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METODOLOGIA DE AVALIAÇÃO DE

VULNERABILIDADE PARA MAPEAMENTO DE


ÁREAS SUSCETÍVEIS A DESLIZAMENTOS E
INUNDAÇÕES – PROPOSTA PILOTO EM
SANTA CATARINA

RELATÓRIO DE INTERVENÇÕES PARA MITIGAÇÃO DOS SETORES


DE RISCO DE DESASTRE – MUNICÍPIO DE ANITÁPOLIS

Realização:

Realização:

Ministério da
Integração Nacional
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ESTUDOS E PESQUISAS SOBRE DESASTRES


LABORATÓRIO DE TECNOLOGIAS SOCIAIS EM GESTÃO DE RISCOS E

DESASTRES

METODOLOGIA DE AVALIAÇÃO DE VULNERABILIDADE PARA MAPEAMENTO

DE ÁREAS SUSCETÍVEIS A DESLIZAMENTOS E INUNDAÇÕES – PROPOSTA


PILOTO EM SANTA CATARINA

RELATÓRIO DE INTERVENÇÕES PARA MITIGAÇÃO DOS SETORES DE RISCO

DE DESASTRE – MUNICÍPIO DE ANITÁPOLIS

CEPED UFSC
Florianópolis, maio de 2014
© 2014. Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil – SEDEC/Universidade Federal de Santa Catarina
– UFSC. Todos os direitos reservados. A responsabilidade pelo conteúdo e imagens desta obra é do(s)
respectivo(s) autor(es). A citação desta obra em trabalhos acadêmicos e/ou profissionais poderá ser
feita com indicação da fonte. A cópia desta obra sem autorização expressa ou com intuito de lucro
constitui crime contra a propriedade intelectual, com sanções previstas no Código Penal, artigo 184,
Parágrafos 1º ao 3º, sem prejuízo das sanções cíveis cabíveis à espécie.

PRESIDENTE DA REPÚBLICA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA


Dilma Vana Rousseff CATARINA
Reitora da Universidade Federal de
MINISTRO DA INTEGRAÇÃO Santa Catarina
NACIONAL Professora Roselane Neckel, Drª.
Francisco José Coelho Teixeira Diretor do Centro Tecnológico da
Universidade Federal de Santa Cata-
rina
SECRETÁRIO NACIONAL DE
PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL Professor Sebastião Roberto Soares,
Dr.
Adriano Pereira Júnior
Diretor do Centro Nacional de
Gerenciamento de Riscos e Desastres/ CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ESTUDOS
CENAD E PESQUISAS SOBRE DESASTRES
Élcio Alves Barbosa Diretor Geral
Chefe de Divisão de Análise Técnica Professor Antônio Edesio Jungles, Dr.
Getúlio Ezequiel da costa Peixoto f- Diretor Técnico e de Ensino
Filho Professor Marcos Baptista Lopez
Dalmau, Dr.

FUNDAÇÃO DE AMPARO À PESQUISA


E EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA
Superintendente Geral
Professor Gilberto Vieira Ângelo, Esp.

Universidade Federal de Santa Catarina. Centro Universitário de Pesquisa e


Estudos sobre Desastres. Laboratório de tecnologias Sociais em Gestão
de Riscos e Desastres.
Metodologia de avaliação de vulnerabilidade para mapeamento de
áreas suscetíveis a deslizamentos e inundações: proposta piloto em Santa
Catarina / [Coordenação Janaína Rocha Furtado]. - Florianópolis: CEPED
UFSC, 2014.
137 p.

Relatório de intervenções para mitigação dos setores de risco de


desastre: Município de Anitápolis.

1. Desastres - avaliação. 2. Redução de riscos. 3. Deslizamentos. 4.


Inundações. 5. Santa Catarina. I. Universidade Federal de Santa Catarina.
II. Centro Universitário de Estudos e Pesquisas sobre Desastres. III.
Laboratório de tecnologias Sociais em Gestão de Riscos e Desastres.
CDU 504.4

Catalogação na publicação por Graziela Bonin – CRB14/1191.


UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ESTUDOS E PESQUISAS SOBRE DESASTRES

LABORATÓRIO DE TECNOLOGIAS SOCIAIS EM GESTÃO DE RISCOS E


DESASTRES

Coordenação Executiva do Projeto Elaboração dos Mapas


Janaina Rocha Furtado Higor Hugo Batista

Construção de Metodologia do Colaboração


Projeto Laboratório de Tecnologias Sociais
Janaina Rocha Furtado em Gestão de Riscos de Desastre
Antonio Guarda LabTec/ CEPED UFSC
Rita de Cássia Dutra Larissa Mazzoli
Marcela Souza Silva
Sugestões de Intervenções
Estruturais para Mitigação dos Agradecimentos
Riscos Ceane de Almeida Coelho Boing -
Eng. Civil - Rafael Fabiano Órgão Municipal de Proteção e
Cordeiro– CREA/SC101753-5 Defesa Civil de Anitápolis
Prefeitura Municipal de Anitápolis
Análise Geomorfológica
Geógrafa - Mari Angela Machado–
CREA/SC 121539-9

Elaboração do Relatório
Janaina Rocha Furtado
Mari Angela Machado
Rafael Fabiano Cordeiro
Débora Ferreira
2

Apresentação

Com o objetivo de mitigar e prevenir os impactos decorrentes dos desastres


naturais no Brasil, a Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil está

desenvolvendo em todo o país o processo de análise das áreas com risco em


municípios prioritários. A seleção dos municípios para compor a lista, e

direcionar a ação do Governo Federal na redução de riscos, fundamentou-se


no registro de ocorrências de desastre por deslizamento e/ou inundação, e na

quantidade de perdas e danos decorrentes.

A primeira etapa deste processo de avaliação dos riscos está sendo realizada,
progressivamente, por uma equipe de geólogos do Instituto de Geologia do

Brasil (CPRM), que desenvolve a setorização das ameaças relacionadas à


inundações e/ou deslizamentos. Conquanto a análise do risco dependa da

análise das ameaças e, também, da análise da vulnerabilidade, tornou-se


relevante realizar a segunda etapa deste processo: desenvolver metodologia

para avaliar a vulnerabilidade ao risco desastre.

Neste sentido, a SEDEC em cooperação técnico-científica com a Universidade


de Santa Catarina,firmaram parceria para construir uma metodologia para

avaliação da vulnerabilidade em áreas suscetíveis a deslizamentos e


inundações. Para testar a metodologia elaborada, foi desenvolvido um

projeto piloto no estado de Santa Catarina, visando a aplicação prática desta


metodologia de forma a garantir a ampliação destes instrumentos aos demais

municípios de interesse.

O CEPED UFSC ficou responsável por propor uma metodologia e desenvolver

o projeto piloto em cinco municípios de Santa Catarina: Navegantes,


3

Balneário Camboriú, Itajaí, Anitápolis e Alfredo Wagner.O mapeamento dos


riscos de desastres é processo fundamental para a gestão dos riscos e,

consequentemente, para atuar na redução dos mesmos. Caracteriza-se pelo

desenvolvimento de etapas, as quais integram entre outras a identificação,


classificação e análise dos riscos de desastres.

Os riscos de desastres são produtos da combinação de uma ameaça sobre um

ambiente vulnerável. A análise das ameaças não constitui, por si só, condições
suficientes para compreender as complexidades que envolvem os riscos de

desastres, possibilitando que comunidades sejam mais resilentes que outras.

Estabelecer critérios e construir indicadores de vulnerabilidade ao risco de


desastre é uma necessidade nacional, já que o país ainda não disponibiliza

estudos e metodologias nesta área, que contemplem a sua realidade de risco.

A proposta apresentada teve a finalidade de contribuir com a construção de


indicadores, que permitam a avaliação dos riscos no município e a gestão dos

riscos direcionando as ações nas áreas prioritárias. Também possibilitará


produzir dados e informações que orientem a reflexão sobre os processos de

vulnerabilização ao risco de desastre no Brasil, ainda que a metodologia não


abranja, por si só, todas as problemáticas relacionadas.

Tendo em vista este objetivo pontual de construir instrumentos que

favoreçam a gestão local dos riscos, no âmbito municipal, propôs-se a


elaboração de uma metodologia para ser aplicada em áreas socioterritoriais

específicas, de forma setorizada.


4

Este relatório apresenta um dos produtos decorrentes do mapeamento


realizado em Anitápolis, relacionado às sugestões de Intervenções Técnicas

para Mitigação dos Setores de Risco de Desastre.


5

Inundações, Enchentes e Alagamentos

Com relação às inundações, são eventos naturais que ocorrem com


periodicidade nos cursos d’ água, frequentemente ocorrem devido às chuvas

fortes e rápidas ou chuvas de longa duração.

A inundação, popularmente tratada como enchente é o


aumento do nível dos rios além da sua vazão normal,

ocorrendo o transbordamento de suas águas sobre as


áreas próximas a ele. Estas áreas planas próximas aos rios

sobre as quais as águas extravasam são chamadas de


planícies de inundação (KOBIYAMA et al., 2006, p.451) .

De acordo com o Manual de Defesa Civil (Castro, 19992), as inundações são


classificadas de acordo com sua magnitude (excepcionais, de grande

magnitude, normais ou regulares e pequena magnitude) e sua evolução


(enchentes ou inundações graduais, enxurradas ou inundações bruscas,

alagamentos e inundações litorâneas provocadas pela brusca invasão do


mar). As inundações graduais resultam da elevação das águas de forma

gradativa, suficiente para inundar as regiões marginais e as inundações


bruscas resultam da elevação das águas de forma rápida e violenta,

provocadas por chuvas intensas e concentradas.

Sobre a questão de diferenciação de inundação e enchente, Kobiyama et al.


(2006) destaca que esta última ocorre quando não há o transbordamento do

rio, apesar do rio ficar praticamente cheio, conforme representado na figura


abaixo. Todo rio tem sua área natural de inundação, ou seja, as planícies de

1
KOBIYAMA, Masato. et al. Prevenção de Desastres Naturais: conceitos básicos. Curitiba: Organic
Trading, 2006.
2
CASTRO, A.L.C. Manual de planejamento em defesa civil. Vol.1. Brasília: Secretaria Nacional de Defesa
Civil, Ministério da Integração Nacional, 1999.
6

inundação. E, quando o homem deixa de respeitar estes limites dos rios e


ocupa estas áreas de forma inadequada, as inundações passam a ser um

problema frequente.

Na figura 1 a seguir, pode-se visualizar o perfil esquemático do processo de

enchente e inundação.

Figura 1: Perfil esquemático do processo de enchente e inundação.

Fonte: Min. Cidades/IPT (2007)

Além de inundação e enchente, existem os conceitos de alagamento e


enxurrada. De acordo com o Ministério das Cidades/IPT (2007)3,

O alagamento pode ser definido como o acúmulo momentâneo de águas em


uma dada área por problemas no sistema de drenagem, podendo ter ou não

relação com processos de natureza fluvial.

A enxurrada é definida como o escoamento superficial concentrado e com

alta energia de transporte, que pode ou não estar associado a áreas de


domínio dos processos fluviais. É comum a ocorrência de enxurradas ao

3
Ministério das Cidades; Instituto de Pesquisas Tecnológicas – IPT. Mapeamento de Riscos em Encostas
e Margem de Rios. In: CARVALHO, Celso S.; MACEDO, Eduardo S.; OGURA, Agostinho T. (Org.). Brasília:
Ministério das Cidades; Instituto de Pesquisas Tecnológicas – IPT, 2007.
7

longo de vias implantadas sobre antigos cursos d’água com alto gradiente
hidráulico e em terrenos com alta declividade natural.

Sabe-se que o processo de urbanização da bacia hidrográfica, com a

impermeabilização do solo e obstrução dos sistemas de drenagem podem


agravar as inundações, tornando-as mais frequentes. Para avaliar o processo

de produção de risco de inundação, se decorrente da ocupação em regiões


ribeirinhas e/ou da urbanização das áreas, e torna-se necessário a realização

de estudos hidrológicos e hidráulicos específicos.

Neste sentido, o CEPED UFSC destaca que as sugestões técnicas e estruturais

para mitigação das áreas suscetíveis a inundações, enxurradas ou


alagamentos demandam a realização de estudos aprofundados nas bacias de

cada região. Sem estes estudos hidrológicos e hidráulicos, as sugestões


encaminhadas neste relatório não objetivam sanar o problema das áreas de

risco, limitando-se a indicar intervenções básicas de caráter pontual, tais


como serviços de limpeza, obras de drenagem, proteção vegetal e remoção

de moradias quando necessário.

Movimentos de Massa

De acordo com Tominaga (2009)4, movimentos de massa são movimentos de

solo, rocha ou vegetação ao longo da vertente sob ação direta da gravidade.


Consistem em importante processo natural que atua na dinâmica das

vertentes, fazendo parte da evolução geomorfológica nas regiões serranas.


Com a crescente ocupação do solo em áreas inadequadas, intensivo processo

de urbanização sem adequado planejamento e ações protetivas de redução

4
TOMINAGA, Lídia Keiko; SANTORO, Jair; AMARAL, Rosangela do. Desastres naturais: conhecer para
prevenir. São Paulo: Instituto Geológico, 2009.
8

de riscos, está aumentando o número de ocorrências de desastres


relacionados a estes eventos e processos.

Classificação dos Movimentos Gravitacionais de Massa

São inúmeros os sistemas classificatórios de movimentos gravitacionais de


massa, sendo os mais recentes apresentados na Tabela 1 a seguir.

Tabela 1 - Classificação dos movimentos gravitacionais

Fonte: GEORIO (2000) apud AUGUSTO FILHO (1992) .

De acordo com Caputo (1987), a definição dos tipos de movimentos de massa


pode ser:
9

 Escorregamento (Landslide)- É o deslocamento rápido de uma massa


de solo ou de rocha que, rompendo-se do maciço, desliza para baixo e

para o lado, ao longo de uma superfície de deslizamento. Conforme o

movimento seja acompanhado predominantemente por uma rotação


(caso de solos coesivos homogêneos) ou uma translação (caso de

maciços rochosos estratificados), estes são denominados,


respectivamente, escorregamento rotacional e escorregamento
translacional.

Figura 2: Escorregamento rotacional.

Fonte: Curso de Geologia Ambiental Via Internet, Módulo 09. UNESP, 2001.
Disponível em:<http://www.rc.unesp.br/igce/aplicada/ead/riscos/risco11a.html>.
Acesso em: 22 maio 2014.

Figura 3: Escorregamento translacional


10

Fonte: Curso de Geologia Ambiental Via Internet, Módulo 09.


Disponível em:<http://www.rc.unesp.br/igce/aplicada/ead/riscos/risco11a.html>.
Acesso em: 22 maio 2014.

Figura 4: Escorregamento em cunha.

Fonte: Curso de Geologia Ambiental Via Internet, Módulo 09. UNESP, 2001.
Disponível em:<http://www.rc.unesp.br/igce/aplicada/ead/riscos/risco11a.html>.
Acesso em: 22 maio 2014.

 Desprendimento de terra ou rocha – É uma porção de um maciço


11

terroso ou de fragmentos de rocha que se destaca do resto do maciço,


caindo livre e rapidamente, acumulando-se onde se estaciona.
Figura 5: Desplacamento de rocha.

Fonte: Curso de Geologia Ambiental Via Internet, Módulo 09. UNESP, 2001.
Disponível em:<http://www.rc.unesp.br/igce/aplicada/ead/riscos/risco11c.html>.
Acesso em: 22 maio 2014.

Figura 6: Queda de blocos de rocha.

Fonte: Curso de Geologia Ambiental Via Internet, Módulo 09. UNESP, 2001.
Disponível em:<http://www.rc.unesp.br/igce/aplicada/ead/riscos/risco11c.html>.
Acesso em: 22 maio 2014.
Figura 7: Rolamento de blocos instáveis.
12

Fonte: Curso de Geologia Ambiental Via Internet, Módulo 09. UNESP, 2001.
Disponível em: <http://www.rc.unesp.br/igce/aplicada/ead/riscos/risco11c.html>.
Acesso em: 22 maio 2014.

Figura 8: Tombamento de blocos por descontinuidades.

Fonte: Curso de Geologia Ambiental Via Internet, Módulo 09. UNESP, 2001.
Disponível em:<http://www.rc.unesp.br/igce/aplicada/ead/riscos/risco11c.html>.
Acesso em: 22 maio 2014.

 Rastejo (“creep”) - É o deslocamento lento e contínuo de camadas


13

superficiais sobre camadas mais profundas, com ou sem limite definido


entre a massa de terreno que se desloca e a que permanece

estacionária.

Figura 9: Escorregamento sob a forma de rastejo.

Fonte: Curso de Geologia Ambiental Via Internet, Módulo 09. UNESP, 2001.
Disponível em: <http://www.rc.unesp.br/igce/aplicada/ead/riscos/risco11b.html>.
Acesso em: 22 maio 2014.

 Escoamento, deformação ou movimento contínuo, com ou sem

superfície definida de escorregamento – Segundo suas características,


subdividi-se em: corridos (escoamento fluido-viscoso) e rastejo ou

reptação (escoamento plástico).

Figura 10: Corrida de detritos no Morro do Baú em Santa Catarina. Novembro, 2008.
14

Fonte: Base de dados de domínio público.


Disponível em: <http://humbertosaggin.zip.net/arch2008-11-01_2008-11-30.html>.
Acesso em: 22 maio 2014.

Agentes Causadores de Escorregamentos

Geralmente como causas de escorregamentos constituem “[...] o aumento de

peso do talude (incluindo as cargas aplicadas) e a diminuição da resistência


ao cisalhamento do material. As primeiras classificam-se como externas e as

segundas, como internas”(CAPUTO, 1987)5.

Ainda Caputo (1987) salienta que a ação desses fatores combinada com

períodos de chuvas ou pouco depois, satura o solo, elevando seu peso


específico e reduzindo assim a resistência ao cisalhamento devido ao

aumento da pressão neutra. Esta situação explica a ocorrência da maioria dos


escorregamentos nos períodos de grande precipitação pluviométrica.

De acordo com GEORIO (2000), a classificação de instabilidade nas encostas

na região metropolitana do Rio de Janeiro pode ser:

5
CAPUTO, H.P. Mecânica dos solos e suas aplicações: mecânica das rochas – fundações –
obras de terra. 6 ed. Rio de Janeiro: Livros técnicos e científicos editora, 1987.
15

Em rocha os escorregamentos são causados por:

 Estados diferenciados de alteração;

 Diáclases com extensões, mergulhos, direções, espaçamento e

preenchimentos diversos;

 Xistosidade de direções e mergulhos diversos;

 Esfoliação esferoidal;

 Formação de lascas de origem térmica;

 Superfície de alívio de tensões;

 Heterogeneidades litológicas.

Em tálus:

 Escorregamentos causados por grandes variações de pressão da

água infiltrada, nos períodos de alta pluviosidade, provocadas por formas


diversas de infiltração e ação no contato impermeável com a rocha ou com o

solo residual.

Em solo residual:

 As instabilidades mostram, com frequência, estreita correlação com

as características mineralógicas, texturais, estruturais e de espessura do


horizonte C (solo residual jovem). O dos gnaisses e granitos, de texturas

grosseiras, areno-argilosos, pouco micáceos e homogêneos, são os mais


estáveis. Em razão das descontinuidades remanescentes da rocha matriz,

principalmente xistosidades e heterogeneidades litológicas, os solos residuais


jovens dos migmatitos e dos biotita gnaisses são os mais suscetíveis à

instabilidade, via de regra deflagrada por processos erosivos superficiais ou


em subsuperfície que levam ao solapamento do terreno. São ainda outros

casos frequentes:
- Solo coluvial (solo residual maduro – horizonte B) em passagem

brusca para o solo residual jovem (horizonte C);


16

- Solo coluvial assentado diretamente sobre a rocha;

- Solo litólico (horizonte A) assentado diretamente sobre a rocha.

Em solo + rocha:

 Está normalmente associado a uma cobertura de solo coluvial

assentado diretamente sobre a camada de rocha fraturada e decomposta. O


contato entre a rocha sotoposta menos alterada com a camada de rocha

superior forma uma superfície contínua e impermeável que acompanha a


forma do maciço. Nos períodos de altas precipitações, as poropressões

instabilizam o material acima da rocha sã.

Em blocos in situ:

 São blocos de rochas arredondados anteriormente envolvidos por

litologias de grande alterabilidade podendo ser de núcleos graníticos ou


migmatitos.
Figura 11: Rolamento de blocos envolvidos na massa de solo após escorregamento
na SC-401 em Florianópolis – SC. Novembro, 2008.

Fonte: CEPED UFSC, 2013.

Em depósitos de lixo:

 O acumulo de lixo nas encostas e ao longo de ruas e estradas a meia


encosta depositado por moradores e empresas.
17

Figura 12: Escorregamento no lixão em Niterói, Rio de Janeiro. Abril, 2010.

Fonte: Base de dados de domínio público.


Disponível em: <http://www.ambiencia.org/site/publicacoes/publicacoes/dia-
mundial-do-meio-ambiente/entenda-o-que-aconteceu-no-morro-do-bumba/>.
Acesso em: 22 maio 2014.
De maneira geral GEORIO, 2000, apud FERNANDES e AMARAL, 20036,
apresenta várias feições geológicas e geomorfológicas que podem levar aos

processos de instabilização de encostas:

 Fraturas – Tectônicas e atectônicas. Representam importantes


descontinuidades, tanto em termos mecânicos quanto hidráulicos.

 Falhas – Têm grande influência no condicionamento de movimentos


de massa. As juntas favorecem o intemperismo e, quando silicificadas, geram

uma barreira ao fluxo de água pela impermeabilização do plano de falha.

 Foliação e bandeamento composicional – A orientação destes


condicionantes influencia diretamente a estabilidade das encostas em áreas

onde afloram rochas metamórficas. Deste modo chama-se a atenção para a


situação desfavorável em que a foliação e/ou bandeamento mergulham para

fora da encosta em cortes de estrada.

6
FERNANDES, N. F.; AMARAL, C. P.,2003, Movimentos de Massa: Uma Abordagem
Geológico- geomorfológica, In: Guerra, A. J. T.; Cunha, S. B., Geomorfologia e meio ambiente,
Ed. Bertrand Brasil, 4ª edição, Rio de Janeiro, Brasil
18

 Descontinuidades no solo – Estas descontinuidades incluem


principalmente, feições estruturais reliquiares do embasamento rochoso

(fraturas, falhas, foliação, bandeamentos etc.) e horizontes de solo formados

por processos pedogenéticos. Escorregamentos rotacionais podem


predominar em encostas onde as fraturas no embasamento rochoso se

encontram pouco espaçadas, fazendo com que o saprólito se comporte como


um material granular. Escorregamentos translacionais podem predominar em

encostas com juntas reliquiares originadas a partir da alteração de fraturas de


alívio ou mesmo a partir de bandas composicionais.

 Morfologia da encosta – Ligada a tendência de correlação entre a


declividade e a frequência dos movimentos de massa embora o maior
número de escorregamentos não ocorra necessariamente nas encostas mais
íngremes. A morfologia da encosta também está ligada ao papel que a forma

da encosta, exerce na geração de zonas de convergência e divergência dos


fluxos d'água superficiais e subsuperficais.

 Depósitos de encosta – tanto os depósitos de tálus quanto os de


colúvio apresentam uma heterogeneidade interna, a qual é resultante direta

da descontinuidade espacial e temporal dos processos formadores desses


depósitos. Muitos destes estão assentados sobre rocha sã, gerando uma

descontinuidade mecânica e hidrológica ao longo desse contato. A drástica


descontinuidade hidrológica favorece a geração de fluxos d'água e elevação

da poropressão durante períodos de chuva intensa ocasionando


escorregamentos translacionais.

Mecanismos de deflagração de escorregamentos

Alguns mecanismos de deflagração de instabilidades são indicados na

literatura especializada (GEORIO, 2000). A tabela 2, a seguir, apresenta alguns


exemplos:
19

Tabela 2 - Mecanismos de deflagração de instabilidades

Fonte: GEORIO (2000).

Com relação à água de subsuperfície, os principais mecanismos que atuam


para a deflagração dos escorregamentos segundo o Instituto GeoRio (2000)

são:

 Formação ou aumento das poropressões, reduzindo assim a


resistência ao cisalhamento, podendo levar a ruptura dos taludes. Relaciona-

se com a elevação do nível piezométrico em períodos chuvosos.


 Diminuição da coesão aparente do solo com o aumento da

saturação, em face da variação da permeabilidade através do maciço terroso.


Este é o principal agente de escorregamentos planares de solo na Serra do

Mar, no litoral Paulista.


 Vinculação entre pluviosidade e escorregamentos principalmente

em períodos de chuvas intensas.


20

Com relação a ação antrópica os fatores condicionantes dos movimentos de


massa de acordo com GEORIO(2000) e AUGUSTO-FILHO (1992)7 são:

 Remoção da cobertura vegetal;

 Lançamento e concentração de águas pluviais e/ou servidas;

 Vazamentos na rede de abastecimento, esgoto e presença de fossas;


 Execução de cortes com geometria incorreta (altura/inclinação);

 Execução deficiente de aterros (geometria, compactação e


fundação);

 Lançamento de lixo nas encostas/taludes.

Além disso muitos escorregamentos são verificados devido ao uso e a

ocupação desordenada do solo. Os processos de favelização das encostas


levam a destruição da camada vegetal contribuindo para o surgimento de

rupturas seguidos de movimentos de massa (GEORIO, 2000).

Resistência ao Cisalhamento dos Solos

A estabilidade de taludes (aterros, cortes e barragens), empuxos de terra


sobre paredes de contenção e túneis, capacidade de carga de sapatas e

estacas, por exemplo, dependem basicamente das características da


resistência ao cisalhamento dos solos.

Para Caputo (1987) “[...]a propriedade dos solos em suportar cargas e

conservar sua estabilidade, depende da resistência ao cisalhamento do solo;


toda massa de solo se rompe quanto esta resistência é excedida” . Já para

7
AUGUSTO FILHO, O., 1992, Caracterização Geológico-Geotécnica Voltada à Estabilização de
Encostas: Uma Proposta Metodológica, 1ª COBRAE, Vol. 2 p: 721-
733, Rio de Janeiro, Brasil.
21

Bastos (2000)8 é a tensão cisalhante máxima que o solo pode suportar sem
sofrer ruptura ou tensão cisalhante no plano de ruptura(planos onde a tensão

cisalhante supera a resistência ao cisalhamento) no momento da ruptura.

A resistência ao cisalhamento dos solos é função de dois componentes

principais: o embricamento (ou entrosamento) entre as partículas e a


resistência entre elas. O embricamento afeta a resistência do solo bem como

o seu comportamento principalmente em materiais não coesivos. Por


exemplo, nas areias fofas os grãos movimentam-se horizontalmente

mobilizando a resistência entre as partículas. Já nas areias densas para


superar o entrosamento entre os grãos é necessário um esforço adicional o

que causa expansão volumétrica(dilatância) durante o cisalhamento.

Sendo assim, quanto mais denso for o solo, maior a parcela de embricamento
e maior a resistência do solo.O ângulo de atrito pode ser definido como o

ângulo formado pela força normal à partícula (N) e a força horizontal que
tende a deslocá-la (T).

A resistência por atrito entre as partículas pode ser demonstrada por analogia

com o problema de deslizamento de um corpo sobre uma superfície plana


horizontal, onde a força T para fazer o corpo deslizar deve ser superior a f.N,

sendo f o coeficiente de atrito entre os dois materiais. A proporcionalidade


entre a força tangencial e a força normal pode ser definida da seguinte forma:

T=N×tgφ, onde φ é chamado de ângulo de atrito.

Para solos essa relação é escrita da seguinte forma:

8
BASTOS, C.A.B.; MILITITSKY,J.; GEHLING, W.Y.Y. A avaliação da erodibilidade dos solos sob o
enfoque geotécnico-pesquisas e tendências. Teoria e Prática na Engenharia Civil, Rio
Grande/RS, v. 1, p. 17-26, 2000.
22

T=σ×tgφ (1)

Onde T é a tensão de cisalhamento, σ é a tensão normal, e φ é o ângulo de

atrito interno do solo.

Segundo Pinto (2002)9 a resistência ao cisalhamento dos solos é

essencialmente devida ao atrito entre as partículas, porém a atração química


entre estas partículas pode provocar uma resistência independente da tensão

normal atuando no plano e que constitui a coesão real, como se uma cola
tivesse sido aplicada entre os dois corpos.

A coesão é típica de solos muito finos (siltes e argilas), os mesmos são

denominados solos coesivos, já as areias puras e pedregulhos que não


apresentam essa propriedade são denominados não-coesivos. A resistência

ao cisalhamento proporcionada pela coesão pode ter as seguintes origens:

 Cimento natural aglutinando os grãos de solo entre si;

 Ligação entre os grãos exercida pelo potencial atrativo de natureza

molecular ou coloidal, fazendo com que os grãos mantenham-se


unidos pelas cargas estáticas existentes na sua superfície;

 Tensão capilar da água intersticial quando o corpo de prova, torrão ou

camada de solo sofre um esforço de ruptura.

A tensão capilar é considerada como coesão aparente porque desaparece


totalmente com a saturação do solo.Os parâmetros de resistência do solo c

(coesão) e φ (ângulo de atrito) não dependem somente do tipo de solo, mas

9
PINTO, J.S. Estudo da condutividade hidráulica de solos para disposição de resíduos sólidos
na região de Santa Maria. 2005. 148p. Dissertação de Mestrado (Mestrado em Engenharia
Civil) – Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, 2005.
23

também da velocidade de carregamento a que o mesmo estará submetido


em relação à sua capacidade de dissipar pressões neutras ou excesso de

pressão neutra.

Ensaios Laboratoriais para a Determinação da Resistência ao Cisalhamento


dos Solos

Ensaios laboratoriais visam, antes de tudo, simular as condições de uma


amostra de solo, apresentadas em campo. A determinação da resistência ao
cisalhamento, normalmente é realizada simulando as piores condições de
campo, ou seja, saturada, ou pelo menos, inundada. Os ensaios de resistência
ao cisalhamento são utilizados principalmente na análise da estabilidade de
taludes.

Para determinação da resistência ao cisalhamento dos solos através de

ensaios laboratoriais podem ser realizados os seguintes ensaios:

 Cisalhamento Direto;
 Triaxial (CD, CU ou UU);

 Compressão Simples;
 RingShear;

 Cisalhamento Direto Simples.


24

Estabilidade de Taludes

Sob o nome genérico de taludes compreende-se quaisquer superfícies


inclinadas que limitam um maciço de terra, de rocha ou de terra e rocha.
Podem ser naturais, caso das encostas, ou artificiais, como os taludes de
cortes e aterros (CAPUTO, 1987). A seguir, apresenta-se os principais sistemas
de estabilização de encostas e suas respectivas características.

Retaludamento

É um processo de terraplanagem através do qual se alteram, por cortes

ou aterros, os taludes originalmente existentes em um determinado local para


se conseguir uma estabilização do mesmo. Das obras de estabilização de

taludes é a mais usada devido à sua simplicidade, eficácia e menor custo se


comparada com outras soluções.Geralmente é associado a obras de controle

de drenagem superficial e de proteção superficial, de modo a reduzir a


infiltração d´água no terreno e disciplinar o escoamento superficial, inibindo

os processos erosivos.

A figura 13 apresenta um desenho esquemático de um retaludamento.


25

Figura 13: Desenho esquemático de um retaludamento.

Disponível em: <http://infraestruturaurbana.pini.com.br/solucoes-tecnicas/7/obras-


de-retaludamento-235540-1.aspx>.Acesso em: 22 maio 2014.

Muro de Pedra Argamassada

São estruturas formadas como o próprio nome já diz pela alvenaria de pedras

argamassadas.O muro de pedra ou muro de peso é um tipo de obra de


contenção construída com a finalidade de conter os empuxos de solo,

eventuais sobrecargas e evitar a instabilização do sistema.Também


conhecidas por "muro de gravidade", estas obras atuam basicamente em

função de seu peso próprio, determinado através do peso de seu material.

O atrito da sua base contra o solo deve ser suficiente para assegurar a

estabilidade da obra, e sua geometria destina-se a evitar o tombamento por


rotação em torno da aresta externa da base.Quando os esforços
26

desenvolvidos no maciço resultam em uma força cisalhante maior do que o


peso do muro, ocorre o deslizamento.

Normalmente, são utilizados para pequenas e médias alturas, viabilizando


desníveis que não são estáveis por taludes naturais.Devem ser compostos de

dispositivos de drenagem afim de dissipar a água presente no interior do


maciço e evitar o excesso de poro-pressão na massa arrimada.

A figura 14 apresenta um desenho esquemático de um muro de pedra

argamassada.

Figura 14: Detalhe esquemático de um muro de pedra argamassada.

Disponível em: <http://japaopedras.blogspot.com.br/p/muros-de-pedra.html>.


Acesso em: 22 maio 2014.

Muro de Gabião

São estruturas em forma de caixa formadas por elementos metálicos

confeccionados com tela de malha hexagonal de dupla torção preenchidos


27

com rocha.O muro de gabião também é um muro de peso e exerce a mesma


função que o muro de pedra argamassada.

Em ambientes agressivos como por exemplo os canais a serem retificados, a

malha do gabião recebe um revestimento em PVC para evitar a corrosão.A

utilização deste tipo de estrutura proporciona vantagens como:

 Flexibilidade – são facilmente adaptados aos movimentos do terreno;


 Permeabilidade – por serem totalmente permeáveis permitem a

dissipação das dasporopressões no interior do maciço terroso;


 Praticidade – são estruturas de grande facilidade construtiva trazendo

velocidade a sua execução

As figuras 15 e 16 apresentam respectivamente um desenho esquemático e

uma obra real de um muro de gabião.

Figura 15: Detalhe esquemático de um muro de pedra argamassada.

Disponível em: <http://www.ebah.com.br/content/ABAAAA70QAC/muros-arrimo>.


Acesso em: 22 maio 2014.
28

Figura 16: Caso real de obra de muro de gabião ao longo de uma rodovia.

Fonte: Autores, 2013.

Muro de concreto Armado

Este tipo de estrutura consiste em um muro de flexão com seção transversal


em forma de “L” resistindo aos empuxos de terra por flexão utilizando parte

do peso próprio do maciço, que se apoia sobre a base em “L”, para manter-se
equilibrado. São construídos em concreto armado onde para alturas

superiores a 5 m, é necessária a utilização de contrafortes para aumentar a


estabilidade contra o tombamento.

A figura 17 apresenta um detalhe esquemático de um muro de concreto

armado.

Figura 17: Muro de concreto armado.


29

Disponível em:<http://www.ebah.com.br/content/ABAAAA70QAC/muros-arrimo>.
Acesso em: 22 maio 2014.

Cortina Atirantada

Uma cortina ancorada compreende uma parede de concreto armado, de


espessura em geral entre 20 e 30cm, em função das cargas nos tirantes,

fixada no terreno através das ancoragens pré-tensionadas. Com isso obtém-


se uma estrutura com rigidez suficiente para minimizar deslocamentos no

terreno (GEORIO 2000).Igualmente ao solo grampeado a execução é feita em


etapas e nichos.

Os tirantes são elementos ativos, pois são fortemente pré-tensionados com

cargas elevadas, para prevenir deslocamentos da cortina e iniciam seu


trabalho sem necessidade de deformação do maciço (GEORIO, 2000).Já os

grampos não são protendidos (elementos passivos), sendo a mobilização do


atrito no contato solo-grampo mobilizado pela deformação do solo. Assim,

considerando-se nulas as movimentações relativas solo grampo, as


30

deformações que ocorrem no solo são controladas pela deformabilidade do


grampo (EHRLICH, 200310).

O dimensionamento estrutural do paramento de concreto da cortina


atirantada é muito importante, haja vista o puncionamento causado pela

aplicação das elevadas cargas de teste . No solo grampeado a face tem por
objetivos garantir a estabilidade local e evitar o desenvolvimento de

processos erosivos, ao contrário do que se verifica nas cortinas atirantadas


nas quais a face é o promotor direto da estabilidade da zona potencialmente

instável (EHRLICH, 2003).

Os grampos, ao contrário das ancoragens, não têm trecho livre, transferindo


tensões para o solo ao longo de todo o seu comprimento (GEORIO, 2000). Já

os tirantes são projetados para transferir carga somente na região ancorada


atrás da superfície potencial de ruptura.

No tirante, uma parcela do comprimento encontra-se livre, enquanto a

parcela restante é ancorada. A carga no trecho livre do tirante é


aproximadamente constante e no trecho ancorado é variável. A figura 18

ilustra a diferença entre o comportamento de uma cortina atirantada e o solo


grampeado.

10
ERLICH, M. Solos grampeados: comportamento e procedimentos de análise. In: Workshop
Solo Grampeado: projeto, execução, instrumentação e comportamento, 2003. São Paulo:
Associação Brasileira de Mecânica de Solos e Engenharia Geotécnica, 2003, p127-138.
31

Figura 18: Diferença entre o comportamento de uma cortina atirantada e o solo


grampeado.

Disponível em:<http://www.maxwell.lambda.ele.puc-rio.br/10979/10979_3.PDF>.
Acesso em: 22 maio 2014.

Solo Grampeado

Segundo EHRLICH,

O solo grampeado consiste no reforço do terreno natural. Os reforços


comumente são barras de aço protegidas por argamassa em furos

pré-abertos. A argamassa é injetada por gravidade, aderida à barra ao


longo de todo o comprimento e o grampo não é protendido. Em

obras provisórias as barras podem ser simplesmente cravadas sem a


proteção de argamassa. Em geral, a execução da escavação se

processa em etapas, vertical e horizontalmente, minimizando os


movimentos, que normalmente apresentam-se inferiores a 0,2% a

0,3% da altura da escavação. A face tem função secundária na


estabilização, compreendendo basicamente em evitar roturas

localizadas e garantir o controle dos processos erosivos. Comumente

o faceamento é efetuado em concreto projetado reforçado com


malha metálica. Cobertura vegetal vem também sendo adotada em

taludes menos íngremes (2003, p.129).


32

De acordo com a Norma de estabilidade de encostas, ABNT NBR 11682


(2009), os grampos são elementos de reforço do terreno constituído de

perfuração preenchida com calda de cimento, ou argamassa, compósito ou

outro aglutinante e elemento resistente à tração/cisalhamento. Tem a


finalidade de distribuir cargas ao longo de todo o seu comprimento,

interagindo com o terreno circunvizinho, podendo parte da carga mobilizada


ser absorvida pela cabeça. A mobilização de carga no grampo é induzida pela

deformação do terreno por pequena carga aplicada na extremidade externa.


Diferem dos tirantes, conforme descrito na ABNT NBR 5629, por não

apresentarem trecho livre e serem passivos.

Normalmente o método de execução dos grampos consiste na perfuração


inclinada do maciço de solo(normalmente 15º) e o preenchimento do furo

com calda de cimento executado em conjunto com a instalação da barra de


aço. Os furos são, geralmente, executados com diâmetros de 75 ou 100 mm,

que permitem a instalação da barra de aço e um ou mais tubos de injeção.


Por meio da tubulação acessória, injeta-se a calda de cimento (execução da

“bainha”), a partir do fundo do furo, preenchendo totalmente a cavidade.


Deve-se garantir a resistência da barra de aço ao longo do tempo, por meio

de tratamento anticorrosivo adequado com um recobrimento mínimo de


calda de cimento contínuo e constante, garantido por dispositivos

centralizadores instalados ao longo das barras, normalmente espaçados de


1,5 m.

Quanto a conexão com a face as figuras 19, 20 e 21 apresentam algumas

opções para fixação das cabeças dos grampos na face do paramento. Quando
as barras possuirem bitolas menores que 20mm a conexação faz-se através

de uma dobra a 90º de no mínimo 20cm. Porém, quando as barras possuirem


bitolas acima de 20mm a conexão deverá ser feita através de um conjunto
33

placa metálica e porca. No caso de revestimento com proteção vegetal, a


cabeça é protegida com argamassa e não é ancorada.

Figura 19: Fixação da cabeça para barras menores que 20mm de diâmetro.

Disponível em: <http://www.metalica.com.br/chumbadores-injetados-a-qualidade-


do-solo-grampeado>. Acesso em: 22 maio 2014.
34

Figura 20: Fixação da cabeça para barras maiores que 20mm de diâmetro.

Fonte: Ortigão & Sayão, 2004.


Disponível em: <http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAhTgAE/solo-
grampeado?part=2>. Acesso em: 22 maio 2014.

Figura 21: Fixação da cabeça para grampos embutidos no terreno.

Fonte: Ortigão & Sayão, 2014.


Disponível em: <http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAhTgAE/solo-
grampeado?part=2>. Acesso em: 22 maio 2014.
35

Faceamento

O faceamento não é determinante na estabilidade global do maciço. A


principal função da face é garantir a estabilidade local do solo entre os

grampos e garantir o controle de processos erosivos. Concreto projetado com


tela de aço ou com fibras de aço, blocos pré-moldados, painéis de concreto,

bio-mantas e vegetação têm sido empregados no revestimento do


faceamento de estruturas grampeadas para satisfazer critérios de projeto,

executivos e aspectos estéticos. Em complemento, dependendo do tipo de


faceamento deve-se implantar uma drenagem eficiente na interface do solo

com o revestimento.

A face do solo grampeado pode ser desde vertical (α = 90º), levemente

inclinada (80º <α< 90º), até acompanhando as inclinações naturais do


terreno.No caso da face ser executada com inclinação entre 80º e 90º, os

grampos deverão ser executados com cabeça, placa e porca afim de garantir
um contato solo-concreto projetado adequado. Nas faces com inclinações

α< 80º, os grampos devem ser instalados através de uma dobra a 90º de no
mínimo 20cm.

Armação

As telas eletrossoldadas tem sido a armação convencional do concreto

projetado. Sua instalação é feita em uma ou duas camadas, conforme


especifica o projeto. Aplica-se a primeira camada com a primeira tela, a

segunda camada do projetado, a segunda tela e o concreto final. Pode-se


instalar telas antes do concreto. Entretanto, é preciso tomar um cuidado
36

especial para evitar que a tela funcione como anteparo e ocorram vazios atrás
da mesma.

É utilizada alternativamente às telas, fibras metálicas de aço, adicionadas


diretamente na betoneira ou caminhão-betoneira, obtendo uma mistura

perfeitamente homogênea. Isto não obriga qualquer mudança nos


equipamentos, promove redução da equipe de trabalho, visto que não há

necessidade de mão-de-obra para preparo e instalação das telas. Elas se


ajustam perfeitamente ao corte realizado no talude, aceitando superfícies

irregulares, com espessura constante.

O resultado é um concreto extremamente tenaz. A presença das fibras produz


concreto de baixa permeabilidade, uma vez que age no combate as tensões

de tração, durante o início da cura, homogeneamente em todas as regiões da


peça.Não há cuidado especial com cobrimento de armadura, pois a corrosão

eventual se limita àquela fibra que está em contato com a atmosfera, não
prosseguindo para as outras, imersas no concreto.

A construção de uma estrutura grampeada envolve o reforço do solo,

enquanto o trabalho de escavação progride, através do faceamento e da


introdução de barras de aço em furos pré-abertos preenchidos com calda de

cimento, que trabalham essencialmente à tração. Estas barras podem,


também, trabalhar parcialmente ao cisalhamento e flexão. Os grampos

moldados “in situ” são, geralmente, paralelos e ligeiramente inclinados com a


horizontal, variando de 5º a 30º.

A sequência de escavação e introdução dos grampos influencia

significativamente a movimentação da massa de solo que reflete no


37

faceamento. De maneira geral, é pequena a movimentação da face no nível


do grampeamento após a colocação dos grampos. Assim, para redução das

movimentações, o grampeamento deve ser o mais rápido possível. Em vista

do caráter irreversível da influência das movimentações, o grampeamento


tardio tem efeitos praticamente irrecuperáveis. Nos casos em que a altura e

inclinação da escavação não garante a estabilidade do talude para o período


de tempo requerido, uma banqueta contínua pode ser empregada para

estabilizar a etapa da escavação, bem como apoiar e operar os equipamentos.

Tipicamente, a execução do solo grampeado deve ser realizada em nichos, de


forma descendente, com inclinação vertical e profundidade de escavação

máxima de 1,5m (figura 22 e 23). Após a escavação dá-se início a perfuração


do solo, instalação dos grampos e preenchimento do furo com calda cimento.

Após perfurados, instalados e injetados todos os grampos, inicia-se a


construção da parede de acordo com as inclinações e especificações

indicadas no projeto.

Figura 22: Execução do solo grampeado realizada em nichos, de forma descendente,


com inclinação vertical e profundidade de escavação máxima de 1,5m.
38

Disponível em: <http://www.sologrampeado.com.br/psg-sistema.htm>. Acesso em:


22 maio 2014.

Figura 23: Execução do solo grampeado realizada em nichos, de forma descendente,


com inclinação vertical e profundidade de escavação máxima de 1,5m.

Fonte: Lazarte et al., 2003.


Disponível em: <http://www.maxwell.lambda.ele.puc-
rio.br/10979/10979_3.PDF>.Acesso em: 22 maio 2014.

Talude de Rocha Chumbado

Este tipo de estrutura nada mais é que uma outra versão do solo grampeado
onde o maciço reforçado, neste caso, é composto por rocha alterada,

fraturada ou solo com matacões em seu meio.Pode ter sua face revestida com
concreto projetado e tela metálica ou esta pode ser revestida somente com

tela de alta resistência contra queda de blocos.Normalmente são utilizados os


mesmos reforços do solo grampeado ou seja, barras de aço CA 50 de 20 a

25mm de diâmetro.
39

Limpeza de Blocos de Rocha Instáveis

Como o próprio nome já diz, consiste na remoção e/ou desmonte, podendo


ser a quente(explosivos), a frio(gel expansivo), ou manual(martelete), dos

blocos de rocha instáveis, situados ao longo da encosta, seja ela composta

somente por solo, solo e rocha ou somente rocha.

Proteção Contra Erosão

Os sistemas de proteção contra erosão existentes se constituem de materiais

naturais como enleivamentos, hidrossemeaduras etc. ou ainda, de materiais


sintéticos como as geomantas de polipropileno.

Recomenda-se o emprego desta proteção, a fim de se evitar a manifestação

dos processos erosivos em áreas afetadas pela construção, devendo-se


executar o sistema adotado, imediatamente após a execução dos serviços,

pois áreas eventualmente expostas por longo tempo às intempéries, podem


ser degradadas pela manifestação de processos erosivos.

Dispositivos de Drenagem

Os dispositivos de drenagem tem a função como o próprio nome já diz, de

drenar ou escoar as águas superficiais e/ou profundas oriundas das chuvas,


ou de fluxos de água subterrânea, que podem ocorrer no interior de um

maciço terroso.As figuras 25 e 26 apresentam exemplos de dispositivos de


drenagem.
40

Figura 24: Exemplo de drenagem com vala de proteção de corte.

Fonte: Autores, 2013.

Figura 25: Exemplo de drenagem com sarjeta trapezoidal de concreto.

Fonte: Autores, 2013.

Remoção das Famílias e Desapropriação das Edificações

Esta é uma solução definitiva que elimina praticamente todo o risco a vidas
humanas porém, não elimina os riscos geológicos de uma futura ruptura que

venha a interromper rodovias e causar danos materiais na região.Deve ser


estudada com cautela pelas autoridades responsáveis visto que envolve não

só um problema geológico mas também sócio-econômico.


41

Metodologia para elaboração das sugestões de intervenção para mitigação


dos setores de risco

Esta etapa se refere à proposição das intervenções necessárias, e respectivas

estimativas de custos, para mitigação dos riscos nas áreas de interesse


11
(setores). Nesta etapa do projeto, devem ser indicadas a(s) alternativa(s) de

intervenção adequada(s) para cada setor de risco.

As proposições de intervenção estruturais para deslizamento e inundação


indicadas deverão visar a melhor relação custo/benefício, a menor

complexidade técnica e específica para cada situação identificada.


Estabelecidas as obras necessárias para a mitigação de risco de cada setor,

deverão ser estimados os custos necessários para cada obra/serviço e


remoção.

A proposição de ações estruturais deverá considerar:

• Identificação de intervenções estruturais para cada uma das áreas de

interesse;

• As ações devem estar sintonizadas com as características dos processos


geológico-geotécnicos identificados no local;

• Obras de estabilização de encostas privilegiando solução coletiva;

• Zoneamento das áreas inadequadas para ocupação (apontar setores de risco

onde

não é possível executar obras e onde a ocupação tem que ser removida).

11
Utilizou-se como base a metodologia disponibilizada pela SEDEC em edital aberto para
contratação de empresas, tendo como objeto a realização do mapeamento de
vulnerabilidade.
42

Para definição das ações estruturais tem-se como referência o Quadro da


UNDRO(Office ofthe United NationsDisasterReliefCo-ordinator, ONU, 1991),

apresentado na tabela 3 a seguir:

Tabela 3: Sugestões de intervenções em áreas de risco de desastre.

TIPO DE INTERVENÇÃO DESCRIÇÃO


Serviços de Limpeza e Serviços de limpeza de entulho, lixo, etc.
Recuperação Recuperação e/ou limpeza de sistemas de
drenagem, esgotos e acessos. Também
incluem obras de limpeza de canais de
drenagem.
Correspondem a serviços manuais e/ou
utilizando maquinário de pequeno porte.

Obras de drenagem superficial, Implantação de sistema drenagem


proteção vegetal (gramíneas) e superficial (canaletas, rápidos, caixas de
desmonte de blocos e matacões transição, escadas d’água, etc.). Implantação
de proteção superficial vegetal (gramíneas)
em taludes com solo exposto. Eventual
execução de acessos para pedestres
(calçadas, escadarias, etc.) integrados ao
sistema de drenagem. Proteção vegetal de
margens de canais de drenagem. Desmonte
de blocos rochosos e matacões. Predomínio
de serviços manuais e/ou com maquinário
de pequeno porte.

Obras de urbanização Pequenas obras de urbanização tais como


Agregadas a drenagem e urbanização de becos, abertura de acessos,
Esgotamento sanitário execução de passarelas, urbanização de áreas
visando implantação adequada de redes de
drenagem e esgotamento sanitário,
estabelecimento de “rotas de fuga” e
destinação de uso a áreas de risco
desocupadas ou remanescentes de remoção
de famílias.
43

Estruturas de contenção Implantação de estruturas de contenção de


De pequeno porte pequeno porte (hmax = 3,5 m e lmax = 10
m). Obras de contenção e proteção de
margens de canais (gabiões, muros de
concreto, etc.). Correspondem a serviços
parciais ou totalmente mecanizados.

Obras de terraplenagem Execução de serviços de terraplenagem.


De médio a grande porte Execução combinada de obras de drenagem
superficial e proteção vegetal (obras
complementares aos serviços de
terraplenagem).
Obras de desvio e canalização de córregos.
Predomínio de serviços mecanizados.

Estruturas de contenção de médio Implantação de estruturas de contenção de


a grande portes médio a grande porte (h > 3,5 m e l > 10
m), envolvendo obras de contenção
passivas e ativas (muros de gravidade,
cortinas, etc.).
Poderão envolver serviços complementares
de terraplenagem. Predomínio de serviços
mecanizados.

Remoção de moradias As remoções poderão ser definitivas ou não


(para implantação de uma obra, por
exemplo).
Priorizar eventuais realocações dentro da
própria área ocupada, em local seguro.

Fonte: UNDRO - Office of the United Nations Disaster Relief Co-ordinator (ONU,
1991).

Além das intervenções descritas no quadro acima, devem ser consideradas

obras de dragagem e derrocamento de canais e leitos de rios e córregos, que


resultem na redução dos riscos de inundação nas áreas de interesse, sendo

indicados, se necessários, as avaliações e estudos que devem preceder a


execução dos projetos e obras.
44

Para o dimensionamento dos custos das propostas de ações estruturais,


deve-se considerar:

 Os custos necessários para execução das ações estruturais devem ser

estimados para cada uma das áreas de interesse (setores),

apresentados neste documento;


 A estimativa de custos será obtida a partir de composições de custos

unitários, previstas no projeto, menores ou iguais à mediana de seus


correspondentes no Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices

da Construção Civil - SINAPI, mantido e divulgado, na internet, pela


Caixa Econômica Federal e pelo IBGE, e, no caso de obras e serviços

rodoviários, à tabela do Sistema de Custos de Obras Rodoviárias -


SICRO, excetuados os itens caracterizados como montagem industrial

ou que não possam ser considerados como de construção civil.

Metodologia de campo

Em se tratando de uma metodologia para ser aplicadas em áreas


territorialmente selecionadas (polígonos), estimou-se que informações

deverão ser coletadas in loco, a partir dos instrumentos metodológicos


elaborados pelos pesquisadores.

As visitas de campo possibilitaram agregar as informações adquiridas nas

pesquisas em bases de dados. A equipe de campo foi constituída de:

 1 profissional de engenharia civil para propor e quantificar as soluções


técnicas visando a mitigação dos riscos;
 1 geógrafo para avaliação geomorfológicado setor e colaboração na

análise de soluções técnicas para o setor de risco;


45

Para entrada em campo das equipes foi realizada uma etapa de sensibilização
por meio de reunião com a defesa Civil local para apresentação do projeto e

solicitação de apoio para as atividades de campo. Esta etapa incluiu a

realização de reuniões com as lideranças comunitárias, visando organizar a


entrada em campo das equipes e fomentar a participação das comunidades

no processo de gestão ou redução riscos que venham a ocorrer futuramente


ou que estejam em desenvolvimento. Além disso, as comunidades são as

maiores interessadas nas decisões que venham a melhorar suas condições de


vida e são elas as pessoas mais aptas a relatar sobre os problemas ali

existentes.

Estimou-se, ainda, a realização de uma reunião devolutiva com as instituições,


poder pública e comunidades, apresentando e disponibilizando os resultados

do projeto. Esta reunião deverá ocorrer após a elaboração deste relatório com
a apresentação dos produtos.

Resultados

Análise Geomorfológica do Município de Anitápolis

Conforme DNPM12 (1986), a geologia regional de Anitápolis é caracterizada


pela existência de embasamento cristalino e depósitos sedimentares. O

embasamento cristalino engloba as rochas mais antigas do Estado e na área


de estudo constitui-se de rochas metamórficas (gnaisse-granito), granito e

diabásios. Os depósitos sedimentares são produtos de processos originários


de ambientes glaciais, fluviais e marinhos pretéritos.

12
Departamento Nacional Da Produção MINERAL – DNPM. 1986. Mapa geológico do Estado
de Santa Catarina. E= 1:500.000. Florianópolis.
46

A litologia regional pode ser dividida em:

 Faixa granito-gnaissica Santa Rosa de Lima: Composta de granitóides


foliados de composição diversa e estrutura planar orientada,

apresentando foliação milonítica de alto ângulo relacionada a

fenômenos de cizalhamento.
 Suíte intrusiva pedras grandes: Caracteriza-se por rochas graníticas,

com granulação de média a grossa, por conta do tamanho dos cristais


de feldspato alcalino, que podem variar de 1 e 3 cm. Apresentam

coloração rósea.
 Formação Rio do Sul: Sequência glacio-marinha. Na porção inferior é

constituída de folhelhos e argilitos cinza escuros, de aspecto várvico e


na porção superior é composta por argilitos, folhelhos várvicos,

ritmitos, arenitos finos e diamictitos.


 Formação Rio Bonito: Na seção superior esta formação é composta por

depósitos litorâneos e flúvio-deltáicos formados por arenitos finos a


muito finos, escuros, intercalados com argilitos e folhelhos carbonosos.

Na seção média é composta por sedimentos marinhos formados de


siltitos e folhelhos esverdeados. Seção inferior depósitos flúvio-

deltáicos de arenitos imaturos, finos a médios.

O município está inserido na unidade geomorfológica Serras do


Tabuleiro/Itajaí, que se caracteriza por uma sequência de serras subparalelas

com altitudes máximas de aproximadamente 1.200 metros e que são


reduzidas gradativamente em direção ao litoral, onde constituem-se de

pontas ou ilhas. Com relação o relevo da unidade, apresenta vales profundos


e encostas íngremes, características estas que guardam íntima relação com a
47

intensa dissecação controlada de forma estrutural. Dessa forma, a unidade é


suscetível a ocorrência de movimentos de massa (CARUSO Jr., 199513).

Setores de Risco do Município de Anitápolis

Setor 1: SC_AN_SR_01_CPRM

Av. Ivo Silveira – Centro

Ponto 1: UTM: 684490 / 6912090

Este setor encontra-se no centro do município de Anitápolis, na margem


direita do rio Braço do Norte. Corresponde a uma encosta composta parte de

solo residual de granito-gnaisse recoberto por colúvio com muitos blocos de


granito e presença de surgência de água. No local ocorreu, em 2009, um

grande deslizamento do tipo planar, que danificou completamente uma


moradia causando o óbito do residente. O material deslizado foi depositado

junto ao rio, o que causou o represamento do mesmo e o alagamento das


residências à montante. Esta encosta já foi submetida a obras de

retaludamento que atualmente, no entanto, se encontram danificadas, com


zonas de erosão e de drenagem insuficiente. Recomenda-se a manutenção da

obra para evitar recorrência do evento.

13
CARUSO Jr., F. Mapa Geológico e de recursos minerais do sudeste de Santa Catarina, escala
1:100.000 - Texto explicativo e mapa (Programa Cartas de síntese e estudos de integração
geológica, n°1). Brasília, DNPM, 1995.
48

Figura 26: Retaludamento danificado, com focos de erosão e recoberto


porvegetação.

Fonte: CEPED UFSC, 2013.

Figura 27: Blocos rocha remanescentes da obra de retaludamento.

Fonte: CEPED UFSC, 2013.


49

Setor 2: SC_AN_SR_02_CPRM
Av. Ivo Silveira, estrada para Tubarão

Ponto 1: Casa Azul S/N - UTM : 684440 / 6911811

Neste ponto ocorreu invasão da margem do rio para a construção das


moradias, que foram edificadas sob o sistema corte de talude/aterro.

Durante a execução do aterro o leito do rio foi assoreado e estrangulado,


comprometendo assim o seu curso. Como pode ser visto na figura 3, as

tubulações são destinadas diretamente ao rio, sobre o talude, aumentando a


erosão das margens e o consequente alagamento da região.

Figura 28: Invasão da margem do rio para construção das moradias.

Fonte: CEPED UFSC, 2013.


50

Figura 29: Água servida jogada diretamente no rio.

Fonte: CEPED UFSC, 2013.

Ponto 2: Casa Branca S/N – UTM: 684430 / 6911877

Esta moradia foi edificada na base de um talude de corte vertical que


atualmente encontra-se suavizado pela recorrência de movimentos de massa.

Conforme os proprietários, foi executado o corte da encosta e subsequente


aterro para a preparação do terreno. A encosta é composta de gnaisse-

granito bastante fraturado, com uma fina cobertura de solo e depósito


coluvionar.
51

Figura 30: Moradia edificada muito próxima à base do talude. É possível observar o
fraturamento do gnaisse.

Fonte: CEPED UFSC, 2013.

Ponto 3: Casa azul, ao lado da ponte. Nº72 – UTM: 684311/6911830

Neste ponto há uma moradia edificada muito próxima da base do talude e


igualmente próxima da margem de um curso d’água. A encosta é íngreme,

composta de rocha alterada (gnaisse) e colúvio e possui indícios de queda de


blocos. A residência aparenta estar abandonada, no entanto deve-se tomar

providências para que a área não seja utilizada para ocupação.


52

Figura 31: Moradia edificada entre um curso d’água e uma encosta íngreme.

Fonte: CEPED UFSC, 2013.

Ponto 4: Moradia edificada na base de um talude de rocha gnáissica bastante


fraturada. No topo há presença de vegetação de grande porte, acelerando o

processo de intemperismo e aumentando as chances de quedas de blocos.


Recomenda-se a diminuição da vegetação e o monitoramento do talude com

relação a futuras quedas de blocos.


53

Figura 32: Talude rochoso com vegetação de grande porte no topo e evidência de
eminência de quedas de blocos.

Fonte: CEPED UFSC, 2013.

Ponto 5: Casa de três andares – UTM 684214/6911695

Este terreno consiste em uma encosta bastante elevada e inclinada, composta


de rocha gnáissica, rocha alterada e colúvio. A moradia foi edificada parte

sobre rocha e parte sobre o solo (figura 35a). A propriedade apresenta muita
surgência e os proprietários fazem a captação de água diretamente na

encosta. Improvisaram também um pequeno açude na base da encosta


(figura 35b). Este conjunto de situações configura alto risco de deslizamento

no local. Dessa forma, é necessário que se realize trabalhos de controle da


drenagem na encosta.
54

Figura 33: Terreno com encosta de elevada altitude e inclinação.

Fonte: CEPED UFSC, 2013.

Figura 34: a) moradia de três andares estando uma parte edificada sobre rocha e
solo. b) açude na base da encosta aproveitando surgência de água na encosta. c)
terreno com elevada inclinação.

Fonte: CEPED UFSC, 2013

Ponto 6: Neste ponto as moradias encontram-se na base de um talude


vertical composto de solo residual de gnaisse e colúvio (figura 36). Algumas

moradias encontram-se na base de um talude e no topo de outro (Figuras 37

e 38). Em sua maioria são moradias de baixo padrão construtivo e edificadas


sob sistema corte de talude/aterro. No caso da moradia da figura 36 é
55

possível a execução de trabalhos de suavização da encosta e drenagem


adequada da água para diminuir os riscos de movimento de massa. As

moradias das figuras 37 e 38 encontram-se sob situação de alto risco, com

possibilidade de deslizamento do talude superior e também de deslizamento


do talude no qual as casas encontram-se edificadas.

Figura 35: Moradias edificadas na base de talude de corte vertical.

Fonte: CEPED UFSC, 2013.

Figura 36: Moradia edificada entre a base e o topo de taludes verticais.

Fonte: CEPED UFSC, 2013.


56

Figura 37: Moradias construídas entre a base de um talude e o topo de outro


(fundos). Muito alto risco.

Fonte: CEPED UFSC, 2013.

Setor 3: SC_AN_SR_03_CPRM
Perímetro Urbano, estrada para Tubarão

Ponto 1: UTM: 684008/6911159.

Residência de baixo padrão construtivo edificada de forma inadequada

(figura 13) no topo de um talude de 4 a 5 metros, composto parte de solo


residual e parte de aterro (material gnáissico). A base do talude corresponde

a margem do rio e está solapando pelo processo de erosão fluvial. Há um


muro de contenção, no entanto é insuficiente do ponto de vista estrutural e

sustenta apenas parte da encosta. A situação torna-se mais crítica pelo fato

de a casa ser habitada por um idoso e uma criança.


57

Figura 38: Casa de baixo padrão construto, edificada de forma inadequada e


embasada em porção do terreno que apresenta processos erosivos.

Fonte: CEPED UFSC, 2013.

Figura 39: Muro de concreto utilizado para a contenção do aterro. Apresenta pontos
danificados.

Fonte: CEPED UFSC, 2013.


58

Setor 4: SC_AN_SR_04_CPRM
Bairro Antônio David

Ponto 1: Casa de dois andares - UTM: 683928/6911414.

Esta moradia foi totalmente reformada, contando com obra de


retaludamento da encosta nos fundos do terreno e aplicação de um sistema

de controle de drenagem (figuras 40 e 41).

Figura 40: Residência já conta com retaludamento nos fundos do terreno e


aplocação de sistemas de controle de drenagem.

Fonte: CEPED UFSC, 2013.


59

Figura 41: Aplicação de sistemas de drenagem. No topo deste talude estão


edificadasas moradias do ponto 2.

Fonte: CEPED UFSC, 2013.

Ponto 2: Três moradias no topo do talude do ponto 1 – UTM:

683939/6911456.

A encosta é composta de colúvio sobre horizonte C de Gnaisse. As moradias


foram construídas sob sistema corte de talude/aterro, na base de uma

encosta íngreme (figuras 43 e 44) e estão próximas do limite do topo do


talude de corte realizado para a edificação da casa localizada logo abaixo

(Figuras 42 e 41). Dentre elas a que está em pior situação é a terceira, que
apresenta trincas no piso, nos pilares e apresenta sinais de movimentação na

encosta abaixo.
60

Figura 42: Residência próxima a corte de talude.

Fonte:CEPED UFSC, 2013.

Figura 43: Encosta íngreme situada na frente das moradias.

Fonte: CEPED UFSC, 2013.


61

Figura 44: Residência e terreno com indícios de movimentação.

Fonte: CEPED UFSC, 2013.

Setor 5: SC_AN_SR_05_CEPED
Rua Quinze de Novembro

Ponto 1: Creche Municipal – UTM: 683979/6911862.

Este ponto corresponde a um grande deslizamento ocorrido em um talude de

corte de aproximadamente 15 metros, ao lado do qual a creche municipal foi


construída. A encosta foi retaludada anteriormente, no entanto a obra

encontra-se danificada, com muitos pontos de erosão e sujeita a novos


movimentos de massa.
62

Figura 45: Retaludamento sem sistemas adequados de controle de drenagem e com


muro de concreto na base do mesmo, igualmente ineficiente.

Fonte: CEPED UFSC, 2013.

Ponto 2: Madeireira – UTM 683916/6911570.


Este ponto corresponde a um talude verticalizado, fruto de exploração do
material do terreno. A encosta é composta de horizonte C de gnaisse, muito

erodido, recoberto por colúvio. No topo do talude há uma moradia muito


próxima da crista, que encontra-se em situação de risco (figura 21).

Figura 46: Moradia edificada no topo do talude verticalizado.

Fonte: CEPED UFSC, 2013.


63

Setor 6: SC_AN_SR_06_CEPED
Rua Ângelo Carrara

Ponto 1: Este ponto compreende as casas de nº 37, 59 e 63.

Para a construção destas moradias foi realizada retirada de material


resultando em um talude de corte verticalizado de aproximadamente 8

metros. As residências encontra-se a uma distância não segura da base deste


talude e as feições de movimentação na encosta demonstram que o sistema

escolhido para a drenagem não é suficiente. É necessário que se realize


trabalho de suavização da encosta e aplicação de um sistema de controle de
drenagem eficiente.

Figura 47: Residência muito próxima da base do talude que apresenta sinais de
antigas e ativas movimentações.

Fonte: CEPED UFSC, 2013.


64

Ponto 2: Última casa da rua – UTM 684515/6912360.

Moradia e rancho construídos próximos a base do talude de corte composto


por horizonte C e colúvio (material gnáissico). A encosta apresenta sinais de

deslizamento recente e de movimentações ainda ativas. É necessário que se

realize trabalhos de retaludamento e de sistemas de controle de drenagem.

Figura 48: Residência próxima ao talude verticalizado composto de Horizonte C +


colúvio.

Fonte: CEPED UFSC, 2013.


65

Figura 49: Material deslizado recentemente.

Fonte: CEPED UFSC, 2013.

Ponto 3: UTM684357/6912354.

Esta moradia encontrava-se muito próxima da base de um talude vertical


composto de material coluvionar que colapsou atingindo-a. É necessário

averiguar a possibilidade de execução de obras de contenção que não


danifiquem a edificação. Do contrário, recomenda-se a interdição da

residência.

Figura 50:Moradia muito próxima da base de um talude vertical composto de


material coluvionar e atingida por material proveniente do topo.

Fonte: CEPED UFSC, 2013.


66

Ponto 4: UTM 684315/6912377.


Terreno com talude de corte em material coluvionar depositado sobre
horizonte C de gnaisse. Dentre a casa azul e o galpão as edificações não se

encontram em alto risco, no entanto o galpão encontra-se muito próximo do


topo do talude. É necessário realizar um trabalho de drenagem e suavização

da verticalização do talude.

Figura 51: Galpão logo acima, muito próximo do topo do talude.

Fonte: CEPED UFSC, 2013.

Setor 7: SC_AN_SR_07_CPRM
Início da Rod. SC 407

Ponto 1: UTM 684245/6912683.


Este ponto corresponde a um grande talude de corte realizado em material

gnáissico. É composto dos horizontes B, C e colúvio. Embora sejam visíveis


os sinais de instabilização da encosta, não há residências nas proximidades,

com a exceção de um galpão aparentemente abandonado.


67

Figura 52: Perfil com horizontes C, B e colúvio.

Fonte: CEPED UFSC, 2013.

Setor 8: SC_AN_SR_08_CPRM
Bairro Rio do Ouro

Ponto 1: Casa S/N, em frente a casa nº589.

Moradia edificada muito próxima a um talude vertical, de altura elevada. Esta

moradia já encontra-se interditada pela defesa civil municipal. No entanto, há


indícios de que a família ainda ocupa o local, que é considerado de alto risco.
68

Figura 53: Moradia edificada muito próxima a um talude vertical, de altura elevada.

Fonte: CEPED UFSC, 2013.

Ponto 2: Estas edificações encontram-se em uma encosta íngreme,


embasadas nos limites da base e do topo dos taludes verticais, executados
para a construção das mesmas. Sugere-se trabalhos de controle de drenagem
e de contenção/suavização dos taludes.
Figura 54: Moradias edificadas.

Fonte: CEPED UFSC, 2013.


69

Ponto 3: Moradia na subida para o topo da encosta, antes do ponto 2 – UTM


684943/6911504.

Esta residência encontra-se edificada na base de um talude de corte vertical,

com vegetação de grande porte no topo. Para diminuir o rsico de ruptura é

necessário que se realize trabalhos de controle de drenagem e


suavização/relatudamento da encosta.

Figura 55: Talude vertical horizonte B e C de gnaisse. Casa muito próxima ao talude.

Fonte: CEPED UFSC, 2013.

Ponto 4: Casa S/N - UTM 684578 /6911684.


Esta morada foi edificada muito próxima da base de um talude de corte.

Também encontra-se na direção do eixo de drenagem natural da encosta e é


constantemente atingida por material proveniente da encosta, como pode ser

observado na figura 33. É necessário que se realize obras de controle de


drenagem e contenção do talude ou a interdição da moradia.
70

Figura 56: Moradia edificada na base do talude e na direção do eixo de drenagem.

Fonte: CEPED UFSC, 2013.

Ponto 5:Esta moradia foi construída sob o sistema corte de talude/aterro. Não
possui nenhum sistema de controle de drenagem e o muro construído para

conter o talude/aterro já foi danificado por movimentações pretéritas. É


necessário a realização de trabalhos de controle de drenagem e

contenção/suavização do talude.

Figura 57: Muro já danificado pelo peso do material de aterro do vizinho.

Fonte: CEPED UFSC, 2013.


71

Ponto 6: A moradia correspondente ao ponto 6 constava na setorização do


CPRM, no entanto não foram encontrados no local sinais de instabilidade e

risco a movimento de massa ou inundação.

Figura 58: Moradia sem indícios de processos de instabilização.

Fonte: CEPED UFSC, 2013.

Ponto 7: Esta moradia encontra-se edificada muito próxima da margem do


rio, no topo de um talude que tem como base a própria calha do curso

d’água. É necessária a realização de obras para evitar a erosão da base do


talude.
72

Figura 59: Moradia muito próxima da margem do rio.

Fonte: CEPED UFSC, 2013.

Ponto 8: Este ponto corresponde a uma moradia do tipo palafita, de baixo


padrão construtivo, embasada na calha do rio. Esta situação configura muito

alto risco e recomenda-se a interdição da casa e a remoção da família.

Figura 60: Moradia em situação de alto risco.

Fonte: CEPED UFSC, 2013.


73

Setor 9: SC_AN_SR_09_CPRM
Rio Braço do Norte, área central do município.

Ponto 1: Casa número 637 – UTM 683840/6911341.

A moradia em questão foi construída na margem do rio, que está em

processo de erosão. No local há sinais de movimentação, como trincas na


edificação e degraus de abatimento no terreno.

Figura 61: Terreno com sinais de movimentação devido a erosão da margem do rio.

Fonte: CEPED UFSC, 2013.


74

Figura 62: Edificação apresentando sinais de movimentação do terreno.

Fonte: CEPED UFSC, 2013.

Ponto 2: As moradias situadas nesse local foram afetadas no passado por


eventos de inundação, no entanto, executou-se uma alteração no curso do rio

e atualmente estas casas encontram-se distantes das margens do mesmo.

Figura 63: Conforme vistoria e relato dos moradores, não foram encontradas
evidências de que ainda ocorra inundação na localidade.

Fonte: CEPED UFSC, 2013.


75

Ponto 3: Este ponto corresponde a ponte sobre o rio Braço do Norte. Como
pode ser observado na figura 40, já foram realizadas obras de contenção nas

cabeceiras da ponte.

Figura 64: Conforme vistoria e relato dos moradores, não foram encontradas
evidências de que ainda ocorra inundação na localidade.

Fonte: CEPED UFSC, 2013.


Setor 10: SC_AN_SR_09_CPRM.
Rio das Pedras, área central do município

Neste setor o rio apresenta muitos pontos com obras já executadas pela

prefeitura, como muros de gabião e enrocamentos (Figura 66). Nas demais


áreas (figura 67) é necessário que se realize limpeza do canal, com retirada de

sedimentos e também de alguns blocos de rocha.

Figura 65: Calha do rio protegida por muro de pedras.

Fonte: CEPED UFSC, 2013.


76

Figura 66: Calha do rio com grande volume de sedimentos e blocos do rocha.

Fonte: CEPED UFSC, 2013.

Setor 11: SC_AN_SR_09_CPRM.


Rio Branco, área Agrícola

Ponto 1: Neste ponto esta propriedade encontra-se na margem do Rio


Branco, que possui grande velocidade a poder de transporte. Dessa forma, é

possível observar a ocorrência de erosão fluvial (figura 68) e depósito de


sedimentos e blocos de rocha. A moradia não se encontra em situação de

risco, visto que encontra-se distante da margem do rio. No entanto é


necessário que ser realize obras de desassoreamento do rio e contenção da

erosão fluvial.
77

Figura 67: Calha do rio com grande volume de sedimentos e blocos do rocha.

Fonte: CEPED UFSC, 2013.

Sugestões de Intervenções para Mitigação dos Setores de Risco de Desastre

de Anitápolis

Setor 01 – SC_AN_SR_01 – Bairro – Centro - Av. Ivo Silveira

O setor 01corresponde a uma encosta com elevada altura e inclinação,


composta por um misto de colúvio de granito-gnaisse, solo residual e blocos
de rocha. Durante as inspeções de campo foram identificados fragmentos de

diabásio na massa de solo o que indica a presença de um dique de diabásio


no local. Ainda, foram identificadas surgências d'água no pé da encosta

mesmo em período de seca, o que tende a confirmar a presença do dique


visto, que estes são normalmente grandes coletores de água.

A seguir, a figura 69 apresenta uma imagem geral do setor 01 onde podem

ser visualizadas ainda as cicatrizes de ruptura.


78

Figura 68: Visão geral do setor 01, Anitápolis.

Fonte: CEPED UFSC, 2013.

Diagnóstico Geotécnico Local

Durante as inspeções de campo foram identificadas as seguintes

características:

 Talude heterogêneo constituído por colúvio, solo residual e blocos de

rocha de granito-gnaisse.;

 Encosta já sofreu processos de ruptura em 2009;

 Encosta de elevada altura e inclinação;

 Surgência d'água no pé da encosta;

 Evidências da presença de dique de diabásio na encosta devido a

existência de fragmentos de diabásio na massa escorregada.

Soluções Geotécnicas

Para a correção da instabilidade do setor 01 foram adotadas as seguintes

soluções:
79

 Retaludamento da encosta em inclinação de 1:1 na porção inferior.


 Execução de drenos sub-horizontais na base do retaludamento para o

alívio das poro-pressões no interior da massa. Os drenos deverão estar

espaçados a cada 5m e o comprimento estimado deverá ser de em


média 25m.

 Execução de dispositivos de drenagem como vala de crista e descida


d'água.

 Execução de proteção contra erosão com enleivamento.


 Na porção superior(escarpa) executar grampeamento do solo com face

em concreto projetado.
 Grampos compostos por barras de aço do tipo CA 50 com 25mm de
diâmetro.
 O espaçamento médio adotado entre os grampos, tanto na vertical

quanto na horizontal foi da ordem de 1,5m.


 O comprimento adotado dos grampos foi da ordem de 15m.

 Execução de dispositivos de drenagem na crista do grampeamento e


descida d'água para condução das águas.

 Execução de drenos sub-horizontais para o alívio das poro-pressões no


interior do maciço. Os drenos deverão estar espaçados a cada 5m e o

comprimento estimado deverá ser de em média 20m.


 Vale ressaltar que os comprimentos e espaçamentos foram estimados.

As dimensões exatas serão verificadas somente após a elaboração das


investigações geotécnicas e consequentemente do projeto.

A seguir a figura 69 apresenta um croqui esquemático da solução adotada.


80

Figura 69: Croqui esquemático da solução adotada. Solo grampeado na porção


superior e retaludamento na porção inferior. Também foram previstos drenos sub-
horizontais.

Fonte: CEPED UFSC, 2013.

Tabela 4: Resumo das Soluções Geotécnicas Adotadas

PROPOSTAS DE INTERVENÇÕES PARA MITIGAÇÃO DE RISCOS


ESTUDOS/ MEMÓRIA
ID INTERVENÇÃO SERVIÇOS CUSTO (R$)
PROJETOS DE CÁLCULO
Setor 01 Estrutura de - Retaludamento da - Levantamento Anexo 01 R$
contenção de encosta na porção topográfico da 15.195.643,0
médio a grande inferior; área; 3
porte - Execução de solo - investigações
grampeado na geotécnicas de
porção superior da campo;
encosta; - Investigações
- Execução de geotécnicas de
dispositivos de laboratório;
drenagem; - Projeto
- Execução de geotécnico da
proteção contra contenção;
erosão. - Projeto de
drenagem.
81

Fonte: CEPED UFSC, 2013.

Setor 02 – SC_AN_SR_02 – Av. Ivo Silveira – Estrada Rio Tubarão

O setor 02 corresponde a uma encosta com declividades superiores a 35%,

composta por solo residual, colúvio e afloramentos de rocha, ambos deriva


dos de gnaisse, situada às margens do Rio Braço do Norte, onde ocorre

uma urbanização esparsa e desordenada, com edificações de médio e baixo


padrão.

Durante as inspeções de campo devido as diferentes características

encontradas no setor, tanto em geologia quanto na situação das edificações,


o setor 02 foi dividido em 07 pontos.

A seguir, a figura 70 apresenta uma imagem geral do setor 02.

Figura 70: Visão geral do setor 02.

Fonte: CEPED UFSC, 2013.

Diagnóstico Geotécnico Local – Ponto 01

Durante as inspeções de campo foram identificadas as seguintes


características:
82

 Edificações situadas as margens do rio;

 Proprietários destas edificações ampliaram seu terreno original através

de aterro do terreno natural, chegando muito próximo da calha do rio;

 Percebe-se que em alguns pontos o rio foi “estrangulado” devido ao

avanço dos terrenos, reduzindo sua vazão, e ocasionando erosão das

margens;
 Proprietários das edificações executaram muros de concreto armado

(não dimensionados como contenção) para conter o talude de aterro


do terreno;

 Foi verificada ainda a presença de tubulações de água e esgoto

escoando pela face do talude de aterro o qual já apresenta sinais de


erosão devido a este escoamento.

Soluções Geotécnicas – Ponto 01

Para a correção desta situação foram adotadas as soluções:

 Remoção dos muros de concreto existentes e execução de muros de

gabião os quais se adaptam melhor as deformações do terreno, além

de serem auto-drenantes, ou seja, permitem que as águas que infiltram


no terreno a montante, escoem por ele evitando assim, excessos de

poropressão no interior do maciço terroso;


 Execução de dispositivos de drenagem para canalizar as águas servidas

e destinar ao seu devido local.

A seguir a figura 71 apresenta um croqui esquemático da solução adotada.


83

Figura 71: Croqui esquemático da solução adotada. Proteção das margens e dos
terrenos ampliados com a execução de muros de gabião.

Fonte: CEPED UFSC, 2013.

Tabela 5: Resumo das Soluções Geotécnicas Adotadas – Ponto 01

PROPOSTAS DE INTERVENÇÕES PARA MITIGAÇÃO DE RISCOS


ESTUDOS/ MEMÓRIA
ID INTERVENÇÃO SERVIÇOS CUSTO (R$)
PROJETOS DE CÁLCULO
Setor 02 Estruturas de - Remover os muros - Levantamento
Ponto 01 contenção de de concreto topográfico da Anexo 01 R$
pequeno porte existentes que estão área;
279.461,95
servindo como - investigações
contenção e refazê- geotécnicas de
los como muro de campo;
contenção do tipo - investigações
Gabião. geotécnicas de
laboratório;
- Projeto
geotécnico da
contenção
Obras de - Execução de - Projeto de
terraplanagem dispositivos de drenagem.
de médio a drenagem;
grande porte
84

Fonte: CEPED UFSC, 2013.

Diagnóstico Geotécnico Local – Ponto 02

Durante as inspeções de campo foram identificadas as seguintes

características:

 Talude de elevada altura e inclinação composto por horizonte B,

horizonte C, e rocha alterada, ambos derivados de gnaisse;

 Planos preferenciais de ruptura do solo e da rocha, neste caso a

xistosidade que também é característica dos gnaisses, estão voltados

no sentido favorável ao escorregamento;


 Proprietário do terreno informou que o talude já rompeu em chuvas

passadas pois o mesmo efetuou um corte verticalizado no talude;


 Devido ao escorregamento anterior, a massa de solo e rocha que hoje

está exposta tem sua geometria um pouco mais suavizada e o material


do talude que comanda a ruptura, é a própria rocha alterada.

 Percebe-se ainda, que a maior parte do talude é composta por rocha

alterada e somente uma pequena parcela é composta por uma cada de

solo, de pouca espessura, dividida em horizontes B e C;


 Ausência de dispositivos de drenagem.

Soluções Geotécnicas – Ponto 02

Para a correção da instabilidade do ponto 02 foram adotadas as soluções:

 Execução de uma conformação manual na porção do talude que é

composta por solo, diminuindo ao máximo a sua inclinação;

 Revestir o talude exposto com concreto projetado e tela metálica para

evitar erosão;

 Execução de dispositivos de drenagem.

A seguir a figura 72 apresenta um croqui esquemático da solução adotada.


85

Figura 72: Croqui esquemático da solução adotada. Conformação manual do talude e


revestimento com concreto projetado para evitar erosão.

Fonte: CEPED UFSC, 2013.

Tabela6: Resumo das Soluções Geotécnicas Adotadas – Ponto 02.

PROPOSTAS DE INTERVENÇÕES PARA MITIGAÇÃO DE RISCOS


MEMÓRIA
ESTUDOS/
ID INTERVENÇÃO SERVIÇOS DE CUSTO (R$)
PROJETOS
CÁLCULO
Setor 02 Estrutura de - Retaludamento - Levantamento Anexo 01 R$224.210,05
Ponto contenção de manual do talude topográfico da
02 médio a grande porção composta área;
porte por solo; - investigações
- Revestimento do geotécnicas de
talude com concreto campo;
projetado e tela - Investigações
metálica; geotécnicas de
- Execução de laboratório;
dispositivos de - Projeto
drenagem; geotécnico da
contenção;
- Projeto de
drenagem.

Fonte: CEPED UFSC, 2013.


86

Diagnóstico Geotécnico Local – Ponto 03

Durante as inspeções de campo foram identificadas as seguintes

características:

 Talude de elevada altura e inclinação composto solo residual, colúvio e

rocha, ambos derivados de gnaisse;

 Evidenciadas quedas de bloco do talude;

 Edificação de baixo padrão muito próxima ao talude de corte;

 Edificação localiza-se muito próxima a margem de um canal.

 Edificação apresenta sinais de que está abandonada.

Soluções Geotécnicas – Ponto 03

Para solucionar a situação das famílias do ponto 03 adotou-se a seguinte

medida:

 A única solução é a remoção da família que possa estar ocupando a

edificação e a sua realocação em local seguro;

 Esta media se faz necessária porque a situação é de risco e além disso

o custo para remover uma única família será muito menor que

qualquer obra de contenção.


87

Tabela 7: Resumo das Soluções Geotécnicas Adotadas – Ponto 03

PROPOSTAS DE INTERVENÇÕES PARA MITIGAÇÃO DE RISCOS


MEMÓRIA
ESTUDOS/
ID INTERVENÇÃO SERVIÇOS DE CUSTO (R$)
PROJETOS
CÁLCULO
Setor 02 Remoção de - Remoção da --- Anexo 01 R$163.456,25
Ponto 03 Moradias família e realocação
em local seguro

Fonte: CEPED UFSC, 2013.

Diagnóstico Geotécnico Local – Ponto 04

Durante as inspeções de campo foram identificadas as seguintes


características:

 Talude de elevada altura, verticalizado, composto por rocha fraturada,

caracterizada como um gnaisse;


 Famílias de descontinuidades da rocha estão propensas a ocasionar

queda de blocos de pequena a grandes dimensões;


 Árvores de grande porte recobrem este maciço rochoso, onde suas

raízes penetram nas fraturas, sendo mais um agente favorável a queda


de blocos.

Soluções Geotécnicas – Ponto 04

Para a correção da instabilidade do ponto 04 foram adotadas as soluções:

 Limpeza da vegetação que recobre o maciço;

 Limpeza dos blocos de rocha instáveis;

 Monitoramento e manutenção periódica do surgimento de novos

blocos de rocha instáveis.


 Há a alternativa de se executar uma tela de alta resistência, chumbada

na rocha, para evitar queda de blocos. Porém, esta solução seria muito
mais onerosa que desapropriar a edificação.
88

A seguir a figura 73 apresenta um croqui esquemático da solução adotada.

Figura 73: Croqui esquemático da solução adotada. Limpeza dos blocos de rocha
instáveis no talude rochoso.

Fonte: CEPED UFSC, 2013.

Tabela 8: Resumo das Soluções Geotécnicas Adotadas – Ponto 04

PROPOSTAS DE INTERVENÇÕES PARA MITIGAÇÃO DE RISCOS


MEMÓRIA
ESTUDOS/
ID INTERVENÇÃO SERVIÇOS DE CUSTO (R$)
PROJETOS
CÁLCULO
Setor 02 Estrutura de - Limpeza dos blocos --- Anexo 01 R$ 27.427,50
Ponto 04 contenção de de rocha instáveis;
médio a grande - Limpeza da
porte vegetação que
recobre o maciço.

Fonte: CEPED UFSC, 2013.

Diagnóstico Geotécnico Local – Ponto 05

Durante as inspeções de campo foram identificadas as seguintes


características:
89

 Encosta de elevada altura e inclinação composta principalmente por

solo residual e colúvio derivados de gnaisse;

 Edificação de grande porte assentada em terreno composto em partes

por rocha e partes por solo;


 Edificação situada no alinhamento de um talvegue;

 Surgência d'água na encosta mesmo em período de seca;

 Moradores instalaram tubulação cravada na encosta para captação

desta água;
 Tubulação instalada serviu como dreno sub-horizontal a qual

promoveu o grande alívio das poro-pressões no interior da encosta.


 Ausência de dispositivos de drenagem.

Soluções Geotécnicas – Ponto 05

Para a correção da instabilidade do ponto 05 foram adotadas as soluções:

 Execução de drenos sub-horizontais ao longo da encosta para o alívio

das poro-pressões;
 Execução de dispositivos de drenagem ao longo da encosta compostos

por descida d'água, vala de crista, sarjeta etc;

A seguir a figura 74 apresenta um croqui esquemático da solução adotada.


90

Figura 74: Croqui esquemático da solução adotada. Somente execução de drenos


sub-horizontais, vala de crista e descidas d´água.

Fonte: CEPED UFSC, 2013.

Tabela 9: Resumo das Soluções Geotécnicas Adotadas – Ponto 05

PROPOSTAS DE INTERVENÇÕES PARA MITIGAÇÃO DE RISCOS


ESTUDOS/ MEMÓRIA
ID INTERVENÇÃO SERVIÇOS CUSTO (R$)
PROJETOS DE CÁLCULO
- Levantamento
Obras de Execução de
topográfico da
Setor 02 terraplanagem dispositivos de R$
área; Anexo 01
Ponto 05 de médio a drenagem; 167.815,00
- Projeto de
grande porte
drenagem.

Fonte: CEPED UFSC, 2013.

Diagnóstico Geotécnico Local – Ponto 06

Durante as inspeções de campo foram identificadas as seguintes


características:

 Talude composto por solo residual derivado de gnaisse;

 Talude bastante verticalizado;

 Corte no terreno das edificações executados com geometria incorreta;

 Ausência de dispositivos de drenagem e proteção contra erosão.


91

Soluções Geotécnicas – Ponto 06

Para a correção da instabilidade do 06 foram adotadas as soluções:

 Conformação manual do talude em inclinação de 1:1. Esta

conformação deverá ser manual visto, que não há espaço para a


entrada de maquinário;

 Execução de dispositivos de drenagem na crista do talude e descida


d'água para condução das águas;

 Execução de proteção contra erosão com enleivamento.

A seguir a figura 75 apresenta um croqui esquemático da solução adotada.

Figura 75: Croqui esquemático da solução adotada. Conformação manual do talude,


proteção contra erosão e execução de dispositivos de drenagem.

Fonte: CEPED UFSC, 2013.

Tabela 10: Resumo das Soluções Geotécnicas Adotadas – Ponto 06

PROPOSTAS DE INTERVENÇÕES PARA MITIGAÇÃO DE RISCOS

MEMÓRIA
ESTUDOS/
ID INTERVENÇÃO SERVIÇOS DE CUSTO (R$)
PROJETOS
CÁLCULO
92

Setor 02 Obras de - Retaludamento - Levantamento Anexo 01 R$ 75.116,63


Ponto 06 terraplanagem manual da encosta; topográfico da
de médio a - Execução de área;
grande porte dispositivos de - Projeto
drenagem; geotécnico do
- Execução de retaludamento.
proteção contra - Projeto de
erosão. drenagem.

Fonte: CEPED UFSC, 2013.

Diagnóstico Geotécnico Local – Ponto 07

Durante as inspeções de campo foram identificadas as seguintes

características:

 Talude composto por solo residual e colúvio ambos derivados de

gnaisse;

 Talude de elevada altura e inclinação bastante verticalizado;

 Cortes no terreno e acesso às edificações executados com geometria

incorreta;
 Edificações de baixo padrão situadas muito próximas a crista do talude

verticalizado estando na eminência de desabamento caso haja alguma


movimentação do talude;

 Ausência de dispositivos de drenagem e proteção contra erosão.

Soluções Geotécnicas – Ponto 07

Para solucionar a situação das famílias do ponto 07 adotou-se a seguinte


medida:

 A única solução é a remoção das famílias e casas e a sua realocação em

local seguro;
93

Esta media se faz necessária porque a situação de risco é generalizada, ou


seja, abrange boa parte da encosta. Além do risco geológico de uma ruptura,

a própria ocupação desordenada, ações antrópicas e a falta de fiscalização,

contribuíram significativamente para a indicação desta solução.

Tabela 11: Resumo das Soluções Geotécnicas Adotadas – Ponto 07

PROPOSTAS DE INTERVENÇÕES PARA MITIGAÇÃO DE RISCOS


MEMÓRIA
ESTUDOS/
ID INTERVENÇÃO SERVIÇOS DE CUSTO (R$)
PROJETOS
CÁLCULO
Setor 02 Remoção de - Remoção da --- Anexo 01 R$ 784.590,00
Ponto 07 Moradias família e realocação
em local seguro

Fonte: CEPED UFSC, 2013.

Setor 03 – SC_AN_SR_03 – Perímetro Urbano – Estrada Rio Tubarão

O setor 03corresponde a uma edificação implantada em terreno composto

parte por solo residual e parte por material de aterro, as margens do Rio
Braço do Norte, em um atual meandro, onde a água percola com velocidade,

causando erosão e solapamento do talude da margem.

A seguir, a figura 76 apresenta uma imagem geral do setor 03.


94

Figura 76: Visão geral do setor 03.

Fonte: CEPED UFSC, 2013.

Diagnóstico Geotécnico Local

Durante as inspeções de campo foram identificadas as seguintes

características:

 Encosta íngreme situada na frente da edificação.;

 Fundos do terreno abrange o talude das margens do Rio;

 Talude das margens erodido devido velocidade das águas;

 Devido a erosão, o talude está solapando e causando risco de ruptura;

 Edificação comprometida devido a situação de risco do talude e

também, pela sua própria estrutura e fundação, as quais não foram

executadas corretamente;

 Muro de concreto que serve como contenção do aterro do terreno já

rompeu em partes devido a erosão do talude.


95

Soluções Geotécnicas

Para a correção da instabilidade do setor 03 foram adotadas as seguintes

soluções:

 Proteger a margem do rio na área da edificação e no seu entorno


através da execução de enrocamento com rocha;

 Para gerar economia, pode-se utilizar como material do enrocamento a


rocha existente na calha do rio, ou seja, os seixos e blocos trazidos pela

força das águas;


 Esta medida além de gerar economia para a obra de proteção da

margem, auxilia no desassoreamento do rio;


 Em outros setores de Anitápolis já verificou-se este tipo de solução

para proteção das margens dos rios;


 Demolir muro de concreto e dimensionar muro de pedra argamassada

como contenção;
 Reaterrar atrás deste muro de contenção para recompor o terreno da

edificação;
 Orientar proprietário da edificação para refazer ou melhorar a

estrutura e as fundações da edificação;


 Também foi quantificada a alternativa de desapropriação da edificação
ficando a cargo da executora e da Prefeitura de Anitápolis a decisão de

desapropriar ou não.

A seguir a figura 77 apresenta um croqui esquemático da solução adotada.


96

Figura 77: Croqui esquemático da solução adotada. Executar muro de pedra


argamassada como contenção, recompor terreno da edificação e proteger as
margens do rio com enrocamento.

Fonte: CEPED UFSC, 2013.


97

Tabela12: Resumo das Soluções Geotécnicas Adotadas

PROPOSTAS DE INTERVENÇÕES PARA MITIGAÇÃO DE RISCOS


ID INTERVENÇÃO SERVIÇOS ESTUDOS/ MEMÓRIA CUSTO (R$)
PROJETOS DE
CÁLCULO
Setor 03 Obras de - Enrocamento de - Levantamento Anexo 01 R$
terraplanagem pedra jogada; topográfico da 194.304,25
de médio a - Execução de área;
grande porte dispositivos de - investigações
drenagem; geotécnicas de
campo;
- Projeto
geotécnico do
enrocamento;
- Projeto de
drenagem.
Estrututras de - Remover muro de - investigações
contenção de concreto rompido e geotécnicas de
pequeno porte refazê-lo como muro campo;
de contenção do - investigações
tipo pedra geotécnicas de
argamassada. laboratório;
- Projeto
geotécnico da
contenção
Remoção de - Remoção da --- R$
Moradias edificação 263.776,00

Fonte: CEPED UFSC, 2013.

Setor 04 – SC_AN_SR_04 – Bairro – Antônio David

O setor 04corresponde a uma encosta com declividade superior a 35%,


composta por solo residual derivado de gnaisse, onde estão situadas 03

edificações. Uma delas está situada no pé do talude de corte, ao nível da


estrada existente. As outras duas estão situadas na porção superior do talude,

acima daquela edificação.Sendo assim, este setor foi dividido em dois pontos
sendo o ponto 01 a edificação situada no pé da encosta e o ponto 02 as duas

edificações situadas na porção superior do talude.


98

A seguir, a figura 78 apresenta uma imagem geral do setor 04.

Figura 78: Visão geral do setor 04.

Fonte: CEPED UFSC, 2013.

Diagnóstico Geotécnico Local – Ponto 01

A edificação do ponto 01, situada no pé do talude corte já foi totalmente


reformada e a encosta em seu entorno já retaludada. Também já foram

executados os devidos dispositivos de drenagem como vala de crista e


descida d'água.

Soluções Geotécnicas – Ponto 01

Para o ponto 01 não foi indicada nenhuma solução geotécnica.

Diagnóstico Geotécnico Local – Ponto 02

Durante as inspeções de campo foram identificadas as seguintes

características:

 Edificações construídas em frente a uma encosta íngreme;


99

 Nos fundos das edificações encontra-se a crista de um talude de corte o

qual tem seu pé localizado na estrada existente, ou seja, a mesma

estrada onde localiza-se a edificação do ponto 01.

 Verifica-se que em uma das edificações já ocorrem trincas no contra-

piso, provenientes da movimentação do maciço.

Soluções Geotécnicas – Ponto 02

Para a correção da instabilidade do ponto 02 foram adotadas as seguintes

soluções:

 Retaludamento da encosta em frente as edificações;

 Execução de dispositivos de drenagem;

 Execução de proteção contra erosão;

 Retaludamento do talude de corte localizado no fundo das edificações

com pé situado na estrada existente;


 Execução de muro de gabião após o retaludamento;

 Execução de dispositivos de drenagem;

 Execução de proteção contra erosão;

A seguir a figura 79 apresenta um croqui esquemático da solução adotada.


100

Figura 79: Croqui esquemático da solução adotada. Muro de gabião na base e


retaludamento na porção superior.

Fonte: CEPED UFSC, 2013.

Tabela 13: Resumo das Soluções Geotécnicas Adotadas

PROPOSTAS DE INTERVENÇÕES PARA MITIGAÇÃO DE RISCOS


ID INTERVENÇÃO SERVIÇOS ESTUDOS/ MEMÓRIA CUSTO (R$)
PROJETOS DE
CÁLCULO
Setor 04 Obras de - Retaludamento da - Levantamento Anexo 01 R$ 640.228,20
Ponto 02 terraplanagem encosta em frente as topográfico da
de médio a edificações; área;
grande porte - Retaludamento do - investigações
talude de corte nos geotécnicas de
fundos das campo;
edificações; - Projeto
- Execução de geotécnico do
dispositivos de retaludamento.
drenagem; - Projeto de
- Execução de drenagem.
proteção contra
erosão.

Estrututras de - Execução de muro - investigações


contenção de de gabião. geotécnicas de
pequeno porte campo;
- investigações
geotécnicas de
laboratório;
- Projeto
101

geotécnico da
contenção

Fonte: CEPED UFSC, 2013.

Setor 05 – SC_AN_SR_05 – Rua Quinze de Novembro

O setor 05corresponde a uma encosta com declividade superior a 35%,


composta por solo residual derivado de gnaisse e colúvio onde verifica-se

uma massa de colúvio assentada sobre o horizonte C do gnaisse.No pé desta


encosta localizam-se a creche municipal, um ginásio de esportes e um galpão

de uma serraria.Durante as inspeções de campo devido as diferentes


características encontradas no setor como alterações de geometria nos

terrenos, abertura de ruas etc, o setor 05 foi dividido em 02 pontos.

A seguir, a figura 80 apresenta uma imagem geral do setor 05.

Figura 80: Visão geral do setor 05.

Fonte: CEPED UFSC, 2013.


102

Diagnóstico Geotécnico Local – Ponto 01

Durante as inspeções de campo foram identificadas as seguintes

características:

 Camada de colúvio assentado sobre o horizonte C do gnaisse;

 Colúvio composto por matriz argilosa com fragmentos de rocha e

pedregulhos em seu meio;


 Horizonte C do gnaisse exposto e muito erodível;

 Talvegue bem definido conduzindo a água com velocidade pela face

dos taludes, ocasionando erosão e progredindo para escorregamento;

 Retaludamento já executado nesta encosta com taludes com altura

superior a 8m;

 Inclinação dos taludes superior a 1:1;

 Condução da drenagem de maneira incorreta;

 Obstrução dos dispositivos de drenagem;

 Ausência de dispositivos de drenagem na crista do talude(vala de crista

na última banqueta);
 Declividade transversal das banquetas voltada para a face do talude;

 Ausência de vegetação(proteção contra erosão) no talude;

 Muro de blocos de concreto servindo como muro de contenção. Ou

seja, é um muro sem função estrutural pois, não é calculado para servir

como contenção e suportar os empuxos de terra.

As figuras 81 e 82 ilustram situação do ponto 01.


103

Figura 811: Talude exposto apresentando o contato entre o colúvio e o


horizonte C do Gnaisse.

Fonte: CEPED UFSC, 2013.

Figura 82: Horizonte C do gnaisse apresentando processos erosivos.

Fonte: CEPED UFSC, 2013


104

Soluções Geotécnicas – Ponto 01

Para a correção da instabilidade do ponto 01 foram adotadas as seguintes

soluções:

 Retaludamento do corte com inclinação de 1:1;

 Taludes com no máximo 8m de altura;

 Execução de dispositivos de drenagem(sarjetas, valas de crista e

descidas d'água ambos revestidos de concreto) para o escoamento das

águas superficiais e evitar que os processos erosivos possam evoluir


para rupturas;

 Execução de proteção contra erosão com a utilização de enleivamento

em todos os taludes;

 Remover os muro de concreto que está servindo como contenção e

refazê-lo como muro de contenção do tipo pedra argamassada.

A seguir, a figura 84 apresenta um croqui esquemático da solução adotada.

Figura 83: Croqui esquemático da solução adotada. Retaludamento e execução de


muro pedra argamassada.

Fonte: CEPED UFSC, 2013.


105

Tabela 14: Resumo das Soluções Geotécnicas Adotadas – Ponto 01

PROPOSTAS DE INTERVENÇÕES PARA MITIGAÇÃO DE RISCOS


ID INTERVENÇÃO SERVIÇOS ESTUDOS/ MEMÓRIA CUSTO (R$)
PROJETOS DE CÁLCULO
Setor 05 Obras de - Retaludamento da - Levantamento Anexo 01 R$
Ponto 01 terraplanagem encosta nos fundos topográfico da 5.708.536,8
de médio a da creche e ginásio; área; 8
grande porte - Execução de - investigações
dispositivos de geotécnicas de
drenagem; campo;
- Execução de - investigações
proteção contra geotécnicas de
erosão. laboratório;
- Projeto
geotécnico do
retaludamento.
- Projeto de
drenagem.
Estrututras de - Execução de muro - investigações
contenção de de pedra geotécnicas de
pequeno porte argamassada. campo;
- investigações
geotécnicas de
laboratório;
- Projeto
geotécnico da
contenção

Fonte: CEPED UFSC, 2013.

Diagnóstico Geotécnico Local – Ponto 02

Durante as inspeções de campo foram identificadas as seguintes


características:
 Horizonte C do gnaisse exposto e muito erodível;

 Talude bastante verticalizado e sem proteção contra erosão;

 Nesta área já houve uma terraplanagem para utilização do material do

corte, onde após a exploração da área não houve recuperação da

encosta.
 Edificação muito próxima a crista do talude
106

Soluções Geotécnicas – Ponto 02

Para a correção da instabilidade do ponto 02 foram adotadas as seguintes


soluções:
 Retaludamento do corte com inclinação de 1:1;

 Execução de dispositivos de drenagem(sarjetas, valas de crista e

descidas d'água ambos revestidos de concreto) para o escoamento das

águas superficiais e evitar que os processos erosivos possam evoluir


para rupturas;

 Execução de proteção contra erosão com a utilização de enleivamento

em todos os taludes.

A seguir a figura 85 apresenta um croqui esquemático da solução adotada.

Figura 84: Croqui esquemático da solução adotada. Retaludamento e execução de


dispositivos de drenagem.

Fonte: CEPED UFSC, 2013.


107

Tabela 15: Resumo das Soluções Geotécnicas Adotadas – Ponto 02

PROPOSTAS DE INTERVENÇÕES PARA MITIGAÇÃO DE RISCOS


ID INTERVENÇÃO SERVIÇOS ESTUDOS/ PROJETOS MEMÓRIA CUSTO (R$)
DE
CÁLCULO
Setor 05 Obras de - Retaludamento da - Levantamento Anexo 01 R$
Ponto 02 terraplanagem encosta próximo da topográfico da área; 218.062,18
de médio a madeireira; - investigações
grande porte - Execução de geotécnicas de
dispositivos de campo;
drenagem; - investigações
- Execução de geotécnicas de
proteção contra laboratório;
erosão. - Projeto geotécnico
do retaludamento.
- Projeto de
drenagem.

Fonte: CEPED UFSC, 2013.

Setor 06 – SC_AN_SR_06 – Rua Ângelo Câmara

O setor 06corresponde a uma encosta com elevada altura, elevada


inclinação(superior a 45%) e com muitas vias de acesso. Esta encosta é

formada em partes por um perfil sequencial de solo residual com horizonte B


e horizonte C de gnaisse e em determinados pontos ocorre uma camada de

colúvio, assentada sobre o horizonte C também de gnaisse.Durante as


inspeções de campo devido as diferentes características encontradas no setor,

tanto em geologia quanto na situação das edificações, o setor 02 foi dividido


em 04 pontos.

A seguir, a figura 86 apresenta uma imagem geral do setor 06.


108

Figura 862: Visão geral do setor 06.

Fonte: CEPED UFSC, 2013.

Diagnóstico Geotécnico Local – Ponto 01(Rua Max Probst)

O ponto 01 compreende as edificações de número 37, 59 e 63. Durante as


inspeções de campo foram identificadas as seguintes características:

 Talude formado por colúvio de gnaisse;

 Corte verticalizado já executado nesta encosta;

 Ausência de dispositivos de drenagem;

 Já ocorreram processos de ruptura neste talude;

Soluções Geotécnicas – Ponto 01

Para a correção da instabilidade do ponto 01 foram adotadas as seguintes


soluções:

 Reconformação manual do talude em inclinação de 1:1;

 Taludes com no máximo 8m de altura;

 Execução de dispositivos de drenagem(sarjetas, valas de crista e

descidas d'água ambos revestidos de concreto);


109

 Execução de proteção contra erosão.

A seguir a figura 87 apresenta um croqui esquemático da solução adotada.

Figura 85: Croqui esquemático da solução adotada. Conformação manual do talude,


proteção contra erosão e execução de dispositivos de drenagem.

Fonte: CEPED UFSC, 2013.

Tabela 16: Resumo das Soluções Geotécnicas Adotadas – Ponto 01

PROPOSTAS DE INTERVENÇÕES PARA MITIGAÇÃO DE RISCOS


ID INTERVENÇÃO SERVIÇOS ESTUDOS/ MEMÓRIA CUSTO (R$)
PROJETOS DE CÁLCULO
Setor 06 Obras de - Retaludamento - Levantamento Anexo 01 R$
Ponto 01 terraplanagem manual da encosta; topográfico da 75.482,40
de médio a - Execução de área;
grande porte dispositivos de - Projeto
drenagem; geotécnico do
- Execução de retaludamento.
proteção contra - Projeto de
erosão. drenagem.

Fonte: CEPED UFSC, 2013.


110

Diagnóstico Geotécnico Local – Ponto 02(Rua Max Probst final da rua)

O ponto 02 compreende a edificação sem número localizada no fim desta

rua. Durante as inspeções de campo foram identificadas as seguintes


características:

 Talude formado por colúvio assentado sobre horizonte C, ambos de

gnaisse;
 Corte verticalizado já executado nesta encosta;

 Ausência de dispositivos de drenagem;

 Já ocorreram processos de ruptura neste talude;

Soluções Geotécnicas – Ponto 02

Para a correção da instabilidade do ponto 02 foram adotadas as seguintes


soluções:

 Retaludamento do corte com inclinação de 1:1;

 Taludes com no máximo 8m de altura;

 Execução de dispositivos de drenagem(sarjetas, valas de crista e

descidas d'água ambos revestidos de concreto);


 Execução de proteção contra erosão.

A seguir a figura 88 apresenta um croqui esquemático da solução adotada.


111

Figura 86:Croqui esquemático da solução adotada. Conformação manual do talude,


proteção contra erosão e execução de dispositivos de drenagem.

Fonte: CEPED UFSC, 2013.

Tabela 17: Resumo das Soluções Geotécnicas Adotadas – Ponto 02

PROPOSTAS DE INTERVENÇÕES PARA MITIGAÇÃO DE RISCOS


ID INTERVENÇÃO SERVIÇOS ESTUDOS/ PROJETOS MEMÓRIA CUSTO (R$)
DE
CÁLCULO
Setor 06 Obras de - Retaludamento da - Levantamento Anexo 01 R$
Ponto 02 terraplanagem encosta no terreno topográfico da área; 68.067,26
de médio a da edificação; - Projeto geotécnico
grande porte - Execução de do retaludamento.
dispositivos de - Projeto de
drenagem; drenagem.
- Execução de
proteção contra
erosão.
Fonte: CEPED UFSC, 2013.

Diagnóstico Geotécnico Local – Ponto 03(Edificação margens da SC 407)

O ponto 03 compreende a edificação localizada as margens da rodovia SC


407. Durante as inspeções de campo foram identificadas as seguintes

características:
112

 Talude formado por colúvio assentado sobre horizonte C, ambos de

gnaisse;

 Corte verticalizado já executado nesta encosta;

 Ausência de dispositivos de drenagem;

 Ausência de proteção contra erosão;

 Talude rompeu e atingiu a edificação.

Soluções Geotécnicas – Ponto 03

Para a correção da instabilidade do ponto 03 foram adotadas as seguintes

soluções:

 Remover com escavadeira hidráulica o material escorregado;

 Execução de muro de pedra argamassada com 4,0m de altura;

 Execução de dispositivos de drenagem(sarjetas, valas de crista e

descidas d'água ambos revestidos de concreto).

A seguir a figura 89 apresenta um croqui esquemático da solução adotada.

Figura 87: Croqui esquemático da solução adotada. Remoção do material


escorregado, execução de muro de pedra argamassada e dispositivos de drenagem.

Fonte: CEPED UFSC, 2013.


113

Tabela 18: Resumo das Soluções Geotécnicas Adotadas – Ponto 03

PROPOSTAS DE INTERVENÇÕES PARA MITIGAÇÃO DE RISCOS


ID INTERVENÇÃO SERVIÇOS ESTUDOS/ PROJETOS MEMÓRIA CUSTO (R$)
DE
CÁLCULO
Setor 06 Estruturas de - Execução de muro - investigações Anexo 01 R$
Ponto 03 contenção de de pedra geotécnicas de 279.401,46
pequeno porte argamassada. campo;
- Projeto geotécnico
da contenção
Fonte: CEPED UFSC, 2013.

Diagnóstico Geotécnico Local – Ponto 04(Edificação e galpão próximos a SC

407)

O ponto 04 compreende a uma edificação e um galpão localizados próximos

a rodovia SC 407. Durante as inspeções de campo foram identificadas as


seguintes características:

 Talude formado por colúvio assentado sobre horizonte C, ambos de

gnaisse;
 Corte verticalizado já executado nesta encosta;

 Ausência de dispositivos de drenagem;

 Ausência de proteção contra erosão;

 Talude rompeu e atingiu a edificação.

Soluções Geotécnicas – Ponto 04

Para a correção da instabilidade do ponto 04 foram adotadas as seguintes


soluções:

 Remover com escavadeira hidráulica o material escorregado;

 Execução de muro de pedra argamassada com 4,0m de altura;

 Execução de dispositivos de drenagem(sarjetas, valas de crista e

descidas d'água ambos revestidos de concreto).


114

A seguir a figura 88 apresenta um croqui esquemático da solução adotada.

Figura 88: Croqui esquemático da solução adotada. Remoção do material


escorregado, execução de muro de pedra argamassada e dispositivos de drenagem.

Fonte: CEPED UFSC, 2013.

Tabela 19: Resumo das Soluções Geotécnicas Adotadas – Ponto 04

PROPOSTAS DE INTERVENÇÕES PARA MITIGAÇÃO DE RISCOS


MEMÓRIA
ESTUDOS/
ID INTERVENÇÃO SERVIÇOS DE CUSTO (R$)
PROJETOS
CÁLCULO
Setor 06 Estrututras de - Execução de muro - investigações Anexo 01 R$
Ponto 04 contenção de de pedra geotécnicas de 192.417,93
pequeno porte argamassada. campo;
- Projeto
geotécnico da
contenção
Fonte: CEPED UFSC, 2013.

Setor 07 – SC_AN_SR_07 – Início da Rodovia SC – 407

O setor 07corresponde a uma encosta com elevada altura e


inclinação(superior a 45%), composta de um lado por um perfil sequencial de

horizonte B e horizonte C de gnaisse. Adjacente a este perfil, ocorre uma


camada de colúvio, assentada sobre o horizonte C também de gnaisse.Ainda,
115

verifica-se nesta encosta um talvegue bem encaixado, onde escoa um grande


fluxo d'água durante as chuvas.Também foi evidenciada a execução de uma

grande escavação a qual deixou o talude verticalizado e exposto.

A seguir, a figura 89 apresenta uma imagem geral do setor 07.

Figura 91: Visão geral do setor 07.

Fonte: CEPED UFSC, 2013.

Diagnóstico Geotécnico Local

Durante as inspeções de campo foram identificadas as seguintes

características:

 Perfil sequencial composto por horizontes B e C de gnaisse;

 Camada de colúvio assentado sobre o horizonte C do gnaisse;

 Colúvio composto por matriz argilosa com fragmentos de rocha e

pedregulhos em seu meio;

 Horizonte C do gnaisse exposto e muito erodível;

 Talvegue bem definido conduzindo a água com velocidade pela face

dos taludes, ocasionando erosão e progredindo para escorregamento;


 Corte verticalizado já executado nesta encosta;
116

 Ausência de dispositivos de drenagem;

 Ausência de proteção contra erosão;

Soluções Geotécnicas

Para a correção da instabilidade do setor 07 foram adotadas as seguintes

soluções:

 Retaludamento do corte com inclinação de 1:1;

 Taludes com no máximo 8m de altura;

 Execução de dispositivos de drenagem(sarjetas, valas de crista e

descidas d'água ambos revestidos de concreto);

 Execução de proteção contra erosão.

A seguir a figura 90 apresenta um croqui esquemático da solução adotada.

Figura 90: Croqui esquemático da solução adotada. Retaludamento do corte em


inclinação de 1:1 e execução de dispositivos de drenagem

Fonte: CEPED UFSC, 2013.

Tabela 20: Resumo das Soluções Geotécnicas Adotadas

PROPOSTAS DE INTERVENÇÕES PARA MITIGAÇÃO DE RISCOS


MEMÓRIA
ID INTERVENÇÃO SERVIÇOS ESTUDOS/ PROJETOS DE CUSTO (R$)
CÁLCULO
117

Setor 07 Obras de - Retaludamento da - Levantamento Anexo 01 R$


terraplanagem encosta; topográfico da área; 203.929,25
de médio a - Execução de - investigações
grande porte dispositivos de geotécnicas de
drenagem; campo;
- Execução de - Projeto geotécnico
proteção contra do retaludamento.
erosão. - Projeto de
drenagem.
Fonte: CEPED UFSC, 2013.

Setor 08 – SC_AN_SR_08 – Bairro – Rio do Ouro

O setor 08corresponde a uma encosta com elevada altura e inclinação,

composta por solo residual derivado de gnaisse e granito em alguns pontos e


em outros, por colúvio assentado sobre o solo residual do gnaisse e do

granito.Percebe-se ainda que a região possui alto potencial a deslizamentos o


que pode ser confirmado pelos diversos escorregamentos já ocorridos neste

setor.Durante as inspeções de campo devido as diferentes características


encontradas no setor 08, este foi dividido em 08 pontos.

A seguir, a figura 91 apresenta uma imagem geral do setor 08.

Figura 92: Visão geral do setor 08.

Fonte: CEPED UFSC, 2013.


118

Diagnóstico Geotécnico Local – Ponto 01

O ponto 01 compreende a uma edificação já interditada pela Defesa Civil.

Durante as inspeções de campo foram identificadas as seguintes


características:

 Talude de elevada altura, verticalizado, composto por solo residual,

colúvio e blocos de rocha, ambos derivados de granito;


 Talude já rompeu em período de chuvas anteriores;

 Ruptura atingiu edificação existente;

 Edificação de baixo padrão muito próxima ao talude de corte.

Soluções Geotécnicas – Ponto 01

Para solucionar a situação das famílias do ponto 01 adotou-se a seguinte

medida:

 Defesa civil já interditou esta edificação;

 A única solução é a remoção da família que possa estar ocupando a

edificação e a sua realocação em local seguro;


 Esta media se faz necessária porque a situação é de risco e além disso

o custo para remover uma única família será muito menor que
qualquer obra de contenção.

Tabela 21: Resumo das Soluções Geotécnicas Adotadas – Ponto 01

PROPOSTAS DE INTERVENÇÕES PARA MITIGAÇÃO DE RISCOS


ESTUDOS/ MEMÓRIA
ID INTERVENÇÃO SERVIÇOS CUSTO (R$)
PROJETOS DE CÁLCULO
- Remoção da
Setor 08 Remoção de R$196.147,
família e realocação --- Anexo 01
Ponto 01 Moradias 50
em local seguro
119

Fonte: CEPED UFSC, 2013.

Diagnóstico Geotécnico Local – Ponto 02

O ponto 02 compreende as edificações localizadas no topo da encosta.

Durante as inspeções de campo foram identificadas as seguintes


características:

 Camada de colúvio assentado sobre o horizonte C do gnaisse;

 Blocos de rocha em meio a massa de solo;

 Cortes verticalizados executados nos terrenos;

 Edificações localizadas na crista dos taludes;

 Ausência de dispositivos de drenagem;

 Ausência de proteção contra erosão.

Soluções Geotécnicas – Ponto 02

Para a correção da instabilidade do ponto 02 foram adotadas as seguintes

soluções:

 Execução de muros de pedra argamassada com em média 4,0m de

altura nos terrenos das edificações;

 Execução de dispositivos de drenagem(sarjetas, valas de crista e

descidas d'água ambos revestidos de concreto).


 Execução de proteção contra erosão.

A seguir a figura 93 apresenta um croqui esquemático da solução adotada.


120

Figura 93: Croqui esquemático da solução adotada. Execução de muro de pedra


argamassada, dispositivos de drenagem e proteção contra erosão.

Fonte: CEPED UFSC, 2013.

Tabela 22:Resumo das Soluções Geotécnicas Adotadas – Ponto 02

PROPOSTAS DE INTERVENÇÕES PARA MITIGAÇÃO DE RISCOS


MEMÓRIA
ESTUDOS/
ID INTERVENÇÃO SERVIÇOS DE CUSTO (R$)
PROJETOS
CÁLCULO
Setor 08 Obras de - Execução de - Levantamento
Ponto 02 terraplanagem dispositivos de topográfico da
de médio a drenagem; área;
grande porte - Projeto de
drenagem.
Estrututras de - Execução de muro - investigações
contenção de de pedra geotécnicas de Anexo 01 R$ 296.300,51
pequeno porte argamassada. campo;
- investigações
geotécnicas de
laboratório;
- Projeto
geotécnico da
contenção
Fonte: CEPED UFSC, 2013.
121

Diagnóstico Geotécnico Local – Ponto 03

O ponto 03 compreende a edificação sem número localizada na subida para o

topo da encosta. Durante as inspeções de campo foram identificadas as


seguintes características:

 Perfil sequencial composto por horizontes B e C de gnaisse;;

 Corte verticalizado já executado nesta encosta;

 Edificação muito próxima ao pé do talude;

 Ausência de dispositivos de drenagem;

 Ausência de proteção contra erosão.

Soluções Geotécnicas – Ponto 03

Para a correção da instabilidade do ponto 03 foram adotadas as seguintes

soluções:

 Retaludamento do corte com inclinação de 1:1;

 Taludes com no máximo 8m de altura;

 Execução de dispositivos de drenagem(sarjetas, valas de crista e

descidas d'água ambos revestidos de concreto);

 Execução de proteção contra erosão.

A seguir a figura 94 apresenta um croqui esquemático da solução adotada.


122

Figura 94: Croqui esquemático da solução adotada. Conformação manual do talude,


proteção contra erosão e execução de dispositivos de drenagem.

Fonte: CEPED UFSC, 2013.

Tabela 23: Resumo das Soluções Geotécnicas Adotadas – Ponto 03

PROPOSTAS DE INTERVENÇÕES PARA MITIGAÇÃO DE RISCOS


ID INTERVENÇÃO SERVIÇOS ESTUDOS/ MEMÓRIA DE CUSTO (R$)
PROJETOS CÁLCULO
Setor 08 Obras de - Retaludamento da - Levantamento Anexo 01 R$
Ponto 03 terraplanagem encosta no terreno topográfico da 75.354,00
de médio a da edificação; área;
grande porte - Execução de - Projeto
dispositivos de geotécnico do
drenagem; retaludamento.
- Execução de - Projeto de
proteção contra drenagem.
erosão.
Fonte: CEPED UFSC, 2013.

Diagnóstico Geotécnico Local – Ponto 04

Durante as inspeções de campo foram identificadas as seguintes

características:

 Perfil sequencial composto por horizontes B e C de gnaisse;;


123

 Corte verticalizado já executado nesta encosta;

 Edificação muito próxima ao pé do talude;

 Ausência de dispositivos de drenagem;

 Ausência de proteção contra erosão

 Edificação localizada na no alinhamento do talvegue;

 Já houve ruptura do talude.

Soluções Geotécnicas – Ponto 04

Para a correção da instabilidade do ponto 04 foram adotadas as seguintes


soluções:

 Conformação manual do talude;

 Execução de colchão reno no talvegue para conduzir as águas e evitar

erosão;

 Execução de muro de pedra argamassada com em média 3,0m de altura;

 Execução de dispositivos de drenagem.

A seguir a figura 96 apresenta um croqui esquemático da solução adotada.


124

Figura 95: Croqui esquemático da solução adotada. Execução de muro de pedra


argamassada, dispositivos de drenagem e proteção contra erosão. Execução de
colchão reno para conduzir as águas pelo talvegue.

Fonte: CEPED UFSC, 2013

Tabela 24: Resumo das Soluções Geotécnicas Adotadas – Ponto 04

PROPOSTAS DE INTERVENÇÕES PARA MITIGAÇÃO DE RISCOS


MEMÓRI
ESTUDOS/
ID INTERVENÇÃO SERVIÇOS A DE CUSTO (R$)
PROJETOS
CÁLCULO
- Conformação
manual do talude; - Levantamento
Obras de
- Execução de topográfico da
terraplanagem
dispositivos de área;
de médio a
drenagem - Projeto de
Setor 08 grande porte
- Execução de drenagem. Anexo 01 R$ 219.145,45
Ponto 04 Colchão Reno

- Execução de muro
Estrututras de - Projeto
de contenção do
contenção de geotécnico da
tipo pedra
pequeno porte contenção
argamassada.

Fonte: CEPED UFSC, 2013.


125

Diagnóstico Geotécnico Local – Ponto 05

Durante as inspeções de campo foram identificadas as seguintes

características:

 Camada de colúvio assentado sobre o horizonte C do gnaisse;

 Blocos de rocha em meio a massa de solo;

 Cortes verticalizados executados nos terrenos;

 Ausência de dispositivos de drenagem;

 Ausência de proteção contra erosão.

Soluções Geotécnicas – Ponto 05

Para a correção da instabilidade do ponto 05 foram adotadas as seguintes


soluções:

 Execução de muro de pedra argamassada com em média 3,0m de altura;

 Execução de dispositivos de drenagem(sarjetas, valas de crista e

descidas d'água ambos revestidos de concreto).

 Execução de proteção contra erosão.

A seguir a figura 96 apresenta um croqui esquemático da solução adotada.


126

Figura 963: Croqui esquemático da solução adotada. Execução de muro de pedra


argamassada, dispositivos de drenagem e proteção contra erosão.

Fonte: CEPED UFSC, 2013.

Tabela 25: Resumo das Soluções Geotécnicas Adotadas – Ponto 05

PROPOSTAS DE INTERVENÇÕES PARA MITIGAÇÃO DE RISCOS


ID INTERVENÇÃO SERVIÇOS ESTUDOS/ MEMÓRIA CUSTO (R$)
PROJETOS DE
CÁLCULO
Setor 08 Obras de - Execução de - Levantamento Anexo 01 R$
Ponto 05 terraplanagem dispositivos de topográfico da 148.676,04
de médio a drenagem; área;
grande porte - Execução de - Projeto
proteção contra geotécnico do
erosão. retaludamento.
- Projeto de
drenagem.
Estrututras de - Execução de muro - Projeto
contenção de de pedra geotécnico da
pequeno porte argamassada. contenção
Fonte: CEPED UFSC, 2013.

Diagnóstico Geotécnico Local – Ponto 06

Durante as inspeções de campo foram identificadas as seguintes

características:
127

 Não foram identificados processos ou riscos de instabilidade na

edificação indicada na foto 01 do levantamento realizado pela CPRM.

Soluções Geotécnicas – Ponto 06

Devido a inexistência de risco não foram indicadas soluções geotécnicas para

este ponto.

Diagnóstico Geotécnico Local – Ponto 07

Durante as inspeções de campo foram identificadas as seguintes


características:

 Terreno da edificação próximo a margem do rio;

 Talude de corte com pé situado dentro do rio;

 Velocidade das águas do rio descalçaram o pé do talude e ocasionaram

a ruptura;
 Ruptura está muito próximo a casa.

Soluções Geotécnicas – Ponto 07

Para a correção da instabilidade do ponto 07 foram adotadas as seguintes


soluções:

 Proteger a margem do rio na área da edificação e no seu entorno

através da execução de enrocamento com rocha;


 Para gerar economia, pode-se utilizar como material do enrocamento a

rocha existente na calha do rio, ou seja, os seixos e blocos trazidos pela


força das águas;

 Esta medida além de gerar economia para a obra de proteção da


margem, auxilia no desassoreamento do rio;

 Em outros setores de Anitápolis já verificou-se este tipo de solução


para proteção das margens dos rios;
128

Figura 97: Croqui esquemático da solução adotada. Proteção das margens com
enrocamento.

Fonte: CEPED UFSC, 2013.

Tabela 26: Resumo das Soluções Geotécnicas Adotadas – Ponto 07

PROPOSTAS DE INTERVENÇÕES PARA MITIGAÇÃO DE RISCOS


ESTUDOS/ MEMÓRIA
ID INTERVENÇÃO SERVIÇOS CUSTO (R$)
PROJETOS DE CÁLCULO
- Levantamento
topográfico da
área;
- Enrocamento de - investigações
Obras de
pedra jogada; geotécnicas de
Setor 08 terraplanagem R$
- Execução de campo; Anexo 01
Ponto 07 de médio a 39.236,88
dispositivos de - Projeto
grande porte
drenagem; geotécnico do
enrocamento;
- Projeto de
drenagem.

Fonte: CEPED UFSC, 2013.

Diagnóstico Geotécnico Local – Ponto 08

Durante as inspeções de campo foram identificadas as seguintes

características:

 Edificação de baixo padrão com fundação dentro da calha do rio;


129

 Edificação do tipo palafita;

 Estrutura da edificação comprometida.

Soluções Geotécnicas – Ponto 08

Para solucionar a situação das famílias do ponto 08 adotou-se a seguinte

medida:

 A única solução é a remoção da família que possa estar ocupando a

edificação e a sua realocação em local seguro;

 Esta media se faz necessária porque a situação é de risco e além disso

o custo para remover uma única família será muito menor que

qualquer obra de contenção.

Tabela 27: Resumo das Soluções Geotécnicas Adotadas – Ponto 08

PROPOSTAS DE INTERVENÇÕES PARA MITIGAÇÃO DE RISCOS


MEMÓRIA
ESTUDOS/
ID INTERVENÇÃO SERVIÇOS DE CUSTO (R$)
PROJETOS
CÁLCULO
- Remoção da
Setor 08 Remoção de
família e realocação --- Anexo 01 R$274.606,50
Ponto 08 Moradias
em local seguro

Fonte: CEPED UFSC, 2013.

Setor 09 – SC_AN_SR_09 – Rio Braço do Norte – Área central de Anitápolis

O setor 09 corresponde a uma área localizada nas planícies de inundação do

Rio Braço do Norte onde estão assentadas algumas edificações muito


próximas as margens.

A seguir, a figura 98 apresenta uma imagem geral do setor 09


130

Figura 98: Visão geral do setor 09.

Fonte: CEPED UFSC, 2013.

Diagnóstico Geotécnico Local

Durante as inspeções de campo foram identificadas as seguintes


características:

 Em pontos isolados do rio podem ser evidenciados processos erosivos

das margens como por exemplo, o terreno da edificação de número


637.

 Segundo os moradores das edificações de número 69 e 89, não ocorrem

enchentes neste local. É fato também, que estas edificações estão


afastadas consideravelmente das margens do rio;

 Neste setor já existe uma ponte sobre o rio, onde em ambas as

cabeceiras, já foram executadas pela Prefeitura, obras de proteção das

margens com enrocamento.

Soluções Geotécnicas

Para o setor 09 foram adotadas as seguintes soluções:


131

 Não foram indicadas soluções através de obras de contenção, somente

de terraplanagem;

 Inicialmente, deve-se desassorear a calha do rio ou seja, retirar a grande

quantidade de seixo acumulado para não obstruir a vazão;


 Posteriormente, com o seixo retirado do leito do rio, deve-se utilizá-lo

para proteção das margens contra os processos erosivos;


 Fiscalização da construção de novas obras as margens do Rio Braço do

Norte;
 Sistema de monitoramento do nível do rio e alerta da população em

épocas de chuvas intensas.

A seguir as figura 99 e 100 apresentam dois croquis esquemáticos da solução

adotada.

Figura 99: Croqui esquemático da solução adotada. Desassoreamento do rio e


utilização deste material(Seixo) para a proteção das margens contra erosão.

Fonte: CEPED UFSC, 2013.


132

Figura 100: Croqui esquemático da solução adotada. Desassoreamento do rio e


utilização deste material(Seixo) para a proteção das margens contra erosão.

Fonte: CEPED UFSC, 2013.

Tabela 28:Resumo das Soluções Geotécnicas Adotadas

PROPOSTAS DE INTERVENÇÕES PARA MITIGAÇÃO DE RISCOS


ESTUDOS/ MEMÓRIA
ID INTERVENÇÃO SERVIÇOS CUSTO (R$)
PROJETOS DE CÁLCULO
- Levantamento
Obras de topográfico da
- Enrocamento de
terraplanagem área; R$
Setor 09 pedra jogada; Anexo 01
de médio a - Projeto 73.344,63
grande porte geotécnico do
enrocamento

Fonte: CEPED UFSC, 2013.

Setor 10 – SC_AN_SR_10 – Rio das Pedras – Centro Anitápolis

O setor 10corresponde a região do centro de Anitápolis que é cortada pelo


leito do Rio das Pedras cruzando esta localidade desde as cotas mais altas até

as regiões mais planas.

A seguir, a figura 101 apresenta uma imagem geral do setor 10.


133

Figura 101: Visão geral do setor 10.

Fonte: CEPED UFSC, 2013.

Diagnóstico Geotécnico Local

Figura 1

Durante as inspeções de campo foram identificadas as seguintes

características:

 Nas cotas mais altas não há indícios de erosão das margens nem

inundações;

 Nestas cotas verifica-se que as margens são compostas por rocha e/ou

protegidas com rocha e portanto, não ocorrem processos erosivos.


 Segundo moradores das cotas mais altas não ocorrem processos de

inundação na região.
 Isto pode ser verificado pois, caso nos pontos mais altos houvesse

inundação ou enxurradas, as cotas mais baixas já estariam totalmente


debaixo d'água;

Nas cotas mais baixas ou seja, onde o rio corta as edificações no centro da
cidade, foram identificadas as seguintes características:

 Edificações muito próximas a calha do Rio das Pedras;


134

 Calha do rio revestida e protegida com muros de pedra argamassada;

 Não há indício de processos de erosão e/ou instabilidade das margens;

 Segundo moradores, não ocorrem processos de inundação nesta região.

Soluções Geotécnicas

Para o setor 10 foram adotadas as seguintes soluções:

 Não foram indicadas soluções através de obras de contenção ou

terraplanagem;
 Somente foram indicadas medidas preventivas;

 Fiscalização da construção de novas obras as margens do Rio das

Pedras;

 Desassoreamento da calha do rio para não obstruir a vazão;

 Sistema de monitoramento do nível do rio e alerta da população em

épocas de chuvas intensas.

Setor 11 – SC_AN_SR_11 – Rio Branco – Zona Agrícola

O setor 11 corresponde a uma área localizada nas planícies de inundação do


Rio Braço do Norte onde estão assentadas 03 edificações muito próximas as

margens e sujeitas a sofrer consequências negativas das enxurradas.

A seguir, a figura 102 apresenta uma imagem geral do setor 11


135

Figura 102: Visão geral do setor 11.

Fonte: CEPED UFSC, 2013.

Diagnóstico Geotécnico Local

Durante as inspeções de campo foram identificadas as seguintes


características:

 Região onde o rio possui alto poder de transporte de materiais devido a

grande velocidade das águas;


 Devido a elevada velocidade foram evidenciados diversos processos

erosivos nas margens;


 Grande acúmulo de blocos de rocha de pequena a grandes dimensões;

 Ponte existente que dá acesso a edificação das fotos 01 e 02 do cadastro

da CPRM está comprometida.

Soluções Geotécnicas

Para o setor 11 foram adotadas as seguintes soluções:


136

 Não foram indicadas soluções através de obras de contenção, somente

de terraplanagem;

 Inicialmente, deve-se desassorear a calha do rio ou seja, retirar a grande

quantidade de seixo acumulado para não obstruir a vazão;


 Posteriormente, com o seixo retirado do leito do rio, deve-se utilizá-lo

para proteção das margens contra os processos erosivos, ou seja


executar enrocamento;

 Fiscalização da construção de novas obras as margens do Rio Braço do

Norte;

 Sistema de monitoramento do nível do rio e alerta da população em

épocas de chuvas intensas;


 Também foi quantificada a alternativa de desapropriação da edificação

ficando a cargo da executora e da Prefeitura de Anitápolis a decisão de

desapropriar ou não.

A seguir a figura 103 apresenta um croqui esquemático da solução adotada.

Figura 103: Croqui esquemático da solução adotada. Desassoreamento do rio e


utilização deste material(Seixo) para a proteção das margens contra erosão.

Fonte: CEPED UFSC, 2013.


137

Tabela 29: Resumo das Soluções Geotécnicas Adotadas – Ponto 07

PROPOSTAS DE INTERVENÇÕES PARA MITIGAÇÃO DE RISCOS


ID INTERVENÇÃO SERVIÇOS ESTUDOS/ MEMÓRIA CUSTO (R$)
PROJETOS DE
CÁLCULO
Setor 11 Obras de - Enrocamento de - Levantamento Anexo 01 R$
terraplanagem pedra jogada topográfico da 142.493,00
de médio a área;
grande porte - investigações
geotécnicas de
campo;
- Projeto
geotécnico do
enrocamento;
Remoção de - Remoção das --- R$
Moradias edificações 261.530,00
Fonte: CEPED UFSC, 2013.

Mapas com as Intervenções de mitigação em setor de risco

Foram elaborados mapas com as sugestões de intervenções para mitigação

dos riscos de desastre. Os mapas foram construídos por setor de risco, de


acordo com a setorização realizada pelo CPRM.Nos casos em que duas

sugestões foram encaminhadas, elaborou-se mais de um mapa por setor.

Também é possível que você observe diferenças de nomenclatura entre a


legenda do mapa e o relatório de intervenções com relação às sugestões

indicadas. Para facilitar a visualização do mapa,padronizou-se ostermos,


utilizando-se o mesmo conceito para intervenções similares, por exemplo:

 Muro de contenção para muro de gabião, muro de pedra argamassada,

entre outros;

 Enleivamento para demais alternativas relacionadas à proteção da


encosta contra erosão;

 Sistemas de Drenagem para vala de crista, sarjeta, entre outros;


138

Anexos:

Este relatório contém documentos complementares que serão copiados e


encaminhados em CD:

 Anexo 01: Planilhas de custos das sugestões de intervenções para

mitigação de riscos de desastres;

 Anexo 02: Relatório de visita geológica-geomorfológica (CEPED UFSC,


2011, projeto 777);

 Anexo 03: Mapas com as intervenções para mitigação de riscos de

desastres por setor de risco de Anitápolis.

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