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PUC

DEPARTAMENTO DE DIREITO

Juizado Especial Civil


Justiça Disponível, Célere e Eficiente
por

DILÃNARTE FERNANDES DE OLIVEIRA

2018.1

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO

RUA MARQUÊS DE SÃO VICENTE, 225 - CEP 22453-900

RIO DE JANEIRO - BRASIL


Juizado Especial Civil
Justiça Disponível, Célere e Eficiente
por

DILÃNARTE FERNANDES DE OLIVEIRA

Pesquisa apresentada ao professor


Adriano Barcelos do Departamento de
Direito da Pontifícia Universidade
Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)
para a obtenção de grau G1 na
disciplina eletiva Juizados Especiais –
turma 2HA

2018.1
SUMÁRIO
Resumo ............................................................................................................... 04

1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 05

2. Dos Princípios ........................................................................................... 06

2.1. Princípio da Oralidade ............................................................................... 06


2.2. Princípio da Simplicidade .................................................................................... 08

2.2.1. Da Complexidade das Causas nos Juizados Especiais Cíveis ................. 09

2.3. Princípio da Informalidade ................................................................................... 11

2.4. Princípio da Economia Processual ...................................................................... 12

2.5. Princípio da Celeridade ....................................................................................... 13

2.6 Conciliação .......................................................................................................... 15


3. Das Partes ........................................................................................................... 18
4. Do Pedido e da Contestação nos Juizados Especiais Cíveis ............................. 19
4.2. Do Pedido ............................................................................................................ 19
4.2. Da Contestação ................................................................................................... 20
5. Dos Juízes e Conciliadores ................................................................................. 22
6. CONCLUSÃO ...................................................................................................... 23
7. BIBLIOGRAFIA .................................................................................................... 24
RESUMO

A criação dos Juizados Especiais Cíveis pela Lei


9.099/95 disponibilizou a justiça, principalmente e
especialmente, para os hipossuficientes. A Lei,
também, mostrou que com o esforço dos agentes da
justiça é possível ter uma justiça célere e eficiente,
que alcança resultados possíveis e palpáveis.
1. Introdução

A Lei 9.099/95 criou os Juizados Especiais Cíveis com uma dinâmica


funcional cujas engrenagens são formadas por princípios expressos e outros
intrínsecos que se conectam e que dão funcionamento eficaz aos serviços por eles
prestados.

É possível encontrar nos Juizados por Especiais Cíveis uma disponibilização


da justiça, principalmente e especialmente, para os hipossuficientes. A
hipossuficiência atendida nos Juizados Especiais Cíveis não é apenas àquela que
se refere a valores financeiros, mas também no que diz respeito ao conhecimento,
possibilidade postulatória e de estabelecer um contraditório do direito.

Além da disponibilização do direito, é clara e evidente, a capacidade de se


obter a justiça com celeridade. Isto a torna eficiente. Porque o usuário do Juizado
Especial Cível tem a possibilidade de ver resultados, que se não forem
completamente satisfatórios, serão dentro de uma realidade que pode acontecer. O
que se quer dizer é que não se terá na justiça dos Juizados Especiais Cíveis uma
justiça protelatória e cansativa. Nos JECs, carinhosamente apelidados, a justiça se
mostra mais eficiente e palpável. Real.

O presente estudo procura fazer uma abordagem simples e sem pretensões


mirabolantes sobre os Juizados Especiais Cíveis, e quem sabe seus leitores se
interessem em realizar teses e dissertações mais profundas.
2. Os Princípios nos Juizados Especiais Cíveis

Os princípios dentro dos Juizados Especiais Cíveis são regras estruturantes,


responsáveis por fornecer caráter, perfil e mecânica funcional.

Eles estão expressos no art. 2° da Lei 9.099/95:

Art. 2º O processo orientar-se-á pelos critérios da oralidade,


simplicidade, informalidade, economia processual e celeridade,
buscando, sempre que possível, a conciliação ou a transação.

Os princípios citados são o fundamento e a engrenagem da Lei 9.099/95. Por


isso, é imprescindível um passeio por estes princípios para que se possa ter uma
noção de cada um deles, observando seus conceitos e suas principais
características. Já que um estudo mais aprofundado exigiria teses e argumentações
bem mais elaboradas, fundamentas e individualizadas de cada princípio, devido à
riqueza procedimental e jurídica que cada princípio possui.

E como afirma José Lourenço, os:

“Princípios são regras estruturantes, responsáveis por fornecer caráter, perfil e


mecânica a determinado sistema, cujo conteúdo vincula todos os preceitos que o
compõem. São as ideias básicas que servem de fundamento ao direito positivo,
guiam e orientam a busca de sentido e alcance das normas, direta ou
subsidiariamente. Assim como as normas preceptivas, as normas principiológicas
reclamam cumprimento, e a sua inobservância implicará em vício ainda mais grave
do que aquele reservado às normas preceito, porque afetam mesmo o espírito do
sistema. Na verdade, são os princípios que definem a teleologia da lei e condicionam,
depois, a atividade hermenêutica”. (TORRES NETO, disponível abril/2018).

2.1. Princípio da Oralidade

O princípio da oralidade diz que na prática dos atos processuais deve


prevalecer a comunicação oral, embora possam estes atos serem escritos. A
oralidade tem como objetivo a praticidade e efetividade do processo.

É claro que há um registro dos atos processuais no rito dos Juizados


Especiais, porém a oralidade deve prevalecer a fim de disponibilizar a prestação
jurisdicional. Mas, isso não quer dizer que os atos processuais não serão
documentados.

Torres Neto chama a atenção para o entrelaçamento que o princípio da


oralidade possui com outros princípios:

“Não se deve esquecer que o princípio da oralidade é derivado (juntamente com o da


economia processual e da instrumentalidade do processo) do princípio da
tempestividade da prestação jurisdicional também conhecido como princípio da
razoabilidade processual onde repousa a ideia de que as partes têm direito a um
processo sem dilações indevidas a fim de que as decisões e a conclusão do processo
ocorram dentro de um prazo razoável. A oralidade, acompanhada de seus
subprincípios, tem também essa finalidade”. (TORRES NETO, disponível abril/2018).

Nos juizados especiais, a oralidade, é utilizada também possível


procedimento uma vez que o processo pode ser instaurado com a apresentação do
pedido oral à Secretaria do Juizado, e a defesa pode ser feita também pela forma
oral, bem como a instauração da execução mediante pedido oral, o mandato verbal,
entre outros atos presentes nestes juizados.

Não se quer contudo que se entenda, equivocadamente, que haja uma


exigência do princípio da oralidade para que os atos processuais sejam produzidos.
Em outras palavras não obrigatoriamente pela forma oral. Ao contrário, esta forma
poderá, também, ser usada, ou seja, é uma faculdade apresentada às partes no
processo, quando lhes for conveniente o uso da palavra não escrita. Lembrando que
essa faculdade não existe para os juízes.

Abaixo um recorte da utilização do princípio da oralidade na jurisprudência:

“[...] Vale lembrar que em sede de juizados especiais o processo busca, sempre
que possível, a conciliação ou a transação e orientar-se-á pelos critérios da
oralidade, simplicidade, informalidade, economia processual e celeridade,
portanto, é a hipótese presente nestes autos. Demais disso, corroborando os
mencionados critérios a jurisprudência já pacificou que: "Não se exige, para sua
validade, que a transação celebrada por petição assinada por advogados, com
poderes para transigir, seja reduzida a 'termo nos autos" [...].” (Colégio Recursal
de Recife/PE - RI 03942/2009 – 8ª TR – Rel: Odilon de Oliveira Neto – Data Jul:
02.12.2009. Grifos nossos).
Particularmente, é possível perceber como grande vantagem da oralidade a
possibilidade que as partes possam expor o ocorrido e serem entendidas na sua
realidade. Além disso, a oralidade viabiliza o contato direto entre o juiz e as partes, e
entre o juiz e as provas, o que em muito pode colaborar na formação do seu
convencimento.

“Enunciado nº 05.2016: CONTESTAÇÃO ORAL E DOCUMENTOS EM AUDIÊNCIA Em


atenção aos princípios da oralidade, concentração dos atos processuais e contraditórios, é
possível a apresentação de contestação oral, ou aditamento da contestação escrita na
hipótese de ocorrência do disposto no enunciado 3.1.1, em audiência, que serão
consignados, de forma simples e resumida, na ata da própria audiência, vedado o
recebimento, por meio físico, de qualquer documento, inclusive procuração,
substabelecimento e atos constitutivos, devendo a parte atentar para o Enunciado 03.2016,
ressalvada a hipótese de mandato oral prevista no art. 9º, §3º da Lei 9.099/95, que deverá
constar em ata.” (ENUNCIADO ELETRÔNICO– COJES).

2.2. Princípio da Simplicidade

Como este princípio é inédito e se apresenta dentro da Lei 9.099/95 não há


muito que se inventar sobre ele. Porque o que é simples se diz contrário do que é
oponente ou rebuscado. Ou seja, ele nasce dentro do Juizado Especial para dizer
que o procedimento do Juizado Especial deve ser simples, sem aparato, natural,
espontâneo, a fim de deixarem os interessados à vontade para exporem as suas
pretensões e a resistência equivalente.

A observação de Torres Neto é bem recepcionada para melhor entendimento:

“Fazendo uma breve retrospectiva encontramos uma novidade no ordenamento jurídico


brasileiro que foi o princípio da simplicidade. Não havia parâmetros anteriores na doutrina
pátria ou alienígena, até onde se saiba, sobre este princípio, que foi inserido sem qualquer
justificativa no projeto de lei que deu origem à Lei 7.244/84 (Lei dos Juizados de Pequenas
Causas). Diante deste ineditismo, a maioria da doutrina tem defendido que o princípio da
simplicidade nada mais é do que um desdobramento do princípio da informalidade ou do
princípio da instrumentalidade. Contudo, apesar de parte da doutrina defender que este
princípio é apenas desdobramento de outros, não se pode imaginar que o legislador tenha se
valido de palavras inúteis, ou seja, se este acrescentou tal princípio no âmbito dos juizados,
não foi em vão.”. (TORRES NETO, disponível abril/2018).
O que certamente pretendeu o legislador foi enfatizar a forma como deva
funcionar os juizados especiais: de forma clara, simples, acessível, ou seja, da
melhor forma possível para o entendimento das partes, e, consequentemente, para
o desenvolvimento do processo, para que as mesmas não se esbarrem em
dificuldades ou obstáculos. Logo, a simplicidade nos Juizados Especiais significa
que não deve haver incidentes processuais, por exemplo, devendo toda a matéria de
defesa estar na contestação, com exceção apenas das arguições de suspeição e
impedimento.

2.2.1. Da Complexidade das Causas nos Juizados Especiais Cíveis

O legislador também quis tratar da complexidade das causas apresentadas no


âmbito desses juizados. Tratando-se de causas complexas, se tornaria mais
demorado, menos célere, menos rápida, sendo inevitável o abandono de certos
formalismos para as soluções dos litígios perante tais institutos. Então, as causas
acerca dos procedimentos dos juizados especiais devem ser de menor
complexidade. Ou seja, simples. Isto para que não se exija a complexidade tal qual
ocorre no procedimento comum.

Contudo, isso não quer dizer que as causas num Juizado Especial às vezes
não devam prescindir, por exemplo, de uma perícia. Até também uma perícia pode
ser simples, ou mesmo simplificar um processo.

Embora possa existir alguma polêmica na prática jurídica sobre se em


observância ao princípio da simplicidade é cabível a solicitação de perícia em sede
de Juizados Especiais. Esse argumento é muito usado por advogados que desejam
a anulação do feito em preliminar alegando incompetência dos JECs por sua
simplicidade quando é necessária ou exigida prova técnica. Mas, nem sempre esse
argumento é cabível. Veja-se exemplo de tal alegação rejeitada no Colégio Recursal
do Recife:

“EMENTA: RECURSO INOMINADO. DIREITO DO CONSUMIDOR, CIVIL E


PROCESSUAL CIVIL NOS MOLDES DA LEI Nº 9.099/95. COBRANÇA DE
CONSUMO CONTESTADO. PRELIMINAR DE INCOMPETÊNCIA E DE
NULIDADE PARCIAL DA SENTENÇA REJEITADAS. NO MÉRITO, SENTENÇA
MANTIDA POR SUA PRÓPRIA FUNDAMENTAÇÃO, AUSENTE PROVA DE
FATO EXTINTIVO OU MODIFICATIVO DO DIREITO DO AUTOR ALÉM DE
TRATAR-SE DE LIDE DE CONSUMO. RECURSO IMPROVIDO. CARGA
SUCUMBENCIAL À CARGO DA RECORRENTE VENCIDA.

[...] Aduz em seguida, a preliminar de incompetência pela necessidade da


realização de prova pericial para comprovar a legalidade do procedimento da
Recorrente o que no mérito, reafirmando essa legalidade do atuar da empresa
pugna pela reforma da sentença para a improcedência do pedido formulado. Em
sede de contrarrazões, sustenta-se ser o Inominado uma tentativa protelatória que
não merece acolhida. [...] Ainda, a preliminar de incompetência resta superada
também até mesmo porque [...].” (RI 03196/2009 3ª Turma Relator: Marcos
Antônio Nery Araujo Publicado em sessão, ficando as partes
intimadas. Recife/PE, Sala das Sessões, 08 de outubro de 2009. Grifos nossos.)”.

Parece que de tanto usar tal argumento com base no artigo 33 da Lei dos
Juizados Especiais que diz que “todas as provas serão produzidas na audiência de
instrução e julgamento”, o operador do direito esquece que o texto da Lei 9099/95
continua detalhando a matéria da produção das provas em sede de JECs e que no
artigo 35 se encontra também o preceito de que “quando a prova do fato exigir, o
Juiz poderá inquirir técnicos de sua confiança, permitida às partes a apresentação
de parecer técnico”. Claro que devido à celeridade e simplicidade dos JECs não se
deve enveredar em pareceres complexos, mas devemos admitir que o que o que
este artigo diz é a respeito da “perícia técnica”. Assim, não se pode inferir que a
complexidade da causa se deva a uma necessidade de alguma perícia e isso venha
a comprometer a competência dos JECs. Finalizando, esse pensamento é
corroborado por pronunciamentos de Tribunais Superiores sobre o assunto, como
bem se vê a seguir o que proferiu o Superior Tribunal de Justiça em recente julgado:

“PROCESSUAL CIVIL. MANDADO DE SEGURANÇA. JUIZADO ESPECIAL CÍVEL.

COMPLEXIDADE DA CAUSA. NECESSIDADE DE PERÍCIA. CONDENAÇÃO


SUPERIOR A 40 SALÁRIOS MÍNIMOS. CONTROLE DE COMPETÊNCIA. TRIBUNAIS
DE JUSTIÇA DOS ESTADOS. POSSIBILIDADE. MANDADO DE SEGURANÇA.
DECISÃO TRANSITADA EM JULGADO. CABIMENTO.
1. Na Lei 9.099/95 não há dispositivo que permita inferir que a complexidade da
causa – e, por conseguinte, a competência do Juizado Especial Cível – esteja
relacionada à necessidade ou não de realização de perícia.

2. A autonomia dos Juizados Especiais não prevalece em relação às decisões acerca de


sua própria competência para conhecer das causas que lhe são submetidas, ficando
esse controle submetido aos Tribunais de Justiça, via mandado de segurança.
Inaplicabilidade da Súmula 376/STJ.

3. O art. 3º da Lei 9.099/95 adota dois critérios distintos – quantitativo (valor econômico
da pretensão) e qualitativo (matéria envolvida) – para definir o que são “causas cíveis de
menor complexidade”. Exige-se a presença de apenas um desses requisitos e não a
sua cumulação, salvo na hipótese do art. 3º, IV, da Lei 9.099/95. Assim, em regra, o
limite de 40 salários mínimos não se aplica quando a competência dos Juizados
Especiais Cíveis é fixada com base na matéria.

4. [...]

5. [...]”

(STJ. RMS 30170 / SC 2009/0152008-1 Rel: Ministra NANCY ANDRIGHI (1118) - T3 -


Data Jul: 05/10/2010. Data Pub: DJe 13/10/2010).

2.3. Princípio da Informalidade

Pretende-se pelo princípio da informalidade o desapego às formas


processuais rígidas, aquelas despropositadamente solenizadas, e muitas até inúteis.
É importante destacar, por exemplo, que aquele que acessa o Juizado Especial
pode, em alguns casos, comparecer desacompanhado de advogado e aí aparece
um dos motivos pelo qual o cerimonial que inibe as partes deve ser afastado.

Deve-se, portanto, evitar todo formalismo, pois, que este distancia da


realidade e de seu compromisso prático.

Tal princípio visa apresentar às partes um resultado prático, efetivo, com o


mínimo de tempo, gastos e esforços. Assim, tirar o máximo de proveito de um
processo é torná-lo efetivo, transformando-o num processo de resultados. Desta
forma, deve-se buscar atribuir a todos os atos processuais a maior carga de
efetividade possível.

É importante ressaltar que o objetivo dos juizados especializados é


justamente o de tornar as demandas rápidas, eficientes na solução dos litígios
individuais, devendo garantir, para isso, a economia nas atividades processuais.
Diante disso, também os atos processuais são aproveitados, visando alcançar tal
princípio, ou seja, nenhum ato processual deve ser considerado inútil, todos são
proveitosos, com um único fim: o de garantir essa economia processual, para que as
partes possam chegar ao fim do processo o mais brevemente possível.

2.4. Princípio da Economia Processual

O objetivo do princípio é obter o máximo de resultado com o mínimo emprego


possível de atividades processuais. O referido postulado termina por gerir o da
instrumentalidade das formas, segundo o qual quando determinado ato atinge a sua
finalidade deve ser aproveitado, ainda que inobservada a forma respectiva.

Ada Pellegrine Grinover (in CINTRA, 2006, p. 79), informa que o princípio da
economia processual preconiza o máximo resultado na atuação do direito com o
mínimo emprego possível de atividades processuais.

“Apesar da importância do princípio da economia processual, é inegável que


deve ser sabiamente dosado. A majestade da Justiça não se mede pelo valor econômico
das causas e por isso andou bem o ordenamento brasileiro ao permitir que todas as
pretensões e insatisfações dos membros da sociedade, qualquer que seja seu valor,
possam ser submetidas à apreciação judiciária (CF., art. 5º, inc. XXXV); e é louvável a
orientação do Código de Processo Civil, que permite a revisão das sentenças pelos
órgãos da denominada jurisdição superior, em grau de recurso, qualquer que seja o valor
e natureza da causa.

Exemplos da aplicação desse princípio ao processo civil são encontrados na regra de


indiferença na escolha do interdito possessório adequado (CPC, art. 920), bem assim
nas regras processuais sobre nulidades processuais, quando os atos tiverem alcançado
sua finalidade e não prejudicarem a defesa (arts. 154, 244, 248).
Se o processo é um instrumento, não pode exigir um dispêndio exagerado com relação
aos bens que estão em disputa. E mesmo quando não se trata de bens materiais deve
haver uma necessária proporção entre fins e meios, para equilíbrio do binômio custo-
benefício. É o que recomenda o denominado princípio da economia, o qual preconiza o
máximo resultado na atuação do direito com o mínimo emprego possível de
atividades processuais. Típica aplicação desse princípio encontra-se em institutos
como a reunião de processos em casos de conexidade ou continência (CPC, art. 105), a
própria reconvenção, ação declaratória incidente, litisconsórcio, etc.” (CINTRA, 2006, p.
79-80).

E como prova da aplicação do princípio da economia processual hoje se tem a validade da


citação pelo Secretário do Juizado ou pelo Oficial de Justiça e não apenas por carta com recebimento
de aviso. Ou ainda a citação eletrônica como aponta a COJES-RJ:

Enunciado nº 06.2016: CITAÇÃO ELETRÔNICA. A citação eletrônica é válida e se


aperfeiçoa através do Portal e observadas as disposições legais pertinentes em
relação ao termo a quo da contagem de prazos. (ENUNCIADOS ELETRÔNICOS –
COJES).

2.5. Princípio da Celeridade

A importância de tal princípio, instituído no âmbito dos Juizados Especiais


Cíveis, ainda pode ser dimensionada pelo fato de que ele passou a ser foco de
acréscimo para integrar um dos incisos da Constituição da República, vindo a tornar-
se, então, um princípio basilar, que rege a sociedade como um todo, devendo reger,
inclusive, a Justiça Comum, e não apenas os juizados especializados. Ou seja, por
força da Emenda Constitucional n.º 45 de 08 de dezembro de 2004, que acrescentou
o inciso LXXVIII ao art. 5º na Constituição Federal de 1988, dispondo que: “a todos,
no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo
e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação”. (CONSTITUIÇÃO
FEDERAL DE 1988). Embora ambígua ou indeterminada a certa significação para a
palavra razoável, com certeza o texto quer dizer que o processo deve ser o mais
rápido possível.

A celeridade pretende viabilizar o resultado efetivo da forma mais rápida


possível. Com esse princípio, tem-se o cumprimento eficaz da função do Poder
Judiciário, ou seja, o de prestar rapidamente a ministração da justiça e também o
alcance do seu objetivo de extinguir os litígios.
O princípio da celeridade traz o sentido de realizar a prestação jurisdicional
com rapidez, celeridade, presteza, sem, contudo, causar prejuízos em relação à
segurança jurídica. Esse princípio está completamente ligado à razão de ser dos
juizados especiais, que foram criados, diante da problemática situação da justiça
comum, vivenciada pela sociedade nos anos 70/80, como se sabe.

Ou seja, se o processo não tem o cumprimento de seus atos de forma


econômica, simples, informal, nunca poderá ser célere, rápido, sendo contrário,
portanto, à sua intenção, aos seus objetivos de ser.

A celeridade se entende eficiente através de algumas outras medidas como a


concentração dos atos processuais em única audiência, instauração imediata da
audiência de conciliação, vedação das modalidades de intervenção de terceiros,
simplificação dos atos e termos processuais, enfim, entre outros, que impedem
condutas meramente protelatórias uma vez que não pode estar desvinculada dos
outros princípios já descritos anteriormente. Assim, sempre são invocados
juntamente com estes outros como se vê a seguir:

“EMENTA: DIREITO DO CONSUMIDOR E LEI Nº. 9.099/95. RECURSO INOMINADO


E CONTRA RAZÕES RECURSAIS REGULARES. PRELIMINAR REJEITADA. NO
MÉRITO, A SENTENÇA DEVE SER MANTIDA PELOS SEUS PRÓPRIOS E
JURÍDICOS FUNDAMENTOS. RECURSO INOMINADO IMPROVIDO.
CONDENAÇÃO NOS ÔNUS DE SUCUMBÊNCIA.

[...] Como sabemos, os Juizados Especiais somente tem competência para processar
e julgar as causas de menor complexidade, a teor do artigo 3º. da Lei nº. 9.099/95, de
forma a não prejudicar os princípios básicos da oralidade, simplicidade, informalidade,
economia processual e celeridade. Certo é que no caso de assinaturas por demais
divergentes, podem, a critério único do Juiz, ser plenamente descartada a perícia
grafotécnica. Ocorre, entretanto, que o caso presente à assinatura em questão, que
consta no contrato é por demais idênticas as dos documentos e também da
procuração outorgada a seu advogado. [...]” (Colégio Recursal de Recife/PE - RI
01389/2010 – 3ª TR – Rel: Luis Sérgio Silveira Cerqueira – Data Jul: 27.05.2010.
Grifos nossos.)

Infelizmente, os Juizados Especiais, no que tange à aplicação de tais princípios,


principalmente em relação a este, deixa muito a desejar, na medida em que seguem
longas pautas, como na justiça comum, sem datas próximas quando é necessário
adiar audiências, por não existir quantidade suficiente de magistrados, serventuários,
que cumulam funções, e, até de juizados, para atender às crescentes demandas.

Também, no processo:

Processo ACJ 19990110836455 DF. Órgão Julgador Primeira Turma Recursal dos
Juizados Especiais Cíveis e Criminais do D.F. Publicação DJU: 18/03/2002 Pág. :
62. Julgamento: 25 de Setembro de 2001. Relator: ARNOLDO CAMANHO DE
ASSIS

1. OS JUIZADOS ESPECIAIS NORTEIAM-SE PELOS PRINCÍPIOS DA


INFORMALIDADE E CELERIDADE. CONTENTA-SE COM A DESCRIÇÃO DO
FATO E DO FUNDAMENTO, NÃO SENDO NECESSÁRIO, À PARTE, A
CARACTERIZAÇÃO TÉCNICA DE TAIS ELEMENTOS DA INICIAL.

2. NÃO HÁ QUE SE FALAR EM INÉPCIA DA INICIAL SE A PARTE,


DESASSISTIDA POR ADVOGADO, EXPÕE A FORMA COMO O CONTRATO
FOI VIOLADO E OS DANOS MATERIAIS E MORAIS POR ELA
EXPERIMENTADOS. NÃO HÁ FALTA DE INTERESSE DE AGIR SE O AUTOR
DEMONSTRA QUE OS FATOS NARRADOS REPERCUTIRAM NO SEU
PATRIMÔNIO MATERIAL E MORAL.

3. QUANTO À ALEGADA ILEGITIMIDADE PASSIVA AD CAUSAM, MELHOR


SORTE NÃO ASSISTE À APELANTE. A RESPONSABILIDADE PELO ATO DO
VENDEDOR É DA EMPRESA-RÉ, VEZ QUE AQUELE ATUAVA COM SEU
REPRESENTANTE AUTÔNOMO, FUNDANDO-SE A SUA RESPONSABILIDADE
NA CULPA IN ELIGENDO.

4. SE O VENDEDOR AUTÔNOMO, CONTRATADO PELA EDITORA-RÉ,


RECEBE CHEQUE DADO EM PAGAMENTO NA COMPRA DE REVISTAS
DAQUELA E O DEPOSITA EM CONTA PARTICULAR, SUBSTITUINDO-O POR
CHEQUE ROUBADO, DANDO CAUSA À RESCISÃO CONTRATUAL E AO
PROTESTO EM DESFAVOR DO COMPRADOR, CARACTERIZADOS ESTÃO O
DANO E A RESPONSABILIDADE CIVIL.

5. RECURSO IMPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA

2.6. Conciliação

Antônio Gabriel Marques Filho ensina no seu Artigo: “Arbitragem, conciliação


e mediação: Métodos extrajudiciais efetivos de resolução de conflitos” que “Na
conciliação, diferente da jurisdição estatal e da arbitragem, o método traz a figura do
conciliador, que embora sugira uma solução às partes, não pode impor sua sugestão
ou vontade, como se lhe permite ao juiz togado e ao árbitro”. (FILHO, Introdução). E
completa o Educador Antônio Gabriel: “Naturalmente que o conciliador, em sua
tentativa de pacificar o conflito, busca que as partes aceitem suas ponderações e
alternativas; cabendo a estas exclusivamente e de modo espontâneo a decisão ou
não de aceitação das medidas apontadas”. (FILHO, Introdução).

Embora o conciliador não deva impor suas ideias e soluções nada o impede
que ele sugira ou proponha fórmulas que solucionem o conflito. Buscando, assim
uma composição de um acordo pelas partes. São as partes quem estabelecem os
critérios e a melhor solução, firmando-a em um acordo.

É verdade que os Juizados Especiais Cíveis criados pela Lei 9.099/95 se


especializaram em audiências de conciliação e eles têm promovidos bastantes
acordos.

Torres traz uma excelente explanação sobre conciliação e uma definição


sobre a mesma:

“Por fim, sabemos que nos Juizado Especiais deve-se procurar estimular os
contendores a, com o auxílio de um profissional jurídico, colaborar na solução do
conflito, através da conciliação. Embora não esteja elencado como princípio no art. 2º
da Lei 9099/95 e sim mais como uma orientação a se proceder, tal conciliação (ou
transação) ganha status principiológico pela sua importância não só neste tipo de
procedimento, mas em todo o sistema jurídico brasileiro e seus variados ramos. Essa
conciliação não é o processo extrajudicial utilizado em outros ramos da atividade
social das comunidades. A conciliação judicial dos Juizados Especiais é um tipo de
conciliação endoprocessual muito importante no direito, ocorrendo repetidamente,
como dissemos, em outros ramos do direito, e damos, por exemplo, a justiça do
Trabalho, e assim como nas Varas do Trabalho, esta conciliação ocorre sob a direção
do juiz, nos processos judiciais postos a seu exame e pode ocorrer a qualquer tempo.

Assim, podemos definir que conciliação é o ato judicial por meio do qual as
partes litigantes, sob a interveniência da autoridade jurisdicional, ajustam solução
transacionada sobre matéria objeto de processo judicial e tal ação nos JEs passa a
ter status de princípio.” (TORRES NETO, disponível abril/2018).
A verdade é que as próprias partes são protagonistas na entrega da
prestação jurisdicional, contribui-se com os demais princípios informativos do
sistema, como o da economia processual visto anteriormente.

Entre outros objetivos podemos elencar alguns resultados beneficamente


positivos advindos da prática deste princípio, quais sejam, resolver pacífica e
rapidamente as demandas jurídicas, criar uma nova mentalidade, voltada a paz
social, diminuir o tempo de duração do litígio e simplificar a solução dos conflitos por
meio de procedimentos com aproximação das partes reduzindo.

“Enunciados publicados no Aviso TJ nº 23/2008: 5.1.5. É desnecessária a


intimação do Autor da sentença de extinção do feito sem apreciação do mérito por
sua ausência às audiências de conciliação ou de instrução e julgamento, correndo
prazo recursal da data da publicação da sentença (art.2º da Lei nº 9.099/95).”
(ENUNCIADOS ELETRÔNICOS – COJES).
3. Das Partes

O Tribunal de Justiça do DF e dos Territórios publicou de forma clara, simples


(dando o exemplo do princípio da simplicidade) e objetiva quais os procedimentos
nos Juizados Especiais Cíveis, respondendo e esclarecendo perguntas como: Quem
pode? Quem não pode? Quanto custa? Vejamos:

“Quem pode? Qualquer pessoa pode reclamar seu direito nos Juizados Especiais
Cíveis? NÃO. Somente pode reclamar: pessoas físicas, capazes (maiores de 18 anos);
microempresas – ME; empresas de Pequeno Porte – EPP; organizações da Sociedade Civil de
Interesse Público – OSCIP. As demais empresas (pessoas jurídicas) não podem reclamar nos
Juizados Especiais Cíveis, mas os cidadãos podem reclamar contra elas.

Quem não pode? Quem não pode ser parte (Autor ou Réu) nos Juizados Especiais?
Segundo o art. 8º da Lei 9.099/95, as seguintes pessoas ou instituições não podem atuar como
parte num processo do Juizado Especial Cível:

"art. 8º. Não poderão ser partes, no processo instituído por esta Lei, o incapaz,
o preso, as pessoas jurídicas de direito público, as empresas públicas da
União, a massa falida e o insolvente civil.

§ 1º Somente as pessoas físicas capazes serão admitidas a propor ação


perante o Juizado Especial, excluídos os cessionários de direito de pessoas
jurídicas.

§ 2º O maior de dezoito anos poderá ser autor, independentemente de


assistência, inclusive para fins de conciliação."” (TJDFT – Acessado Abr/2018).
4. Do Pedido e da Contestação nos Juizados Especiais Cíveis

4.1. Do Pedido

Alcides Silva Júnior explica, suscintamente como deve ser o pedido e o que
pode ser pedido nos Juizados Especiais Cíveis, ou seja, aquelas causas de menor
complexidade:
“Conforme o advento da Lei 9.099/95, que deliberou sobre os Juizados Especiais
Cíveis e Criminais, estabeleceu um microssistema objetivando solucionar os conflitos de
menor potencial ofensivo, assim, o foco desse procedimento é a simplicidade, pelo fato que
na maioria das vezes quem compõem esta demanda são pessoas de baixa renda, ou seja,
com baixo nível de instrusão e de conhecimento necessário para pleitear o seu direito em
juízo. Desta forma, “o pedido será formulado de forma simples e em linguagem acessível,
constando apenas o nome, a qualificação e o endereço das partes; os fatos e os
fundamentos de forma sucinta, e o objeto e seu valor” (SILVA JÚNIOR, 2010, p. 08.).

E o próprio artigo da Lei 9.099/95 é bem claro:


”Art. 14. O processo instaurar-se-á com a apresentação do pedido, escrito ou
oral, à Secretaria do Juizado:

§ 1º Do pedido constarão, de forma simples e em linguagem acessível: I - o


nome, a qualificação e o endereço das partes; II - os fatos e os fundamentos,
de forma sucinta; III - o objeto e seu valor.”

Então, voltando às perguntas do TJDFT para maiores esclarecimentos:

Que ações podem correr nos Juizados Especiais Cíveis? Aquelas que não possuem

complexidade, como por exemplo: Cobranças e execução de cheques nominais a pessoa física,
microempresa (ME) ou empresa de pequeno porte (EPP); Cobrança e execução de notas
promissórias; Cobranças de aluguel (somente o proprietário do imóvel); Cobranças por
prestação de serviços; Despejo para uso próprio; Ações possessórias, se o valor do bem não
ultrapassar 40 salários mínimos, lembrando que é obrigatório ter advogado nas causas
superiores a 20 salários mínimos; Ações propostas por microempresas (ME) e empresas de
pequeno porte (EPP), desde que estejam entre os casos e valores mencionados acima, sendo
obrigatória toda a documentação da empresa.

Valor da causa? Ações até 20 salários mínimos, sem advogado, ou até 40 salários
mínimos, com advogado, lembrando que o valor da causa corresponde à quantia pretendida, ao
valor do contrato em discussão ou à avaliação do bem/objeto da demanda. Se o valor da causa
for maior que 40 salários mínimos, posso reclamar nos Juizados Especiais Cíveis? Sim, desde
que você renuncie ao valor que ultrapassar 40 salários mínimos.
Que causas não podem? Trabalhistas (empregado contra o patrão); de acidentes do
trabalho; de família (alimentos, separações, divórcios, guarda de filhos, interdições, etc.);
de união de fato (concubinato e sociedade de fato); de crianças e adolescentes
(menores de 18 anos); de heranças, inventários e arrolamentos, de falências e
concordatas; reclamações contra a União (INSS, CEF, etc.). Para esses casos, procure
os Juizados Especiais Federais; reclamações contra o Distrito Federal, seus órgãos e
entidades públicas. (CEB, CAESB, etc.). Para esses casos, procure os Juizados
Especiais da Fazenda Pública.

Quanto custa para reclamar nos Juizados Especiais Cíveis? Nada. Os Juizados atendem
de graça. Você só paga custas processuais se: faltar a uma audiência sem comprovar
que a ausência decorre de força maior ou se perder a causa, recorrer e perder o recurso.
Nesse caso, ainda pagará honorários de advogado.” (TJDFT, Acessado Abr/2018).

4.2. Da Contestação

É de suma importância entender a Contestação no ambiente dos Juizados


Especiais Cíveis, sabendo que ela é utilizada de forma específica aplicando-se a Lei
9.099/95 e que esta se difere da norma geral encontrada no Código de Processo
Civil.

O Juiz da 2ª Vara Cível de Juiz de Fora-MG Dr. Luiz Guilherme Marques


esclarece bem o que vem acontecendo em alguns Juizados Especiais Cíveis: “O
que se vê normalmente nos processos do Juizado Especial Cível é a apresentação
de extensa contestação escrita, com pedido de juntada de carradas de documentos,
contrariando o espírito da Lei.” (MARQUES, 2005).
Art.30: “A contestação, que será oral ou escrita, conterá toda a matéria de defesa,
exceto arguição de suspeição ou impedimento do juiz, que se processará na forma
da legislação em vigor.”

Art. 33: “Todas as provas serão produzidas na audiência de instrução e


julgamento, ainda que não requeridas previamente, podendo o juiz limitar ou
excluir as que considerar excessivas, impertinentes ou protelatórias.

Complementa Marques: “Bem vinda a norma do art. 33, que limita a produção
de prova documental à oportunidade da audiência de instrução e julgamento, bem
assim as outras provas”. (MARQUES, 2005). O Magistrado se sente agradecido
porque sabe do grande volume de documentos que são juntados, tanto na Petição
Inicial quanto na Contestação, nas Varas Cíveis e que nem sempre fazem bem ao
andamento do processo. E vê a possibilidade de que os Princípios da celeridade e
da simplicidade desejados pela Lei 9.099/95 sejam respeitados e aplicados.
5. Dos Juízes e Conciliadores

Nos Juizados Especiais Cíveis encontram-se três principais auxiliares da


Justiça: o Juiz Togado, que é juiz de direito e o titular do JEC. O juiz togado é aquele
dirige todo o juizado especial cível. É ele, também, quem orienta, coordena, fiscaliza
e avalia os outros auxiliares: O Juiz Leigo e Conciliador. Conforme sinaliza o artigo
7º da Lei 9099/95.
Art. 7º Os conciliadores e Juízes leigos são auxiliares da Justiça, recrutados, os
primeiros, preferentemente, entre os bacharéis em Direito, e os segundos, entre
advogados com mais de cinco anos de experiência.

Parágrafo único. Os Juízes leigos ficarão impedidos de exercer a advocacia


perante os Juizados Especiais, enquanto no desempenho de suas funções.

Os juízes leigos desempenham algumas funções privativas de juízes


togados, tais como operar conciliações, que podem ser também exercidas pelos
conciliadores, e elaborar projetos de sentença a serem homologados pelo juiz
togado. É importante entender que o juiz leigo está subordinado ao juiz togado,
tanto administrativamente quanto em seus exercícios. segundo a Resolução nº
174 do CNJ:
Art.9 [...] Parágrafo único. O juiz leigo fica subordinado às orientações e ao entendimento
jurídico do juiz togado.

O Conciliador tem como função principal presidir as audiências de


conciliação, sempre orientado pelo juiz togado, aplicando todos os princípios do
JEC, em especial o critério da conciliação. Sua principal função é tentar que as
partes se conciliem e entre em acordo.
6. CONCLUSÃO

Ao longo deste modesto estudo percebe-se a relevante importância dos


princípios na vida jurídica dos Juizados Especiais Cíveis. Isso porque conhecer os
princípios é compreender como eles engendram a teoria geral dos sistemas e como
eles podem dar uma resposta, de modo uniforme, a muitas das perplexidades que
se apresentam ao operador do direito. E muito mais como eles possibilitam e
facilitam a vida prático-jurídica daqueles que procuram os JECs.

É indiscutível a grandeza dos Juizados Especiais Cíveis quando se fala do


acesso à justiça, principalmente pelos hipossuficientes, da disponibilização jurídica
que eles trouxeram com a Lei 9.099/95. Também, é reconhecida a eficiência que
eles ainda exercem, sem querer é claro ignorar que há uma hiperlotação que
prejudica o calendário e a marcação das audiência tão rápido como se esperava,
mas mesmo assim não se pode comparar com a lentidão encontrada nas Varas
Cíveis Comuns.

Os JECs vieram, realmente, para tornar para todos uma justiça disponível,
célere e mais eficiente.

Espera-se que o presente trabalho possa fornecer, de forma sucinta e


humilde, uma abordagem dos Juizados Especiais Cíveis a pesquisadores,
estudantes e operadores do direito.
7. BIBLIOGRAFIA

CINTRA, Antonio Carlos de Araújo; GRINOVER, Ada Pellegrini; DINAMARCO,


Cândido Rangel. Teoria Geral do Processo. 22. ed. São Paulo: Malheiros Editores,
2006.

PANTOJA, Tereza Cristina G.; FRÓES, Carlos Henrique de C. [et al] Coordenação.
Prática em Arbitragem. Forense Universitária. Rio de Janeiro, 2008.

SILVA JÚNIOR, Alcides Leopoldo. Juizados Especiais Cíveis. Rio de Janeiro.


Editora Elsevier, 2010.

Bibliografia Digital:

TORRES NETO, José Lourenço. Princípios norteadores da Lei 9.099/95 - Juizados


Especiais. In: Âmbito Jurídico, Rio Grande, XIV, n. 93, out 2011. Disponível em:
<http://ambitojuridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=10449&re
vista_caderno=21>. Acesso em abr 2018.

ENUNCIADOS ELETRÔNICOS da Comissão Judiciária de Articulação dos Juizados


Especiais – COJES - DO PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO.
Disponível em: http://portaltj.tjrj.jus.br/documents/10136/18972/aviso-conjunto-tj-
cojes-15-2016.pdf Acesso em abr 2018.

Resolução de conflitos. Em: https://marq4.jusbrasil.com.br/artigos/363749107/


arbitragem-conciliacao-e-mediacao-metodos-extrajudiciais-efetivos-de-resolucao-de-
conflitos. Acessado em mar de 2018.

Artigo: Os Métodos Consensuais de Solução de Conflitos no Âmbito do Novo Código


de Processo Civil Brasileiro (LEI Nº 13.105/15). Em:
https://www.tjdft.jus.br/institucional/imprensa/noticias/arquivos/copy5_of_artigo.pdf

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS –


TJDFT. Artigo: Arbitragem, conciliação e mediação: Métodos extrajudiciais efetivos
de http://www.tjdft.jus.br/cidadaos/juizados-especiais/saiba-sobre/juizados-civeis.
Acessado em Abril de 2108.

CONHECIMENTO DE CAUSA - Advogados e juízes ignoram regras processuais dos


Juizados. Por: Luiz Guilherme Marques. Em: https://www.conjur.com.br/2005-mai-
22/advogados_juizes_ignoram_regras_juizados

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