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Julho de 2018
5.1 HIPÓTESES
adjacente.
hipótese de manutenção da forma plana da seção transversal até o ELU, desde que
linha neutra.
USP – EESC – Departamento de Engenharia de Estruturas Flexão simples na ruína: equações
A ABNT NBR 6118:2014 permite, para efeito de cálculo, que se trabalhe com um
diagrama retangular equivalente (Figura 5.1), ou seja, para os dois diagramas, devem
ser próximos os respectivos valores da resultante de compressão e da distância de
seu ponto de aplicação até a linha neutra.
σcd
x
c2
λ = 0,8
σcd = αc .fcd , no caso da largura da seção, medida paralelamente à linha neutra, não
diminuir a partir desta para a borda comprimida (Figura 5.2);
5.2
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LN
Figura 5.2 – Seções nas quais a largura não diminui da LN até a borda comprimida.
σcd = 0,9.αc .fcd , no caso da largura da seção, medida paralelamente à linha neutra,
diminuir a partir desta para a borda comprimida (Figura 5.3);
LN
Figura 5.3 – Seções nas quais a largura diminui da LN até a borda comprimida.
αc = 0,85
5.3
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Na flexão, como a tração é resistida pela armadura, a posição da linha neutra deve
estar entre zero e d (domínios 2, 3 e 4), já que para x < 0 (domínio 1) a seção está
toda tracionada, e para x > d (domínio 4a e 5) a seção útil está toda comprimida. Os
3
yc2 = h
7
y c2
cu - c2 h
cu
5.4
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5.3.1 Domínio 2
até εcu (Figura 5.5). Logo, o concreto não trabalha com sua capacidade máxima e,
portanto, é mal aproveitado. A posição da linha neutra varia de zero a x23 (limite
entre os domínios 2 e 3). Tomando-se a posição relativa da linha neutra (x) como
sendo x/d, tem-se que esta varia de zero a x23 (0< x < x23), sendo:
cu
βx23 =
cu + 1%
5.3.2 Domínio 3
No domínio 3, a ruína ocorre por ruptura do concreto com deformação máxima cu.
Na armadura tracionada, a deformação varia de yd até 1%, ou seja, o aço está em
É a situação ideal de projeto, pois os dois materiais são bem aproveitados. Ocorre
posição da linha neutra varia de x23 a x34, ou seja, a posição relativa da linha neutra
5.5
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cu
βx34 =
cu + yd
fyd
yd =
Es
5.3.3 Domínio 4
com deformação cu. Porém, o aço apresenta deformação abaixo de yd e, portanto,
A posição da linha neutra varia de x34 até d, ou seja, x34 < x < 1.
5.6
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uma ruptura brusca, ou seja, ocorre sem aviso. Entende-se por aviso de uma
O dimensionamento no domínio 4 deve ser evitado; para isso pode-se usar uma das
alternativas:
Aumentar a altura h, porque normalmente b é fixo, dependendo da
espessura da parede em que a viga é embutida;
Fixar um adequado valor de xlim no domínio 3, ou seja, x = xlim, e adotar
armadura dupla.
5.7
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As resultantes no concreto (Rc ), Figura 5.9, e nas armaduras (Rs e R's ) são dadas
por:
5.8
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Rc = bw ∙ y ∙ σcd (3)
Rs = As ∙ σs (4)
R's = A's ∙ σ's (5)
Como foi visto no item 5.2, para classes de concreto C20 a C50:
λ = 0,8
αc = 0,85
Rc = 0,68 bw x fcd
Multiplicando e dividindo o segundo membro por d, tem-se:
d
Rc = 0,68 b w x fcd
d
x
Fazendo β x = ,tem-se:
d
Rc = 0,68 bw d βx fcd
5.9
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0,8 x
Md = 0,68 b w d2 β x fcd 1 - +A s' σ s' (d - d')
2d
(9)
Para todas as situações de dimensionamento da Figura 5.8, podem ser escritas as
seguintes equações de compatibilidade de deformações:
εc εs ε s'
= =
x d-x x - d'
x d
Sendo β x = e multiplicando-se tudo por , obtém-se:
d d
εc εs ε s'
= =
βx 1 - βx β x - (d'/d)
(1 - β x )
εs = εc (11)
βx
β x - (d'/d)
ε 's = ε c (12)
βx
5.10
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5.5 EXEMPLOS
5.5.1 Exemplo 1
a) Dados
Concreto C25, aço CA-50, b = 30 cm, d’ = 4 cm, Mk = 206 kN.m, x= x23
𝜀𝑐 𝜀𝑐𝑢 3,5
𝛽𝑥23 = = = = 0,259
(𝜀𝑐 + 𝜀𝑠 ) (𝜀𝑐𝑢 + 10‰) (3,5 + 10)
2,5
1,4 ∙ 206 ∙ 100 = 0,68 ∙ 30 ∙ 𝑑 2 ∙ 0,259 ∙ ∙ (1 − 0,4 ∙ 0,259)
1,4
𝑑 = √3409,98
𝑑 = 58,4 𝑐𝑚
ℎ = 58,4 + 4 = 62,40
2,5 50
0,68 ∙ 30 ∙ 58,40 ∙ 0,259 ∙ − 𝐴𝑠 ∙ =0
1,4 1,15
𝐴𝑠 = 12,67 𝑐𝑚2 (4 20 mm)
5.5.2 Exemplo 2
Idem exemplo anterior com x = 0,45, segundo item 14.6.4.3 da NBR 6118:2014.
5.11
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2,5
1,4 ∙ 206 ∙ 100 = 0,68 ∙ 30 ∙ 𝑑 2 ∙ 0,45 ∙ ∙ (1 − 0,4 ∙ 0,45)
1,4
𝑑 = √2145,49
𝑑 = 46,32 𝑐𝑚
ℎ = 46,32 + 4 = 50,32 cm
2,5 50
0,68 ∙ 30 ∙ 46,32 ∙ 0,45 ∙ − 𝐴𝑠 ∙ =0
1,4 1,15
759,317 − 𝐴𝑠 ∙ 43,478 = 0
𝐴𝑠 = 17,46 𝑐𝑚2 (6 20 mm)
a) Cálculo de βx34
𝜀𝑐 𝜀𝑐𝑢 3,5
𝛽𝑥34 = = =
(𝜀𝑐 + 𝜀𝑠 ) (𝜀𝑐𝑢 + 𝜀𝑦𝑑 ) (3,5 + 𝜀𝑦𝑑 )
𝑓𝑦𝑑 50⁄1,15
𝜀𝑦𝑑 = = = 2,07 ‰
𝐸𝑠 21000
3,5 3,5
𝛽𝑥34 = = = 0,628
(3,5 + 𝜀𝑦𝑑 ) (3,5 + 2,07)
2,5
1,4 ∙ 206 ∙ 100 = 0,68 ∙ 30 ∙ 𝑑 2 ∙ 0,628 ∙ ∙ (1 − 0,4 ∙ 0,628)
1,4
𝑑 = √1683,56
𝑑 = 41 𝑐𝑚
ℎ = 41 + 4 = 45
2,5 50
0,68 ∙ 30 ∙ 41 ∙ 0,628 ∙ − 𝐴𝑠 ∙ =0
1,4 1,15
𝐴𝑠 = 21,57 𝑐𝑚2 (7 20 mm)
5.12
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5.5.3 Exemplo 3
a) Dados
b) Cálculo de x
Na equação (7a), supondo armadura simples:
No domínio 4 é possível armadura simples, mas com 𝜎𝑠𝑑 = 𝐸𝑠 ∙ 𝜀𝑠 , pois o aço ainda
não chegou no patamar de escoamento, diferentemente dos domínios 2 e 3 em que
𝜎𝑠𝑑 = 𝑓𝑦𝑑 . Pode-se observar isso na Figura 5.10.
S
DOMÍNIOS 2
4 3
f yd
TRAÇÃO
ES
yd 1% S
Figura 5.10 – Domínios de deformação
5.13
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c) Cálculo de s
Para o cálculo de 𝜀𝑠 , considera-se semelhança de triângulos:
𝜀𝑠 𝜀𝑐 𝜀𝑐 ∙ (1 − 𝛽𝑥 ) c =3,5
= 𝜀𝑠 =
𝑑−𝑥 𝑥 𝛽𝑥
3,5 ∙ (1 − 0,863)
𝜀𝑠 ∙ x = 𝜀𝑐 ∙ (d − x) 𝜀𝑠 =
0,863 x
𝜀𝑐 ∙ (d − x) d
𝜀𝑠 = 𝜀𝑠 = 0,556 ‰
x
d x
𝜀𝑐 ∙ ( − )
d d
s
𝜀𝑠 = x 𝜀𝑠 = 0,556 ∙ 10−3
d
d) Cálculo de s
𝜎𝑠 = 𝐸𝑠 ∙ 𝜀𝑠 = 21 ∙ 103 ∙ 0,556 ∙ 10−3 = 11,676 𝑘𝑁/𝑚2
f) Conclusão
Mesmo a seção estando no domínio 4, há solução com armadura simples, porém
resulta uma armadura exageradamente grande. Há solução viável com armadura
dupla.
5.5.4 Exemplo 4
5.14
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b) Conclusão
Não há solução para armadura simples. Neste caso só é possível armadura dupla
(exemplo 5).
5.5.5 Exemplo 5
a) Dados
c) Cálculo de As (equação 6)
0,68 ∙ 𝑏𝑤 ∙ 𝑑 ∙ 𝛽𝑥 ∙ 𝑓𝑐𝑑 + 𝐴´𝑠 ∙ 𝜎′𝑠 − 𝐴𝑠 ∙ 𝜎𝑠 = 0
2,5 50 50
0,68 ∙ 30 ∙ 41 ∙ 0,45 ∙ + 12,85 ∙ − 𝐴𝑠 ∙ =0
1,4 1,15 1,15
5.15
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d) Armaduras possíveis
QUESTIONÁRIO
REFERÊNCIA
5.17