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Apresentação:
Este guia foi elaborado tendo em vista a falta de tempo que envolve o cotidiano das pessoas.
Assim, trata-se de uma pequena apresentação com informações importantíssimas para que deseja se
tornar perito ambiental.
A leitura é rápida, e pode ser realizada em poucos minutos, naquele tempo que sobra após
uma refeição, no táxi ou em uma viagem curta. Aproveite!
Introdução:
Quando falamos no termo “perito” automaticamente somos obrigados a saber o que é
“perícia”. A imagem que o primeiro termo nos passa é de uma pessoa com conhecimentos
específicos e sólidos sobre uma determinada área.
De fato, um perito é alguém que possuí conhecimento sobre determinada área ou assunto
capaz de, por meio de sua análise objetiva, emitir informações técnicas em resposta a
questionamentos que lhe são apresentados.
Constantemente vemos em filmes e seriados os peritos criminais em atuação. Na verdade
são profissionais com conhecimento profundo e específico de uma determinada área que atuam
junto aos departamentos policiais de investigação visando obter informações esclarecedoras sobre
fatos ocorridos. Tais profissionais possuem formações diversas, uma vez que as questões a serem
respondidas e investigadas variam muito.
Desta forma, a perícia pode ser exercida por profissionais com, no mínimo, curso superior
completo nas mais diversas áreas, como meio ambiente, engenharia, medicina do trabalho,
imobiliária, odontologia, informática, segurança da informação, criptografia, química, agronomia,
biologia, arquitetura, dentre outras.
A perícia ambiental:
Com o avanço da degradação ambiental a sociedade se viu frente ao dever de buscar
reprimir lesões à natureza. Desta forma, o Brasil, acompanhando tendências mundiais e também em
algumas áreas de forma pioneira, idealizou seu sistema legal ambiental, ou seja, implementou leis e
normas infralegais visando a proteção da qualidade ambiental para as presentes e futuras gerações.
Dois dos principais pontos focados pela legislação ambiental brasileira são o impacto
ambiental negativo e o dano ambiental, praticamente sinônimos.
Sobre ambos assuntos a legislação dedica boa parte de si, visando não somente determinar o
que são, mas também estabelecendo ferramentas preventivas e a responsabilização nas áreas
administrativa, civil e penal de quem, pessoa física ou jurídica, cause impacto negativo ou danos
meio ambiente.
A violação legal e a consequente atuação do Estado por meio de órgãos administrativos,
como o Ibama, e judiciais fazem com que seja necessária comprovação de diversos aspectos ligados
ao dano ambiental provocado ou de temas relacionados, surgindo assim a necessidade da
contratação de peritos para atuarem junto ao processo:
A título exemplificativo, apresentamos 2 exemplos da atuação de um perito ambiental:
Exemplo 1:
A empresa X está sendo processada judicialmente por, segundo o
Ministério Público, ter causado a poluição de um lago através da emissão de
resíduos químicos no corpo aquático, causando a mortandade de peixes e a
inutilização da água, utilizada por alguns moradores de seu entorno.
Como o juiz, responsável pela sentença, não possuí qualquer
conhecimento técnico em biologia ou química, por exemplo, será necessária
a comprovação das alegações.
Neste sentido, serão necessárias perícias ambientais para se
determinar diversos pontos essenciais ao processo, como:
• Qual o tipo de vida animal existente no local?
• Quais os resíduos químicos encontrados no local?
• Qual a relação entre os resíduos e a mortandade de peixes?
• Qual a qualidade da água? É viável ao consumo? Se não,
• Quais as medidas necessárias à recuperação da qualidade da água e
do equilíbrio da vida no local? Etc.
Exemplo 2:
Uma determinada empresa tem uma instalação situada nas
proximidades de uma área de proteção ambiental ou de um rio. Em
determinado momento um tanque de armazenamento de resíduos químicos
rompe liberando todo seu conteúdo em meio à natureza.
Em sede judicial, diversas questões deverão ser elucidadas, como:
• A estrutura que rompeu estava dentro dos padrões de construção ou
havia sido construída abaixo das exigências mínimas de segurança
estrutural?
• Estruturalmente o rompimento era previsível? Se sim, podia ser
evitado?
• O material utilizado na construção do tanque eram compatível com
os necessários a cumprir sua função de armazenamento de forma segura?
• Qual a composição dos resíduos liberados?
• Quais os impactos sobre a fauna, flora e elementos abióticos?
• Quais as práticas consideradas urgentes para a contenção dos
danos?
• Quais as práticas para a recuperação da área impactada? Etc.
São infinitos os exemplos que podem ser dados para a utilidade e necessidade da realização
de perícias em processos ambientais.
Os profissionais são os mais variados, das diversas áreas como engenharia (civil, ambiental,
florestal, química, agronômica, etc), biologia, arquitetura, gestão ambiental, geologia, dentre outras.
Algumas vantagens em se trabalhar com perícia ambiental são a flexibilidade de horários
para a execução de tarefas, a possibilidade de atuar em outra profissão de forma conjunta, prazos de
entrega de laudos relativamente largos e cunho solitário da atividade, que não admite pressões sobre
o trabalho do perito – características estas pouco encontradas em outros segmentos.
Embora seja um ramo interessantíssimo de atuação do ponto de vista financeiro a atividade
de perícia ambiental judicial é pouco conhecida e menos ainda divulgada entre profissionais,
fazendo com que haja certa escassez no mercado.
1. Formação superior:
É necessário que o profissional tenha formação superior. A graduação é requisito mínimo
para se atuar como perito, podendo o indivíduo ter outros cursos de pós-graduação, atualização,
cursos livres, etc, visando a complementação de seus conhecimentos e sua especialização na área
em questão.
Para se tornar um perito do juízo, o profissional deverá fazer visita as Varas dos Tribunais, e
conversar pessoalmente com o Diretor da Vara ou com o Juiz, e dizer no que poderá ajudar, mostrar
suas qualificações, entregar seu curriculum atualizado, cartão de visita, e que tipo de laudo poderá
fazer para orientar o magistrado nos processos.