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Psicologia Clínica, Saúde e Doença – 15/11/2018

Os modelos ajudam-nos a pensar: estruturação do pensamento.


Health Belief Model
Relação entre os comportamentos e as crenças. É, por isso, um modelo cognitivo-
comportamental.

Os comportamentos de saúde são determinados por cognições e perceções


pessoais acerca da doença e das estratégias dispensáveis para a prevenção da sua
ocorrência.

O comportamento resulta de um conjunto de crenças centrais (construtos)


relacionados com a doença; a relação custos/ganhos e agentes motivadores para a ação.

Este modelo tem vindo a sofrer alterações e integrou duas novas variáveis:
autoeficácia e locus de controlo (quem decide a minha vida sou eu).

Crenças – 5 construtos:

 Perceção de Ameaça:
1. Severidade percebida: o significado que eu atribuo à doença. Será que a
doença é severa ou não? Severidade clínica ≠ severidade percebida.
Crenças acerca da severidade da doença; de a contrair; de não a tratar.
 Diagnóstico clínico (informação e conhecimento médico sobre a
doença/perturbação)
 Consequências/ameaça que a doença vai criar no dia a dia do
indivíduo.
 Exemplos: Hipertenso – “isto da hipertensão é uma doença
nacional: se morressem todos os hipertensos não havia gente”;
pessoa com excesso de peso e risco cardiovascular – “também não
é assim tão grave. Vocês é que gostam de assustar.”
2. Suscetibilidade percebida: ser ou não vulnerável a que algo aconteça. Esta
e o ponto anterior associam-se para dar uma noção da ameaça. Crenças
acerca do risco (probabilidade) de contrair a doença
 Fatores de risco (e.g hereditariedade; idade; contexto; história
clínica)
 Exemplos: tabagismo “com esta idade não vou viver preocupado
com isso. Ainda pode acontecer tanta coisa.

Severidade percebida + suscetibilidade percebida  perceção da ameaça

 Perceção de custos e ganhos:


3. Benefícios percebidos
4. Barreiras percebidas: crenças acerca dos custos da ação; da sua eficácia
em reduzir custos:
 Evidência de situações similares (experiência dos outros)
 Conhecimento (informação médica)
 Avaliação de custos
 Fatores motivadores/modificadores:
o Pistas de ação: “conselhos” dos outros
o Autoeficácia

Caso clínico:

Em relação à severidade percebida, o Sr. Paulo não acredita que a doença seja tão
grave ao ponto de ter de mudar todos os seus velhos hábitos e que esta exigência não
compensa para aquilo que a doença (para ele) é  “tudo isto por causa de uma coisa que
não é tão grave assim”/ “eu não me senti assim tão mal”. Por outro lado, o que o médico
disse (“podia ter sido muito pior e que o que me aconteceu foi uma coisa muito ligeira”)
contribuiu para reforçar a sua perceção de que a “doença” não foi assim tão grave.

Do ponto de vista deste homem, não existem benefícios. Pelo contrário, sente
estilo de vida que teve de adotar não compensa o esforço que tem de fazer. Neste sentido,
sente que os seus custos são maior do que os ganhos “uma pessoa até começa a pensar
que é uma marionete”) ao mesmo tempo que também considera que as suas relações
sociais com os outros têm ficado debilitadas como consequência das mudanças nos seus
hábitos (“dizem que estou mais mal humorado e que só crio conflitos”).

22/11/2018 - Prática

Aplicação do modelo de autorregulação de Leventhal

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