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Saúde da Mulher

Prof. Enf. Hygor Elias

PROGRAMA DE ATENÇÃO
INTEGRAL À SAÚDE DA
MULHER - PAISM

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INDICADORES IMPORTANTES
• Morte Materna (OMS):

Morte de uma mulher durante a gestação ou parto ou dentro de um


período de 42 dias após o término da gestação, independentemente da
duração ou localização da gravidez, devida a qualquer causa relacionada
com ou agravada pela gravidez ou por medidas tomadas em relação a
ela, porém não devidas a causas acidentais ou incidentais.

CAUSAS DA MORTALIDADE MATERNA

• Obstétricas diretas: toxemia gravídica, complicações do aborto, alterações


placentárias, hemorragias uterinas.
Predomínio nos países em desenvolvimento. Podem ser prevenidas por uma boa assistência pré-
natal, ao parto e ao puerpério.

• Obstétricas indiretas: doenças pré-existentes ou que surgem durante o ciclo


gravídico-puerperal e são agravadas por ele (cardiopatias, diabetes, nefropatias
e doenças infecciosas).

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PROGRAMA DE ASSISTÊNCIA INTEGRAL À
SAÚDE DA MULHER - PAISM

• Décadas de 30, 50 e 70 – mulheres incorporadas às


políticas nacionais de saúde.

- Visão restrita sobre a mulher, baseada em sua


especificidade biológica e no seu papel social de mãe e
doméstica.

- Foco na gravidez e parto.

PROGRAMA DE ASSISTÊNCIA INTEGRAL À


SAÚDE DA MULHER - PAISM

• 1983 - elaborado o PAISMC

• 1984 – implantação do PAISMC

• 1991 – separação do Programa da Criança


(PAISC) do Programa da Mulher (PAISM).

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PROGRAMA DE ASSISTÊNCIA INTEGRAL À
SAÚDE DA MULHER - PAISM
• Incorporou a integralidade e equidade da atenção, com propostas de
descentralização, hierarquização e regionalização dos serviços.

• Inclui ações educativas, preventivas, de diagnóstico, tratamento e


recuperação, inserindo a assistência à mulher em clínica ginecológica,
planejamento familiar, climatério, câncer de mama e colo uterino e
outras necessidades à saúde feminina.

AÇÕES BÁSICAS NA ASSISTÊNCIA INTEGRAL À SAÚDE DA MULHER


(MS, Brasil)

• Controle das doenças sexualmente transmissíveis


e AIDS.

• Prevenção do câncer cérvico-uterino e de mama.

• Assistência ao planejamento familiar.

• Assistência a adolescentes e à mulher no


climatério.

• Assistência ao ciclo gravídico puerperal: pré natal,


parto e puerpério.

• Assistência ao abortamento

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Objetivos Gerais da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da
Mulher

• Promover a melhoria das condições de vida e saúde das


mulheres brasileiras, mediante a garantia de direitos legalmente
constituídos e ampliação do acesso aos meios e serviços de
promoção, prevenção, assistência e recuperação da saúde em
todo território brasileiro.
• Contribuir para a redução da morbidade e mortalidade feminina
no Brasil, especialmente por causas evitáveis, em todos os ciclos
de vida e nos diversos grupos populacionais, sem discriminação
de qualquer espécie.

Objetivos Específicos e Estratégias da Política Nacional de Atenção


Integral à Saúde da Mulher

» Ampliar e qualificar a atenção clínico-ginecológica, inclusive para as portadoras


da infecção pelo HIV e outras DST;
» Estimular a implantação e implementação da assistência em planejamento
reprodutivo, para homens e mulheres, adultos e adolescentes, no âmbito da
atenção integral à saúde;
» Promover a atenção obstétrica e neonatal, qualificada e humanizada, incluindo
a assistência ao abortamento em condições inseguras, para mulheres e
adolescentes;
» Promover a atenção às mulheres e adolescentes em situação de violência
doméstica e sexual;

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Objetivos Específicos e Estratégias da Política Nacional de Atenção
Integral à Saúde da Mulher

» Promover, conjuntamente com o PN-DST/AIDS, a prevenção e o controle das


doenças sexualmente transmissíveis e da infecção pelo HIV/Aids na população
feminina:
» Implantar um modelo de atenção à saúde mental das mulheres sob o enfoque
de gênero
» Implantar e implementar a atenção à saúde da mulher no climatério
» Promover a atenção à saúde da mulher na terceira idade
» Promover a atenção à saúde da mulher negra
» Reduzir a morbimortalidade por câncer na população feminina

Objetivos Específicos e Estratégias da Política Nacional de Atenção


Integral à Saúde da Mulher

• Promover a atenção à saúde das trabalhadoras do campo e da cidade


• Promover a atenção à saúde da mulher indígena
• Promover a atenção à saúde das mulheres em situação de prisão,
incluindo a promoção das ações de prevenção e controle de doenças
sexualmente transmissíveis e da infecção pelo HIV/Aids nessa população
• Fortalecer a participação e o controle social na definição e
implementação das políticas de atenção integral à saúde das mulheres

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REDE CEGONHA – PORTARIA 1459 DE 24
DE JUNHO DE 2011.
ASSEGURA ÀS MULHERES O DIREITO AO
PLANEJAMENTO REPRODUTIVO, À ATENÇÃO
HUMANIZADA À GRAVIDEZ, PARTO E PUERPÉRIO;
E ÀS CRIANÇAS O DIREITO DO NASCIMENTO
SEGURO, CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO
SAUDÁVEIS.

Objetivos da Rede Cegonha


• Fomentar a implementação do novo modelo de atenção à saúde da mulher
e à saúde da criança com foco na atenção ao parto, ao nascimento, ao
crescimento e ao desenvolvimento da criança de zero aos 24 meses;

• Organizar a Rede de Atenção à Saúde Materna e Infantil para que esta


garanta acesso, acolhimento e resolutividade; e

• Reduzir a mortalidade materna e infantil com ênfase no componente


neonatal.

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Componentes da Rede Cegonha

• I – Pré Natal
• II – Parto e Nascimento
• III – Puerpério e Atenção Integral à Saúde da Criança
• IV – Sistema Logístico: Transporte Sanitário e Regulação.

Estratégias da Rede Cegonha


• Ampliação do acesso, acolhimento e melhoria da qualidade do pré
natal;
• Transporte tanto para o pré natal quanto para o parto;
• Vinculação da gestante à unidade de referência para assistência ao
parto;
• Realização de parto e nascimento seguros, através de boas práticas
de atenção;

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Estratégias da Rede Cegonha
• Acompanhante no parto, de livre escolha da gestante;
• Atenção à saúde da criança de 0 a 24 meses com qualidade e
resolutividade;
• Acesso ao planejamento reprodutivo;
• Adequação da ambiência das maternidades de acordo com a RDC 36;
• Criação de Centros de Partos Normais peri ou intra hospitalares;
• Criação de casas de gestantes, puérperas e bebês.

Tipos de CPN

• Centro de parto normal intra-hospitalar (CPNi): dependências


internas do estabelecimento hospitalar.

• Centro de parto normal peri-hospitalar (CPNp): fora do


estabelecimento hospitalar, a uma distância de, no máximo
200 metros do mesmo.

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Estrutura do CPN

CPNp: 5 quartos PPP, com produção mínima de


840 partos por ano (70 partos/mês).
CPNi: 3 ou 5 quartos de PPP, sendo que
quando de 3 PPPs, com produção mínima de
480 partos por ano (40 partos/mês).

Equipe do CPN
• 01 enfermeiro obstétrico coordenador do cuidado
• 01 enfermeiro obstétrico ou obstetriz
• 01 ou 02 técnicos de enfermagem
• 01 auxiliar de serviços gerais.
• Equipe retaguarda 24h: médico obstetra, anestesista e
pediatra ou neonatologia.

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QUESTÃO 01
A mortalidade materna é um bom indicador para avaliar as condições de saúde da
população. Quais as principais causas deste indicador?

a) Precariedade da atenção obstétrica, desnutrição, infecções.

b) Aborto, hipertensão arterial, doença cardiovascular.

c) Hipertensão arterial, hemorragias, infecção puerperal, aborto.

d) Câncer de mama e acidente vascular encefálico.

e) Desnutrição, doença cardiovascular, câncer de mama.

QUESTÃO 02
As políticas de saúde voltadas para as mulheres, elaboradas nas décadas de 1930, 1950 e 1970, traduz uma visão restrita
sobre a vida e a saúde das mulheres, concentrando-se nos programas materno infantis. As fortes críticas do movimento
feminista brasileiro a este modelo demarcaram mudanças fundamentais na atenção à saúde das mulheres a partir dos anos
1980, traduzidas especialmente pelas diretrizes propostas pelo Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher. Sobre o
PAISM é correto afirmar:

a) O maior avanço do PAISM foi definir como prioridade em suas diretrizes a discussão sobre o aborto no Brasil.

b) Desde o seu lançamento, o PAISM incorporou a perspectiva de gênero e raça nas ações a serem desenvolvidas.

c) Uma enorme lacuna identificada no PAISM desde o seu lançamento em 1984 foi a completa ausência da incorporação das discussões
acerca da sexualidade feminina e o papel importante do exercício da mesma na perspectiva do planejamento familiar.

d) O Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM), elaborado pelo Ministério da Saúde em 1984, inclui ações educativas,
prevenção do câncer de colo de útero e mama, planejamento familiar, DST, pré natal, parto e puerpério, climatério e necessidades
identificadas a partir do perfil populacional das mulheres.

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QUESTÃO 03
As políticas de saúde voltadas para as mulheres, elaboradas nas décadas de 1930, 1950 e 1970, traduziam uma
visão restrita sobre a vida e a saúde das mulheres, concentrando-se nos programas materno-infantis. As fortes
críticas do movimento feminista brasileiro a este modelo demarcaram mudanças fundamentais na atenção à saúde
das mulheres a partir dos anos 1980, traduzidas especialmente pelas diretrizes propostas pelo Programa de
Assistência Integral à Saúde da Mulher ( PAISM). Sobre o PAISM é CORRETO afirmar:
A) O maior avanço do PAISM foi definir como prioridade em suas diretrizes a discussão sobre o aborto no Brasil.
B) Desde o seu lançamento o PAISM incorporou a perspectiva de gênero e raça nas ações a serem desenvolvidas.
C) Uma enorme lacuna identificada no PAISM desde o seu lançamento em 1984 foi a completa ausência da
incorporação das discussões acerca da sexualidade feminina e o papel importante do exercício da mesma na
perspectiva do planejamento familiar.
D) O Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM), elaborado pelo Ministério da Saúde em 1984,
incluiu ações educativas, prevenção do câncer de colo de útero e mama, planejamento familiar, DST, pré natal,
parto e puerpério, climatério e necessidades identificadas a partir do perfil populacional das mulheres.

QUESTÃO 04
A rede cegonha foi instituída no âmbito do Sistema Único de Saúde - SUS e consiste numa
rede de cuidados que visa assegurar à mulher o direito ao planejamento reprodutivo e à
atenção humanizada à gravidez, ao parto e ao puerpério, bem como à criança o direito ao
nascimento seguro e ao crescimento e ao desenvolvimento saudável. A Rede Cegonha
organiza-se a partir de 4 (quatro) componentes, EXCETO:
a) Pré natal.
b) Parto e Nascimento.
c) Puerpério e Atenção Integral a Saúde da Criança.
d) Planejamento familiar.
e) Redução da mortalidade materna e infantil com ênfase no componente neonatal.

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QUESTÃO 05
A Rede Cegonha, proposta pelo Ministério da Saúde, visa assegurar à mulher o direito ao planejamento
reprodutivo e à atenção humanizada da gravidez, do parto e do puerpério, bem como garantir à criança o direito
ao nascimento seguro e ao desenvolvimento saudável. Com relação a esse assunto, assinale a opção correta com
base na Portaria GM/MS n.º 1.459/2011.
a) Na referida portaria, é previsto o custeio de centros de parto normal, conforme padrão estabelecido pelo
Ministério da Saúde (cinco quartos de pré-parto, parto e pós parto para cada centro), com valores mensais
fixos.
b) Para aderir à Rede Cegonha, o município deve ter uma população maior que 150 mil habitantes.
c) A Rede Cegonha deve garantir atenção à saúde da criança de zero a doze meses, segundo necessidade da
criança e gravidade do quadro clínico apresentado.
d) O município interessado em aderir à Rede Cegonha será beneficiado com repasse dos recursos da União, após
celebrar pacto com o colegiado de gestão estadual.
e) Os municípios que não contam com serviços próprios de atenção ao parto e ao nascimento, incluídos os
exames especializados na gestação, não poderão aderir à Rede Cegonha no componente pré natal.

ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA


REPRODUTOR FEMININO
+
EMBRIOLOGIA

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ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA
REPRODUTOR FEMININO
 ÓRGÃOS INTERNOS

- Ovários

- Tubas uterinas

- Útero

- Vagina

 ÓRGÃO EXTERNO

- Vulva

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REVISANDO A EMBRIOLOGIA
• FECUNDAÇÃO
• CLIVAGEM OU SEGMENTAÇÃO
• BLASTULAÇÃO
NIDAÇÃO
• GASTRULAÇÃO
• ORGANOGÊNESE

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ORGANOGÊNESE

•Ectoderma
•Endoderma
Formação do Embrião
• Mesoderma

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DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO-
FETAL
• Fase pré-embrionária – 3 primeiras semanas
após a fertilização.
• Fase embrionária – 4.º a 8.º semana
• Fase fetal: 9.º semana e termina com o
nascimento.

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ANEXOS EMBRIONÁRIOS E FETAIS
Placenta
• Membranas
- Âmnio – face interna – circunda o embrião
- Córion – face externa – circunda toda a placenta.
• Funções: metabólica, endócrina e troca de oxigênio.

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ANEXOS EMBRIONÁRIOS E FETAIS

Cordão Umbilical

• Contém três vasos sanguíneos – duas


artérias e uma veia (AVA)

• Envolto pela geléia de Wharton.

ANEXOS EMBRIONÁRIOS E FETAIS


Líquido amniótico
• Índice de líquido amniótico (ILA)
- Normodrâmnio – 80 a 180
- Limítrofe – até 80
- Oligoâmnio – 50 ou <
- Polidrâmnio - > 240
• Funções
• Classificação geral
• Classificação em cruzes.

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ASPECTOS RELEVANTES PARA A PRÁTICA
OBSTÉTRICA
• 16 semanas: som do Batimento cardíaco fetal
(BCF) através do Doppler.
• 28 semanas: reação a estímulos auditivos.
• 36 semanas: surfactante em quantidade mínima
suficiente.

DIAGNÓSTICO DE
GRAVIDEZ

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DIAGNÓSTICO DE GRAVIDEZ

•3 MÉTODOS:

-HORMONAL

-CLÍNICO

-ULTRASSONOGRÁFICO

DIAGNÓSTICO DE GRAVIDEZ
• SINAIS DE PRESUNÇÃO:
- Amenorréia,
- Hiperplasia mamária,
- Alterações cutâneas,
- Náuseas,
- Vômitos,
- Polaciúria
- Fadiga
- Sonolência

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DIGNÓSTICO DE GRAVIDEZ
• SINAIS DE PRESUNÇÃO

- Alterações cutâneas: estrias, cloasma gravídico, linha nigra e sinal de


Halban(aumento da lanugem nos limites do couro cabeludo).

- Tubérculos de Montgomery: glândulas sebáceas hipertrofiadas nas aréolas;

- Rede de Haller: aumento da vascularização venosa na mama;

- Sinal de Hunter: aumento da pigmentação dos mamilos, que torna seus limites
imprecisos

SINAIS PRESUNTIVOS

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DIAGNÓSTICO DE GRAVIDEZ
• SINAIS DE PROBABILIDADE:

- Aumento da circunferência abdominal

- Alterações uterinas:
• Sinal de Piscasek: assimetria uterina
• Sinal de Hegar: amolecimento e compressibilidade do istmo.
• Sinal de Goodell: amolecimento cervical
• Sinal de Nobile-Budin: desaparecimento do saco de Douglas

DIAGNÓSTICO DE GRAVIDEZ

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DIAGNÓSTICO DE GRAVIDEZ

• SINAIS DE PROBABILIDADE:

- Teste Imunológico de Gravidez (TIG) ou B-HCG +

- Alterações vulvo-vaginais:
• Sinal de Osiander : percepção de pulso da artéria vaginal

• Sinal de Chadwick: aumento da vascularização da mucosa vaginal.

• Sinal de Jacquimier Kluge: aumento da vascularização vulvar

DIAGNÓSTICO DE GRAVIDEZ

• SINAIS DE CERTEZA:
- Batimento cardíaco fetais ( BCF)
- Movimentos fetais: aprox. 16 a 18 semanas
- Ultrassonografia ou Ecografia: Saco gestacional - 5 a 6
semanas
- Palpação de partes fetais

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DIAGNÓSTICO DE GRAVIDEZ

MODIFICAÇÕES GRAVÍDICAS

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MODIFICAÇÕES GRAVÍDICAS
• Diminuição da PA com tendência à hipotensão.
• Aumento da sudorese e do calor.
• Aumento da pressão na pelve e membros inferiores.
• Aumento do volume sanguíneo em 1 a 1,5L
• Alterações anatômicas e funcionais do sistema urinário
• Dispnéia
• Aumento do apetite e da sede
• Redução do tônus e da motricidade intestinal
• Aumento da mobilidade das articulações pélvicas

MODIFICAÇÕES GRAVÍDICAS
• Aumento na pigmentação cutânea: face e pigmentação geral (vulva,
períneo, nariz, linha negra, aréola mamária)

• Ganho de peso

• Manifestações de fragilidade emocional

• Formação do tampão mucoso no canal cervical

• Aumento da temperatura, lubrificação e glicogênio da cavidade vaginal.

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QUESTÃO 6
Em relação às modificações fisiológicas da gravidez, assinale a alternativa correta.

(A) A duração do trânsito gastrointestinal torna-se diminuída no segundo e terceiro trimestres da


gravidez e é atribuída à ação dos hormônios, especialmente ao estrogênio.
(B) A ventilação-minuto e o consumo de oxigênio aumentam na gravidez e, em consequência, ocorre
o aumento da frequência respiratória.
(C) O aumento adicional de volume circulatório compensa a perda sanguínea no parto que, em média,
é de 500-600 ml, no parto vaginal, e aproximadamente 1.000 ml na cesariana.
(D) Observam-se diversos graus de perda de pêlos do couro cabeludo. Acredita-se que essa alteração
seja de origem endócrina. Em geral, o cabelo não retorna a seu ciclo normal, anterior à gestação.
(E) A lordose ocorre para compensar o aumento do volume do débito cardíaco. Acentuam-se a
mobilidade das articulações sacroilíaca, sacrococcígea e junção púbica, durante a gravidez.

QUESTÃO 7
A gestação é um período marcado por adaptações progressivas no organismo materno. A respeito dessas
modificações, assinale a alternativa correta.

(A) A compressão das veias ilíacas e cava inferiores pelo útero causa aumento da pressão venosa e redução do
fluxo de sangue para as pernas, mas não são causas de edemas e veias varicosas nas pernas e na vulva.
(B) A linha negra (nigra) é uma linha pigmentada que se estende da sínfise pubiana ao topo do fundo na linha média
e é conhecida como linha alba antes da pigmentação induzida pelos hormônios. Está presente em todas as
gestantes, caso contrário indica alguma disfunção na gravidez.
(C) São três as categorias que nos auxiliam nos sinais e sintomas da gestação quando positiva, sendo alguns deles
sinal de presunção a amenorréia, sinal de probabilidade, o aumento uterino e o de certeza a polaciúria.
(D) As adaptações fisiológicas maternas são atribuídas aos hormônios da gestação e às pressões mecânicas
provocadas pelo aumento do útero e de outros tecidos.
(E) Durante a gestação, o pH das secreções vaginais eleva-se de quatro para aproximadamente seis e meio, o que
provoca nas gestantes uma leucorréia de cor escura e odor fétido.

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ASSISTÊNCIA PRÉ-
NATAL

REGULAMENTAÇÃO DO EXERCÍCIO
PROFISSIONAL

 Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986, que dispõe


sobre a regulamentação do exercício da
Enfermagem,
 Decreto nº 94.406, de 08 de junho de 1987, que
regulamenta a Lei nº 7.498,
 Resolução COFEN nº 271/2002 que reafirma as
anteriores e nas Portarias do Ministério da
Saúde.

“O pré-natal de baixo risco pode ser


inteiramente acompanhado pel@ enfermeir@
(MS, Brasília, 2000)”.

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Resolução COFEN Nº 271/2002
• Art.1º - É ação da Enfermagem, quando praticada pelo Enfermeiro, como integrante da equipe
de saúde, a prescrição de medicamentos;

• Art.2º - Os limites legais, são os Programas de Saúde Pública e rotinas que tenham sido
aprovadas em Instituições de Saúde, pública ou privada;

• Art. 3º - O Enfermeiro tem autonomia na escolha dos medicamentos e respectiva posologia,


respondendo integralmente pelos atos praticados;

• Art. 4º - O Enfermeiro pode solicitar exames de rotina e complementares Resolução COFEN


nº. 195/1997;

• Art. 5º - O Enfermeiro pode receber o cliente para efetuar a consulta de Enfermagem. Com o
objetivo de conhecer/intervir, sobre os problemas/ situações/doença.

IMPORTÂNCIA E OBJETIVO DO PRÉ-


NATAL

• Sabe-se que um pré-natal inadequado é


espelho dos altos índices de
morbimortalidade, uma vez que 90% das
causas de morte materna diretas são
evitáveis no pré-natal e menos de 10%
morrem de causas indiretas.

• O principal objetivo de pré-natal é prestar


assistência à mulher desde o início de sua
gravidez, onde ocorrem mudanças físicas e
emocionais e cada gestante vivencia de
forma distinta.

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10 Passos para o Pré-Natal de Qualidade na
Atenção Básica
• 1° PASSO: Iniciar o pré-natal na Atenção Primária à Saúde até a 12ª
semana de gestação (captação precoce)

• 2° PASSO: Garantir os recursos humanos, físicos, materiais e técnicos


necessários à atenção pré-natal.

• 3° PASSO: Toda gestante deve ter assegurado a solicitação, realização


e avaliação em termo oportuno do resultado dos exames preconizados
no atendimento pré-natal

10 Passos para o Pré-Natal de Qualidade na


Atenção Básica
• 4° PASSO: Promover a escuta ativa da gestante e de seus(suas)
acompanhantes, considerando aspectos intelectuais, emocionais, sociais e
culturais e não somente um cuidado biológico: "rodas de gestantes".

• 5° PASSO: Garantir o transporte público gratuito da gestante para o


atendimento pré-natal, quando necessário.

• 6° PASSO: É direito do(a) parceiro(a) ser cuidado (realização de consultas,


exames e ter acesso a informações) antes, durante e depois da gestação:
"pré-natal do(a) parceiro(a)".

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10 Passos para o Pré-Natal de Qualidade na
Atenção Básica
• 7° PASSO: Garantir o acesso à unidade de referência especializada, caso
seja necessário.

• 8° PASSO: Estimular e informar sobre os benefícios do parto fisiológico,


incluindo a elaboração do "Plano de Parto".

• 9° PASSO: Toda gestante tem direito de conhecer e visitar previamente o


serviço de saúde no qual irá dar à luz (vinculação).

• 10° PASSO: As mulheres devem conhecer e exercer os direitos garantidos


por lei no período gravídico-puerperal.

ROTEIRO DAS CONSULTAS – Segundo OMS

• Mínimo: 6 Consultas
Preferencialmente:
- Uma consulta no 1º trimestre
- Duas consultas no 2º trimestre
- Três consultas no 3º trimestre

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ROTEIRO DAS CONSULTAS – Segundo OMS

• CALENDÁRIO IDEAL DE CONSULTAS


 CONSULTAS MENSAIS: até a 28ª semana.
 CONSULTAS QUINZENAIS: entre 28 e 36 semanas.
 CONSULTAS SEMANAIS: no termo (grau de
recomendação D).
Não existe alta do pré-natal.

ROTEIRO DE CONSULTAS – Rede Cegonha

• Mínimo: 7 Consultas

Preferencialmente:

- Duas consultas no 1º trimestre

- Duas consultas no 2º trimestre

- Três consultas no 3º trimestre

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QUESTÃO 8
Sobre as consultas do pré natal, assinale a alternativa INCORRETA.

(A) As consultas de pré-natal poderão ser realizadas na unidade de saúde ou durante visitas
domiciliares.
(B) Quando o parto não ocorre até a 41ª semana, é necessário encaminhar a gestante para
avaliação do bem-estar fetal.
(C) O total de consultas deverá ser de, no mínimo, 5 (cinco), com acompanhamento intercalado
entre médico e enfermeiro.
(D) A maior frequência de visitas no final da gestação visa à avaliação do risco perinatal e das
intercorrências clínico-obstétricas mais comuns nesse trimestre.
(E) as consultas devem ser realizadas conforme o seguinte cronograma: Até 28ª semana –
mensalmente; da 28ª até a 36ª semana – quinzenalmente; da 36ª até a 41ª semana –
semanalmente.

PRIMEIRA CONSULTA

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FINALIDADE DA PRIMEIRA CONSULTA DE ENFERMAGEM
• Acolher a mulher respeitando sua condição emocional em relação à
atual gestação, esclarecer suas dúvidas, medos, angustias ou
simplesmente curiosidade em relação a este novo momento em sua
vida;

• Confirmação de diagnóstico e identificação e classificação de riscos;

• Adesão ao pré natal e educação para saúde estimulando o auto


cuidado;

• Levantamento de prontuário para avaliar: realidade


socioeconômica, condições de moradia, composição familiar e
antecedentes;

• Esclarecer a gestante que seu acompanhante poderá participar de


seu atendimento, se o desejar;

• Após a confirmação da gravidez em consulta, médica ou de


enfermagem, dá-se início ao acompanhamento da gestante, com
seu cadastramento no SISPRENATAL.

• O cartão da gestante, com a identificação preenchida, o número do


SISPRENATAL, o hospital de referência para o parto e as
orientações sobre este;

• O calendário de vacinas e suas orientações;

• A solicitação dos exames de rotina;

• As orientações sobre a participação nas atividades educativas –


reuniões e visitas domiciliares.

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ROTEIRO PRIMEIRA CONSULTA
• DADOS SOCIOECONÔMICOS:
- Grau de instrução;
- Profissão/ocupação (deve-se identificar fatores de risco);
- Estado civil/união;
- Número e idade de dependentes (deve-se avaliar a sobrecarga de trabalho
doméstico);
- Renda familiar;
- Pessoas da família com renda;
- Condições de moradia (tipo, nº de cômodos);
- Condições de saneamento (água, esgoto, coleta de lixo);
- Distância da residência até a unidade de saúde.

ROTEIRO PRIMEIRA CONSULTA


• ANTECEDENTES FAMILIARES:
- Hipertensão arterial;
- Diabetes mellitus;
- Malformações congênitas e anomalias genéticas;
- Gemelaridade;
- Câncer de mama e/ou do colo uterino;
- Hanseníase;
- Tuberculose e outros contatos domiciliares (deve-se anotar a doença e o
grau de parentesco);
- Doença de Chagas;
- Parceiro sexual portador de infecção pelo HIV.

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ROTEIRO PRIMEIRA CONSULTA
• ANTECEDENTES PESSOAIS GERAIS:
- Hipertensão arterial crônica;
- Diabetes mellitus;
- Cardiopatias, inclusive doença de Chagas;
- Doenças renais crônicas;
- Anemias e deficiências de nutrientes específicos;
- Desvios nutricionais (baixo peso, desnutrição, sobrepeso, obesidade);
- Epilepsia;
- Doenças da tireoide e outras endocrinopatias;
- Viroses (rubéola, hepatites);
- Hanseníase, tuberculose, malária, sífilis ou outras doenças infecciosas;

ROTEIRO PRIMEIRA CONSULTA


• ANTECEDENTES PESSOAIS GERAIS:
- Portadora de infecção pelo HIV (deve-se anotar se a paciente está em uso de antirretrovirais e
especificar o esquema utilizado);
- Infecção do trato urinário;
- Doenças neurológicas e psiquiátricas;
- Cirurgia (tipo e data);
- Transfusões de sangue;
- Alergias (inclusive medicamentosas);
- Doenças neoplásicas;
- Vacinação;
- Uso de medicamentos;
- Uso de drogas, tabagismo e alcoolismo.

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ROTEIRO PRIMEIRA CONSULTA
• ANTECEDENTES GINECOLÓGICOS
- Características ciclos menstruais
- Uso métodos anticoncepcionais prévios
- Infertilidade e Esterilidade (tratamento)
- Cirurgias ginecológicas (idade e motivo)
- Última colpocitologia (data e resultado)
- Doenças sexualmente transmissíveis
- Malformações uterinas
- Alterações mamárias – patologias e tratamento

ROTEIRO PRIMEIRA CONSULTA


• SEXUALIDADE
- Coitarca
- Dispaurenia ?
- Prática sexual na gestação atual ou em gestações anteriores.
- Número de parceiros sexuais
- Uso de preservativo

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ROTEIRO PRIMEIRA CONSULTA
• ANTECEDENTES OBSTÉTRICOS
- Nº de gestações/partos/ via de parto/abortos
- Intervalo interpartal
- Nº de filhos vivos
- Óbitos neonatais precoces e tardios
- Natimortos
- Isoimunização Rh
- Intercorrências com o RN em gestas anteriores: prematuros, pós datismo,
PIG, GIG, hiperbilirrubinemia, hipoglicemia, macrossomia, etc.
- Complicações puerperais e histórico de aleitamento.

ROTEIRO PRIMEIRA CONSULTA


• GESTAÇÃO ATUAL
- DUM / DPP / IG
- Peso prévio/altura (calcular IMC)
- Hábitos (fumo/álcool/drogas)
- Hábitos alimentares
- Ocupação habitual
- Sinais e sintomas
- Internações
- Medicamentos em uso
- Aceitação da gestação e rede de suporte social

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CÁLCULO DA IDADE GESTACIONAL

I. Quando a data da última menstruação (DUM) é conhecida e de


certeza.
É o método de escolha para se calcular a idade gestacional em mulheres com ciclos
menstruais regulares e sem uso de métodos anticoncepcionais hormonais:

• Uso do calendário: somar o número de dias do intervalo entre a DUM e a data da


consulta, dividindo o total por sete (resultado em semanas);

CÁLCULO DA IDADE GESTACIONAL

• Uso de disco (gestograma): colocar a seta sobre o dia e mês


correspondente ao primeiro dia da última menstruação e observar o
número de semanas indicado no dia e mês da consulta atual.

39
CÁLCULO DA IDADE GESTACIONAL

II.Quando a data da última menstruação é desconhecida, mas se conhece o período do mês


em que ela ocorreu, considerar como data da última menstruação os dias 5, 15 e 25,
respectivamente.

III. Quando a data e o período da última menstruação são desconhecidos, considerar os


seguintes parâmetros:
– até a sexta semana não ocorre alteração do tamanho uterino;
– na oitava semana o útero corresponde ao dobro do tamanho normal;
– na décima semana o útero corresponde a três vezes o tamanho habitual;
– na 12ª semana enche a pelve de modo que é palpável na sínfise púbica;

CÁLCULO DA IDADE GESTACIONAL

• na 16ª semana o fundo uterino encontra-se entre a sínfise púbica e


a cicatriz umbilical;
• na 20ª semana o fundo do útero encontra-se na altura da cicatriz
umbilical;
• a partir da 20ª semana existe relação direta entre as semanas da
gestação e a medida da altura uterina. Porém, esse parâmetro
torna-se menos fiel a partir da 30ª semana de idade gestacional.

40
CÁLCULO DE IG e DPP
• Exemplo 01:
- DUM: 05/02/2017
- Data da consulta ou hoje: 19/05/2017
- IG:
- DPP:

CÁLCULO DE IG e DPP
• Exemplo 02:
- DUM: 27/11/2016
- Data da consulta ou hoje: 10/05/2017
- IG:
- DPP:

41
QUESTÃO 9
J.S.R. 32 anos, primigesta, DUM 15/07/2014. Assinale a alternativa que
apresenta a idade gestacional considerando a data de hoje como
02/02/2015.

(A) 27 semanas e 5 dias.


(B) 25 semanas.
(C) 28 semanas e 6 dias.
(D) 29 semanas e 3 dias.
(E) 30 semanas.

QUESTÃO 10
Segundo a Regra de Naegele que calcula a data provável do parto, uma
gestante que informa que a Data da Última Menstruação (DUM) foi em
15/05/2016, tem como previsão para o nascimento de seu filho a data de

(A) 26/02/2017.
(B) 22/02/2017.
(C) 25/02/2017.
(D) 27/03/2017.
(E) 21/02/2017.

42
CONSULTA - EXAME FÍSICO GERAL
• Inspeção da pele e das mucosas;

• Sinais vitais: aferição do pulso, frequência cardíaca, frequência respiratória, temperatura


axilar;

• Palpação da tireoide , região cervical, supraclavicular e axilar (pesquisa de nódulos ou


outras anormalidades);

• Ausculta cardiopulmonar;

• Exame do abdome;

• Exame dos membros inferiores;

CONSULTA - EXAME FÍSICO GERAL


• Determinação do peso;

• Determinação da altura;

• Cálculo do IMC;

• Avaliação do estado nutricional e do ganho de peso gestacional;

• Medida da pressão arterial;

• Pesquisa de edema (membros, face, região sacra, tronco).

43
CONSULTA - AVALIAÇÃO DO ESTADO
NUTRICIONAL E DO GANHO DE PESO GESTACIONAL

• O peso deve ser aferido em todas as consultas de pré-natal.

• A estatura da gestante adulta (idade > 19 anos) deve ser aferida apenas na primeira
consulta e a da gestante adolescente*, pelo menos trimestralmente.

• Recomenda-se a utilização da balança eletrônica ou mecânica, certificando-se se está em


bom funcionamento e calibrada.

• O cuidado com as técnicas de medição e a aferição regular dos equipamentos garantem a


qualidade das medidas coletadas.

Gráfico de acompanhamento nutricional da


gestante

44
Ganho ponderal recomendado

Controle da Pressão Arterial


• A observação de níveis tensionais absolutos iguais ou maiores do que 140mmHg de pressão
sistólica e iguais ou maiores do que 90mmHg de pressão diastólica, mantidos em medidas
repetidas, em condições ideais, em pelo menos três ocasiões. Este conceito é mais simples e
preciso.

Conduta para os Níveis tensionais normais:


• Manter calendário habitual
• Cuidar da alimentação
• Praticar atividade física
• Diminuir a ingestão de sal
• Aumentar a ingestão hídrica

45
CONSULTA: EXAME FÍSICO ESPECÍFICO (GINECO-OBSTÉTRICO):

• Palpação obstétrica;
• Medida e avaliação da altura uterina;
• Ausculta dos batimentos cardiofetais;
• Registro dos movimentos fetais;
• Teste de estímulo sonoro simplificado (Tess);
• Exame clínico das mamas;
• Exame ginecológico (inspeção dos genitais externos, exame
especular, coleta de material para exame colpocitopatológico,
toque vaginal).

CONSULTA: PROCEDIMENTOS TÉCNICOS


• AFU
• Manobras de Leopold – Estática Fetal
- Apresentação
- Situação
- Posição
• Ausculta do BCF
• Rotina mínima de exames

46
AFU – ALTURA DO FUNDO UTERINO
• Identificar o crescimento fetal;

• Diagnosticar os desvios da normalidade a partir da relação entre


a altura uterina e a idade gestacional;

• Identificar a situação e a apresentação fetal.

AFU – ALTURA DO FUNDO UTERINO

47
ESTÁTICA FETAL - Manobras de Leopold

ESTÁTICA FETAL - Apresentação

48
ESTÁTICA FETAL - Situação

AUSCULTA DO BCF
• Constatar a cada consulta a presença, o ritmo, a frequência e a
normalidade dos batimentos cardíacos fetais (BCF). Deve ser
realizada com sonar, após 12 semanas de gestação, ou com
Pinard, após 20 semanas.

• É considerada normal a frequência cardíaca fetal entre


120 a 160 batimentos por minuto.

49
AUSCULTA DO BCF

REGISTRO DOS MOVIMENTOS FETAIS


• MOBILOGRAMA – a partir de 34 semanas (de acordo com a situação clínica de cada
gestante)

- Orientações para registro da movimentação fetal

- A rotina de avaliação da movimentação fetal não deve ser recomendada (grau


derecomendação A).

- Não existem parâmetros na literatura médica para quantificar a normalidade dos


movimentos fetais – geralmente de 4 a 6/hora

50
Exames complementares de rotina
1º trimestre
• Hemograma;
• Tipagem sanguínea e fator Rh;
• Coombs indireto (se for Rh negativo);
• Glicemia de jejum;
• Teste rápido de triagem para sífilis e/ou VDRL/RPR;
• Teste rápido diagnóstico anti-HIV;
• Toxoplasmose IgM e IgG;
• Sorologia para hepatite B (HbsAg);
• Exame de urina e urocultura;

Exames complementares adicionais


• Ultrassonografia obstétrica (não é obrigatório), com a função de verificar a
idade gestacional;

• Citopatológico de colo de útero;

• Exame da secreção vaginal;

• Parasitológico de fezes;

• Eletroforese de hemoglobina (se a gestante for negra, tiver antecedentes


familiares de anemia falciforme ou apresentar história de anemia crônica).

51
Exames complementares de rotina
2º trimestre
• Teste de tolerância para glicose com 75g, se a glicemia estiver
acima de 85mg/dl ou se houver fator de risco (realize este
exame preferencialmente entre a 24ª e a 28ª semana)

• Coombs indireto (se for Rh negativo)

Exames complementares de rotina


3º trimestre
• Hemograma
• Glicemia em jejum
• Coombs indireto (se for Rh negativo)
• VDRL
• Anti-HIV
• Sorologia para hepatite B (HbsAg)
• Repita o exame de toxoplasmose se o IgG não for reagente
• Urocultura + urina tipo I (sumário de urina – SU)
• Bacterioscopia de secreção vaginal (a partir de 37 semanas de gestação)

52
VACINAÇÃO
• Hepatite B: esquema completo com 3 doses, se Anti-HBS negativo.
Indicada em qualquer IG. Esquema: 0, 1 e 6meses (intervalo entre as
doses)

• Influenza: 1 dose em qualquer IG.

• dTPa: 1 dose a partir de 20 semanas.

VACINAÇÃO: dTPa em gestantes


• Indicação: reduzir a incidência e mortalidade causada pela
coqueluche entre os recém-nascidos.
• Esquema: dose única, a partir de 20 semanas de gestação.
* Mulheres que não se vacinaram na gravidez, devem receber 1
dose no puerpério (até 45 dias)
* Administrar a cada gestação (níveis de anticorpos de curta
geração)
* Pode ser usada para iniciar esquema, completar ou como dose
reforço.

53
PRESCRIÇÃO DE SUPLEMENTOS
• O Programa Nacional de Suplementação de Ferro, do Ministério da
Saúde, criado por meio da Portaria MS nº 730, de 13 de maio de 2005,
recomenda a suplementação de 40mg/dia de ferro elementar (200mg
de sulfato ferroso).

- Orienta-se que a ingestão seja realizada uma hora antes das refeições.

- A suplementação de ferro deve ser mantida no pósparto e no pós-


aborto por 3 meses;

Ainda sobre a imunização contra o tétano


em gestantes:
• Situações x condutas
- Não vacinadas: 2 doses de dT (qualquer época) + 1 dose de
dTpa (sempre a partir da 20ª sem).
- Esquemas incompletos:
• 1 dose de dT: 1 dose de dT + 1 dose de dTpa.
• 2 doses de dT: 1 dose de dTpa

54
PRESCRIÇÃO DE SUPLEMENTOS
• FOLATO (ÁCIDO FÓLICO): 5 mg/dia

- A suplementação rotineira de ferro e folato parece prevenir a instalação de


baixos níveis de hemoglobina no parto e no puerpério.

- O uso de folato peri-concepcional tem forte efeito protetor contra defeitos


abertos do tubo neural. Deve ser usado rotineiramente pelo menos dois
meses antes e nos dois primeiros meses da gestação.

Próximas Consultas: Exame Obstétrico


• PESO: Anotar no gráfico; observar sentido da curva e avaliar o ganho ponderal.

• PRESSÃO ARTERIAL

• MEDIDA DA ALTURA DE FUNDO UTERINO: Anotar no gráfico; observar sentido da


curva e avaliar o crescimento fetal.

• PALPAÇÃO OBSTÉTRICA

• AUSCULTAR BCF

• VERIFICAR EDEMAS

• EXAME MAMÁRIO E GINECOLÓGICO S/N.

55
PRÓXIMAS CONSULTAS
• Revisar ficha pré-natal
• Realizar:
- Anamnese sucinta atual
- Confirmar idade gestacional
- Interpretar exames laboratoriais
- Tomar medidas corretivas
• Verificar calendário vacinação
• Avaliar parecer outras especialidades
• Solicitar exames rotineiros
• Solicitar outros exames, se necessário

QUEIXAS MAIS COMUNS


• Náuseas
• Vômitos
• Tonturas / Fraqueza
• Pirose
• Sialorréia
• Dores abdominais e cólicas
• Flatulência e obstipação intestinal
• Hemorróidas e varizes
• Corrimentos vaginais

56
QUEIXAS MAIS COMUNS
• Queixas urinárias
• Falta de ar e dificuldades para respirar
• Mastalgia
• Lombalgia
• Cefaléia
• Sangramento gengival
• Cãimbras
• Estrias
• Cloasma gravídico
• Edemas

QUESTÃO 11
Durante um anamnese obstétrica, uma gestante, com 12 semanas de idade
gestacional, informou para a enfermeira a seguinte história: 01 parto a termo com
natimorto, 02 partos prematuros, 01 parto gemelar e 02 abortamentos. O caso pode
se classificar como:

(A) G IV P III A II;


(B) G VI P V A II;
(C) G VII P V A II;
(D) G VII P IV A II;
(E) G V P IV A II.

57
QUESTÃO 12
O pré-natal faz parte das condutas gestacionais que a mulher tem direito.
Participar deste programa é de suma importância na prevenção de
complicações gestacionais e acompanhamento sadio do binômio mãe e
filho, até o momento do parto. De acordo com a afirmativa acima, julgue os
itens.

(1) Eduarda chegou ao serviço de saúde para sua avaliação anual e a


ginecologista percebeu ao examiná-la sinal de Chadwik, amolecimento do
colo uterino, aréola secundária, ou seja, sinais prováveis de gestação,
encaminhando a mesma ao laboratório para confirmação da suspeita
clínica.

QUESTÃO 12 (CONT)
(2) Durante a gestação, está dentro dos padrões de normalidade a gestante
aumentar seu peso em até 15kg, em média.

(3) Sebastiana só vem à cidade quando realmente tem necessidade. Está


gestante pela primeira vez, de 8 meses e não sabe informar se tomou
vacina alguma mesmo durante a infância. Foi orientada pela técnica da
sala de vacina a realizar as três doses de qualquer maneira, pois seu filho
corria riscos de adquirir tétano neonatal.

(4) O calendário de consultas do pré-natal exige no mínimo seis consultas.

58
QUESTÃO 12 (CONT)
(5) A verificação do BCF é de suma importância para identificação de
possível sofrimento fetal ou outras anormalidades de alterações nesse
parâmetro. A frequência cardíaca fetal normal é de 120 a 160 bpm.

(6) Os exames solicitados no pré-natal devem ser realizados em cinco


baterias durante os trimestres de gestação. São pedidos, entre eles, a
citopatologia oncótica e tipagem sanguíneas para determinar alterações
no canal de parto e riscos de aborto espontâneo por fatores Rh diferentes
entre mãe e filho.

QUESTÃO 12 (CONT)

(7) São condutas para gestantes com queixas de intestino


preso reduzir a quantidade de líquidos, fracionar as
refeições, ingerir alimentos sólidos como bolachas e evitar
caminhadas para não utilizar forças desnecessárias que
poderão ser utilizadas no momento de evacuar.

59
QUESTÃO 13
Quanto à assistência pré-natal, julgue os itens.

(1) O controle da pressão arterial visa detectar, precocemente, os estados


hipertensivos que se constituam em risco materno e perinatal.

(2) O VDRL deve ser solicitado no primeiro e terceiro trimestres gestacionais


para identificar toxoplasmose da gestante.

(3) O teste anti-HIV, na gravidez, deve ser obrigatório, porém isto não
implica que a gestante seja obrigada a fazer.

QUESTÃO 13 (CONT)
(4) A vacinação contra rubéola, na gravidez, protege a gestante e previne
a doença no recém-nascido.

(5) A gravidez é um período de mudanças físicas e emocionais na mulher.


É importante que estas mudanças sejam trabalhadas de forma
saudável, preferencialmente com a participação do pai da criança,
para reduzir o nível de ansiedade da gestante e melhorar o trabalho
de parto.

60
QUESTÃO 14
Confirmada a gravidez, a assistência pré-natal tem se mostrado altamente
eficaz, principalmente quando existem doenças crônicas, tais como HIV, sífilis
e hepatites. A esse respeito, assinale a alternativa correta.

(A) A prevenção vertical consiste em iniciar a implantação terapêutica de


antirretrovirais (ARV) durante o parto e, para um recém-nascido,
imediatamente após o nascimento, perdurando até os sete primeiros meses
de vida.
(B) Para diagnóstico da sífilis em gestantes, deverão ser considerados dois
exames reagentes para sífilis (um treponêmico e outro não treponêmico),
associados à avaliação clínica e epidemiológica.

QUESTÃO 14 (CONT)
(C) Na realização dos exames de triagem para sífilis e HIV, a gestante deverá estar de
jejum.

(D) A infecção pelas hepatites B e C é de notificação compulsória, isto é, pode


ser notificada após o parto, já que não são necessárias medidas de controle da
transmissão materno-infantil.

(E) No tratamento da sífilis tardia (um ano ou mais de evolução, ou de duração


desconhecida), tratar com penicilina benzatina 2 400 000 UI (1 200 000 UI em cada
nádega), repetindo em uma semana, no total de 4 800 000 UI.

61
O PARTO
PROF. ENF. HYGOR ELIAS

O QUE É O PARTO?

Parto é o processo de movimentação do


feto, da placenta e das membranas para
fora do útero e através do canal de parto.

PARTO X TRABALHO DE PARTO

62
FATORES MECÂNICOS RELACIONADOS
AO PARTO: 5 “P”
• PASSAGEIRO
• PASSAGEM
• POTÊNCIA
• POSIÇÃO DA MÃE
• PSIQUISMO

OBJETOS – Feto e Placenta

• A cabeça fetal
•A apresentação fetal
•A situação fetal
•A atitude fetal
•A posição fetal

63
OBJETO - CABEÇA DO FETO

PASSAGEM OU TRAJETO
O trajeto ou o canal de parto é composto pela pelve
óssea rígida da mãe e pelos tecidos moles da cérvix, pelo
assoalho pélvico, pela vagina e pelo intróito (abertura
externa vaginal)

64
POTÊNCIA OU MOTOR
 Forças involuntárias ou forças primárias: contrações em ondas a partir
dos pontos marca-passos (cornus uterinus) na região superior dos
segmentos musculares do útero.

- São responsáveis pelo apagamento e pela dilatação da cérvice e pela


descida do feto.

- Independem de forças externas.

POTÊNCIA OU MOTOR:
TRÍPLICE GRADIENTE DESCENDENTE

65
POTÊNCIA OU MOTOR
• Forças voluntárias ou secundárias: características expulsivas;
ocorrem a partir do momento em que a parte de apresentação
alcança o assoalho pélvico.

- A contração do diafragma e dos músculos abdominais aumentam a


pressão intra-abdominal que comprimem o útero por todos os
lados e acrescenta potência às forças expulsivas.

POSIÇÃO DA MULHER EM TP
 Posições verticalizadas: A gravidade ajuda a promover a descida do
feto. As contrações são mais fortes e mais eficientes no apagamento e
na dilatação da cérvice; trabalho de parto mais curto.
 Posição horizontal em DLE: aumenta o débito cardíaco; melhor
oxigenação fetal.
 Em quatro apoios: alívio da dor; facilita rotação do feto,se em occipto-
sacro; reduz lacerações.

66
POSIÇÃO DA MULHER EM TP
• Semi-inclinada: Peso do corpo força o sacro, move o cóccix
anteriormente e reduz estreito pélvico.

• Cócoras / sentada: músculos abdominais funcionam em maior


sincronia com as contrações uterinas durante os esforços.

• Cócoras / joelhos: movimentam o útero anteriormente e endireitam o


eixo longo do canal de parto, aumentando o estreito pélvico.

67
SINAIS CLÍNICOS DO TP
•Dores do FTP
•Alterações da cérvix
•Vestígios de sangue – tampão mucoso
•Ruptura das membranas.

CARACTERÍSTICAS FTP TPV

Muco róseo Não aparece Presente e aumenta à


medida que a cérvice se
modifica
Contrações Irregulares (frequência e Regulares com aumento
intensidade não se de intensidade e
modificam). frequência.
Desconforto Abdominal Supra-púbico (inicia-se
na região lombar e
irradia para abdômen)
Atividade contrátil Contrações diminuídas Intensificação das
uterina contrações
Modificações cervicais Sem modificações Torna-se apagada e
dilata-se
progressivamente.

68
MECANISMOS DO PARTO

CONJUNTO DE MOVIMENTOS E
FENÔMENOS ATIVOS E, EM ESPECIAL,
PASSIVOS DO FETO DURANTE SUA
PASSAGEM PELO CANAL DE PARTO.

MECANISMOS DO PARTO
 Insinuação ou encaixamento
 Descida
 Flexão
 Rotação interna 
 Extensão
 Rotação externa
 Expulsão

69
MECANISMOS DO PARTO - VÍDEO
https://www.youtube.com/watch?v=jAtqgV9Ovjc
Parto Vaginal Normal
Nucleus Medical Media

PERÍODOS CLÍNICOS OU ETAPAS DO TP

•Dilatação
-Latente
-Ativa
•Expulsão
•Dequitação ou secundamento
•4ºperíodo ou Greenberg

70
DILATAÇÃO

Tem seu início com as contrações regulares


(3 ou mais contrações em 10’ durando
30”ou mais) até o apagamento do colo
uterino com dilatação completa de 10cm.

AVALIAÇÃO NO PERIODO DA
DILATAÇÃO
• CONTRATILIDADE UTERINA
• BEM ESTAR FETAL
• TOQUE VAGINAL:
- Apagamento
- Dilatação
- Bolsa das águas
- Descida da apresentação
- Variedades de posição

71
Quando fazer avaliação do toque
• Na admissão
• Durante a fase de latência, em intervalos de 1 a 4 h.
• Durante a fase ativa do trabalho de parto, a cada 1 ou 2 h, ou
de acordo com evolução do trabalho de parto.
• Amniorrexe espontânea ou artificial: para avaliar ocorrência de
prolapso de cordão.
• Caso a paciente apresente puxos.
• Quando são verificadas anormalidades na frequência cardíaca
fetal.

Período de Dilatação

http://www.madamedeloynes.com/preparazione_parto_2.html

72
Planos de De Lee

73
Dilatação – Medidas de humanização
 No momento da admissão, apresentação do local à gestante.

 Direito de um acompanhante durante o TP e parto.

 Oferecer informações sobre os procedimentos executados: BCF e


evolução do TP.

 Livre deambulação

 Orientações quanto à respiração, durante e após as contrações.

Dilatação – Medidas de humanização


• Contato físico e apoio psicológico

• Massagens de conforto

• Posições de conforto: em pé, de joelhos, de cócoras, décubito lateral.

• Hidratação e prevenção da hipoglicemia.

• Musicoterapia

• Privacidade em relação ao exame e parto.

74
Dilatação – Manobras Proscritas
• Lavagem intestinal
• Tricotomia
• Restrição ao leito através de punção venosa
• Dieta zero
• Amniotomia de rotina
• Indução de trabalho de parto sem indicação clínica

PERÍODO EXPULSIVO

 Tem início com a dilatação completa do colo e termina com a


expulsão fetal.

 Sensação de puxos com desejo de evacuar.

 Abaulamento do períneo e protusão anal.

 Liberação da cabeça, ombro e resto do corpo.

 Pinçamento e secção do cordão umbilical.

75
Expulsão ou período pélvico

• PODE DURAR EM MÉDIA 30 MINUTOS NAS MULTÍPARAS E


60 MINUTOS NAS PRIMÍPARAS.

• PERÍODO EXPULSIVO PROLONGADO (ACOG):

- Nulíparas: 3 horas com analgesia ou 2 horas sem analgesia.

- Multíparas: 2 horas com analgesia ou 1 hora sem analgesia.

Expulsão – Cuidados de Enfermagem


• Observar os sinais do período expulsivo
• Estimular a posição de preferência da parturiente.
• Favorecer a presença do acompanhante.
• Pode-se segurar o pólo cefálico evitando desprendimento
abrupto do concepto.
• Encorajar a parturiente, apontando seu progresso.

76
Expulsão – Cuidados de enfermagem

 Manter o ambiente calmo e com pouca luminosidade.

 Atentar ao BCF e contratilidade uterina.

 Atentar a possíveis distócias de progressão e de variedade de


posição.

 Encaminhar/Comunicar ao/o obstetra na presença de


intercorrências precocemente.

Expulsão – Manobras Proscritas

• Manobras de Kristeller: compressão do fundo uterino

• Manobra de Olshausen: dedo introduzido no reto ou


vagina materna para tentar auxiliar na saída do pólo
cefálico.

• Episiotomia de rotina

77
Dequitação ou secundamento

• Inicia-se após o nascimento do bebê e termina quanto a


placenta é liberada.

Dequitação ou secundamento – Cuidados de


enfermagem
• Tempo médio da dequitação: 5 minutos

- 90% dos casos em até 15 minutos.

- Até 97% dos casos termina após 30 minutos.

• Evitar manobras para promover o descolamento


rápido da placenta.

78
Dequitação ou secundamento – Cuidados de
enfermagem
• Observar sinais de descolamento e descida da placenta.
• Observar aspectos clínicos do útero (contração e involução uterina).
• Observar loquiação.
• Inspecionar a placenta.
• Observar hemostasia
• Orientar a mulher sobre todos os procedimentos realizados e cuidados
com a rafia, quando houver.

Período de Greemberg

• É considerado a 1ªhora após a saída da placenta.


• Fases:
- Miotamponagem
- Trombotamponagem
- Contração uterina com formação do globo de segurança
de Pinard.

79
Período de Greemberg – Cuidados de
Enfermagem
• Observar a presença do globo de segurança de Pinard.
• Observar o sangramento vaginal (loquiação).
• Controlar os sinais vitais.
• Proporcionar condições favoráveis de interação entre mãe,
bebê e pai ou acompanhante.
• Observar amamentação: pega e sucção.

Período de Greemberg – Cuidados de


Enfermagem
• Atentar para sinais de perigo: sangramento abundante, hiper
ou hipotonia uterina, sudorese, queda de pressão arterial,
pulso rápido e filiforme - puncionar veia calibrosa, controlar
PA e pulso e comunicar imediatamente enfermeiro/médico.

• Liberar o binômio para o ALCON após avaliação do seu


estado geral.

80
Tipos de Parto
• Vaginal
- Natural ou fisiológico
- Com analgesia
- Na água
- Instrumentalizado: vácuo extrator ou fórceps
• Cirúrgico ou cesariana

QUESTÃO 15
Considerando que o programa de saúde pré-natal objetiva prestar
assistência ao binômio mãe-filho em todas as suas necessidades, visando
garantir a saúde, o bem-estar e a qualidade de vida, julgue os próximos
itens com base nos princípios teóricos e nas ações recomendadas por esse
programa.

(1) Ao exame físico de uma gestante, o feto está em situação oblíqua


quando os dois maiores eixos, o fetal e o uterino, estão no mesmo
sentido.

81
QUESTÃO 15 (CONT)
(2) Os sinais e sintomas que indicam trabalho de parto incluem: emissão
de tampão mucoso, dilatação e apagamento do colo do útero, mais de
duas contrações uterinas por minuto.

(3) A gestante sem intercorrências ou alterações clínicas deve receber,


no mínimo, sete atendimentos durante toda a gestação, espaçados
de intervalo não superior a cinco semanas.

(4) A frequência normal dos batimentos cardiofetais é de 120 bpm a 160


bpm.

QUESTÃO 16
Julgue os itens subseqüentes, acerca da assistência de enfermagem durante o trabalho
de parto e os cuidados com o recém-nascido.

(1) Durante a primeira fase do trabalho de parto, deve-se incentivar a deambulação, que
ajuda na diminuição do tempo total dessa fase.

(2) As câimbras nas pernas da parturiente resultam da compressão dos nervos pélvicos e
podem ser aliviadas com a movimentação das pernas.

(3) O processo de extração da placenta requer que ela seja puxada com vigor após a
expulsão do feto.

(4) O enfermeiro pode realizar a episiotomia.

82
QUESTÃO 17
Uma gestante de 23 anos de idade, com 36 semanas de gestação, procurou um hospital,
referindo estar em trabalho de parto. Tem um filho de 8 anos cujo parto foi normal e está
ansiosa para o nascimento do segundo filho. Antes de entrar na sala de parto, a
parturiente foi estimulada a ir até o banheiro e esvaziar a bexiga. Ao retornar do
banheiro, queixou-se de náuseas e vômitos e de uma pressão no reto como se desejasse
evacuar. Ao deitar, a enfermeira percebeu um abaulamento do períneo.

Considerando a situação hipotética apresentada, julgue os itens que se seguem

QUESTÃO 17 (CONT)
(1) Os sinais observados pela enfermeira e as queixas apresentadas pela
parturiente quando retornou do banheiro indicam o início do
segundo período do trabalho de parto – a expulsão.

(2) Trata-se de uma gestante primípara.

(3) A enfermeira deve providenciar o material para a episiotomia e


realiza-la antes que haja a laceração do períneo.

(4) O RN será pré-termo ou prematuro.

83
QUESTÃO 18
Assinale a sequência correta dos períodos do trabalho de parto.

(a) Descida, dilatação, insinuação e nascimento.

(b) Contração, dilatação, fase latente, expulsão.

(c) Dilatação, expulsão, dequitação e quarto período.

(d) Contração, dilatação, expulsão, secundamento e período de Greenberg.

(e) Apagamento, dilatação, expulsão, dequitação e primeira hora.

QUESTÃO 19
Os mecanismos do parto são uma série de movimentos que refletem as
modificações de postura do feto, à medida que ele se adapta ao canal do
parto. Com base nessas informações, julgue os próximos itens.

(1) Descida, insinuação, extensão, rotação interna, flexão, rotação externa e


expulsão são, respectivamente, os mecanismos de adaptação do feto.

(2) A maioria das modificações da postura fetal ocorre durante o segundo


estágio do parto.

84
QUESTÃO 20
No trabalho de parto são práticas úteis e que devem ser estimuladas:

(A) infusão intravenosa de rotina, massagem e distensão do períneo durante o segundo estágio, uso
rotineiro de episiotomia

(B) oferecimento de líquido via oral, métodos não invasivos e não farmacológicos de alívio da dor como
massagens e técnicas de relaxamento, respeito e escolha da mulher sobre seus acompanhantes

(C) métodos não farmacológicos de alívio da dor como ervas, imersão em água e estimulação de nervos,
pressão no fundo uterino durante o período expulsivo, uso rotineiro de tricotomia

(D) restrição hídrica e alimentar, controle da dor por agentes sistêmicos, uso rotineiro da posição de
litotomia

PUERPÉRIO

85
PUERPÉRIO - Definição

É o período que transcorre desde a dequitação


até a fisiologia materna voltar ao seu estado
anterior, com exceção das mamas, que
apresentam alterações progressivas.
Puer=criança parere=parir

PUERPÉRIO – Duração e Classificação


 DURAÇÃO: 6 a 8 semanas.

 CLASSIFICAÇÃO:

- Imediato: primeiras horas do pós parto

- Mediato: do 2º até o 10ºdia pós-parto

- Tardio: vai do 11º até o 42ºdia

- Remoto: inicia-se no 42ºdia até a completa recuperação das alterações determinadas pela
gestação e parto, e o retorno dos ciclos menstruais normais; duração imprecisa.

86
PUERPÉRIO – Involução Uterina

• Dias subsequentes: involução lenta (0,7 a 1,5 cm/dia), sendo


que até o 10ºdia o útero deixa de ser um órgão abdominal e
passa a ser um órgão pélvico.

PUERPÉRIO - Loquiação

87
Cuidados de Enfermagem no puerpério
imediato
• Verificar os sinais vitais, de 6/6h.

• Observar estado das mucosas e hidratação. Estimular a


ingesta hídrica nas primeiras 48h.

• Encorajar a deambulação precoce.

• Verificar involução uterina e sua consistência, bem como o


aspecto da ferida operatória, em caso de cesárea.

Cuidados de Enfermagem no puerpério


imediato
• Inspecionar diariamente o períneo: condições de higiene,
cicatrização da episiotomia ou laceração, presença de edema,
hematoma e sinais de inflamação.

• Observar e registrar lóquios: cor, odor, quantidade e aspecto.

• Fazer ou orientar para higiene vulvar e perineal.

88
Cuidados de Enfermagem no puerpério
imediato
• Avaliar continuamente o estado das mamas e mamilos: consistência,
temperatura, sinais de apojadura, ingurgitamento, fissura mamilar,
bloqueio de ductos, produção láctea.

• Controlar micção: presença ou ausência, volume, frequência e


distúrbios urinários.

• Controlar e registrar diariamente a função intestinal, bem como a


presença de hemorróidas.

Cuidados de Enfermagem no puerpério


imediato
• Observar continuamente membros inferiores a fim de detectar sinais
precoces de tromboses e flebites.

• Avaliar o estado emocional da mãe e aceitação da maternidade.

• Identificar o nível de conhecimento da puérpera em relação aos


cuidados com o RN: limpeza do coto umbilical, banho, vestuário,
alimentação e imunização.

• Administrar medicamentos prescritos (analgesia)

89
Cuidados de Enfermagem no Puerpério
Tardio e Remoto
• Características fisiológicas e patológicas dos lóquios.
• Estado e cuidados com as lacerações perineais.
• Higiene e nutrição.
• Exercícios físicos visando recuperar o tônus da musculatura
abdominal e perineal.
• Retorno da atividade sexual

Cuidados de Enfermagem no Puerpério


Tardio e Remoto
•Amamentação.
•Planejamento familiar.
•Consultas: puerperal e pediátricas.
•Imunização do RN.

90
QUESTÃO 21
Período puerperal é compreendido com o período que se inicia logo após o parto e
termina quando as modificações locais e gerais, determinadas pela gestação no
organismo materno, retornam às condições normais. Considerando esse assunto,
assinale a alternativa correta.

(A) O puerpério é um período considerado de risco e torna-se desnecessário os cuidados de


enfermagem qualificados.

(B) O acompanhamento da mulher no pós-parto exige exame físico diário, de modo a


avaliar as alterações fisiológicas que ocorrem no puerpério, preparar a mulher para
cuidar de si e o RN e detectar possíveis complicações.

QUESTÃO 21 (CONT)
(C) A qualidade de assistência à mulher no puerpério, no período puerperal, não precisa
do enfermeiro estar preparado para o cuidado das mulheres, o que inclui a
habilidade para se comunicar e implantar ações de educação em saúde.

(D) A sistematização de assistência de enfermagem não promove uma assistência de


qualidade, sendo assim não capacita o indivíduo para a realização de uma relação
enfermeiro/puérpera.

(E) Informações quanto à necessidade de cuidados físicos, cuidado com o corpo,


vestuário adequado, uma melhor alimentação e necessidade de descanso não se
fazem valer no período puerperal.

91
QUESTÃO 22
No puerpério a mulher deve receber atenção rigorosa em relação às condições pós-parto, até
que retorne a fisiologia normal do organismo. Vários fatores devem ser avaliados pela equipe
de enfermagem, entre eles, os membros inferiores que através da manobra de Homan positiva
pode indicar:

a) Hemorragia interna

b) Alterações tromboembólicas

c) Involução uterina

d) Infecção puerperal

PRINCIPAIS
INTERCORRÊNCIAS
CLÍNICO-OBSTÉTRICAS
O que vc precisa saber para suas provas.

92
Síndromes Hipertensivas
na Gestação - SHEG
CAI MUUUUITO!

Epidemiologia

• Complicações hipertensivas na gravidez são a maior


causa de morbidade-mortalidade materna e fetal;

• Ocorrem em cerca de 10% de todas as gestações.

93
Características Definidoras

•Hipertensão

•Proteinúria – retirado pela ACOG em 2012

•Edema – em desuso

DEFINIÇÃO HIPERTENSÃO ARTERIAL

• Pressão arterial igual ou maior que


140/90mmHg baseada na média de pelo menos
duas medidas.

- Deve ser mensurada com a gestante sentada, com o braço no mesmo

nível do coração e com um manguito de tamanho apropriado.

94
ATENÇÃO!!!
• Um aumento de 30mmHg na pressão sistólica ou 15mmHg na diastólica
quando os valores absolutos estejam abaixo de 140/90mmHg NÃO deve
ser usado como critério diagnóstico. MS,2012.

- Na presença de um aumento de 30mmHg na sistólica ou 15mmHg na


diastólica, deve-se fazer medidas de pressão e consultas mais frequentes,
com observação mais amiúde, especialmente se houver proteinúria e
hiperuricemia (ácido úrico maior ou igual a 6mg/dL).

Classificação de Síndrome Hipertensiva

a. Hipertensão Gestacional
- Transitória ou Crônica

a. Pré-eclâmpsia Leve e Grave

b. Eclâmpsia

c. Hipertensão Crônica de qualquer etiologia

d. Pré-eclâmpsia / Eclâmpsia superposta à Hipertensão Crônica

95
Hipertensão Gestacional

• Detectada após a 20ª semana de gestação ou no início do


puerpério, em mulheres previamente normotensas.

• Transitória quando desaparece até 12 semanas pós-parto;

• Crônica quando se mantém após este período.

Pré-eclâmpsia
• Detectada após a 20ª semana de gestação (exceto na mola
hidatiforme);

• Acompanhada de proteinúria significante e/ou edema de mãos e face.


(FEBRASGO, 2004);

• Categorizada em leve ou grave.

96
Classificação da PE
Tabela 1. Sinais e sintomas diferenciais entre PE Leve e Grave

Sinais e Sintomas PE LEVE PE GRAVE


PAD < 110 mmHg ≥ 110 mmHg
Proteinúria Traços a 1+ ≥ 2g/24h ou 2+
em fita
Cefaléia occipital Ausente Presente
Distúrbios visuais Ausente Presente
Epigastralgia Ausente Presente
Oligúria (menor que Ausente Presente
500 ml/dia ou 15
ml/hora);
Creatinina sérica Normal Elevada (> 0,8mg/dl)

Plaquetopenia Ausente Presente (<


100.000/mm3)
Hiperbilirrubinemia Ausente Presente
Enzimas hepáticas Normal ou aumento Elevada (≥ 2x o
mínimo normal)
CIUR Ausente Presente
Fonte: NEME, 2005

Eclâmpsia

• A eclâmpsia caracteriza-se pela presença de convulsões tônico-clônicas


generalizadas ou coma em mulher com qualquer quadro hipertensivo, não
causadas por epilepsia ou qualquer outra doença convulsiva. Pode ocorrer
na gravidez, no parto e no puerpério imediato.

- Geralmente precedida de cefaléia, alterações visuais, dor epigástrica e


hiperreflexia;

97
TRATAMENTO – PRINCIPAIS DROGAS

• HIDRALAZINA: Droga preferida para o tratamento agudo da


hipertensão arterial grave na gestação.

• NIFEDIPINA

• METILDOPA: droga de manutenção.

• SULFATO DE MAGNÉSIO: previne convulsões.

• GLUCONATO DE CÁLCIO: antídoto do sulfato de magnésio.

Cuidados de enfermagem: Urgência e


Emergência Hipertensiva
Tabela de Correção de Maxwell
CIRCUNFERÊNCIA CORREÇÃO PA CORREÇÃO PA
• Encaminhar amostra de sangue e urina DO BRAÇO SISTÓLICA DIASTÓLICA
cm mmHg mmHg
para avaliação laboratorial; 20 + 11 +7
22 +9 +6
24 +7 +4
26 +5 +3
• Controle dos sinais vitais maternos 28 +3 +2
30 Zero zero
• Aferir a PA em DLE 32 -2 -1
34 -4 -3
• Aferir de 1/1h
36 -6 -4
38 -8 -6
40 - 10 -7
• Explicar todos os procedimentos antes de 42 - 12 -9
44 - 14 - 10
efetuá-los;
46 - 16 - 11
48 - 18 - 13
50 - 21 - 14

98
Cuidados de enfermagem: Urgência e
Emergência Hipertensiva
• Avaliação fetal também deve ser rigorosa:
• BCF de 1/1h ou conforme necessidade (cardiotocógrafo)
• Gestação pré-termo: Corticoterapia para maturação pulmonar fetal

• Terapêutica com medicações de ação rápida, e que reduzam a PA de forma


controlada (Hidralazina);
• Verificar a PA 20 minutos após a administração;
• Orientar sobre possíveis efeitos colaterais

Cuidados de enfermagem: Urgência e


Emergência Hipertensiva
• Terapia anticonvulsivante com Sulfato de Magnésio

-Avaliação dos reflexos tendíneos profundos -


patelar (! estiverem abolidos !)
-Avaliação dos SSVV e BCF: ATENÇÃO para a PA e FR

(! menor que 16 irpm !)

Controle de diurese de 1/1h (! se inferior


a 25ml/h !)

-Antídoto: Gluconato de cálcio a 10%,


preparado na beira do leito

99
Cuidados de enfermagem: Urgência e
Emergência Hipertensiva
• Manter o ambiente tranqüilo e silencioso;

• Grades de proteção no leito, cabeceira elevada a 30º e DLE;

• Nos casos de Eclâmpsia:


• As vias aéreas precisam estar livres, a cabeceira elevada e a cabeça lateralizada para facilitar a
remoção de secreções nasofaríngeas ( se necessário, aspirar);
• Oxigenoterapia com catéter nasal ou máscara com O2 úmido a 5L/min;
• Cânula de guedel – não forçar introdução!
• 2 acessos venosos;
• SVD

SÍNDROME HELLP

100
DEFINIÇÃO

• Uma das complicações que agravam o prognóstico da


pré-eclâmpsia/eclâmpsia.

HELLP

• H – Hemólisys (Hemólise)

• EL – Elevated liver (Elevação das enzimas hepáticas)

• LP – Low platelet (Queda do número de plaquetas)

EPIDEMIOLOGIA

• Estima-se sua incidência em 2 a 12% nas mulheres com


DHEG.

• Até 1/3 dos casos ocorrem no período puerperal.

• Mais comum em multíparas brancas.

101
Classificação da Hellp Síndrome
• HELLP COMPLETA:

- < 100.000 plaquetas/mL

- DHL > 600UI/L e/ou Bilirrubina > 1,2mg/dL

- TGO ≥ 70UI/L

• HELLP INCOMPLETA:

Apenas um ou dois acima presentes

QUADRO CLÍNICO

• Mal-estar geral, inapetência, náuseas e vômitos

• Dor epigástrica ou no quadrante superior direito

• Icterícia

• Ganho de peso excessivo e agravamento do edema

• HA (leve ou ausente em até 20% dos casos)

• Proteinúria (não significativa em 6% dos casos)

• Cefaléia resistente a analgésicos

• Casos graves: hemorragia vítrea, gengivorragia, hematúria

102
DIAGNÓSTICO

• O DIAGNÓSTICO PRECOCE É LABORATORIAL

• DEVE SER FEITA PESQUISA SISTEMÁTICA NAS MULHERES


COM PRÉ-ECLÂMPSIA GRAVE E/OU ECLÂMPSIA

MANEJO CLÍNICO E OBSTÉTRICO

• Acompanhamento em Centro Terciário com equipe treinada no manejo de gestação de


alto risco

• Estabilização das condições clínicas


• Punção de veia calibrosa, controle rigoroso da diurese por SVD e monitorização de sinais
vitais.

• Profilaxia da convulsão
• Sulfato de magnésio (MgSO4) endovenoso, evitar IM pelo risco de hematoma de glúteo.

103
• Terapia anti-hipertensiva
• Preferencialmente hidralazina endovenosa (até 40mg)

• Pesquisa de hematoma hepático (complicação rara mas fatal pelo risco de rotura) por
ecografia abdominal.

• Avaliação contínua da vitalidade fetal

• Controle laboratorial

• Pesquisa de Coagulação Intravascular Disseminada ( ou Coagulopatia de Consumo)


• Presença de sangramentos em locais de punção, petéquias e equimoses

• Correção: plasma fresco congelado, crioprecipitado, concentrado de plaquetas e hemácias

QUESTÃO 23
Inúmeras complicações podem ocorrer durante o período gestacional. Acerca das
síndrome hipertensivas, julgue os itens.

(1) A tríade sintomática da toxemia gravídica é composta por hipertensão, proteinúria e


edema. Nesta doença são diferenciadas suas formas básicas: pré-eclâmpsia e eclâmpsia,
pela presença de convulsões na segunda.

(2) A síndrome Hellp siginifica socorro, pois é uma complicação da pré-eclâmpsia grave ou
eclampsia. Esta patologia tem como quadro clínico a hemólise, a elevação de enzimas
hepáticas e plaquetopenia.

(3) O tratamento da covulsão na gestante com eclampsia é realizado por meio de diazepam.

104
QUESTÃO 24
A pré-eclâmpsia, doença hipertensiva específica da gravidez (DHEG), é definida como a
hipertensão arterial associada a proteinúria e edema. A respeito desse diagnóstico clínico
em uma gestante, assinale a alternativa correta.

(A) Na iminência de síndrome Helpp, não há indicação da interrupção da gravidez.

(B) Em raros casos, é percebido crescimento intrauterino retardado (CIUR).

(C) A DHEG não se caracteriza por um desequilíbrio entre a produção de vasodilatadores e


vasoconstritores, ainda que de etiologia desconhecida.

QUESTÃO 24 (CONT)

(D) As síndromes hipertensivas da gravidez são somente


divididas em pré-eclâmpsia (leve e grave) e eclâmpsia.

(E) Em caso de pré-eclâmpsia grave, a pressão arterial (PA) é


caracterizada pela aferição de ≥ 160 x 110 mmHg, com
sinais de toxemia

105
QUESTÃO 25
Síndrome Hellp é definida pela presença de hemólise, elevação de enzimas hepáticas e
trombocitopenia em gestantes com toxemia. Na iminência desse agravo, é correto que

(A) a síndrome Hellp só se apresenta no período gestacional e nunca somente no puerpério.

(B) os sinais e sintomas envolvidos na síndrome Hellp confundem-se com aqueles da pré-
eclâmpsia grave, tais como cefaléia, distúrbios visuais e dor epigástrica.

(C) os testes laboratoriais, como contagem de plaquetas, dosagem dos níveis de


transaminases e desidrogenase lática pouco contribuem para o diagnóstico.

QUESTÃO 25 (CONT)
(D) na conduta das gestantes com síndrome Hellp, não são
levadas em consideração a idade gestacional, a presença de
complicações maternas, a vitalidade fetal, e as condições do
colo uterino, uma vez que a gravidade do caso indica
proceder a interrupção da gravidez em qualquer idade
gestacional.
(E) a gestante com suspeita de síndrome hellp deverá ser
liberada para casa e orientada a retornar após dois dias.

106
DIABETES MELLITUS
GESTACIONAL - DMG
O QUE É MAIS IMPORTANTE:

CLASSIFICAÇÃO ETIOLÓGICA DA
DIABETES MELLITUS
 Diabetes tipo 1: prévio à gestação, ocorre por destruição das células beta
pancreáticas.

 Diabetes tipo 2: prévio à gestação, caracterizado por deficiência na secreção e na


ação da insulina. Forma mais comum.

Diabete gestacional (DMG): É qualquer grau de intolerância à glicose, reconhecida


ou diagnosticada pela primeira vez na gravidez.

107
EPIDEMIOLOGIA
• “No Brasil a prevalência de diabetes gestacional (DG) em mulheres
acima dos 20 anos, atendidas no Sistema Único de saúde, é de 7,6% ” .

• O diagnóstico do DG é feito em 2 etapas distintas: rastreamento da


população de risco e confirmação diagnóstica.

Manual Técnico de Gestação de Alto Risco- Ministério da Saúde, 2012.

RASTREAMENTO DMG

108
TRATAMENTO

Dieta
Exercício físico
Automonitorização
Insulinoterapia

QUESTÃO 26
No rastreamento do diabetes gestacional devem ser avaliados os fatores de risco e o valor de glicemia
em jejum no início do pré natal. Para ser considerado rastreamento negativo, o valor dessa glicemia
deve ser inferior a:

a) 85 mg/dL

b) 105 mg/dL

c) 100 mg/dL

d) 125 mg/dL

e) 110 mg/dL

109
QUESTÃO 27
A diabetes mellitus gestacional (DMG) é definida como uma alteração no metabolismo
dos carboidratos, resultando em hiperglicemia de intensidade variável, que é
diagnosticada pela primeira vez ou se inicia durante a gestação, podendo ou não persistir
após o parto. Com relação à essa patologia de acometimento gestacional, assinale a
alternativa correta.

A) No feto, a DMG está associada às possíveis morbidades decorrentes da macrossomia


(como a ocorrência de distócia durante o parto) e, no bebê, está associada à
hiperglicemia.

QUESTÃO 27 (CONT)
B) O rastreamento para DMG, durante o pré-natal, deve ser direcionado apenas às
mulheres com histórico de diabetes, ou que apresentem fatores de riscos.

C) O rastreamento é considerado negativo nas gestantes com nível de glicose


plasmática de jejum igual ou superior a 85 mg/dl.

D) As gestantes com rastreamento positivo devem ser submetidas à confirmação


diagnóstica com teste oral de tolerância à glicose.

E) Cuidados com a alimentação e exercícios físicos são suficientes, em todos os casos,


para combater a DMG instalada.

110
HEMORRAGIAS DO TERCEIRO
TRIMESTRE GESTACIONAL
PRINCIPAIS TÓPICOS!

PP x DPP - DEFINIÇÕES
DESCOLAMENTO PREMATURO DA

PLACENTA PRÉVIA PLACENTA

• É a inserção da placenta • É o desprendimento de parte


ou de toda a placenta de seu
fora do seu local normal.
local de implantação.
•A placenta insere-se
• A separação ocorre na área
geralmente no segmento da decídua basal após a 20ª
inferior do útero, no semana de gestação e antes
centro do colo ou do nascimento do bebê.
lateralmente.

111
PP X DPP: ETIOLOGIA
DESCOLAMENTO PREMATURO DA
PLACENTA PRÉVIA
PLACENTA

DESCONHECIDA – MAIORIA DOS CASOS



• HIPERTENSÃO GESTACIONAL
 ANOMALIAS UTERINAS EX: FIBROMAS
• FATORES MECÂNICOS:
 FATORES PREDISPONENTES
TRAUMAS
- IDADE MATERNA AVANÇADA

- MULTIPARIDADE / GESTAÇÕES MÚLTIPLAS


• RETRAÇÃO UTERINA ABRUPTA

- CURETAGENS REPETIDAS • TABAGISMO E OUTRAS


- CIRURGIAS UTERINAS DROGAS
- CESÁREAS PRÉVIAS
• FATORES PLACENTÁRIOS
- TABAGISMO

112
PP X DPP: TIPOS /CLASSIFICAÇÃO
DESCOLAMENTO PREMATURO DA
PLACENTA PRÉVIA PLACENTA

• TIPOS: • CLASSIFICAÇÃO:

- CENTRAL, COMPLETA OU - GRAU 1 OU LEVE: até 20%


CENTRO TOTAL
- GRAU 2 OU MODERADA: 20 a
- PARCIAL OU CENTRO PARCIAL 50%

- MARGINAL OU LATERAL - GRAU 3 OU GRAVE: mais de 50%

PP X DPP: Sinais e sintomas


DESCOLAMENTO PREMATURO DA
PLACENTA PRÉVIA
PLACENTA

• Hemorragia de cor vermelho • Sangramento vaginal:

vivo, sem causa aparente. retroplacentário ou exteriorizado, a


depender do grau de DPP.
• Ausência de dor ou contrações.
• Abdome em tábua e doloroso.
• Anemia e fraqueza decorrentes
• Contrações uterinas
das hemorragias frequentes.
• Hipertonicidade uterina
• Não costuma causar sofrimento
• Sofrimento fetal agudo
ao feto.
• Sinais de choque materno.

113
QUESTÃO 28
Assinale a alternativa CORRETA no que se refere ao diagnóstico diferencial entre quadros de
sangramento de terceiro trimestre.

a) O volume exteriorizado do sangramento é maior no descolamento prematuro de placenta.

b) A dor pélvica com irradiação lombar é mais associada à placenta prévia.

c) A cardiotocografia não apresenta valor no diagnóstico diferencial entre os quadros


hemorrágicos de terceiro trimestre.

d) Algumas intercorrências clínicas associam-se com o quadro de descolamento prematuro de


placenta.

DOENÇA HEMOLÍTICA
PERINATAL OU
ALOIMUNIZAÇÃO
O QUE VOCÊ NÃO PODE ESQUECER:

114
DEFINIÇÃO
OCORRE QUANDO UMA GESTANTE Rh NEGATIVO É
EXPOSTA A CÉLULAS COM SANGUE Rh POSITIVO,
FREQUENTEMENTE EM FUNÇAO DE HEMORRAGIA
TRANSPLACENTÁRIA, DESENVOLVENDO ANTICORPOS
ANTI-D, QUE ATRAVESSAM A PLACENTA, RESULTANDO
NA DESTRUIÇÃO DAS CÉLULAS VERMELHAS FETAIS.

ETIOLOGIA X MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS

• Hemorragias idiopáticas, especialmente no terceiro trimestre

• Procedimentos que provocam hemorragias feto-maternas: amniocentese,


cordocentese, biópsia de vilosidades coriônicas.

• Abortamentos

• Patologias obstétricas: gestação ectópica e síndromes hemorrágicas (PP, DPP e


ameaça de abortamento).

* MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: variam desde anemia leve assintomática até


hidropisia fetal ou natimorto com anemia grave e icterícia.

115
FISIOPATOLOGIA

- Incompatibilidade ABO

- Incompatilidade Rh

- Dupla incompatibilidade

FISIOPATOLOGIA

116
PREVENÇÃO
- Solicitar tipagem sanguínea no início do pré natal
- Pesquisa de anticorpos maternos: COOMBS indireto
- Determinar Rh do parceiro, quando possível.
- História obstétrica
- Repetir anticorpos maternos entre 16 e 18sem e posteriormente a
cada 4 semanas, quando gestante Rh negativo.
- Administração de imunoglobulina anti-D.

ADMINISTRAÇÃO DE IMUNOGLOBULINA ANTI-D

• ADMINISTRAÇÃO DE RHOGAN, quando parceiro Rh+.

- Gestantes Rh negativo não sensibilizadas na 28 semana gestacional

- Pós parto de recém nascido Rh +: até 72 horas

- Abortamento

- Gravidez ectópica ou molar

- Óbito intra uterino

- Após procedimentos invasivos

- Nas síndromes hemorrágicas durante a gestação – repetir a cada 12sem até o parto.

117
QUESTÃO 29
Apesar das recomendações existentes em relação à profilaxia com
imunoglobulina anti-D serem divulgadas e conhecidas, a aloimunização
materno-fetal ainda afeta um número elevado de gestações.
Considerando as implicações da aloimunização, é correto afirmar que

a) A aloimunização Rh poder levar à hidropsia e ao óbito fetal ou neonatal.

b) Não é necessário encaminhar a gestante para centros de referência para


acompanhamento da gravidez, apesar do diagnóstico de aloimunização.

QUESTÃO 29 (CONT)
c) A imunoglobulina anti-D deverá ser administrada até 48 horas após o parto
ou evento obstétrico, idealmente.

d) Não há que se falar em administração de imunoglobulina anti-D, em mulheres


Rh negativo, após aborto, gravidez ectópica ou mola hidatiforme; já que não
há como diagnosticar a presença de Rh positivo no concepto.

e) Não há indicação para administração de imunoglobulina anti-D, após


procedimentos invasivos em gestantes Rh negativo como: amniocentese,
cordocentese e biópsia de vilo corial.

118
QUESTÃO 30
A imunoglobulina anti-D deve ser administrada a todas as mulheres RhD negativas
durante a gravidez quando:

(A) o feto está em sofrimento fetal.

(B) há risco elevado de hemorragia fetal-materna.

(C) o recém-nascido tem fator RhD negativo.

(D) há imunossupressão materna.

(E) quando o parceiro Rh negativo.

PRINCIPAIS INFECÇÕES
CONGÊNITAS DE
TRANSMISSÃO VERTICAL
SÍFILIS E HIV
CAI MUITO!

119
SÍFILIS NA GESTAÇÃO
• Pode haver transmissão vertical em todas as fases clínicas de manifestação da sífilis.

• Fetos de gestantes não tratadas: 70% a 100% risco de infecção.

• Acometimento fetal a partir de 16semanas.

• Repercussões fetais mais comuns da sífilis congênita:

- Recente: exantema bolhoso, hepatoesplenomegalia, anemia hemolítica, icterícia e


osteocondrite dolorosa.

- Tardia: surdez e cegueira congênita, alterações neurológicas.

SÍFILIS NA GESTAÇÃO
• RASTREAMENTO:

- Testes não treponêmicos:

• Teste rápido

• VDRL (veneral disease research laboratory) / titulação

- Teste treponêmico:

* FTA-Abs (fluorescent treponemal antibody absorption teste)

120
SÍFILIS NA GESTAÇÃO
• TRATAMENTO MATERNO: Penicilina G benzatina

- Primária: 2.400.000 UI, IM, dose única.

- Secundária: 2 doses de 2.400.000UI, com intervalo de 1 semana entre as doses,


totalizando 4.800.000UI.

- Terciária, latente tardia, duração indeterminada: 3 doses de 2.400.000 UI, IM, uma vez
por semana, por 3 semanas, totalizando 7.200.000UI.

• TRATAMENTO DO RN: Penicilina G cristalina por via endovenosa.

HIV NA GESTAÇÃO

• REDUÇÃO SIGNIFICATIVA NAS TAXAS DE


TRANSMISSÃO VERTICAL:

- Qualidade do pré natal

- Profilaxia anti-retroviral periparto

- Suspensão do aleitamento materno.

121
HIV NA GESTAÇÃO
• RASTREAMENTO:
- Teste rápido anti-HIV com aconselhamento e consentimento
verbal para todas as gestantes.
- Teste imunoenzimático ELISA ou imunofluorescência indireta: se
resultado de teste rápido inconclusivo ou indeterminado.

HIV NA GESTAÇÃO
• TERAPIA ANTI-RETROVIRAL EM GESTANTES:

- PRÉ NATAL: Zidovudina (AZT) oral isolada ou em esquema tríplice -


Indicada a partir de 14semanas de gestação, ou antes, se gestante já
sabidamente HIV+ e já em uso de terapia anti-retroviral (mantem esquema
terapêutico, com exceção de drogas contraindicadas na gravidez).

- PARTO: Zidovudina (AZT) endovenosa desde o início do trabalho de parto


(mínimo de 2h) até o clampeamento do cordão umbilical.

122
HIV NA GESTAÇÃO
• VIA DE PARTO: preferencialmente, cesariana ( tentar parto impelicado)

• CUIDADOS PÓS PARTO IMEDIATO:

- Clampeamento precoce do cordão umbilical

- Evitar procedimentos invasivos com o RN: aspiração de vias aéreas ou gástrica.

- Banho de aspersão imediato.

- Contraindicado aleitamento materno (inibir lactação)

- Quimioprofilaxia do RN: zidovudina oral xarope, via oral, 2mg/kg, a cada 6 horas, durante
6 semanas.

QUESTÃO 31
O aconselhamento consiste no diálogo baseado na relação de confiança que proporciona
ao paciente condições para que avalie seus próprios riscos, tome decisões e encontre
maneiras realistas de enfrentar os problemas relacionados às DST HIV/AIDS. No
aconselhamento, após resultado positivo do teste anti-HIV em gestante, na 12a semana
de gestação, devemos orientar que:

a) a transmissão vertical do HIV pode ocorrer durante a gestação, no trabalho de parto,


no parto e pela amamentação.

123
QUESTÃO 31 (CONT)
b) é indicado parto normal, pois a transmissão do HIV durante esse tipo de parto é
um mito.

c) a amamentação deverá ser realizada pela mãe, pois o risco do recém-nascido


adquirir AIDS com as chamadas “amas de leite” é muito maior.

d) a terapia antirretroviral será realizada após o parto, na mãe e no filho, se


comprovado positividade no teste anti-HIV do filho.

e) toda criança, ao nascer, receberá o antirretroviral, se resultado de teste anti-HIV


positivo na mãe e no pai.

QUESTÃO 32
São procedimentos invasivos contraindicados em gestantes infectadas pelo HIV no
trabalho de parto e no parto:

(A) amniocentese, cordocentese, amniotomia, escalpo cefálico e uso do fórceps

(B) cordocentese, cardiotocografia, toque vaginal, amniocentese e amniotomia

(C) uso do fórceps, cardiotocografia, amnioscopia, tocólise e escalpo cefálico

(D) amniocentese, cerclagem, tocólise, amniocentese, amniotomia e uso do fórceps

124
HEMORRAGIAS DO
PRIMEIRO TRIMESTRE:
ABORTAMENTOS
O QUE PODERÁ SER COBRADO NOS CERTAMES:

O que é Aborto?

• É a perda gestacional precoce.


• É a interrupção da gravidez antes da 20ª
semana (a partir da data da última
menstruação) ou a expulsão de um produto
da concepção com menos de 500 gramas
de peso (OMS, 1977);

125
Países que não permitem o aborto, exceto quando há risco para a vida da
mãe (primeiro quadro), países que permitem o aborto, mas com restrições
(segundo quadro) e países que permitem o aborto (terceiro quadro).

A nova redação proposta para o Código Penal, altera todos os três itens, é a
seguinte:
• Exclusão de Ilicitude
Art. 128. Não constitui crime o aborto praticado por médico se:
I - não há outro meio de salvar a vida ou preservar a saúde da gestante;
II - a gravidez resulta de violação da liberdade sexual, ou do emprego não
consentido de técnica de reprodução assistida;
III - há fundada probabilidade, atestada por dois outros médicos, de o nascituro
apresentar graves e irreversíveis anomalias físicas ou mentais.
Parágrafo 1o. Nos casos dos incisos II e III e da segunda parte do inciso I, o
aborto deve ser precedido de consentimento da gestante, ou quando menor,
incapaz ou impossibilitada de consentir, de seu representante legal, do cônjuge
ou de seu companheiro;
Parágrafo 2o. No caso do inciso III, o aborto depende, também, da não oposição
justificada do cônjuge ou companheiro.

126
ETIOLOGIAS MAIS COMUNS
• ALTERAÇÕES CROMOSSÔMICAS
• DEFEITOS DA FASE LÚTEA
• INFECÇÕES
• DOENÇAS ENDOCRINOLÓGICAS
• MIOMAS
• MALFORMAÇÕES UTERINAS
• INCOMPETÊNCIA CERVICAL
• CAUSAS AUTO-IMUNES
• DROGAS E AGENTES NOCIVOS: tabagismo, álcool, cafeína.
• TRAUMA

CLASSIFICAÇÃO DO ABORTO

127
CLASSIFICAÇÃO DO ABORTO

3. QUANTO ÀS FORMAS CLÍNICAS:

- AMEAÇA DE ABORTAMENTO

- ABORTAMENTO INEVITÁVEL

- ABORTAMENTO COMPLETO

- ABORTAMENTO INCOMPLETO

- ABORTO RETIDO

- ABORTAMENTO HABITUAL

- ABORTAMENTO INFECTADO

FORMAS CLÍNICAS DO ABORTO


• Ameaça de aborto ou abortamento evitável: curso normal da gestação é
interrompido por ocorrência de sangramento leve, cólicas ausentes ou de
pouca intensidade, sem ocorrência de modificação cervical (O.I. fechado)

- Comprovação por exames bioquímicos (BHCG) ou ecografia transvaginal (BCF


presentes e rítmicos com freqüência em torno de 160 bpm);

- Hemorragia é o primeiro sinal de risco.

- Tratamento discutível (regra geral: repouso no leito, antiespasmóticos)

128
FORMAS CLÍNICAS DO ABORTO
• Abortamento em curso e abortamento inevitável: quando, além da
hemorragia vaginal, que pode ser moderada ou grave, a gestante
apresenta-se sintomática, queixando-se de cólicas fortes, dores em baixo
ventre e náuseas;

- Ao exame clínico pode apresentar anemia, taquisfigmia, hipotensão e sinais


de choque hipovolêmico;

- Ao toque vaginal, colo pérvio com dilatação suficiente para o examinador


sentir a presença de partes fetais ou anexiais projetando-se pelo canal
cervical;

FORMAS CLÍNICAS DO ABORTO


• Abortamento completo: eliminação ovular completa, o sangramento e
as cólicas vão diminuindo até que cessem espontaneamente.

- O colo uterino se fecha e torna-se impérvio.

- Exame ecográfico confirma o diagnóstico.

- Tratamento: Não há nenhum específico.

129
FORMAS CLÍNICAS DO ABORTO

• Abortamento incompleto: eliminação de restos ovulares


incompleta ou restos placentários;

- Sangramento persiste e o colo uterino se mostra pérvio.

- Ecografia mostra conteúdo intra-uterino heterogêneo;

- Tratamento por curagem, curetagem ou vácuo-aspiração;

FORMAS CLÍNICAS DO ABORTO

• Aborto retido: quando o desenvolvimento fetal não é


compatível com a IG e não se ausculta os batimentos
cardíacos fetais.

- Diagnóstico confirmado pela ecografia.

- Tratamento: misoprostol, ocitocina e esvaziamento uterino.

130
FORMAS CLÍNICAS DO ABORTO

• Abortamento séptico ou infectado: em geral é incompleto e acompanhado


de hipertermia (38ºC). Pode levar a septicemia e óbito materno;

- Diversos métodos: intoxicações (ingestão de agentes químicos e tóxicos),


perfuração uterina (curetagem e introdução de corpos estranhos), necrose
uterina (introdução intra-uterina de soluções saponáceas e formol) e
administração (oral) ou aplicação (vaginal) de misoprostol;

FORMAS CLÍNICAS DO ABORTO

Abortamento séptico ou infectado

- Infecções pós-aborto podem ser localizadas, propagadas e generalizadas;

- Quadro clínico: hemorragia vaginal, cólicas e hipertermia, dor pélvica ou peritoneal, hipotensão,
perturbação sensorial, deliro e coma, insuficiência renal aguda (oligúria e anúria), coagulopatias;

- Tratamento: internação hospitalar com hidratação, uterotônicos e ATB. Pode haver necessidade
de laparotomia (casos graves).

131
ASSISTÊNCIA AO ABORTAMENTO
Atenção adequada é aquela que acelera a evacuação uterina, reduzindo o
volume e a duração do sangramento.

- Se IG < 12 semanas curetagem uterina ou a vácuo-aspiração;

- Se IG > 12 semanas insistir com misoprostol e ocitocina, até a eliminação


do feto e anexos. Após realizar curetagem ou vácuo-aspiração

ASSISTÊNCIA AO ABORTAMENTO
• A recuperação pode levar de 4 a 6 semanas.

• Pode apresentar desconforto e cólicas por alguns dias.

• Se o aborto ocorreu com IG superior a 13 semanas pode apresentar


sintomas de gravidez e as mamas podem ingurgitar-se.

• Pode realizar exercícios de baixo impacto, como a caminhada ou


natação. Exercitar-se mais à medida que sentir-se melhor.

132
ASSISTÊNCIA AO ABORTAMENTO
• Esperar de 2 a 4 semanas, após o abortamento, para ter relações sexuais.

• Recomenda-se aguardar pelo menos uma menstruação antes de tentar


engravidar novamente, portanto, é recomendado a utilização de alguns
meios anticoncepcionais pelo menos até começar outro período menstrual.

• É importante também esperar para engravidar até conseguir lidar


emocionalmente com a perda.

ASSISTÊNCIA AO ABORTAMENTO
• Acolher, ouvir as queixas e sanar as dúvidas.

• Explicar a importância do repouso no leito até alimentar-se, pelo menos.

• Orientar quanto a realização dos exames laboratoriais e ecográficos.

• Observar sinais vitais e sangramento transvaginal.

• Se for realizada a curetagem ou AMIU, observar: prescrição médica,


hidratação venosa, sinais vitais, involução anestésica, sangramento e
aspecto emocional.

133
QUESTÃO 33
O abortamento representa um grave problema de saúde pública, estimando que, apenas no
Brasil, há mais de um milhão de abortamentos induzidos ao ano, sendo uma das principais
causas de mortes maternas no país. Considerando o assunto apresentado, assinale a alternativa
correta.

a) Garantir a privacidade no atendimento e a confidencialidade das informações a respeito do


caso.

b) A jurisprudência brasileira tem autorizado a interrupção da gravidez nos casos de malformação


fetal com inviabilidade de vida extra uterina, sem o consentimento da mulher ou de seu
representante legal.

QUESTÃO 33 (CONT)
c) Não se faz necessário o atendimento de forma humanizada, uma vez que a
paciente pode ter provocado o aborto, intrincando uma teia de aspectos
legais, morais, religiosos, sociais e culturais.

d) O profissional que assiste a paciente deve impor seus preceitos morais e


religiosos, preservando uma postura ética, garantido assim que ela não o fará
mais.

e) Mulheres que escolheram provocar o aborto não têm direito ao alívio da dor
farmacológica.

134
QUESTÃO 34
O término de uma gravidez antes que o feto se torne viável é uma condição denominada
de abortamento. Acerca desse assunto, julgue os itens subseqüentes.

(A) A diminuição da progesterona pode ser um fator predisponente para o abortamento


pois causa maior sensibilidade uterina e contrações que podem levar ao abortamento.

(B) No abortamento habitual, as relações sexuais têm de ser proibidas e a paciente deve
fazer repouso no leito e ser submetida a histerografia para excluir anormalidades
uterinas; além disso, deve-se administrar misoprostol vaginal (Cytotec) e injeção intra-
amniótica de solução fisiológica.

QUESTÃO 34 (CONT)
c) São complicações do abortamento: grandes hemorragias, esterilidade secundária,
salpingite, algias pélvicas e infecções.

d) Controlar os sinais vitais, avaliar presença de sinais de choque hipovolêmico,


estabelecer acesso venoso para reposição rápida de líquidos e oferecer apoio e
tranqüilização são condutas de enfermagem nessa condição.

e) Após a realização de cirurgia (curetagem), deve-se providenciar medicação para


inibir a lactação, realizar ordenha mamária e usar compressas quentes e frias nas
mamas

135
CLIMATÉRIO
PROF. HYGOR ELIAS

DEFINIÇÃO
• O climatério é definido pela Organização Mundial da Saúde como uma
fase biológica da vida e não um processo patológico, que compreende
a transição entre o período reprodutivo e o não reprodutivo da vida da
mulher.
• A menopausa é um marco dessa fase, correspondendo ao último ciclo
menstrual, somente reconhecida depois de passados 12 meses da sua
ocorrência e acontece geralmente em torno dos 48 aos 50 anos de
idade.

136
FASES DO CLIMATÉRIO

• FASE PRÉ MENOPAUSAL: irregularidade menstrual


• FASE PERI MENOPAUSAL: 2 anos antes e depois da
menopausa.
• MENOPAUSA: amenorréia de 6 meses a 1 ano.
• FASE PÓS MENOPAUSAL: da menopausa à senectude (65
anos).

FISIOPATOLOGIA BÁSICA

• Diminuição da produção estrogênica e aumento do FSH


(redução da inibina e hiperestimulação folicular)

• Encurtamento da fase folicular, sem alterações da fase lútea.

- Ciclos anovulatórios

- Sangramentos irregulares

137
SINAIS E SINTOMAS
TRANSITÓRIOS:

• ALTERAÇÕES VASOMOTORAS – FOGACHOS

• DISTÚRBIOS DO SONO

• REDUÇÃO DA LIBIDO E ALTERAÇÕES DE HUMOR

NÃO TRANSITÓRIOS:

• ALTERAÇÕES ATRÓFICAS GENITOURINÁRIAS

• DISTÚRBIOS NO METABOLISMO LIPÍDICO E ÓSSEO.

SINAIS E SINTOMAS
FLUTUAÇÃO ESTROGÊNICA: fogachos, alterações de humor,
ansiedade, depressão, mastalgia, distensão abdominal.

• FOGACHOS: sensação transitória súbita e intensa de calor na pele,


principalmente do tronco, pescoço e face que pode apresentar
hiperemia, acompanhada na maioria das vezes de sudorese. Pode
ocorrer palpitação e mais raramente, sensação de desfalecimento.

138
SINAIS E SINTOMAS

SINAIS E SINTOMAS
DISTOPIAS GENITOURINÁRIAS: adelgaçamento das estruturas e
perda da elasticidade – cistocele, uretrocele, prolapso uterino, etc.

- Redução da espessura e elasticidade vaginal

- Redução do enrugamento e das secreções vaginais

- Aumento do pH >5

- Alterações urinárias: incontinência

139
SINAIS E SINTOMAS
ALTERAÇÕES NO METABOLISMO LIPÍDICO

- DOENÇAS CARDIOVASCULARES são as principais causas de morte


em mulheres pós menopausa.

- Proteção estrogênica: diminuição do colesterol total e LDL, aumento


do HDL, antiagregação plaquetária, redução da resistência insulínica,
proteção das células endoteliais, estímulo a fibrinólise, etc.

DCV x TRH

ATENÇÃO!!!

Após a realização de diversos estudos sobre os efeitos da


terapia de TRH, obtendo resultados negativos, não existe
indicação para a prescrição de TRH com objetivo de prevenção
primária ou secundária de DCV.

140
SINAIS E SINTOMAS X FISIOPATOLOGIA

 ALTERAÇÕES NO METABOLISMO ÓSSEO:

- Metabolismo ósseo normal: equilibro entre a ação de


osteoclastos (reabsorção óssea) e osteoblastos (formação
óssea).

- Deficiência estrogênica estimula maior atividade osteclástica,


aumentando a reabsorção óssea - OSTEOPOROSE

FATORES DE RISCO PARA OSTEOPOROSE


MODIFICÁVEIS IMODIFICÁVEIS

• TABAGISMO • QUALQUER FRATURA NA IDADE


• BAIXO PESO (IMC<19)
ADULTA
• MENOPAUSA < 45 ANOS
• AMENORRÉIA > 1ANO NA MENACME • FRATURA FAMILIAR DE PRIMEIRO
• OOFORECTOMIA BILATERAL GRAU
• BAIXA INGESTA DE CÁLCIO • ETNIA BRANCA
• ALCOOLISMO
• IDADE AVANÇADA (>65 ANOS)
• QUEDAS REPETIDAS
• SEDENTARISMO • DEMÊNCIA

141
ABORDAGEM CLÍNICA NO CLIMATÉRIO

• Consulta anual, mesmo na ausência de intercorrências.

• Atividades de apoio à mulher no climatério direcionadas à promoção, à


proteção e à recuperação da saúde envolvendo uma equipe
multidisciplinar são estratégias que podem ser oferecidas
rotineiramente pelos serviços de saúde – alimentação saudável;
controle de peso; prevenção de câncer; prevenção e tratamento das
distopias genitais (exercícios de Kegel); autocuidado.

ABORDAGEM CLÍNICA NO CLIMATÉRIO

• ANAMNESE: queixas clínicas; menarca/menopausa; avaliação


dos antecedentes pessoais, familiares, menstruais, sexuais e
obstétricos; hábitos alimentares e de vida (atividade física, uso
de medicações, patologias, etc); abordagem da sexualidade.

• EXAME FÍSICO: estrutural (peso, altura e IMC); geral;


ginecológico e saúde bucal.

142
ABORDAGEM CLÍNICA NO CLIMATÉRIO
EXAMES COMPLEMENTARES
• Avaliação laboratorial: HC, TSH, Lipidograma, Perfil glicêmico, função
hepática, EAS, PSO (pesquisa de sangue oculto nas fezes).
• Mamografia e ultra-sonografia mamária (de acordo com as diretrizes de
rastreamento para o câncer de mama)
• Exame Preventivo do câncer do colo do útero
• Ultra-sonografia transvaginal : aspecto endometrial e ovariano.
• Densitometria óssea

PREVENÇÃO E CONTROLE DO CÂNCER DE


MAMA
 FATORES DE RISCO - Terapia de reposição hormonal

- Idade - Obesidade

- Menarca precoce - Ingestão regular de álcool

- Menopausa tardia - Sedentarismo

- Primeira gravidez após os 30 anos - História familiar

- Nuliparidade

- Exposição à radiação

143
População alvo e periodicidade dos exames no
rastreamento de câncer de mama
POPULAÇÃO ALVO PERIODICIDADE DOS EXAMES 
DE RASTREAMENTO

MULHERES DE 40 A 49 ANOS ECM  ANUAL E, SE ALTERADO, 


MAMOGRAFIA

MULHERES DE 50 A 69 ANOS ECM ANUAL E MAMOGRAFIA A 


CADA DOIS ANOS

MULHERES DE 35 ANOS OU  ECM E MAMOGRAFIA ANUAL
MAIS COM RISCO ELEVADO

Faixa Etária e Periodicidade para Realização do


Exame Preventivo do Colo do Útero.
• O intervalo entre os exames deve ser de três anos, após dois exames
negativos, com intervalo anual.

• O início da coleta deve ser aos 25 anos de idade para as mulheres que
já tiveram atividade sexual.

• Os exames devem seguir até aos 64 anos e serem interrompidos


quando, após essa idade, as mulher tiverem pelo menos dois exames
negativos consecutivos nos últimos cinco anos.

144
Faixa Etária e Periodicidade para Realização do
Exame Preventivo do Colo do Útero.

• Para mulheres com mais de 64 anos e que nunca


realizaram o exame citopatológico, deve-se
realizar dois exames com intervalo de um a três
anos. Se ambos forem negativos, essas mulheres
podem ser dispensadas de exames adicionais.

TERAPIA DE REPOSIÇÃO HORMONAL -


TRP
• OBJETIVO: visa, em especial, combater os sintomas
vasomotores, o ressecamento vaginal (que causa a dispareunia)
e da pele, preservar a massa óssea, melhorar o sono, impedir a
deteriorização da função cognitiva e estimular a libido.

145
TERAPIA DE REPOSIÇÃO HORMONAL -
TRP
 CONTRA INDICAÇÕES ABSOLUTAS:  CONTRA-INDICAÇÕES RELATIVAS:

• Câncer de Mama; • HAS e DM não-controlados;

• Câncer de Endométrio; • Endometriose

• Doença Hepática Grave; • Miomatose uterina.

• Sangramento Genital Não Esclarecido;

• História de Tromboembolismo Agudo e Recorrente;

• Porfiria.

TERAPIA DE REPOSIÇÃO HORMONAL -


TRP
• ESQUEMA A: uso ininterrupto do estrogênio puro.

• ESQUEMA B: estrogênio por 21 dias, seguido de progestogênio


10 a 12 dias. Interrompe 7 dias e retorna ao esquema inicial.

• ESQUEMA C: uso contínuo de estrogênio e progestogênio em


baixas doses.

146
TERAPIAS ALTERNATIVAS

• FITOTERAPIA: soja; trevo vermelho, cimicífuga, valeriana, etc.

• HOMEOPATIA

• ACUMPUTURA

• MEDICINA ANTROPOSÓFICA: abordagem holística.

QUESTÃO 35
Julgue os itens a seguir, que tratam de aspectos ligados à saúde da mulher durante o
período do climatério.

(A) A menopausa é o período em que se iniciam os primeiros sintomas do climatério e


depende da idade da menarca, da história familiar, da paridade e do uso de
anovulatórios, podendo ser antecipada em 1 a 2 anos pelo tabagismo.

(B) O fogacho é o sintoma mais típico da mulher nesse período e ocorre devido a uma
alteração vasomotora comum, que pode ser explicada pela instabilidade no sistema
termorregulador hipotalâmico que envolve também os sistemas adrenérgico,
dopaminérgico, opióide e os de outros neurotransmissores.

147
QUESTÃO 35 (CONT)
(C) A atividade física, assim como a diminuição de fatores de risco, como álcool em excesso
e tabagismo, é recomendada para mulheres nessa fase, pois pode auxiliar na prevenção
de fraturas.

(D) A terapia de reposição hormonal, no climatério, pode ser adotada em mulheres que
apresentaram menopausa precoce, osteoporose ou neoplasias de mama ou
endométrio.

(E) Podem ser utilizadas várias vias de administração de estrogênio para terapia de
reposição, como a oral, a transdérmica, a percutânea, a nasal, a subcutânea ou a vaginal.

QUESTÃO 36
O período do climatério caracteriza-se

A) pela propensão ao surgimento ou ao agravamento das distopias em decorrência de insuficiência


estrogênica relativa, diminuição da elasticidade ou hipotrofia do músculo ligamentar.

B) pela transição entre o período reprodutivo e o não reprodutivo, reconhecida depois de passados três
meses do último ciclo menstrual, sendo a menopausa o mais importante indicador desse processo
patológico.

C) pela necessidade de reposição de diversas vitaminas, como a vitamina K, que atua como coenzima
em inúmeras reações bioquímicas, ao diminuir a ansiedade, a depressão e os fogachos, e aumentar a
formação de osteocalcina.

148
QUESTÃO 36 (CONT)
(D) pelo desenvolvimento de perfil lipídico mais favorável, em face do aumento
dos níveis de HDL-C, da diminuição dos níveis séricos de LDL-C, do
colesterol total e da gordura corporal, o que se dá em decorrência da queda
de alguns hormônios uterinos.

(E) pela alteração no processo de hemostasia, com a diminuição de elementos


envolvidos no mecanismo de coagulação, a exemplo do fator VII (pró-
coagulante), do fibrinogênio e do PAI1 (ativador do inibidor do
plasminogênio), o que gera problemas ligados à dificuldades de hemostasia e
à fraca coagulação do sangue.

QUESTÃO 37
CERTO OU ERRADO:

( ) O emprego da terapia de reposição hormonal na síndrome


climatérica foi ratificado recentemente por um estudo multicêntrico
conduzido pelo Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos da
América, que incluiu mais de 16 mil mulheres entre 59 e 70 anos de idade.
O tratamento foi identificado como uma intervenção segura. Como contra-
indicação absoluta à sua implementação foi apontada a presença de câncer
estrogênio dependente e de antecedentes tromboembólicos.

149
PLANEJAMENTO
REPRODUTIVO
Prof. Hygor Elias

SAÚDE REPRODUTIVA – CONCEITO OMS


• Estado de completo bem-estar físico, mental e social, em todos os aspectos relacionados com o sistema
reprodutivo e as suas funções e processos, e não de mera ausência de doença ou enfermidade.

- Vida sexual segura e satisfatória

- Autonomia para se reproduzir

- Liberdade de decidir sobre quando e quantas vezes deve fazê-lo.

• A assistência à saúde reprodutiva é definida como a constelação de métodos, técnicas e serviços que
contribuem para a saúde e o bem-estar reprodutivo, prevenindo e resolvendo problemas de saúde
reprodutiva.

150
DIREITOS SEXUAIS E REPRODUTIVOS:
SEXO x GÊNERO.
• SEXO: conjunto de características genotípicas e biológicas

• GÊNERO: construção social e histórica.

RESPOSTA SEXUAL - FASES


• Fase de desejo sexual: sensações específicas fazem o indivíduo procurar ou
ser receptivo à experiência sexual.

• Fase de excitação: preparação para o ato sexual, desencadeada pelo


desejo.
• Fase de orgasmo: é o clímax de prazer
sexual.
• Fase de resolução: organismo retorna às
condições físicas e emocionais usuais

151
DISFUNÇÕES SEXUAIS
• Problemas que ocorrem em uma ou mais das fases do ciclo de resposta sexual, por falta, excesso,
desconforto e/ou dor na expressão e no desenvolvimento dessas fases, manifestando-se de forma
persistente ou recorrente.

Podem estar relacionadas com:

- Aspectos psicológicos

- Dificuldades nos relacionamentos

- Traumas

- Condição geral de saúde

- Efeitos diretos de uma substância

PLANEJAMENTO FAMILIAR
• O planejamento familiar é definido no art. 2º da Lei nº 9.263, de 12 de janeiro de 1996, da seguinte
forma:

Entende-se planejamento familiar como o conjunto de ações de regulação da fecundidade que garanta
direitos iguais de constituição, limitação ou aumento da prole pela mulher, pelo homem ou pelo casal.

# É proibida a utilização das ações a que se refere o caput para qualquer tipo de controle demográfico.

152
MÉTODOS ANTICONCEPCIONAIS

 Temporários (reversíveis)

a) Hormonais
b) Barreira
c) Comportamentais
 Definitivos (esterilização)

MÉTODOS TEMPORÁRIOS OFERECIDOS


PELO SUS
 Pílula combinada de baixa dosagem (etinilestradiol 0,03 mg + levonorgestrel 0,15 mg).

 Minipílula (noretisterona 0,35 mg).

 Pílula anticoncepcional de emergência (levonorgestrel 0,75 mg).

 Injetável mensal (enantato de norestisterona 50 mg + valerato de estradiol 5 mg).

 Injetável trimestral (acetato de medroxiprogesterona 150 mg).

 Preservativo masculino.

 Diafragma.

 DIU Tcu-380 A (DIU T de cobre).

153
ESCOLHA DO MÉTODO
 Preferência da mulher, do homem ou do casal.

 Características dos métodos

- Eficácia

- Efeitos secundários

- Aceitabilidade

- Disponibilidade

- Facilidade de uso

- Reversibilidade

- Proteção contra doenças sexualmente transmissíveis (DST) e infecção pelo HIV

ESCOLHA DO MÉTODO
 Fatores individuais e contexto de vida relacionados aos usuários(as) que devem ser considerados no momento da escolha
do método.

- Condições econômicas.

- Estado de saúde.

- Características da personalidade da mulher e/ou do homem.

- Fase da vida.

- Padrão de comportamento sexual.

- Aspirações reprodutivas.

- Fatores culturais e religiosos.

- Outros fatores, como medo, dúvidas e vergonha.

154
ANTICONCEPCIONAIS
HORMONAIS.

ANTICONCEPCIONAIS ORAIS
COMBINADOS
 MECANISMO DE AÇÃO: inibem a ovulação; tornam o muco cervical espesso; provocam ainda alterações nas

características físico-químicas do endométrio; interferem na motilidade e na qualidade da secreção glandular tubária.

 TIPOS:

- Monofásicas: dose de esteróides iguais nos 21 ou 22 comprimidos ativos.

- Bifásicas: dois tipos de comprimidos ativos, de diferentes cores, com os mesmos hormônios, mas em proporções

diferentes.

- Trifásicas: três tipos de comprimidos ativos, de diferentes cores, com os mesmos hormônios, mas em proporções

diferentes.

 EFICÁCIA: taxa de falha 0,1%, se usada corretamente.

155
ANTICONCEPCIONAIS ORAIS
COMBINADOS
 EFEITOS SECUNDÁRIOS: alterações de humor; náuseas; vômitos; cefaleia;
nervosismo; tonteira; mastalgia; alterações do ciclo menstrual; cloasma.

 Complicações

- Acidente vascular cerebral

- Infarto do miocárdio.

- Trombose venosa profunda.

FATOR DE RISCO IMPORTANTE PARA COMPLICAÇÕES: TABAGISMO

MINIPÍLULAS
 Ação mais pronunciada sobre o endométrio e o muco cervical
(espessamento do muco cervical, dificultando a penetração dos
espermatozoides). Inibem a ovulação em 15 a 40% dos casos.

- Apropriada para uso em lactantes: iniciar 6 semanas após o parto.

- O uso da minipílula é contínuo, não deve haver intervalo entre as


cartelas;

- Deve ser tomada todos os dias, sempre no mesmo horário.

156
ANTICONCEPCIONAL HORMONAL
INJETÁVEL – COMBINADO MENSAL
• Inibem a ovulação e tornam o muco cervical espesso, impedindo a passagem dos
espermatozoides. Provocam, ainda, alterações no endométrio.

• EFICÁCIA: taxa de falha desse método varia de 0,1% a 0,3%.

- O retorno da ovulação acontece em 60 a 90 dias após a última injeção.

- A primeira injeção deve ser feita até o quinta dia do início da menstruação. As
aplicações subsequentes devem ocorrer a cada 30 dias, mais ou menos três dias,
independentemente da menstruação.

ANTICONCEPCIONAL HORMONAL INJETÁVEL


TRIMESTRAL – PROGESTAGÊNICO

 Inibe a ovulação e espessa o muco cervical, dificultando a


passagem dos espermatozoides por meio do canal cervical.

 EFICÁCIA: taxa de falha desse método é de 0,3%.

- Em geral, as mulheres engravidam entre 9 e 16 meses após ter


recebido a última injeção.

157
IMPLANTES SUBCUTÂNEOS –
PROGESTOGÊNICO
• Inibe a ovulação; aumenta a viscosidade do muco cervical;
diminui a espessura do endométrio, até espessura média de
4mm.
 EFICÁCIA: taxa de gravidez até 3 anos foi 0%.
- Retorno imediato da fertilidade após a remoção.
- A inserção é feita no subcutâneo da face interna do braço, no
esquerdo das mulheres destras e no direito das canhotas, a cerca
de quatro dedos transversos acima da prega do cotovelo.

ANTICONCEPÇÃO DE EMERGÊNCIA
• Consiste na utilização de pílulas contendo estrogênio e progestogênio ou apenas
progestogênio depois de uma relação sexual desprotegida, para evitar gravidez.

- Também conhecida como “pílula do dia seguinte” ou “pílula pós-coital”,

- ANTICONCEPÇÃO X ABORTO

Vários estudos recentes indicaram que, quando a pílula anticoncepcional de emergência é


tomada antes da ovulação, inibe ou atrasa a liberação do óvulo do ovário. Além disso,
pode interferir na migração dos espermatozoides do colo uterino às trompas, ou com o
processo de adesão e capacitação dos espermatozóides nas trompas.

158
ANTICONCEPÇÃO DE EMERGÊNCIA

ANTICONCEPÇÃO DE EMERGÊNCIA
• Indicações:

- Relação sexual sem uso de anticoncepcional.

- Falha ou esquecimento do uso de algum método: ruptura do preservativo,


esquecimento de pílulas ou injetáveis, deslocamento do DIU ou do diafragma.

- No caso de violência sexual, se a mulher não estiver usando nenhum método


anticoncepcional

Deve ser tomada até cinco dias (120 horas) após a relação sexual desprotegida, mas,
quanto mais precocemente se administra, maior a proteção.

159
MÉTODOS DE
BARREIRA

CONDOM OU PRESERVATIVO OU
CAMISINHA MASCULINA
 Envoltório de látex, poliuretano ou silicone, bem fino, porém resistente, que recobre o pênis durante o ato
sexual e retém o esperma por ocasião da ejaculação, impedindo o contato com a vagina, assim como impede
que os microorganismos da vagina entrem em contato com o pênis e vice-versa.

- A maioria é feita de látex.

- Podem ser secos ou lubrificados (silicone, base d’água ou espermaticidas)

Não utilizar lubrificante à base de óleo.

160
CONDOM OU PRESERVATIVO OU
CAMISINHA FEMININA
 Saco transparente de poliuretano, macio e fino, para uso vaginal, constituído de dois
anéis flexíveis em cada extremidade, medindo 17 cm de comprimento. Um anel, o
menor, que está posicionado na extremidade fechada do condom, será colocado
internamente na vagina, encaixando-se no colo do útero; o outro, maior, vai se
adaptar externamente à vulva, servindo de fixação e recobrindo os lábios vaginais,
impedindo, assim, que o dispositivo entre na vagina.

DIAFRAGMA

• Consiste em um capuz macio de látex ou de silicone côncavo,


com borda flexível, que recobre o colo uterino. Impede a
penetração dos espermatozóides no útero e tubas uterinas.

- Diversos tamanhos (necessário medição por profissional


treinado)

- Durabilidade : aproximadamente dois a três anos

161
ESPERMATICIDAS
• Substâncias químicas que destroem, imobilizam os espermatozoides ou inativam as
enzimas necessárias para a penetração deles no óvulo.

- Espermaticida à base de nonoxinol-9 (N-9) a 2% é o mais amplamente utilizado.

- Podem aumentar o risco de transmissão sexual do HIV e outras DST por provocar
lesões (fissuras/microfissuras) na mucosa vaginal e retal, dependendo da freqüência
de uso e do volume aplicado

- Pouco eficazes

DISPOSITIVOS
CONTRACEPTIVOS
INTRAUTERINOS

162
DISPOSITIVO INTRAUTERINO – DIU
• Objeto pequeno de plástico flexível, em forma de T, que mede
aproximadamente 31 mm, ao qual pode ser adicionado cobre ou
hormônios que, inserido na cavidade uterina, exerce função contraceptiva.

- DIU de cobre: estimula reação inflamatória pronunciada ou reação à


presença de corpos estranhos no útero, matando os espermatozóides ou
tornando-os inaptos para fecundação.

- Durabilidade: 10 anos (T-Cu 380)

- Taxa de falha: 0,6 a 0,8%

DISPOSITIVO INTRAUTERINO – DIU


• EFEITOS SECUNDÁRIOS • COMPLICAÇÕES:

- Alterações no ciclo menstrual - Gravidez ectópica: 3 a 5%

- Sangramento menstrual prolongado e - Gravidez tópica:

volumoso. - Perfuração: rara (0,1%)

- Sangramento e manchas (spotting) no intervalo - Expulsão


entre as menstruações.
- DIPA
- Cólicas de maior intensidade ou dor durante a
menstruação.

163
DIU HORMONAL
• Consiste numa matriz de plástico em forma de T com 32 mm de comprimento, contendo 52 mg de
levonorgestrel, e libera 20 µg de levonorgestrel por dia

- Pode ser utilizado como método anticoncepcional, no tratamento da menorragia e na terapia de


reposição hormonal da mulher menopausada, associado ao estrogênio. A duração de uso recomendada
é de cinco a sete anos.

- Mecanismos de ação: atrofia endometrial; diminuição da produção e aumento da viscosidade do muco


cervical; inibição da ovulação

- Durabilidade: 5 anos

- Eficácia: semelhante à esterilização cirúrgica.

MÉTODOS
COMPORTAMENTAIS

164
TABELA OU CALENDÁRIO OU RITMO
• Baseia-se no fato de que a duração da segunda fase do ciclo menstrual (pós-
ovulatória ou fase lútea) é relativamente constante, com a ovulação ocorrendo entre
11 e 16 dias antes do início da próxima menstruação

• O cálculo do período fértil da mulher é feito mediante a análise de seu padrão


menstrual prévio, durante 6 a 12 meses.

• Determinar a duração do período fértil da seguinte maneira: -

- Subtraindo-se 18 do ciclo mais curto, obtém-se o dia do início do período fértil.

- Subtraindo-se 11 do ciclo mais longo, obtém-se o dia do fim do período fértil.

TABELA OU CALENDÁRIO OU RITMO

165
CURVA TÉRMICA OU BASAL
• Fundamenta-se nas alterações da temperatura basal que ocorrem na
mulher ao longo do ciclo menstrual.

- Antes da ovulação, a temperatura basal corporal permanece num


determinado nível baixo; após a ovulação, se eleva ligeiramente (alguns
décimos de grau centígrado), permanecendo nesse novo nível até a
próxima menstruação.

- Esse aumento de temperatura é resultado da elevação dos níveis de


progesterona, que tem um efeito termogênico.

MUCO CERVICAL OU BILLINGS


• Baseia-se na identificação do período fértil por meio da auto-observação,
com relação às mudanças do muco cervical e à sensação de umidade na
vagina ao longo do ciclo menstrual.

- O muco cervical inicialmente é esbranquiçado, turvo e pegajoso; sob ação


estrogênica, vai se tornando a cada dia mais elástico e lubrificante,
semelhante à clara de ovo (transparente, elástico, escorregadio e fluido),
podendo-se puxá-lo em fio; produz na vulva uma sensação de umidade e
lubrificação, indicando o tempo da fertilidade

166
SINTOTÉRMICO
• Combina os métodos da tabela, do muco cervical, da temperatura
basal e a observação de sinais e sintomas que indicam o período
fértil da mulher.

COITO INTERROMPIDO
• Consiste no homem retirar o pênis da vagina um pouco antes da ejaculação. Esse
método também é conhecido como “gozar fora”.

- Grande probabilidade de falhas: líquido pré ejaculação já contém espermatozóides e


o homem não consegue retirar o pênis na ejaculação.

167
AMNORRÉIA DA LACTAÇÃO – LAM
• É um método anticoncepcional temporário que consiste no uso da
amamentação exclusiva para evitar a gravidez.

• Entre as mulheres que amamentam, a possibilidade de retomada das


ovulações é remota nos primeiros dois meses pós-parto.

MÉTODOS CIRÚRGICOS
OU DE ESTERILIZAÇÃO

168
METÓDOS CIRÚRGICOS
• No Brasil, a esterilização cirúrgica está regulamentada por meio da Lei nº 9.263/96,
que trata do planejamento familiar, a qual estabelece no seu art. 10 os critérios e as
condições obrigatórias para a sua execução.
Somente é permitida a esterilização voluntária nas seguintes situações:

I – em homens ou mulheres com capacidade civil plena e maiores de 25 anos de idade ou, pelo menos, com dois
filhos vivos, desde que observado o prazo mínimo de 60 dias entre a manifestação da vontade e o ato cirúrgico,
período no qual será propiciado à pessoa interessada acesso a serviço de regulação da fecundidade, incluindo
aconselhamento por equipe multidisciplinar, visando desencorajar a esterilização precoce;

II – risco à vida ou à saúde da mulher ou do futuro concepto, testemunhado em relatório e assinado por dois
médicos (BRASIL, 1996).

LAQUEADURA TUBÁRIA
• Método de esterilização feminina que consiste em algum procedimento
cirúrgico de oclusão das tubas uterinas.

- A legislação federal não permite a esterilização cirúrgica feminina durante


os períodos de parto ou aborto ou até o 42º dia do pós-parto ou aborto,
exceto nos casos de comprovada necessidade.

169
VASECTOMIA
• Consiste na ligadura dos ductos deferentes. Tem por objetivo interromper o fluxo
de espermatozóides em direção à próstata e vesículas seminais para constituição do
líquido seminal.

- A vasectomia não altera a vida sexual do homem.

- Recomenda-se fazer espermograma após três meses do procedimento ou após 20


ejaculações. É necessário ter um resultado de espermograma que demonstre a
azoospermia para atestar que a vasectomia funcionou.

QUESTÃO 38
O enfoque de gênero permeia todas as análises e propostas contidas no documento elaborado pelo Ministério da Saúde,

“Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher: princípios e diretrizes” que norteia a política de saúde da

mulher na atualidade. Sobre o conceito de gênero analise as afirmativas abaixo.

(1) Gênero se refere ao conjunto de relações, atributos, papéis, crenças e atitudes que definem o que significa ser homem ou

ser mulher.

(2) Na maioria das sociedades as relações de gênero são desiguais e tais desigualdades influenciam a saúde de homens e

mulheres de maneira distinta.

(3) Gênero e sexo podem ser usados como sinônimos na identificação de usuários/as porque têm o mesmo significado.

(4) O gênero é uma construção social sobreposta a um corpo sexuado. È uma forma primeira de significação de poder.

170
QUESTÃO 39
O planejamento familiar é parte integrante do conjunto de ações de atenção à mulher, ao homem ou ao casal. De acordo com a

visão de atendimento integral à saúde, assinale a alternativa correta.

a) O planejamento familiar orienta-se por ações preventivas e educativas e pela garantia de acesso igualitário a informações, meios,

métodos e técnicas disponíveis para a regulação da fecundidade.

b) Para exercício do direito do planejamento familiar, serão oferecidos todos os métodos e as técnicas disponíveis de concepção e

contracepção independentemente do risco à saúde das pessoas, garantindo a liberdade de opção.

c) Não será permitida a esterilização voluntária em nenhuma situação.

d) O planejamento familiar orienta-se por ações meramente educativas.

e) A esterilização voluntária poderá ser realizada em homens com idade inferior a 25 anos sem interferência da equipe multiprofissional.

QUESTÃO 40
Estudos têm apontado que ainda hoje é possível identificar em vários serviços de saúde do Brasil com precariedade da assistência em

anticoncepção. A respeito dessa situação é CORRETO afirmar que:

A) O estímulo à participação e à inclusão dos homens e adolescentes nas ações de planejamento familiar tem sido constante na maioria dos

serviços de saúde no Brasil.

B) Embora definido na NOAS-SUS 2001 que as ações do planejamento familiar estão entre as responsabilidades mínimas dos municípios em

relação à saúde da mulher, muitos municípios não têm conseguido implantar e implementar estratégias mínimas que garantam fornecimento

de anticoncepcionais além da ausência de enfoque educativo visando a escolha livre e informada.

C) A educação em saúde relacionada à contracepção vem contribuindo para a diminuição significativa dos casos de gravidez não planejada.

D) Seguindo uma tendência que tem se mantido desde a década de 1990, a prevalência da ligadura tubária é maior nas regiões onde as mulheres

têm maior escolaridade e condições socioeconômicas melhores.

171
QUESTÃO 41
Julgue os itens subsequentes, relativos ao planejamento familiar.

(1) Os dispositivos intrauterinos T 380 A de cobre e o T de levanogestrel (Mirena) são tão eficazes
quanto a laqueadura tubária e seu uso não apresenta associação estatística com o desenvolvimento
de infecção pélvica a longo prazo.

(2) A contracepção hormonal na forma injetável ou por implante contendo apenas progestogênios
apresenta alta eficácia e evita o risco de trombose venosa e tromboembolismo associado ao
estrogênio.

(3) Os contraceptivos hormonais orais combinados apresentam alta eficácia contraceptiva, mas, a longo
prazo, aumentam o risco de câncer endometrial e de mama.

QUESTÃO 41 (CONT)

(4) Os anticoncepcionais orais contendo apenas


progestogênios, quando usados durante a lactação, não
alteram a quantidade, porém, afetam a qualidade do leite.

(5) O mecanismo primário de ação da contracepção hormonal


de emergência é impedir a nidação.

172
QUESTÃO 42
A assistência em anticoncepção pressupõe a oferta de todas as alternativas de
métodos anticoncepcionais aprovadas pelo Ministério da Saúde, bem como o
conhecimento de suas indicações, contraindicações e implicações de uso,
garantindo à mulher, ao homem ou ao casal os elementos necessários para a opção
livre e consciente do método que a eles melhor se adapte (Brasil, 2002). Com
relação aos métodos anticoncepcionais, é correto afirmar:

A) A anticoncepção de emergência (AE) é um método que visa a prevenir a gestação


após a relação sexual. Utiliza compostos hormonais concentrados e atua por
curto período de tempo nos dias seguintes da relação sexual.

QUESTÃO 42 (CONT.)
B) Antes da ovulação, a temperatura basal corporal permanece num determinado
nível alto. Após a ovulação, ela declina ligeiramente permanecendo nesse novo
nível até a próxima menstruação.

C) No início do ciclo menstrual, o muco cervical é fino e escorregadio, o que


dificulta a ascensão dos espermatozoides pelo canal cervical. Sob ação
estrogênica, o muco produz, na vulva, uma sensação de viscosidade.

D) O preservativo feminino possui duas extremidades abertas acopladas a dois


anéis flexíveis de poliuretano. O produto não vem lubrificado, necessitando
antes de sua introdução colocar um creme espermaticida.

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