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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO


COMARCA DE BIRIGUI
FORO DE BIRIGUI
1ª VARA CÍVEL
RUA FAUSTINO SEGURA, 214, Birigui - SP - CEP 16200-370

SENTENÇA

Processo Físico nº: 0007452-73.2013.8.26.0077


Classe - Assunto Procedimento Sumário - Obrigação de Fazer / Não Fazer
Requerente: Ariel Ribeiro de Barros
Requerido: Fazenda Pública do Estado de São Paulo

Se impresso, para conferência acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/esaj, informe o processo 0007452-73.2013.8.26.0077 e o código 2500000012O10.
Justiça Gratuita

Juiz(a) de Direito: Dr(a). Luis Roberto Reuter Torro

Vistos.

ARIEL RIBEIRO DE BARROS, qualificado nos autos, ajuizou AÇÃO


ANULATÓRIA DE ATO ADMINISTRATIVO em face da FAZENDA PÚBLICA DO
ESTADO DE SÃO PAULO, visando à anulação do auto de infração n. 1/705039-1,
lavrado contra si ante a alegação de que dirigia veículo automotor sob a influência de
álcool, sendo sua conduta tipificada no art. 165 do CTB. Alegou que recusou a realizar o
teste do bafômetro; que foi lavrado Boletim de Ocorrência nº 1756/10; que o laudo
assinado pela perita nº 2637/2012 teve como resultado “negativo para embriaguez”; que
estava sob efeito de medicação devido a inflamação na garganta. Pleiteou a concessão da

Este documento foi assinado digitalmente por LUIS ROBERTO REUTER TORRO.
tutela antecipada, para suspender os efeitos da penalidade aplicada e ordenar o
licenciamento do veículo sem o pagamento da multa relativa ao auto de infração, ao final,
seja anulado o referido auto, determinando o cancelamento do auto de imposição de
penalidade e condenação da ré ao pagamento das custas, despesas processuais e honorários
advocatícios. Juntou documentos (fls. 09/20).

A antecipação da tutela foi indeferida ante a ausência dos requisitos legais (fl. 31).

Citado em 20.01.2014 (fls. 60), o Estado contestou o feito (fls. 42/54) arguindo que
as alegações não são hábeis a desconstituir o ato administrativo; existências de outros
elementos a embasar o auto de infração suprem a ausência do exame do bafômetro. Por
fim, teceu considerações sobre o risco de dirigir veículo automotor embriagado, e rogou
pela improcedência do pleito.

0007452-73.2013.8.26.0077 - lauda 1
fls. 2

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO


COMARCA DE BIRIGUI
FORO DE BIRIGUI
1ª VARA CÍVEL
RUA FAUSTINO SEGURA, 214, Birigui - SP - CEP 16200-370

Aproveitada a oportunidade da réplica (fls. 63).

A parte passiva juntou documentos (fls. 65/79).

É o Relatório do Essencial.
Fundamento e Decido.

Se impresso, para conferência acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/esaj, informe o processo 0007452-73.2013.8.26.0077 e o código 2500000012O10.
Nos termos do artigo 330, I, do Código de Processo Civil, é caso de conhecimento
direto do pedido, com julgamento antecipado da lide, no estado em que se encontra, já que
a questão de mérito, embora de direito e de fato.

O autor alega ter sido surpreendido no dia 09.06.2013, na condução de um


automóvel, em uma blitz sob o argumento de que havia ingerido bebida alcoólica. Aduz
que não estava embriagado e que se recusou a submeter-se ao teste do bafômetro, onde foi
encaminhado à Delegacia de Polícia do Município para a lavratura do boletim de
ocorrência.

Pelo boletim de ocorrência carreado aos autos, o policial militar rodoviário


percebeu que o autor exalava odor etílico e diante disso, convidou-o a submeter-se ao
exame de etilômetro, havendo recusa (fls. 12). No mesmo documento, há a informação de
que o autor recusou a fornecer sangue para fins de exame de dosagem alcoólica.

Este documento foi assinado digitalmente por LUIS ROBERTO REUTER TORRO.
No relatório de verificação de influencia alcoólica ou substancia psicoativa
RIASP sob pergunta, o autor declarou ter ingerido bebida alcoólica, mas recusou-se a
declarar as horas e dia da ingestão. Os agentes administrativos atestaram que o autor estava
com os olhos vermelhos, soluços e odor de álcool no hálito. Quanto a atitude, informaram
arrogância, ironia e dispersão (fls. 78).

Após, a recusa foi acionado o legista para realização de exame clínico para
constatação de embriaguez.

A perita acionada para a realização do exame clínico relatou que o examinado


relatou ter bebido cerveja, que estava usando anti-inflamatório para tratamento de
amigdalite. Informou que o autor estava lúcido, orientado, rubor facial, hiperemia
conjuntival, hálito etílico, marcha normal, teste de coordenação e equilíbrio normais
(Romberg e índex-nariz). Por fim, afirmou que há sintomas indicativos de que o paciente

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ingeriu bebida alcoólica ou fez uso de substância de efeitos análogos, mas negou estar
embriagado, sendo sua conclusão: não embriagado (fls. 16/17).

O teste é uma faculdade do motorista, cuja negativa - segundo admitem alguns -


pode gerar a imposição das penalidades administrativas previstas no art. 165 do CTB (após
regular procedimento administrativo), e também autoriza a autoridade de trânsito a utilizar-
se dos meios indiretos de prova (sinais notórios de embriaguez, excitação e torpor) para

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atestar o seu estado de alcoolemia.

O autor não está obrigado a ceder sangue, não está obrigado a soprar o bafômetro
(porque essas duas provas envolvem o corpo humano do suspeito e porque exigem dele
uma postura ativa). Havendo recusa, resta o exame clínico (que é feito geralmente nos
Institutos Médico-Legais) ou a prova testemunhal.

Isto posto e pelo mais que dos autos consta, julgo procedente o pedido da inicial
para o fim de reconhecer a invalidade do auto de imposição de penalidade nº 1 705039-1,
anulando-o.

Condeno a ré nas custas, despesas processuais e honorários advocatícios de 10% do


valor da ação, corrigido desde o ajuizamento pela aplicação da TPTJSP.

Cumprida a presente e feitas as anotações necessárias, arquivem-se os autos.

Este documento foi assinado digitalmente por LUIS ROBERTO REUTER TORRO.
Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

Birigui, 22 de agosto de 2014.

LUIS ROBERTO REUTER TORRO


Juiz de Direito

DOCUMENTO ASSINADO DIGITALMENTE NOS TERMOS DA LEI


11.419/2006, CONFORME IMPRESSÃO À MARGEM DIREITA

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