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Súmula 28 do STF: O estabelecimento bancário é responsável pelo pagamento de

cheque falso, ressalvadas as hipóteses de culpa exclusiva ou concorrente do correntista.

CC, Art. 927: Aquele que, por ato ilícito (arts. 186-187), causar dano a outrem, fica
obrigado a repará-lo.

Parágrafo único: Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de


culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente
desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos
de outrem

Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência,
violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato
ilícito

CARLOS ROBERTO GONÇALVES

RESPONSABILIDADE DECORRENTE DE LEASING (arrendamento mercantil)

Justamente porque o arrendador adquire o bem conforme indicações técnicas do


arrendatário, não se lhe aplicam as normas sobre vícios redibitórios — assinala Fábio
Konder Comparato, um dos primeiros estudiosos do leasing no Brasil. Paulo Roberto
Tavares Paes explica a razão: “A instituição financeira exerce, em última análise, a
função de simples intermediária entre aquela e o vendedor do material, o que faz com
que não se lhe possa imputar qualquer responsabilidade” (Apud Arnaldo Rizzardo, A
reparação, cit., p. 255.)

NATUREZA DA RESPONSABILIDADE DAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS

 Responsabilidade contratual: decorrente da relação entre o banco e seus


clientes
 Responsabilidade aquiliana: danos a terceiros, não clientes
 Depósito bancário:
o AGUIAR DIAS: “O depósito bancário é, com efeito, considerado
depósito irregular de coisas fungíveis. Neste, os riscos da coisa
depositada correm por conta do depositário, porque lhe são aplicáveis as
disposições acerca do mútuo (Cód. Civil [de 1916], art. 1.280
[correspondente ao art. 645 do Código de 2002]). Na ausência de culpa
de qualquer das partes, ao banco toca suportar os prejuízos. Assumir o
risco é, na hipótese, o mesmo que assumir a obrigação de vigilância,
garantia, ou segurança sobre o objeto do contrato” (Da responsabilidade,
cit., 4. ed., v. 1, n. 150-A.)
o CC, art. 642: O depositário não responde pelos casos de força maior; mas, para que
lhe valha a escusa, terá de prová-los.

RESPONSABILIDADE PELO PAGAMENTO DE CHEQUE FALSO

 Aguiar Dias (Da responsabilidade, cit., 4. ed., n. 150-1, 398) entende que, não
havendo culpa de ninguém (caso do falsificador que obtém cheque avulso e
o preenche na hora, com assinatura idêntica à do correntista), o banco deve
responder civilmente e ressarcir o cliente, pois o dinheiro utilizado foi o seu.
O cliente é, no caso, apenas um terceiro. O crime de falsidade foi dirigido contra
o banco. (QUANDO NEM O BANCO NEM O CLIENTE TÊM CULPA, A
RESPONSABILIDADE É DO PRIMEIRO)
 A responsabilidade do banco pode ser diminuída, em caso de culpa concorrente
do cliente, ou excluída, se a culpa for exclusivamente da vítima.
 TEORIAS PARA SOLUCIONAR ESTE PROBLEMA:
o Teoria da culpa: deve-se comprovar a existência de conduta, dano e
nexo causal (MINORITÁRIA, POIS NEM SEMPRE SERÁ POSSÍVEL
PROVAR DE QUEM FOI A CULPA)
o Teoria do risco profissional: A teoria do risco profissional funda-se no
pressuposto de que o banco, ao exercer a sua atividade com fins de lucro,
assume o risco dos danos que vier a causar. A responsabilidade deve
recair sobre aquele que aufere os cômodos (lucros) da atividade, segundo
o basilar princípio da teoria objetiva;
o Teoria contratualista:
 Arnoldo Wald: a doutrina estrangeira indica dois fundamentos
que estão levando os tribunais a reconhecer um regime próprio de
responsabilidade para o banqueiro
 A assemelhação aos concessionários de serviços
públicos que exercem uma função delegada do Estado
 A sofisticação crescente da ideia do risco profissional,
na qual se introduziram certos fatores agravantes,
decorrentes do conhecimento especializado do
banqueiro e da dimensão cada vez maior das
instituições financeiras, fazendo com que o cliente
desconheça os chamados “mecanismos bancários” e se
encontre numa incontestável situação de inferioridade
ao contratar com o banqueiro.
o Cláusulas de não indenizar nos contratos de
adesão
 O banco participa de um verdadeiro serviço público
de distribuição de crédito se justifica no Brasil pelo
texto expresso da Lei da Reforma Bancária, que define
o Sistema Financeiro Nacional
 ARNOLDO WALD: “pela própria natureza dos serviços
prestados pela instituição financeira, entendemos que se
impõe a sua responsabilidade objetiva pelos mesmos
motivos por que se estabeleceu a do Estado, que mereceu
até ser consagrada constitucionalmente. Na realidade,
sendo impossível ao cliente conhecer a vida interna da
instituição financeira, pelo grau de complexidade que
alcançou, justifica-se que esta responda objetivamente
pelos danos causados, com base na teoria da culpa do
serviço, consolidada e consagrada no campo do Direito
Público” (Responsabilidade civil do banqueiro por
atividade culposa, RT, 595/40, n. 51 e 52.)
 DIRETRIZES QUE NORTEIAM A
RESPONSABILIDADE CIVIL DAS INSTITUIÇÕES
FINANCEIRAS
o a) quando o correntista não concorreu para o evento
danoso, os prejuízos decorrentes do pagamento de
cheques fraudados devem ser suportados pelo banco:
o b) provada, pelo banco, a culpa do correntista na
guarda do talonário, fica aquele isento de culpa;
o c) em caso de culpa concorrente (negligência do
correntista, na guarda do talonário, e do banco, no
pagamento de cheque com assinatura grosseiramente
falsificada), os prejuízos se repartem;
o d) não provada a culpa do correntista, nem do banco,
sobre este é que deve recair o prejuízo.
 CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR
o Art. 14, § 3º: a responsabilidade dos bancos
decorrente do pagamento de cheque falso somente
se exclui no caso de culpa exclusiva do
consumidor ou de terceiro

STOLZE

 “Instituições financeiras”: o conceito de instituições financeiras é mais


abrangente que o de banco, isto porquê as primeiras compreendem não somente
os estabelecimentos que depositam e emprestam dinheiro, características
inerentes aos bancos, mas sim a toda e qualquer instituição que realize operação
de crédito
 Tríplice perspectiva:
o Responsabilidade civil em face dos seus agente:
 Prepostos (empregado; vínculo empregatício): aplica-se a
legislação trabalhista;
 Contratado (prestador de serviços; terceirizado): aplica-se as
disposições gerais do Código Civil (responsabilidade civil
subjetiva), salvo se restar comprovado que a atividade
desempenhada pelo contratado era de risco.

o Responsabilidade civil em face dos seus clientes/consumidores;


 Resoluções n. 2.878/2001, do BACEN: Código do Cliente Bancário.
Explicitou mandamentos do Código de Defesa do Consumidor (Lei nº
8.078/1990), reconhecendo o que já estava consolidado na doutrina e na
jurisprudência: que a relação entre o cliente bancário e o banco, além
de ser, obviamente, contratual, é, também, de consumo.
 Jurisprudência:
OS BANCOS, COMO PRESTADORES DE SERVIÇOS
ESPECIALMENTE CONTEMPLADOS NO ARTIGO 3º,
PARÁGRAFO SEGUNDO, ESTÃO SUBMETIDOS ÀS
DISPOSIÇÕES DO CODIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. A
CIRCUNSTÂNCIA DE O USUÁRIO DISPOR DO BEM
RECEBIDO ATRAVÉS DA OPERAÇÃO BANCÁRIA,
TRANSFERINDO-O A TERCEIROS, EM PAGAMENTO DE
OUTROS BENS OU SERVIÇOS, NÃO O DESCARACTERIZA
COMO CONSUMIDOR FINAL DOS SERVIÇOS PRESTADOS
PELO BANCO (STJ, REsp 57.974/RS)
 Responsabilidade civil pelo pagamento de cheque falso:
 Responsabilidade contratual ou aquiliana? A doutrina
diverge diametralmente acerca da natureza jurídica da
responsabilidade civil decorrente do pagamento de cheque
falsificado. Trata-se, pois, de questão meramente
doutrinária, posto que a responsabilidade que ao banco é
imputada em face de tal situação fática é, sem sombra de
dúvidas, objetiva, posto que, como vimos, decorre de
relação de consumo.
o Responsabilidade concorrente e exclusiva da
vítima: a súmula 28 do STF coloca que “o
estabelecimento bancário é responsável pelo
pagamento de cheque falso, ressalvadas as hipóteses de
culpa exclusiva ou concorrente do correntista”. Ocorre
que, segundo o Código de Defesa do Consumidor, a
culpa concorrente não exime o fornecedor da obrigação
de indenizar integralmente a vítima do dano.
 Jurisprudência:
“Responsabilidade civil. Cheque. Talonário sob a
guarda do banco. Furto. Legitimidade do banco.
Inocorrência de violação da lei federal. Dissídio não
demonstrado. Precedentes. Recurso não conhecido.
I – Pode a instituição financeira responder pelos
danos sofridos por comerciante, quando esse,
tomando todas as precauções, recebe cheque como
forma de pagamento, posteriormente devolvido pela
instituição financeira por ser de talonário furtado de
dentro de uma de suas agências.
II – Para caracterização do dissídio, necessário o
cotejo analítico das bases fáticas que sustentam as
teses em conflito” (STJ, REsp 56.502/MG, Gj, 24-
3-1997, Rel. Min. Sálvio de Figueiredo Teixeira)
 Erro grosseiro: há divergências acerca da possibilidade de se
afastar a responsabilidade da instituição financeira quando
falsificação do cheque é de difícil percepção. Contudo, a
melhor doutrina tende a considerar que a responsabilidade
da instituição financeira por pagamento de cheque falso
somente é afastada no caso, exclusivamente, de culpa
exclusiva da vítima. Além do mais, se o indivíduo comete
fraude ao descontar o cheque, este o fará em detrimento da
instituição financeira, e não do cliente, mesmo que este seja
o titular do respectivo cheque.
o Jurisprudência:
“Responsabilidade civil. Banco. Defeito do serviço.
Pagamento de cheque furtado com assinatura
falsificada. Dano moral in re ipsa. Relação de conta-
corrente. Subsunção ao CDC e seus princípios. Fato do
consumo. Falha do serviço. Age com negligência,
assim não oferecendo a segurança que se espera de
serviços bancários postos à disposição dos
consumidores, a instituição que aceita cheques com
assinatura flagrantemente falsa (art. 14 do CDC).
Ausência de excludentes. Responde o banco pela falha
do serviço, ao pagar cheque com assinatura falsa, sem
compará-la com a constante na ficha do autor,
remetendo seus dados para registro no cadastro de
emitentes de cheques sem fundos do BACEN – CCF e
na centralização dos serviços de bancos S/S – Serasa.
Interpretação da Súmula n. 28 do STF. Dano in re ipsa.
Se o agravo moral é consequência necessária da
violação de algum direito da personalidade, a
demonstração de sua existência importa,
simultaneamente, prova de sua ocorrência.
Quantificação da indenização por dano moral imposta
por arbitramento, obedecendo a parâmetros da Câmara
e às circunstâncias do caso concreto, levando em
consideração tanto o fator inibitório-punitivo, como
compensador. Apelo parcialmente provido” (TJRS, Ap.
Cível 70005625926, 9ª Câmara Cível, Rel. Des. Rejane
Maria Dias de Castro Bins, julgado em 19-3-2003)
 TODAS AS FORMAS DE LESÃO AOS INTERESSES
DOS CLIENTES (CONSUMIDORES)
BANCÁRIOS/FINANCEIROS DEVEM SER DE
RESPONSABILIDADE DA INSTITUIÇÃO
FINANCEIRA:
o “Responsabilidade civil. Indevido cadastramento de cliente
em órgão de proteção ao crédito. Se a administradora de
cartão de crédito lança, na fatura, um valor mínimo para seu
pagamento, independentemente de o cliente não ter feito
pagamento no mês anterior, ocorrido o adimplemento do
valor mínimo, não pode inscrevê-lo por débito daquele
período. Ilicitude de comportamento e falha no serviço que
atraem a responsabilidade civil. Majoração da indenização
para quarenta salários mínimos, tendo em vista as
circuntâncias do caso concreto. Verba honorária fixada em
10% do valor da condenação, pela proibição de reformatio in
pejus e de acordo com o art. 20, § 3º, do Código de Processo
Civil. Primeira apelação parcialmente provida e segunda
apelação provida” (Ap. Cível 70005614870, 9ª Câmara
Cível, TJRS, Rel. Des. Rejane Maria Dias de Castro Bins, j.
19-3-2003)
o “Responsabilidade civil de banco. Caderneta de poupança.
Retirada indevida por terceiro. Retirada sem autorização do
titular. Negligência. Responsabilidade objetiva. Indenização.
Dano moral. Desprovimento do recurso. Responsabilidade
civil. Instituição bancária. Retirada de numerário da conta
poupança de cliente realizada por terceiro sem permissão do
correntista. Indenização. Dano moral. O caso vertente
enquadra-se na hipótese de responsabilidade contratual
objetiva, posto que havia entre as partes a relação de
consumo prevista no artigo 3º, § 2º, do CDC, o que também
faz incidir a inversão probatória constante na legislação
consumeirista (art. 6º, VIII, do CDC). Cabe ao banco
apelante provar que os saques efetuados ocorreram por
terceiro em nome do correntista e com a sua autorização, o
que equivale dizer que esta teria fornecido sua senha a
outrem, permitindo os saques, oque efetivamente não pode
ser apenas presumido. Devem as instituições bancárias
aprimorar sua segurança, no sentido de promover meios
eficientes de controle do patrimônio alheio, e se assim não
procedem, permitindo a violação, incorrem na culpa in
custodiendo, impondo-se o dever indenizatório. A subtração
imotivada de numerário da conta poupança do correntista,
causando-lhe sofrimento, ansiedade, interferindo
negativamente no seu cotidiano, justifica a condenação em
danos morais. Recurso conhecido e improvido” (TJRJ, Ap.
Cível 2000.001.19821, data de registro: 30-5-2001, 11ª
Câmara Cível, Des. Cláudio de Mello Tavares, j. 11-4-2001)
o “Dano moral. Devolução indevida de cheque. CDC.
Quantum. A instituição bancária responde pela prestação
defeituosa de serviços, uma vez que o caso em exame se
rege pelas normas do CDC. Devolução de cheques pela
alínea 25. Cancelamento de talonário pelo banco sacado,
quando evidenciada a situação de extravio de talão de
cheque, salvaguardando o correntista de eventuais prejuízos.
Caso em que o banco-requerido sustou o pagamento de
cheques emitidos pelos autores, sem, contudo, justificar a
devolução das cártulas, já que, no caso, inexistiu extravio do
talonário. Responsabilidade objetiva do fornecedor de
serviços (art. 14 do CDC). O constrangimento e os
transtornos causados aos autores configuram dano moral
puro, independentemente de prova. Indenização. O
ressarcimento deve ser estipulado como justa compensação
pelos incômodos e transtornos a que aa parte foi submetida.
Apelo provido” (TJRS, Ap. Cível 70004500823, 10ª Câmara
Cível. Rel. Des. Luiz Lúcio Merg, j. 6-3-2003).
o “Ação de indenização. Danos morais. Devolução indevida de
cheque. Comprovada a culpa da instituição bancária que
devolve cheque emitido pelo autor sob a alegação de que não
se encontrava regularmente preenchido, ainda que já
houvesse acolhido três cártulas que continham a mesma data,
deve reparar o abalo moral e os transtornos causados ao
autor. Apelo do autor provido. Apelo do banco improvido”
(TJRS, Ap. Cível 70004384798, 5ª Câmara Cível, Rel. Des.
Ana Maria Nedel Scalzilli, j. 19-12-2002)

 Penhora de depósitos de instituição financeira:


PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO PROVISÓRIA. PENHORA.
DINHEIRO. INSTITUIÇÃO FINANCEIRA. CAUÇÃO IDÔNEA.
DESNECESSIDADE. I. É lícita a penhora sobre dinheiro, mormente
quando o executado é instituição financeira. Precedentes do STJ (STJ,
REsp 798764/MA).

 Responsabilidade civil pelo furto ou roubo dos bens


depositados em cofres bancários
Tanto a doutrina quanto a jurisprudência se posicionam no
sentido de que a responsabilidade civil das instituições
financeiras persiste mesmo no caso em que há a atuação de forças
externas – neste caso, a coação dos assaltantes –, posto que o
contrato de depósito entre o cliente bancário e o banco é regido,
também, pelo Código de Defesa do Consumidor, ou seja, recai
sobre o banco a responsabilidade objetiva no caso de eventual
subtração de bens depositados nesta instituição.
Nada obstante, o que se discute é acerca do quantum devido ao
cliente nestes casos, posto que a instituição financeira, muitas das
vezes, não tem acesso aos bens objeto do depósito, visto que,
neste caso, há uma obrigatoriedade de sigilo por parte do banco
(apesar de que, atualmente, os bancos estão optando por
fotografar os cofres, afim de se resguardar nestas hipóteses –
lembrando que as fotografias permanecem lacradas, sendo
reveladas somente em casos excepcionais, como este). Sem
embargos, o que se observa na jurisprudência é que os Tribunais
estão adotando as “provas indiretas” (testemunhas, sobretudo)
como instrumento balizador da quantificação da indenização.
 Jurisprudência:
Banco – Responsabilidade Civil – Furto de Valores em Cofre
de Aluguel – Prova do Dano – Com relação aos danos e tendo
em vista os princípios da liberdade probatória e da boa fé,
conjugados à extrema dificuldade da prova do conteúdo do
cofre, deve-se da crédito às declarações da pessoa lesada; às
informações do seu joalheiro há 15 anos; aos depoimentos de
um provecto amigo, e à avaliação indireta” (TJRJ, 2ª T., EI,
Rel. Paulo Freitas, julgado em 15-10-1991, RT, 676/151)

o Responsabilidade civil em face de terceiros.


 “Responsabilidade civil. Cheque. Talonário sob a guarda do
banco. Furto. Legitimidade do banco. Inocorrência de violação da
lei federal. Dissídio não demonstrado. Precedentes. Recurso não
conhecido.
I – Pode a instituição financeira responder pelos danos sofridos
por comerciante, quando esse, tomando todas as precauções,
recebe cheque como forma de pagamento, posteriormente
devolvido pela instituição financeira por ser de talonária furtado
de dentro de uma das suas agências.
II – Para caracterização do dissídio, necessário o cotejo analítico
das bases fáticas que sustentam as teses em conflito” (STJ, REsp
56.502/MG; Ap. 1994/0033758-2, 4ª Turma, Rel. Min. Sálvio
Figueiredo Teixeira, julgado em 4-3-1997)
 “Responsabilidade civil. Banco. Abertura de conta. Documentos
de terceiro. Entrega de talonário. Legitimidade ativa. Gerente de
supermercado.
1. Falta de diligência do banco na abertura de contas e entrega de
talonário a pessoa que se apresenta com documentos de
identidade de terceiros, perdidos ou extraviados. Reconhecida a
culpa do estabelecimento bancário, responde ele pelo prejuízo
causado ao comerciante, pela utilização dos cheques para
pagamento de mercadoria;
2. O gerente do supermercado, que responde pelos cheques
devolvidos, está legitimado a propor a ação de indenização.
Recurso não conhecido” (STJ, REsp 47.335/SP; Ap.
1994/0012062-1, 4ª Turma, Rel. Min. Ruy Rosado de Aguiar,
julgado em 29-11-1994)
* Responsabilidade do banco em decorrência de assalto:
“Responsabilidade civil. Banco. Assalto. Trata-se da
responsabilidade do banco pela morte de correntista assaltado e
morto ao sacar dinheiro em caixa eletrônico no interior da
agência. No caso como o assalto foi dentro do estabelecimento
bancário, ainda que fora do horário de expediente, responde o
banco pela segurança dos seus usuários. Com esse entendimento,
prosseguindo julgamento, a Turma não conheceu do recurso”
(STJ, REsp 488.310-RJ, Rel. originário Min. Ruy Rosado, Rel.
p./acórdão Min. Aldir Passarinho Junior, j. 28-10-2003)

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