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net/publication/258731283
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Elbert E N Macau
National Institute for Space Research, Brazil
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Spatial Missions to Triple Asteroid Systems: Dynamics, Stability, Trajectories and Orbital Maneuvers. View project
Dynamic cores for BRAMS 5.2 and their impacts on simulation of convective clouds View project
All content following this page was uploaded by Haroldo Fraga de Campos Velho on 30 May 2014.
ELBERT MACAU
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
OTHON WINTER
Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho
ALEXANDER SUKHANOV
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
e Instituto de Pesquisas Espaciais da Rússia
RADIOTELESCÓPIO DE ARECIBO/PORTORICO
veis capazes de permitir outras missões espaciais de igual
complexidade e (principalmente) de gerar subprodutos
que possam trazer riqueza e bem-estar para a sociedade.
Essa iniciativa arrojada deverá esquentar segura-
mente o debate sobre a questão espacial no Brasil, co-
locando o Programa Espacial Brasileiro na ordem do dia,
como política de estado prioritária, compatível com
a vocação espacial do país e com sua atual posição geo-
política e econômica no cenário global.
Altímetro Câmera
a laser imageadora
usa pulsos de laser para para fotografar
determinar distâncias, os asteroides
auxiliando na determinação
OS AUTORES
Espectrômetro Espectrômetro
infravermelho de massa
auxilia na determinação possibilita determinar
mineralógica dos os componentes
asteroides Experimentos químicos presentes no
a bordo asteroide principal
Experimento Experimento
de astrobiologia de plasma
para verificar a para detectar e analisar, no
resistência de ambiente espacial, esse
micro-organismos às estado da matéria, em que
condições espaciais núcleos e elétrons se
encontram dissociados
pois, a japonesa Hayabusa enviou imagens e coletou ma- Tarefa bem difícil Desenvolver um veículo espa-
terial do asteroide Itokawa; iii) lançada em 2007, a sonda cial confiável capaz de navegar grandes distâncias no
Dawn, da Nasa (agência espacial norte-americana), espaço exterior e chegar a seu destino em condições
visitou o asteroide Vesta em 2012. funcionais adequadas para cumprir sua missão é tare-
No entanto, a Áster – igualmente uma missão de es- fa muito difícil. Requer tecnologia avançada e madura,
paço profundo – será a primeira a ter como alvo um sis- aprimorada ao longo de experiências bem e malsucedidas.
tema triplo. E, diferentemente do Eros, Itokawa e Vesta, Mesmo o domínio dessa tecnologia não é garantia de su-
o 2001-SN263 tem características de um meteorito cesso. Isso porque a sonda precisa operar por anos em am-
primitivo – portanto, pode conter material orgânico, tema biente extremamente hostil, sujeita a variações bruscas de
sempre relevante para o estudo da vida. temperatura, aceleração e à presença de radiações cósmicas. >>>
FOTO LAP/INPE
Domínio da tecnologia Um dos objetivos da
missão Áster é permitir ao Brasil o domínio comple- O Brasil já desenvolve propulsores
iônicos. Em especial, estão em estado
to ou parcial das tecnologias empregadas em uma ini-
avançado dois deles, o PION e o PPT,
ciativa complexa como essa. Para tanto, em vez de se no Instituto Nacional de Pesquisas
partir do zero, o veículo espacial a ser usado na mis- Espaciais (Inpe). Outro, o Phall, está sob
são será uma adaptação de sonda espacial desenvolvi- responsabilidade da Universidade de
da pelo Instituto de Pesquisas Espaciais da Rússia (IKI). Brasília. Os três serão adaptados para a
missão Áster.
A sonda russa será modificada para receber, de for-
ma aprimorada, sistemas, equipamentos e componentes
que o Brasil desenvolveu na área espacial. Esse conhe-
cimento será absorvido pela indústria nacional, permi-
tindo a ela inovar seus produtos – estejam eles ligados tenso e curto, faz com que a sonda ganhe energia e alte-
ou não ao setor espacial –, bem como a capacitando pa- re sua trajetória. A partir daí, o sistema de propulsão
ra competir no mercado internacional de alta tecnologia. só é acionado para corrigir a rota.
A plataforma Áster será montada e testada no O problema desse método tradicional é que ele pre-
Brasil, a partir de projetos desenvolvidos em cola- cisa de grande quantidade de combustível, que chega
boração com especialistas brasileiros e russos. Dessa a responder por metade da massa de uma sonda.
estratégia, nascerá um veículo espacial altamente con-
fiável, capaz de cumprir sua missão de exploração. Movido a íons Há, contudo, outra solução. E mais
eficiente: o uso da propulsão iônica, estratégia revo-
Saindo da Terra Para chegar a seu destino, a son- lucionária por usar quantidade de combustível cerca
da espacial precisa inicialmente do auxílio de um fo- de 10 vezes menor que a tradicional – no caso da Áster,
guete que a coloque em órbita da Terra. O foguete fun- serão apenas 66 kg de massa de combustível.
ciona com base em reação química que gera impul- O princípio da propulsão iônica tem por base um gás
so suficiente para superar a força da gravidade e assim que sofre ionização (processo que retira elétrons de
pôr a sonda em sua órbita inicial. seus núcleos). Nessa situação, os núcleos, dotados de
A partir dessa órbita, é preciso mais propulsão para carga elétrica, ganham impulsão ao passarem por um
tirar a nave das proximidades da Terra e conduzi-la campo elétrico intenso e, agora acelerados, são lança-
na direção de seu destino. Novamente, o método tradi- dos para fora da nave, propulsionando-a.
cional de propulsão é o químico, que, com impulso in- Diferentemente do método tradicional, esse impul-
so tem valor muito baixo. Porém, ele pode ser aciona-
do por intervalos de tempo muito maiores ou até
mesmo permanecer ligado ao longo de toda a viagem
Partida 02/2018_deixa a
vizinhança da Terra, para
entrar em órbita do Sol
Chegada 06/2019_entra em
órbita do sistema 2001 SN263
Partida
Lançamento
10/2017
IMAGEM CEDIDO PELOS AUTORES
Chegada
Mercúrio
Vênus
Terra
2001-SN263
Marte
A informação coletada permitirá: i) entender a ori- assim como capacitar instrutores e professores para mi-
gem e evolução do sistema solar – e, possivelmente, até nistrá-los de forma adequada. Material de divulgação se-
a origem de vida na Terra; ii) desenvolver estratégias rá periodicamente produzido e distribuído para a mídia.
de mitigação de riscos para proteger nosso planeta de Essas iniciativas também terão como objetivo des-
possíveis impactos de asteroides. pertar vocações e inspirar o desejo de empreender carrei-
Sendo os asteroides fontes de materiais e elementos ras científicas e tecnológicas. Enfim, será possível apre-
raros, o maior entendimento da evolução e dinâmica des- sentar à sociedade brasileira argumentos sólidos e coe-
ses corpos poderá bem abrir caminho para uma nova e rentes que mostrem a relevância da ciência e tecnolo-
desafiadora atividade industrial: a mineração espacial. gia, bem como de seus desdobramentos, para o desen-
volvimento do país.
Para a sociedade A missão Áster é projeto multi-
-institucional (ver ‘Missão reúne universidades, institutos
e museu’). Associadas a ela, haverá iniciativas educacionais
e de divulgação, para levar ciência às escolas e ao público Sugestões para leitura
em geral. Será possível, por exemplo, acompanhar os des-
dobramentos da missão, compreender o que está sendo WINTER, O. C.; PRADO, A. F. B. A. A Conquista do espaço: do Sputnik à
feito em cada fase e entender a relevância dos resultados. Missão Centenário. São Paulo: Editora Livraria da Física (2007).
Pretende-se produzir cursos relacionados à ciência e à Disponível em www.feg.unesp.br/~orbital/sputnik/sputnik.html
tecnologia da missão, direcionados a diversas audiências,