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A complexidade humana e o cuidado integral

O ser humano é complexo e diverso por natureza, composto por um mundo interna impresso

por sua relação com o mundo externo, em razão dessa relação construímos mundos paralelos o

que se expressa (para fora) e que se impressa (para dentro). Cada mundo com seu potencial e

suas limitações, e nós em busca de harmonizar o dentro e fora, pois quando conseguimos fluir

fora o que flui dentro de modo harmônico a dança espiral do universo se manifesta em nós que

somos meros contempladores, mas em harmonia certamente a contemplação é de um

espetáculo que alimenta a vida, e toda a complexidade humana.

Harmonizar esses mundos é a função mais nobre e bela da vida, e nos exige praticamente toda

a atenção, esforço e dedicação, portanto se escolhemos esse rumo na trajetória da vida, todo o

resto se torna mero suvenir. Porém, mesmo que eu esteja pleno desse objetivo, querer é apenas

um dos requisitos necessários para que enveredar nessa peleja. Então o que mais preciso

aprender, conhecer, fazer para que possa conviver com pares de mesma busca, enfim o faço

para ser o que quero Ser?

Essa pergunta pode tomar a vida de uma pessoa e infelizmente muitos passam uma vida toda,

sem fazer essa pergunta, ou perseguindo caminhos labirínticos que exaurem seus dias sem nada

encontrar. A resposta a essa pergunta está no próprio Ser e não fora dele. E nesse ponto começa

nosso desvio de caminho enquanto sociedade, pois buscamos fora as respostas que repousam

no lugar mais acessível de todos, dentro de cada um de nós.

Gerir a diversidade dos mundos internos e externos é o trabalho de uma vida, e nosso maior

desafio, “Quem sou eu”, já é um enigma grande que atravessa a construção da identidade, sem

a qual não conseguimos nos relacionar nem dentro nem fora de nós. As correntes sociais

afirmam que o ser é produto da sociedade na qual está inserido, para tal consideração é preciso

aceitar que o Ser traz em si apenas a capacidade de mimetizar-se ao ambiente e moldar-se ao

que se encontra no meio.


Nessa medida, nosso potencial seria dedicado apenas para decifrar o que nossa sociedade é, e

como posso me ajustar, assim quanto mais hábil em ler o mundo externo mais me pareço e me

adapto internamente ao jogo social, e vou “vencendo” (seja lá o que se chame de vencer), na

sociedade e a vida.

Para além da corrente social, há a corrente que defende que o indivíduo pode até se balizar pela

sociedade, mas que é protagonista em sua jornada, que pode desenhar sua própria vida, e

transitar pela sociedade, muito mais como um território a desbravar do que como um mapa

preestabelecido meramente a se seguir.

Independente de que frente analítica se escolha, a dualidade existe, existem seres que

compõem uma sociedade e cada dia mais a complexidade individual se torna categoria social, e

a dicotomia indivíduo/ sociedade se mistura.

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