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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ - CAMPUS BALNEÁRIO CAMBORIÚ

Disciplina: História das Relações Internacionais II


Professor: Itamar Siebert
Acadêmicas: Ana Paula De Marco e Larissa Pruner

CRISE DOS MÍSSEIS: AS POSSÍVEIS OPÇÕES DE KENNEDY

No contexto da Guerra Fria, os EUA e a URSS passaram por inúmeros


embates, assim além das guerras proxy realizadas na América Latina, África e Ásia,
uma guerra muito mais avassaladora chegou perto de acontecer. Nesse sentido, a
Crise dos Mísseis foi o mais próximo de um embate nuclear que o mundo vivenciou.
Para poder entender as opções de que Kennedy disponha para solucionar a
questão, é preciso, em primeiro lugar, compreender o contexto desse problema. Ao
fim da década de 1950, o ditador Fulgêncio Batista - grande apoiador dos EUA
durante a Guerra Fria - foi derrubado pela revolução cubana, sendo levado ao poder
Fidel Castro - declaradamente marxista leninista, que criou, sob sua liderança, um
governo socialista. Assim, Cuba se tornou a base necessária de apoio à URSS,
principalmente pela proximidade com a Flórida, podendo assim ameaçar os Estados
Unidos da mesma forma como este ameaçava os estados soviéticos tendo bases na
Turquia. Além disso, mesmo antes de Castro se declarar comunista, o governo
estadunidense já estudava maneiras de depô-lo do poder.
De qualquer modo, o que desencadeou a crise foi uma descoberta, feita pela
CIA, de uma base nuclear em construção em Cuba, já muito próxima de sua
finalização. Desse modo, restou ao presidente dos Estados Unidos - que, como já
dito, possuía armas nucleares voltadas a URSS - seis opções de resposta a ameaça
desta.
Ignorar os mísseis poderia ser uma opção, uma vez que a base era uma
tentativa da URSS de equilibrar a relação militar com os EUA. Não fazer nada,
todavia, não agradaria ao povo americano, que poderia se rebelar contra Kennedy.
Atacar Cuba também teria suas consequências, uma vez que esta não necessitaria
de autorização da União Soviética para realizar os ataques em caso de uma
invasão. Já um ataque aéreo poderia provocar uma resposta à Berlim Ocidental. E
uma agressão nuclear acarretaria uma destruição em massa em ambas as
potências, para além de Cuba - possibilidade esta que já causava calafrios em
muitos.
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Assim - após treze dias de tensão, onde uma ameaça de guerra nuclear
pairava no ar - paralelamente a um bloqueio naval, impedindo que navios com
armas adentrassem a Ilha, a decisão de Kennedy foi de abrir espaço para uma
negociação com a URSS. Dessa maneira, após uma ameaça de ataque, as bombas
foram retiradas de Cuba em troca de uma promessa pública de não interferência na
Ilha, e outra - realizada em sigilo - de retirar os mísseis estadunidenses da Turquia.
Logo, evidencia-se o caráter diplomático utilizado por Kennedy para remediar
a situação, que, na pior das hipóteses, poderia ter resultado em um embate nuclear.
Em meio à tensão generalizada e o medo da explosão de uma guerra “quente”,
Nikita Kruschev e John Kennedy, decididos a evitá-la, alcançaram um acordo sem
grande alarde. Desse modo, a ameaça do conflito potencialmente mais poderoso de
toda a Guerra Fria foi afastada, e cerca de três décadas mais tarde a União das
Repúblicas Socialistas Soviéticas encontrou o seu fim.j

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