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Crise não afeta mercado brasileiro

de construções sustentáveis
v 28/02/18 - por Equipe TOTVS t Esse conteúdo ajudou 0 profissionais

O segmento de construções sustentáveis no Brasil resistiu à crise e cresceu nos últimos anos, apesar da recessão. Hoje,
o país ocupa a quarta posição no ranking global em número de empreendimentos imobiliários com certificação LEED
(Leadership in Energy and Environmental Design) e os empreendimentos certificados no mercado brasileiro já somam
mais de 460.

Um dos motivos para o interesse do mercado é que esses empreendimentos possuem menor taxa de vacância, o que os
torna mais resistentes à crise. Com isso, a vacância das edificações verdes em São Paulo, no terceiro trimestre de 2017
foi de 20,6% contra 32% dos edifícios convencionais, segundo pesquisa da Engebanc Real State, publicada pelo Green
Building Council Brasil (GBC), entidade brasileira que certifica a sustentabilidade dos empreendimentos.

Outro fator importante que impulsiona o segmento é que grande parte dos compradores e locatários já entendem a
importância dos edifícios sustentáveis. O certificado LEED dos empreendimentos atrai principalmente as empresas
multinacionais, que são grandes clientes e investidores imobiliários.

As edificações verdes são uma tendência mundial e as empresas estrangeiras têm necessidade de ocupar prédios que
atendam a posicionamentos de responsabilidade social já consolidados em outros países. Com os consumidores cada
vez mais bem informados sobre sustentabilidade e valorizando as boas práticas empresariais, a tendência é de
crescimento da procura por esse modelo de edificação.

Aluguel mais alto

As construções verdes também reduzem o risco para investidores que compram para alugar. Segundo um estudo da
GBC, comparando o desempenho do mercado de imóveis certificado e não certificado na capital carioca, o valor da
locação é 24% mais caro. Pode chegar a 40% em regiões como São Paulo que concentram muitas empresas.

O preço dos imóveis em edifícios com LEED, que costumam ser de 5% a 10% mais altos, não desanimam os
compradores. Com o tempo, a eficiência das construções compensa o gasto maior na aquisição. O proprietário de um
imóvel certificado recupera a diferença de custo com economia de água, luz e manutenção. As taxas condominiais
também acabam sendo mais baratas em prédios sustentáveis. Dependendo da certificação, podem representar uma
economia de 25%, segundo estudo da Engebanc Real Estate. Um investimento que vale muito a pena no longo prazo.

As construtoras que lançam empreendimentos verdes não ganham somente na hora de comercializar os imóveis. Têm
vantagens também durante a obra, com menor desperdício de materiais e capacitação profissional, por exemplo.

Como obter a certificação

O objetivo da certificação é estimular as construtoras a usarem recursos de maneira racional sem que, por isso,
diminuam a qualidade dos projetos. Para obter o certificado é preciso atender a critérios como uso racional da água,
eficiência energética, seleção de materiais que não agridam o meio ambiente, qualidade interna do ar, aproveitamento
os recursos naturais, como energia solar e ventilação natural, por exemplo.

Outros critérios também são avaliados: o empreendimento prever transportes alternativos, como bicicletários, o acesso
fácil a transporte público, depósito e coleta de materiais recicláveis, prevenção de poluição durante a obra, proteção
ambiental, métodos de compensação de carbono, gerenciamento de resíduos durante a construção, origem das
matérias-primas, desempenho acústico, entre outros.

Pontuação

Existem pré-requisitos obrigatórios a qualquer empreendimento que queira a certificação. Outras ações somam pontos.
O tipo de certificação depende do número de pontos acumulados. Também fazem diferença a originalidade do projeto e
o uso de tecnologias inovadoras. A certificação é válida tanto para projetos residenciais como comerciais, sejam novos
ou já construídos.

Por último, é importante não esquecer de investir em tecnologias digitais de gestão para construção e projetos. Essas
soluções são fundamentais para melhorar o controle do uso de insumos e integrar de forma eficiente e sustentável
todas as etapas da obra, bem como a manutenção do empreendimento durante todo o seu ciclo de vida.

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