development, will be
awarded to students from non EU Mediterranean Countries, consisting of:

Informações
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  ! !  "  

- free enrolment fee


- monthly cheque of 877,98, for maintenance in Italy
- return air ticket from origin country
- insurance against illnesses and accidents.

Seven scholarship offered by the Scuola Superiore di Catania, will be awarded to students from
Euro-Mediterranean Countries and will be equal to those awarded by the Foreign Affairs Ministry.

Further expenses and fees, not mentioned above, are at students own charge.

In order to be enrolled, selected foreign candidates have to submit to the Scuola Superiore di
Catania –Via San Nullo 5/i – 95123 Catania, the following documentation:

- confirmation of participation, (the application form has to be requested to the office of the Scuola)
signed by the candidate;
- degree diploma translated and legally recognised by the Italian Representation in their country,
with a declaration of value of the Italian Representation in the country in which the qualification
has been obtained, also stating the degree grade.
If the diploma does not show any grade, it will be necessary to infer the grade through a
document issued by the University in which the diploma has been obtained, the document must
include a list of taken exams and related grade together with the evaluation criteria applied;
- qualifications obtained and submitted for the evaluation;
- photocopy of a valid identification document;
- n. 2 passport sized photographs;
- certificate on plain paper issued less than six months before by the health authority of the
students’ municipality of residence indicating that they are healthy and immune from illness which
would prevent them from living in a community. This certificate must be translated in Italian;
- certificate declaring that the candidate has no legal convictions, or case pending, according to the
normative of the departing country. This certificate must be translated in Italian;
- certificate declaring that the candidates does not have criminal records, according to the
normative of the departing country. This certificate must be translated in Italian;

Foreign students must request a residence permit to the responsible authority within 8 days from
their arrival in Italy, they must also request a social security number.

The Scuola will communicate to the selected foreign candidates an enrolment deadline. If deadline
will not be respected, candidates will lose the right to attend the course. In this case other listed
candidates will be selected.

Art. 11 – Qualification
At the Master Course conclusion, a Diploma of International Postgraduate Master in “Mininvasive
Surgery and new technologies” (art. 3 comma 8 of D.M.3 November 1999, no. 509) is awarded to
the students who complete the master programme, attend the course and pass the intermediate and
final examinations.

Revista Portuguesa de Cirurgia


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Art. 12 – Processing personal data


Further to and in accordance with law n. 196/2003 and subsequent modifications personal data
supplied by candidates to the Scuola are used exclusively for the admission selection purposes. The
mentioned data can only be transmitted to consortium boards. Candidates have the right according
to above mentioned law n. 196/2003, to access their data, and oppose the processing for legitimate
reasons. The Administrative Director of the Scuola Superiore dell’Università di Catania is
responsible for data processing, being of its competence.

Art. 13 – Individual responsible for the organisation of the selection


Further to and in accordance with article 5 of law n. 241/1990 and subsequent modifications, the
Administrative Director of the Scuola Superiore dell’Università di Catania is responsible of the
selection procedures referred to in this call.

Catania, July 16, 2007

President
Master Coordinator Enrico Rizzarelli Administrative Director
Domenico Russello Ettore Gilotta

INFO
Scuola Superiore di Catania
+39-095-351568 – Via San Nullo 5/i – Catania
postlaurea1@ssc.unict.it
relazioniesterne2@ssc.unict.it

www.scuolasuperiorecatania.it

Informações
56
Instruções aos Autores Instructions to Authors
A Revista Portuguesa de Cirurgia é o orgão oficial da Sociedade Portuguesa The “Revista Portuguesa de Cirurgia” is the official journal of the Portuguese
de Cirurgia. Society of Surgery
É uma revista científica de periodicidade trimestral que tem por objectivo a It is a scientific quarterly Journal which has as objective the scientific promotion
promoção científica da Cirurgia Portuguesa, através da divulgação de trabalhos of Portuguese Surgery, by divulgation of scientific work with that purpose.
que tenham esse propósito. Its editorial policy follows rigour and respects ethics and the deontologic and sci-
A sua política editorial rege-se pelos valores éticos, deontológicos e científi- entific values of surgical practice, education and research.
cos da prática, educação e investigação em Cirurgia. All texts published in “Revista Portuguesa de Cirurgia” have a known authorship.
Todos os textos publicados são de autoria conhecida. A Revista compromete- The Journal assumes the compromise of respect all statements made under direct
se a respeitar todas as afirmações produzidas em discurso directo, procurando “speech”, trying, when necessary to edit it by space reasons, to keep allits meaning.
quando seja necessário editá-las, por razão de espaço, manter todo o seu sentido. The “Revista Portuguesa de Cirurgia” assumes the compromise to respect and to
A Revista Portuguesa de Cirurgia compromete-se a respeitar e reproduzir reproduce all results obtained in the studies presented which fulfill publication crite-
todos e quaisquer resultados que sejam obtidos em trabalhos apresentados e que ria. All photos of individuals or products published will, except when specifically
cumpram os critérios de publicação. Todas as fotografias de pessoas e produtos mentioned, of own production. Any images of external production to be published will
que sejam publicados serão, salvo quando indicado em contrário, de produção have all authorization permits obtained beforehand.
própria. Em relação a imagens de produção externa todas as autorizações deve- The Journal publishes original and revision articles, clinical cases, introductory
rão ser obtidas antes da publicação, sendo a obtenção dessas autorizações da res- notes, controverises, technical issues, recommendations, image collections, general
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Publica artigos originais, de revisão, casos clínicos, editoriais, artigos de opi- tice, under either basic, advanced, theoric or applied form.
nião, cartas ao Editor, notas prévias, controvérsias, passos técnicos, recomenda- Papers for publication will be accepted in Portuguese, English, French or Span-
ções, colectâneas de imagens, informações várias e outros trabalhos desde que ish.
relacionados com quaisquer dos temas que respeitam ao exercício da cirurgia All papers which are not presented by Editorial invitation will be submitted to
geral, seja sob a forma básica, avançada, teórica ou aplicada. peer revision.
Os trabalhos para publicação poderão ser escritos em Português, Inglês, Fran- Papers will be reviewed to be accepted for publication under the assumption that
cês ou Espanhol. its contents have not been submitted simultaneously to another journal, have not
Todos os artigos enviados para publicação, serão submetidos a revisão cien- been accepted for publication elsewhere and have not already been published. Any
tífica prévia por revisores que serão pares profissionais. Os artigos realizados a attempt at dual publication will lead to automatic rejection and may prejudice
convite dos Editores não serão sujeitos a revisão por editores devendo, no entanto acceptance of future submissions. Please submit with your manuscript copies of any
cumprir as normas de publicação da revista. other papers you have written (published, in press or submitted for consideration else-
O parecer dos revisores levará a que os artigos submetidos sejam: where) that relate to the same subject.
• Aceites sem modificações; It is essential that you submit any other publications or submissions that use the
• Aceites após correcções ou alterações sugeridas pelos revisores ou pelo Con- same data set to allow assessment of any potential overlap. Indicate on the title page
selho Editorial e aceites e efectuadas pelos autores; whether the paper is based on a previous communication to a society or meeting.
• Recusados. • Peer review will lead papers submitted to be:
Os casos de tentativa de publicação dupla levam a rejeição automática. Junto • Accepted without any changes
com o manuscrito deverão ser enviadas cópias de outros artigos (publicados, • Accepted after corrections suggested by the Reviewers or by the Editorial Coun-
aceites para serem publicados ou apresentados para publicação) relacionados com cil and accepted by the authors
o mesmo tema ou que façam uso dos mesmos elementos e da autoria de qual- • Refused
quer dos co-autores. All papers sent and its illustrations become property of “Revista Portuguesa de
Deve ser indicado na página de título se o artigo é baseado em qualquer apre- Cirurgia”
sentação prévia, em comunicação oral ou poster. All papers published become full property of “Revista Portuguesa de Cirurgia”
Os artigos publicados ficarão da inteira propriedade da revista, não podendo and it cannot be reproduced in full or partially with permission of the Editors.
ser reproduzidos, em parte ou no todo, sem a autorização dos editores. A res- Authors take full responsibility by any statement made in their papers.
ponsabilidade das afirmações feitas nos trabalhos cabe inteiramente aos autores.
Style
Estilo All papers should have, as must as possible, a direct and precise style, avoiding ill
Os trabalhos deverão, tanto quanto possível, ter um estilo directo, conciso e know abbreviations as well as terms rarely or very restrictedly used. Its structure shall
preciso, evitando abreviaturas pouco conhecidas ou em excesso, bem como o allow reading and understanding by professionals dedicated to areas different than
uso de termos crípticos ou de uso muito restrito. Devem permitir uma leitura the ones mentioned in the paper. It shall allow a pleasant and easy reading and shall
agradável e rápida e não devem usar sub-entendidos nem fazer alusão a noções not use misstatements or allude to notions not clearly defined by the paper itself. All
que não estejam claramente definidas no próprio trabalho. Os capítulos devem chapters shall be well defined with the narration a logic progression. Image elements
estar bem definidos, seguindo a narração uma progressão lógica. Os elementos used shall be related to the paper and have an informative role.
de imagem usados devem fazer sentido informativo e estar bem relacionados
com o trabalho. Initial submission of the Manuscript
Authors must submit four copies of the original paper (including copies of tables,
Apresentação Inicial de Manuscrito figures and illustrations) to “Sociedade Portuguesa de Cirurgia c/o Editores da
Devem ser enviadas pelos Autores aos Editores: Revista Portuguesa de Cirurgia”, (R. Xavier Cordeiro, 30 – 1000-296 Lisboa /
1) Quatro cópias do artigo original (incluindo cópias das tabelas, quadros e http://revista.spcir.com)
ilustrações); Authors must also provide:
2) Uma cópia electrónica da versão final (ver parte relativa à apresentação em An electronic copy of the final version of the work (see below)
formato electrónico) A cover letter (or letters) signed by all authors, asking for publication of the paper.
3) Uma carta de pedido de publicação, assinada por todos os autores. Essa This letter must indicate which section of the Journal the authors believe is the most
carta deve indicar qual a secção onde os autores entendem que mais se enqua- appropriate for its publication, as well as the indication of the paper’s originality (or
dre a publicação, bem como a indicação da originalidade do trabalho (ou não, not, depending on the type of paper); it must also mention if any abstract of the paper
consoante o seu tipo); deve também indicar se algum abstract do trabalho foi ou has been published or not (please include all appropriate references). This letter (or

Revista Portuguesa de Cirurgia


57
não publicado (por favor, juntar todas as referências apropriadas). Deve ser tam- letters) must mention if there is any potential, actual, personal, political or financ-
bém referido se há algum interesse potencial, actual, pessoal, político ou finan- ing interest associated with the material, information or techniques described in the
ceiro relacionado com o material, informação ou técnicas descritas no trabalho. paper. The “Revista” considers very seriously its obligation of evaluating and announc-
Deve ser incluído o(s) nome(s) de patrocinador(es) de qualquer parte do con- ing actual or potential conflicts of interest. The decision of publishing or not this
teúdo do trabalho, bem como o(s) número(s) de referência de eventual(ais) information depends exclusively of the Editors. It must also be included the name(s)
bolsa(s). of any sponsor(s) of any part of the contents of the paper, as well as the number(s) of
4) Um acordo de transferência de Direito de Propriedade, com a(s) assina- eventual grants.
tura(s) original(ais); sem este documento, não será possível aceitar a submissão Support Referees – it is suggested to the authors the indication of three potential
do trabalho. Será fornecido um modelo deste acordo, mediante pedido ao Secre- referees; in this case it is demanded the indication of all its contacts.
tariado. (ver abaixo e em anexo mais informação sobre este assunto) It must be referred in the information provided the name and contact address of
5) Cartas de Autorização – é de responsabilidade do(s) autor(es) a obtenção the author responsible for correspondence.
de autorização escrita para reprodução (sob qualquer forma, incluíndo electró- Agreement of Copyright transferral, with original signature(s); without this
nica) de material para publicação. O secretariado editorial poderá fornecer, a document it will not be possible to accept the paper’s submission. By demanding the
pedido, uma carta modelo para o fim em causa. Secretariat a draft of this agreement will be provided (see below more information on
Deve constar da informação fornecida, o nome e contactos (morada, mail e this)
telefone) do autor responsável pela correspondência. Permission Letters – it is author or authors responsibility to obtain written per-
A Revista Portuguesa de Cirurgia segue os critérios de autoria propostos no mission for reproduction (under any way, including the electronic one) of any mate-
British Medical Journal (BMJ 1994; 308: 39-41) e as linhas gerais COPE rela- rial which has been published in any other publication. Editorial Secretariat may pro-
tivas às boas práticas de publicação (www.publicationethics.org.uk) vide, if asked for, a draft of these letters.
Os trabalhos não devem ter mais de seis autores. A inclusão de mais nomes First author is responsible for assuring that all authors have seen, approved and
depende da aprovação pelos Editores considerada a justificação apresentada. to be in complete accordance to all information exposed in the paper.
O resultados de estudos multicêntricos devem ser apresentados, em relação “Revista Portuguesa de Cirurgia” follows authorship criteria proposed in the
à autoria, sob o nome do grupo de estudo organizador primário. Os Editores British Medical Journal (BMJ 1994; 308: 39-41) and the general COPE guide-
seguem os métodos de reconhecimento de contribuições para trabalhos publi- lines related with the good practice of publication (www.publicationethics.org.uk)
cados no Lancet 1995; 345: 668. Os Editores entendem que todos os autores que Any work shall not have more than six authors; to justify more names it is nec-
tenham uma associação periférica com o trabalho devem apenas ser menciona- essary to contact directly the Editors. Results of multicentric studies shall be presented
dos como tal (BJS - 2000; 87: 1284-1286). under the name of the primary group organizing the study. Methods for recognizing
Todo o material apresentado não será devolvido ao autor a menos que espe- contribution to papers have been proposed (Lancet 1995; 345: 668). The Editors are
cificamente pedido e justificado. of the view that those with a peripheral association with the work should simply be
Todos os documentos acima referidos devem ser enviados para: acknowledged (BJS- 2000; 87: 1284-1286). Submitted material still not he returned
Sociedade Portuguesa de Cirurgia to tile author, unless requested specifically.
a/c Editores da Revista Portuguesa de Cirurgia
R. Xavier Cordeiro, 30 Categories and Types of Papers
1000-296 Lisboa Editorials
It will be invited by the Editors. They are to be related with subjects and themes
Categorias e Tipos de Trabalhos of actuality and with important subjects published in the correspondent issue of
a) Editoriais “Revista Portuguesa de Cirurgia”. It should not exceed 1800 words.
Serão solicitados pelos Editores. Relacionar-se-ão com temas de actualidade Opinion and Revision Articles
e com temas importantes publicados nesse número da Revista. Não deverão exce- The Editors will directly invite Opinion and Revision Articles which shall be
der 1800 palavras. focused on topics of current interest.
b) e c) Artigos de Opinião e de Revisão Opinion articles will be, mainly, reflection papers on medical education, and on
Os Editores solicitarão directamente Artigos de Opinião e de Revisão que professional ethics or deontology, expressing opinions and presenting hypothesis or con-
deverão focar tópicos de interesse corrente. troversial solutions.
Os Artigos de Opinião serão, preferencialmente, artigos de reflexão sobre Revision articles will constitute monographs on actual subjects, recent advances,
educação médica, ética e deontologia médicas. concepts under rapid evolution or new technologies.
Os Artigos de Revisão constituirão monografias sobre temas actuais, avanços The Editors support and encourage the submission of Revision articles or meta-
recentes, conceitos em evolução rápida e novas tecnologias. analysis on interesting topics. Nevertheless, authors who may wish to submit non
Os Editores encorajam a apresentação de artigos de revisão ou meta-análises invited work which falls in these Categories shall contact the Editors, before the actual
sobre tópicos de interesse. Os trabalhos enviados e que não tenham sido solici- submission of work. These submissions may be given to peer review by the Editorial
tados aos seus autores serão submetidas a revisão externa pelo Corpo Editorial Board before being accepted and the Editors reserve the right to alter the style and of
antes de serem aceites, tendo os Editores o direito de modificar o estilo e exten- shortening the length of texts for publication.
são dos textos para publicação. These papers shall not exceed, respectively, 5400 and 6300 words; for each image,
Estes artigos não deverão exceder, respectivamente as 5400 e as 6300 pala- table or graphic included, please discount 200 words to this maximum limit.
vras; por cada imagem, tabela ou quadro incluído, devem ser retiradas 80 pala- Original Papers
vras a este valor máximo. They are original papers where research work is developed, as well as studies on
d) Artigos Originais specific pathologies or which, because of some clinical situations research is also done
São artigos inéditos referentes a trabalhos de investigação, casuística ou que, on causes, mechanisms, diagnose, evolution, prognosis, treatment or prevention of
a propósito de casos clínicos, tenham pesquisa sobre causas, mecanismos, diag- medical situations. These texts shall not exceed 6300 words; for each image, table or
nóstico, evolução, prognóstico, tratamento ou prevenção de doenças. O texto graphic included, please discount 200 words to this maximum limit.
não poderá exceder as 6300 palavras; por cada imagem, tabela ou quadro Controversies
incluído, devem ser retiradas 80 palavras a este valor máximo. Não se inclui para Its work produced by Editorial invitation. It will relate with subjects where no
este efeitos o título e o resumo. consensus exists and where opposed or markedly different positions exist as to how to
e) Controvérsias manage it. Two points of view will always be asked for, each covering one of the
São trabalhos elaborados a convite dos Editores. Relacionar-se-ão com temas opposed options. The text of each one of the authors shall not exceed 3600 words; for
em que não haja consensos e em que haja posições opostas ou marcadamente each image, table or graphic included, please discount 200 words to this maximum
diferentes quanto ao seu manuseamento. Serão sempre pedidos 2 pontos de vista, limit.

Instruções aos Autores


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defendendo opiniões opostas. O texto de cada um dos autores não deverá exce- This section maybe complemented by an editorial comment and reader’s com-
der as 3600 palavras; por cada imagem, tabela ou quadro incluído, devem ser ments will be received at the “Forum de Controvérsias” which will be published in
retiradas 80 palavras a este valor máximo. the next two issues. There will be a limit of 6 pages of the Journal for this Forum and,
Esta secção poderá ser complementada por um comentário editorial e rece- by this reason, the comments sent may have to be edited.
beremos comentários de leitores no “Forum de Controvérsias” que será publicado Clinical Cases
nos dois números seguintes. Haverá um limite de 4 páginas da Revista para este Relates of Clinical Cases, preferentially rare, didactic or on unusual forms of pres-
Forum, pelo que os comentários enviados poderão ter de ser editados. entation. It shall not exceed 1800 words, five references and two illustrations.
f) Casos Clínicos Introductory Notes
São relatos de Casos, de preferência raros, didácticos ou que constituam for- Brief communications, short research papers or casuistic or original clinical obser-
mas pouco usuais de apresentação. Não deverão exceder as 1800 palavras, duas vations, or description of technical innovations, where the highlight shall be on some
ilustrações e cinco referências. specific elements like clinical associations, preliminary results showing the important
g) Nota Prévia trend, reports on adverse actions or other relevant associations. It shall be all pre-
São comunicações breves, pequenos trabalhos de investigação, casuística ou sented in a brief style and not exceed 1300 words, five references and three illustra-
observações clínicas originais, ou descrição de inovações técnicas em que se pre- tions.
tenda realçar alguns elementos específicos, como associações clínicas, resultados Letters to the Editor
preliminares apontando as tendências importantes, relatórios de efeitos adversos Its existence is strongly stimulated by the Editors.
ou outras associações relevantes. Apresentadas de maneira breve, não deverão It shall contain, exclusively, scientific comments, comments or critical reflections
exceder as 1500 palavras, três ilustrações e cinco referências. about papers published in the Journal; it must be short and the Editors reserve the
h) Cartas ao Editor right to publish it, as well as the right to edit it for space reasons. In order to keep its
O seu envio é fortemente estimulado pelos Editores. actuality they shall be received at the secretariat up to a month after publication of
Devem conter exclusivamente comentários científicos ou reflexão crítica rela- the commented paper. These letters are limited to 900 words, a table/illustration
cionados com artigos publicados na Revista. Para manter a actualidade, devem and six bibliographic references. To the authors of the papers object of the comments
ser recebidas até um mês após a data da publicação do artigo em questão. São will be given identical conditions for answering.
limitadas a 900 palavras, um quadro/figura e seis referências bibliográficas. Os Images for Surgeons
Editores reservam-se o direito de publicação, bem como de a editar para melhor This section is reserved for publishing images (clinical, radiological., histologi-
inserção no espaço disponível. Aos autores dos artigos, que tenham sido objecto cal, surgical) related with surgical cases. The maximum amount of images and tables
de carta ou cartas aos editores, será dado o direito de resposta em moldes idên- is five. The images must be of very high quality and of didactical value. It must
ticos. accomplish the publishing criteria for images mentioned below (see 9. Images).
i) Imagens para Cirurgiões
Esta secção do destina-se à publicação de imagens (clínicas, radiológicas., Preparation of Manuscripts
histológicas, cirúrgicas) relacionadas com casos cirúrgicos. O número máximo de All submissions must have a title, be printed on one side of the page only, in sep-
figuras e quadros será de 5. As imagens deverão ser de muito boa qualidade téc- arate A4 format sheets, be two line spaced and have a 3cm. margin in all sides.
nica e de valor didático. Deverão cumprir os critérios apresentados abaixo refe- The “Revista Portuguesa de Cirurgia” follows the “Uniform Requirements for
rentes à aceitação de imagens para publicação (ver 9. Figuras). O texto que Manuscripts Submitted to Biomedical Journals”, elaborated by the International
poderá acompanhar as imagens deverá ser limitado a 300 palavras. Committee of Editors of Medical Journals (N Eng. J Mel 1991: 324:424-428), also
known as “Vancouver Rules”. To obtain the original text, now in its 5th edition, the
Preparação dos Manuscritos authors shall consult the New England Journal of Medicine (N Engl J Med 1997;
A Revista Portuguesa de Cirurgia segue as regras dos «Requisitos Uniformes 336:309-315), ask the text “Uniform Requirements for Manuscripts Submitted to
para Apresentação de Manuscritos a Revistas Biomédicas» elaborados pela Biomedical Journals”, to its Editor, at British Medical Journal, BMA House, Tavi-
Comissão Internacional de Editores de Revistas Médicas também conhecidos stock Square, London AVCl11 9111, or consult issue zero (0) of the “Revista”, where
por “Normas de Vancouver”, na sua 5ª Edição. this text is published. The most important points are summarized here:
Os pontos mais importantes destas normas estão sumariados a seguir: The Title Page has to present the complete title, the abridged title and names
Todas as submissões têm de ter um título, ser impressas apenas de um lado and working Institutions of all authors. Both the complete and abridged titles have
da folha, em folhas separadas de formato A4, espaçados a duas linhas e ter uma to be written in Portuguese and in English. A complete contact address, including e-
margem de 3cm em todos os contornos e escritas em fonte Arial e corpo 12. mail, telephone and fax, of the author responsible for contacts and reviews must be
Os trabalhos devem ser preparados, segundo a seguinte ordem, iniciando-se given. If applicable, indicate any sources of financial support.
cada item numa página separada: A Structured Abstract of up to 200 words must be supplied. This abstract must
1 . Página do título not include reference to other published papers. The Abstract must always have a ver-
2. Resumo (Sumário, Abstract) sion in Portuguese and a version in English. Background: explaining why the cur-
3. Introdução rent work has been done and what is its main purpose. Methods: describing patients,
4. Material e Métodos research material and any other method used. Must clearly identify the nature of the
5. Resultados study, for example: randomized clinical trial, retrospective review, experimental study.
6. Discussão Results: present the main findings, including important numerical values. Conclu-
7. Bibliografia sions: present the main conclusions but controversial or unexpected findings may be
8. Legendas mentioned. This is a concise abstract of the whole work and not only the conclusions
9. Figuras and it must be understood without referring to the whole work.
10. Quadros The main text of the paper may (shall) have separate sections of Introduction,
Todas as páginas devem ser numeradas no canto superior direito. A nume- Patients and Methods, and Discussion. A short paragraph of Acknowledgements
ração das referências, tabelas e quadros deve ser feita pela ordem de aparecimento can also be included. Please be sure that the text is precise and to the point and avoid
no texto. unnecessary repetitions.
1. Página do Título General Rules for Manuscript Preparation (general guidelines, summarised
Tem de apresentar o título completo, título abreviado e nomes e Instituições from “Uniform Requirements for Manuscripts Submitted to Biomedical Journals” –
de origem de todos os autores. Quer o título completo (máximo de 120 carac- if there are differences within rules mentioned in both texts, “Vancouver Rules” pre-
teres) quer o título abreviado (máximo de 40 caracteres) deverão ser apresenta- vail)
dos em português e em inglês. Deve conter o máximo de informações e o Papers must be prepared following this order, with each item starting in a new
mínimo de palavras. Não deve conter formulas, abreviaturas e interrogações. separate page:

Revista Portuguesa de Cirurgia


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Autores - Deve ser acompanhado do(s) nome(s) completo(s) do(s) autore(es), 1. Title page
com indicação das iniciais do(s) primeiro(s) nome(s) e do apelido, como será 2. Abstract
publicado, seguido dos títulos profissionais e do nome da instituição onde o tra- 3. Introduction
balho foi realizado. 4. Material and Methods
Autoria – conforme notado nos Requisitos Uniformes, “Todas as pessoas 5. Results
designadas como autores, devem ter-se qualificado para a Autoria. A ordem de 6. Discussion
alinhamento dos autores deve ser uma decisão conjunta de todos os co-autores. 7. References
Cada autor deve ter participado suficientemente no trabalho para poder assumir 8. Legends
responsabilidade pública pelo conteúdo. Os créditos de autoria devem-se basear 9. Figures
somente em contribuições substanciais para: (a) Concepção e desenho do estudo 10. Tables
ou análise e interpretação dos dados; (b) escrita do artigo ou a sua revisão crítica All pages must be numbered at its right upper corner. Reference, tables and image
para o seu conteúdo intelectual e (c) aprovação final da versão a ser enviada para numbering is to be done by the order it shows in the text.
publicação. As condições (a) (b) e (c) têm de existir. Cada parte do trabalho que 1. Title Page
seja crítica para as suas conclusões principais deve ser, pelo menos, da responsa- The title has to be in Portuguese and in English. It shall contain maximum infor-
bilidade de um dos autores. mation and minimum words.
Além disso, e cada vez mais, os ensaios multicêntricos são atribuídos a um It shall be concise, with abbreviations and with up to 120 characters. It may
autor institucional (ver referência feita atrás). Todos os membros do grupo que include a sub-title with a maximum of 40 characters. It shall not contain formulae,
são nomeados como autores, quer numa posição de autoria junto ao título, quer abbreviations or interrogations.
como nota, devem cumprir por inteiro os critérios de autoria definidos nos Authors – It shall contain the complete name(s) of the author(s), with indication
Requisitos Uniformes. Membros ou grupos que não cumpram estes critérios of the initial(s) of the first name(s) and of the surname as it will be published, fol-
devem ser mencionados, com a sua licença, nos agradecimentos ou no apên- lowed by the professional titles and the name of the Institution where the work was
dice”. (JAMA 1993;269:2282-6). done.
Em todos os trabalhos com mais de um autor, deverá haver referência à par- Authorship – as noted in “Uniform Requirements”, “All persons designated as
ticipação dos autores em cada uma das seguintes rubricas de concepção e elabo- authors should qualify for authorship, and all those who qualify should be listed.
ração (podendo cada um ser referido em mais de uma rubrica e sendo o número The order of authors in title listing must be a consensual decision of all co-authors.
de rubricas a assinalar dependente da estrutura de cada trabalho): 1 – Concep- Each author should have participated sufficiently in the work to take public respon-
ção e desenho do trabalho; 2 – Aquisição de dados; 3 – Análise e Interpretação sibility for appropriate portions of the content. Authorship credit should be based on
dos dados; 4 – Elaboração do Manuscrito; 5 – Revisão Científica; 6 – Revisão 1) substantial contributions to conception and design, or acquisition of data, or analy-
Crítica; 7 – Análise e Revisão dos dados Estatísticos; 8 – Pesquisas Bibliográfi- sis and interpretation of data; 2) drafting the article or revising it critically for impor-
cas; 9 – Estudos Clínicos; 10 – Obtenção de Fundos e Bolsas; 11 – Supervisão tant intellectual content; and 3) final approval of the version to be published. Authors
do Trabalho should meet conditions 1, 2, and 3.
Patrocínios e apoios – deverão ser referidas todas as entidades que patroci- Each author should have participated sufficiently in the work to take public
naram o trabalho, as fontes de suporte financeiro (apoios directos e/ou Bolsas) responsibility for appropriate portions of the content. Besides, increasingly, multicen-
e eventuais conflitos de interesses. tric trials are attributed to na instituttional author. All members of the group who
Autor responsável pelos contactos – deve estar referido o nome, endereço, are mentioned as authors, either in na authorship position next to the Title, or as in
telefone e e-mail do autor a quem deve ser enviada a correspondência. a note, must fully accomplish authorship criteria as defined in th Unifor Require-
2. Resumo ments. Members or groups which do not fulfill these criteria shall be mentioned, with
Os resumos são redigidos em Português e Inglês não devendo ultrapassar as their consent, in the acknowledgements or in the appendix”. (JAMA 1993;269:2282-
200 palavras no caso de trabalhos originais e as 120 se se tratar de caso clínico. 6).
Os resumos (abstracts) não devem conter abreviaturas, referências ou notas em In consequence, in all papers having more than one author, it must exist a ref-
rodapé e devem ser organizados segundo os seguintes items: erence to the participation of the authors in each of the following items of concep-
Introdução, explicando porque foi efectuado o corrente trabalho e (Objec- tion and elaboration (it is possible for each to be mentioned in more than one item
tivos) qual o seu propósito principal e as suas bases de concepção. and the number of items mentioned depends on the structure of each work): 1 –
Métodos, descrevendo os doentes, material de laboratório e outros métodos Conception and design of the paper; 2 – Acquisition of data; 3 – Analysis and
usados. Deve-se aqui identificar claramente a natureza do estudo, por exemplo: interpretation of data; 4 – Elaboration of the Manuscript; 5 – Scientific review;
ensaio clínico randomizado, revisão retrospectiva, estudo experimental. 6 – Critical review; 7 – Analysis and review of Statistical data; 8 – Bibliographic
Resultados, apresentando os achados principais, incluindo valores numéri- search; 9 – Clinical studies; 10 – Sponsorship and grants acquisition; 11 – Paper
cos importantes. supervision.
Conclusões, apresentando as conclusões principais mas podendo ser men- Sponsorship and support – All entities sponsoring the work must be mentioned.
cionadas observações controversas ou inesperadas. Author responsible for contacts – his(hers) name, address, phone number, fax and
Deve ser um sumário conciso de todo o trabalho e não somente das suas con- e-mail address must be mentioned.
clusões permitindo a sua compreensão sem ser necessário ler todo o trabalho. 2. Abstract
Serão seguidos de 3 a 7 palavras-chave, seguindo o MeSH (Medical Subject Abstracts are to be written in Portuguese and in English, not exceeding 200 words
Headings) do Index Medicus, em português e em inglês, para descrição do tra- in case of original papers and 120 if it is a clinical case. Abstracts must be organised
balho para indexação. according to the following items: Introduction, Objectives, Methods, Results and Con-
3. Introdução, 4. Material e Métodos, 5. Resultados e 6. Discussão clusions. It must include the objectives of the study or research, mention it6s basis of
O texto deve ser preciso e conciso, evitando-se repetições desnecessárias. conception, main results and conclusions, and the most relevant aspects of the find-
Deve incluir referência a aprovação da Comissão de Ética da Instituição e aos ings maybe mentioned. It shall not contain abbreviations, references or footnotes.
métodos estatísticos utilizados. Quando sejam mencionados materiais especí- It will be followed by 3 to 7 key-words, according to MeSH (Medical Subject
ficos, equipamentos ou medicamentos comerciais, deve ser mencionado entre Headings) from Index Medicus, in Portuguese and in English, describing the paper
parêntesis o nome curto e o endereço do fabricante. Todos os fármacos devem for indexing.
ser referidos pelo seu nome genérico, sendo eventuais referências a nomes 3, 4, 5 and 6.Text
comerciais, acompanhadas do nome, cidade e país do fabricante, feitas em Must not exceed 6300 words (for each image, table or graphic included, please
rodapé. discount 200 words to this maximum limit) in original papers, and 1800 words, five
As abreviaturas, que são desaconselhadas, devem ser especificadas na sua pri- references and two illustrations, in Clinical cases. It must include a reference to the
meira utilização e usadas depois consistentemente. Os parâmetros utilizados approval by the Ethical Committee of the Institution and to the statistical methods

Instruções aos Autores


60
devem ser expressos em Unidades Internacionais, com indicação dos valores nor- used. When specific material, equipments or commercial drugs, its short name and
mais. A identificação das figuras deverá ser feita em numeração árabe e a dos the name of the maker is to be mentioned in brackets. All drugs are to be referred by
quadros em numeração romana. its generic name and references to the commercial name are to be followed by the
O texto principal do trabalho deve ter secções separadas de Introdução, name, city and country of the maker, as a footnote.
Material e Métodos, Resultados e Discussão. Abbreviations are not recommended but, when used have to be specified at its first
Um curto parágrafo de Agradecimentos também pode ser incluído, antes da inclusion and used consistently afterwards. Any parameters used are to be shown as
Bibliografia; só deve ser mencionado quem contribui directamente para o artigo. International Units with indication of the normal values. Identification of images
7. Bibliografia is to be done in Arabic numbering and tables in roman numbering.
Deve ser referenciada em numeração árabe, por ordem de aparecimento no 7. Bibliography
texto. Nos artigos originais ou de revisão não há limite pré-estabelecido de refe- Must be referenced in arabic numbering, by the order it shows within the text.
rências. Nos casos clínicos não devem ultrapassar as 5. As referências de comu- In original or revision papers there is no limit to the number of references. Clinical
nicações pessoais e de dados não publicados serão feitas directamente no texto, cases shall not have more than 15. References to personal communications or of non
não sendo numeradas. Deverão ser feitas utilizando as abreviaturas do Index published data are made directly in the text and non numbered. It shall be made
Medicus. using abbreviations from Index Medicus.
Escreva as referências a duplo espaço no estilo Vancouver (usando números 8. Legends
em superscript e apresentando uma lista completa das referências no final do Shall be two spaced typed in separate sheets numbered in sequence (one sheet for
trabalho, pela ordem em que aparecem no texto). Citações online devem incluir each legend). Legends are to numbered in arabic numbers by the sequence of appear-
a data de acesso. Use o Index Medicus para os nomes dos jornais científicos. ance in the text, and shall give information enough to allow the understanding of the
Comunicações pessoais e Dados não publicados não serão incluídos como refe- image without the need to consult the text. All symbols (arrows, letters, ...) and abbre-
rências; esta informação é para ser incluída no próprio texto com a indicação viations existing in the image have to clearly explained in the legend.
apropriada: (A. autor, dados não publicados) ou (B. Autor, comunicação pes- 9. Figures
soal); estes elementos só devem ser usados se houver autorização. All figures, images and photographies are to be sent in four sets in black and white
As Referências devem ser apresentadas de acordo com o estabelecido no photos – or in colours considering the note shown below – (10x15 ou 12x18), non
“Uniform Requirements for Manuscripts Submitted to Biomedical Journals” mounted and in glossy paper, or in good quality laser printer. For the section Images
8. Legendas for Surgeons the size of images can go up to 18x24 cm.
Devem ser dactilografadas a dois espaços em folhas separadas e numeradas em It must be well drawn, with printing or photography of high quality, numbered
sequência (uma página para cada legenda). As legendas devem ser numeradas by the order of appearance in the text in arabic numbers. Illustrations, drawn pro-
em algarismos árabes pela sequência da citação no texto, e fornecerem a infor- fessionally or semi-professionally have to be sent under its original condition as na
mação suficiente para permitir a interpretação da figura sem necessidade de con- Indian ink original and not as a photocopy.
sulta do texto. Todos os símbolos (setas, letras, etc.) e abreviaturas existentes Radiographies, microphotographies or similar images must be sent non mounted
devem ser claramente explicadas na legenda. A numeração tem de corresponder as glossy printed images, original slides or negatives and microphotografies shall have
à das figuras a que se referem. the indication of the magnification and of the colouring used.
9. Figuras Its identification is to be done by the number and title of the figure and by the
Todas as figuras, imagens e fotografias devem ser enviadas em quadriplicado initials and name of the first author written in a label aposed in the back which has
em fotografia a preto e branco – ou a cores considerando a nota abaixo – (10x14 also to include, clearly, na indication as to which is the upper part of the image.
ou 12x18), não montadas e em papel brilhante, ou em impressão a impressora Letters and symbols showing in the figures are not accepted if written; symbols and
laser. Para a secção Imagens para Cirurgiões as imagens poderão ir até 18x24 letters used are to be made by mechanic or other professional lettering means and
cm. have to be legible after 50% reduction.
Têm de ser bem desenhadas, com boa impressão ou como fotografia de ele- Figures shall be white in dark background and/or black on light background.
vada qualidade, numeradas segundo a ordem de apresentação no texto em alga- Colour photographs shall be sent as printed paper; alternatively they can be sent in
rismos árabes. As ilustrações desenhadas profissional ou semi-profissionalmente electronic format, as long as scanned as high definition (see below)
devem ser enviadas sob a sua forma original de desenho a tinta da China, não se Images which show patients or individuals whom can be identified through the
aceitando fotocópias. original image have to be electronically treated so that all parts allowing identifica-
Radiografias, microfotografias e imagens similares devem ser apresentadas tion are covered, keeping in view the area with clinical importance. If it is necessary
não montadas na forma de imagens impressas brilhantes, transparências originais to use the image which allows identification, it is necessary to be sent in togetherness
ou negativos e, nas microfotografias, indique o valor do aumento bem como as with the image(s), a written permission of the patient or his/her legal representative,
colorações usadas. authorising publication.
A sua identificação será feita através do número e do título da figura e das ini- All survival curves are to be accompanied by a table, showing the actual num-
ciais e nome do primeiro autor escritos num autocolante colocado no verso, que ber of patients at risk in each temporal point. Any table or illustration reproduced
deverá ainda conter sinalização clara indicando qual a sua parte superior. from a published work has to have clear and complete indication of the original
As letras e símbolos que apareçam nas figuras não poderão ser manuscritas source and the authors have to provide the appropriate document of authorization for
(utilizar de preferência símbolos/letras desenhadas a escantilhão, decalcadas ou using it (see below).
mecanicamente impressas), devendo ser legíveis após eventual diminuição das Colour photos may be published at author’s expenses if they think they are essen-
dimensões da figura em 50%. tial for the work. Na estimate of costs will be sent to the author(s) before printing.
As figuras deverão ser brancas em fundos escuros e/ou negras em fundos cla- Black and white graphics computer generated and printed in high quality laser
ros. As fotografias a cores devem ser enviadas impressas em papel; em alternativa, printers may, under certain conditions, be used for publication. The decision on its
poderão ser enviadas em suporte electrónico, desde que digitalizadas em alta used will be on the Editors and on the Printing company. Any image inappropriate
definição (ver em baixo). for publication or not following the above rules will de sent back for revision, to be
As fotografias que mostrem doentes ou indivíduos que possam ser identifi- re-sent to the Editors within 2 weeks.
cados pela imagem original devem ser objecto de tratamento informático que 10. Graphics and Tables
cubra de forma eficaz as partes que permitam a identificação, mantendo a visão Shall be sent in sets of four and in the text it shall be indicated where the Graph-
da zona de imagem com interesse científico. Se for necessária a imagem identi- ics are to be inserted. Each graphic shall be sent in a separate sheet and in its origi-
ficando o doente é preciso que seja enviado em conjunto com a(s) imagem(ns) nal dimension. Shall be double space typed, with na informative title in its upper part
uma autorização, por escrito, do próprio doente ou do seu representante, auto- and numbered in roman numbers by its order of appearance in thext. In the lower
rizando a publicação. part it must include an explanation for the abreviations used and other information
Qualquer tabela ou ilustração reproduzida de um trabalho publicado deve (statiscical signifance, …). All abreviations have to be explicited and the footnotes to

Revista Portuguesa de Cirurgia


61
indicar por completo qual a fonte original e os autores devem fornecer o docu- the tables indicated by superscript lowercase letters. The footnote shall include refer-
mento apropriado de autorização de uso (ver abaixo) ence to any previous publication of the graphic or table.
Gráficos a preto e branco gerados em computador e impressos em impres- Vertical separation lines are to be avoided and horizontal ones shall be limited
soras laser de alta qualidade podem ser usados para publicação. A decisão técnica to titles and sub-titles. Graphics and tables are to improve information and not to
da sua possível utilização será feita pelos Editores ouvida a Empresa Gráfica. duplicate it; data shown in tables shall not be repeated in graphics.
Todas as figuras inapropriadas para publicação ou não seguindo estas regras serão
devolvidas para revisão e re-envio em tempo útil de 2 semanas, no caso de o Acknowledgements
artigo ter sido aceite para publicação. To be included at the end of the text, before References. Acknowledgements are to
O número de imagens a cores, em cada, número da Revista, é condicionado, de done only to persons who have directly contributed, scientifically or technically, to
por razões técnicas. Conforme as limitações, os autores serão contactados para the paper.
avaliar as necessidades e a melhor oportunidade de publicação.
10. Quadros e Tabelas Statistics
Devem ser enviados e devidamente assinalados no texto os locais onde os Authors are responsible for the accuracy of their reports, including all statistical
quadros devem ser inseridos. Cada quadro constará numa folha separada e deve calculations and drug doses.
ser enviado na dimensão original. Serão dactilografados a espaço duplo. Terão um In evaluating a manuscript the Editors and statistical referees will consider the
título informativo na parte superior e serão numerados com algarismos romanos design of the study, the presentation and analysis of data, and interpretation of results.
pela ordem de aparição no texto. Na parte inferior colocar-se-á a explicação das Design: set out the objectives of the study clearly, identify the primary' and sec-
abreviaturas utilizadas e informativas (abreviaturas, significado estatístico,etc). ondary hypotheses, the chosen end-points and justify sample size.
Todas as abreviaturas devem ser explicitadas e as notas de rodapé às tabelas indi- Presentation: whenever possible use graphical representation to illustrate the main
cadas com letras minúsculas em superscript. A nota de rodapé deverá ter indica- findings of a study. The use of standard deviation and standard error should be clearly
ção de publicação prévia da tabela. distinguished and presented in brackets after the mean values.
Deve evitar-se as linhas de separação verticais e limitar a utilização das hori- Analysis: clearly describe methods used for each analysis. Methods not in com-
zontais aos títulos e subtítulos. Os quadros devem sublinhar e melhorar a infor- mon usage should he referenced. Report results of statistical tests by stating value of
mação e não duplicá-la; os dados apresentados em tabelas não devem ser repeti- the test statistic, the number of degrees of freedom , and P value to three decimal
dos em gráficos. places. The results of primary analyses should he reported using confidence intervals
instead of, or in addition to, P values.
Estatística
Os autores são responsáveis pela exactidão das suas afirmações, incluindo Reference Style:
todos os cálculos estatísticos e doses de medicamentos. Type the references in double spacing in the Vancouver style (using superscript
Ao avaliar um manuscrito, os Editores e os revisores irão considerar o dese- numbers and listing full references at the end of the paper in the order in which they
nho do estudo, a apresentação e a análise dos dados e a interpretação dos resul- appear in the text). Online citations should include date of access. Use Index Medicus
tados. for journal names. If necessary, cite personal communications and unpublished work
Todas as curvas de sobrevida devem ser acompanhadas por uma tabela indi- in the text but do not include in the reference list. In the text it shall have the appro-
cando o número actual de doentes em risco em cada ponto temporal. priate indication: (A. author, unpublished data) or (B. author, personal communi-
Desenho: os objectivos e tipo (prospectivo, retrospectivo, aleatório, ...) do cation); these elements are to be used only with the appropriate permission.
estudo devem ser claros, as hipóteses primárias e secundárias identificadas, os References should be listed in the following style (it’s only examples; verify details
pontos de avaliação (end-points) escolhidos e a dimensão da amostra justificada. in “Uniform Requirements for Manuscripts Submitted to Biomedical Journals”) :
Apresentação: sempre que possível, deve ser usada representação gráfica para Journal - Koreth J, Bakkenist CJ, McGee JO’D. Chromosomes, 11q and cancer:
ilustrar os principais resultados do estudo. O uso do desvio padrão e do erro a review. J Pathol 1999; 187: 28-38.
padrão deve ser claramente demonstrado e apresentado entre parentesis depois Book - Sadler TW. Langnman’s Medical Embriology (5th edn). Williams &
dos valores médios. Wilkins: Baltimore, 1985; 224-226
Análise: os métodos usados para cada análise devem ser descritos. Métodos Book chapter - Desmet VJ, Caller F. Cholestatic syndromes of infancy and child-
que não sejam de uso comum devem ser referenciados. Os resultados de testes hood. In Hepatology: A Text Book of Liver Disease, Zakim D, Boyer TD (eds), vol
estatísticos mostrando o valor desse teste, o número de graus de liberdade e o 2. W.B. Saunders: Philadelphia, 1990; 1355-1395.
valor P até à terceira casa decimal devem ser relatados. Os resultados das análi- Website - The Oncology Website: http://www.mit.com/oncology/[24 April 1999].
ses primárias deve ser apresentados usando intervalos de confiança em vez de, ou
além de, valores de P. Ethics
All work submitted must comply with ethical recommendations of the Helsinki
Ética Declaration and with International rules of animal protection. Material relating to
Todos os trabalhos apresentados devem estar conformes com as recomenda- human investigation and animal experiments must comply with standards in the
ções éticas da declaração de Helsínquia e as normas internacionais de protecção country of origin and be approved by local ethics committees if applicable. Written
ao animal. Material que esteja relacionado com investigação humana e experi- consent must he obtained front the patient, legal guardian, or executor for publica-
mentação animal deve estar também de acordo com os padrões do país de ori- tion of any written details or photographs that might identify that individual. Sub-
gem e ter sido aprovado pelas comissões locais de ética, se fôr esse o caso de apli- mit evidence of such consent with the manuscript.
cação. Consentimentos informados por escrito devem ser obtidos, dos doentes,
responsáveis legais ou executores, para publicação de quaisquer detalhes escritos Reviewing and Analysing submitted work
ou fotografias que possam identificar o indivíduo. Este consentimento deve ser The copies provided with submitted work will be sent, anonymously, to 3
apresentado juntamente com o manuscrito. reviewers, also anonymous, chosen by the Editors, who will receive the papers under
“confidential information”; whenever possible it will also be “erased” by the Edi-
Revisão e Análise dos Trabalhos tors any references in the work which may identify the authors, not changing any
As cópias dos trabalhos enviados com o pedido de publicação serão enviadas, of the sense or statements of it. Only submitted papers fulfilling all editorial rules
de forma anónima, a 3 revisores, também anónimos, escolhidos pelos Editores will be considered for this acceptance revision. Any work nor fulfilling the rules
e que receberão os artigos sob a forma de “informação confidencial”, sendo, na will be re-sent to the authors with this information. Paper reviewing is done under
medida do possível, “apagadas” electronicamente do texto referências que pos- the same rules for all, within specified timings. The author responsible for contacts
sam identificar os autores do trabalho, não alterando o sentido do mesmo. will be notified of Editor’s decision. For publication only papers fulfilling men-
Somente os trabalhos que cumpram todas as regras editoriais serão considerados tioned criteria will be considered. These criteria will checked initially, by Review-

Instruções aos Autores


62
para revisão. Todos os trabalhos que não cumpram as regras serão devolvidos aos ers acceptance and by the inclusion of changes eventually proposed by Reviewers or
autores com indicação da(s) omissão(ões). A apreciação dos trabalhos é feita Editors (authors will be given 6 weeks to introduce these changes). If the changes
segundo regras idênticas para todos e dentro de prazos claramente estipulados. are not accepted by the authors the paper will not be published. Before publication
O autor responsável pelos contactos será notificado da decisão dos Editores. final typographical proofs will be sent to the author responsible for contacts and the
Somente serão aceites para publicação os trabalhos que cumpram os critérios author(s) will have 1 week for re-sending it with revision and eventual corrections
mencionados, seja inicialmente, por aceitação dos Revisores, seja após a intro- (only typographical and not of content). It is necessary to verify carefully text, tables,
dução das eventuais modificações propostas (os autores dispõe de um prazo de graphics, images, legends and references. Non typographical corrections will repre-
6 semanas para estas alterações). Caso estas modificações não sejam aceites o tra- sent a delay in publication and an eventual re-review of the paper. If the paper is
balho não será aceite para publicação. not re-sent within the established time, it will be published as the Proofs are, under
Antes da publicação, as provas tipográficas finais serão enviadas ao autor res- responsibility of the author(s), implicating author’s acceptance of the proofs done
ponsável pelos contactos que disporá de 1 semana para as enviar com revisão e by the “Revista” secretariat.
correcção (de forma tipográfica e não de conteúdo). Correcções não tipográfi-
cas implicarão um atraso na publicação e uma eventual re-avaliação do traba- Copyright
lho. Se o trabalho não for enviado dentro do prazo estabelecido, será publicado To enable the publisher to disseminate the author's work to the fullest extent,
conforme as Provas, sob a responsabilidade dos autores, implicando a aceitação the author(s) must sign a Copyright Transfer Agreement, transferring copyright in
pelos autores da revisão das provas efectuada pelos serviços da Revista. the article from the author(s) to Sociedade Portuguesa de Cirurgia, and submit
the original signed agreement with the article presented for publication. A copy of
Direitos de Propriedade do Artigo (Copyright) the agreement form to be used will be e-mailed to you upon our receipt of your
Para permitir ao editor a disseminação do trabalho do(s) autor(es) na sua manuscript.
maxima extensão, o(s) autor(es) terá(ão) de assinar uma Declaração de Cedên- If the article contains extracts (including illustrations) from, or is based in whole
cia dos Direitos de Propriedade (Copyright). O acordo de transferência, (Trans- or in part on other copyright works (including, for the avoidance of doubt, material
fer Agreement), transfere a propriedade do artigo do(s) autor(es) para a Sociedade from online or intranet sources), the author must obtain from the owners of the respec-
Portuguesa de Cirurgia e entregar esse acordo original assinado, juntamente com tive copyrights written permission to reproduce those extracts in the article in all ter-
o artigo apresentado para publicação. Uma cópia-modelo deste acordo para ser ritories and editions and in all media of expression and languages. All necessary per-
preenchido e asinado ser-lhe-á enviado por e-mail quando fôr recebido o manus- mission forms must he submitted to the publisher on delivery of the article.
crito.
Se o artigo contiver extractos (incluindo ilustrações) de, ou for baseado no Permissions
todo ou em parte em outros trabalhos com copyright (incluindo, para evitar If any image, scheme, graphic or table has been previously published under con-
dúvidas, material de fontes online ou de intranet), o(s) autor(es) tem(êm) de ditions of being under any copyright, or if there is any extensive reproduction of text
obter dos proprietários dos respectivos copyrights autorização escrita para repro- in the same situation, the author(s) must obtain a written authorization for publi-
dução desses extractos do(s) artigo(s) em todos os territórios e edições e em todos cation from the owners of the copyright (generally it is the Editor and not the origi-
os meios de expressão e línguas. Todas os formulários de autorização devem ser nal author). Authorship credits of image have to be included in the legend or as a foot-
fornecidos aos editores quando da entrega do artigo. note of a table. Permission letters have to be sent in togetherness with the material to
which they relate. If there are any costs related with the permission or with re-publi-
Pedido de Publicação por E-mail cation, these will be responsibility of the author(s).
O manuscrito completo pode ser enviado, por e-mail como um ficheiro
único Word, acompanhado por uma carta de pedido de publicação para o Edi- E-mail submission
tor em http://revista.spcir.com. Se o manuscrito for aceite para revisão será neces- Send your complete manuscript by e-mail, as a simple Word or PDF file, with the
sário, o posterior envio de toda a documentação e texto sob forma física. covering letter for publication, to the Editor at http://revista.spcir.com. If you need fur-
ther information, contact Editorial secretariat the same way. Note that if the man-
Apresentação Electrónica uscript is accepted for reviewing it will be necessary, later, to send all printed docu-
A cópia electrónica do manuscrito final, revisto, deve ser enviada ao Editor, mentation and text.
em conjunto com a cópia final em papel. Deve ser mencionado o tipo de pro-
grama de software utilizado, a sua versão, o título do trabalho, o nome do autor Electronic Submission
e o nome da Revista. Podem ser utilizados os programas de processamento de
texto mais comuns mas é recomendado o uso do programa Word. Além do An electronic copy of the reviewed final manuscript, has to be sent to the Edi-
ficheiro com a versão do processador de texto, deverá vir uma outra versão em tor, at the same time of the sending of the final, printed, copy. This file is to be
RTF (Rich Text Format). Os ficheiros de RTF, processador de texto e o manus- formatted for Windows or Mac. The type of software programme used, its version, the
crito impresso têm de ser absolutamente idênticos no seu conteúdo. title of the paper, the name of the author and the name of the “Revista”. The more
O suporte deve ter a seguinte informação bem visível: Revista Portuguesa de common word processors may be used but it is recommended to use Word. Besides the
Cirurgia / Título abreviado do Trabalho / Nome do primeiro Autor / Sistema file with the version of the word processor, another file in RTF (Rich Text Format)
Operativo/ Programa de processamento de texto e versão / Programa de desenho must accompany the first one. The RTF file, the word processor file and the printed
das gravuras e esquemas, e sua versão / Programa de Processamento de Imagem paper must be absolutely identical in contents.
e sua versão / Formato de compressão (se for necessário – ainda que não reco- The electronic support must have clearly visible the following information: Revista
mendado – zip, rar, ...) Portuguesa de Cirurgia / Abridged title of the paper / Name of the first author /
A extensão do ficheiro dada pelo programa de software não deve ser alterada. Operative system (Windows or Mac) / Word processor and its version / Drawing pro-
No suporte electrónico, não devem vir mais ficheiros do que os relacionados gramme and its version / Image processing programme and its version / Compression
com o trabalho. O ficheiro electrónico de texto não deve conter formatação espe- format (if necessary – not recommended – zip, rar, ...)
cial, e deve ser escrito sem tabulações, quebra de páginas, notas de cabeçalho ou Do not change the file extension attributed by the software programme.
de rodapé ou fonte especial (usar Arial 12). A função de paginação automática In the electronic support no more files must exist, than the ones related with the
para colocar a numeração nas páginas deve ser usada. É necessária atenção ao submitted work. The text electronic file shall not contain any special formatting and
uso de 1(um) e l(letra L) bem como de 0(zero) e O(letra O). O sinal - (menos) shall be written without tabulations, page breaks, head or footnotes or any special font
deverá ser representado como um hífen precedido de espaço. Se houver no texto (use Arial 12). Use automatic page numbering function to number pages. It is nec-
caracteres não convencionais (letras gregas ou símbolos matemáticos) é necessá- essary to pay attention to the use of 1 (one) and l (L letter), as well as of 0 (zero) and
ria atenção ao seu uso consistente e é necessário enviar separadamente a lista des- O (letter O). Minus signal (-) shall be used as an hyphen preceded by a space. If there
ses caracteres. are any unconventional characters within the text (greek letters or mathematical sym-

Revista Portuguesa de Cirurgia


63
Só em caso excepcional deverá o ficheiro vir sob forma comprimida (zip, rar, bols) it is necessary attention for its consistent use and it is also necessary to send sep-
winzip) e deverá ser feita menção específica a essa situação. arately a list with those characters.
Se for usado o Word deve ser utilizada a função própria de tabelas para cons- Only exceptionally the file shall come under a compressed format (zip, rar,
truir as tabelas que sejam necessárias. winzip) and a specific mention to that must be made.
Cada imagem deve ser guardada como um ficheiro separado nos formatos If you use Word, use its own table function to build any table in the paper.
TIFF ou EPS e incluir também o ficheiro de origem. Deve ser mencionado o Each image must be saved as a separate file in formats TIFF or EPS and the
nome do programa de software, e sua versão, usado para criar estes ficheiros; a original file must also be included. The name and version of the software programme
preferência vai para programas de ilustração e não para ferramentas como o Excel used to create these files shall be mentioned. Preference goes to illustration programmes
ou o PowerPoint. and not for tools like Excel or PowerPoint.
As imagens devem também ser enviadas em forma física que será considerada Images must also be sent as a physical print which will be considered its final
como a final. form.
a) Imagens/Ilustrações em Meios Tons Images/Illustrations in Half Tones
Estas imagens devem ser guardadas como RGB (8 bits por canal) em for- Store coloured halftones as RGB (8 bit per channel) in TIFF format. Do not use
mato TIFF. O modo cor não deve ser utilizado se as ilustrações vão ser repro- colour mode if an illustration is to be reproduced in black and white, as definition
duzidas em preto e branco uma vez que a definição de perde com a conversão da is lost in the conversion of colors into gray tones.
cor em tons de cinzento. Suitable image processing programs: Photoshop,Picture Publisher, Photo Paint,
Programas adequados: Photoshop, Picture Publisher, Photo Paint, Paint Paint Shop Pro.
Shop Pro. Vector graphics
b) Gráficos Vectoriais Vector graphics exported from a drawing program should be stored in EPS for-
Estes gráficos quando exportados de um programa de desenho devem ser mat. Fonts used in the graphics must be included (command: "Convert text objects
guardados no formato EPS. As fontes usadas nos gráficos devem ser incluídas [fonts] to path outlines").
(com o comando: "Convert text objects [fonts] to path outlines"). Please do not draw with hairlines. The minimum line width is 0.2 mm (i.e.,
Não devem ser realizados desenhos com linhas muito finas. A espessura 0.567 pt) measured at the final scale. Suitable drawing programs: Freehand, Illus-
mínima de linha é de 0.2 mm (i.e., 0.567 pt) quando medida na escala final. trator, Corel Draw, Designer.
Programas adequados: Freehand, Illustrator, Corel Draw, Designer. Spreadsheet graphics
c) Gráficos elaborados por folhas de cálculo: Podem ser aceites, por vezes, The use of presentation programs (Excel, Power Point, Freelance) is only some-
gráficos exportados para EPS por programas como o Excel, o PowerPoint ou o times acceptable , as not all programs support export by EPS. Use patterns instead of
Freelance. Devem ser usados padrões e não cores para o preenchimento dos grá- colours to fill spreadsheet graphics, as monotone reproduction merges colours into gray
ficos já que as cores se mesclam com os tons de cinzento. tones.
As legendas das figuras e das tabelas devem ser colocadas no fim do manuscrito. Position any figure legends or tables at the end of the manuscript.

DIGITALIZAÇÃO SCANS

Original Modo de Digitalização Resolução Final Formato Original Scan mode Final resolution Format
Ilustração a cores RGB (24 bit) 300 dpi TIFF Colour illustration RGB (24 bit) 300 dpi TIFF
(foto ou diapositivo) (photo/transparency)

Ilustração a uma cor Escala de cinzento (8 bit) 300 dpi TIFF Monotone illustration Gray scale (8 bit) 300 dpi TIFF
(foto ou diapositivo) (photo/transparency)

Figura com linhas Linhas 800-1200 dpi EPS Black/white figure Line 800-1200 dpi EPS
A preto e branco

O original deve ser verificado, após ajuste de dimensão (redução ou amplia- Please check that your original, after scaling, has the resolution values in the
ção), se tem, pelo menos, os valores de resolução da tabela acima. Só se assim for table; only then will the print quality of the scan be sufficient. If in doubt, send us
é que a qualidade de impressão da imagem digitalizada será suficiente. your originals.

Outra informação Other information


Serão fornecidas, gratuitamente, ao autor indicado, 25 separatas dos traba- 25 complimentary off prints of papers accepted for publication will be sent to the
lhos aceites para publicação, salvo informação contrária. Mais separatas ou exem- named contact author, unless another instruction is given. More off prints or full
plares da Revista podem ser encomendados a custo que será definido conforme issues of the Journal can be ordered at a cost to be defined depending on the number
o número de separatas pretendido e que deverá ser indicado antes da publicação, of off prints pretended. These instructions shall be given to the secretariat, just before
quando do re-envio das provas tipográficas corrigidas. publication, when the final corrected typographical proofs are sent back.
Nota: Os modelos de cartas, critérios de autoria, declaração de Helsínquia, Drafts of letters, authorship criteria, Helsinki Declaration, “Uniform Require-
os “Uniform Requirements for Manuscripts Submitted to Biomedical Journals” ments for Manuscripts Submitted to Biomedical Journals” and other texts above men-
e outros textos acima mencionados estarão disponíveis para consulta e descarre- tioned will be available for consultation and download at the “Revista Portuguesa de
gamento no site da Revista Portuguesa de Cirurgia, http://revista.spcir.com. Cirurgia” site, at http://revista.spcir.com

Instruções aos Autores


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