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ASPECTOS GERAIS EM

EPIDEMIOLOGIA

Prof.ª Ana Paula Moraes 9


CONCEITO DE EPIDEMIOLOGIA
Etimologia da palavra:
• epi=sobre; demo=população;logos=tratado

• Conceito original se restringia ao estudo de doenças


transmissíveis; recentemente o conceito evoluiu e abrange
todos os eventos relacionados com a saúde da população.
CONCEITO DE EPIDEMIOLOGIA
IEA (Associação Internacional de Epidemiologia)

“o estudo dos fatores que determinam a


freqüência e a distribuição das doenças nas
coletividades humanas, investigando os
problemas de saúde em grupos de pessoas...”
Conceitos
Agentes: A definição se adequa no modelo de entendimento da
epidemiologia adotada:

• Biomédico
• Processual
• sistêmico
• ENDEMIA: É a ocorrência de determinada doença que
acomete sistematicamente populações em espaços
característicos.

• EPIDEMIA: É a ocorrência em uma comunidade ou região de


casos de natureza claramente excessiva em relação ao
esperado.
CLÍNICA

• Enquanto a clínica dedica-se ao estudo do


indivíduo, analisando caso à caso.
OBJETIVOS PRINCIPAIS DA EPIDEMIOLOGIA

• Descrever a distribuição e a magnitude dos problemas


de saúde nas associações humanas.

• Proporcionar dados essenciais para o planejamento,


execução e avaliações de prevenção, controle e
tratamento das doenças, bem como para estabelecer
prioridades.

• Identificar fatores etiológicos nas gêneses das


enfermidades
IMPORTÂNCIA DA EPIDEMIOLOGIA
• Uma das bases principais da saúde pública.

• Usada para avaliar medidas de profilaxia de doenças.

• Fornece dados subsidiários para identificar ocorrências


e surtos de doenças transmissíveis e não
transmissíveis.

• Determina teste de eficácia e inocuidade das vacinas.

• Testa a toxidade de produtos usados na profilaxia das


endemias.
IMPORTÂNCIA DA
EPIDEMIOLOGIA
• Verifica fatores sociais e ambientais que interagem com as
doenças e com as condições de saúde.

• Constitui elo de saúde entre comunidade e órgãos de saúde.

• Indica recursos disponíveis a serem adotados para os objetivos


em saúde a serem atingidos.

• Conhecer as opiniões e o entendimento que uma população


tem a respeito de uma doença, tratamento, intervenção,
serviço, etc.
PILARES E HISTÓRICO
DA EPIDEMIOLOGIA
OS PILARES DA
EPIDEMIOLOGIA
• Clínica (Ciências Biológicas)

• Estatística (Ciências Exatas)

• Medicina Social (Ciências Sociais)


MEDICINA INDIVIDUAL
X
COLETIVA
Desde os primórdios do pensamento ocidental na Grécia Antiga
As duas filhas do Deus Asclépios:

Panacéia Higéia

padroeira da medicina apregoava a saúde como


curativa, realizada por resultante da harmonia
meio de manobras, dos homens e dos
encantamentos, preces ambientes, por ações
e uso de pharmakon preventivas e coletivas
DUAS TENDÊNCIAS ATUAIS
• Epidemiologia Clínica:
Aplicação da epidemiologia no diagnóstico clínico e no
cuidado direto do paciente, com maior rigor científico na
prática médica (“Panacéia”)

• Epidemiologia Social:
Renascer do estudo da determinação social da doença, busca
melhorar o atendimento à saúde da população,
especialmente as mais subdesenvolvidas, de maneira
multidisciplinar, procurando trabalhar na diminuição das
desigualdades sociais e prevenção de doenças evitáveis
(“Higéia”)
BREVE HISTÓRICO DA
EPIDEMIOLOGIA
EVOLUÇÃO ATÉ O SÉCULO XIX:
• Hipócrates: há 2.500 anos, analisava as doenças em
bases racionais, como produto da relação do indivíduo
com o ambiente.

O clima, a maneira de viver, os hábitos de comer e de


beber deveriam ser levados em conta ao analisar as
doenças.
EVOLUÇÃO ATÉ O SÉCULO XIX:

• Teoria miasmática: má qualidade do ar advindo da


decomposição de material orgânico

• Primórdios da quantificação dos problemas de


saúde iniciada há três séculos mediante a
quantificação dos dados de mortalidade.

• John Graunt (1620-1674): ”Pai da demografia e das


estatísticas vitais” - tratado sobre as tabela mortuária
em Londres: mortalidade por sexo e região: quantos
óbitos ocorriam em relação ao total da população.
HIPÓCRATES
doença: produto da relação complexa
constituição do indivíduo
X
ambiente que o cerca
• estudou doenças epidêmicas e as variações geográficas
das endemias
Seu Juramento:
• “a ética médica e a importância do exame minucioso
para correto diagnóstico e fiel descrição da história
natural da doença”.
O SÉCULO XIX
• Europa como centro das ciências - Revolução industrial e deslocamento das
populações para as cidades e a ocorrência das epidemias de cólera, febre tifóide
e febre amarela. Os estudiosos se dividiam entre a teoria dos miasmas e teoria dos
germes.

• Louis Pasteur; “pai da bacteriologia”, bases biológicas para o estudo das doenças
infecciosas, identificou e isolou numerosas bactérias, estudo da fermentação da
cerveja e do leite, investigação das bactérias patogênicas e dos meios de destruí-
las ou impedir sua multiplicação e os princípios da “pasteurização” : consolidação
das teoria do agente. Seguem-se inúmeras pesquisas (Robert Koch), abandona-se
a teoria dos miasmas com a descoberta dos agentes causais das doenças.
PRIMEIRA METADE DO SEC XX
• Influência da microbiologia

• estudos concentrados no laboratório, os demais ramos da medicina eram


subordinados à este conhecimento. A formação do sanitarista centrava-se
no laboratório. Oswaldo Cruz (1872-1917): fundou o Instituto em
Manguinhos-RJ, propiciando uma gama de pesquisas e investimentos na
área, além de combate à febre tifóide. Figuras que alí se destacaram:
Carlos Chagas, Adolfo Lutz (febre amarela) e Emílio Ribas.
PRIMEIRA METADE DO SEC XX
• Desdobramentos da teoria dos germes, saneamento
ambiental, vetores e reservatórios de agentes e
ecologia

• Base de dados para a moderna epidemiologia:


estatísticas vitais: informações sobre nascimentos,
óbitos, informações sobre morbidade a partir dos
dados oficiais e sem as quais não seria possível as
investigações etiológicas.

• Epidemiologia nutricional: algumas doenças tidas


como infecciosas tinham , na verdade natureza
nutricional.
SEGUNDA METADE DO SÉCULO XX:
• Mudanças das doenças prevalentes de infecciosas para as doenças
crônicas e degenerativas como causa de mortalidade e
morbidade:

• A determinação das condições de saúde da população(inquéritos de


morbidade e de mortalidade)
SEGUNDA METADE DO SÉCULO XX:
• A avaliação da utilidade e da segurança das intervenções propostas
para alterar a incidência ou a evolução da doença, através de estudos
controlados.

• Praticamente todos os agravos à saúde já foram ou estão sendo


estudados através de estudos epidemilógicos;

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