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Ação Declaratória de Inconstitucionalidade por Omissão

Ementa: AÇÃO DECLARATÓRIA DE INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO –


Propositura fundada na inexistência de ato normativo que estabeleça o percentual mínimo dos
cargos em comissão na estrutura administrativa do município a serem preenchidos por
servidores públicos de carreira, como exigem os artigos 115, inciso V, da CE e artigo 37, V, da
Constituição Federal – Inexistência de lei específica disciplinando a questão no âmbito do
Município de Indaiatuba – Mora Legislativa Configurada – Ação Julgada Procedente, com
determinação. (TJ-SP – ADI: 20617008420168260000, julgamento 03/08/2016).

Trata-se de Ação Declaratória de Inconstitucionalidade por Omissão,


proposta pelo Procurador Geral de Justiça de SP, visando à declaração de
existência de mora do legislativo na edição de uma lei especifica que fixe o
percentual mínimo de cargos em comissão na administração do Município de
Valinhos que devam ser preenchidas por servidores públicos de carreira. Está
omissão fere o que dispõe o artigo 115, V da Constituição Estadual e o artigo 37,
inciso V, da Constituição Federal, cabendo então a aplicação desta ação,
conforme o que observa a autora Flávia Piovesan: “objetiva, a ação direta de
inconstitucionalidade por omissão, em última análise, permitir que toda norma
constitucional alcance eficácia plena, obstando que a inação do legislador venha
a impedir o exercício de direitos constitucionais”.

Outrossim, Tribunal de Justiça de São Paulo decidiu por reconhecer a


omissão, atribuindo ao poder legislativo local a iniciativa do projeto de lei para
sanar está omissão supracitada. Reiterando os termos de decisões anteriores o
Tribunal deu o prazo de cento e oitenta dias para que o Executivo e o Legislativo
do município referido, adotem as providências necessárias sanando a omissão.

Diante da decisão do Tribunal cabe acrescentar a crítica feita pelo autor


André Ramos, que diz:”peste posicionamento restritivo do STF parece
extremado e inadequado. Não se deve esquecer que seu principal fundamento
é retórico (cláusula da separação de poderes, que não deixa de ser uma cláusula
interpretada pelo próprio STF). Ademais, caso se continue a emprestar esse
entendimento restritivo à ADIn por omissão, a consequência será transportar
para a ADPF a capacidade que, em sua origem, deveria ser da ADIn por
omissão. Se esta não é meio eficaz de sanar a lesividade, nos termos da Lei n.
9.882/99, então a ADPF surge no cenário como meio alternativo e eficaz, a ser
utilizado para combater também a omissão inconstitucional. Aliás, foi
exatamente esse o raciocínio feito no julgamento de admissibilidade da ADPF n.
4.

http://noosfero.ucsal.br/articles/0010/3240/tavares-andr-ramos-curso-de-
direito-constitucional.pdf

flavia

Proteção Judicial contra Omissões Legislativas, p. 97.

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