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Aliança e Identidade
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ITRODUÇÃO
Em uma época em que tantas religiões, grupos e pessoas afirmam serem detentores do
verdadeiro caminho, da aliança vigente, ou das bênçãos de YHWH, este livro visa ser um
guia sólido, pautado plenamente na totalidade da Bíblia (ao contrário de alguns estudos que
se baseiam em textos isolados), a fim de respondermos a essa questão crucial.
Existem atualmente os que dizem que a aliança é só para Yisra’el , outros dizem que a
aliança é em parte para Yisra’el e outra parte para a “Igreja”. Mestres e doutores
expressam suas idéias e linhas em diversos livros, rodapés de Bíblias e comentários
teológicos, porém como saber onde está a verdade?
Diante dos expostos, esta obra mostrará as bases da aliança feita por YHWH com o
homem, suas características, e como ela é conduzida pelo Autor da vida.
O tema sempre foi motivo de discussão e conflitos. Ouve-se muitos falarem na aliança de
YHWH com os homens, e em outra aliança de YHWH com Yisra’el , o povo escolhido,
porém fica a pergunta: existem várias alianças? Quantas são? Como são? Quem faz parte
delas?
São perguntas que o Cristianismo, com sua teologia quase que totalmente neo-testamentária
(e, assim sendo, pouco pautada no restante da Bíblia) tem dificuldade de responder.
Contudo, as respostas existem, se estivermos dispostos a encontrá-las, utilizando como
instrumento a Bíblia em sua totalidade.
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Capítulo 1
A Aliança
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O PROPÓSITO ORIGIAL
É fundamental, para que se possa entender a questão das alianças de YHWH, ter uma
concepção adequada da aliança inicial dEle para com o homem. Isso passa por entender o
objetivo da criação.
A primeira referência que temos a uma aliança se encontra em Bereshit (Gênesis), no início
do relato da Criação. A aliança, feita com Adam no Gan Eden (Paraíso), dizia o seguinte:
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Sefer Bereishit – Grupo Torah Viva.
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Dicionário hebraico-português - Rifka Berezin - Editora EdUSP.
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Sefer HaTeshuvá – Grupo Torah Viva
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cumprir o seu propósito dentro da aliança com YHWH, o homem deveria fazer duas coisas:
Estar ligado à videira (YHWH Yeshua), e se multiplicar. Dessa forma, a descendência do
homem teria a segurança de estar sempre ligada à videira.
A proposta original é que YHWH sempre quis estar ligado ao homem, a fim de que ele (o
homem) pudesse produzir frutos, ou seja, é necessário que o ramo sempre esteja ligado a
fonte da vida (O Eterno) recebendo assim a seiva pura, para com isso produzir frutos de
qualidade.
Este raciocínio fica claro nas Escrituras Sagradas, e ainda fica mais quando Yeshua em um
de seus momentos buscou despertar seus seguidores do ponto inicial e dos termos da
primeira aliança, como fica bem claro o que Ele fala:
Texto simples e esclarecedor, uma aula direta e bem explícita sobre os termos da aliança,
seus propósitos, e as conseqüências de não se estar ligado a Ele. Assim, Yeshua revela não
somente Sua história, como também seus planos escatológicos.
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A PRIMEIRA CORRUPÇÃO
Ouve uma queda do homem do Gan Eden, porém o objetivo permaneceu o mesmo,
perdendo o homem com a queda alguns de seus atributos e o mais importante: a conexão
plena com YHWH, mas, o objetivo básico da aliança com Ele permanece.
a) Se conectar ao Criador;
Contudo, tais capacidades são independentes. Ou seja, o homem é capaz de gerar frutos
fora da videira, isto é, fora de sua conexão com YHWH. Esses frutos, evidentemente, são
frutos bravos, uma descendência desconectada da videira.
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Sefer Bereishit – Grupo Torah Viva
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Com a queda de Adam (Adão) ele amaldiçoa a raça humana, pois YHWH deu à raça
humana a condição de multiplicação, porém a multiplicação fora de sua Fonte passou a
produzir frutos bravos longe do caráter do Eterno. Assim, a descendência passando assim
para as suas descendências péssimas qualidade, levando a raça humana a uma corrupção
geral de forma a ferir de muita tristeza o coração de YHWH. Sendo necessária assim
através da Sua graça a interferência nessa crescente corrupção, dando ao homem uma
oportunidade de se aproximar dEle, e se afastar da iniqüidade (conforme o dicionário
Aurélio, iniqüidade é “falta de eqüidade” e, o mesmo dicionário conceitua equidade como:
“conjunto de princípios imutáveis de justiça que induzem o juiz a um critério de moderação
e de igualdade, ainda que em detrimento do direito objetivo”.) 5.
Contudo, na Bíblia, iniqüidade é mais do que isso, e se refere a uma atitude de rebeldia às
mitsvot (mandamentos) de YHWH, exatamente como ocorrido no Gan Eden.
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DICIONÁRIO AURÉLIO ELETRÔNICO SÉCULO XXI. Português. Versão 3.0. Editora Nova Fronteira. 1999
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YHWH visita Noach (Noé) percebendo que na família dele poderia sim derramar sua graça,
e renovar sua aliança. “Elohim abençoou Noach e seus filhos: “Sede fecundos, disse-lhes
ele, multiplicai-vos e enchei a terra.” (Bereshit (Gênesis) 9.1). 6
Muitos teólogos chamam essa aliança com Noach (Noé) de uma segunda aliança. Mas
será que é mesmo? Analise bem os termos descritos na passagem acima.
YHWH usa os mesmos termos da aliança feita com Adam (Adão) e Chavah (Eva), as
palavras “frutificai e multiplicai” aparecem nas mesmas circunstâncias, deixando claro que
o frutificar e crescer deveria ser ligado a videira, não mudando de forma nenhuma o
objetivo do Eterno, que é de dar fruto ligado a Ele.
Ou seja, não é outra aliança, mas sim a mesma aliança que Ele tentou estabelecer com o
homem desde o princípio!
YHWH sempre desejou ter uma família ligada a Ele. Dando desta forma ao homem através
de Sua graça uma chance de se firmar na raiz, a fim de produzir bons frutos, no entanto na
prática não foi isso que aconteceu.
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Sefer Bereishit – Grupo Torah Viva
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A SEGUDA CORRUPÇÃO
Isso, como sabemos, deu origem às várias línguas, porém YHWH com seu amor, sua graça
e sabedoria não separou os familiares, as línguas foram dadas conforme famílias, ou seja,
cada família a partir daquele momento falava uma língua diferente da outra. O Eterno
mostra que Seu objetivo inicial e Seus termos da aliança são mantidos, não separando as
famílias e sempre procurando alguém que estivesse ou pudesse colocar-se em um nível de
justiça acima dos outros e que se demonstra nas atitudes uma esperança de se ligar
totalmente a videira e produzir bons frutos.
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Mais uma vez YHWH busca uma família fiel, e aqui neste ponto da historia surge um
personagem muito importante e conhecido de todos, Avraham (Abraão).
Como todos sabem, YHWH estabeleceu com Avraham (Abraão) uma aliança. Alguns
teólogos dizem que se trataria de uma terceira aliança. Mas, será que é isso mesmo?
Vejamos os termos dessa aliança:
YHWH disse a Avram: “Deixa tua terra, tua família e a casa de teu pai
e vai para a terra que eu te mostrar. Farei de ti uma grande nação; eu te
abençoarei e exaltarei o teu nome, e tu serás uma fonte de bênçãos.
Abençoarei aqueles que te abençoarem, e amaldiçoarei aqueles que te
amaldiçoarem; todas as famílias da terra serão benditas em ti.”
(Bereshit (Gênesis) 12.1-3).
Vemos aqui claramente que é a mesma aliança que YHWH tentou estabelecer com Adam, e
posteriormente com Noach (Noé), e não uma terceira aliança! Veja que o propósito é o
mesmo: Permanecer nEle, e se multiplicar!
Esta aliança feita com Avram (Abrão) tem exatamente o mesmo contexto da aliança feita
com Adam e com Noach (Noé.) Neste momento, YHWH contudo não mais extermina o
restante da humanidade iníqua7 (transgressora de Suas mitsvot), pois Ele já tinha jurado a
Noach (Noé) que não mais exterminaria o restante da humanidade mantendo-se assim fiel a
Sua Palavra. Percebe-se que YHWH declara de forma clara que as famílias que estiverem
ligadas a Avraham (Abraão), ou seja, as famílias que nascerem da descendência ligada à
videira, a fonte da vida seriam benditas. Conseqüentemente, as que estivessem fora desta
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Vide comentário de rodapé “6”.
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ligação estariam em condição de maldição, pois essa é a mesma aliança estabelecida com
Adam, e com Noach. Não havia outra aliança.
Avraham (Abraão) conhecido como “Pai da Fé” era exemplo de como viver ligado à
videira, e mesmo vivendo em uma comunidade iníqua afastada dos princípios, tendo um pai
escultor de deuses pagãos, Avraham (Abraão) mostra a YHWH que ele conhecia e queria
viver como os seus antepassados.
Mas, se Avraham nasceu fora da videira (visto que seu pai não estava nela quando gerou
frutos), como então pôde Avraham escolher a YHWH? A resposta está no fato de que,
como vimos, YHWH capacitou o homem não somente a gerar frutos (multiplicar-se), mas
também a se conectar a Ele.
Quando YHWH firmou com Avram (Abrão) a aliança e mudou seu nome para Avraham
(Abraão), algo muito importante e muita das vezes esquecido passa em branco, o fato que a
aliança com sangue tem um significado importante. A aliança entre duas pessoas era
firmada com o ritual de morte de animais, com o sangue descendo pela encosta. As pessoas
aliançadas caminhavam sobre o sangue, simbolizando a aliança de vida, e simbolizando a
conseqüência da quebra da aliança. Elas sabiam que quem quebrasse a aliança teria o
mesmo fim dos animais. Na aliança entre Avraham e YHWH, contudo, só YHWH passou
entre os animais, simbolizando que mesmo que a aliança fosse quebrada Ele redimiria a
Avraham com Seu próprio sangue, pois o princípio da redenção está no fato de que a
quebra de uma aliança exige morte. Ou seja, quando nos afastamos de YHWH que é a fonte
da vida (a videira), naturalmente geramos a morte (escuridão). Esse fato de Avram
(Abraão) não ter passado entre os animais é de muita importância para podermos
compreender porque YHWH tem uma aliança eterna com Yisra’el e todos aqueles que
estão ligados através da Videira.
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A continuidade da aliança está agora nas mãos Yits’chak (Isaque), que por sua vez através
do conhecimento de seu pai busca uma companheira que pudesse ajudar formar uma
família e produzir os frutos junto à videira. Eles geram Essav (Esaú), que opta por sair da
aliança, ou seja, viver como os iníquos (transgressores das mitsvot de YHWH), rompendo
assim com a aliança feita entre YHWH e seu avô, e rejeitando a sua posição de
primogênito, além de se casar com mulheres que tinham práticas pagãs.
Por conhecer seus filhos, Rikvah (Rebeca) investe em Ya’akov (Jacó), cujo nome nada tem
a ver com “trapaceiro” (como dizem algumas obras anti-semitas), mas significa sim, aquele
que segura no calcanhar. Mesmo tendo suas limitações, Ya’akov já demonstrava ter um
caráter voltado para prosseguir a aliança, e Rikvah (Rebeca), por conhecer e saber da
importância de permanecer ligado a videira, ajuda a Ya’akov (Jacó) a oficializar a obtenção
da primogenitura, que ele já havia comprado de seu irmão.
A família de Ya’akov (Jacó) cresce de forma impressionante: doze filhos que formam suas
famílias e continuam assim crescendo e formando famílias. Apesar de seus momentos de
graves falhas, sempre tinham em mente a promessa que YHWH lhes concedera, e a
importância de estarem ligados à Sua videira. Assim, forma-se uma nação, conhecida com
Yisra’el (Israel.) Ou seja, a videira, que desde o princípio tinha por objetivo ser uma família
firmada em Yeshua, recebe agora um nome. Esse nome é dado em homenagem ao patriarca
dessa família. O termo “Yisra’el” passa a se referir não mais apenas a Ya’akov, mas a toda
a sua casa: sua esposa e doze filhos. E Yisra’el passa a se referir a toda descendência
primeira, segunda, terceira, quarta e gerações futuras que estejam totalmente ligadas a
videira, ficando mais claro ainda o propósito inicial do Eterno, de fazer com que as
sementes de uma família ligada a Ele produzisse frutos e se multiplicassem.
A historia mais uma vez se repete. YHWH escolhe uma família, e ela se desvia e se
corrompe, buscando na iniqüidade (transgressão às mitsvot de YHWH) o prazer, a
satisfação de sua própria carnalidade.
Contudo, havia promessas estabelecidas por YHWH, que dão conta de que Ele sabia que
precisaria assegurar que Sua aliança não ficasse no esquecimento. Vejamos o que Ele
promete a Adam, Noach, e Avraham:
II) A Noach: YHWH não mais destruiria a terra, apesar da quebra a aliança por parte
do homem (Gn. 8:21)
III) A Avraham: O próprio YHWH pagaria o preço das transgressões à aliança (Gn.
15:17)
IV) A Avraham: A aliança com sua família seria eterna (Gn. 17:7)
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A corrupção cresceu de uma forma tão assustadora que YHWH, cumprindo Sua promessa a
Adam e a Avraham, resolve vir pessoalmente corrigir os erros, se fazendo carne e vivendo
de forma prática em meio à humanidade, mostrando que seria sim possível ser justo e trazer
a justiça em meio a tanta iniqüidade (transgressão às mitsvot de YHWH).
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A ALIAÇA EM YESHUA
Repare nos termos da aliança: Estar ligado a Ele, como videira de YHWH, e gerar frutos! É
exatamente a mesma aliança!
Desde Adam, a aliança para a qual YHWH chama a humanidade é uma única, e mesma
aliança! Os termos não mudam, nem mesmo os objetivos de YHWH mudam! Esse fato, tão
bem evidenciado pelas Escrituras como vimos acima, representa um grave problema
teológico para a doutrina humana de que YHWH mudaria os termos de Suas alianças, e que
por isso teríamos diferentes “dispensações” através das quais YHWH se relacionaria de
maneira diferente com a humanidade.
Vemos aqui que os objetivos de YHWH não mudam, nem muda Sua forma de se relacionar
conosco, porque Ele próprio afirma na Bíblia que Ele não muda!
Vendo YHWH que a família oriunda de Avraham (Abraão) estava se corrompendo cada
vez mais, e por amor e cumprimento a aliança feita a Avraham (Abraão), Ele mesmo vem e
se coloca junto de forma corpórea a fim de lembrar e ensinar para aqueles que se afastaram
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Ele, em Suas próprias Palavras, relembra ao povo os termos da aliança de YHWH e afirma
com todas as letras de que veio restaurá-la. E que Yisra’el precisava estar ligado nEle para
produzir os devidos fruto, tudo conforme a primeira aliança descrita em Bereshit (Gênesis)
feita com Adam (Adão) e Chavah (Eva) e que foi sendo renovada com Noach (Noé),
Avraham (Abraão), Yits’chak (Isaque) e Ya’akov (Jacó).
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Capítulo 2
A Aliança Renovada
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Muito se fala acerca da “Nova Aliança” ou “Aliança Renovada”, que está prometida nas
Escrituras. Muitos crêem que essa aliança renovada seria uma aliança diferente, com termos
e grupos de pessoas totalmente distintos do propósito original, que praticamente ficaria
esquecido.
Assim sendo, duas perguntas se fazem pertinentes. A primeira delas é: Com base naquilo
que vimos ser a aliança de YHWH, e o Seu comportamento ao longo da Bíblia, faz sentido
crermos que a “Aliança Renovada” é uma aliança diferente das demais, em seu propósito?
Será que YHWH mudou?
A segunda pergunta pertinente é: Será que já estamos vivendo dentro dessa “Aliança
Renovada”, ou será que Ela foi comprada pelo sangue do Mashiach para um tempo
vindouro?
Como não podia ser diferente, o entender a renovação da aliança depois ou em Yeshua
HaMashiach passa pelo buscar nas próprias Escrituras as repostas, fazendo, do ponto de
vista da hermenêutica, uma verdadeira viagem através dos escritos dos profetas, das
palavras e ensinamentos de Yeshua HaMashiach, e a comparação com as palavras
apocalípticas de Yochanan (João.) Os profetas Yirmiyahu (Jeremias) e Zechariyah
(Zacarias) foram os que mais falaram sobre esse tema.
Alguns termos são declarados nesses escritos como sendo o sinal de estar se vivendo a B'rit
Chadashah (Aliança Renovada), dentre eles encontra-se esses:
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Ou seja, qualquer doutrina humana que se apresente como sendo a “Nova Aliança” sem ter
em seu cerne a totalidade da Torá revelada por YHWH nas Escrituras é uma doutrina
mentirosa, pois vemos que a base da “Nova Aliança” está na Torá, em sua totalidade, e não
em uma versão light, reduzida, ou compactada da Torá, nem tampouco em uma postura de
oposição à Torá. Aliás, a postura de oposição à Torá é exatamente aquilo que caracteriza a
iniqüidade, e portanto, representa justamente a opção do viver fora da videira.
perdoarei a sua maldade, e nunca mais me lembrarei dos seus pecados”. (Yirmiyahu
(Jeremias) 31.34);
6- Elohim fará multiplicar a Casa de Yisra’el . “E farei com eles uma aliança de
paz; e será uma aliança perpétua. E os estabelecerei, e os multiplicarei, e porei o
Meu Mikdash no meio deles para sempre”. (Yechezkel (Ezequiel) 37.26);
Fica uma pergunta para meditação, desses oito termos quais já foram cumpridos?
Podemos então dizer que já estamos vivendo dentro da “Aliança Renovada”?
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Além de poder analisar estes textos, as Palavras de Yeshua HaMashiach, também ajuda a
entender o que realmente é a “Aliança Renovada”, sabendo que Ele por ser conhecedor das
Escrituras não falaria nada contrário, deixando claro que esta aliança é para o regresso.
Outro dado curioso aqui: Por que Ele não bebeu do cálice da “Aliança Renovada”? Por que
dizer que esse cálice só seria bebido no estabelecimento do Reino, em Seu regresso?
Justamente porque a “Aliança Renovada” não é para o presente momento.
A QUARTA CORRUPÇÃO
Mesmo após a vinda de YHWH em carne, mostrando como devemos viver o homem não
conseguiu se reconectar e firmar-se na aliança (produzir frutos com a videira ou junto à
videira), continuando a se afastar e se corromper com as maldades do mundo ficando
distante do caule, da raiz, do doador da vida, produzindo frutos bravos, adiando assim a
oportunidade de fazer com que o Reino do Mashiach (Messias) fosse implantado. Para
maiores informações sobre o porquê do advento da Era Messiânica ter sido adiado
(conforme fora profetizado), vide nosso estudo sobre os 7 selos de Guilyana (Apocalipse.)
Como aconteceu nos dias de Noach, assim também será nos dias do
Filho do homem. Comiam, bebiam, casavam e davam-se em
casamento, até o dia em que Noach entrou na arca, e veio o dilúvio
e os destruiu a todos. (Lucas 17.26-27).
A história anda em círculos: YHWH busca uma aliança com o homem, através de Sua
família (Yisra’el.) A princípio, o homem produz frutos ligados a “Videira”, e depois
começa a se distanciar produzindo frutos bravos. YHWH então vem e interfere levando o
homem a um arrependimento (Teshuvá” significa “voltar-se do pecado e retornar ao
Criador) e o homem, tempos depois, torna a se distanciar desse caminho. Novamente, por
Seu grande amor e graça, novamente YHWH interfere. O ápice das tentativas de YHWH de
levar o homem de volta à Tora culmina na interferência direta do próprio YHWH. Mesmo
assim, com YHWH tendo Se feito carne, com todos os sinais e palavras, o homem ainda
continuou a se corromper, ou seja, produzir frutos distante da Videira Verdadeira.
No entanto, apesar disso, YHWH por meio de seus profetas havia prometido uma
restauração completa, derramando assim mais uma porção de sua graça sobre a humanidade
e não deixando jamais de cumprir os termos da aliança.
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Diante do raciocínio até o momento exposto existe algo importante que não se pode perder
de vista. Entender com exatidão os termos da aliança, e quem é a família de YHWH, que
perdurará pelos séculos dos séculos.
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Capítulo 3
A Videira
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QUEM É A VIDEIRA?
A aliança firmada no Gan Eden (Paraíso) que foi se renovando durante os tempos, não
sendo modificada, mas, como vimos, mantendo os mesmos termos, desde Adam até a vinda
do Mashiach (Messias) Yeshua . Depois de renovada em Avraham (Abraão) e confirmada
em sua descendência, uma família sempre esteve nesta aliança, culminando em um povo,
uma nação conhecida como Yisra’el “Teu nome, disse-lhe ele, é Ya’akov. Tu não te
chamarás mais assim, mas Yisra’el.”E chamou-o Yisra’el. E Elohim disse-lhe: “Eu sou El-
Shadai. Sê fecundo e multiplica-te. De ti nascerão um povo e uma assembléia de povos; e
de teus rins sairão reis” (Bereshit (Gênesis) 35. 10 e 11), existindo relatos evidentes nas
Escrituras de sua aliança e das promessas de restauração por completa. Cabe ressaltar aqui
que, não por méritos desse povo, mas sim pelas próprias promessas estabelecidas por
YHWH aos seus patriarcas, a persistência dessa aliança é verificada ao longo de todas as
Escrituras.
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Aqui vemos, e as Escrituras não mentem, que a Videira de YHWH é Yisra’el! Ora, mas
vimos anteriormente que as Escrituras também dizem que Yeshua é a videira!
O CORPO DO MASHIACH
Para encontra a resposta, vamos olhar o que diz em Matitiyahu (Mateus) 2:14-15:
Aqui temos Matitiyahu (Mateus) citando uma profecia de Hoshea (Oséias) 11:1, e
aplicando-a ao Mashiach. Vamos então voltar para o contexto desta profecia em Hoshea
11:1:
Aqui Oséias se refere a Yisra’el como sendo o filho que é chamado do Egito. Isto
nos aponta para uma passagem na Torá:
Destas duas passagens aprendemos que Yisra’el é o primogênito de Elohim, que é chamado
do Egito. Contudo em Matitiyahu (Mateus) é Yeshua o Mashiach que é chamado a sair do
Egito.
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Assim, vemos que Mashiach é o cabeça de Yisra’el. E, por isso, ambos são figurativamente
chamados de “Videira de YHWH.”
Repare quea palavra “ekklesia” é usada aqui justamente para se referir à família de
Avraham, cuja bênção foi transmitida por gerações.
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Assim, vemos que, assim como a aliança sempre foi a mesma, com os mesmos objetivos, o
corpo sempre foi o mesmo, conforme havia sido profetizado nas Escrituras. Isso,
evidentemente, gera um grave problema teológico para os dispensacionalistas , pois a
entidade “Igreja”, um organismo separado de Yisra’el e que veio para substituir Yisra’el
como povo de YHWH, é uma invenção que não encontra base nas Escrituras. A única
“ekklesia” de YHWH que encontramos nas Escrituras é Yisra’el.
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Já entendendo o que significa a aliança e seus termos, vamos entender melhor, à luz das
Escrituras, a identidade da videira de YHWH, Yisra’el, dessa família foi escolhida para ser
o caule que liga a YHWH:
Como em toda a história da humanidade, YHWH derrama Sua graça, deixando nas mãos do
próprio homem o direito da escolha, tendo a possibilidade de permanecer ou não na
iniqüidade (transgressão às mitsvot de YHWH.)
Por sua própria escolha o homem poder sai dos caminhos de iniqüidade (transgressão às
mitsvot de YHWH) dos pais e se religarem ao caule e passar a produzir frutos bons.
Veremos no capítulo seguinte alguns exemplos de como isso é possível.
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Capítulo 4
Os Estrangeiros
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QUADRO IVERTIDO
A graça de YHWH é manifesta desde a criação. É bem claro nas Escrituras que a graça
nunca foi retirada da terra, como vemos pelas diversas narrativas bíblicas acerca de todo o
ocorrido com a humanidade, e a persistência de YHWH no estabelecimento da Sua aliança.
Quando vemos nas bíblias em português o termo arrependimento, na maioria das vezes a
palavra hebraica que aparece é “teshuvá” – ou algumas variações da raiz léxica “shuv”, que
significa retnro. Assim snedo, “teshuvá” não é simplesmente “arrependimento” na
concepção que temos da palavra. “Teshuvá” inclui sim o arrependimento, mas é muito mais
do que isso. “Teshuvá” significa “voltar-se do pecado e retornar ao Criador” e ainda mais
“8. A teshuvá é o movimento de resposta do homem à graça estendida por YHWH.
A Bíblia relata, em diversas passagens, histórias de pessoas que nasceram e até mesmo
foram criadas longe do caule, dentro de uma via iníqua, completamente distantes daquilo
que fora proposto pelo Criador, quando fez a aliança inicial. Vemos um exemplo disso
quando YHWH estende aos prosélitos que viviam na Casa de Avraham (Abraão) a mesma
aliança feita com o último:
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RENDELMAN .DANI'EL. A Chave da Teshuvá. Tradução e adaptação Sha’ul Bentsion. São Paulo: Torah Viva, 2007.
Série Chaves para o Reino “Para Quem está Começando na Restauração da Fé”.
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Semelhantemente, quando Yisra’el foi liberto do seu cativeiro no Egito, uma grande
multidão de egípcios também optou por sair e seguir com o povo de Yisra’el, pois queriam
seguir a YHWH como o único e verdadeiro Elohim.
Partindo agora deste ponto da história e de conhecimento, fica evidente que a família de
Yisra’el é composta tanto de naturais e quanto de ex-estrangeiros, que aceitam e vivem
conforme as instruções previstas na Torá, Pentateuco ou Lei de Moisés.
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Nos textos dos profetas, que se referem ao final dos tempos, fica ainda bem evidente que
isso perdura para sempre. Jamais houve, não há, e jamais haverá um tempo em que com os
estrangeiros seria estabelecida uma aliança diferente, “somente na graça” (leia-se: na
desobediência. Pesquise na Bíblia sobre quem são os filhos da desobediência), com status
ou requisitos diferentes daqueles que sempre foram dados, desde o princípio dos tempos.
Assim declara o Próprio YHWH.
Este texto contradiz o que se ouve em alguns lugares que dizem pregar o “Evangelho”, pois
tais lugares criam uma instituição inexistem e a ela atribuem a missão que foi dada a um
único povo, uma família escolhida, separada por YHWH. Aquele que deseja servir a
YHWH deve se unir a esse povo, a essa família, passando a fazer parte de Yisra’el. O texto
também deixa claro que a Torá, as mitsvot de YHWH, não são apenas para os que
nasceram dos ramos naturais, mas também para todo aquele que deseja servi-Lo.
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Capítulo 5
A Missão
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A MISSÃO DE YISRA’EL
Quando se fala em missão, é inevitável vir à mente como exemplo uma missão de guerra,
onde existe um objetivo a ser alcançado. Para tal, capacita-se uma pessoa ou grupo para
cumprir essa missão e chegar ao objetivo. Faz-se necessário um planejamento, que vem
com regras que normalmente estão escritas em um livro de instruções, que darão ao
exército os devidos caminhos para que essa missão seja cumprida com êxito. Normalmente,
quando se executa esta missão fora dessas regras, a missão não termina com resultado
positivo, deixando seqüelas profundas naquele exército derrotado.
Em Yeshayahu (Isaías) 42.6, temos uma pista de qual missão foi devidamente atribuída a
Yisra’el:
Outra passagem que também vem citando a missão de Yisra’el é Yeshayahu (Isaías) 49.6:
“Diz se mais: Pouco é que sejas o meu servo, para restaurares as tribos
de Ya’akov, e tornares a trazer os preservados de Yisra’el; também te
dei para luz das nações, para seres a minha salvação até à extremidade
da terra.”
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Porém um texto muito esclarecedor da missão e de quais são as bases para o cumprimento
dessa missão por parte de Yisra’el está em Yeshayahu (Isaías) 60: 1-4, que mostra algo que
Yisra’el possui que vai chamar a atenção das nações, acabando com a escuridão em meio a
que vivem as nações (ou podemos também dizer, as famílias que estão distantes da videira)
e também chamando a atenção de seus filhos que estão distantes, vivendo uma vida de
iniqüidade (transgressão às mitsvot de YHWH), sem viverem os ensinamentos deixados
para eles. Em outras palavras Yisra’el seria o exemplo de como dar frutos na Videira,
como seguir as Instruções vindas de YHWH, isto é, a Torá. Yisra’el seria testemunho para
aqueles que se desviaram da Aliança.
Luz que trará clareza no andar das famílias, que trará uma visão clara para a devida
aproximação com o Criador; luz também descrita Nas Escrituras, para não deixar nenhum
tipo de dúvida:
Lâmpada para os meus [pés] é tua palavra (Torá), e luz para o meu
caminho. (Tehilim (Salmos) 119.105).
Que palavra é esta que é chamada de luz? Para quem de forma séria como os bereanos,
buscam nas Escrituras as devidas respostas, o Pentateuco, a Lei de Moshe (Moisés) a Torá
é essa Palavra que se torna luz, por isso mesmo Ela é conhecida também como as
Instruções do Eterno para a família que está ligada à videira, ao único caminho (Yeshua)
para aqueles que querem chegar ao Pai, Criador Eterno. Esta família que está ligada à
videira tem promessas.
AS PROMESSAS
No inicio da história da humanidade as b’rachot (bênçãos) dos pais eram algo muito
importante, precioso para as gerações futuras, e era levado muito a sério pelos patriarcas.
Essa b’rachá (bênção) de ser a família ligada à videira foi sendo passada de Avraham
(Abraão) para Yits’chak (Isaque) e então para Ya’akov (Jacó.)
Contudo, ao ser transmitida para os filhos de Ya’akov, ela não repousou sobre todos os
filhos (tribos.) Na realidade, a b’rachá (bênção) foi repartida por Ya’akov entre Efrayim
(pois Ya’akov tomara os filhos de Yossef como seus próprios) e Yehudá (Judá.)
Vendo Yossef que seu pai tinha colocado a mão direita sobre a cabeça de
Efrayim, contrariou-se e tomou a mão de seu pai para removê-la da cabeça
de Efrayim para a cabeça de Menashe. E disse-lhe: “Não assim, meu pai; é
este aqui o primogênito; põe tua mão direita sobre sua cabeça”. Seu pai,
porém, recusou: “Eu sei, meu filho, disse ele, eu sei. Ele também se
tornará um povo e será grande; mas seu irmão mais novo crescerá mais do
que ele e sua posteridade tornar-se-á uma multidão de nações”. (Genêsis
(Bereshit) 48.17-19).
Porém, nesse momento, algo aconteceu. Se, por um lado, essa b’rachá (bênção) foi dada a
Efrayim, por outro, o cetro foi dado a Yehudá.
43
As Escrituras dizem: O cetro não se arredará de Judá (Yehudá), nem o bastão de autoridade
dentre seus pés, até que venha aquele a quem pertence; e a ele obedecerão os povos
(referência ao Mashiach). A Efrayim pertence à promessa de Avraham (Abraão), mas a
Yehudá, pertence o governo de Yisra’el e o legislador (A Torá, A Lei, O Pentateuco.)
Para cumprir sua missão, Yisra’el precisa de ambos: Tanto a b’rachá (bênção) de se
multiplicar, quando a b’rachá (bênção) da mensagem de YHWH: a Redenção pelo
Mashiach, e o Reino sob Seu governo (Torá.)
Em suma, para que Yisra’el fosse luz para as nações e abençoar as famílias da terra era
necessário a benção da multiplicação e frutificação, mas sob a legislatura da Sua Palavra (A
Torá). Dois ingredientes necessários para que Yisra’el pudesse cumprir o propósito de
YHWH.
44
Capítulo 6
O Reino Dividido
45
Os problemas com os israelitas eram muitos, desde o momento em que eles se distanciaram
da Videira, Efrayim começa se envaidecer, não querendo aceitar de forma nenhuma a
legislação de Yehudá. A rebeldia de Efrayim significa o afastamento da Torá, visto que a
b’rachá (bênção) da legislação havia ficado sobre a descendência de Yehudá. Efrayim,
querendo assumir uma liderança fora dos propósitos de YHWH, desenvolveu tendência
forte ao sincretismo religioso e ao paganismo. Em sua soberba, seus líderes desejavam ter
um reino particular colocando o Reino completamente fora da Videira.
Em uma guerra, as estratégias são montadas com um intuito de se vencer sem perdas.
Porém, para que as estratégias montadas possam ser eficientes, os planos tem que ser
cumpridos a risca. Efrayim recebeu claramente as ordens vindas de YHWH, Senhor dos
Exércitos, o General dos generais, e não as cumpriu, deixando povos que tinham uma
cultura que era abominável aos olhos do Todo Poderoso, que os efraimitas teriam como
missão exterminar da face da terra.
46
Por não seguirem as instruções (Torá), os efraimitas incorreram em uma falha cujas
conseqüências já eram do conhecimento de todos:
O afastamento da videira, tanto por parte de Efrayim quanto por parte de Yehudá gerou
uma divisão no povo, conforme relatam os Escritos:
“E Achiyah pegou na roupa nova que tinha sobre si, e a rasgou em doze
pedaços. E disse a Yarovam: Toma para ti os dez pedaços, porque assim
diz YHWH, Elohim de Yisra'el: Eis que rasgarei o reino da mão de
Salomão, e a ti darei as dez tribos. Porém ele terá uma tribo, por amor de
David, meu servo, e por amor de Yerushalayim cidade que escolhi de
todas as tribos de Yisra'el. Porque me deixaram, e se encurvaram a
Astarote, deusa dos sidônios, a Quemós, deus dos moabitas, e a Milcom,
deus dos filhos de Amom; e não andaram pelos meus caminhos, para
fazerem o que é reto aos meus olhos, a saber, os meus estatutos e os
meus juízos, como David, seu pai. Porém não tomarei nada deste reino
48
da sua mão; mas por príncipe o ponho por todos os dias da sua vida, por
amor de David, meu servo, a quem escolhi, o qual guardou as minhas
mitsvot e os meus estatutos. Mas da mão de seu filho tomarei o reino, e
darei a ti, as dez tribos dele. E a seu filho darei uma tribo; para que
David, meu servo, sempre tenha uma lâmpada diante de mim em
Yerushalayim, a cidade que escolhi para pôr ali o meu nome. E te
tomarei, e reinarás sobre tudo o que desejar a tua alma; e serás rei sobre
Yisra'el. E há de ser que, se ouvires tudo o que eu te mandar, e andares
pelos meus caminhos, e fizeres o que é reto aos meus olhos, guardando
os meus estatutos e as minhas mitsvot, como fez David, meu servo, eu
serei contigo, e te edificarei uma casa firme, como edifiquei a David, e te
darei Yisra'el. E por isso afligirei a descendência de David; todavia não
para sempre.” (M’lachim Alef (1 Reis) 11:30-39)
Repare, contudo que YHWH permite a divisão do Reino, mas “não para sempre”, conforme
é dito ao final do texto. O Mishkan (tabernáculo) de David, o reinado sobre Yisra’el
enquanto um povo, acaba ruindo devido ao pecado de seu filho, Shlomo. Os reinos
poderiam ter novamente sido unificados, se seus líderes tivessem seguido a Torá de
YHWH. Contudo, não é isso que ocorre. YHWH continua tentando, profeta após profeta,
repreensão após repreensão, chamar Yisra’el a ser novamente um na Sua videira. Contudo,
Yisra’el está com os ouvidos entorpecidos, e permanece na rebeldia. Mas, vimos pelo texto
acima a promessa de YHWH de que um dia a aflição sobre a descendência de David seria
removida. É sobre isso que profetiza Amos 9:11:
Os textos supracitados nos permitem entender quais as atitudes que infligiram os israelitas
no tocante à aliança e promessas, e o que YHWH através de Sua Graça resolve fazer para
dar uma oportunidade à humanidade de aprender com Yisra’el como é importante estar
sempre ligado a Videira e estar atento as instruções dadas para cumprir a missão de ser luz,
de ser exemplo de família ligada a Ele.
As perguntas evidentes neste momento são: O que ocorreu com as b’rachot (bênçãos)? E a
aliança de Yisra’el? E, por fim: Quem é Yisra’el?
Essas são justamente as perguntas que, nos próximos capítulos, pretendemos aqui
responder.
50
O PROBLEMA DA SEPARAÇÃO
Além de não estar mais unido, ou seja, com um só governo, Yisra’el separa as duas
promessas:
Começam então duas historias distinta: o Reino do Sul (conhecido como “Casa de Yehudá”
(Judá)), passa a ter uma capital (Yerushalayim (Jerusalém)) se distanciando completamente
dos seus irmãos do Reino do Norte, ocultando a Luz (a Torá, as instruções de como viver
ligado a Videira.) Com o passar do tempo, chegam até mesmo a se considerarem os únicos
herdeiros remanescentes das promessas de Yisra’el. No Reino de Yehudá (Judá),
permaneciam as tribos de Yehudá (Judá), Binyamin (Benjamin), e uma parte da tribo de
Levi – a saber, aqueles que se dedicavam ao serviço no Beit HaMikdash (Templo), o qual
permanecia em Yerushalayim (Jerusalém.)
Efrayim, por outro lado, não possuia a b’rachá (bênção) da legislação, isto é, das instruções
de como permanecer ligado à videira. Assim, os da Casa de Yisra’el (ou Casa de Efrayim)
passaram a cada vez mais se distanciarem da Aliança e conseqüentemente da Videira,
perdendo assim sua identidade.
Algo muito importante aqui neste ponto e muito mal compreendido é exatamente a questão
da “Chave da Casa de David”. O Reino do Sul ficou como herança de David, sendo
conhecido como sua casa, que tem com promessa e herança O Legislador, que claramente
para nós hoje é Yeshua, que sabemos ser “A Palavra” (Torá) feita carne. Ou seja, Ele é o
próprio exemplo de como viver a Torá, a forma de sabermos como é que se deve proceder
para estarmos ligados à Videira. sem essas instruções, sem este conhecimento como saber
tomar as devidas decisões.
Capítulo 7
As Duas Casas
54
REIOS E TERMIOLOGIAS
Depois da divisão de Yisra’el, dois termos ficaram muito comuns na linguagem da época,
principalmente entre os profetas, ter o conhecimento destes termos é essencial para
entender e conhecer os planos de YHWH.
Os Judeus
A Casa de Yehudá (Juda), Reino do Sul, era composta essencialmente por pessoas da tribo
de Yehudá (Judá), Binyamin (Bejamim), parte de Levi (os que serviam no Beit HaMikdash
(Templo), como vimos), “casos isolados” de pessoas das demais 10 tribos que decidiram,
por qualquer motivo, viver no Reino do Sul, além dos estrangeiros e prosélitos que, como
vimos, historicamente sempre se somavam a Yisra’el. Vale ressaltar uma informação
muito importante: o termo que “judeu” é identificação de reino e não de tribo;
Os Efraimitas
O povo da Casa de Efrayim (Efraim) ou Casa de Yisra’el, isto é, o povo do Reino do Norte,
ficou conhecido também com efraimitas. Posteriormente, também vieram a serem
chamados pelos judeus de “arameus” (em referência ao cativeiro da Assíria), e até mesmo
de “goyim” (“nações/gentios”), por terem se afastado da aliança. Essa povo eram composto
essencialmente por pessoas das dez demais tribos, e “casos isolados” de pessoas das tribos
de Yehudá (Judá) e Binyamin (Benjamim) que decidiram, por qualquer motivo, viver no
Reino do Norte, além dos estrangeiros e prosélitos que, como vimos, historicamente sempre
se somavam a Yisra’el.. O reino do norte teve duração de aproximadamente 200 anos. No
ano de 722 a.C., o rei da Assíria, Sargão II, conquistou a Shomeron (Samaria) e levou o
55
povo das tribos do norte cativo para a Assíria, levando os sábios e trazendo para povoar a
região, bárbaros e pessoas de outros lugares que eram conquistado pelos assírios. Com esta
atitude os assírios ajudaram ainda mais aos efraimitas se afastarem do Caminho que levava
a Videira, trazendo o paganismo e afastando ainda mais dos seus irmãos do Reino do Sul.
Efrayim (Efraim) é destruído pela Assiria. Desde está época o Reino do Sul, passou a
referir o Reino do Norte como “arameus”. Arameu e assírio são sinônimos. Os Escritos
Nazarenos (o chamado “Novo Testamento”), no aramaico original, fazem menção ao termo
“arameu.” Nas traduções gregas, esse termo foi substituído por “grego”, em passagens
famosas com “não existe judeu nem arameu” – numa referência ao fato de que Efrayim e
Yehudá (Judá) têm o mesmo status perante YHWH. A expressão foi traduzida como “não
existe judeu nem grego” nas versões gregas. Para maiores informações sobre a origem
semita dos Escritos Nazarenos (o chamado “Novo Testamento”), vide nosso material a
respeito.
No texto acima, vemos um exemplo da razão pela qual as tribos do reino do norte passaram
a ser conhecidas como “arameus.”
56
Flavio Josefo também narra o cativeiro de Efrayim e a mistura de Efrayim com o povo
arameu:
APLICAÇÃO ATUAL
Como vimos, YHWH não muda. Sua aliança nunca mudou. Seus objetivos permanecem os
mesmos. E Ele prometeu restaurar a sua família. Assim sendo, é importante entendermos
como é que os termos “judeu” e “efraimitas” se aplicam hoje. Em outras palavras: Quem é
judeu? E quem é efraimita?
Quem é judeu?
Como o termo hoje em dia tornou-se confuso, recordemos definição histórica: Judeu não é
quem pertence à tribo de Yehudá (Juda). Judeu, originalmente, era quem pertencia ao Reino
de Yehudá (Juda). Essa é a definição original. Isso inclui pessoas das tribos de Yehudá
(Juda), Binyamin (Bejamim), e parte de Levi - essencialmente esses eram os habitantes do
Reino do Sul, certo? Somem-se a eles alguns perdidos das demais tribos, digamos assim,
que poderiam ter migrado entre os Reinos - assim como no Brasil pode haver argentinos e
na Argentina pode haver brasileiros - após 1 ou 2 gerações já seriam parte do Reino do Sul.
57
Quem é efraimita?
Para analisarmos quem é Efrayim, faz sentido que adotemos uma premissa semelhante à
utilizada na definição histórica do termo “judeu.” Quem fazia parte do Reino do Norte?
Pessoas das demais 10 tribos (contando a maior parte de Levi), alguns de Yehudá e
Binyamin que fizeram a migração inversa, e prosélitos.
Agora, o que acontece na Galut (Diáspora) com o Reino do Sul? Exatamente a mesma
coisa: Quem são os judeus hoje? Descendentes dos habitantes do Reino do Sul, e prosélitos.
Nossa premissa começa justamente a partir desse ponto: Adotamos a mesma lógica para o
Reino do Norte. Como essa lógica se aplica, na prática, veremos mais adiante.
Este raciocínio é comprovado através das Escrituras de forma clara. Depois dessa trágica
separação, YHWH passa a tratar com cada um, Efrayim e Yehudá, os seus problemas. Um
dos problemas que a diáspora traz é a contaminação por culturas e estilo de vida pagãos.
Isso toma conta principalmente do Reino do Norte, mais vulnerável por não ser detentor da
b’rachá (bênção) do legislador. Isso não quer dizer, contudo, que o Reino do Sul também
não tivesse os seus problemas.
58
Capítulo 8
Dispersão e Restauração
60
Porém, com o passar dos anos, os moradores do Reino do Sul também começaram uma
degradação moral e religiosa muito grande, vindo também sobre eles a fúria de YHWH.
O FIM DO CATIVEIRO
Há uma grande diferença entre as duas diásporas: a da Casa de Efrayim (Efraim) ou Casa
de Yisra’el não acabou, enquanto que o da Casa de Yehudá (Judá) teve um fim e eles
retornaram da Babilônia curados dos problemas que afligiam eles naquela época.
Como Efrayim (Casa de Yisra’el ) foi disperso para lugares distantes, ilhas isoladas, ficou
ainda mais difícil se reaproximar do verdadeiro Caminho, de retornar a Videira e produzir
bons frutos, e ainda para complicar os seus irmãos do Reino do Sul os repudiaram, devido à
paganização de seus caminhos. No entanto essa dispersão não será para sempre.
O DESPERTAR DE EFRAYIM
Como vimos, o retorno à Torá é exatamente a pré-condição que levou Yehudá (Judá) a ser
resgatado de seu cativeiro. Assim, o mesmo se aplicaria a Efrayim.
Com o início dos movimentos de resgate das chamadas “Raízes Hebréias” da fé, que
estimulava um retorno a uma vida dentro das mitsvot (mandamentos de YHWH), a Torá,
outrora guardada reclusa com os judeus (que por motivos históricos se fecharam), agora
começava a se tornar disponível entre as nações. Ora, quem estava entre as nações?
Efrayim, que há muito havia sido dispersado!
Assim sendo, Efrayim começou a se despertar para a Torá. Isso explica o grande amor de
muitos não-judeus pela Torá, tanto quanto o marranismo explica o grande amor de muitos
descendentes da península ibérica pelo Judaismo. A identidade de um israelita pode ficar
oculta por gerações, mas a Torá pode despertá-lo novamente.
63
Quem eram os habitantes do Reino do Norte? Naturais + prosélitos. Sempre foi assim em
Israel. É assim no Reino do Sul. Era assim no Reino do Norte. Portanto, cremos que o
desperar de Efrayim também tras consigo muitos prosélitos 'enxertados'. A diferença,
contudo, é que não nos preocupamos em 'diferenciar' naturais de enxertados, pois não
vemos base bíblica para tal coisa - muito pelo contrário, vemos a Bíblia sempre dizendo
que o prosélito é tratado exatamente igual ao natural, e tão israelita quanto. Aliás, o próprio
Judaismo tradicional afirma que um convertido é tão judeu quanto um natural, se
convertido pelos padrões ortodoxos evidentemente. É apenas lógico que entre efraimitas
também haja convertidos, que surgiram em meio ao despertar de Efrayim, e que se tornam
co-herdeiros sem qualquer distinção.
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O PLAO DE YHWH
Entendemos que era plano de YHWH que Efrayim se dispersasse, justamente para que a
Torá um dia fosse levada às nações. Esse pensamento figura até mesmo entre judeus
ortodoxos. Aqueles que vieram à Torá em virtude desse despertamento de Efrayim são
'efraimitas', quer naturais quer enxertados - porque fazem parte do movimento que
culminará na restauração do Reino do Norte. Isso, evidentemente, não significa dizer que
'quem aceita Yeshua tem sangue israelita'. Isso seria uma insanidade histórica e teológica
fazer tal afirmação. Porém, não podemos negar que Yeshua disse: “Vim tão somente para
as ovelhas perdidas da Casa de Yisra’el.”
A IDETIDADE
Portanto, quando falamos de Efrayim, referimo-nos não a indivíduos que podem ser
apontados como sendo geneticamente descendentes das 10 tribos, mas a um mover YHWH,
um despertar profético que vem como promessa da Torá. De fato, A “Aliança Renovada” é
feita somente com a Casa de Yehudá e com a Casa de Efrayim, e nenhum outro povo ou
instituição além desse:
O espalhar da Torá pelas nações faz Efrayim despertar do sono, isto é fato. Efraimita é
aquele que partilha desse despertar - quer por sangue, quer por adoção/enxerto, mas, o mais
importante de tudo, sem qualquer distinção entre naturais e não-naturais. A parede de
separação se desfaz em Yeshua HaMashiach. É a isso que Rav. Sha’ul HaShaliach (o
emissário Paulo) se refere em Efessayah (Efésios) 2:14-16. Vide o texto, com nossos
comentários em destaque:
66
• “Porque Ele é o nosso shalom, o qual de ambos os povos fez um; derrubando a
parede de separação que estava no meio.” Efrayim e Yehudá estavam separados,
andando como dois povos.
• “Pela sua carne, cumprindo a Torá através das mitsvot contidas em ordenanças,
desfez a inimizade [do pecado,].” O cumprimento da Torá era parte integrante
daquilo que se fazia necessário para reconciliar o povo, trazendo-o de volta a
YHWH. Por isso, Yeshua cumpriu a Torá.
• “para criar, em sua essência, dos dois um novo homem, assim fazendo o shalom.”
Efrayim e Yehudá deixam de ser “dois homens” (aqui uma figura de linguagem
para a separação) para voltarem a ser Yisra’el, isto é, “um homem.”
• “e pelo madeiro reconciliar ambos com Elohim em um só corpo, tendo por ele
matado a inimizade;” A reconciliação feita pela expiação de Yeshua reconcilia
tanto Yehudá e Efrayim com YHWH, quanto Yehudá e Efrayim entre eles
próprios. Um dos sinais da verdadeira obra de Yeshua está na união entre
Yehudá e Efrayim.
Capítulo 9
Efrayim e os azarenos
68
A MISSÃO DE YESHUA
Começamos pela missão ou uma das missões do Mashiach (Messias). Sabe-se que o
Mashiach (Messias) viria para cumprir várias missões, dentre elas a de restaurar o Mishkan
(Tabernáculo) de David, ou seja, promover a união das Duas Casas, dos dois Reinos, para
transformar novamente a Yisra’el em uma nação unida, com suas dozes tribos vivendo
debaixo de um único legislador.
Sua missão passa pelo fato de recolher e ajuntar os dispersos, os que estão na galut
(diáspora), e pelo que foi visto até o momento somente um Reino continua quase que
totalmente na galut (diáspora), e quase que totalmente cativo, vivendo em terras estranhas e
servindo a deuses estranhos: o Reino de Efrayim (Efraim) ou a Casa de Yisra’el.
69
Yeshua é taxativo, e até mesmo um tanto irônico, com seus talmidim (discípulos), pois uma
das formas pelas quais eram referidos os israelitas do “Reino do Norte” era o termo “cães.”
Assim sendo, Yeshua de forma sabia e direta usou o contexto dos Sh’lichim (apóstolos)
pra declarar sua missão e ensinar que aquelas pessoas que não viviam conforme as mitsvot
(mandamentos) também faziam parte da aliança e tinham a promessa de restauração.
Aquela mulher mostra a atitude que os dispersos devem ter: submeter-se à liderança
estabelecida em Yehudá (Judá) e buscar através das promessas um retorno a Videira através
do conhecimento das mitsvot (mandamentos) e ordenanças que deveria ser ensinado pelos
do Reino do Sul (judeus).
Diante dessa missão, o Mashiach (Messias) começa a treinar e ensinar a seus talmidim
(discípulos), lembrando-os da identidade de seus irmãos. Seus irmãos, apesar de dispersos,
e vivendo uma vida completamente fora da videira, com atitudes e práticas pagãs,
permaneciam herdeiros das promessas da aliança por amor de YHWH, Elohim de Avraham
(Abraão), Yits’chak (Isaque) e Ya’akov (Jacó), Aquele que é Fiel para cumprir todas as
Suas promessas.
70
Ele não falhará nem será esmagado até que tenha estabelecido a
justiça na terra, e as ilhas esperarão pela Sua Torá. (Matitiyahu
(Mateus) 12.21)
É preciso neste momento importante buscar nos textos, e entender as citações. Esse trecho é
uma citação direta feita por Yeshua, de uma palavra de Yeshayahu HaNavi (o profeta
Isaías). “Não faltará, nem será quebrantado, até que ponha na terra a justiça; e as ilhas
aguardarão a sua Torá (lei). Yeshayahu (Isaías) 42.4” 9.
Ora, quem teriam entendido os ouvintes serem essas ilhas, mencionadas por Yeshayahu e
citadas por Yeshua? Acaso as ilhas têm ouvidos, e entendem o que os homens falam? Claro
que existe algo por trás dessa citação, onde e como buscar a identidade que estar por trás
desta “ilha”.
Como dissemos anteriormente, um grupo tinha uma atitude muito interessante, que serviu e
serve até hoje como exemplo de prática na busca da Verdade. Os bereanos buscavam
sempre nas Escrituras as respostas para qualquer “mistério” ou ensinamento novo. Se
fizermos o mesmo, encontraremos no contexto de Yeshayahu (Isaías) um trecho muito
importante para se identificar quem são essas ilhas.
9
. BÍBLIA. Português. Bíblia hebraica. Tradução de David Gorodovits e Jairo Fridilin. São Paulo: Editora Sefer, 2006. 877 p.
71
É bem claro pelo texto que as ilhas citadas são pessoas, cuja identidade é revelada pelo
profeta: Yisra’el! E quem foi enviado para essas ilhas? O Reino do Norte, Casa de Efrayim
(Efrayim), as dez tribos despesas de Yisra’el!
Assim como essa citação, existem outras, profundas e com uma lição clara de
conhecimento histórico e de muita fé nas promessas estabelecidas na aliança que é a
mesma, desde nossos antepassados. A Bíblia não é uma coletânea de histórias com a
finalidade única de inspirar a nossa fé. A Bíblia é o nosso álbum de família!
A PROFECIA DE ATOS
A passagem acima é outra que se refere a Efrayim. Shimon Kefa HaShaliach (o emissário
Simão Pedro) faz uma citação direta também de Yo’el HaNavi (o profeta Joel), mostrando
que nada de novo estava sendo ensinado, mas sim a história narrada pelo pais aos filhos, e
tudo que de certa forma estava registrado nos Escritos, todas as boas novas, se referiam à
restauração do Mishkan (Tabernáculo) através da vinda e da ação do Mashiach (Messias).
Isso pode ser visto pelo contexto da citação de Yo’el:
Repare no contexto! O contexto fala da aliança com Yisra’el, e na restauração das 2 Casas,
e não na criação de um novo povo, de uma “igreja cristã”!
Kefá (Pedro) nos seus relatos e argumentos demonstra ensinamentos e fatos que a
restauração e o Mashiach (Messias) estavam às portas e que os de longe tinham um
identidade clara.
73
Saiba, pois com certeza toda a Casa de Israel que a esse mesmo
Yeshua, a quem vós executastes, a quem Elohim fez YHWH e
Mashiachs. E, ouvindo eles isto, arrependeram-se em seu coração,
e perguntaram a Kefa e aos demais emissários: Que faremos,
irmãos? Pedro então lhes respondeu: Fazei teshuvá, e cada um de
vós seja imergido em nome de Yeshua para remissão de seus
pecados; a fim de receber o dom da Ruach. Porque a promessa vos
pertence a vós, aos filhos de vocês, e a todos os que estão longe: a
quantos YHWH nosso Elohim chamar. (Atos 2.36-39)
Kefa (Pedro) inicia falando de toda a Casa de Yisra’el, se referindo de forma sutil a
Yisra’el como nação, e no final se refere à Casa de Efrayim (Efraim) que estava distante e
da restauração, do retorno do cativeiro. Isso deixa claro que YHWH elegeu aos judeus (a
quem ele se dirigia) pelas promessas da aliança feita com os pais, mas também os que
estavam distantes, na diáspora, no paganismo, teriam sua oportunidade de retornarem ao
caminho, e de permanecerem ligados à Videira e produzirem bons frutos. Por mais que os
da galut (diáspora) possam ter sido esquecidos por seus irmãos, ou mesmo tenham eles
próprios esquecido sua identidade, YHWH conhece a cada um.
OS PESCADORES
Muitos comentários são feitos deste texto sem nenhuma base nos Escritos, buscam-se
argumentos sem que se use a forma bereana de analisar e comentar os textos. Este texto é
outra citação direta de um Escrito profético.
Essa é uma referência direta à Casa de Efrayim, pois Yirmiyahu (Jeremias) 16:15-16 fala
claramente que YHWH enviaria pescadores para resgatar o Reino do Norte.
Yirmiyahu (Jeremias) relatou exatamente o que Yeshua repetiu no ensino des seus
sh’lichim (emissários.) As águas dos mares e lagossimbolizam na Bíblia aquilo que está
oculto, além de se encontrar nas bênçãos dos filhos de Yacov (Jacó). AbB’rachá (bênçãos)
de Efrayim (Efraim) e Manassés se tornarem tão numerosos quantos os nunaim (peixes)
dos mares, ”O anjo que me salvou de todo o mal, abençoe aos jovens; e seja chamado neles
meu nome, e o nome de meus pais Avraham (Abraão) e Yits’chak (Isaque); e multipliquem
como os nuwnaim (peixes), muito, no meio da terra.10 e nas profundezas do desconhecido.
Agora, vejamos o texto a que Yeshua se refere, quando diz a seus sh’lichim (emissários)
que eles seriam pescadores de homens:
10
BÍBLIA. Português. Bíblia hebraica. Tradução de David Gorodovits e Jairo Fridilin. São Paulo: Editora Sefer, 2006. 877 p.
75
Em Yirmiyahu (Jeremias) 16:18, YHWH diz que puniria com porção dobrada à Casa de
Efrayim por sua iniquidade. Yehezkel (Ezequiel) 4:5 nos explica quanto tempo isto seria,
pois diz que os anos da iniquidade de Efrayim eram de 390. Ao multiplicarmos 390 por
dois, por conta da porção dobrada, temos 780 anos.
Sabemos que Efrayim foi disperso a partir de 734AC. Adicionando 780, temos o
reajuntamento de Efrayim em plena chamada "Era Apostólica", em que os sh'lichim
(emissários) de Yeshua passaram a proclamar as Boas Novas da Restauração de Israel por
toda terra. Ou seja, aqui Yeshua diz a Shimon e André que eles serão preparados para
trazerem de volta os filhos pródigos da Casa de Efrayim à aliança que eles uma vez
abandonaram.
Porém, se compararmos esta passagem com a parábola contada por Yeshua acerca da rede
dos pescadores em Matitiyahu (Mateus) 13, então vemos que assim como a rede apanha
peixes bons para o consumo e peixes imundos, assim também quando as Boas Novas são
proclamadas por toda terra, por amor a Efrayim, muitos falsos seguidores também vêm
junto. Muitos dizem que Yeshua é Rei, mas rejeitam o Seu decreto (ie. Torá). Estes são o
joio que será separado do trigo no fim dos tempos.
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OS CAÇADORES
Mas, o texto não pára apenas em pescadores, mas fala também de caçadores. Que caçadores
são esses e pra que enviar caçadores já que aqueles homens, como é ensinado, eram apenas
pescadores? Como podemos entender essa passagem de forma completa?
Um texto das Escrituras jamais fica “solto”, e por isso os bereanos eram capazes de buscar
seu contexto. Devemos fazer igualmente assim. Fica um pouco mais fácil de realmente
entender esse fim de texto quando se busca dentro das próprias Escrituras respostas,
começando por uma passagem em que uma voz manda Pedro matar e comer:
Ao contrário do que muitos pensam, essa visão não se refere a leis alimentares, pois
Shimon Kefa não se levantou e foi fazer um churrasco de porco. Na realidade, ele próprio
explica:
* Obs: Não era lícito pelo costume da tradição judaica, e não pela
Torá.
77
Portanto, esses animais se referem a homens. Mas, será que podemos encontrar referência a
isso nos profetas? A resposta está em Hoshea (Oséias):
YHWH aqui dizi que fará aliança com animais e feras, tal como os animais da visão de
Shimon Kefa. A quem Ele está se referindo? Da mesma forma que as ilhas são usadas pra
se referir aos efraimitas, os das tribos dispersas do Reino do Norte, da Casa de Efrayim
(Efraim) ou Casa de Yisra’el , esse mesmo recurso é usado no contexto dessa citação. Os
animais impuros seriam aos dispersos de Efrayim! Repare então que YHWH agora envia
caçadores, conforme profetizado, e cumprido nessa visão dada a Shimon Kefa!
A RESTAURAÇÃO DO TABERÁCULO
Na busca da identidade, passa-se por outros textos que têm diversos comentários, e nessa
busca constante de imitação dos bereanos têm-se a necessidade de revermos os conceitos já
montados, pois é através deste recurso de releitura e de busca de explicação histórica que
seremos capazes de encontrar a verdade.
78
Textos e ações eram colocados em pratica pelos sh’lichim (emissários) para comprovar e
mostrar que Yeshua era o Mashiach (Messias) e que veio sim restaurar o Reino, e que era
necessária uma mudança completa de atitude de todos. Além disso, mostravam aos judeus
(os do Reino do Sul ou da Casa de Yehudá (Judá)), que YHWH, Elohim de seus
antepassados estava restaurando também o caráter, a adoração e o serviço dos efraimitas na
Torá – aqueles que outrora eram chamados “gentios” pelos judeus – e que as atitudes de
Teshuvá11 eram tão reais que um número de pessoas que tinham suas vidas no paganismo
estavam deixando de lado os caminhos das nações e voltando a serem ligados à “Videira”,
começando a produzir frutos dentro da aliança.
11
O termo “teshuvá” significa literalmente “voltar-se”. Isto significa muito mais do que um mero arrependimento, como
sugerem algumas traduções. A teshuvá passa sim pelo arrependimento, mas requer uma mudança de vida, um retorno ao caminho de
YHWH, um caminho sem pecado, um caminho de amor e de submissão aos mandamentos.
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OS EMISSÁRIOS E A IDETIDADE
Ya’akov HaTsadik (Tiago, o Justo), irmão de Yeshua, em sua carta deixa claro pra quem
ele está escrevendo:
Kefa (Pedro) também em seus discursos usa textos escritos no passado por profetas, e em
nenhum momento algo novo é inventado. Sempre os argumentos e ensinamentos passam
pelo crivo dos escritos antigos, escritos repletos de promessas:
“vós que outrora nem éreis povo, e agora sois de YHWH; vós que não
tínheis alcançado misericórdia, e agora a tendes alcançado”. (Kefa Alef
(1 Pedro) 2.10).
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A Casa de Efrayim (Efraim) é chamada primeiramente de “lo-ami” (não são meu povo) e
depois de “ami” (meu povo.)
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PAULO E A IDETIDADE
Rav. Sha’ul HaShaliach (o emissário Paulo) também não ficaria de fora desse processo de
identificação do povo de YHWH, e seus ensinamentos não poderiam ser diferentes dos
escritos antigos, das bases da aliança. Ele, na condição de um agente escolhido de Elohim
para essa missão de resgate, foi um dos que mais falou para os dispersos, que mais
combateu o exclusivismo dos da Casa de Yehudá (Judá), que rebateu de forma explicita o
paganismo no meio efraimita, a adoração a deuses estranhos, as festas para deuses pagãos,
e ensinou que eles (os efraimitas dispersos) teriam que fazer um retorno ao caminho, e se
reconectarem à Videira.
Em uma dos seus escritos Rav. Sha’ul traz uma bela mensagem que deixa os efraimitas
cheios de alegria e fé na restauração e no retorno à aliança:
Repare que ele não diz: “vós nunca fostes filhos, mas agora sois.” Ele diz “vós ainda sois
filhos.” É a mesma coisa que os profetas dizem: “Não é Efrayim para Mim um filho
precioso, criança das minhas delícias?” A mensagem para o filho pródigo Efrayim (a
parábola de Yeshua se refere justamente à Casa de Efrayim) é clara: Mesmo em meio às
nações, disperso, esquecido, e dado ao serviço de outros deuses, e à anomia (o viver fora da
Torá), Efrayim não perdeu o status de filho, e YHWH o convida à teshuvá!
82
Capítulo 10
Fatores Históricos
83
FATORES HISTÓRICOS
É muito interessante quando se busca outros recursos para identificar a veracidade do que a
Bíblia relata, e com isso usa-se não só a fé mas também a razão a para buscar a verdade.
Flavio Josefo é um dos historiadores que escreveu muito sobre os fatos históricos da sua
época. No entanto outras pessoas também relataram algo que tem ajudado a pesquisadores a
entender as profecias. Aqui apresentamos, sem nos aprofundarmos muito (pois há uma
infinitude de referências – vide nossos estudos sobre a Restauração de Yisra’el) alguns
fatores históricos, apenas com o objetivo de convidar o leitor a examinar as evidências
históricas.
Menashe Ben Yisrael (1698): Este rabino escreveu um livro (A Esperança de Israel) após
ouvir o relato de Aarão Levy de Montesinos. Ambrosio Fernandes Brandão (1618). Em seu
livro, que descreve a terras brasileiras, afirma que indígenas brasileiros são descendentes de
israelitas: “se acha entre eles muitas palavras e nomes pronunciados na língua hebréia e da
mesma maneira (...) tenho por sem dúvida, descenderem estes moradores naturais do Brasil
daqueles israelitas que navegaram primeiro pelos seus mares”.
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Diego de Duran (1585): Em “Historia das índias da Nova Espanha” afirma categoricamente
que indígenas sul-americanos são descendentes das dez tribos da Casa de Efrayim: “Outra
autoridade da Sagrada Escritura, se pode trazer para provar esta opinião, é que as estas dez
tribos, que abaixo deixo dito, teria YHWH prometido por Hoshea (Oséias), c. 1 e 2, e 3 até
o 13, que os iria YHWH multiplicar como as areias do mar, o qual claro e obviamente se vê
quão grande se multiplicou, pois tem ocupado grande parte do mundo...”.
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A MIGRAÇÃO
Yair Davidiy, judeu ortodoxo que vivem em Yisra’el, segundo suas pesquisas históricas,
arqueológicas e talmúdicas, encontrou fortes traços da presença das 10 tribos de Yisra’el
espalhadas por diversos países do mundo.
Abaixo, apresentamos uma tabela com o resumo de algumas das evidências por ele
encontradas. Ressaltamos aqui que a presença de grupos de uma determinada tribo em um
dos países abaixo não significa que a totalidade dessas tribos tenha migrado para esses
países, ou que a totalidade de habitantes desses países seja formada por descendentes dessas
tribos. Contudo, é interessante acompanharmos tais evidências:
TRIBO PAÍS
Efrayim Grã-Bretanha
Menashe EUA
(Manassés)
Reuven (Rubem) França
Shimon (Simão) Europa céltica e judaica
(Portugal/Espanha)
Levi Onde quer que fossem os judeus
Yehudá (Judá) Em todos os países onde há
judeus
Yissachar (Issacar) Suíça/Finlândia
Zevulun (Zebulon) Holanda
Gad Suécia
Asher (Aser) Escócia
Bejamim Com os judeus, especialmente na
(Binyamin) Bélgica/Normandia
Dan (Dã) Dinamarca com os celtas
Naftali Noruega
86
Capítulo 11
Teshuvá
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A CHAVE DO REMAESCETE
Como vimos ao longo desta obra, a chave para a restauração de nossa identidade israelita
está na teshuvá, no retorno à Torá de YHWH. Vale lembrar de quem, no fim dos tempos, é
identificado pelas Escrituras como sendo o verdadeiro remanescente dos seguidores do
Mashiach:
“E o dragão irou-se contra a mulher, e foi fazer guerra aos demais filhos
dela, os que guardam as mitsvot de Elohim, e mantêm o testemunho de
Yeshua.” (Guilyana (Apocalipse) 12:17)
O que podemos aprender sobre a identidade desse remanescente? O texto nos diz três coisas
sobre eles:
• São filhos da mulher. Pelo contexto, sabemos que a mulher é Yisra’el. Portanto, são
israelitas.
• Têm o testemunho de Yeshua, pois sem Yeshua, é impossível cumprir Torá, pois a
própria Torá diz, como mitsvá (mandamento): “Eis lhes suscitarei um profeta do
meio de seus irmãos, como tu, e porei as minhas palavras na sua boca, e ele lhes
falará tudo o que eu lhe ordenar.” (Devarim (Deuteronômio) 18:18)
Esse é o povo que YHWH separou para viver na Sua aliança, a mesma aliança que é
estabelecida ao longo de todas as Escrituras. Fica aqui a reflexão: Você se encaixa dentro
dessa descrição bíblica?
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A TESHUVÀ
Perceber que estar errado, que se precisa mudar de atitude, de buscar um comportamento
diferente, mais coerente com As Escrituras, buscar no arrependimento vida eterna,
aproximação de com YHWH, bênçãos, poder contra o mal, entre essas existem outras
situações que se é pregado e ensinado em meio a tantas teologias e “caminhos”. Mas, o que
As Escrituras nos ensinam sobre o que é retorno e qual é mesmo o significado de retornar?
Começamos buscando na raiz da palavra as definições que podem nos ajudar nessa
caminhada. A palavra que no hebraico é usada para dar uma idéia de retorno é “Teshuvá.”
Se formos a fundo no que é dito acerca dessa palavra, temos informações importantes:
3. Teshuvá é a forma de ser feliz, criativo, e viver em harmonia com YHWH e com o
universo. (SANSON, D., & FISHMAN, T. (2004) ) 14;
12
RENDELMAN, R. D. (2006). A Chave da Teshuvá. (R. S. BENT'SION, Trad.) Fonte: www.torahviva.org.
13
DAVID, SANSON. A arte da teshuvá. Tradução de Daniel Presman. São Paulo: Sefer, 2004. 2007 p. Título original: The
Art of T’shuva.
14
DAVID, SANSON. A arte da teshuvá. Tradução de Daniel Presman. São Paulo: Sefer, 2004. 2007 p. Título original: The
Art of T’shuva.
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A profundeza do que é a teshuvá é algo que impressiona, pois passa bem distante de apenas
levantar a mão e aceitar um apelo emocionante, de um missionário ou evangelista
especialista em emocionar e levar os ouvintes a levantar a mão.
Diante da aliança inicial e da renovação feita através dos tempos conseguimos entender que
a teshuvá é o retorno a videira, é “em sua base, é um movimento para voltar a originalidade,
à fonte da vida e da existência superior em sua forma completa.” (KOOK, 2004)17.
Quando ficamos apenas no ato da aceitação, isso nada significa. A teshuvá passa pelo
buscar o ensino da “Videira Verdadeira” (a Torá de Yeshua) de forma integral. O caule,
isto é, a aceitação a fazer parte da comunidade de Yisra’el por meio do sacrifício do
Mashiach Yeshua, significa principalmente ser moldado para ter o caráter dEle, e, que
através de Sua Palavra (novamente, a Torá), passa-se a ser alimentado por esta seiva pura
afim de produzir frutos bons.
15
KOOK, R. A. (2004). Luzes do Retorno. (U. Lam, Trad.) São Paulo: Sefer.
16
KOOK, R. A. (2004). Luzes do Retorno. (U. Lam, Trad.) São Paulo: Sefer.
17
KOOK, R. A. (2004). Luzes do Retorno. (U. Lam, Trad.) São Paulo: Sefer.
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A teshuvá é um processo, e cada pessoa tem suas experiências conforme a sua vivência, e
suas próprias limitações, não existindo um padrão geral. Porém, quando a teshuvá atinge
níveis importantes na vida da pessoa, transforma, alma, corpo e espirito.
Ao transformar a alma por meio da ação da Ruach Elohim (Espírito de Elohim) que nos
leva a atitudes boas e puras, produzimos frutos na alma que dão prazer em viver servindo
ao proximo e a YHWH. Esse é o verdadeiro descanso que Yeshua prometeu para nossas
almas, por sabermos que YHWH nos governa, e nos alimenta com a Sua Palavra.
Com a alma gerando tanta energia positiva pelo relacionamento próximo a YHWH,
consequência da teshuvá, e o corpo sendo cuidado pelos preceitos bíblicos (como, por
exemplo, o comer kasher – isto é, comida pura), o resultado é uma disposição para viver e
servir, que leva ao homem a perceber a qualidade de vida gerada pela teshuvá. Isso por fim
pode levá-lo a buscar ainda mais de YHWH Yeshua.
A teshuvá completa produz um relacionamento direto do seu espírito com YHWH, por
meio do caminho traçado por Yeshua. Issoo alimenta a alma, fortalece o corpo e gera um
círculo que produz vida, relacionamento direto com o Criador, e nos coloca dentro da
aliança e de seus propósitos originais.
91
Capítulo 12
Conclusão
92
COCLUSÃO
Conhecer, acreditar, e, ter fé para admitir que existe Um Criador, Um Ser que domina e
legisla o universo, que faz tudo funcionar como engrenagens perfeitas e sintonizadas, a
depender de interesses é muito fácil. No entanto, quando esta decisão destrói paradigmas,
começa aí uma luta para moldar as conclusões conforme interesses particulares, deixando
de lado o que realmente é verdadeiro.
YHWH criou o homem com uma finalidade básica de relacionamento. Para tanto,
estabeleceu um caminho de pureza, kedushá (santidade) e justiça, levando-o (o homem) a
ter um caráter à imagem de seu Criador. Mas, quando entra em cena a desobediência,
ocorre queda e conseqüente afastamento de um relacionamento íntimo com YHWH,
deixando uma lacuna e um espaço para a ação do mal.
Vendo YHWH através de Sua onisciência o futuro da humanidade, e não querendo tirar de
Sua criação à capacidade de escolha, Ele monta um plano para ter o homem sempre do Seu
lado, se for da escolha e iniciativa do próprio homem. Dando a garantia de vitoria e de
deleite eterno para aqueles que escolhem viver conforme Seus ensinamentos.
Estar ligado à Verdade é a garantia de produzir bons frutos, de ter sua família e gerações
futuras vivendo ao lado do Todo-Poderoso. Saber que YHWH é fiel para cumprir Suas
promessas, e ter a certeza de vida saudável, isso nos faz crescer em obediência e nos
amadurecer nesse relacionamento.
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A aliança e as promessas são para todos que admitem e vivem conforme as instruções do
doador da vida, que aceitam Sua Palavra sem reservas, que buscam viver através da fé em
Yeshua e da obediência - que, na verdade, está ligada à fé, pois fé sem obediência é
crendice e não fé.
Compreender que Ele sempre escolheu uma família que tivesse como base Seus
ensinamentos (Torá), onde seus patriarcas educassem seus filhos conforme as ordens
oriundas dEle, e que essa família teria de ser exemplo para todas as famílias da terra, e que
depois de algumas tentativas Ele escolheu Avraham (Abraão) como pai de todas as
famílias, como uma semente perfeita, porém, no momento de firmar a aliança Ele passou
sozinho entre as partes dos animais e seu sangue, dando a compreender que Ele já tinha
conhecimento prévio de que o homem não viria a cumprir os termos da aliança. Assim
sendo, Ele próprio se oferece para viver como exemplo, e morrer como expiação, para que
o homem pudesse se religar à Videira Verdadeira, mesmo sabendo que nem todos
desejariam se ligar a essa Videira, e que optariam por viver em inimizade com Ele.
Partindo da aliança com Avraham (Abraão) e da perpetualidade dessa aliança surge uma
nação que deveria ser um exemplo de ligação à Videira, de produção de bons frutos. O
afastamento do caminho gerou repreensão e divisão, mas, nunca uma desistência por parte
de YHWH, especialmente em virtude da recordação aliança eterna feita com Avraham
(Abraão.) YHWH usa de Sua sabedoria, e até mesmo de Sua presença física no mundo
(como YHWH Yeshua) para alertar aos israelitas de sua missão e dos termos da aliança
bem como das promessas.
É com muita alegria que se percebe hoje um despertamento por parte das “ovelhas perdidas
da Casa de Yisra’el”, um entendimento claro das Escrituras, uma compreensão da aliança e
das promessas, que levam os dispersos ao retorno (teshuvá) à Videira Verdeira, ao
reconhecimento de Yeshua como o Mashiach (Messias) e restaurador do Mishkan
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(tabernáculo) de David. E o mais importante é entender que YHWH não desistiu da família
Yisra’el , firmada através de uma aliança perpétua, e jamais criou ou escolheu outro corpo
para substituí-la, o que poria em dúvida o compromisso com a verdade por parte de
YHWH.