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26‐01‐2011

CURSO DE NATAÇÃO ADAPTADA


Janeiro 2011

Adaptação ao Meio Aquático

Nelson Gomes

A.M.A 1/

Adaptação ao Meio Aquático?
¾ O conceito de adaptação ao meio aquático, usualmente, identifica‐se com 
a 1ª fase da formação do nadador enquanto outros autores denominam esta 
fase de “aprendizagem”. Esta é a fase de aquisição das habilidades, cujo 
desenvolvimento possibilitará em fases posteriores alcançar diferentes níveis 
de prestação.
(CARVALHO, 1994). 

¾ AMA é um conjunto de condutas motoras, elaboradas pelo sujeito,
em resposta a situações variadas e dominadas pela presença da
água (Mota, 1990).
( )

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Entende‐se por adaptação ao meio aquático, “o processo que envolve a iniciação 
à natação, recorrendo ao domínio do corpo na água, com base nos objectivos de 
cinco domínios: equilíbrio, respiração, imersão, propulsão e salto
equilíbrio  respiração  imersão  propulsão e salto”  
(CAMPANIÇO, 1988). 

9 NÃO é objectivo da AMA aprender as técnicas de nado formal;

9 É objectivo da AMA adquirir um conjunto de habilidades motoras 
aquáticas básicas (Barbosa, 2000; 2001; Barbosa e Queirós, 2004)

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Respiração
Imersão 
Saltos

Equilíbrio Habilidades Motoras Propulsão


Aquáticas Básicas 

Manipulação

(Adaptado de Tiago Barbosa)

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A aquisição deste tipo de habilidades terá como objectivos:

promover a familiarização com o meio aquático

promover a criação de autonomia no meio aquático

criar as bases para posteriormente aprender habilidades motoras aquáticas 
específicas

Mota, 1990; Carvalho, 1994; Navarro, 1995

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Diferenças entre o meio terrestre e o meio aquático.

¾ Alterações do equilíbrio; 

¾ Alterações da respiração; 

¾ Alterações do sistema Locomotor; 

¾ Alterações da audição;

¾ Alterações da visão; 

¾ Alterações das informações recebidas do meio – proprioceptivas; 

¾ Alterações do sistema termo – regulador do organismo; 

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Principais características influenciadoras do comportamento humano 
nos meios terrestre e aquático.
Meio Terrestre Meio Aquático
Equilíbrio vertical Equilíbrio horizontal
Cabeça vertical Cabeça horizontal
Olhar horizontal Equilíbrio Olhar vertical
Apoios plantares Perda apoios plantares
Acção exclusiva da FG Acção FG e FI
Dominância nasal Dominância bocal
Reflexa Voluntária 
Respiração
p ç
Inspiração reflexa Inspiração automática
Expiração Passiva Expiração activa
MS dominantemente  MS dominantemente 
equilibradores propulsores
Propulsão
MI dominantemente  MI dominantemente 
propulsores equilibradores

(adaptado de Mota, 1990)
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METODOLOGIA 
DE 
ENSINO

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Algumas considerações para uma 
Adaptação ao Meio Aquático eficaz.

• Confiança

• Não forçar / obrigar

• Contacto Físico

• Feedback 
• positivo
• visual 
• etc

• Manipulação

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Estilos de Ensino 

1. Instrução Directa

2. Descoberta Guiada 

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Primeiro Contacto com a Água 

TAREFA
1 – Sentado na borda da piscina com as pernas na água faz lavagem de diferentes partes do corpo  
– mãos, pernas, pés, barriga, braços, nariz, olhos, cara

2 – Sentado na parede faz exercícios de coordenação: 
. mexer as duas pernas alternadamente (a salpicar água); 
. mexer uma perna e depois a outra; 
. mexer as duas pernas em simultâneo; 
. mexer as duas pernas alternadamente mas em profundidade (não salpica água). 

3 – Deitado ventral na borda da piscina com as pernas na água, faz movimentos alternados de 
pernas. 

4 – Dentro de água com os pés no chão e agarrado à parede, faz saltitos sem molhar a cabeça: 
. a dois pés juntos; 
. a um pé. 

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Entrada na água

Equilíbrio vertical com apoio das mãos

Equilíbrio vertical sem apoio das mãos

Tomada de consciência da impulsão 

Equilíbrio horizontal com apoio das mãos

q p
Equilíbrio horizontal sem apoio das mãos

Alterações de equilíbrio (rotações)

Equilibrar em função das acções propulsivas
(Carvalho, 1994)

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1 ‐ Etapa

Objectivo Comportamentos Desejados

Eliminar os apoios de pés e Adquire noção de equilíbrio a partir 


mãos explorando situações de situações de apoio para ausência 
de flutuação, através de de apoios:
jogos ou actividades de
recreação ‐Olhar vertical ‐percepção de espaço.

‐Sensações tónicas e labirínticas.

‐Perda do reflexo plantar.
Perda do reflexo plantar

‐ Sentir a presença da impulsão 
através da descontracção do corpo.

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2 ‐ Etapa

Objectivo Comportamentos Desejados

Controlar em equilíbrio a  Adquire noção segmentar do corpo, 
passagem da posição  sua importância na passagem de 
vertical para a posição  equilíbrio vertical para horizontal e 
horizontal com e sem  retorno, na posição ventral:
apoios
1‐ colocar a cabeça entre os braços.

2‐ Puxar pernas ao peito.
2 Puxar pernas ao peito

3‐ Extensão de pernas, descontracção 
e alinhamento do corpo ao plano 
horizontal.

O retorno por ordem e sentido 
inverso 

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3 ‐ Etapa

Objectivo Comportamentos Desejados

Dominar em equilíbrio  Explora diversas situações de equilíbrio 
diversas situações na  aquático, através de diferentes tipos de 
posição dorsal, ventral  movimentação de pernas e braços.
com e sem apoios
‐ Acção‐Reacção.

‐Extensão total do corpo no plano 
horizontal, maior equilíbrio.

‐ Diminuição de sincinésias.

‐ Sentido kinestésico. 

‐ Sentir a impulsão, relacionada com 
extensão do corpo e descontracção.

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4 ‐ Etapa

Objectivo
Obj ti Comportamentos Desejados
C t t  D j d

Explorar diversas  Melhora o sentido de equilíbrio, 
situações de equilíbrio  através da exploração de:
nos diferentes eixos e 
planos corporais no  1‐ Noção de dimensão e variação de 
plano superficial, médio  planos.
e profundo.
2‐Movimentos sobre diferentes eixos 
corporais

3‐ Orientação espaço‐temporal.

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5 ‐ Etapa

Objectivo Comportamentos Desejados

Aperfeiçoa o sentido de equilíbrio 
Explorar diversas situações  aquático horizontal, ventral e dorsal:
de deslize em equilíbrio 
após os vários tipos de  1‐ Ajustamento corporal
impulso.
2‐Equilíbrio estático

3‐ Coordenação pernas/ braços      c/ 
respiração, em posição de equilíbrio 
respiração em posição de equilíbrio
horizontal, ventral e dorsal. 

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Molhar a face

Imergir e abrir os olhos

Expiração com face imersa

Expiração ritmada

Expiração ritmada, associada à acção alternada dos MI

Ritmo respiratório

Controlo respiratório

(Carvalho, 1994)

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1 ‐ Etapa

Objectivo
j Comportamentos Desejados
p j

Eliminar o bloqueio  Expira o ar só pela boca:
respiratório na 
imersão 1‐ Diminui a contracção dos músculos 
faciais e da boca.

2‐ Expira o ar de forma activa e com 
naturalidade.

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2 ‐ Etapa

Objectivo Comportamentos Desejados

Controlar a expiração  Expira o ar só pela boca e só pelo 
boca e nariz na imersão nariz:

1‐ Expiração activa e completa só pela 
boca 

2‐ Expiração activa e completa só pelo 
nariz.
nariz

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3 ‐ Etapa

Objectivo Comportamentos Desejados

Coordenar a inspiração‐ Coordena a expiração com inspiração:
expiração em diversas 
situações simples com e  1‐ Expiração completa activa e 
sem apoios prolongada

2‐ Inspiração curta 4 a 8/10 de segundo

3‐ Articular os dois momentos numa 
3 Articular os dois momentos numa
perfeita continuidade entre eles. 

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4 ‐ Etapa

Objectivo Comportamentos Desejados

Realizar ciclos  Realiza ciclos respiratórios para criar 
respiratórios parado ou  um automatismo expiratório 
em movimento inspiratório:

1‐ Diminuir o tempo entre expiração‐
inspiração

2‐ Aumentar progressivamente o nº 
de repetições

3‐ Adquire noção tempos e 
momentos de inspiração e expiração 
em função de cada situação

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5 ‐ Etapa

Objectivo Comportamentos Desejados

Coordenar a inspiração‐ Explora todos os tipos de respiração 
expiração em diversas  aquática:
situações propulsivas de 
pernas e braços ( ritmo  1‐Inspiração frontal
respiratório) na 
superfície ou em  2‐ Inspiração lateral a partir da rotação 
profundidade da cabeça, sem a elevar do plano de 
água

3‐ Associar tempos de expiração‐
inspiração de acordo com exercícios 
específicos das diferentes técnicas

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6 ‐ Etapa

Objectivo Comportamentos Desejados

Combinar a inspiração‐ Aperfeiçoar os momentos de 
expiração em diversas  expiração‐inspiração em função de 
situações complexas  situações complexas: 
(percursos aquáticos, 
situações de equilíbrio  1‐Inspiração frontal
com mudanças de 
direcção e posição, outras  2‐ Inspiração lateral
situações inabituais).
3‐Combinações de movimentos com 
a expiração‐inspiração. 

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Com apoio, movimento alternado dos MI
C   i   i t   lt d  d  MI

Sem apoio, movimento alternado dos MI

Com apoio, movimento alternado dos MS

Exploração das capacidades propulsivas

As técnicas alternadas

(Carvalho, 1994)

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1 ‐ Etapa

Objectivo Comportamentos Desejados

Conhecer a resistência  Distingue entre os segmentos do trem 
da água através de  superior, quais o que oferecem 
situações de  melhores condições para propulsionar 
deslocamento com e  o corpo na água e sente a resistência da 
sem apoios dos pés água, através da deslocação com 
apoios plantares:

1‐ Explora o novo espaço em todas as 
situações

2‐ Com ajuda dos braços (face anterior 
dos braços e mão), aumenta a 
velocidade de deslocação

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2 ‐ Etapa

Objectivo Comportamentos Desejados

Explorar os diferentes  Executa movimentos propulsivos de 
planos de água e eixos  pernas crol e costas, com as pernas 
corporais, sentido de  em perfeita extensão e pés, com 
orientação, apreciação  movimentos tipo "barbatana" 
de distâncias e controlo  explorando:
do corpo , em situações 
propulsivas de pernas e  1‐ Eixos e planos corporais
braços, com e sem 
apoio 2‐Sentido de orientação

3‐ Apreciação de distâncias

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3 ‐ Etapa

Objectivo Comportamentos Desejados

Adquire a noção de resistência da 
Dominar os diferentes  água através dos movimentos 
tipos de deslocação  propulsivos de pernas e braços:
propulsiva de pernas e 
braços com e sem apoio 1‐ Acção‐reacção

2‐ Movimento dos pés tipo 
"barbatana" e dirigidos para dentro 

3‐ Acção propulsivas de pernas tipo 
"chicote“

4‐ Penas crol e costas 

5‐ Mov. de pernas (tipo mariposa, 
tipo bruços, outros).

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1 ‐ Etapa

Objectivo Comportamentos Desejados

Controlar a imersão em 
apneia com e sem  Imersão completa do corpo, 
apoios consegue:

1‐ Associar com a expiração, 
diminuindo o efeito do reflexo 
respiratório.

2‐ Com libertação dos apoios 
plantares e manuais, sentir a força da 
impulsão, através da descontracção 
do corpo na água

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2 ‐ Etapa

Objectivo Comportamentos Desejados

Controlar a imersão  Imersão completa do corpo, 
com expiração com e  consegue:
sem apoios
1‐ Manter a apneia

2‐ Eliminar progressivamente o 
efeito do reflexo respiratório.

3‐ descontracção do corpo em 
imersão

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3 ‐ Etapa

Objectivo Comportamentos Desejados

Controlar a imersão  Imersão completa do corpo, 
abrindo os olhos e  consegue:
mantendo apneia
prolongada 1‐ Abrir os olhos e adaptar‐se às 
alterações visuais

p p q
2‐ Tempo de apneia; bloqueia 
respiratório controlado

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4 ‐ Etapa

Objectivo Comportamentos Desejados

Explorar diversas  Imersão completa do corpo, 
situações de imersão  consegue:
com orientação 
(percurso com  1‐ Realizar destrezas explorando o 
destrezas) sentido de orientação. (noção 
espacio‐temporal).
2‐ Realizar destrezas de caracter
ideocinético (memorização de 
ordens sucessivas

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5 ‐ Etapa

Objectivo Comportamentos Desejados

Combinar todo o tipo  Imersão completa do corpo, 
de situações de imersão  consegue:
com expiração nos 
planos de água,  1‐ Explorar os diferentes planos de 
superficial, médio e  água, superficial, médio e profundo. 
profundo

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6 ‐ Etapa

Objectivo Comportamentos Desejados

Associar a imersão com  Imersão completa do corpo, 
exercícios de equilíbrio,  consegue:
propulsão, respiração e 
salto. 1‐ Deslocar nos diferentes planos de 
água.
2‐ Executar a técnica de "golpe de 
pato"
3‐ Coordenar diferentes situações de 
equilíbrio com imersão.

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1 ‐ Etapa

Objectivo Comportamentos Desejados
Entra na água a partir da posição de 
sentado, o primeiro conatcto com os 
pés.
Dominar o salto de pés  (Aumentar progressivamente a 
a partir da posição de  confiança com estes saltos, dando 
sentado com ajuda. apoio dentro e fora de água).

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2 ‐ Etapa

Objectivo
Obj ti Comportamentos Desejados

Entra na água a partir da posição de 
sentado, o primeiro contacto com a 
Dominar o salto de  cabeça:
cabeça a partir da 
posição de sentado com  1 ‐ Elevado a bacia.
e sem ajuda. 
2 ‐ Coloca a cabeça entre os braços.

3 ‐
  Desequilíbrio.
D ilíb i

4 ‐ Desce o tronco simultaneamente.

5 ‐ Coloca a bacia em posição alta.

6 ‐ Impulso e entrada, em primeiro 
lugar com mãos e braços.

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3 ‐ Etapa

Objectivo Comportamentos Desejados

Dominar o salto de  Entra na água a partir da posição de 
cabeça a partir da  joelhos, o primeiro contacto com a 
posição de joelhos com  cabeça:
e sem ajuda ‐ À medida que aproxima os braços 
da água, com a cabeça entre os 
braços, eleva a bacia e aumenta o 
q
desequilíbrio.
‐ Salto com impulsão trajectória no 
ar e na água variadas.

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• Abrantes , J. (1979) Biomecânica e Natação. Ludens
• Barbosa, T. (2000) As habilidade motoras aquáticas básicas e a adaptação ao meio aquático . 
XXXIII Congresso Técnico‐Científico da Associação Portuguesa de Técnicos de Natação. Vila  
Real 
• Barbosa, T. (2004). “Ensino da Natação. Uma Perspectiva Metodológica Para a abordagem das 
habilidades motoras aquáticas básicas”. Colecção Desporto Base. Xistarca. 
• Barbosa, T  (2001) As habilidades motoras aquáticas básicas . Lecturas: Educación Física y 
Deportes
• Campaniço, J. (1989). “A escola de natação – 1ª fase aprendizagem”. Edição Ministério da 
Educação – Desporto e Sociedade. Lisboa
• Carvalho, C. (1994) Natação. Contributo para o sucesso do ensino‐aprendizagem. Edição do 
autor  
• Mota, J. (1990) Aspectos metodológicos do Ensino da natação. Edição da Associação de 
E t d t  d  F ld d  d  Ciê i  d  D
Estudantes da Faculdade de Ciências do Desporto e de Educação Física da Universidade do 
t    d  Ed ã  Fí i  d  U i id d  d  
Porto. Porto
• Navarro, F.  (1995) Hacias el dominio de la Natación. Editorial Gymnos. Madrid
• Silva, A. e Campaniço, J.  (1988) Prontidão aquática. O desenvolvimento da competência  
aquática como ponto de partida para a mestria técnica. In: A. Silva e J. Campaniço (eds.) I 
Seminário de Natação  Universidade  de Trás‐dos‐Montes e Alto Douro. Vila Real
• Vasconcelos Raposo, A. (1978) O ensino da Natação. Edições do Instituto Superior de 
Educação Física da Universidade  Técnica de Lisboa   
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