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Marlon Aurélio Tapajós Araújo

Advogado
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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR
PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL
FEDERAL DA 1ª REGIÃO

Processo n° 1002560-37.2018.4.01.3900
Demandante: TAYANA NOGUEIRA OHANA
Demandado(s): CAIXA ECONÔMICA FEDERAL
e ADOLFO GERALDO FERREIRA CRISTO

TAYANA NOGUEIRA OHANA , brasileira, divorciada, arquiteta, portadora


do RG nº 3052242-SSP/PA e do CPF nº 598.959.852-15, residente e domiciliada à Av.
Manoel Barata nº 1254, Bloco B, apt. 101, CEP: 66053-320, Belém/PA, por meio de
seu advogado ao fim assinado (mandato anexo), nos autos de AÇÃO ANULATÓRIA DE
ATOS JURÍDICOS (CONTRATO, CONSOLIDAÇÃO DA PROPRIEDADE EM NOME DA
CAIXA ECONÔMICA FEDERAL E LEILÃO EXTRAJUDICIAL) DO IMÓVEL QUE
OCUPA, APARELHADA COM PEDIDO DE TUTELA PROVISÓRIA DE MANUTENÇÃO
DE POSSE em face da CAIXA ECONÔMICA FEDERAL e de ADOLFO GERALDO
FERREIRA CRISTO, ajuizada pela ora agravante, vem, perante V.Exa.,
tempestivamente, irresignado com a respeitável decisão interlocutória que indeferiu
pedido de liminar formulado na demanda, interpor

AGRAVO DE INSTRUMENTO COM EXPRESSO PEDIDO DE


ANTECIPAÇÃO DE TUTELA RECURSAL

Rua Municipalidade, nº 985, Edifício Mirai Offices, Salas 1304 e 1305, Bairro Umarizal, CEP 66.050-350, Belém, Pará, Brasil.
advmarlon@gmail.com . (91) 98877-9340 / 98972-3898

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com supedâneo nos artigos 1.015, I, 2ª figura, do CPC, do CPC/2015, interpor, pelos
fundamentos fáticos e jurídicos constantes das razões anexas.
O feito em primeiro grau tramita no PJe e este agravo também
tramitará, de modo que incide ao caso o disposto na primeira parte do § 5º do art.
1.017 do CPC: “Sendo eletrônicos os autos do processo, dispensam-se as peças
referidas nos incisos I e II do caput [do art. 1.1017]”.
Em obediência ao disposto no art. 1.016, IV, do CPC, são indicados os
nomes e endereços dos procuradores do Agravante e do Agravado, respectivamente:

a) Pela Agravante, MARLON AURÉLIO TAPAJÓS ARAÚJO,


advogado, OAB/PA nº 12.183, Rua Municipalidade, nº 985, Edifício
Mirai Offices, Salas 1304 e 1305, Bairro Umarizal, CEP 66.050-350,
Belém, Pará, Brasil, endereço eletrônico: advmarlon@gmail.com .
(91) 98877-9340 / 98972-3898;
b) pelo Agravado ADOLFO GERALDO FERREIRA CRISTO,
JULIO CESAR TELES NETO, advogado, OAB 9.259, endereço
profissional à travessa primeiro de maio, nº 96, sala 408, entre Gaspar
Vianna e Santo Antônio, Bairro Campina, CEP 66.010-080, Belém,
Pará;
c) pelo Agravado CAIXA ECONÔMICA FEDERAL, Advogada
OLÍVIA ALMEIDA SAMPAIO, OAB/PA 11.116, Setor Bancário
Sul, quadra 4, lotes 3/4, em Brasília, Distrito Federal e Jurídico
Regional Belém/PA na Avenida José Malcher, n. 2725 4º Andar, bairro
São Brás, Belém/PA, CEP 66090-100.

Diante do exposto, requer a agravante a V.Exa. que receba e distribua este


recurso, a fim de que seja concedida TUTELA ANTECIPADA RECURSAL,
procedendo-se com o regular processamento do mesmo na modalidade de instrumento,
devendo, ao final, ser provido, determinando-se a cassação definitiva da decisão ora
recorrida.

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Termos em que,
Pede deferimento.
Belém, 19 de setembro de 2018.

MARLON AURÉLIO TAPAJÓS ARAÚJO


OAB/PA Nº 12.183

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EGRÉGIA TURMA DO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 1ª REGIÃO

AGRAVO DE INSTRUMENTO
AGRAVANTE: TAYANA NOGUEIRA OHANA
AGRAVADOS: CAIXA ECONÔMICA FEDERAL
e ADOLFO GERALDO FERREIRA CRISTO

RAZÕES DO AGRAVANTE

NOBRES JULGADORES,

I – DO CENÁRIO PROCESSUAL SOB O QUAL SE INTERPÕE


O PRESENTE RECURSO

1 . O pedido de tutela provisória formulado pela ora agravante foi


respondido pelo juízo, quanto ao fundamento da irregularidade da solicitação de
execução de dívida realizada por meio do Cartório de Registro de Imóveis - 1º Ofício de
Belém, da seguinte maneira:
“(…)
A matéria em discussão diz respeito a suposta falta de intimação
dos demandantes acerca das datas marcadas para os leilões
públicos, bem como da ausência de remessa dos respectivos avisos
de cobrança.
Acontece que não foi juntado aos autos o procedimento de
execução extrajudicial que tramitou perante o Cartório de
Registro de Imóveis, ônus que competia à parte demandante.
Pelo que se apurou, em exame perfunctório, não há elementos a
evidenciar a probabilidade do direito afirmado, diante da
inexistência de comprovação da preterição das formalidades legais
previstas para assegurar a regular intimação dos mutuários,
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conforme sistemática prevista na Lei 9514/97, com as alterações
implementadas pela Lei 13.465/2017.
(...)”
2 . A petição inicial é um todo lógico. Foi a própria agravante, nos itens
11 e 15 da exordial, quem suscitou a ausência da referida documentação, e formulou
expresso pedido no sentido de que a detentora de tais documentos fizesse a exibição
dos mesmos (item 20, letra “f” da exordial).
3 . Para rejeitar o pedido de tutela provisória, a decisão agravada valeu-
se justamente de ausência documental que se pediu fosse colmatada pelos requeridos,
por determinação do juízo de piso, no âmbito de pedido de exibição documental.
4 . As defesas apresentadas apenas reforçaram a tese autoral, pois
detiveram-se em aspectos outros da questão, fugindo da alegação central da petição
inicial: a solicitação de execução de dívida ao cartório se fez sem a apresentação da
documentação exigida por lei. Logo, é nula.
5 . Eis a súmula fática na qual se baseia o presente recurso.
6 . Não pode prevalecer, data venia, decisão deste jaez, pelas razões
que se passa a expor.

II. DA ADMISSIBILIDADE DO RECURSO

7 . Tempestividade – A agravante foi intimada da decisão objeto deste


recurso no dia 9.8.2018, contra ela interpôs embargos de declaração em 17.8.2018.
Desse modo, interrompeu-se o prazo para este recurso de agravo de instrumento. Em
30.08.2018, a ora agravante desistiu de seu recurso de ED, visto que o juízo de primeiro
grau, mesmo alertado sobre a urgência do casos, não obedeceu ao prazo fixado no
disposto no §2º do art. 1.023, tampouco ao prazo consignado no art. 1.024. Desistindo
nesta data do recurso de ED, o dia 30.08.2018 configura o termo inicial da contagem do
prazo de 15 (quinze) para a interposição deste agravo de instrumento, a gerar como

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termo final para a apresentação desta peça o dia 21.09.2018 (sexta-feira), a
satisfazer este pressuposto de admissibilidade.
8 . Procurador habilitado – Consta dos autos mandato ao signatário
deste recurso para atuar em favor da agravante, onde se demonstra o cumprimento do
pressuposto em análise.
9 . Preparo – A recorrente litiga sob o pálio da justiça gratuita,
conforme deferimento na própria decisão recorrida, e que alcance o preparo, conforme
incisos I e III do art. 98 do CPC 1. O porte de remessa e de retorno é incabível na espécie
(ambos os feitos, originário e recursal, tramitam em autos eletrônicos: §3º do art. 1.007,
do CPC).
10 . Cabimento – O recurso adequado para combater a decisão
interlocutória que defere tutela provisória é o agravo de instrumento (art. 1.015, I, do
CPC). “Esse entendimento se sustenta no fato de que, dada a urgência dessas
medidas e os sensíveis efeitos produzidos na esfera de direitos e interesses das

partes, não haveria interesse em aguardar o julgamento da apelação. ” (STJ, RMS

nº 31.445, Relatora Ministra Nancy Andrighi).

III . DAS RAZÕES DO PEDIDO DE REFORMA DA DECISÃO.

11 . A decisão ora agravada, mesmo sob o alerta da petição inicial


acerca das circunstâncias probatórias que envolvem o objeto do processo, que levaram
a parte recorrente a formular pedido de exibição de documentos, estes sob a guarda da
recorrida CEF, indeferiu o pedido de tutela provisória, ao fundamento da falta de
documentos, precisamente os requeridos no pedido de exibição.
É muito provável, Excelências, que tais documentos (dois avisos de
cobrança prévios à solicitação de execução ao Cartório) sequer existam, pois a verdade

1
Art. 98. A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com insuficiência de recursos para pagar as
custas, as despesas processuais e os honorários advocatícios tem direito à gratuidade da justiça, na forma da lei. §
1º - A gratuidade da justiça compreende: I - as taxas ou as custas judiciais; (…) III - as despesas com
publicação na imprensa oficial, dispensando-se a publicação em outros meios; (…).
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é que nunca chegaram à requerente, ora agravante, em razão da violação que a CEF,
ora agravadas, impôs aos direitos de defesa da recorrente. A não apresentação de tais
documentos, que já não vieram com a defesa apresentada pela CEF, implicará as
consequências previstas no art. 400 do CPC.
6 . Imputar à demandante, ora recorrente, ônus probatório que excede à
sua capacidade de cumprimento, viola todas as regras de direito probatório, instituídas
pela Constituição e pelo CPC, especialmente quando resulta claro que a agravante não
poderia ter acesso à documentação que nunca recebeu (avisos de cobrança),
precisamente a causa de pedir remota neste feito – tal exigência implica imposição de
produção de prova de fato negativo, vedada pela lei, a doutrinariamente conhecida
diabolica probatio.
Não bastasse isso, a jurisprudência do STJ já assinalou que o agente
fiduciário não está obrigado a apresentar ao devedor fiduciante, cópias dos avisos de
cobrança exigidos pela lei, uma vez que tal apresentação somente é obrigatória ao
Oficial Titular do Cartório onde a execução extrajudicial será requerida e se processará –
mais uma patente inconstitucionalidade do processo de execução extrajudicial… :

RECURSO ESPECIAL Nº 1.204.455 - RS (2008/0113232-8)


RELATOR : MINISTRO RAUL ARAÚJO
RECORRENTE : MILTON MESQUITA EILERT
ADVOGADO : GUSTAVO BERNARDI E OUTRO(S) - RS044154
RECORRIDO : CAIXA ECONÔMICA FEDERAL
ADVOGADOS : CLÓVIS KONFLANZ E OUTRO(S) - RS022871
SERGIO LUIZ GUIMARÃES FARIAS E OUTRO(S) - DF008540
DECISÃO
Trata-se de recurso especial interposto por MILTON MESQUITA
EILERT com fundamento no art. 105, III, alíneas "a" e "c", da
Constituição Federal, contra acórdão proferido pelo Tribunal de
Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, assim ementado:

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"EXECUÇÃO EXTRAJUDICIAL CONTRATO SFH. EXECUÇÃO
EXTRAJUDICIAL. NULIDADE DO PROCEDIMENTO.
Não há exigência de que o mutuário seja intimado pessoalmente
da realização do leilão, pois o referido art. 32 prevê que, deixando
o devedor de purgar a mora no prazo de vinte dias (art. 31, § lº),
tão-pouco que conste os valores do débito nos avisos." (e-STJ, fl.
210)
Nas razões do recurso especial, o recorrente alega, além de
divergência jurisprudencial, violação aos arts. 31, II, IV e § 1º, do
DL 70/66, 2º, IV, e 3º, § 1º, da Lei nº 5.741/71, art. 26, §§ 1º, 2º e 3º,
da Lei nº 9.514/97 e Súmula 199 do STJ. Sustenta o irregular
processamento da execução extrajudicial, uma vez que "é
imperativo que o procedimento extrajudicial contenha dois avisos
de cobrança e intimação pessoal dos leilões (praceamentos) do
imóvel que serve de moradia de sua família e, por fim,
acompanhado do demonstrativo discriminado e atualizado do
débito" (e-STJ, fl. 218).
Aduz que não houve exercício de defesa por não ter tomado
conhecimento da execução.
É o relatório. Passo a decidir.
(...)
No que diz respeito à execução extrajudicial, o Tribunal estadual
entendeu pelo seu regular processamento, tendo consignado ter
havido duas intimações para purgar a mora, enviadas para o
imóvel objeto da expropriação, e a regular notificação editalícia,
decidindo nos seguintes termos:
"O procedimento estabelecido pelo decreto-lei nº 70/66 para
execução extrajudicial do imóvel financiado exige o cumprimento
de todas as garantias conferidas ao mutuário, especialmente
quanto à prerrogativa de ser notificado pessoalmente para o

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exercício de seu direito de purgar a mora e a publicação de editais
de leilão, consoante dispõe os arts. 31 e 32, in verbis:
"Art. 31. Vencida e não paga a dívida hipotecária, no todo ou em
parte, o credor que houver preferido executá-la de acordo este
decreto-lei formalizará ao agente fiduciário a solicitação de
execução da dívida, instruindo-a com os seguintes documentos
(Redação dada pela Lei nº 8.004, de 14.3.1990):
I - o título da dívida devidamente registrado; (Inciso incluído pela
Lei nº 8.004, de 14.3.1990)
II - a indicação discriminada do valor das prestações e encargos
não pagos; (Inciso incluído pela Lei nº 8.004, de 14.3.1990)
III - o demonstrativo do saldo devedor discriminando as parcelas
relativas a principal, juros, multa e outros encargos contratuais e
legais; e (Inciso incluído pela Lei nº 8.004, de 14.3.1990)
IV - cópia dos avisos reclamando pagamento da dívida, expedidos
segundo instruções regulamentares relativas ao SFH. (Inciso
incluído
pela Lei nº 8.004, de 14.3.1990)
§ 1º Recebida a solicitação da execução da dívida, o agente
fiduciário, nos dez dias subsequentes, promoverá a notificação do
devedor, por intermédio de Cartório de Títulos e Documentos,
concedendo-lhe o prazo de vinte dias para a purgação da mora.
(Redação dada pela Lei nº 8.004, de 14.3.1990)
§ 2º Quando o devedor se encontrar em lugar incerto ou não
sabido, o oficial certificará o fato, cabendo, então, ao agente
fiduciário promover a notificação por edital, publicado por três
dias, pelo menos, em um dos jornais de maior circulação local, ou
noutro de comarca de fácil acesso, se no local não houver
imprensa diária. (Redação dada pela Lei nº 8.004, de 14.3.1990)
Art 32. Não acudindo o devedor à purgação do débito, o agente
fiduciário estará de pleno direito autorizado a publicar editais e a
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efetuar no decurso dos 15 (quinze) dias imediatos, o primeiro
público leilão do imóvel hipotecado."
É desnecessário, todavia, que a notificação
extrajudicial seja acompanhada da documentação
inserta nos incisos I a IV do referido artigo 31, pois
de acordo com o caput do referido dispositivo, tais
documentos integram somente a solicitação do
agente financeiro ao agente fiduciário para que
inicie os procedimentos para a execução da dívida, e
não a notificação do mutuário para purgação da
mora.
(…)
Brasília, 21 de setembro de 2016.
MINISTRO RAUL ARAÚJO
Relator
(Ministro RAUL ARAÚJO, 05/10/2016)

7 . Reparem, Excelências: constam dos autos tudo quanto foi remetido


à recorrente (notificação expedida pelo Cartório, a pedido da CEF e demonstrativo de
dívida). No entanto, tal documentação não estava acompanhada dos referidos avisos de
cobrança e que jamais foram anteriormente recebidos pela ora agravante, motivo pelo
foi requerida explicitamente a exibição de tal documentação (avisos de cobrança).
Somente a comprovação de expedição de tais avisos, com o respectivo
recibo pela ora demandante, pode atestar a regularidade do procedimento de execução
extrajudicial imobiliária, e tal documentação está sob o poder da CEF, que, de acordo
com o STJ, não está obrigada a fornecer qualquer informação ao devedor fiduciário
nesse sentido. Logo, somente o Judiciário pode obrigar a CEF a exibi-los, o que se
requer desde logo.

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8 . Logo, o acolhimento do pedido de exibição é medida que se impõe,
a fim de se fazer o exame do pedido de tutela provisória, estando tal requerimento
abrigado pelo que disposto no §1º do art. 373 do CPC:
“§1º (...) diante de peculiaridades da causa relacionadas à
impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o
encargo nos termos do caput ou à maior facilidade de
obtenção da prova do fato contrário, poderá o juiz atribuir o
ônus da prova de modo diverso, desde que o faça por decisão
fundamentada, caso em que deverá dar à parte a oportunidade de

se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído.”

9 . Logo, necessária se faz a análise do pedido de exibição,


expressamente formulado.
10 . Acolhido tal pedido de exibição dos avisos, a CEF por certo não os
apresentará – como não os apresentou ao Juízo de origem em sua defesa, fazendo
alegações que não enfrentaram esse fato, tornando-o incontroverso -, de modo que
restará configurada a nulidade do processo extrajudicial de execução, tornando nulos
todos os atos que lhe são subsequentes e a ela (execução extrajudicial) estão ligados
por vínculo de juridicidade, tais como a consolidação da propriedade em nome da CEF,
o Leilão em que o bem foi transferido ao outro agravado, Adolfo Geraldo e o contrato
celebrado entre este e a CEF.
11 . Tal situação é geradora de angústia incontornável à requerente,
Excelência, pois a qualquer momento pode ver-se diante de mandado de reintegração
de posse, em ação manejada pelo réu Adolfo Geraldo – conforme já noticiado ao juízo
de primeiro grau-, mesmo estando ciente de que o rito eleito pela legislação brasileira
para a execução extrajudicial imobiliária em momento algum foi obedecido, nem na fase
dos avisos de cobrança, tampouco na fase do Leilão que transferiu a propriedade da
primeira ré ao segundo réu.

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4. PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DE TUTELA RECURSAL.
PRESENÇA DOS REQUISITOS PARA SUA CONCESSÃO
(CPC, ART. 1.019, I, 2ª FIGURA)

Os artigos citados em epígrafe têm a seguinte redação:

Art. 1.019. Recebido o agravo de instrumento no tribunal e distribuído


imediatamente, se não for o caso de aplicação do art. 932, incisos III e IV, o relator,
no prazo de 5 (cinco) dias:
I - poderá atribuir efeito suspensivo ao recurso ou deferir, em antecipação de
tutela, total ou parcialmente, a pretensão recursal, comunicando ao juiz sua
decisão;

Aqui, devem estar preenchidos os requisitos do caput art. 300 do CPC:


“A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a
probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.”.
Além deste fundamento, apresentadas as defesas pelos dois agravados,
dessume-se facilmente, Excelências, o abuso no exercício do direito de defesa, com
manifesto propósito protelatório, pois nenhum dos agravados foi capaz de afastar o
fato alegado pela agravante: a nulidade do processo de execução extrajudicial em
função de ausência de documentação que a lei exige como indispensável ao rito.
Forte nessas considerações, requer-se a concessão da tutela provisória
antecipada recursal.

5-CONCLUSÃO

Por todo o exposto, requer a agravante que essa Colenda Corte:

I - Inicialmente receba o presente agravo de instrumento, tendo em vista seu


cabimento;

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II - que seja concedida, desde logo, a antecipação de tutela recursal (CPC,
art. 1.019, I, 2ª figura, do CPC), para o fim de suspender os efeitos de quaisquer atos
decorrentes da execução extrajudicial nula envidada pela CEF em face da recorrente,
em especial, o leilão e a transferência do domínio do bem imóvel ao recorrido Adolfo
Geraldo Ferreira Cristo, averbando-se tal decisão na matrícula do bem imóvel, nos
termos do art. 167, II, “12”, da Lei Federal nº 6.015/1976, Lei de Registros Públicos;
III - Que seja o mesmo conhecido, uma vez que preenchidos os
pressupostos recursais para tanto;
IV - E ao final, requer que seja o presente recurso levado a julgamento
perante o Órgão Colegiado competente, anulando-se a decisão agravada no capítulo
recorrido, e em seu lugar seja confirmada a decisão de tutela antecipada recursal, ou,
caso indeferida esta, sejam suspensos os efeitos de quaisquer atos decorrentes da
execução extrajudicial nula envidada pela CEF em face da recorrente, em especial, o
leilão e a transferência do domínio do bem imóvel ao recorrido Adolfo Geraldo
Ferreira Cristo, averbando-se tal decisão na matrícula do bem imóvel, nos termos do
art. 167, II, “12”, da Lei Federal nº 6.015/1976, Lei de Registros Públicos nos termos
da jurisprudência, da Lei e da doutrina.
Termos em que,
Pede Deferimento.
Belém, 21 de setembro de 2018.

MARLON AURÉLIO TAPAJÓS ARAÚJO


OAB/PA 12.183

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