A CIF como norteadora da

admissão, da inclusão e das indenizações trabalhistas

ICF as a guideline for admission, inclusion and labor indemnities

Resumo
Estamos diante da ferramenta mais completa já desenvolvida para tudo o que envolve a
avaliação, o controle, o diagnóstico, o estudo e o monitoramento da funcionalidade
humana. A CIF torna-se, atualmente, a ferramenta que direciona todas as ações relativas
ao tema, incluindo na Saúde do Trabalhador. Este artigo objetiva apresentar quesitos e
estruturas racionais baseadas na CIF para uso nos aspectos de inclusão no trabalho, de
exames admissionais, periódicos e demissionais. Além disso, também objetiva
apresentar formas para cálculo de indenizações trabalhistas, que hoje são muitas vezes
determinadas a partir de uma tabela de fácil uso, porém, limitada, sem origem bem
definida, sem referências técnicas e científicas: a tabela da SUSEP. Tendo sido
idealizada para traumas de grande impacto e não para qualquer tipo de indenização, há
uma tendência lógica de abandono dessa ferramenta e de substituição pela mesma
ferramenta da Família de Classificações Internacionais da Organização Mundial da
Saúde: a CIF.
Palavras-chave: Funcionalidade, Inclusão, Indenização

Abstract
We are faced with the most complete tool ever developed for everything that involves
the evaluation, control, diagnosis, study and monitoring of human functioning. ICF is
now the tool that directs all actions related to the topic, including in Workers' Health.
This article aims to present rational aspects and structures based on ICF for using in the
aspects of inclusion in the work, of admission exams, periodicals and resignations. In
addition, it also aims to present forms for the calculation of labor indemnities, which
today are often determined from an easy-to-use but limited table, without a well-defined
source, without technical and scientific references: the SUSEP table. It has been
idealized for trauma of great impact and not for any type of compensation. There is a
logical tendency to abandon this tool and to substitute for the same tool of the Family of
International Classifications of the World Health Organization: the ICF.
Keywords: Functioning, Inclusion, Indemnities

Eduardo Santana Cordeiro

Diretor do Grupo CIF Brasil
edusantana@usp.br

Revista Científica CIF Brasil. 2018; 10(1):12-20

Introdução
Cada vez mais a Classificação
Internacional de Funcionalidade,
Incapacidade e Saúde (CIF) tem se
tornado referência nos mais diversos
setores, especialmente em Saúde1. No
que tange a área de Saúde do
Trabalhador, o uso dessa ferramenta
também é reconhecidamente
importante, visto que o estado de
funcionalidade é algo que merece
avaliação, monitoramento e controle nas
mais diferentes frentes, desde o
processo de admissão até a percepção
de nexos causais, em casos de
adoecimento ou incapacidade para o
trabalho.
Em princípio, um processo de
contratação deve considerar todos os
quesitos necessários para execução das
atividades profissionais com segurança
e livres de problemas de desempenho.
Isso requer um cuidado detalhista a
respeito dos fatores ambientais que
envolvem os postos de trabalho.
Considerar o estado das funções e
estruturas do corpo no momento da
contratação é uma forma de garantir
segurança ao contratado. A descrição
das atividades do trabalho e dos fatores
ambientais aos quais o trabalhador será
submetido também são condições para
isso. A CIF é uma ferramenta que
descreve todos esses aspectos
corroborando para um diagnóstico mais
completo, que permita um
acompanhamento amplo dos
trabalhadores, inclusive nos exames
periódicos.
O respeito às normas vigentes,
bem como às convenções da
Organização Internacional do Trabalho,
são imprescindíveis para o sucesso das
relações trabalhistas. Outro ponto
importante está relacionado à uso da CIF vai estimular a cooperação a
Convenção n° 1592 (C159), que
pretende evitar que pessoas que
apresentem alterações em funções ou
estruturas do corpo tenham menos
oportunidades de crescimento
Revista Científica CIF Brasil. 2018; 10(1):12-20
profissional que outras. Embora a CIF
não seja uma classificação de pessoas,
ela é poderosa para auxiliar os
empregadores a não serem urgidos a
contratarem os profissionais aos quais a
C159 se refere por mera obrigação de
cumprimento de uma cota legal, mas
pela mesma motivação de qualquer
outra contratação: a funcionalidade (em
amplo espectro) de qualquer
trabalhador. Nesse sentido, a
classificação ajuda a determinar graus
de funcionalidade necessários para cada
posto e, ainda, fatores ambientais que
possam garantir um desempenho livre
de restrições. Em resumo, uma pessoa
com determinado problema de
mobilidade será contratada para um
posto de trabalho no qual tal domínio
não é exigido ou, caso seja exigido,
facilitadores ambientais garantirão o
pleno desempenho.
As indenizações representam
outro aspecto importante no âmbito do
acompanhamento do estado de
funcionalidade nas relações trabalhistas.
Por delimitar os conceitos de
desempenho e capacidade, a CIF
configura-se como uma excelente
ferramenta para a compreensão dos
nexos causais em casos de adoecimento
relacionado ao trabalho. Os conceitos
aproximam a capacidade com o estado
do corpo, em suas funções e estruturas,
e o desempenho com o meio, ou seja,
com os fatores ambientais, que incluem
tecnologias, ambiente natural,
relacionamentos, ambiente atitudinal,
social e político. Isso significa que a
CIF contém a complexidade necessária
para o estudo e entendimento dos
potenciais impactos das atividades
laborais no corpo, ou até mesmo para
afastar essa relação. De certa forma, o
despeito da competição, nas relações
entre empregadores e trabalhadores.
Assim, este artigo apresenta
formas de uso da CIF na admissão, na
inclusão e na indenização trabalhista.
Conceitos e definições preliminares
Para perfeito entendimento do
uso da CIF nas três vertentes propostas,
é necessário que algumas cláusulas
pétreas sejam estabelecidas. A primeira
delas é sobre a tradução dos termos
disability e impairment. A correta
tradução desses termos,
respectivamente, é incapacidade e
deficiência, sendo esta a forma que as
palavras aparecem na tradução do
documento oficial, padrão ouro, que é a
própria CIF3. Infelizmente, outros
documentos importantes e derivados da
CIF, como o World Report on
Disability4, tiveram os termos
traduzidos de forma inadequada:
“deficiência” para traduzir o antônimo
de funcionalidade e “impedimentos” pra
traduzir as mudanças fisiológicas ou
anatômicas. Isso tem prejudicado a
compreensão da incapacidade, da forma
que ela é: (1) uma experiência, (2) uma
situação comum a todas as pessoas. E
Figura 01 – Leitura do modelo biopsicossocial e espiritual publicado na CIF
Fonte: CIF – uma discussão sobre linearidade no modelo biopsicossocial5
A terceira advém do
entendimento de que o desempenho é a
matriz da informação gerada pela CIF e
este está na dependência dos fatores
ambientais. Portanto, os fatores
ambientais representam o ponto de
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também tem prejudicado o
entendimento do que a incapacidade
não é: um atributo ou uma característica
de uma pessoa.
A CIF ainda acrescenta que a
experiência da incapacidade é
dependente do ambiente, ou seja, uma
pessoa pode ser submetida à
incapacidade, mas não tê-la. É por isso
que a conjunção usada é with e não
within. A incapacidade não faz parte das
pessoas. É uma experiência imposta
pela interação do corpo com um
ambiente desprovido de facilitadores ou
repleto de barreiras. Uma pessoa com
deficiência visual completa pode ou não
viver situações de incapacidade. Isso
depende exclusivamente do meio.
Então, a segunda cláusula pétrea
é que a CIF deve ser usada para todas as
pessoas e não para os grupos
específicos criados para diferentes
finalidades.
partida tanto para a avaliação quanto
para as intervenções.
É necessários expor que as
barreiras ambientais, como atitudes
negativas de outras pessoas, podem
prejudicar o desempenho de alguém ou
não. Isso depende do enfrentamento que
a pessoa tem diante dessa barreira
ambiental. Isso significa que a
influência dos fatores ambientais no
desempenho humano devem ainda
passar pelo crivo dos fatores pessoais. A
restrição da participação social, as
Desenvolvimento do uso diário e do ensino pela prática da aplicação da CIF
Os formulários que aqui serão
apresentados são resultado de 14 anos
de dedicação ao tema, incluindo o
consenso entre profissionais de observadas para aplicação da CIF
diferentes áreas de interesse, que podem
atuar dentro do modelo biopsicossocial
e espiritual apresentado na CIF.
Em princípio, há três pela sigla ESC (escape) a fim de
necessidades iminentes: (1)
disseminação do conhecimento sobre a
CIF, (2) a facilitação de sua aplicação e
(3) a regulamentação da matéria.
Dentro dessas três necessidades,
é importante salientar a existência da
Resolução WHA n° 54.21/2001, da
Resolução CNS n° 452/2012 e da
Portaria Interministerial n° 01/2014,
bem como, da Lei Brasileira de
Inclusão. No entanto, dada a
complexidade do tema, ainda é visível
que se pode evoluir em normas mais
detalhadas que venham contribuir a
partir das experiências vividas pelos
usuários da CIF.
Já em relação às duas primeiras
necessidades, é possível que a
facilitação do uso venha estimular a
disseminação do conhecimento. Por
isso, é tão importante que meios de uso
sejam produzidos, a fim de que possam
ser submetidos às avaliações teóricas e
empíricas necessárias para garantir a
sua validade e reprodutibilidade.
A facilitação do uso pode ser
feita de três formas: (1) a criação de
formulários estruturados baseados na
CIF, (2) a formulação de quesitos que
levantem dados relativos à CIF e (3) a
disponibilização de aplicativos
eletrônicos que dirijam a codificação de
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limitações de atividades, as alterações
nas funções e estruturas do corpo e as
enfermidades fazem parte da cascata de
eventos que devem ser cuidadosamente
monitorados pelos profissionais que
lidam com a Saúde do Trabalhador
diariamente.
casos a partir de procura por elementos
das categorias ou de suas descrições.
Aqui, as duas primeiras serão
segundo os objetivos deste artigo. Elas
serão usadas para construir
instrumentos que serão identificados
a representar um caminho para resolução
das dificuldades que têm impedido o
amplo uso da classificação6.
CIF no processo de contratação:
Em princípio, o instrumento
ESC para uso da CIF nos processos de
contratação é baseado em quesitos tanto
para definir o perfil do candidato quanto
para definir o perfil da vaga.
Para preenchimento dos dados
do candidato, os quesitos são:
• Idade, grau de instrução,
formação e áreas de
atuação profissional;
• Apontamentos de
habilidades – Facilidade
para escrita, digitação e
cálculo? Facilidade para
planejamento e
organização do tempo?
Facilidade para
comunicação? Facilidade
para mobilidade?
Facilidade para o
cuidado pessoal?
Facilidade na vida
doméstica? Facilidade
nas relações
interpessoais? Facilidade
para manutenção de
empregos anteriores?
Facilidade para o lazer?
 • Apontamentos de
funções e estruturas do
corpo preservadas -
funções intelectuais e
estruturas neurais,
funções e estruturas
sensoriais (visão, audição
e sensibilidade), funções
e estruturas da voz e da
fala, funções e estruturas
respiratórias,
metabólicas, endócrinas
e cardíacas, funções e
estruturas do sistema
digestivo, funções e
estruturas do sistema
genitourinário, funções e
estruturas do sistema
musculoesquelético,
funções e estruturas da
pele;
• Descrição de tecnologias
e adaptações ambientais
comumente necessárias
para o bom desempenho
profissional;
• Apontamento de
eventuais códigos da
versão atualizada da
Classificação Estatística
Internacional de Doenças
e Problemas
Relacionados à Saúde, se
tiver a informação.
Esses quesitos precisam ser
acompanhados do currículo do
candidato para complementar a análise.
Já os quesitos para a disponibilização
das vagas por parte das empresas são:
• Título da vaga, carga
horária, endereço;
• Apontamentos de
habilidades necessárias
ao candidato para
preenchimento dos
requisitos para a vaga –
Facilidade para escrita,
digitação e cálculo?
Facilidade para
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planejamento e
organização do tempo?
Facilidade para
comunicação? Facilidade
para mobilidade?
Facilidade para o
cuidado pessoal?
Facilidade na vida
doméstica? Facilidade
nas relações
interpessoais? Facilidade
para manutenção de
empregos anteriores?
Facilidade para o lazer?
• Descrição do grau de
instrução e a formação
acadêmica necessária
para o preenchimento da
vaga;
• Descrição das
tecnologias, adaptações
ambientais e métodos de
adequação do ambiente
atitudinal nos quais a
empresa está disposta a
investir.
Esses quesitos podem auxiliar
empresas e candidatos, sendo útil para o
processo de contratação de todas as
pessoas, incluindo as determinadas
pelas cotas legais.
CIF no exame admissional:
Minimamente, o formulário
deverá conter as categorias CIF7 abaixo:
- b2 funções sensoriais;
- b7 funções neuromusculoesqueléticas;
- s1 estruturas do sistema nervoso;
- s7 estruturas do movimento;
- d3 comunicação;
- d4 mobilidade;
- d7 relações interpessoais;
- e1 produto e tecnologia;
- e2 ambiente natural;
- e4 ambiente atitudinal;
- e5 sistemas, serviços e políticas.
Categorias de aspectos inerentes
ao trabalho podem ser acrescentadas. O
mesmo formulário deve ser utilizado em
exames periódicos e demissionais.
CIF nas indenizações trabalhistas:
A tabela da Superintendência de
Seguros Privados (SUSEP) é
frequentemente utilizada para
pagamentos de indenizações nas
relações trabalhistas mesmo sem ter
sido criada para este fim. Na verdade,
não se sabe a origem, os métodos e as
bases científicas para uso de tal tabela8.
Numa análise preliminar, é possível
perceber que o instrumento é restrito às
funções e estruturas do corpo e ainda,
constante Circular 29/91, destina-se à
fixação das indenizações devidas por
seguradoras a seus segurados, em
percentual proporcional a importância
segurada. Ou seja, ela destina-se a
estabelecer um percentual fixo, sem
considerar as condições peculiares de
cada caso de dano decorrentes do
trabalho por responsabilidade civil do
empregador em face do artigo 7° e
inciso XXVIII da Constituição Federal.
Logo, a Tabela SUSEP, mesmo tendo
alguma aplicabilidade prática, não pode
ser considerada como critério para
aferição de incapacidade decorrente de
acidente e adoecimento relacionados ao
trabalho ou para fixação de
indenizações trabalhistas.
Por outro lado, a CIF, como uma
ferramenta publicada pela Organização
Mundial da Saúde que figura no grupo
de referência da Família de
Classificações Internacionais assim
como a Classificação Estatística
Internacional de Doenças e Problemas
Relacionados à Saúde (CID), dispoe da
complexidade necessária e inerente ao
processo de classificação para
determinação do estado de
funcionalidade ou incapacidade para o
trabalho. Consequentemente, é uma
ferramenta mais apropriada para
justificação e cálculo das indenizações
trabalhistas.
Os quesitos abaixo relacionados,
ligados a categorias da CIF, devem ser
considerados por profissionais do
Direito, assistentes técnicos e peritos
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judiciais em casos de indenizações
trabalhistas.
Fatores ambientais (parte 1):
1. O trabalhador era submetido a ruído
contínuo, intermitente ou ruídos de
impacto acima dos níveis recomendados
(categoria CIF e2500)?
2. O trabalhador era exposto ao calor ou
ao frio acima dos níveis recomendados
(categoria CIF e2250)?
3. O trabalhador era exposto a radiações
ionizantes ou a agentes químicos
invariavelmente insalubres (categoria
CIF e298)?
4. O trabalhador era exposto a poeiras
minerais (categoria CIF e2601)?
5. Era exposto a vibrações (categoria
CIF e255)?
6. Era exposto a umidade acima dos
níveis recomendados (categoria CIF
e2251)?
Fatores ambientais (parte 2) incluindo
atividades:
1. A empresa possui descrições das
tarefas e das atividades do reclamante?
Possui descrição dos graus de
funcionalidade exigidos ou possíveis
para cada posto de trabalho (categorias
CIF de d1 a d9)?
2. Do ponto de vista ergonômico, o
trabalho deve estar adaptado às
características e vulnerabilidades do
trabalhador. Há descrição dessas
características e vulnerabilidades
(categorias CIF de d1 a d9 associadas às
categorias de e1, e2 e e4)?
3. Em caso de adaptações, a empresa
comprova que fez considerando a
descrição das atividades e não das
tarefas (categorias CIF de d1 a d9
associadas às categorias de e1, e2 e e4)?
4. Há laudos ergonômicos baseados nas
atividades individuais que comprovam
que havia conforto no trabalho
(categorias CIF de d1 a d9 associadas às
categorias de e1, e2 e e4)?
Inclusão das funções e estruturas do
corpo:
1. O problema no corpo e as alterações
de capacidade e desempenho foram
decorrentes de acidente de trabalho?
Pressão temporal? Hierarquia? Ritmo
de trabalho? Pausas irregulares? Carga
de trabalho? Movimentos repetitivos
com relação cinesiológica comprovável
(categorias CIF dos componentes b, s,
d, e)?
Como interpretar os resultados para
definir o percentual de indenização?
Em caso de haver alguma
reposta positiva às questões da Parte 1
ou negativa às questões da Parte 2, o
percentual de indenização deve ser de
100% já que a empresa já assumiu o
risco de prejudicar o estado de
funcionalidade do trabalhador por não
oferecer as condições necessárias para o
trabalho com segurança e proteção à
saúde.
Já em caso de comprovação de
nexo entre as atividades do trabalho e os
problemas no corpo (em suas funções e
estruturas – b, s), a indenização deverá
ser calculada de acordo com o
percentual indicado no código principal
do componente de Atividades e
Participação (d), que deve ser aquele
que representa a atividade mais
prejudicada entre as mais frequentes das
atividades do trabalho. Tal percentual é
a representação do qualificador de
capacidade da CIF na categoria
representada, conforme abaixo:
Maior qualificador % de Indenização
0 Nenhum
1 5-24%
2 25-49%
3 50-95%
4 96-100%
A tabela estabelece espectros de
percentuais. Para definição de um
percentual exato, dever-se-á considerar
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os qualificadores das outras categorias
da CIF para descrição do caso,
considerando a mediana da média dos
qualificadores e somando-a ao piso do
qualificador da categoria principal,
conforme publicação de instrumentos
específicos para cálculo, conforme a
Tabela ESC (Anexo 01), exceto no caso
do qualificador da categoria principal
ser “.4”. Nesse caso, o percentual de
indenização também será de 100%.
Considerações finais
A Tabela da SUSEP não pode
mais figurar como referência para
pagamento de indenizações já que ela
não foi criada com tal finalidade,
levando à idéia de que cada parte do
corpo tem um valor em pé de igualdade
independente da complexidade
fisiológica de cada parte e independente
de qual é a atividade profissional
envolvida, qual seja, que impacto
biológico e social será resultado de uma
alteração funcional ou estrutural. Além
disso, tal tabela está direcionada para
indenizações a partir de um evento, e
não a partir de um processo, como é o
caso das indenizações trabalhistas por
alterações que se instalam
progressivamente, estando relacionadas
à exposição aos riscos, sendo insidiosas,
a despeito de um evento desencadeador,
mas de um processo progressivo, por
falta de monitoramento e controle
adequados.
CID e CIF são classificações do
alto escalão da Organização Mundial da
Saúde e, ao contrário do que alguns
pensam, a CIF NÃO é uma
classificação de conseqüências de
doenças, mas de componentes que
inclusive podem causar doenças. CID e
CIF devem ser consideradas
complementares entre si por gerarem
informações diferentes, que se
completam, mas que não dependem
umas das outras, nem são consideradas
conseqüências diretas. Sendo assim, é
necessário utilizar a CIF como um todo,
não necessariamente todas as
categorias, mas, sem dúvidas, todos os
seus componentes. Adicionando-se a
isso, a relação entre os diferentes
componentes deve ser explicada e
detalhada pelos assistentes técnicos e
peritos. Toda essa abordagem é
dependente do uso da CIF desde o
processo de seleção, de contratação, de
descrição das atividades profissionais,
de descrição dos postos de trabalho e
condições ambientais, de exames
admissionais, de exames periódicos e de
exames demissionais.
Trata-se de uma ferramenta que
pode auxiliar a cooperação entre
empregadores e trabalhadores.

Anexo 01 – Tabela ESC para cálculo de indenizações baseado na CIF

Tabela ESC (“escape”

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Referências Bibliográficas

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Centro Brasileiro de Sustentabilidade e Educação Corporativa. Trabalho de
Conclusão de Curso – 2017.

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