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Livro de Êxodo

A relação entre o livro de Gênesis e o de Êxodo é muito


semelhante à que existe entre o Antigo e o Novo Testamento.
Gênesis marca o fracasso do homem em todas as provas e em
todas as condições. Êxodo é a epopéia emocionante de Deus
vindo em socorro do homem. Nele se encontra a obra redentora
de um Deus soberano. Êxodo é preeminente o livro de redenção
no Antigo Testamento.

Começa em trevas e tristezas, porém termina em glória. Começa


contando como Deus desceu em graça, para libertar um povo
escravizado e termina declarando como Deus desceu em glória
no meio de um povo remido. A palavra Êxodo vem do grego e
quer dizer “saída” e “partida” (Lc 9.31; Hb 11.22). O nome foi
mantido pela Vulgata latina, pelo autor judeu Filo (da época de
Cristo) e pela Versão siríaca. Em hebraico, o título do livro é
formado por suas duas primeiras palavras: “we’elleh shemot”
“estes são os nomes”, ou mais abreviadamente, “nomes dos”, pois
esta seção da Tora começa com os nomes dos patriarcas que
desceram do Egito.

A mesma expressão ocorre em Gênesis 46.8, em que também


introduz uma lista dos israelitas “que entraram com Jacó no
Egito” (1.1). Portanto, não era a intenção que Êxodo existisse
separadamente, mas era considerada continuação da narrativa
iniciada em Gênesis e completada em Levítico, Números e
Deuteronômio. Sem o Gênesis, o livro de Êxodo não faz sentido.
Gênesis, nos seus últimos capítulos, registra o estabelecimento
das dez tribos no Egito e as vantagens que essa terra lhes traria.
Êxodo narra às experiências do povo hebreu em período pós José
e sua saída do Egito.
O Autor

Semelhantemente ao caso dos outros livros do Pentateuco, a


questão da autoria de Êxodo divide os estudiosos em duas classes:
a) Ponto de vista conservativo e b) Ponto de vista crítico.

a) Ponto de vista conservativo: Os conservativos reivindicam que


Êxodo, bem como o Pentateuco como um todo foi escrito por
Moisés. Eles admitem que talvez Moisés tenha usado fontes
antigas, orais ou escritas, mas que a despeito disso, ele é o único
autor dos cinco primeiros livros da Bíblia. Os que mantêm essa
opinião suportam seu ponto de vista com base nas seguintes
passagens de Êxodo:

1. Duas vezes o livro declara que Deus falou para Moisés escrever
(17.14; 34.27);
2. Uma vez o livro diz que Moisés escreveu (24.4);
3. Cristo declarou que Moisés escreveu (João 5.46,47);
4. A tradução judaica desde os tempos de Josué (Josué 8.31-35)
dão testemunho da autoria de Moisés;
5. Cristo atribuiu também a autoria a Moises (Marcos 7.10) (ver.
Êxodo 20.12 e 21.17). Em Marcos 12.26 Jesus se refere ao “livro
de Moisés”, contudo, admitem os conservadores neste trecho que
talvez Jesus estivesse se referindo à tradição judaica que atribuía a
Moisés a responsabilidade do conteúdo do livro. Autoria mosaica
implicaria uma data provavelmente no século XIII A.C.

b) Ponto de vista critico. Os críticos afirmam que Êxodo é o


resultado da compilação dos documentos J, E, D, e P(S) onde
cada um desses documentos consistia em uma narrativa e em um
número de leis.

I. O documento J é constituído de narrativas judias antigas e seu


autor revela um interesse no reino judeu e em seus heróis (850
A.C.). A palavra Yahweh (Jeová) é usada neste documento para
referir-se a Deus.
II. O documento E contém as antigas narrativas efraemitas
originadas por volta de 750 A.C. O escritor de E demonstra um
interesse no reino do N de Israel e em seus heróis, Ele emprega o
vocábulo Elohim em vez de Yahweh (Jeová) para referir-se a
Deus.

III. O documento D, também chamado Código Deuteronômico,


foi encontrado no templo no ano 621 A.C. Esse documento
aborda o fato de que o amor é a razão mesma do servir; e salienta
a doutrina de um único altar.

IV. O Código Sacerdotal ou documento P(S) originou-se por


volta do ano 500 A.C., todavia sua redação prorrogou-se até o IV
século, A.C. Esse documento evidencia uma preferência por
números e genealogias, distinguindo-se dos outros também
quanto ao seu ponto de vista sacerdotal e ritualístico.

Os críticos esclarecem que as fontes de Êxodo, além de distintas


entre si, datam de um período bastante posterior aos eventos que
narra. Eles acentuam também que o livro não sô revela o trabalho
de diferentes indivíduos, mas de diferentes escolas de registros
históricos. Cada documento tem seu ponto de vista individual,
assim como cada evangelho sin6ptico apresenta sua própria visão
da vida de Cristo. Certo erudito disse que o livro de Êxodo era
como uma grande sinfonia, que uma vez pensou-se produzir uma
harmonia uníssona, mas que agora tem sido demonstrado que em
virtude de seus elementos intensamente discordes entre si, pode
produzir uma harmonia ainda mais rica.

Data do Livro

Uma primeira data que deriva de 1 Reis 6.1, onde está escrito
que o êxodo ocorreu 480 anos antes do quarto ano do reinado
de Salomão. Esta declaração estabelece a data do êxodo em
1445 a.C. Em Juízes 11.26, Jefté afirma que Israel ocupara sua
própria terra há 300 anos, o que permite datar a conquista de
Canaã em aproximadamente 1400 a.C. Por isso, essa cronologia
do Êxodo ficaria entre 1445 – 1405 a.C.

Os críticos liberais da Bíblia propõem uma data posterior, para o


êxodo, em cerca de 1290 a.C., com base em suposições a
respeito dos governantes egípcios, bem como uma data
arqueológica do século XIII a.C. sobre a destruição de cidades
cananéias durante a conquista de Canaã.

O Egito Antigo

A antiga terra dos Faraós abrangia o estreito vale do rio Nilo. Ao


norte iniciava-se sua extensão desde Asma, perto das primeiras
cataratas, até ao delta onde o Nilo desemboca no mar
Mediterrâneo; ocupa 950 km. A agricultura do Egito dependia da
regadura do Nilo e do sedimento que suas águas transbordantes
deixavam ao retirar-se depois de inundar o vale. Em cada lado
deste vale há um deserto desprovido de quase toda a forma de
vida. A história do Egito remonta aproximadamente ao ano 3000
a. C., quando o reino do vale do Nilo e o reino do delta foram
unificados pelo brilhante rei Menés.

Trinta dinastias ou famílias reais reinaram durante os anos 3000


até 300 a. C. A cidade de Mênfis, situada entre o delta e o vale do
Nilo, foi capital do reino até que se transferiu o governo da
região do sul para Tebas na época do Novo Reino (1546-1085 a.
C). A época clássica da civilização egípcia chama-se Antigo Reino
(2700-2200 a. C). As enormes pirâmides, edificadas como
túmulos reais, e a grande esfinge de Gizé foram construídos
neste período. Depois houve dois séculos de decadência
seguidos pelo Reino Médio (2000-1780 a. C.). Surgiu um
poderoso governo centralizado sob a duodécima dinastia que
trouxe projetos de irrigação, exploração mineira de cobre na
península do Sinai e a construção de um canal entre o mar
Vermelho e o rio Nilo. O comércio egípcio estendeu-se às terras
marítimas da parte oriental do mar Mediterrâneo. Floresceram a
educação e a literatura. Esta época brilhante foi seguida, por sua
vez, de dois séculos de decadência e de governo fraco.
No século XVIII os hicsos invadiram o Egito e estabeleceram sua
capital em Tânis (Zoã Avaris). Os invasores procediam,
provavelmente, da Ásia Menor e utilizaram carros puxados por
cavalos, e o arco composto, armas que os egípcios
desconheciam. Contudo, os hicsos permitiram que os egípcios
mantivessem um governo secundário em Tebas e no Baixo Egito.
Em 1570 a. C. os egípcios, dirigidos p0r Amósis I, expulsaram os
odiados hicsos e estabeleceram o Reino Novo (1546-1085 a. C).
Os hebreus estiveram no Egito nesse tempo. Tebas tornou-se
capital do Egito. Ainda existem as grandiosas ruínas desta cidade.
Diz Halley: "Nenhuma cidade tinha tantos templos, palácios e
monumentos de pedra inscritos em ricas cores, brilhantes e
resplandecentes de ouro."1 Sem dúvida, muitos dos magníficos
monumentos das cidades egípcias representam o trabalho, o
suor e o sangue de incontáveis milhares de escravos.
O mais famoso conquistador egípcio e fundador do império do
Egito na época do Novo Reino foi Tutmés III (Tutmósis III) que
reinou entre 1500 e 1450 a. C. Dirigiu dezoito campanhas
militares mediante as quais subjugou a Etiópia, a Palestina e a
Síria, estendendo o domínio egípcio até ao rio Eufrates.
Construiu uma frota e acumulou grandes riquezas. Costuma-se
compará-lo a Alexandre Magno ou a Napoleão, no sentido de
que foi o fundador de um grande império. Também Tutmés III
fomentou a construção de edifícios públicos ampliando o grande
templo de Carnaque e levantando numerosos obeliscos. Não
obstante, Amenotepe IV (Akhenaton), que reinou depois, desde
1369 até 1353 a.C, descuidou o império egípcio, pois se dedicou
a estabelecer o culto ao deus solar Áton como única divindade
do Egito. Enfrentou grande oposição e, consequentemente, o
Egito perdeu muito de seu domínio sobre Canaã e Síria. Seti I
(1302-1290 a. C.) procurou reconquistar os territórios perdidos e
seu filho Ramsés II (o Grande) seguiu seus passos, mas teve de
contentar--se com um pacto de não agressão com a Síria.
Ramsés II (1290-1224 a. C), considerado o Faraó do êxodo, por
muitos estudiosos, destacou-se por seus projetos de construção
em Tebas e por continuar levantando as cidades de armazéns
Pitom e Ramessés. Alguns estudiosos pensam que estas cidades
foram fundadas por seu pai Seti I, mas outros acreditam que
foram construídas originariamente por Tutmés III. Foi
encontrado um papiro daquela época que descreve os trabalhos
para construir a porta de um templo de Ramsés II. Fala de
operários que faziam sua cota de tijolos cada dia e de oficiais que
não tinham homens nem palha para produzir os tijolos.
Deificaram animais como o touro, o gato, o crocodilo, a rã e a
serpente. Por seu turno, cada deus tinha uma função. Os
egípcios atribuíam aos deuses à fertilidade da terra e dos
animais, a vitória ou a derrota na guerra e as enchentes do Nilo.
Alguns deuses foram elevados à proeminência nacional por meio
de decretos de estado. O deus Horus, com cabeça de falcão, foi
constituído como deus do estado já nos albores da história
egípcia. A quinta dinastia apoiava o culto ao deus solar Rá, cujo
centro de adoração foi Heliópolis (On), e Amom por pouco foi
constituído deus nacional durante o Reino Médio e o Reino
Novo. Para esta divindade foram construídos magníficos templos
em Carnaque e Lúxor. Todavia, em regra geral, o povo comum
não prestava culto aos deuses nacionais, mas adorava as
divindades locais. Os egípcios criam na imortalidade e seu deus
Osíris simbolizava esta esperança. Se uma pessoa levava uma
vida boa, poderia ressuscitar, mas primeiro teria de ser julgada
pelo tribunal do mundo subterrâneo. ESTEM BRASIL Escola
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Os sacerdotes embalsamavam por um processo complicado os
cadáveres de personagens e de pessoas endinheiradas com a
esperança de que voltassem a viver no futuro. Assim foi o
ambiente no qual viveram os hebreus durante um período de
mais de400 anos.
A data do Êxodo
Não há dúvida alguma de que os israelitas saíram do Egito no
lapso compreendido entre 1450 e 1220 a. C. Israel já estava
radicado em Canaã no ano de 1220 a. C, pois um monumento
levantado pelo Faraó Mereptá faz alusão ao combate entre
egípcios e israelitas na Palestina, naquela data. Não obstante,
faltam evidências conclusivas quanto à data precisa do êxodo. Há
duas opiniões principais a respeito desta questão. De acordo
com a primeira, o êxodo dataria, mais ou menos, por volta do
ano de 1440 a. C. Conforme a segunda opinião ocorreu no
reinado de Ramsés II, entre 1260 e 1240 a. C. Se a data anterior é
correta, Tutmés III, o grande conquistador e construtor, foi o
opressor de Israel, e Amenotepe II foi o Faraó do êxodo. Há
evidências de que Tutmósis IV, o sucessor de Amenotepe II, não
foi o filho primogênito deste, fato que concordaria com a morte
do primogênito do Faraó do êxodo. Os que favorecem a data
anterior pensam que os invasores de Canaã durante o século XIV,
mencionados como habiru nos documentos históricos, outros
não são senão os hebreus que, sob Josué invadiram a Palestina.
Nas famosas cartas de Tel-el-Amarna, escritas por chefes das
cidades-estados de Canaã dirigidas aos Faraós Amenotepe III e
Amenotepe IV no século XIV, há indicações de que a Palestina
estava em perigo de perder-se nas mãos dos habiru. Os chefes
cananeus clamaram por ajuda egípcia, mas Amenotepe IV estava
tão ocupado estabelecendo o culto a seu deus Aton, que não
deram ouvidos a seus rogos.
Propósito e mensagem do livro
O livro de Êxodo relata como a família escolhida no Gênesis veio
a ser uma nação. Registram os dois acontecimentos
transcendentes da história de Israel: o livramento do Egito e a
entrega do pacto da lei no Sinai. O livramento do Egito
possibilitava o nascimento da nação; o pacto da lei modelava o
caráter da nação a fim de que fosse um povo santo. O livro
descreve, em parte, o desenvolvimento do antigo concerto com
Abraão. As promessas que este recebeu de Deus incluíam um
território próprio, uma descendência numerosa que chegaria a
ser uma nação e bênção para todos os povos por meio de Abraão
e sua descendência. Primeiro Deus multiplica seu povo no Egito,
depois o livra da escravidão e a seguir o constitui uma nação.
Êxodo é um livro de redenção. O redentor Jeová não somente
livra a seu povo da servidão egípcia mediante seu poder
manifesto nas pragas, mas também o redime por sangue,
simbolizado no cordeiro pascoal. A páscoa ocupa lugar central na
revelação de Deus a seu povo, tanto no Antigo Pacto como no
Novo, pois o cordeiro pascoal é símbolo profético do sacrifício de
Cristo. Por isso a festa da páscoa converteu-se na comemoração
de nossa redenção (Lucas 22:7-20).
O Senhor prove para seu povo redimido tudo o de que ele
necessita espiritualmente: os israelitas precisam de uma
revelação do caráter de Deus e da norma de conduta que ele
exige; ele lhes dá a lei, mas também faz aliança com eles
estabelecendo uma relação incomparável e fazendo-os seu
especial tesouro. Os hebreus, redarguidos de pecado pela lei,
necessitam de purificação, e o Senhor lhes proporciona um
sistema de sacrifícios. Necessitam aproximar-se de Deus e
prestar-lhe culto, e Deus lhes dá o tabernáculo e ordena um
sacerdócio. Tudo isto tem a finalidade divina de que sejam uma
nação santa e um reino de sacerdotes. Êxodo jorra luz sobre o
caráter de Deus. No livramento de seu povo vê-se que é
misericordioso e poderoso. A lei revela que ele é santo; o
tabernáculo revela que ele é acessível mediante sacrifício
aceitável. É evidente o paralelo entre o livramento dos escravos
israelitas e um maior êxodo espiritual efetuado pela obra e
pessoa de Jesus Cristo. O Egito vem a ser um símbolo do mundo
pecaminoso; os egípcios, símbolo de pecadores escravizados;
Moisés simboliza o redentor divino que livra a seu povo
mediante poder e sangue e o conduz à terra prometida. ESTEM
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A escravidão (Êxodo 1)
O livro de Gênesis é a história de uma família. O livro do Êxodo é
a história de uma nação. Os filhos de Jacó haviam conquistado
grande favor por causa do seu irmão José. Depois que José
morreu e uma nova dinastia ascendeu ao trono do Egito, a
riqueza e o grande número dos filhos de Israel os fizeram objeto
de desconfiança. Lendo os versículos 8 a 14, podemos ver que o
poderio do povo hebreu aumentou muito e isso amedrontava os
egípcios. As alegrias e direitos do povo hebreu então terminam.
Faraó decreta três decretos e leis. O primeiro sujeitando os
hebreus a trabalhos forçados (v.12). O segundo que os recém-
nascidos hebreus homens deveriam ser mortos (vv.15,16), mas,
as parteiras temeram a Deus e não fizeram como o rei do Egito
ordenou (v.17). O terceiro decreto, que todos os meninos recém-
nascidos, filhos de estrangeiras fossem atirados no rio (v.22).


Êxodo 1.5 – “Setenta”. O número daqueles que entraram no
Egito às vezes é dado como 75 (referência lateral; At 7.14), e essa
diferença depende de quem é contado. O texto da Septuaginta
(o Antigo Testamento traduzido para o grego) adiciona mais
cinco os descendentes masculinos de José, dando assim um total
de setenta e cinco.
Êxodo 1.7 – “Aumentaram muito”. No hebraico,
“enxamearam", como se fossem insetos a zumbir em razão de
seu grande número (Gn 7.21). Houve extraordinária
multiplicação; e foi precisamente isso que assustou os egípcios,
levando-os a subjugar a grande massa que aumentava mais e
mais. Israel se desenvolvera, impondo sua própria identificação e
seu poder. Havia muitos jovens em idade de serviço militar. A
situação tornara-se explosiva. A hostilidade egípcia tinha sido
assim despertada.
Êxodo 1.8 – “Novo rei”. O Faraó que tinha favorecido a José
provavelmente era um dos reis hicsos. Aquela foi uma dinastia
de invasores semitas, e não de nativos camitas. Na história, eles
são conhecidos como reis pastores. O Egito, porém, acabou
libertando-se dos estrangeiros. Talvez o novo rei tenha sido o
primeiro monarca forte da 19ª Dinastia, Ramsés II. Ele
representava uma nova era. Os intérpretes não concordam
quanto à cronologia nem quanto à questão dos reis do Egito
mencionados nos livros de Gênesis e Êxodo. Agora, porém, Israel
tornara-se uma ameaça aos olhos dos egípcios. Ramsés II reinou
de 1290 a 1224 A. C. Na esperança de recuperar seu perdido
império asiático, os faraós mudaram sua capital de Tebas,
conforme tinha sido na 18ª Dinastia, para o delta do rio Nilo.
Êxodo 1.11 – “... cidades celeiros, PITOM E RAMESSÉS”.
“Piton” no idioma egípcio significa “mansão de Atom”. Ficava
localizada na porção nordeste do Egito, embora sua localização
exata permaneça um mistério. “Ramessés” era a cidade real dos
reis egípcios, localizada na parte nordeste do rio Nilo.
Êxodo 1.14 – “... com DURA servidão...”. O termo traduzido
como dura vem do hebraico “perek” significa aspereza ou
severidade. A cada tarefa que os egípcios submetiam os hebreus,
faziam com que a dificuldade de concluí-la fosse extremamente
penosa. Os egípcios esperavam que o espírito divino dos
israelitas fosse destruído com a escravidão abusiva.
Êxodo 1.15 – “Parteiras hebreias”. A primeira vez que
aparece a palavra “parteira”, na Bíblia, é em Gênesis 14.13 (Ver
também Gên. 35.17; 41.12). ESTEM BRASIL Escola
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Êxodo 1.15 – “Uma se chamava SIFRÁ...”. No hebraico
significa “beleza”. Ela era uma das duas parteiras hebreias, a
quem o Faraó, rei do Egito, ordenou que matassem todos os
meninos que nascessem aos israelitas (Êx 1.15). Ela viveu em
tomo de 1570 A. C.
Êxodo 1.15 – “... e a outra PUÁ”. No hebraico significa
“sopro” e “declaração”. Um termo cognato de “esplêndido”. No
Antigo Testamento, esse é o nome de dois homens e de uma
mulher. A mulher desse nome era uma das parteiras que Faraó
ordenara que matassem os meninos hebreus.
Êxodo 1.17 – “... As parteiras, porém, TEMERAM a Deus...”.
O termo hebraico para temeram é “yare” esta palavra era usada
comumente para piedade, obediência e a verdadeira adoração a
Deus. (Gn 22.12; Êx 20.20)
Êxodo 1.17 – “Deus fez bem às parteiras...”. Deus abençoou
as parteiras, porque elas o temeram. A expressão do versículo 17
é repetida com sentido enfático. Ele concedeu-lhes que tivessem
sua própria família. Deus permitiu que tais mulheres possuíssem
suas próprias famílias (Gn 18.19), porque elas eram fiéis a Ele.
Um libertador (Ex 2-4)
O nome desse libertador é Moisés. Deus tendo um plano muito
especial para sua vida o livrou da morte. Seu pai chamava-se
Anrão, e sua mãe Joquebede, ambos pertencentes à tribo de
Levi. Moisés um menino formoso, foi escondido por seus pais
durante três meses. Não podendo, mais escondê-lo, seus pais
tomaram uma arca de juncos, o colocaram nela, e esta foi posta
no rio. Moisés é conduzido à corte egípcia. A filha de Faraó o
acha e decide que será seu filho. Entretanto, a mãe verdadeira
de Moisés é chamada para cuidar dele (2:1-9). Já grande, sua
mãe entrega-o à princesa, que o educa em toda a sabedoria
egípcia. A vida de Moisés pode ser dividida em três partes: os
primeiros 40 anos de vida, na corte de Faraó, onde foi instruído
em toda ciência do Egito; os segundos 40 anos, no deserto de
Mídia, Moisés aprendeu que não era ninguém; nos terceiros 40
anos, Moisés reconhecera que Deus é tudo e suficiente para
salvar uma nação inteira. Foi quando Moisés entregou-se
completamente ao serviço de Deus.
Moisés já grande andando pela cidade egípcia percebe a
opressão do povo hebreu. Ele fica indignado por ver um egípcio
maltratando um hebreu, corre em sua defesa e mata o egípcio.
Ouvindo, pois, Faraó este caso, procurou matar a Moisés. Assim,
Moisés foge do Egito (2:15). Foi em casa de um homem chamado
Jetro, no deserto de Midiã, que Moisés encontrou asilo, e
permaneceu por 40 anos. Neste tempo casou-se com Zípora,
filha de Jetro e cuidou do rebanho do seu sogro. “E aconteceu
depois de muitos destes dias, morrendo o rei do Egito, que os
filhos de Israel suspiraram por causa da servidão, e clamaram; e
o seu clamor subiu a Deus por causa de sua servidão. E ouviu
Deus o seu gemido, e lembrou- se Deus do seu concerto com
Abraão, com Isaque, e com Jacó; e atentou Deus para os filhos de
Israel, e conheceu-os Deus” (Ex. 2:23-25). No capítulo 3, Deus
fala com Moisés do meio da sarça ardente. “Vem agora, pois, e
eu te enviarei a Faraó, (para que liberte o meu povo os filhos de
Israel) do Egito” (Ex. 3:10). Moisés tem um chamado divino, o de
libertar o povo hebreu das mãos de Faraó. Alguns pontos
importantes merecem destaque no chamado de Moisés:
1) “Apareceu-lhe o Anjo do Senhor...” (v. 2). O próprio Deus é
que aparece diante de Moisés.
2) “Não te chegues para cá; tira os teus sapatos de teus pés;
porque o lugar é santo” (v.5). Moisés entendeu que era
necessário reverenciar e temer onde estava.
3) “Eu sou o Deus de teu pai, de Abraão, Isaque e Jacó” (v. 6). O
Senhor se apresenta como Deus que eles adoravam.
4) “Quem sou eu, que vá a Faraó” (v.11). Moisés sente-se incapaz
para o cumprimento da missão. Mas, o Senhor diz para ele:
“Certamente eu serei contigo”. ESTEM BRASIL Escola
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5) “E disse Deus a Moisés: EU SOU O QUE SOU” (v. 14). O Senhor
deu a si mesmo o nome pessoal. Deus está dizendo a Moisés:
“Quero ser conhecido como o Deus que está presente e ativo”.
Moisés nesse momento é muito diferente daquele homem que
há quarenta anos matara um egípcio. A vida no deserto, o
trabalho de apascentar ovelhas e as últimas experiências divinas,
transformou a sua vida. Começa a partir desse momento uma
nova fase na vida de Moisés.
O ministério e a mensagem de Moisés foram confirmados por
sinais miraculosos (Ex.4:1-9). No versículo 10, Moisés argumenta
com Deus: “Ah! Senhor? Eu não sou eloquente..., sou pesado de
boca, e pesado de língua”. E disse-lhe o Senhor: “Quem fez a
boca do homem? Ou quem fez o mudo, ou o surdo, ou o que vê,
ou o cego? Não sou eu, o Senhor?” (v.11). Deus tem poder de
transformar e também de curar. Nada mais restava a Moisés
senão obedecer. Moisés então decide voltar ao Egito. Deus o
encoraja dizendo que os seus inimigos estão mortos (v.19) e
lembra a ele como se apresentar diante de Faraó e o que fazer
diante dele.
Moisés, Tipo de Cristo. Moisés tipificava a Cristo, sobretudo
como:
1. Um líder;
2. Um profeta;
3. Um legislador. E adiciono aqui alguns detalhes sobre a
questão: a) Moisés, tal como Cristo, foi divinamente escolhido
(Êx 3.7-10; Atos 7.25; João 3.16). b) Ambos foram rejeitados por
Israel (Êx 2.11-15; Atos 7.25; 18.8; 28.17 ss.; João 1.11). c)
Durante seus períodos de rejeição, obtiveram ambos uma esposa
gentílica (Êx 2.16-21; Mat 12.14-21; Ef 5.30-32).
4. Ambos tomaram-se libertadores de Israel (Êx 4.29-31; Rom.
11.24-26; Atos 15.1417);
5. Ambos tiveram os mesmos ofícios: como profetas (Atos
3.22,23); como advogados (Êxo. 32.31-35; I João 2.1,2); como
líderes ou reis. (Dt 33.4,5; Isa. 55.4; Hb 11.27);
6. Um contraste: Moisés era apenas um servo e Cristo é o
Senhor.


Êxodo 2.1 – “... Homem da casa de LEVI...”. O pai e a mãe de
Moisés eram da tribo de Levi (Louvor). Mais tarde, Deus
escolheria esta família para ser a família sacerdotal para Israel.
Êxodo 2.2 – “... e a mulher concebeu, e teve um filho”. Como
o versículo 4 mostra, este não era o primeiro filho do casal da
tribo de Levi. A irmã mais velha de Moisés chamava-se Miriã.
Arão era três anos mais velho do que o menino nascido. (Êx 7.7)
Êxodo 2.2 – “... e, vendo que ele era FORMOSO”. A palavra
traduzida como formoso, em hebraico “tôb”, é um termo
comum e pode ser entendido como bom. Tal observação é
normalmente feita pelas mães amorosas ao ver seu bebê pela
primeira vez. Escondeu-o três meses. Após o nascimento, a
mulher escondeu seu filho das autoridades, que tinham
permissão para jogá-lo no rio. Todavia, após três meses, não foi
mais possível que ela mantivesse a criança consigo. (Êx 1.22)
Êxodo 2.3 – “... tomou um CESTO DE JUNCO”. Um caixa de
juncos de papiro trançados, emplastrada com piche, para torná-
la impermeável (cf. Jó 9.26 e referência lateral; Is 18.2). Moisés
talvez seja retratado como um segundo Noé, o termo hebraico
aqui traduzido como "cesto" foi usado para indicar a arca de
Noé, em Gênesis 7-9. Sargão, de Acade (c. de 2350 a.C.), segundo
se dizia, teria sido exposto em uma caixa semelhante, e deixado
a flutuar no Eufrates. ESTEM BRASIL Escola Internacional
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Êxodo 2.3 – “... a filha de Faraó”. Alguns pensam que essa
princesa tornou-se a famosa Hatsepsute, a rainha de Tutmés II, e
que governou o Egito após a morte de seu marido. (1504—1483
a.C.)
Êxodo 2.10 - “... Esta lhe chamou de MOISÉS...”. Após um
prolongado período de cuidados com a criança, a mãe levou o
menino já crescido para a filha do faraó, que o adotou.
Provavelmente, o nome Moisés está relacionado à raiz egípcia
ms, que significa nasceu ou nascido, e é comumente encontrada
em nomes desta origem. Por exemplo, Tutmosis significa o bom
Tut nasceu. A filha do faraó explica o significado do nome
Moisés: Porque das águas o tenho tirado. Em hebraico, Moisés é
“mosheh” quer dizer aquele que é retirado. Dessa maneira, o
nome de Moisés pode fazer alusão ao Deus vivo que é o
verdadeiro Libertador, e também ao próprio Moisés, que seria o
instrumento de libertação dos israelitas no mar Vermelho (Gn
14; 15). Aquele que foi retirado do rio, que os inimigos queriam
afogar no Nilo (Êx 1.22), seria a pessoa que faria com que a
nação israelita passasse pelas águas.
Êxodo 2.11-15 - Os anos em que Moisés viveu na corte do
faraó não são detalhados nas Escrituras. Mas Estêvão, no Novo
Testamento, apresentou uma fascinante e apurada tradição:
Moisés foi instruído em toda a ciência dos egípcios e era
poderoso em suas palavras e obras (At 7.22). A educação que
Moisés recebeu foi a melhor que existia naqueles tempos. Ele
provavelmente aprendeu três línguas: egípcia, acádia e hebraica.
Assim, quando Moisés, posteriormente, foi até o faraó pedir
liberdade para os israelitas (Gn 7; 14), ele não era uma pessoa
estranha para a família real.
Êxodo 2.17 - “... Moisés, porém, se levantou, e as
DEFENDEU...”. O verbo hebraico “yasha”, traduzido como
defendeu, significa ajudar, salvar, abrir espaço para. É o principal
verbo no Antigo Testamento para indicar salvação. Os rudes
pastores chegaram a Midiã e tomaram conta de toda a área do
poço, fazendo com que as mulheres não tivessem oportunidade
de conseguir água. Entretanto, Moisés abriu espaço para as
moças, agindo como o salvador delas.
Êxodo 2.18 – “E vindo ela a REUEL...”. Esse nome significa
"amigo de Deus". O sogro de Moisés era conhecido por dois
nomes: Reuel e Jetro (3.1; 4.18). Jetro e Reuel podem ter sido
nomes variantes, ou Reuel ter sido um nome de clã.
Êxodo 2.20,21 - E Moisés consentiu em morar com aquele
homem; e ele deu a Moisés sua filha Zípora. Para uma pessoa
que fugia dos poderosos domínios do faraó, a oferta de casa,
proteção e uma nova vida, foram bastante atraentes. Moisés
chegou como um estrangeiro. Ele não tinha nada a oferecer e,
ainda assim, foi bem recebido e tornou-se parte do clã de Reuel
(Êx 4.18). O nome Zípora quer dizer pássaro.
Êxodo 2.22 - “... ele chamou GÉRSON...”. Gérson significa um
estranho lá. Moisés saiu do Egito duas vezes. Ele e os israelitas
eram estrangeiros no Egito (Gn 15.13). Agora, Moisés teve de
sair da terra dos egípcios e estabelecer-se em outro local. Ele
seria estrangeiro pelo resto de sua vida.
Êxodo 2.23 – “... e o seu clamor subiu a Deus por causa da sua
servidão”. Gemiam... Clamaram... O seu clamor subiu. O clamor
angustiado de Israel foi equilibrado por uma quádrupla resposta
de Deus. Deus "ouvindo", “lembrou-se", "viu" e "atentou" (vs. 24
e 25). Esse sumário prepara-nos para a chamada de Moisés e
sublinha o tema do livro da fidelidade divina às promessas da
aliança.
Êxodo 3.1 – “Horebe”. A palavra Horebe significa “deserto”,
“sequidão” (Êxo 3.1; 17.6; Dt. 1.2,6 etc). Alguns supõem que
Horebe fosse o nome do pico menor do monte Sinai, de onde
alguém poderia descer na direção sul. Outros estudiosos supõem
que esse nome designe a cadeia inteira da qual o Sinai era
apenas um cume especifico.
Êxodo 3.2 – “... Anjo do SENHOR...”. Foi uma teofania, uma
manifestação visível de Deus (v. 4). Ver nota em Gn 16.7.
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Êxodo 3.2 – “A chama de fogo” – Era a presença do Senhor, a
“Shekinah”. A Shekinah é uma palavra hebraica que significa
“habitação” ou “presença de Deus”. Para os teólogos a tradução
que mais se aproxima dessa palavra é “a glória de Deus se
manifesta”. O verbo hebraico “shachan” se traduz por habitar ou
morar, como também, a palavra "shikan”, se traduz por alojar ou
instalar. As duas palavras possuem a mesma raiz da palavra
shekinah, que significa “Divina Presença” ou “em quem Jeová
habita”.
Êxodo 3.2 – “... em uma chama de FOGO...”. O fogo é um
frequente símbolo bíblico para a presença de Deus (13.21; 19.18;
Gn 3.24; 1Rs 18.24,38); exprime particularmente a santidade
toda consumidora de Deus. (Hb 12.29)
Êxodo 3.2 – “... e a SARÇA não se consumia”. Um arbusto
literal foi iluminado com fogo sobrenatural. Deus é
transcendental, mas revelou-se na sarça para chamar a Moisés.
Êxodo 3.5 – “Tira a sandálias dos pés”. No oriente antigo, tirar
as sandálias dos pés é uma forma de respeito. Alguns também
acreditam que as sandálias que Moisés usava eram egípcias
(tipificando o mundo), ele deveria tirá-las para entrar na
presença do Senhor. Um chamado a santidade.
Êxodo 3.15 – “O SENHOR”. O original hebraico diz “Yahweh”
ou o tetragrama “YHWH”, nome esse provavelmente derivado
do verbo hebraico “hayah” para "ser" (o que significa "ele é" ou
"ele será"). A primeira pessoa do singular correspondente é
“ehyeh”, "Eu sou". Note paralelos: "Eu Sou me enviou a vós
outros" (v. 14) e também: "O SENHOR [Yahweh]... enviou-me a
vós outros" (v. 15).
Êxodo 4.2 – “Bordão”. O segredo do sucesso de Moisés foi
levar esta vara na mão (17). Neste capítulo, levar “A Vara de
Deus” significa: 1) A rendição completa de si mesmo a Deus; 2) O
meio pelo qual as pessoas reconheceriam a presença de Deus; 3)
O canal pelo qual Deus mostraria seu poder.
Êxodo 4.2 – “que é isso na tua MÃO?”. A palavra hebraica
para "mão" com frequência subentende poder. Contra a mão
opressora do Egito (3.8; 14.30; 18.10), a poderosa mão de Deus
se estenderia (3.19,20). Deus usaria a mão de Moisés para
mostrar o seu poder. O cajado de Moisés tornar-se-ia o cajado
de Deus (v. 20).
Êxodo 4.10 – “Sou pesado de boca”. Moisés não era homem
fluente, mas Deus equipa aquele a quem ele chama (Jr 1.9). Deus
estava ensinando a Moisés e a seus sucessores que
dependessem dele quanto a seus dons. Se Deus fez a boca (v.
11), então ele pode capacitar o homem a usá-la.
Êxodo 4.13-16 - Deixado sem qualquer desculpa, Moisés ainda
tentava evitar ser comissionado. Mas o Senhor já havia
convocado o irmão de Moisés, Arão. O relacionamento entre
Moisés e Arão irradiou luz sobre a natureza da profecia. Arão
seria porta-voz de Moisés, da mesma maneira que um profeta
era porta-voz de Deus (v. 16). Alguns estudiosos acreditam que
Moisés era gago ou possuía uma deficiência na fala.
Êxodo 4.21 – “Endurecerei o coração de Faraó”. Os termos
que descrevem o endurecimento do coração de Farão aparecem
por vinte vezes em Êxodo 4—14. Na descrição desse
endurecimento, são utilizados três verbos hebraicos: “kabed”,
“hazaq”, “qasha”. O significado básico de “kabede” “ser
pesado”. Além de descrever o coração, a palavra kabed pode
descrever os olhos (Gn 48.10), os ouvidos (Is 6.10) ou a boca e a
língua (Ex 4.10). Cada uma dessas referencia diz respeito ao mau
funcionamento de um órgão em especial, quer em virtude de
idade ou doenças (Gn 48.10; Ex 4.10). Por causa disso, R. R.
Wilson afirma que, nessas passagens, o escritor “se refere a um
órgão sensorial que já não recebe estímulos externos”. ESTEM
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O verbo “hazad” significa “ser forte e duro”. E a mesma raiz de
"Ezequias”, “o Senhor e a minha forca”, e Ezequiel, “que Deus
fortaleça”. Em um contexto negativo, talvez o equivalente mais
próximo em nossa língua seja “cabeça-dura”. O verbo qasha
significa “ser duro, severo, difícil”.
Êxodo 4.29 – “... e ajuntaram todos os ANCIÃOS...”.
Literalmente significa "os barbados". Essas são os cabeças de
famílias que representariam Israel. Eles se reuniriam para ouvir a
respeito da fidelidade de Deus (4.30,31).
Moisés e Arão diante de Faraó (Ex. 5-12)
A narrativa do Êxodo é basicamente um conflito entre dois
deuses: o Senhor e Faraó. Faraó questionava o poder do Deus de
Israel, considerava- se mais poderoso. Por várias vezes Moisés e
Arão colocam-se diante de Faraó e dizem: “Assim diz o Senhor,
Deus de Israel: Deixa ir meu povo”. A cada resposta negativa de
Faraó, Deus manda pragas sobre o Egito. As dez pragas foram o
método do Senhor demonstrar que é mais poderoso que
qualquer deus egípcio.
As dez pragas:
Muito já se disse sobre as pragas DEUSES DO EGITO
serem diretamente voltadas para
algum aspecto especifico da
religião egípcia. Em diversos casos,
isso e bem possível, mas em
outros fica difícil fazer essa
correspondência. Na verdade, em
Êxodo 12.12, vemos o Senhor
dizendo: “e sobre todos os deuses
do Egito farei juízos”. Veja
também Números 33.4b: “e
havendo o Senhor executado os
seus juízos nos seus deuses”. Para
algumas das pragas, a
correspondência e valida. PRAGAS
1. As águas do Nilo converteram- 1. Juízo de Deus sobre “Hapi”, o
se em sangue (Ex. 7:14-21).  deus do Nilo, portador da
fertilidade. 
2. As rãs (Ex. 8:1-1). 2. “Hekt”, a deusa da fecundidade
com cabeça de sapo. 
3. Os piolhos (Ex. 8:16-19).  3. “Kheper”, na forma de um
besouro. Ele representa o ciclo
diário do sol pelo céu. 
4. As moscas (Ex. 8:20-28).  4. “Kheper”, na forma de um
besouro (que talvez possamos
incluir na praga das moscas). Ele
representa o ciclo diário do sol
pelo céu. 
5. A peste nos animais (Ex. 9:1-7). 5. Muitos deuses e deusas egípcias
são representados
zoomorficamente em hieróglifos:
“Hator”, representada como uma
deusa com cabeça de vaca ou
como uma deusa com cabeça
humana e orelhas ou chifres de
vaca; Amon, rei dos deuses e
protetor dos Faraós, representado
por uma figura masculina com
cabeça de carneiro ou como
carneiro com uma tríplice coroa. 

ÊXODO

O segundo livro do Pentateuco chama-se em


hebraico, "Shemót" (nomes) e em grego, "Êxodo",
(Saída), pois um dos principais acontecimentos nele
narrados é à saída do povo de Israel do Egito. Este
livro pode ser dividido em duas partes: uma
histórica e outra legislativa. A histórica trata da vida
dos "Bené Yisrael" no Egito; da infância, vocação e
missão de Moisés; da libertação do povo, sua
peregrinação pelo deserto e a construção do
tabernáculo. A parte legislativa contém uma série
de leis civis, morais e religiosas, principalmente o
"Decálogo" ou "Dez Mandamentos", que se
tornaram leis universais para toda a humanidade,
até hoje.

Com toda facilidade compreender-se-á a


importância deste livro, sobretudo em se pensando
que, se a história civil das nações, mormente as
antigas, acha-se intimamente vinculada à religião e
essa à moral, isto jamais foi tão verídico como a
respeito dos hebreus. As leis contidas no Êxodo
formam a essência da vida civil e religiosa do povo
eleito.

É bem verdade que, de todas essas leis, e


especialmente as do chamado código da aliança
(21:23), foram encontradas analogias notáveis no
código de Hamurabì (rei babilônico, que viveu
alguns séculos anteriormente a Moisés), que foi
descoberto, traduzido e publicado pelo dominicano
Pe. Scheil, em 1902. De tais analogias não se
infere, porém, em absoluto, como pretendem
alguns, a dependência do código mosaico do
babilônico. Elas têm sua explicação adequada nos
fatores comuns às duas sociedades, israelita e
babilônica, tão próximas no tempo, no lugar e
também na origem, pois os patriarcas do povo
hebreu procediam do vale do Tigre.

Realmente, na legislação decretada no Sinai,


nem tudo foi criado desde a raiz; muitos usos e
costumes já introduzidos na prática social foram
confirmados pela aprovação divina. De resto,
também nas famosas leis romanas das doze tábuas
descobrem-se semelhanças com o código mosaico,
sem que ocorra a alguém o pensamento de querer
estabelecer um parentesco entre as primeiras e o
segundo. Providências semelhantes surgem
espontaneamente de necessidades sociais do
gênero. No decálogo, porém, e na doutrina religiosa
que lhe forma a base inconcussa (20:2-17), reside a
verdadeira prerrogativa do povo de Israel; nada de
semelhante se encontra em nenhum outro povo.
Citam-se, é certo, da literatura egípcia; certas
desculpas espirituais como: "Não cometi injustiça,
não roubei, não matei" etc., ou da babilônia, os
esconjuros, onde se pergunta se o exorcizado
ultrajou alguma divindade, se desprezou pai e mãe,
se mentiu ou praticou obscenidades etc. Mas não há
proporção entre os protestos de um particular para
evitar o castigo (finalidade daquelas fórmulas
rituais) e a autoridade soberana que impõe a lei a
todo um povo. Entre os próprios egípcios e
babilônios, nada há de correspondente, na
legislação, àquelas fórmulas cerimoniais. O decálogo
de Moisés não tem rivais no mundo.

Pelas razões citadas, os acontecimentos


narrados no Êxodo tiveram um eco enorme na
memória das tribos israelitas. Em quase todas as
páginas do Antigo Testamento são recordadas a
libertação da escravidão do Egito, a prodigiosa
passagem do mar Vermelho, os golpes tremendos
com os quais foi dominada a tenaz oposição do
opressor egípcio, as grandiosas manifestações
divinas no Sinai, o sustento milagroso de povo tão
numeroso no deserto. Daí Israel deduzia os motivos
mais fortes para ser grato e fiel a Deus, e conservar
uma confiança inabalável na sua providência
soberana e nos seus próprios destinos.

A cronologia do Êxodo, ou seja, o ano em que


os hebreus saíram do Egito está naturalmente
ligado à história desse país. Mas, já que a Bíblia não
fornece os nomes dos dois faraós, o da opressão
(1:8, 2:23) e o da saída (14:5), duas opiniões
diversas se equilibraram entre os doutos, com
autoridade e número de defensores quase iguais.
Para uns, o opressor seria Totmés 3 (1500-1450) e
o outro Amênofis 2 (1447-1420), da XVIII dinastia;
para outros, no entanto, Ramsés II (1292-1225), da
XIX dinastia, teria oprimido ns hebreus, e seu
sucessor, Menefta (1225-1215); tê-los-ia libertado.
A segunda opinião, que estabelece o século XIII
a.C. para o Êxodo, parece-nos mais condizente com
o texto (1:11) e mais coerente com outros dados da
história sagrada e profana.

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