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Resumo de Anatomia Topográfica – Dorso

Por: Vitor Luiz Back Teló

O dorso compreende a face posterior do tronco, estendendo-se da parte inferior do pescoço até
a parte superior das nádegas. É composto por pele, tela subcutânea, músculos superficiais e
profundos, pela coluna vertebral, parte posterior das costelas, medula espinal e meninges além
de nervos e vasos.
O esqueleto do dorso consiste na coluna vertebral e costelas associadas. A coluna é um conjunto
de 33 ossos empilhados que servem de haste sustentadora. No adulto tem um tamanho médio
de 75 centímetros. Os ossos que formam a coluna são as vértebras. A maioria compartilha
estruturas comuns, alterando apenas algumas características conforme o tipo de vértebra.
Apresentam um corpo vertebral anterior e um arco vertebral posterior, juntamente estes
formam o canal vertebral onde se insere a medula. As vértebras podem ser:
 Cervicais: são as vertebras do pescoço, sendo as menores do corpo, caracterizadas pela
maior amplitude de movimento. São 7 vértebras nomeadas de CI a CVII. Com exceção de
CVII, todas possuem um forame tranversário, por onde passará a artéria vertebral. São
divididas em típicas e atípicas:
 Típicas: de C3 a C6, apresentam o forame tranversário e anterior a ele, os
tubérculos, anterior e posterior, existindo entre eles um sulco para o nervo espinal
(divisão anterior).
 Atípicas: C1, C2 e C7. C1, mais conhecido como atlas, é característico por não
possuir corpo vertebral, apenas duas massas laterais. C2, mais conhecido com áxis,
é característico por uma projeção de osso chamada dente do áxis, sendo o
restante das características já é comum as outras vértebras
 Torácicas: são parte do esqueleto torácico, sendo todas comuns, sem grandes variações.
A principal caraterística das torácicas é a presença das fóveas costais, faces articulares
para as costelas. Cada vértebra possui um corpo vertebral, dois pedículos que se ligam as
duas laminas, formando o arco vertebral e delimitando o forame vertebral. Cada peça
possui 6 fóveas, 4 no corpo vertebral e 2 nos processos tranversários, estas para o
tubérculo da costela e essa para a cabeça da costela. O processo espinhoso das torácicas
é mais longo e se projeta para a inferior, destinado a proteger parte do canal medular.
 Lombares: são as maiores vértebras do corpo, sendo nomeadas de L1 a L5. Como
característica própria apresentam os processos mamilares e processos acessórios,
derivados dos processos articulares e transversos (costiformes) respectivamente. O
processo espinhoso é mais alinhado ao corpo vertebral e mais retangular.
 Sacro e Cóccix: o sacro é composto por 5 vértebras que se fundem a partir dos 25 anos. O
sacro é responsável por transmitir o peso do corpo para os membros inferiores, através
da articulação sacro-ilíaca, além de fornecer resistência e estabilidade a pelve. A face
anterior é lisa, dada a presença das vísceras pélvicas, caracterizada pelos forames sacrais
anteriores, por onde saem as raízes da cauda equina. Formam-se também as linhas sacrais
anteriores, demarcações onde ficavam os discos intervertebrais. A face posterior é
extremamente irregular, caracterizada por 5 linhas longitudinais, uma ímpar, a crista
mediana, e duas pares, a crista medial e a crista lateral. Na altura de S5, dada a ausência
de laminas posteriores, forma-se o hiato sacral, delimitados inferiormente pelos cornos
sacrais. O cóccix é um pequeno osso irregular formado pela fusão das 4 vértebras
coccígeas. A única característica aparente são os cornos coccígeos, que se projetam em
direção ao hiato sacral.
Ao palpar-se o dorso, podem-se perceber algumas vértebras ou partes dela. A vértebra C7 ou
vértebra proeminente é sentida no extremo superior do dorso. Podem-se palpar os processos
espinhosos de quase todas as vértebras, além do ligamento supraespinal entre eles. É no dorso
que se forma o sulco mediano posterior, sobre o ligamento supraespinal. Na parte mais inferior,
numa linha imaginaria que liga a parte mais alta das cristas ilíacas marca o local do disco entre L4
e L5, ponto de inserção para punções.
O ser humano tem normalmente 33 vertebras, porém podem ocorrer variações entre 32 e 34
vértebras. Essa variação pode implicar numa redução compensatória, ou seja, se em um dos
segmentos a pessoa tiver vértebras a mais, possivelmente em outro terá vertebras a menos.
A coluna não é uma estrutura rígida e totalmente reta. Em seu trajeto ela apresenta curvaturas
produzidas pela aplicação de carga em diferentes níveis. Existem 4 curvaturas, duas cifoses
primárias (torácica e sacral) e duas lordoses secundárias (cervical e lombar). Estas são naturais
ao desenvolvimento e, dependendo dos hábitos do indivíduo, podem se acentuar causando
patologias.
As articulações presentes na coluna vertebral ocorrem entre as vertebras (intervertebrais), entre
as vértebras e as costelas (costovertebrais), entre o crânio e as vértebras (craniovertebrais), entre
os arcos vertebrais, e entre o sacro e os ossos do ílio (sacroilíacas)
 Intervertebrais: são as que ocorrem entre os corpos vertebrais. São articulações do tipo
sínfise com a presença de um disco intervertebral, formado por um anel fibroso externo
e por um núcleo pulposo interno. É reforçada anteriormente e posteriormente pelos
ligamentos longitudinais. O anterior que impede a hiperextensão e o posterior que
impede a herniação posterior do disco intervertebral.
 Articulação do Arco: é a que ocorre entre os processos articulares, podendo ser chamada
de zigapofisiária, do tipo sinovial. É reforçada pelos ligamentos amarelo, interespinal,
supraespinal, nucal e intertransversário.
 Craniovertebral: são duas articulações que se formam entre o osso occipital na base do
crânio e as primeiras vértebras cervicais (C1 e C2). A primeira é a art. atlantooccipital,
entre o côndilo occipital e as faces articulares reniformes do atlas, do tipo sinovial e
reforçada pelas membranas atlantooccipitais. A segunda é a art. atlantoaxial, entre o atlas
e o áxis. É formada por duas articulações laterais, entre as faces articulares circulares do
atlas e as faces articulares de C2, do tipo sinovial plana, e por uma mediana, entre o dente
do áxis e a face articular do arco anterior, do tipo sinovial trocoidea. Ambas são reforçadas
pelos ligamentos cruciforme, alares e pela membrana tectória.
Os músculos do dorso são divididos em intrínsecos e extrínsecos, estes responsáveis por
movimentar o membro superior, considerado toracoapendiculares:
 Extrínsecos: agem sobre o membro superior ou na propriocepção
 Superficiais: trapézio, latíssimo do dorso, levantador da escápula, romboides
 Intermediários: serráteis posteriores superior e inferior
 Intrínsecos: agem sobre a coluna vertebral. São inervados pelos ramos posteriores dos
nervos espinais, sendo responsáveis por manter a postura e controlar os movimentos da
coluna. São revestidos por uma fáscia que se estende do ligamento nucal até a crista
mediana do sacro, onde forma a aponeurose toracolombar
 Superficiais: esplênios da cabeça e pescoço
 Intermediários: iliocostal, longuíssimo e espinal (formam o músculo eretor da
espinha)
 Profundos: transversoespinais (semiespinais da cabeça e pescoço, multífidos e
rotadores), interespinais, intertransversário e levantadores das costelas.
 A região suboccipital é um compartimento muscular situado profundamente ao trapézio,
esplênios e semiespinais, consistindo de um espaço piramidal que contém quatro
músculos, reto posterior maior, reto posterior menor, obliquo superior e obliquo inferior.
É nessa região que está o trígono suboccipital, contendo a artéria vertebral e nervo
suboccipital.
O canal formado entre os ossos da coluna é responsável por abrigar a medula espinal. A medula
é uma estrutura cilíndrica achatada de aproximadamente 45 centímetros de comprimento de
ondem partem os nervos espinais. Estende-se do forame magno até o nível de L1 ou L2,
possuindo duas dilatações nos níveis do membro superior e de T12, as intumescências cervicais
e lombossacral. É da medula que partem as radículas, raízes nervosas que se unem para formar
os nervos espinais. A extensão da medula onde saem radículas para um mesmo nervo é chamada
de segmento da medula.
 Durante a vida embrionária, a medula e a coluna possuem o mesmo tamanho, porém,
após a 8ª semana, a coluna passa a crescer mais que a medula. Como ela está presa ao
encéfalo, ela é puxada para cima, esticando as raízes nervosas inferiores, formando a
cauda equina, um conjunto de raízes nervosas que emergem do segmento final da medula
e seguem até seus respectivos forames intervertebrais. O remanescente vestigial da parte
mais inferior da medula é o filamento terminal, um filamento composto por tecido neural
envolto por pia-máter e dura-máter que se estende até o dorso do cóccix e serve como
ponto de ancoragem para a medula e meninges.
 Dentro do canal também estão as meninges espinais, continuas com as meninges
cranianas. A dura-máter é a mais externa e forma o chamado espaço extradural, entre ela
e o periósteo das vértebras, preenchido por gordura extradural. A bainha tubular interna
a dura-máter forma o saco dural. A aracnóide-máter reveste internamente o saco dural,
formando um espaço virtual chamado de subdural. A pia-máter é o revestimento mais
íntimo a medula, responsável por formar o filamento terminal. Entre ela e a aracnóide-
máter forma-se o espaço subaracnóideo, preenchido por líquor.
 A irrigação arterial da medula é feita pela artéria espinal anterior e pelas artérias espinais
posteriores, ramos as artérias vertebrais. Parte é feita pelas artérias medulares
segmentares anteriores e posteriores, ramos da cervical ascendente, cervical profunda,
vertebrais, intercostais posteriores e lombares. Existe ainda como reforço a artéria
radicular anterior (65% do lado E), ramo geralmente de uma intercostal inferior ou lombar
superior.
 A drenagem venosa é feita por veias homônimas as artérias, geralmente três de cada,
espinais anteriores e posteriores. Elas drenam do plexo venoso vertebral interno,
localizado no espaço extradural.

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