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1) Disposições gerais;
2) Da jornada de trabalho;
3) Da compensação de horário e do plantão, da escala e do regime de
turnos alternados por revezamento;
4) Da jornada de trabalho reduzida com remuneração proporcional;
5) Do banco de horas e do sobreaviso;
6) Dos regimes de trabalho e das jornadas especiais; e
7) Das Disposições Finais
(...)
A ignorância é atrevida.
É cediço que, mesmo para os trabalhadores braçais, o controle do
tempo de confinamento no seu ambiente de trabalho é algo retrógrado e
contraproducente. Em se cuidando de trabalhadores cuja produção é
eminentemente intelectual, sequer cabem comentários.
O controle de horário em folha de ponto ou similares eletrônicos não é
controle de qualidade, mas apenas uma forma absolutamente ineficaz e
retrógrada de submissão e desvalorização de um dos cargos mais importantes
da República.
A referida Instrução Normativa n. 2, em seu art. 8 o., ao trazer o elenco
dos servidores que não estarão sujeitos ao ponto eletrônico, ignora o fato de
que não apenas os detentores de cargos em comissão (DAS 4 ou superior) e
outros poucos ali mencionados, desenvolvem, no Serviço Público Federal, um
trabalho eminentemente intelectual. É obviamente o caso da Classe dos
Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil, que possuem as privativas
atribuições de exercer a fiscalização tributária federal, constituir o crédito
tributário, julgar processos fiscais, dentre outras.
Para tais classes, a Instrução Normativa é uma afronta. E um
desrespeito ímpar. A norma ignora que tratar igualmente os desiguais (no caso
pessoas que desenvolvem trabalho intelectual e que desenvolvem trabalho
braçal) é justamente transgredir o princípio da isonomia. Não o respeitar.
Por fim, salta aos olhos a claramente inconstitucional proibição velada
ao trabalho sindical. Ora, se as horas utilizadas no trabalho sindical deverão
ser compensadas, parte-se do pressuposto que o trabalho sindical,
ordinariamente, somente poderia ser realizado em finais de semana, ou à noite
(fora do horário de expediente) ou nas férias do sindicalista. Por evidente que
esta é mais uma afronta da mencionada norma infralegal, que ignora ser a
atividade sindical um direito garantido na Carta Magna.
Atos como esta norma minam e coroam o serviço público de ignorância,
na medida em que afastam cada vez mais dele os melhores e mais inteligentes
profissionais do mercado.
Se a intenção é esta, o caminho está correto.
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