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ANÁLISE CRÍTICA DA NR-17

ERGONOMIA

MATHEUS SOUZA SALES ARAÚJO

SALVADOR

2018
1.OBJETIVOS

Estabelecer parâmetros que permitam a adaptação da forma de trabalho


em relação às características psicofisiológicas dos trabalhadores, maximizando
o conforto segurança e desempenho.

2.ABRANGÊNCIA

As condições de trabalho avaliadas por esta norma estão relacionadas


ao levantamento, transporte e descarga de materiais, ao mobiliário,
equipamentos e às condições ambientais do posto de trabalho e à própria
organização.

2.1. Transporte Manual de Cargas

Todo transporte em que o peso todo da carga é transportado única e


exclusivamente por um trabalhador, contemplando a coleta e descarga da
carga.

2.2. Transporte manual Regular

Relacionado a toda atividade realizada continuamente, ou que inclua o


transporte manual de cargas.

3. ANÁLISE CRÍTICA

A primeira parte da norma contempla a abrangência da norma bem


como algumas definições de carga envolvidas com o trabalho. Além disso,
define a carga de trabalho indicada, salientando esta relação com o gênero e
idade do trabalhador. Além do levantamento de peso convencional, o uso de
equipamentos mecânicos, como o carrinho de mão, por exemplo, também foi
citado.

Com relação aos móveis do posto de trabalho a norma afirma que


preferencialmente o trabalhador deve exercer suas funções sentado, sendo o
local planejado ou adaptado para esta circunstância. Para isto, o local deve
atender alguns requisitos mínimos como a altura das superfícies e dos olhos
em relação às atividades desempenhadas; área de alcance e visualização fácil
para o trabalhador; características dimensionais que favoreçam os movimentos
corporais do indivíduo. Tal requisito engloba também pedaleiras, de tal forma
que trabalhos que necessitem de atividades com os pés possam ser feitos de
maneira ergonômica, além de eventuais suportes que garantam a postura
correta do trabalhador. Em prol de garantir os itens citados, o assento tem
fundamental importância, para tal é necessário que seja ajustável à estatura do
trabalhador, proteção da lombar, arredondamento da parte frontal, dentre
outras coisas.

Quanto aos equipamentos dos postos, estes terão requisitos


semelhantes aos móveis tendo uma maior atenção em caso de atividades de
datilografia ou mesmo por um longo tempo no computador. Nesta seção
chamou atenção que até o papel utilizado tem requisitos, pois materiais com
brilho que possam causar o ofuscamento devem ser evitados.

Nas condições do ambiente de trabalho são relevantes os itens como


níveis de ruído conforme NBR 10152, a temperatura do local, velocidade do ar
e umidade relativa do ar. Os níveis de luminosidade também são itens
relacionados à ergonomia que está citado na norma.

De acordo com a NR-17, a organização do trabalho deve levar em


consideração: as normas da produção; o modo operatório; a exigência de
tempo; a determinação do conteúdo de tempo; o ritmo de trabalho; o conteúdo
das tarefas. É detalhado também os limites relacionados à atividade de
digitação para que seja obedecida pelo empregador.

O anexo I da norma é dedicado aos profissionais que são operadores de


checkout, focado principalmente no ramo dos supermercados, hipermercados e
comércio atacadista.

Os conceitos aplicados ao posto de trabalho e equipamentos utilizados


são semelhantes aos requisitos da seção anterior, tendo apenas algumas
peculiaridades inerentes que devem resguardar este operador.

Algumas instruções são passadas para a manipulação de mercadorias


para evitar que o trabalhador utilize força muscular excessiva, além de algumas
medidas para garantir que o fluxo de trabalho não seja desfavorável através da
organização do trabalho.

O anexo II contempla a normatização para atividades do ramo do


teleatendimento ou telemarketing. Mais uma vez o anexo é subdividido em
mobiliário, equipamentos dos postos de trabalho, condições ambientais e
organização do trabalho com seus requisitos, limitadores, condições de
trabalho e especificidades.

Como itens adicionais nesta seção estão:

Capacitação dos trabalhadores envolvendo quem deve ser capacitado, qual


deve ser o escopo da capacitação e, em adição, o período indicado para esta
capacitação.
Condições sanitárias de conforto envolvem sanitários, água potável,
área de descanso e o que se espera que seja encontrado nestes ambientes.

Programas de saúde ocupacional e de prevenção de riscos descrevem


algumas atividades a serem feitas em prol da saúde do trabalhador como
redução do ruído de fundo; diálogos que favoreçam micropausas e evitem a
carga vocal intensiva do trabalhador.

No item pessoas com deficiência são passadas instruções muito breves


sobre o que foi explicado previamente nos moldes para pessoas com
deficiência.

4. Conclusão

De um modo geral, o conteúdo da NR17 para mim foi uma surpresa,


pois o alcance da ergonomia vai além dos conceitos disseminados. A
ergonomia estava associada apenas à posição de trabalho e a forma como era
desempenhada esta atividade, na minha visão.

A norma esclarece que a ergonomia ultrapassa os conceitos comuns,


pois visa não só o bem estar físico, mas também o bem estar psicológico e o
conforto. Por isso, alguns pontos foram surpreendentes como, por exemplo, o
tipo de papel que deve estar disponível para o colaborador que trabalha com
datilografia, a forma como devem ser executadas as atividades, os critérios que
não devem ser utilizados para destacar um funcionário em relação a outro
devido à eficiência.

A NR17 é de suma importância, pois além de especificar como as


pessoas devem proceder, ela impõe requisitos que devem ser respeitados
pelos empregadores, assim sendo, suas obrigações para com o corpo de
colaboradores.

A NR17 é bem metódica nas suas explicações do que deve ser adotado.
Têm-se, normalmente, as grandes categorias como: mobiliário, equipamentos,
organização do trabalho e condições do ambiente de trabalho, o que facilita o
entendimento e possibilita as comparações com as diferentes categorias de
trabalho, possibilitando uma comparação mais definida entre tópicos iguais.

Um aspecto que ficou abaixo do esperado foi em relação a uma maior


especificação no escopo do deficiente físico, pois a norma não dá detalhes
suficientes sobre as limitações que podem causar na saúde do deficiente. Até
porque a movimentação de uma pessoa sem deficiência é completamente
diferente de uma pessoa deficiente, e este é um dos critérios chave para a
ergonomia.
Outro ponto que ficou com poucas informações e detalhamento é a
questão de processos repetitivos, como por exemplo, embalar componentes, o
que em altas velocidades é um grande risco para a saúde trabalhador.

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