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Editora Capa
Carolina Evangelista Zuleika Iamashita
Ilustrações
Renato Gonçalves
ISBN 978-85-69727-01-9
CDD: 780
CDU: 78.04
AGRADECIMENTOS
“Ameno amargo”,
Ana Cristina Cesar
SUMÁRIO
PREFÁCIO .............................................................................................. 6
INTRODUÇÃO....................................................................................... 8
A CANÇÃO E A REPRESENTAÇÃO............................................ 12
A CENSURA E A LINGUAGEM.....................................................20
A MARGINALIZAÇÃOE O CORPO.............................................29
A FANTASIA E A REALIDADE...................................................... 35
A SEXUALIDADE E A SOCIEDADE............................................46
O PÚBLICO E O PRIVADO.............................................................50
A SOCIEDADE E A FAMÍLIA.......................................................... 53
QUANDO AMANHECER,
VOCÊ VAI ENTRAR DENTRO DO FUTURO...........................58
REFERÊNCIAS.................................................................................... 60
PREFÁCIO
C
anções populares-comerciais estão de tal modo
presentes no dia a dia das culturas brasileiras que
não é fácil trabalhá-las de forma crítica.
O lado bom da questão, ou um deles, é que to-
das e todos nós nos consideramos especialistas, sinal
evidente da importância que as canções têm nos
processos de formação das identidades. Afinal, não
causa nenhuma estranheza dizer que a música po-
pular mobiliza, com certa facilidade, os corpos, os
sentimentos, os sentidos nos vários Brasis.
O lado ruim da questão, ou um deles, é a confusão
generalizada entre o gosto pessoal, as determinações
de classe, de gênero, de etnia ou de crença religiosa,
o fascínio da publicidade, o número de vendas... E o
exercício crítico, empenhado em discutir e elucidar
concretamente os produtos e as relações sociais. Pois
nunca foi, e é cada vez menos raro que a crítica seja
substituída pela rajada de imagens eufóricas e/ou
raivosas, escritas muitas vezes, é verdade, só para au-
mentar a audiência da própria rajada. Assim como
nunca foi, e é cada vez menos raro que a valoração
da qualidade estética e a reflexão acerca das implica-
AS REPRESENTAÇÕES LGBT NA CANÇÃO BRASILEIRA 7
Walter Garcia
Músico e professor do Instituto de Estudos
Brasileiros da Universidade de São Paulo.
INTRODUÇÃO
P
ouca gente sabe, mas Tuca foi uma importante
cantora e compositora brasileira. Por trás de seu
nome, apagado pela história, está uma pioneira
que, já na década de 1970, trouxe, para a canção po-
pular-comercial, um discurso LGBT afirmativo.
Em 1974, Tuca lançou aquele que seria seu último
trabalho, o LP Drácula, I love you. Nesse disco, as can-
ções tratam do amor de maneira transgressora. Sua
maior transgressão, para além da abordagem agri-
doce empregada em algumas canções, foi ter assu-
mido um discurso homossexual. Sem dúvidas, a mais
emblemática nesse sentido é “Girl” (Prioli/Tuca), na
qual o eu lírico faz um convite a outra mulher.
AS REPRESENTAÇÕES LGBT NA CANÇÃO BRASILEIRA 9
A
final, do que é feita uma canção popular-comer-
cial e o que seria uma representação LGBT?
Antes de adentrarmos no cancioneiro nacional,
vale a pena olharmos com atenção as relações entre
a canção popular-comercial e as questões de gênero,
na tentativa de esboçar um modelo de análise que
nos sirva no presente estudo.
Primeiro, destaquemos o termo “canção
popular-comercial”. Empregada por Walter
Garcia (2013), a denominação sugere dois
aspectos que fundam a produção de canção.
Nas raízes da canção estão, concomitantemente, os
resquícios de uma tradição oral e popular e as mar-
cas de uma indústria fonográfica que produz, circula
e comercializa essa obra – mesmo que, atualmente,
essa indústria esteja cada vez mais fragmentada. Com
essas origens, foi consolidado o formato tradicional de
canção que conhecemos: um fonograma com dura-
ção de alguns minutos, dotado de letra e música.
Porém, é importante apontar que, aparelhados
por um sistema cultural calcado na difusão incessan-
te de imagens, os sentidos de uma canção ultrapas-
sam os limites do registro sonoro. Portanto, definir
os elementos que compõem uma canção passa não
só por dimensões puramente musicais (como a me-
lodia), mas, principalmente, performativas, como o
próprio corpo do artista, sua indumentária, seus ges-
tos e sua imagem. Essa última dimensão, inclusive,
será palco de muitas representações LGBT.
Como afirma Luiz Tatit em seu livro A canção: efi-
cácia e encanto (1986, p. 6), é quase inevitável: “quem
ouve uma canção, ouve alguém dizendo alguma coi-
sa de uma certa maneira”. Aproximando-nos às teo-
rias mais seminais da comunicação, poderíamos dizer
que a canção é uma mensagem. O intérprete seria
seu emissor, enquanto o público seria o destinatário.
No caso da canção brasileira, a letra roubará o pro-
tagonismo dessa mensagem. Contudo, é importante
apontarmos que, apesar de possuir elementos poéti-
cos, como rimas e versos, a letra de uma canção não
é um poema. O discurso só estará completo no ato de
sua enunciação, isto é, no momento do canto do intér-
prete, em que se revelarão os desenhos melódicos, as
inflexões e as entonações que constroem o sentido das
palavras. Entre a composição propriamente dita e sua
14 NÓS DUAS
Eu sou um velho
Mas somos dois meninos
Nosso destinos são mutuamente interessantes
Um instante, alguns instantes
O grande espelho
Vanderley e Odilon,
Bem mais unidos, empataram capital
E estão montando restaurante natural
Cuja proposta é cada um come o que gosta
Yolanda e Adelina,
Bem mais unidas, acham viver um barato
E, pra provar, tão fazendo artesanato
E, pela amostra, Yolanda aposta na resposta
A
virada da década de 1960 para a década de
1970 marcou um período extremamente im-
portante na formação do que hoje conhecemos
como canção popular-comercial brasileira. Como
aponta Marcia Tosta Dias (2000), nesse período, a
indústria fonográfica se consolidou com a chegada
de multinacionais que profissionalizaram a produção
e a comercialização de discos no país. Porém, em
um movimento oposto, a ditadura militar,
a partir do golpe de 1964, intensificou seus
aparelhos de repressão, exilando artistas e
censurando, com maior frequência, manifestações
culturais, como a canção.
Em um contexto ambivalente, entre a intensa
produção artística e a censura, a canção tratou de
questões proibidas através dos meandros da lingua-
gem, como na canção já citada “Bárbara”, de Chico
Buarque e Ruy Guerra. A questão LGBT, então ofi-
cialmente censurada, surge, de forma representativa,
com as personagens Bárbara e Ana, que compõem a
peça Calabar: o elogio da traição (1973), de Chico Buar-
que e Ruy Guerra.
No auge da ditadura militar, Calabar foi uma das
diversas peças que tiveram sua montagem vetada
devido ao seu conteúdo político. Contudo, à época,
foram autorizadas a publicação do texto teatral em
livro e a comercialização de sua trilha musical em LP
(Chico canta, de Chico Buarque, em 1973).
Em linhas gerais, o enredo, dividido em dois atos,
traz o embate entre portugueses e holandeses na
região de Pernambuco, tendo como pano de fundo
a figura controversa de Calabar, que traiu a Coroa
portuguesa no século XVII. Calabar, apesar de dar
nome à peça, somente surge, sem falas, no momento
de sua execução, ainda no primeiro ato. Bárbara, sua
viúva, acaba sendo uma das protagonistas.
Silenciada no início da peça pelo coro, com gritos
de “Cala a boca, Bárbara”, e sendo retratada como
uma mulher dependente da figura masculina de Ca-
labar, Bárbara é representada como uma histérica. Na
caracterização da personagem, é reproduzida a leitura
misógina que considera o corpo feminino como um
corpo doente, saturado de desejo e acometido pela his-
teria. No decorrer da história da humanidade, essa foi
22 NÓS DUAS
Ana:
Bárbara, Bárbara
Nunca é tarde, nunca é demais
Onde estou, onde estás?
Meu amor, vem me buscar
Bárbara:
O meu destino é caminhar assim
Desesperada e nua
Sabendo que, no fim da noite,
Serei tua
Ana:
Deixa eu te proteger do mal,
Dos medos e da chuva,
Acumulando de prazeres
Teu leito de viúva
AS REPRESENTAÇÕES LGBT NA CANÇÃO BRASILEIRA 23
As duas:
Bárbara, Bárbara
Nunca é tarde, nunca é demais
Onde estou, onde estás?
Meu amor, vem me buscar
Ana:
Vamos ceder enfim à tentação
Das nossas bocas cruas
E mergulhar no poço escuro
De nós duas
Bárbara:
Vamos viver agonizando
Uma paixão vadia
Maravilhosa e transbordante
Feito uma hemorragia
Garimpeira da beleza,
Te achei na beira de você me achar
Me agarra na cintura, me segura e jura que não vai soltar
E vem me bebendo toda, me deixando tonta de tanto prazer
Navegando nos meus seios, mar partindo ao meio
Não vou esquecer
H
oje, no Brasil, de todas as letras que formam
a sigla LGBT, talvez não exista categoria mais
marginalizada do que a composta de travestis, e
homens e mulheres transexuais. Quando provêm de
famílias pobres, muitas e muitos são expulsos de casa,
não chegam a concluir o ensino fundamental ou o
médio e encontram na prostituição o único cami-
nho viável para sobreviver. Essa é a grande maioria
que, como aponta Don Kulick, em seu livro Travesti:
prostituição, sexo, gênero e cultura no Brasil (2008, p. 24),
30 NÓS DUAS
N
o horário nobre da televisão brasileira, em um
domingo do ano de 1973, a banda Secos &
Molhados fez sua estreia. Alegrando adultos e
crianças, um trio de homens munidos de indumentá-
rias consideradas femininas, timbres agudos e rostos
maquilados (apesar de barbados), em clara alusão ao
grupo underground de teatro Dzi Croquettes, tinham
“presença cênica libidinosa e ousada”, como define
André Barcinski (2014, p. 24). O grupo, encabeçado
por Ney Matogrosso, interpretava canções cujas le-
tras, embora aparentemente infantis, ganhavam ou-
tros significados em suas vozes, como “O vira” (João
Ricardo/Luhli).
36 NÓS DUAS
O
gênero, atualmente, é um conceito discutido
por diversas correntes teóricas e práticas. Ape-
sar de não haver um consenso entre as mais di-
versas frentes, tais discussões iluminam um assunto
historicamente negado ou relegado. O barulho das
ideias é sempre preferível ao silêncio da censura, da
ignorância e da alienação.
O que podemos dizer é que, desde o momento no
qual Simone de Beauvoir, em O segundo sexo (2010),
formulou que “ninguém nasce mulher”, e sim “tor-
na-se mulher”, as discussões de gênero se desvincula-
ram de um fator meramente biológico que por muito
tempo permeou a questão. Estudos como Making sex:
body and gender from the Greeks to Freud (1990), de Tho-
mas Laqueur, mostram como o entendimento sobre o
que seria gênero esteve intimamente ligado ao desen-
volvimento da medicina em uma agenda positivista.
A partir do momento em que o gênero ultrapassa
o muro de uma mínima diferenciação anatômica,
fica mais evidente como as relações sociais
e culturais vão construindo o que hoje deno-
minamos de “homem” ou “mulher”, e o que
isso implicará na vida do indivíduo.
Como aponta a psicanalista Maria Rita Kehl, em
seu Deslocamentos do feminino: a mulher freudiana na passa-
gem para a modernidade (1998, pp. 32-33), uma das pri-
meiras inscrições do sujeito no discurso do Outro, que
também é o discurso do meio sociocultural em que ele
vive, baseia-se em uma diferenciação sexual que acar-
retará um complexo conjunto de significados tatuados
no corpo e na experiência do sujeito:
A primeira definição de uma criança, dada antes mesmo que o feto complete
a sua evolução, graças aos métodos atuais da investigação ultrassonográfica, é
que seja “menino” ou “menina”. Significantes que indicam não apenas uma
diferença anatômica, mas a tendência a um de dois grupos identitários carrega-
dos de significação. Assim que, entre outras coisas, foi tatuado em cada um de
nós que somos “homens” ou “mulheres” sem que nossa passagem pelo mundo
seja acompanhada de nenhum manual de instruções que dê conta do ajuste entre
este “ser homem” ou “ser mulher” e a ínfima singularidade do nosso desejo.
42 NÓS DUAS
R
econhecer e afirmar sua própria sexualidade
pode se mostrar um processo bastante comple-
xo para o indivíduo, ainda mais quando ela foge
dos padrões heteronormativos. Não há um consenso
sobre as origens da sexualidade humana. Mas, desde
o início da psicanálise, ela foi posta como algo inato.
Surgirá na infância e passará por desenvolvimentos
que o sujeito levará até a fase adulta.
Sigmund Freud localizará, ainda no estágio ins-
tintual do indivíduo, a origem da sexualidade. Em
Três ensaios sobre a teoria da sexualidade, de 2002, Freud
afirma que todos nascem com uma predis-
posição bissexual. Porém, no curso do desenvol-
vimento individual, tende-se a seguir um dos dois
caminhos: recalcar o desejo por indivíduos do mes-
mo sexo (tornando-nos heterossexuais), ou assumi-lo
(configurando-nos homossexuais ou bissexuais).
Contudo, é importante frisar que o que chama-
mos de desenvolvimento individual diz respeito a
uma trama complexa entre as partes que formam
o “eu”, na abordagem freudiana: o eu, o supereu e o
id. Entendendo que o “supereu” é a representação
do indivíduo em sociedade, não é difícil apontar que
se criam tensões entre as expectativas sociais, as leis
normativas e a vontade do sujeito. Afirmar-se fora
do padrão heteronormativo é também uma forma
de contestação.
Não é à toa a postura questionadora em “Ho-
mens e mulheres” de Ana Carolina (2006), presente
no disco Dois quartos:
D
e certa maneira, podemos dizer que a canção é
um espaço ficcional. Apesar de ser um objeto que
dialoga com seu contexto social, em suas mais di-
versas dimensões, e da ilusão que nos leva a crer que
há uma congruência e até mesmo uma interpenetra-
ção entre o eu lírico, o narrador ou a personagem da
canção e o intérprete que a reproduz, a canção não é
necessariamente um discurso do intérprete.
Todavia, há um componente próprio da atual
“sociedade do espetáculo”, para usar o termo
cunhado por Guy Debord (1997), que, no que tange
à questão LGBT, será importante: a confusão entre
a imagem pública do intérprete, sua vida privada e
sua sexualidade.
Em uma realidade permeada por figuras públicas
cujo dia a dia estampa manchetes de jornais, revistas
e blogs, o ato de “sair do armário” tem se tornado
um gesto político cada vez mais frequente no Brasil.
O artista possui um espaço privilegiado e, até cer-
to ponto, problemático. Como destaca Maria Rita
Kehl (2004, p. 65),
N
os últimos anos, temos visto avanços na questão
LGBT na esfera pública. Os direitos civis, histori-
camente negados, passam a ser discutidos e, com
eles, termos e conceitos começam a ser revistos. A pri-
meira transformação veio com o abandono da palavra
“homossexualismo” e do uso do sufixo “-ismo”, que
caracterizava a homossexualidade como uma doença.
Mais recentemente, a palavra “homossexualidade”
está dando lugar a “homoafetividade”, ressaltando o
aspecto afetivo da relação entre duas pessoas do mes-
mo sexo, como a juíza Maria Berenice Dias, em 2001,
defendeu na decisão que, pela primeira vez, reconhe-
ceu juridicamente uma relação homoafetiva no Brasil.
O reconhecimento de direitos civis e o desenvolvi-
mento de programas de inclusão têm gerado muitas
reações, sobretudo de setores conservadores da so-
54 NÓS DUAS
quando uma família descobre que um filho é gay, pais e parentes podem vir
a tolerar esse fato, contanto que ele não seja abertamente efeminado e que as
pessoas fora da família não saibam. Muitas vezes, está implícita uma política
de “não pergunto, não me conte”.
C
uriosamente, uma das canções mais atribuídas
aos movimentos LGBT não traz necessariamen-
te uma representação LGBT. Não traz persona-
gem, eu lírico ou narrador LGBT. Não fala de algum
gênero ou orientação sexual que conteste a heteronor-
matividade. Tampouco tem como seu principal intér-
prete uma figura LGBT. Falo de “Paula e Bebeto”
(Caetano Veloso/Milton Nascimento), de 1975, pre-
sente no LP Minas e que traz os emblemáticos versos:
Referências
Gravações com representações LGBT citadas no decorrer do estudo
1971. “Black is beautiful” (Marcos Valle/ 1979. “Geni e o zepelim” (Chico Buarque),
Paulo Sérgio Valle), Elis Regina, presente presente no albúm Ópera do malandro.
no álbum Ela; Marcos Valle, presente no
álbum Garra. 1980. “Mar e lua” (Chico Buarque), Chico
Buarque, presente no albúm Vida.
1973. “Bárbara” (Chico Buarque/Ruy
Guerra), Chico Buarque, presente no al- 1982. “A nível de…” (Aldir Blanc/João
búm Chico canta. Bosco), João Bosco, presente no albúm Co-
missão de frente.
1973. “O vira” (João Ricardo/Luhli), Se-
cos & Molhados, presente no albúm Secos 1982. “Mesmo que seja eu” (Erasmo Car-
& Molhados. los/Roberto Carlos), Erasmo Carlos, pre-
sente no albúm Amar pra viver ou morrer de amor.
1974. “De pés no chão” (Rita Lee), Rita
Lee & Tutti Frutti, presente no albúm Atrás 1983. “Sônia (Sunny)” (Bobby Hebb/Leo
do porto tem uma cidade. Jaime/Leandro), Leo Jaime, presente no
albúm Phodas-C.
1974. “Girl” (Prioli/Tuca), Tuca, presente
no albúm Drácula, I love you. 1984. “Mais uma vez” (Marina Lima), Ma-
rina Lima, presente no albúm Fullgás.
1975. “Paula e Bebeto” (Caetano Veloso/
Milton Nascimento), Milton Nascimento, 1984. “Mesmo que seja eu” (Erasmo Car-
presente no albúm Minas. los/Roberto Carlos), Marina Lima, presen-
te no albúm Fullgás.
1978. “Não existe pecado ao sul do equa-
dor” (Chico Buarque/Ruy Guerra), Ney 1986. “Rubens” (Mário Manga), Premeditan-
Matogrosso, presente no albúm Feitiço. do o Breque, presente no albúm Gran-de coisa.
AS REPRESENTAÇÕES LGBT NA CANÇÃO BRASILEIRA 61
1998. “Na minha mão” (Marina Lima/Al- 2013. “Lizete” (Kiko Dinucci/Jonathan
vin L.), Marina Lima, presente no albúm Silva), Ná Ozzetti e Kiko Dinucci, presente
Pierrot do Brasil. no albúm Embalar.
2006. “Anna Bella” (Marina Lima/Anto- 2014. “Ciúme de mim” (Claudia Dorei),
nio Cicero), Marina Lima, presente no al- Claudia Dorei, presente no albúm Inspire.
búm Lá nos primórdios.
2014. “Homem” (Caetano Veloso), Alice
2006. “Eu que não sei quase nada do mar” Caymmi, presente no albúm Rainha dos raios.
(Ana Carolina/Jorge Vercillo), Maria Be-
thânia, presente no albúm Pirata. 2015. “Benedita” (Celso Sim/Pepê Mata
Machado/Joana Barossi/Fernanda Dia-
2006. “Homem” (Caetano Veloso), Caeta- mant), Elza Soares e Celso Sim, presente
no Veloso, presente no albúm Cê. no albúm A mulher do fim do mundo.
62 NÓS DUAS
Referências bibliográficas
BARCINSKI, André. Pavões misteriosos DIAS, Marcia Tosta. Os donos da voz: indús-
1974-1983: a explosão da música pop no Brasil. tria fonográfica brasileira e mundialização da cul-
São Paulo: Três Estrelas, 2014. tura. São Paulo: Boitempo Editorial, 2000.
BEAUVOIR, Simone de. O segundo sexo. DWORKIN, Andrea. Pornography: men press-
Sérgio Milliet [tradução]. Rio de Janeiro: ing women. New York: Penguin Books, 1989.
Nova Fronteira, 2009.
FACCHINI, Regina. Sopa de letrinhas? Mo-
BUARQUE, Chico; GUERRA, Ruy. Cala- vimento homossexual e produção de identidades
bar: o elogio à traição. Rio de Janeiro: Civiliza- coletivas nos anos 90. Rio de Janeiro: Gara-
ção Brasileira, 1994. mond, 2005.
LACAN, Jacques. Seminário, livro 3: as psico- WISNIK, José Miguel. Sem receita: ensaios e
ses. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1985. canções. São Paulo: Publifolha, 2004.