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LIVRARIA
DE
ARTHUR DE ALMEIDA RIBEIRO
^Nesta casa encontra-se um completo sortimento c
Ij RIO DH JANEIRO
BOSTON
CAMÕES
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POR
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RIO DE JANEIRO
TyPOGRAPHIA DO IMPERIAL InSTITUTO ArTISTICO
21— Rua Primeiro de Março— 21
187Í
AJ" J^rNTHLA. li/LAX
i
INTRODUGGSO
da matta.
E' á mocidade que se deve dar a ler esse livro
tão elevado e tão puro. Em
suas paginas aprenderá
ella a amar a gloria, em cada estancia terá um
novo incentivo, e durante muitos annos lhe acudirá
sempre á memoria um oráculo de Sócrates escripto
na linguagem divina do poeta, ou um feito de
Vasco da Gama e de Egas Moniz immortalisado
por um outro Homero.
A mocidade deve ler o poema, sobretudo porque,
como dizia Horácio recommendando a leitura da
Eiadaj „ a mocidade é como a amphora, que exhala
por muito tempo o aroma do primeiro vinho que
conteve " (1).
E' preciso recomeçarmos com o divino Camões,
porque hoje, é triste dizêl-o, os Lusíadas são um
livro pouco lido e pouco conhecido.
Uma outra litteratura tomou o lugar da forte
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MOCmADS M GAMÕES
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m AMORES m GAMÕES
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Eis o soneto
Transforma-se o amador na cousa amada
Por virtude do muito imaginar ;
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por isso que não se pôde dizer que não ama ar-
dentemente aquelle, que escrevendo á mulher
amada observa rigorosamente a arte, e trata mes-
mo de bordar seu estilo, e de ornal-o por todas as
formas. Os gritos de dor ver'iadeira encontram-se
em Camões e em Petrarca. Quando á um e outro
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continua logo
GAMOSS NA imih
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mea. "
Dessas palavras fez-se uma accusação ao poeta,
mas quem o lê o absolve. Disse-as elle, sim, mas
disse-as em sua magoa, quando elle mesmo só se
via atravez das sombras, que o desfallecimento
lançava em seu coração. „Nam me via se nam por
entre lusco e fusco." Quando, ao afastar-se da
pátria, Camões pronunciava baixinho essa maldição
contra ella, desvendava-se-lhe já no mar o segredo
de seu destino e a vasta extensão de sua gloria
A vida do poeta na índia pôde ser contada em
bem poucas palavras. No governo de D. Afifonso de
Noronha, acompanhou-o o poeta em uma expedição
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Os Lusíadas
PARTE PRIMEIRA
A mwh m POEMA
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III
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IV
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Sk que prezas em tanta cantidade
O desprezo da vida, que devia
De ser sempre estimada ; pois que já
Temeu tanto perdei- a quem a dá. »
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VI
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VII
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O MONÍJMENTO NAC50NAL
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Cartto Varmi pietose e*l capitano
Che 'l gran sepolcro libero di Christo,
1J6
II
"
dever.
Está ahi a morte em toda sua lividez, roubando
uma esperança viçosa, „ o mais bello renovo do
solo romano, " aquelle que muito moço ainda,
por andar talvez no palácio de Livia, trazia a fronte
cercada da triste sombra de uma noite cruel.
.... nox atra caput tristi circumvolat umhrâ.
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in
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« .. .
. e o mar, que fero e horrendo
Viu dos Gregos o irado senhorio
;
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Aqui tão pouca forçfi teem de Apolo
((
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(1) Byron.
: ;
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Í2B
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IV
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(1) Fazendo de seu sangue bruto lago. (Est. 112. Lus. Canto III,
: :
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século XV.
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Que uns aos outros se dão a morte dura,
Sendo todos de um ventre produzidos ?
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í( Mas emtanto qne cegos e sedentos
Andais de vosso sangue, ó gente insana ;
VI
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« Cegos ! que dos trabalhos, que tiveram
(Se alta fama, e rumor d'elles se estende)
Escuros deixam sempre seus menores
Com lhes deixar descansos corruptores »
!
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VII
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a deusa continua
(( Era ti, e n'elle veremos altos peitos,
A'baixo estado vir, humilde e escuro ;
Morrer nos hospitaes, em pobres leitos,
Os que ao rei e á lei servem de muro.
Isso fazem os reis cuja vontade
Manda mais que a justiçfi, e que a verdade.
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« Com toda uma coxa fora, que em pedaços,
Lhe leva um cego tiro,
que passara,
Se serve inda dos animosos braços,
E do gran' coração, que lhe ficara :
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CAPITULO I
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CAPITULO II
ADAMASTOR
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« Da lua os claros raios rutilavam
Pelas argênteas ondas neptuninas
As estreílas os céos acompanhavam.
Qual campo revestido de boninas :
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(( duro monte
de áspero matto e de espessura brava, »
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CAPITULO III
o POEMA DE VÉNUS
Noso Senhor nom quis que se lhes desem a bem, porque nom
criam nelle. » Roteiro, 2* edicção, pag. 39.
(a) « Pingar: tormento que consistia em deitar pingos de óleo,
cu resina a ferver, e até de metal derretido sobre a pelle de
algum individuo para o constranger a confessar qualquer cousa. »
Idem, pag. 39.
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—
sua verdadeira Vénus tal qual elle a pintou em
um momento de inspiração, em que seu cinzeKti-
nha o colorido, o ardor, a claridade e a pureza de
um raio de luz.
A deusa, porém, devia ter sido pintada com
outro typo não falíamos da forma, mas da alma.
;
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(( E de mimosa
n'isto
O rosto banha era lagrimas ardentes,
Gomo co'o orvalho fica a fresca rosa. ))
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da forma seguinte :
Lembrando-se de um
que narra Castanhe-
facto,
da, de „ ter tremido o rijo e por bom es-
mar mui
paço " o poeta arranca ao deus essa exclamação :
^. E vereis em Gochim
assinalar-se
Tanto um peito suberbo e insolente,
Que cithara jamais cantou victoria,
Que assi mereça eterno nome e gloria / »
II
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ção d'este por uma luz tão viva qne não se pode
supportar nos lembra o sol, a íaquelle por uma
transparência luminosa, por essas cavernas pro-
fundas, por uma areia mais alva que a prata, por
uns toques insensiveis da luz que penetra o chris-
tal da agua, pelo aljôfar, por umas refracçoes
delicadas, nos lembra o mar. E' n'essas justas
conveniências da idéa com a forma que se avalia
o verdadeiro génio Phebo, o sol, não podia re-
:
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Nada
era possivel fazer o leme desgovernava,
;
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CAPITULO IV
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ricos, diz :
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« onde eu nasci...
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(( Se dava ás flores oôr a bell? Aurora
Ou se lh'a dão á ella as bellas flores. » (1)
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elle á nympha
Quem to disse, que ea era o que te sigo ?
fama:
« Minha ventura é tal, que inda que esperes,
Ella fará que não possa alcançar-te, »
e insistindo
« Espera : quero ver, se tu quizeres,
Que sutil modo busca de escapar-te. »
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A LEGENDA mSTORíGA
CAPITULO I
IGNEZ DE CASTRO
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de coração.
Se o vulto de D. Ajffonso é assim incerto, o de
D. Pedro é cheio de ardor, e o de D. Ignez tem pro-
porções idéaes. Vejamos como o poeta nos conta
esse triste desenlace de um amor que tinha pleno
direito á felicidade. Vamos assistir ao mais dolo-
roso martyrio.
II
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e Gamões :
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em Séneca e em Ovidio.
Na Troades caminha ella para a morte com passo
firme e modesto. Sua belleza resplandece aos últi-
mos raios da vida, como a luz do sol que ainda é
mais suave no momento em que elle se deita no
poente.
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CAPITULO II
os DOZE DE INGLATEEEA
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(( quando a gente
Começa á alvoroçar-se garalmente. »
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CAPITULO II
universal do povo.
Não é assim essa geração tão culpada de ingra-
tidão, como alguns acreditam ;no meio de todos
esses desastres, da dissolução geral da sociedade,
no reinado de um cardeal decrépito, quando a
dynastia não tinha mais representante, quando
a invasão se aproximava das fronteiras, o que era
;
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Sobre essa poética tigura do Jáo que nem pude esboçar veja-sc
o poema de Garrett.
OBSERVAÇÃO
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Pags.
Introducção 5
Notas
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